Bella dormiu o caminho inteiro até a
França e Rose também dormiu o resto do caminho e eu tive que ficar distraindo Emmett
durante a travessia da Mancha com um jogo de pôquer. Eu nunca havia visto-o
ficando assim, eu sei que eram 75 metros de profundidade, mas era algo
tranquilo, o maquinista deste trem deve fazer essa viagem cerca de dez vezes
por dia, era completamente seguro, tranquilo e rápido, nós fizemos a travessia
do Canal da Mancha mais rápido que chegávamos a Port Angeles.
Quando avisaram que estávamos perto
de chegar à estação de Paris, eu acordei a Bella, que havia dormido com a
cabeça em meu ombro. Eu acordei Bella com um carinho em sua bochecha e devagar
ela foi despertando. Primeiro tirou os fones de ouvido, que caíram em seu colo
e coçou os olhos antes de finalmente abri-los e me lançou um sorriso fofo.
Depois que a Bella havia dito que
gostava de mim, muito para ressaltar, no nosso segundo dia em Londres eu não
podia deixar de olhar para ela com um sorriso bobo nos lábios. Eu gostava dela,
já havia admitido isso para a minha família e principalmente para mim, minha
mãe havia me animado e incentivado a me aproximar de Bella durante a viagem e
era o que eu planejava fazer e dava certo quando Alice e Jasper não saiam
conosco, Emmett e Rosalie já sabiam e nos ajudavam, mas, principalmente, Alice não
podia saber de nada.
- Ciao. – disse com a voz um pouco rouca ao despertar.
- Oi Bella adormecida. –
- Chegamos? –
- Já. Em menos de dez minutos iremos
parar na estação. –
- Emmett sobreviveu à travessia? –
- Quando se tocou já estávamos em
solo francês. – brinquei e ela sorriu lindamente e voltou a apoiar a cabeça em
meu ombro. – Você já tem o itinerário para essa semana? –
- Io já tenho o che io quero fazer.
– comentou sorrindo e eu dei um beijo em sua testa.
O trem parou na estação de Paris às
onze da manhã e após nós pegarmos nossa bagagem, nos dividimos em um taxi, e
por ironia do destino o taxi que Alice, Jasper e Emmett pegaram não falava
inglês, e o francês deles era péssimo e sobrou para Bella passar o endereço do
hotel para ele, em um francês impecável. Bella, Rosalie e eu fomos a outro com
Bella passando o endereço para ele também em francês.
O taxi parou em frente ao Pullman
Paris Tour Eiffel, a meia hora de distância da estação de trem. Quando nós
paramos em frente ao hotel e eles notaram a distância da estação, eles
começaram a reclamar, principalmente Alice, preferia ficar perto da estação,
ainda mais sabendo que Bella havia reservado as passagens de trem para de manhã
cedo e quando Rosalie concordou com Alice, Bella nem esperou ela terminar de
falar e tratou de vira-la para a frente da rua, de onde tínhamos uma bela vista
da torre Eiffel e Rose deu um berro que assustou a todos ao ver que ela ficaria
em um quarto com vista para a torre e agarrou Bella pelo pescoço pulando.
Rindo, Bella puxou-a pela mão para
dentro do hotel. O recepcionista que nos recebeu falava francês, ele deixou bem
claro ao fazer o nosso check-in, todavia, Bella, provavelmente cansada de falar
inglês, falou apenas em francês com o homem. E mais uma vez ela ficaria em um
quarto separado de Alice, dessa vez por escolha própria, Alice havia feito
questão de ficar em um quarto com Jasper, reclamando que ela havia vindo para
essas férias para ficar com o namorado e achava ridículo que os casais ficassem
separados, e Rosalie resolveu ficar no quarto com Bella, e do jeito que ela
olhou para a minha menina, eu sabia que não viria boa coisa dali.
- Então, o que faremos hoje? –
Emmett perguntou enquanto esperávamos o elevador subir até o nosso andar. –
Ainda temos um longo dia pela frente... –
- Io queria levar a Rose a um
lugar... – Bella disse tendo o braço de Rose passado por cima de seus ombros.
- Qual lugar? – e Emmett, pensando
merda como sempre, ergueu a sobrancelha.
- Champs Elyssés. – mal ela terminou
de falar e Rosalie saltitou animada no elevador. Até porque não era para menos,
era a principal avenida para fazer compras. – Io pensei em hoje fazermos uma
caminhada pela Champs Elyssés, ver o arco do triunfo e passar pela Praça da
Concórdia. E para non ficar tudo em cima da hora... – e ela me encarou. – E
non, io non irei deixar os arredores de Paris. – e eu balancei a cabeça rindo.
– Io pensei que pudéssemos fazer as compras logo hoje. –
- Só tem um problema... – e Rose fez
um bico. – Eu não tenho dinheiro para gastar na Champs Elyssés. Quer dizer, se
eu gastar tanto dinheiro assim, meu pai me mata... – Bella não respondeu.
Apenas colocou sua mochila para frente e tirou uma carteira lá de dentro e
sacou um cartão da carteira e eu vi os olhos de Rose brilhar.
- Io non o uso desde que voltei da
Tailândia, nas férias de inverno. Mia
madrina non permitiu que io o usasse em Forks, e io acho que ele merece ser usado. –
- É um cartão Black? – perguntou
pegando o cartão e segurando como se fosse à coisa mais preciosa do mundo.
- É. – estava explicado o cuidado de
Rosalie. Era um cartão Black sem limites, não sei como eu nunca havia pensado
que ela tinha um cartão sem limites, o estranho seria se ela não tivesse,
principalmente com a fortuna que ela tem.
- Não era você que não gostava de
fazer compras? – Alice perguntou quando as portas de metal do elevador abriram
e Rose continuava a babar pelo cartão.
- Você me entendeu errado Alice.
Todo mundo gosta de fazer compras. O que io non gosto é de fazer igual a você,
que perde o dia inteiro e quase se estapeia por causa de uma roupa. – respondeu
a prima e se voltou a Rose. – Io pago para você. –
- Eu não... –
- Non começa com essa que io non posso aceitar. – e Bella afinou a
voz enquanto caminhava até a sua porta. – Até porque io non perguntei se você
quer que io pague pra você, io disse que io pago para você... –
- Quer casar comigo? – Rose perguntou
emocionada, nos fazendo rir.
- Perdonami, ma non. – e ela olhou para a prima. – E você pode vir
junto Alice. –
- Não. Muito obrigada. Já tenho
planos e não preciso ficar te seguindo. –
- Non tem ninguém te obrigando a me
seguir. – e ela me olhou. – E vocês? –
- Eu tenho uma proposta, caso me
permita... – e ela assentiu. - Vocês duas vão para a sua programação de garotas
e eu vou levar o Emmett até o Parque dos
Príncipes... –
- Obrigado, obrigado, obrigado... –
Emmett me agarrou emocionado. Ele era fã do PSG e tinha como sonho ir ao Parque
dos Príncipes.
- Emmett... Io vou te falar a mesma
coisa que falei em Londres. O futebol está de férias. – Bella disse.
- Eu sei. Mas já é um avanço... –
ele disse.
- Como eu estava falando. Eu vou
leva-lo ao Parque dos Príncipes e no final da tarde, marcamos em algum lugar
para jantar. – e Bella e Rose se entreolharam.
- Feito. – Rose disse.
- Io conheço um ótimo lugar... –
- Claro que conhece... – Alice disse
ironicamente e Bella a ignorou.
- Sabe o famoso carrossel em frente à
torre Eiffel? Aquele da foto do plano de fundo do seu notebook. – Bella
perguntou a Rose, que assentiu. – Noi podemos nos encontrar ali. –
- Por mim tudo bem... Jasper vem
conosco? – perguntei. Eu sabia que Jasper também era fã do PSG, tanto que
quando tinha um jogo importante os dois se juntavam para assistir.
- Não. Ele já tem planos comigo. –
Alice disse a puxando para dentro do quarto e batendo a porta com força.
