domingo, 31 de outubro de 2021

Prólogo

Tulsa – Oklahoma.

2019.

Bella.

Eu não fazia a mínima ideia para onde eu estava correndo, meus pés pisavam na relva macia e úmida. Conforme eu corria na direção de onde vinham os barulhos de explosões. A maioria das explosões pareciam vir do chão, acompanhado de alguns tremores, que se intensificaram cada vez mais, me causando alguns desequilíbrios que me derrubavam no chão. Eu estava exausta, não aguentava mais não sabia mais a quanto tempo eu estava correndo e parecia que nunca conseguia chegar de onde vinham os malditos sons.

Caída no chão, com as mãos espalmadas na relva, meus pés latejavam, estavam completamente doloridos, eu corria descalça por ruas até finalmente chegar nesse campo e não aguentava mais. Eu não tinha mais forças para ficar de pé. Isso me parecia tão familiar. Isso era tão familiar e agora eu sabia o motivo. Estava acontecendo de novo!

Você é a única que consegue impedir isso. E você sabe! Uma voz grossa soou dentro da minha cabeça, não era a minha voz, agora eu reconhecia a voz que às vezes aparecia para mim em meu sonho.

- Pai! – murmurei baixo. Eu podia chama-lo de pai? Teria eu esse direito?

Levanta e coloca um ponto final nisso! Parecia uma resposta, na verdade não passava de uma ordem, mas eu não tinha forças para levantar.

Ao abrir os olhos, vi que, especificamente, o chão, abaixo dos meus olhos, tremeu mais do que o normal, uma raiz emergiu forte do chão, e teria me atingindo com força caso eu não teria tido o reflexo suficiente para me jogar para trás, ou então alguma mão invisível, mas que estava ali, agora eu sabia que isso era possível, tinha me puxado para trás. Reunindo o resto de forças que eu tinha, me obriguei a ficar de pé, contudo um tremor, mas forte do que os outros, me derrubou mais uma vez! Mas eu iria acabar com isso agora, nem que eu precisasse ir me arrastando. Eu acabaria com isso de uma vez por todas!

Levantei-me e me obriguei a correr, conforme os tremores viam mais forte, eles me derrubavam, mas eu me obrigava a ficar de pé mais uma vez e continuar. Eu precisava arrumar um jeito de descer, passando por algumas árvores, correndo rápido já que eu ouvia algumas árvores caindo ao longe, entrei em mais uma clareira, onde mais perto tinha a entrada de uma caverna. A entrada dos meus sonhos! Eu entrei na caverna e os sons lá dentro estavam mais altos.

- Você não vai tirar ela de mim de novo! – eu ouvi a voz mais minha mãe que transbordava de ódio e raiva, reverberar pelas paredes rochosas. – Eu não vou permitir que você a tire de mim. –

- Isso não é escolha sua! – eu ouvi a voz de Edward, a voz dele estava um pouco mais fraca do que o normal. Eu conseguia perceber que ele estava machucado apenas pelo seu tom de voz, além de eu sentir as dores em meu próprio corpo, mesmo estando bem longe. A caverna era escura e as rochas um pouco escorregadias devido a umidade, ao mesmo tempo em que eu tinha que correr o mais rápido que eu conseguisse, eu tinha que tomar todo o cuidado do mundo para não acabar me matando, mas era quase difícil não escorregar e acabar caindo, eu sentia a minha pele sendo arranhada pelas rochas ásperas os arranhões doíam, ardiam, mas eu não parava. Eu não podia parar!

- Tem certeza que não é escolha minha? – a voz de minha mãe soava de um jeito demoníaco. – Nem que eu precise matar você... Você não vai tira-la de mim de novo. –

- Me matar? – e a voz fraca de Edward soou de forma sarcástica e ainda havia soltado uma risada fraca. – Eu sou a morte! Como você pode matar a morte? –

Eu finalmente tinha chegado até onde eles estavam, no fundo da caverna. O local estava bem frio e úmido, a minha pele estava completamente arrepiada devido ao frio. Edward estava caído no chão, machucado e minha mãe parada próxima a ele com uma adaga em mãos.

- Vamos descobrir isso agora! – respondeu ela se aproximando dele erguendo a adaga.

- Não! – e encurtando o espaço entre eles, eu me joguei em cima dele e fazendo minha mãe dar um passo para trás.

- Sai daí filha! – mandou.

- Não! Se for mata-lo, terá que matar também. –

- SAÍ! – ela gritou de novo, mas eu ouvia algo parecido como um choro subindo pela garganta dela.

- Há anos eu salvei você! Agora eu vou salvar ele! Se quiser mata-lo, terá que me matar também! -

A Morte e as Flores


Sinopse


Isabella é uma doce mulher que vive pelos subúrbios de Tulsa, Oklahoma, e que desde criança é apaixonada por flores e plantas em geral, ganhando o apelido de "Dedo Verde" já que conseguia fazer florescer ou brotar qualquer planta em que colocasse a mão. Vive uma vida pacata no meio de seus poucos amigos, de suas plantas e de sua floricultura, até a chegada de um novo morador a sua cidade!

Como o aniversário da cidade chegando e o prefeito da mesma pensando na reeleição, contrata uma empresa de arquitetura, onde o próprio chefe resolve fiscalizar a obra, já que se tratava de uma reforma de uma cidade praticamente inteira. E mal chega na cidade e já conhece logo a doce Isabella, ganhando logo em seguida a desafeição de sua mãe, que faz com que Isabella prometa jamais se aproximar do homem de novo.

Contudo, Bella não conseguia negar que a presença do tal homem mexia com ela, revivendo pesadelos antigos e surgindo sonhos novos, e a volta de uma sensação de incomodo em seu peito, no mesmo lugar onde existe uma marca de nascença, um incomodo que médico nenhum consegue explicar.

Bella não compreende o pé de guerra que se instala em sua vida quando finalmente admite ter se apaixonado pelo tal homem misterioso. E uma singela fruta, a romã, fará com que sua mãe entre em um estado de histeria e desespero jamais visto por ninguém naquela pequena cidade. E Bella começa a exigir por respostas, com a recusa de sua mãe, ela procura pelo homem por quem se apaixonou, que para dar fim ao tormento da jovem lhe conta toda a verdade, ela só não imaginava, que ele teria todas as respostas que ela almejava, incluindo sobre seus pesadelos e sobre a sua marca de nascença.