- Io deveria ter ido direto para
Siena... – Bella resmungou baixo. – Non vão se perder, non é? –
- Não. Meu francês é razoável. –
Bella não estava convencida da minha resposta e procurou algo em seu celular e
em dois minutos meu celular vibrou em meu bolso. Ela havia me mandado um
endereço. – Avenida Gabriel, próximo a Praça da Concórdia? – li em voz alta e a
encarei confuso.
- Embaixada americana. – respondeu
como se não fosse nada demais e eu balancei a cabeça rindo.
- Pode deixar, manterei o endereço
em mãos... E a senhorita, sabe onde fica o consulado italiano? –
- Em frente ao museu de Monet. –
respondeu, dando de ombros.
- Ótimo. Nós nos encontramos lá
embaixo para almoçar? – e ela assentiu. – Ok. – ela seguiu para o quarto que
dividiria com Rose e eu entrei no que eu dividiria com Emmett.
Os quartos ficavam todos do mesmo
lado e todos tinham vista para a torre e dava para um quarto se comunicar com o
outro pelas sacadas que eram grandes e largas e nós podíamos ver Rose enchendo
a memória do seu celular tirando fotos com a torre de fundo. Nós ficamos ali
apenas o tempo suficiente para as bagagens chegarem e logo em seguida descemos
e encontramos as garotas lá embaixo. Enquanto nós nos dirigíamos para um
restaurante próximo ao hotel para que pudéssemos iniciar nosso passeio, nós
vimos Alice e Jasper entrando em um taxi sabe-se lá Deus para onde, já que ela
não deu satisfação.
Após o almoço e para não gastar
muito, resolvemos ir de metrô para nossos respectivos lugares. Bella e Rose
subiram para a Champs Elyssés e nós descemos até o Parque dos Príncipes. Como Bella
já havia falado não tinha jogos, o campeonato já havia acabado e so recomeçaria
agora em agosto, mas tinha outras coisas que poderíamos fazer no estádio. A
Além da visita guiada pelo estádio,
incluindo campo e vestiário tinha também a visita ao salão de troféus no clube.
Toda a visita durou duas horas e por volta das quatro horas estávamos pegando o
trem para nos encontramos com as garotas em frente ao rio Sena. Ao chegarmos lá
a única que eu vi foi a Bella, sentada em um dos bancos as margens do jardim do
palácio de Trocadero.
- Madrina, io tenho que desligar... Dopo io parlo con te... – e quase que sem esperar por resposta, ela
desligou o telefone ao nos ver. – Divertiram-se? –
- Bastante. – Emmett respondeu por
nós dois. – Rosinha? – e Bella apontou para o carrossel a nossa frente e ele
foi até lá enquanto eu me sentava ao seu lado.
- Sabe. Quando alguém fala que vai
fazer compras, eu espero no minuto duas sacolas. – comentei notando que não
tinha nenhuma perto dela.
- Passamos no hotel e deixamos lá.
Até perché io tenho certeza de que
Rose fez um buraco na minha conta bancária. – comentou e eu balancei a cabeça
gargalhando.
- Qual é o problema com a Renata? –
- Alice ligou para ela desesperada
perché tinha se perdido e mia madrina me ligou para saber o motivo de io non
estar com Alice. –
- Você disse que Alice não queria ir
com você... –
- Sì. Só que Alice havia dito para
ela che noi havíamos saído e non tínhamos falado com ela e che ela tentou ir
para onde noi havíamos falado e se perdeu. E madrina acreditou nela, agora io
non tenho tanta certeza... –
- É incrível o fato de como Alice
sempre conseguiu manipular a Renata. –
- Já tinha notado? –
- Toda Forks já tinha notado. Alice
sempre manipulou os pais e eles sempre fizeram o que ela queria. Deu uma
diminuída quando você chegou... –
- Está ai o motivo de ela me
detestar. –
- Bella... Alice não te detesta. Ela
é sua prima... –
- Minha prima che non consegue ficar
no mesmo lugar che io por mais de cinco minutos. – respondeu me encarando. – Mia mamma tinha razão, é convivendo che
se conhece de fato as pessoas. Io non conhecia essa Alice. É estranho, perché
agora io non sei como entender o que aconteceu nos primeiros meses que passei
em Forks. Io non sei se aquilo era de verdade e começou a dar errado conforme
io fui me aproximando de vocês e por causa daquele incidente naquele ridículo
dia do amor, perché foi ali que ela começou a mudar comigo, ou se tutto lo che io vivi com ela, quando ela
ia me visitar em Siena, havia sido mentira e finalmente io sto conhecendo minha prima. – e antes que eu pudesse responder
ela continuou. – Para ser sincera... Io acho que ela mudou muito quando começou
a namorar com o Jasper. Ele é uma pessoa legal e tudo mais e io sei que quando
alguém começa a namorar as pessoas mudam, mas ela mudou muito. –
- Ele também. – comentei. – Se você
visse como o Jasper era antes desse relacionamento... Ele nunca teria feito que
fez hoje, deixar de fazer algo que queria fazer muito, só porque Alice disse e
sem comentar nada. – e eu a encarei e vi-a suspirando tristonhamente. – Bella ela
não está assim por sua causa. Ela está assim porque deixou de ser a menininha
dos olhos dos pais... –
- Por causa de quem? – rebateu.
- Bella, você não tem culpa do que
aconteceu. Acha que se pudesse escolher você estaria aqui? Isso teria
acontecido? Claro que não. Se por algum motivo Alice falou ou deixou a entender
que o que aconteceu foi sua culpa, saiba que ela está errada. –
- Lo so. –
- Seria a mesma coisa se fosse ao
contrário... –
- Non, non seria, perché io nunca a trataria do jeito que
ela está me tratando. – respondeu irritada. – Até perché se mia mamma me
visse tratando Alice dessa forma, ou colocando um homem em cima da família ela
iria dar na minha cara. Família sempre vinha em primeiro lugar para mia mamma e foi assim que me criou. –
- Não tem como comparar Bella. Os
cinco anos que eu passei estudando em Milão eu notei isso. Todos os italianos,
ou melhor, para não generalizar, a maioria dos italianos tem essa visão de que
família vem em primeiro lugar. Que é uma das coisas mais importantes que a
pessoa pode ter na vida. Mas na América as coisas não são assim. Na Itália
primos de vigésimo grau são considerados família, enquanto na América eles são
apenas conhecidos, não chegam nem a serem parentes. Muitas pessoas em Forks,
não consideram você e Alice como família, pois para muita gente, o conceito de
família abrange apenas mãe, pai e irmão, e no máximo os avós. Tios e primos já
passam a serem parentes e eu nem preciso falar de padrinhos e madrinhas, que é
o seu caso. Lá o conceito de madrina e padrinho não existe, apenas para batizar
a criança, tem gente que depois que cresce não faz a mínima ideia de quem são
seus padrinhos ou para que eles deveriam servir. – e ela suspirou olhando para
meu irmão e cunhada que tiravam algumas fotos no carrossel. – Eu sei que para
você fica mais fácil de suportar usando os valores e costumes que você tinha em
Siena, mas em Forks... Bella, nenhum deles significa nada. Os Estados Unidos
não nasceu de uma união família estável. Você sabe como ele foi colonizado,
acha mesmo que famílias fugindo da morte por serem protestantes; ou então
assassinos e ladrões, que só possuíam a opção de vir ao novo mundo ou ir para a
prisão, iriam construir um país com uma base familiar estável? São valores e
costumes diferentes, e por mais que Alice tenha descendência italiana por parte
de mãe, ela nasceu e cresceu nos Estados Unidos, ela aprendeu os costumes
americanos, Renata pode ter tentando passar alguns valores da Itália para ela,
mas Alice não aprendeu. Disso você pode ter certeza. –
- Você non... Non acha que ela possa
agir assim comigo pelo que io ho. Acha? – perguntou sem jeito com os olhos
marejados e com um leve tom choroso na voz.
- Refere-se à fortuna da Ferrari? –
ela assentiu. – Sinceramente eu acho. –
- Anch’io. Principalmente dopo
io ter ouvido que ela aproveitaria muito bem o dinheiro e que io non sabia
aproveitar. Provavelmente io fiquei tão focada em me apegar a alguém, em ter
uma espécie de porto seguro, che non percebi isso, ou preferi apagar da minha
cabeça. – e ela passou os dedos por debaixo dos olhos limpando quaisquer
vestígios de lágrimas. – Ma pelo
visto essa é a minha sina, non? Isso acontecia na Itália, perché non aconteceria nos Estados Unidos?! Todo mundo só se
aproxima de mim por causa do dinheiro. –
- Assim você me ofende. A mim, a
Rose e ao meu irmão. –
- Perdonami non foi minha intenção. – ela se desculpou ainda
levemente chateada, eu só não sabia se era pela situação com a Alice ou por, sem
querer, me comparar com seus conhecidos da escola de Siena.
- Não se preocupe. – e eu acariciei
delicadamente sua bochecha, vendo-a ficar um pouco avermelhada. Passei meu
braço pelos seus ombros e a puxei para perto de mim, dando um beijo em sua
têmpora. – Não deixe Alice estragar a sua volta para casa. – falei em seu
ouvido e ela sorriu docemente para mim.
- Então meus amores... – e Rose se
aproximou de nós com meu irmão.
- Divertiu-se com um cartão Black? –
perguntei soltando a Bella.
- É uma sensação maravilhosa você
entrar na loja, as vendedoras ignorarem você e quando vê um cartão Black falta
apenas caírem na porrada para ver quem vai lhe atender... – brincou. – Agora.
Ainda está cedo para irmos jantar, o que nos sugere? – Perguntou encarando Bella.
–
- Na verdade. Io queria voltar ao
hotel... –
- Você está bem? – Rose perguntou.
- Sì. Solo mal di testa... Quer
dizer... –
- Eu entendi. – Rose a interrompeu.
– Então vamos jantar e depois voltamos para o hotel. –
- Se vocês non se importarem, vão vocês... Io
volto para o hotel? –
- Sozinha? Nem pensar... – me
apressei em dizer.
- É só atravessar o Sena. Dez
minutos andando e io sto lá. É a mesma distância daqui para o restaurante. Io
vou ficar bem. – ela garantiu para mim. – Voglio
solo deitar um pouco. Se io sentir fome, dopo io peço serviço de quarto. –
e eu abri a boca. – E io ainda tenho che ligar para mia madrina, para Lena e
para o Aro. Ainda non
avisei aos altri due che io cheguei.
–
- Certeza? – Rose perguntou e Bella assentiu.- Tudo
bem... – Bella se levantou e eu levantei junto.
- Tem o endereço certinho, non é? –
e Rose assentiu. – Ok. –
- Eu já encontro vocês... – e eles
seguiram andando para o caminho que a Bella tinha indicado. – Bella, sabe que
se isolar não vai te fazer bem e... –
- Io non vou me isolar. Io realmente estou com dor de
cabeça, tenho que avisar a Lena e ao Aro e io non dou nem cinque minuti para
mia madrina me ligar de novo. –
- Tudo bem. – disse vencido. – Assim
que chegar ao hotel você me avisa. –
- Sì senhor... – fiz um carinho em
sua bochecha e ela atravessou a rua para cruzar a ponte e eu segui para perto
do meu irmão e cunhada e seguimos para o hotel.
Ao mesmo tempo em que nós chegávamos
ao restaurante a Bella chegou ao hotel, já que nós apenas nos sentamos à mesa e
ela mandou uma mensagem avisando que tinha chegado ao hotel. Nós jantamos com
Emmett falando merda como sempre e depois pegando um taxi voltando para o
hotel. Nós chegamos ao hotel por volta das 19h, Rose seguiu para o quarto que
dividia com a Bella, mas foi apenas ela abrir a porta, que ela fechou
imediatamente ao ouvir Alice e Bella discutindo no quarto, e ela não pensou
duas vezes antes de arrancar o cartão da porta das minhas mãos e entrou no
quarto correndo indo até a sacada para ouvir melhor a discussão e é claro que
Emmett foi atrás. E ao chegar lá demos de cara com Jasper na sacada do quarto
dele também ouvindo a discussão.
- Se você non quer ficar perto de
mim, non fica, ma anche non faz merda
e liga para a sua mãe. Perché io sto
a mais de meia hora ouvindo ela me passar sermão por sua culpa. –
- Quem foi que inventou isso aqui? –
- Você! – Bella gritou para a prima.
– Io nunca inventei em vir para França. Io queria ir para a minha casa, e em
momento algum io chamei você para vir comigo. –
- Eita porra... – Emmett disse
quando eu saí da sacada. – É treta. Casos de família. –
- Cala a boca idiota. – Rose sibilou
para ele. Eu deixei os três fofoqueiros ouvindo a treta e fui tomar um banho,
eu podia muito bem ir interromper a briga, mas sabia que essa era a única
chance que Bella teria de colocar o que ela estava sentindo pela prima para
fora, e nós não sabíamos se ela teria outra chance.
Enquanto eu tomava meu banho e me
vestia eu ouvia alguns comentários de Emmett, que agia como se estivesse vendo
a briga do século e foi só eu terminar de me vestir e sair do banheiro, ainda
secando meus cabelos com uma toalha que eu dei de cara com Rose falando que a
briga havia acabado e que Bella havia saído do hotel. Joguei a toalha de
qualquer jeito em cima dela e deixei o quarto, eu não tinha tempo para esperar
o elevador e desci os dez andares do hotel pela escada de emergência, e já sem
fôlego eu saí pela porta do hotel encontrando a rua vazia, com exceção do
manobrista.
- Sono qui! – eu ouvi a voz de Bella vindo de trás de mim e me virei,
ela estava sentada ao lado da porta do hotel, em um banco de madeira e por um
milésimo de segundo, eu senti vontade de esgana-la, que logo passou quando eu
vi pequenas lágrimas escorrendo de seus olhos.
- Por que saiu do hotel há essa
hora? – perguntei me sentando ao seu lado.
- Tecnicamente, ainda estou no
hotel. – retrucou.
- O que... –
- Non se atreva a perguntar o que
aconteceu. – interrompeu-me irritada. – Ou acha che io non sei que estava todo
mundo ouvindo? –
- Tecnicamente eu estava tomando
banho, então eu só ouvi a parte onde você disse que não tinha chamado Alice
para vir nessa viagem. – admiti e ela fungou passando as mãos pelos olhos. – O
que aconteceu? –
- Madrina disse che caso Alice ligue para ela de novo, atrapalhando
as férias dela, ela vai fazer todo mundo voltar. – e ela fungou de novo. –
Disse che ou ficamos todos juntos ou é para voltar para Forks. Perché non tem
un único giorno desde que viajamos che Alice non ligue para ela para reclamar
che io saio com vocês e deixo Jasper e ela para trás. –
- Você sabe que isso é mentira. Sabe
que é Alice que não... –
- E do que adianta io saber e ela
acreditar na filha? – e antes que eu pudesse falar mais algo ela continuou. –
Io só queria ir para a minha casa... – Bella escondeu o rosto em suas mãos e eu
a puxei para mais perto de mim, dando um beijo em sua cabeça e meu celular
vibrou em meu bolso, uma mensagem de Emmett.
‘Dê:
Cara gostosão.
Para:
Cabeçudo.
Achou
a anã psicopata?’
Eu li a mensagem e bufei, Emmett
tinha que parar com essa mania de chamar a Bella de anã psicopata. E
rapidamente eu respondi sua mensagem. –
‘Dê:
Edward.
Para:
Idiota.
Já
falei para parar de chamar ela assim. E sim eu achei. Estamos aqui embaixo. ’
Enviei a mensagem e guardei o
telefone em meu bolso. Bella não tinha voltado a chorar, mas ainda fungava
enquanto singelas lágrimas escorriam de seus olhos vez ou outra. Eu pretendia
deixá-la se acalmar o que ela própria achasse necessário e após ela ficar uns
cinco minutos com a cabeça apoiada em meu peito ela se afastou.
- Vamos... –
- Io non quero entrar. Io quero
ficar o mais longe possível de Alice até io me acalmar. –
- Então vamos dar uma volta.
Aproveitar o vento fresco e esfriar a cabeça... Eu já sei o que podemos
fazer... – e ela me encarou. – Sabe andar de bicicleta? – assentiu. – Já
assistiu ao filme Meia Noite em Paris?
–
- Non sono sicuro. É comédia
romântica? –
- É... –
- Io non gosto muito de comédia
romântica. É meloso demais... –
- Que seja. Eu vi e adorei o filme.
–
- Bom para você... –
- Desde que eu vi o filme eu, por
mais idiota que isso possa parecer, eu sempre prometi a mim mesmo que quando
viesse a Paris iria andar de bicicleta pela cidade à noite... – e eu deixei a
frase morrer e ela ficou me encarando.
- Está me convidando para andar de
bicicleta por Paris às 20h? – assenti e ela ponderou um pouco. – Se io morrer
io volto para te assombrar. –
- Vai precisar de um casaco? – e ela
negou e eu estendi a mão para ajuda-la a ficar de pé.
Ao lado do hotel tinha uma loja de
bicicletas onde nós alugamos duas, nós não avisamos ninguém, simplesmente
montamos na mesma e usando o GPS do celular e as placas de trânsito saímos
pedalando, aproveitando que há essa hora o trânsito já estava mais tranquilo e
as ruas mais vazias. O passeio durou quatro horas, principalmente levando em
consideração de que por volta das dez e meia nós paramos para tomar um sorvete
próximo a Praça da Concórdia.
Nós percorremos boa parte do Rio Sena,
começando pelo Louvre e depois refazendo todo o caminho para voltar ao hotel.
Nós passamos por vários pontos turísticos de Paris como: Hôtel de Ville, o
prédio onde abriga as instituições do governo municipal. Place de la Bastille,
local onde ficava a prisão da Bastilha, que com a sua tomada em 1789 deu-se
início a Revolução Francesa. Île
Saint-Louis, uma das ilhas situadas em pleno coração de Paris, atrás da
Catedral de Notre Dame. Île de la Cité, o coração de Paris, onde a cidade
medieval foi fundada e onde fica a Catedral de Notre Dame. Conciergerie,
vestígio do antigo Palácio da Cidade, uma das residências e sede do poder real
francês durante os séculos X ao XIV. Pont Neuf, a mais antiga das pontes que
cruzam o Sena. Museu de Orsay, um dos museus onde as principais pinturas e
esculturas da arte ocidental datam de 1848 e 1914. Hôtel dês Invalides, um
enorme monumento parisiense, construído por Luís XIV em 1670 para dar abrigo
aos inválidos dos seus exércitos. Ponte Alexandre III, a ponte mais ornamenta e
extravagante de Paris. Petit Palais, um edifício histórico e museu das belas
artes. Grand Palais, um edifício que faz parte do conjunto monumental junto com
a Ponte Alexandre III e o Petit Palais. Place de la Concorde, a segunda maior
praça da França e placo de importantes acontecimentos. Champs Élysées, uma das
mais famosas ruas do mundo. Arco do triunfo, um monumento construído em
comemoração às vitorias militares de Napoleão. E finalizando nossa pedalada em
frente à Torre Eiffel.
Durante todo o trajeto nós
esbarramos em muitos outros ciclistas que faziam o mesmo trajeto, ou um trajeto
parecido com o nosso. Nós nos sentamos no Champ de Mars, que mesmo que fosse
00h ainda estava cheio de pessoas tirando fotos na torre ou sendo pedidos em
casamento.
- Io... – ela falou após alguns
segundos de silêncio enquanto assistíamos a mais um pedido de casamento, o
quarto dos últimos dez minutos. – Io penso che caso alguém me pedisse em
casamento dessa forma, io surtaria e responderia com uma tapa. – comentou.
- Por quê? É romântico. As pessoas
gostam de coisas românticas. -
- Sì. E perché sono italiana, lo sono
geneticamente pré-disposta a ser una persona
romantica... – comentou e eu deitei na grama rindo. – E io sono una persona romantica. Ma... No lo so. Io penso che é mais romântico apenas as
duas pessoas. Até perché, come parlava
mia mamma, quando você marca uma data ou hora para fazer tal coisa, non
fica espontâneo, che i migliori momenti
della vita sono quando é feito na espontaneidade... É confuso, ma... –
- Eu entendi. – e eu voltei a me
sentar na grama. – Eu me lembro de quando perdi minha virgindade... – e ela me
encarou com o canto dos olhos assustada, sim, eu estava falando de quando eu
perdi minha virgindade para ela. – Era com a minha namoradinha da vida inteira,
sabe, aquela que você cresce junto, passa por todos os momentos juntos e... –
- E non ficaram juntos até hoje
perché? –
- Por causa dessa noite em
questão... – e ela ainda me encarava assustada, mas eu via um brilho de
curiosidade nos olhos. – Nós tínhamos marcado, combinado e tudo mais para
perdermos a virgindade juntos na noite do baile do ensino médio... Bom, nessa
mesma noite eu fiquei muito nervoso, sabe, bem nervoso mesmo, até porque eu
achava que ela era a mulher da minha vida, e... E eu não conseguia ter uma
ereção. E eu ficava mais nervoso ainda e a situação ficava pior, até que como
por um milagre, ele subiu. Pensando bem era melhor nem ter subido... Encurtando
a minha vergonha, eu gozei dois segundos depois... – e ela disfarçou uma risada
com tosse, mas ela não conseguiu disfarçar por muito tempo e começou a
gargalhar. – E eu pouco liguei, eu estava feliz porque finalmente tinha perdido
a minha virgindade, até Emmett que tinha oito anos já me sacaneava, e ele nem
sabia o que era sexo, mas me sacaneava porque ouvia um ex-amigo meu me
sacanear. – e a cada palavra que eu falava ela ria mais ainda. – Depois, dois
dias depois, eu estava achando que nós iríamos juntos para Oxford cursar
medicina, quando na colação de grau eu descobri que ela não era mais virgem
quando dormiu comigo e que transava quase todo final de semana com o meu melhor
amigo. –
- Io sinto muito, ma ainda quero
rir. –
- À vontade. – mas ela não riu, ela
chegou mais perto de mim, com nossos braços roçando um ao outro. – Se eu
continuasse com ela eu seria muito idiota. – continuei. – E se fosse para
Oxford eu também seria muito idiota, não iria aguentar ver os dois andando para
cima e para baixo na minha frente. Então fui para Milão e cursei biologia. –
- Então... Io acho que você foi
idiota por ter desistido de Oxford. Qual é. É Oxford. Até io quero ir para
Oxford. Fazer, io non lo so, ma até io quero ir para Oxford. –
- A verdade era que eu também nunca
quis fazer medicina, ia fazer por causa de meu pai. Eu me encontrei em biologia
e em Milão. –
- E se descesse mais um pouquinho
encontraria a mim. – comentou sorrindo. – Eu com oito anos, mas encontraria a
mim. – e eu dei um beijo em sua testa e ela sorriu mais ainda.
- Bom, na minha segunda tentativa eu
também fiquei bem nervoso, com medo de fazer merda, mas foi tranquilo, não teve
horário marcado nem nada marcado... E eu também não lembro muito bem de como
foi, porque eu estava completamente bêbado, meu primeiro porre. – e ela
balançou a cabeça rindo. – E quanto a você? –
- Io nunca tomei um porre e nem
transei. E depois de uma conversa com a mia mamma, io nem sei se quero. – e
quem riu agora fui eu, imaginando o teor da conversa. – Ma... Ma caso aconteça,
non quero data marcada e nem horário, nem essas coisas de luz de velas,
rosas... É meloso de mais para mim. Come
parlava mia mamma... –
- Espontaneidade. – nós falamos
juntos e rindo.
- Ma no mínimo tem que ser com alguém especial. – comentou apoiando a
cabeça em meu ombro enquanto olhava as luzes que iluminavam a torre.
Ela não queria dizer o que eu
entendi? Ou será que queria? Mas eu resolvi fingir que não havia entendido e
nem escutado e apoiei a cabeça contra a sua e ficamos ali. Acabou que nós dois
ficamos ali no gramado a madrugada inteira e acabamos vendo o sol nascendo ali
mesmo e depois devolvemos as bicicletas e voltamos ao hotel. Eu deixei Bella na
porta de seu quarto, com um beijo na testa e entrei no meu, nós iríamos nos reencontrar
no restaurante do hotel para o café da manhã. Hoje eu iria tomar um pouco as
rédeas da viagem e após me vestir, exigi que Alice e Jasper fossem tomar o café
da manhã com todo mundo reunido, e depois seguimos todos para o meu quarto com
Emmett.
- Edward, fala de uma vez o que
quer, que eu tenho que sair. – Alice resmungou já irritada logo de manhã cedo.
- Você não vai a lugar algum, Alice.
– falei firme. – Para evitar as confusões de ontem, para evitar que você
perturbe a sua mãe durante a viagem dela. Nós ficaremos o dia inteiro juntos,
entraremos em consenso para onde vamos e ficaremos juntos do nascer do sol até
o pôr, a noite cada um faz o que quiser, mas durante o dia ficaremos todos
juntos, até chegarmos a Siena. Nem que seja ficar presos dentro do quarto do
hotel, mas ficaremos juntos. –
- Mas... –
- Fim da história Alice. Nós ainda
temos seis dias pela frente. Então, para não haver brigas... – e eu peguei um
mapa de Paris e estendi em cima da cama. – Temos seis dias e somos seis
pessoas. Cada um vai escolher o que quer fazer em um dia. O que você quer fazer
Alice? –
- Compras. – disse como se fosse o
mais obvio do mundo.
- Rose? –
- Eu sei lá... De nome eu só conheço
a torre, o arco e a igreja. –
- Feito. Um dia tiraremos para conhecer
o arco, a torre e a igreja... –
- Catedral. – Bella me corrigiu.
- É a mesma coisa. –
- Non é non. Catedral é onde fica a
sede da diocese, onde tem a cadeira episcopal. O que significa que para haver
uma catedral, tem que ter um bispo. Basílica ainda é mais importante que uma
catedral, já que ela está diretamente ligada ao Papa e não ao Bispo... Io sono
do país das igrejas, discutir o conceito de igreja comigo é o mesmo que
discutir o conceito de barco com um marinheiro. – bufou irritada. – E io abro
mão do meu dia com due condições, a partir do momento em que io já conheço toda
Paris, io non tenho nenhuma viela para conhecer, todavia io quero ir a
Versalhes, de novo, e ir ao Café del Flore. – respondeu. – E para isso non
ficar mais bagunçado do que já está, posso sugerir uma coisa? –
- À vontade. –
- Paris é dividida por 20 distritos.
Perché non pega os principais e vai cada dia em um?! Tão mais fácil do que cada
um escolher o que quer fazer. Rose mesmo. A Torre, o Arco e a Catedral... – e
ela focou bem na Catedral. – São em distritos diferentes, perderá mais tempo se
deslocando de um para o outro do que no local em si... –
- É cara, ela é mais inteligente do
que você... – Emmett disse dando uma batidinha em meu ombro.
- Muito mais fácil. –
- Quais são os bairros principais? –
perguntei. Se ela já conhecia Paris de cabo a rabo, por que não perguntar logo
a ela?
- O que você considera principal? –
questionou e ela mesma respondeu. – Para mim... O 1º, onde fica o Louvre. 4º
Notre Dame e Bastilha. 6º Palácio e Jardins de Luxemburgo. 7º Torre Eiffel. 8º
Concórdia e Champs Élysses. 14º As catacumbas de Paris... – e ela me encarou
com os olhos brilhantes. – 16º Parque dos Príncipes e Trocadero. 17º Arco do
Triunfo. 18º Montmartre. – e os olhos dela brilharam de novo. – Acho que só...
Ah... Versalhes fica a uns 40 minutos de carro ou trem. E non podemos nos
esquecer da Disney europeia há 40 minutos também. Só que, Versalhes é para o
lado da Espanha e a Disney europeia para o lado da Alemanha. –
- Disney Europeia. Disney Europeia.
– Alice gritou.
- Na Disney vai se perder um dia
inteiro, e para Versalhes metade do dia. –
- Então vamos lá... O que diabo você
quer fazer nas catacumbas de Paris? – eu perguntei a Bella e ela riu.
- Son catacumbas. As do Corcunda de
Notre Dame... – e eu ergui a sobrancelha. – Do filme da Disney. - e ela começou
a cantarolar a música em italiano.
- São ossos. –
- De Robespierre, Isabel de França,
Jacques Danton... – e eu abri minha boca. – Ricorda
che mia mamma era professora de história... –
- Verdade... – e eu olhei para o
mapa. – Então vamos fazer o seguinte... Hoje vamos tirar o dia para irmos ao
Louvre e aos Jardins de Tuileries. Segunda nós vamos a Notre Dame, Bastilha e
Luxemburgo e as catacumbas de Paris. Terça a Montmartre, Arco do Triunfo e
Trocadero. Quarta nós vamos a Disney. Quinta nós vamos a Versalhes. Sexta Torre
Eiffel e compras. Sábado vamos sair cedo? –
- O trem saí as 8:30h. –
- Ok. Todo mundo de acordo? – e eu
olhei fixamente para Alice.
- Sim. – e eles falaram todos
juntos.
- Onde é esse café que você quer ir?
–
- Café del Flore? Entre a Île de la
Cité e Jardins de Luxemburgo. –
- Então vamos ao café ao deixarmos a
Catedral. – e eu olhei meu relógio de bolso. – Vocês têm cinco minutos para
pegar tudo o que quiserem para irmos embora... - e todos saíram menos Emmett e
Bella.
- Io quero pedir uma coisa estranha.
– ela falava baixo enquanto Emmett pegava algumas coisas.
- Mais estranha que as catacumbas? –
- Para alguns sì, principalmente
levando em consideração a minha idade. – e eu respirei fundo antes de olhar
para ela. – Vamos a Ópera Garnier? – e eu pisquei os olhos sem acreditar no que
ela havia pedido. – Sempre que io vinha a Paris com meus pais nós íamos a Ópera.
E hoje a noite vai ter Mozart. – e agora eu e Emmett a encarávamos sem
acreditar no que ela dizia. – Che? Mio babbo ouvia Mozart. – eu e Emmett nos
entreolhamos por um minuto e eu a encarei novamente. Ela tinha as mãos
entrelaçadas em frente ao seu corpo, mordia o lábio inferior esperando minha
resposta e seus olhos castanhos brilhavam de ansiedade.
- Vamos. – respondi sorrindo.
- Grazie. Grazie. Grazie...
– e ela ficou nas pontas dos pés para me dar um beijo na bochecha e saiu do
quarto animado.
- Ele está tão apaixonado... –
Emmett comentou assim que ela fechou a porta.
- Completamente. – admiti
suspirando. – Vamos embora. –
Nós saímos do quarto e seguimos para
a recepção, eu estaria mentindo caso falasse que não havia pensado que Alice
não iria aparecer, mas ela apareceu, emburrada, mas isso era o de menos. Todos
já estavam lá e nós deixamos o hotel até a estação de trem mais próxima. Nós
seis pegamos um trem até a estação mais próxima ao museu e por Bella ser um
tanto quanto precipitada, ela já havia comprado as entradas de todos para o
Louvre pelo celular, o que nos livrou da fila dos ingressos.
A manhã toda e uma boa parte da
tarde foi gasta do lado de dentro do museu, e depois que saímos para almoçar,
quase ás 14h, nós passamos o final da tarde andando pelo jardim de Tuileres,
com esse passeio eu notei que Alice e Rosalie se reaproximaram um pouco, já que
uma pedia para a outra para abarrotar a memória de seus celulares com foto,
enquanto Bella basicamente focava no lugar.
Emmett ficou me encarando confuso ao
ver que o tão famoso quadro da Mona Lisa é pequeno em comparação as fotos que
tiravam dele. Eu precisava ficar de olho para que ele, desastrado do jeito que
era, não esbarrasse e quebrasse algo, até porque eu não queria nem pensar em
quanto seria gasto caso quebrasse algo
dentro deste museu. Ás 18h, quando ele fechou, nós saímos e voltamos para o
hotel, Rose e Emmett sairiam com Alice e Jasper para jantar enquanto eu levaria
Bella até a ópera, e eu ainda não havia conseguido acreditar que ela havia
pedido para ir à ópera. Ela tem dezesseis anos!
Desde sempre eu fui uma pessoa
prevenida para tudo, então era obvio que eu tinha um terno dentro da mala,
quando eu fiz a mala, eu não esperava usa-lo, mas graças a Deus eu trouxe. Eu
me vesti e tentei dar uma ajeitada no cabelo, mas ele era um caso perdido, me
contentei em deixa-lo do jeito que estava, peguei meu celular e carteira e saí
do quarto indo bater a porta do quarto de Bella.
- Está...? – e eu deixei a frase
morrer quando Bella abriu a porta.
Deus como ela estava linda. Bella já
era linda com roupas casuais e de qualquer forma, mas ela estava deslumbrante
agora. Um vestido de alças finas e que batia até um pouco abaixo de seus
joelhos, ele era levemente rosado, quase branco, com a cintura um pouco marcada
e com várias estrelas bordadas, principalmente no busto e outras mais na saia
do vestido, e pela primeira vez em seis meses, eu a vi em cima de um par de
saltos. Seus cabelos estavam soltos e com leves ondas e uma maquiagem leve.
- Edward? – ela me chamou e eu
balancei a cabeça piscando.
- Desculpa... – pedi sem jeito. –
Meu Deus, você está deslumbrante... E-Eu estou deslumbrado. – e suas bochechas
coraram.
- Grazie. –
- Pronta? –
- Sì. – ela saiu do quarto e fechou
a porta atrás de si e pegou minha mão.
Nós seguimos para o elevador ainda
de mãos dadas, e dedos entrelaçados e pegamos um táxi na porta do hotel até a
casa de ópera. A viagem demorou dez minutos de carro, e mais uma vez ela havia
comprado o ingresso com antecedência e às 20h em ponto, nós estávamos sentados
em nossas cadeiras, com as cortinas se abrindo e o maestro iniciando a
orquestra. E durante toda a noite, ela não havia soltado sua mão da minha e
durante as duas horas da ópera, ela ficou com a cabeça apoiada em meu ombro.
Duas horas depois nós seguimos até
um restaurante ali perto e depois para os jardins do Trocadero, onde nós nos
sentamos na mureta, ela descalça e com os saltos ao seu lado e usando o blazer
do meu terno e mais uma vez ficamos ali a madrugada inteira, e só saímos dali
quando o sol nasceu.
Segunda feira foi um dia bem corrido
com Notre Dama, Bastilha e Luxemburgo e as benditas catacumbas que Bella queria
tanto ver. À noite nós jantamos no hotel mesmo, cada um em seu quarto, já que
todo mundo estava bem cansado e no dia seguinte iríamos sair cedo. O dia
começaria no Terça em Montmartre, almoçaríamos próximo ao Arco do Triunfo e
terminaríamos o dia no Trocadero. E desde que eu havia batido o pé para ajeitar
tudo e não haver mais fofocas para Renata, principalmente vindo de Alice, assim
que nós chegamos ao hotel por volta das 17h, cada um seguiu para os seus
afazeres não supervisionados por mim.
Rose e Emmett marcaram de ir jantar
fora e Alice e Jasper foram juntos. Eu sabia que Bella não havia sido chamada
pela prima, e que ela não iria ficar próxima a ela, tanto que Rose nem insistiu
em que ela fosse. Eu pretendia tomar um banho e ir chamar Bella para ir jantar,
talvez no restaurante do hotel ou em um restaurante próximo. Eu estava
terminando de me calçar quando uma batida soou pela porta.
- Bella? – questionei ao abrir a
porta e vê-la a minha frente com um casaco em mãos. – O que deseja? –
- Io quero saber se quer dar uma
volta comigo... Já que fomos abandonados aqui... – ela falava balançando em
seus pés.
- O que tem em mente? –
- Io pensei que poderíamos ir de
bicicleta até Montmartre, dar uma volta por lá e depois que voltarmos irmos
jantar aqui perto. – e eu ergui a sobrancelha. – É o bairro mais boêmio de
Paris, noi non podemos perder a oportunidade de vê-lo à noite... – e ela
balançou nos seus pés mais uma vez. – E se noi chegarmos cedo, e arrumarmos um
lugar podemos ver o pôr do sol da escada da Sacré Coeur. –
- Vou pegar meu casaco. – falei e vi
que ela ficou animada.
Eu peguei meu casaco em cima da
cama, já estava planejando chama-la para jantar e saí do quarto. Bella já me
esperava próximo ao elevador. Nós descemos e alugamos as bicicletas no mesmo
lugar da última vez e fomos pedalando até a Basílica do Sacré Coeur, bem no
meio do coração de Montmartre.
Nós paramos a bicicleta no
bicicletário e conseguimos um lugarzinho na escada já lotada para conseguir ver
o sol se pôr. Bella se ajeitou bem perto de mim com a cabeça apoiada em meu
ombro e eu a afastei um pouco fazendo-a deitar a cabeça em meu peito enquanto
eu passava meu braço por cima de seus ombros, trazendo-a para mais perto de mim
e dando um beijo em sua cabeça.
Um tempo depois de o sol ter se
posto nós seguimos com nosso passeio noturno. Nós andávamos, ou melhor,
pedalávamos pelas ruas boêmias da cidade, passando por todos os lugares por
onde havíamos passado pela manhã, só que dessa vez a noite, desviando das
várias pessoas visitavam o local e inspirando um ar muito mais boêmio do que as
ruas exalavam durante o dia.
Por volta das 22h devolvemos a
bicicleta e voltamos para o hotel, amanhã nós partiríamos para a Disney e nós
sairíamos cedo do hotel. Ao chegarmos ao nosso andar, Bella ficou na ponta dos
pés e deu um beijo em minha bochecha antes de seguir para o quarto e antes que
ela entrasse, eu a puxei pelo pulso, trazendo-a pra mais perto de mim e lhe
dando um abraço apertado, que ela prontamente retribuiu, eu inalei fundo o cheiro
do seu cabelo e dei um beijo em seu cabelo antes de soltá-la para que ela
entrasse em seu quarto e eu no meu.
No dia seguinte nós pegamos o metrô
cedo para ia a Disney, o parque abria às 10h e o trajeto demoraria cerca de
quarenta minutos no máximo. Pela primeira vez desde o inicio da viagem eu vi
Alice animada com algum passeio, mas a muito tempo ela falava que um dos sonhos
dela era ia a Disney europeia, algo que ela nunca havia tido a oportunidade.
Durante todo o caminho de metrô ela
ia animada e agarrando-se a prima falando que as três iriam se divertir muito,
o que fez com que Emmett e eu nos entreolhássemos confusos com a situação, e a
mudança repentina de Alice também não passara despercebida pela prima, que
tentava se afastar da mesma e ela sempre a puxava de volta, até que Bella se
levantou e se sentou entre eu e meu irmão.
Ao chegarmos a Disney, caso a Bella
não tivesse freado, Alice, que no momento parecia uma criança animada, teria
saído puxado ela com tudo até o castelo da Bela Adormecida, o que faria com as
duas caíssem de cara no asfalto. Algo me dizia que caso a situação fosse
diferente, se não tivesse ocorrido a briga entre elas há alguns dias, provavelmente
Bella estaria correndo com a prima para cima e para baixo, mas de qualquer
modo, Alice sossegou um pouco ao ver que o parque ainda estava fechado.
- Falta meia hora para o parque
abrir, o que vamos fazer? – Rose perguntou enfiando as mãos nos bolsos da
frente de sua jaqueta.
- Comer... – Emmett e Bella falaram
ao mesmo tempo e começaram a rir um do outro.
- Io sei onde tem um lugar muito
bom... –
- Partiu... – Emmett imitou Alice e
segurou Bella querendo puxa-la, mas ele não saiba para onde ela iria nos levar.
Bella foi puxando ele na frente,
pareciam que os dois tinham dois buracos negros no lugar do estômago já que os
dois haviam tomado café da manhã no hotel. Ela nos levou até o Earl of
Sandwich, onde todo mundo pediu alguma coisa para passar o tempo, eu fiquei
apenas no café enquanto os outros comiam, Emmett tomava o segundo café da manhã
falando que estava em fase de crescimento, Jasper e Rose pediriam uns
sanduiches, e Alice e Bella uns doces. Conforme esperávamos nossos pedidos chegarem,
cada um escolhia em qual atração queria ir, para ativar o fastpass, onde você marcava o horário do brinquedo que queria ir e
assim evitava filas.
Cada um iria para um lado do parque
e deveríamos nos encontrar por volta das 19h na porta da estação do metro para
irmos embora. Eu não queria que nós nos separássemos, mas cada um havia marcado
um horário em uma atração que coincidia com o horário de outro, e nós não
tivemos escolha a não ser nos separamos. Eu obviamente havia ficado com a
Bella, e não apenas porque estava usando o conselho de minha mãe de usar a
viagem para me aproximar, e sim porque ela era a mais nova do grupo, e porque
ela poderia sentir alguma coisa devido a pancada na cabeça do acidente, eu
sabia que já tinha quase cinco meses, mas os sintomas poderiam aparecer de seis
até doze meses.
- Sabe que o fato de ficar vigiando
apenas a mim é algo estranho, non sabe? – comentou enquanto ela olhava uma
prateleira de canecas de uma das lojas do parque.
- Por quê? –
- Perché essa sua desculpa é bem
ridicula... – respondeu me encarando. – Por io ser a mais nova? Sabe che é
impossível io me perder, non sabe? Io
parlo francês perfeitamente... –
- Ok. Admito que a ideia de você se perder é um
pouco ridicula... Mas, caso você não se lembre, você pode sentir alguma coisa
de seis a doze meses... – e ela suspirou. – O sol está um pouco forte e você
pode passar mal e... –
- E você vai perder a oportunidade
de ir a vários brinquedos, onde alguns non têm na Disney da Califórnia e nem da
de Orlando, apenas para bancar meu enfermeiro particular? – perguntou a
sobrancelha arqueada. – Non che io esteja reclamando, ma... –
- Não vai a brinquedo nenhum? –
- Tuo babbo me proibiu... – e antes que eu perguntasse o motivo ela
apontou para a própria cabeça. – Mesmo ele sabendo che io non sinto nada a um
bom tempo... Non quer arriscar... Disse
ele e io concordo. Io quero chegar viva a Siena. -
- E mesmo assim sugeriu um parque de
diversões? – e ela suspirou. – Você apenas sugeriu vir aqui por causa de Alice.
–
- De certa forma... Sì... – não era
uma pergunta, mas ela respondeu do mesmo jeito. – E isso só significa uma
coisa... Io bati meu recorde de burrice... Ainda fiz algo por ela, mesmo dopo aquela briga e sabendo che ela non
faria o mesmo por mim... É muita burrice em uma pessoa de 1,60cm. – e ela
voltou à atenção as canecas.
- Eu não considero isso burrice... –
comentei apoiando-me na pilastra de concreto. – Você ainda ama a Alice, ela é
sua prima, você talvez achou que esse passeio para cá ajudaria vocês duas a se
entenderem, mas você notou que ela apenas agiu do jeito que está agindo hoje
porque você fez uma vontade dela... –
- Depois daquela discussão ela nem
olhou mais na minha cara e hoje estava agindo como se nada tivesse acontecido,
igual quando fomos a Disney de Orlando juntas há alguns anos... Era... Era
quase palpável a falsidade... – e ela suspirou fundo algumas vezes antes de
voltar a falar. – A minha maior vontade é de ficar em Siena e non voltar
mais... – comentou pegando as três canecas que havia escolhido e colocado
dentro da cestinha. – Mia vita era
tão mais fácil... – e ela me encarou com os olhos marejados. – Non seria mais
fácil se io tivesse o mesmo destino que mios pais? –
- Não repita isso... Bella, você tem
quinze anos, uma vida inteira pela frente... Você tem muita merda para fazer
ainda... – brinquei.
- Io ainda non fiz nenhuma da minha
lista... –
- Nenhuma? – perguntei atônito.
- Muitas pessoas têm itens de sua
lista de coisas para fazer antes de morrer como foto na torre Eiffel, fazer
sexo grupal e essas coisas... Isso io já fiz... – e eu arqueei uma sobrancelha.
– Menos as coisas que envolvam sexo ou nudez ou álcool, por motivos óbvios...
Ma todo o resto... Io já presenciei até mio
babbo brigando com um irlandês bêbado no dia de São Patrício na Irlanda...
– e eu balancei a cabeça rindo.
- Então quais são os itens da sua
lista? –
- Io non vou te falar... – resmungou
e começou a andar pelo corredor. – Só se você me falar a sua... – disse me
olhando por cima de seu ombro.
- E como sabe que eu tenho uma
lista? –
- Todos têm... – rebateu.
- Bom, eu já posso riscar duas
coisas da lista, já que eu as realizei nessa semana... – e ela me encarou
esperando eu falar quais eram. – Andar de bicicleta por Paris a noite e ópera.
–
- Ir a Gastonbury. – respondeu uma
das que ela já cumpriu enquanto pegava um ursinho de pelúcia. – Tem uma coisa
che io sempre quis fazer e nunca consegui. –
- O que? –
- Comer uma casquinha de uma vez
só... –
- Sério? – e ela assentiu. – Tem um
McDonald’s aqui na frente... Bora? –
- Due minuti... – pediu pegando mais
um ursinho de pelúcia e indo até o caixa.
Depois que ela pagou por suas
coisas, nós saímos da loja e ela colocou um boné com as orelhas do Mickey em
minha cabeça e outro na dela e começou a rir. Emmett havia feito o mesmo comigo
quando era pequeno e nós fomos a Disney de Orlando, eu detestava aquele chapéu,
mas dessa vez eu não iria tirar. Eu passei o braço por cima de seu ombro e a
levei para na direção do McDonald’s.
Bella não havia conseguido riscar
esse item da lista dela, principalmente porque ela não parava de rir e porque
havia congelado o cérebro com o sorvete, o que acabou me fazendo rir de sua
tentativa frustrada e eu acabei com o rosto melado pelo sorvete dela, ela havia
tentado fugir, mas eu a segurei pela cintura e esfreguei meu rosto contra o
dela, melando ele também. Bella estava parada de frente e bem perto de mim,
faltava muito pouco para que nossos lábios se tocassem mais uma vez, quando
ouvi alguém me gritando e por impulso acabamos nos separando, e ao procurar
pelo dono do grito, percebi que os quatro exploradores estavam se aproximando,
e por sorte, apenas Emmett estava virado na nossa direção. Quase que Alice nos
pega...
Nós nos reunimos para comer e logo
em seguida cada um voltou aos seus brinquedos e eu arrastei Bella para alguns
que não interferissem em sua recente concussão. Eu não tentei beija-la
novamente, mesmo querendo muito, mas eu não sabia onde Alice e Jasper estavam e
eu não podia correr o risco deles acabarem vendo.
À noite, assim que o parque fechou,
nós nos encontramos na hora marcada na estação de metrô para voltarmos ao
hotel. Os quarto estavam mortos de cansaço e mais felizes do que pinto no lixo.
Eles estavam tão cansados que acabaram dormindo uma boa parte do caminho até o
centro de Paris de novo.
No dia seguinte nós fomos visitar
Versalhes, os outros ainda estavam um pouco cansados do dia anterior, mas de
qualquer forma vieram sem fazer muito alarde, principalmente Alice, eu até
havia estranhado, achava que ela faria escândalo querendo dormir, mas pelo
visto ela sentiu que a ameaça de Renata de cancelar as férias de todos era
seria e resolveu andar na linha. Sexta nós gastamos visitando a Torre Eiffel,
subindo até o seu topo e fazendo algumas compras e comprando alguns souvenires
para minha mãe, ai de mim se eu não levasse algo para ela de Paris, ela
arrancaria o meu fígado e comeria acebolado.
Sábado o dia foi caótico. Nós
teríamos que ir para a estação de trem para Amsterdã, mas as malas de Alice e
Rosalie não fechavam, elas haviam exagerado nas compras em Paris e jogado tudo
de qualquer jeito nas malas e elas simplesmente não fechavam, e não tiveram
outra opção a não ser usar nossas malas para que elas pudessem fechar, e um
lembrete para que elas comprassem, apenas por precaução, outra em Amsterdã.
Nós seguimos para a estação
atrasados e por pouco não perdemos o trem, a verdade é que Emmett basicamente
empurrou todo mundo para dentro do trem assim que soou no primeiro apito, e ele
saia no terceiro. Mas conseguimos nos sentar e agora era só aguardar as três
horas de viagem terminar.
Durante
uma boa parte do percurso Bella me encarava confusa e depois encarava a janela
do trem e resmungava consigo mesmo que estava demorando muito. A viagem deveria
demorar três horas e já tinha quase cinco horas que estávamos dentro do trem.
Quando o trem parou e avisaram que deveríamos desembarcar, tinham pouquíssimas
pessoas ainda dentro do trem. Provavelmente Bella havia se confundido e ao
invés de ter comprado o trem direto ela comprou o com conexão. Mas não era
assim que eu imaginava a estação de trem de Amsterdã.
Parecia
uma estação de cidade pequena, com pouquíssimas pessoas andando por ali. Assim
que desembarcamos, fomos os últimos a desembarcar, e nossas malas entregues, o
trem voltou para o caminho que havia feito vazio e Emmett se jogou em um banco
de madeira olhando a paisagem, que na verdade eram enormes árvores, com o cenho
franzido.
-
Essa é a capital do sexo e das drogas? - bufou.
-
Non. Amsterdã non é assim… - Bella respondeu olhando em volta. - Mi scusi senhor… - Bella disse quando um
guarda apareceu. - Onde estamos? -
-
Cagnes-Sur-Mer. -
-
Ok… Estamos perto de onde? -
-
Nice. -
-
Nice?! - e a voz de Bella subiu algumas oitavas. - Sul da França? -
-
A menos que conheça outra Nice, senhorita… Sim, sul da França… - e todos nós
encaramos Emmett furioso que tentava se esconder atrás de sua mochila, já que
havia sido ele quem nos apressou e saiu puxando para dentro do trem.
-
Ok… O senhor sabe como chegamos a Amsterdã? -
-
Holanda? -
-
A menos que conheça outra Amsterdã, senhor… Sim, Holanda. - Bella respondeu ao
homem do mesmo jeito que ele havia falado com ela.
-
Eu não sei, senhorita, só sei que nenhum trem parte de Cagnes-Sur-Mer para
Amsterdã… Mas é só perguntar ali na bilheteria. – e ele saiu andando e Bella
olhou para Emmett, que continuava a se esconder atrás da mochila.
-
Io vou matar você... Dopo che io descobrir como sair daqui... – ela deixou as
malas junto com Emmett e os outros que estavam sentados na cadeira e entrou na
estação comigo logo atrás.
-
Comment puis-je vous aider? – o homem do lado de dentro da bilheteria falou
sorrindo.
-
Parlez-vous anglais? – Bella perguntou.
-
Não muito bem, mas sim... – respondeu com o sotaque bem carregado. – Em que
posso ajuda-los? –
-
Eu queria saber como vamos para Amsterdã... Tem algum trem que parte para lá? –
-
Infelizmente não. – e ela suspirou. – Daqui só saí trem para dentro da
França... –
-
E como saímos daqui? – agora quem perguntou fui eu.
-
O local mais perto para irem para Amsterdã é Nice. O aeroporto fica quinze
minutos e a estação ferroviária é a vinte minutos de carro e a dez minutos de
trem. –
-
Sabe qual é à distância de Nice para Amsterdã? –
-
De avião quase duas horas. De trem dez horas. –
-
Dez horas? – eu e Bella falamos ao mesmo tempo e ele deu de ombros sem jeito.
-
O senhor consegue ver a hora que saí o próximo trem para Amsterdã? –
-
Um minuto mademoiselle. – ele
digitava no computador e demorou cerca de dois minutos até que ele voltou a
falar.
-
Amanhã às 10h... Caso deseje é só entrar nesse site e comprar as passagens
online. – respondeu anotando algo em um papel e entregando a Bella.
-
Merci... – Bella disse. – Vamos decidir o que faremos e qualquer coisa io
volto... – e nós saímos de dentro da estação e nos sentamos nos bancos de
madeira.
-
E ai? – Jasper perguntou.
-
Só saí trem ou avião de Nice. – respondi.
-
Duas horas de avião e dez horas de trem. – e Bella terminou pegando o celular e
mexendo nele. – São 800 euros por pessoa de avião e 100 euros de trem... –
-
Trem. – todo mundo falou ao mesmo tempo, menos...
-
Avião. – Alice foi a única que escolheu o jeito mais rápido e caro.
-
E o trem só saí amanhã as 10h. –
-
São três horas da tarde... O que diabo vamos fazer até amanhã? – e Bella
digitou mais algumas coisas no celular.
-
Tem uma praia de nudismo... – Bella disse simplesmente e todo mundo olhou para
ela com a sobrancelha arqueada. – Che? -
Vocabulário.
* Ciao – Olá.
* Perdonami – Perdoe-me.
* Ma non – Mas não.
* Dopo io parlo con te – Depois eu falo com você.
* Tutto lo che io – Tudo o que
eu...
* Lo so – Eu sei.
* Anch’io – Eu também.
* Dopo – Depois.
* Solo mal di testa – Apenas dor de cabeça.
* Voglio solo – Eu só quero...
* Altri due che – Outros dois que...
* Cinque minuti – Cinco minutos.
* Ma anche non – Mas também não...
* Sono qui! – Estou aqui!
* Giorno – Dia.
* Non sono sicuro – Não tenho
certeza.
* Perché sono italiana, lo sono – Porque eu sou italiana, eu sou...
* Persona romantica – Pessoa romântica.
* Io sono uma persona romantica. - E eu sou uma pessoa romântica.
* Perché, come parlava mia mamma – Porque,
como falava minha mãe.
* Che i migliori momenti della vita
sono - Que os melhores
momentos da vida são.
* Come parlava mia mamma – Como falava
minha mãe.
* Ricorda che mia mamma - Lembre-se que minha mãe.
* Io parlo – Eu falo.
* Mia vita – Minha vida.
* Due minuti – Dois minutos.
* Comment
puis-je vous aider (fr) – Como posso te ajudar?
*
Parlez-vous anglais? (fr) - Você fala
inglês?
*
Mademoiselle (fr) – Senhorita.
*
Merci (fr) – Obrigada.