domingo, 6 de maio de 2018

Capitulo 5: Eu Não Sou a Única.


POV NARRADOR
BELGRAVIA 07:45 AM

"Só mais alguns minutos" pensou Bella. Só mais alguns minutos e ela poderia deixar cair por terra à imagem de esposa burra e inútil. Só mais alguns minutos e ela poderia chafurdar em auto depreciação e comiseração. “Só mais alguns malditos minutos".

- Espero que você tenha um ótimo dia no trabalho, eu te amo – e ela ainda amava, só não sabia se era o suficiente para conseguir aguentar aquela situação por muito tempo.

- Eu também- ele respondeu no automático aquilo o que ela gostaria de ouvir, mas ela já não tinha certeza se amava mesmo.

Sim, só mais alguns minutos e o marido sairia pela porta da frente da casa colonial branca com um cercado de madeira delineando a grama verde e recém-cortada, que exibia um pé de primavera tão bem cuidado quanto o sorriso falso que a mulher exibia. Mais alguns minutos e ele estaria nos braços dela. Os braços da mulher que estava tirando tudo aquilo o que ela construiu com tanta luta. Tanya Denali. A amante do seu marido.

Marido que era seu a pouco mais de dois anos. Sim, eles ainda estavam na fase de lua de mel, não era isso o que todo mundo dizia? Que os primeiros três anos eram só flores? Bem, pra variar um pouco a sorte não estava do seu lado. Ou então no caso as flores seriam rosas, eram lindas para somente se observar, mas cheias de espinhos que machucavam qualquer um que chegasse um pouco mais perto.

- Eu não venho para o jantar, um cliente que veio direto de Nova York quer fazer uma revisão no contrato e pediu que eu encontrasse com ele para um jantar de negócios. - disse o homem com toda a sua imponência entrando no seu carro modelo do ano e abaixando o vidro para falar com sua esposa.

- Sim, uma meia verdade, pensou ele. Se ela fosse ligar atrás dele na empresa ninguém mentiria, porque ele realmente iria se encontrar com o tal cliente de Nova York, a questão era que, seria somente pôr no máximo duas horas. Dali em diante ele iria para a casa da mulher por quem estava perdidamente apaixonado. A mulher que o fez repensar muitas coisas, inclusive sobre o fracasso de seu casamento.

Balançando a cabeça ligeiramente olhou para sua mulher em pé em frente ao seu carro. Sim, não podia negar que Isabella era linda, com seus um pouco mais de 1,60 com olhos azuis, e o cabelo que era naturalmente castanho estava loiro, por um pedido dele, preso em um coque perfeito sem um único fio fora do lugar.  Bella tinha um corpo na medida certa, que ficava incrível no vestido floral que ela usava naquela manhã ensolarada.

- Dirija com cuidado okay? - ela disse com aquele sorriso falso no rosto, sorriso esse que ela sempre treinava em frente ao espelho. Sorriso que estava a um passo de desaparecer e dar liberdade às lágrimas que queriam sair a qualquer custo.

"Merda, eu não vou conseguir”.

O Marido balançou a cabeça e deu ré no carro saindo da garagem, acenou com a mão e foi embora. E antes que ela tivesse tempo, levou à mão a boca para abafar os soluços que vieram com força, às lágrimas vinham sem piedade borrando a maquiagem impecável que ela fazia todos os dias de manhã, para mostrar para o marido o quanto ela podia ser linda ainda, o quanto ela poderia talvez ainda o merecer.

Logo vieram os soluços e os espasmos que convulsionavam todo o seu corpo, como se ela estivesse sofrendo uma forte descarga elétrica, e de certa forma parecia que estava seu coração parecia falhar no peito, ela sentia dor em cada parte do seu corpo minúsculo e frágil. Tentando sair sem que os vizinhos curiosos tivessem motivos para fazer de sua vida uma pauta para a próxima reunião entre as damas no chá da tarde. A passos trôpegos ela foi para dentro de casa, quase caindo por conta do salto alto.

"Malditas inglesas fofoqueiras"

Ela se sentia tão sozinha ali, tão vulnerável, não deveria ter ido para tão longe da sua família por causa de um casamento, ainda mais um casamento que estava com data pra acabar, ela sentia. Mal ela tinha fechado a porta de casa, ela terminou de desabar, os soluços vinham altos e fortes, as mãos em punho próximo ao corpo como se tentando se controlar para não vir mais um ataque, e então ela gritou, gritou tão alto e forte, que provavelmente as vizinhas fofoqueiras escutaram, ela queria colocar para fora aquela dor maldita, aquele aperto no peito que insistia em lembrar que ela era um fracasso como mulher, ela não conseguiu fazer seu casamento durar, não tinham divórcios na sua família, e ela sabia que seria a primeira, não que fosse ela a pedir, isso nunca. Mas cada vez menos seu marido a tocava, não se lembrava da última vez que recebeu um simples abraço, sim ele ainda cumpria com a função de homem e a levava para cama, mas eram raros os momentos, como há um mês, depois de dois meses, dois longos e tortuosos meses ele a tocou de novo com alguma intenção sexual, só que era tudo tão mecânico, tão frio, sem amor por parte dele, até quando ela viveria de sobras?

- O que eu fiz da minha vida? - ela perguntou em voz alta depois de alguns minutos que o choro cedeu um pouco.

Ainda chorando com menos intensidade, porem com a mesma dor, ela se levantou, tirou os saltos, e jogou próximo ao Hall de entrada, a passos lentos seguiu ate a sala, a primeira coisa que viu foi um porta retrato de cristal que sua sogra tinha dado como um presente de casamento, ali ostentava uma foto aonde ela não reconhecia o casal apaixonado da foto, eles se abraçavam e tinham sorrisos e um olhar apaixonado que só de olhar ela sentia como se agulhas descessem pela sua garganta rasgando tudo por dentro. Com as mãos tremendo ela pegou o porta-retratos e passou os dedos pelo rosto do que um dia foi o homem ela conhecia, ou pelo menos ela achava que conhecia hoje ela não tinha mais certeza de nada, somente que havia sido trocada.

- Algum dia você realmente me amou? - ela perguntou para o objeto inanimado em busca de uma resposta que pudesse acalentar a dor do seu peito, mas as lágrimas voltaram com força total, o sorriso do casal jovem parecia debochar da sua dor, como se dissesse, "o que você acha querida”.

Mantendo o porta-retratos firmemente junto ao corpo ela seguiu até o bar em busca de algo que pudesse entorpecer aquela maldita dor, não era primeira vez que ela buscava no álcool o alivio que ela tanto almejava nada que pudesse ser considerada como alcoólatra, mas o suficiente para entorpecer os sentidos por algumas miseras horas. Olhando para as prateleiras que exibiam as garrafas com os líquidos mais caros que o mercado oferecia, com o intuito de agradar as pessoas que só iam ali para debochar do quão fundo ela chegou ao poço da vida dela.

Ela pegou a primeira garrafa que sua mão alcançou e sem nem mesmo ler o rotulo, retirou o lacre e a tampa desajeitadamente enquanto tentava equilibrar o porta-retratos e a garrafa, e sem pestanejar entornou o liquido que ela somente identificou a cor âmbar, e bebeu direto do gargalo da garrafa, sem copos, sem cerimônia, sem classe, sem nada, assim como ela se encontrava. Engolindo o liquido que desceu queimando e adormecendo a língua ela fez uma careta e continuou tomando até que quase engasgou e acabou tossindo.

- Mas que merda, nem para beber eu sirvo? - ela se perguntou e olhou novamente para o porta-retratos em sua mão, e novamente parecia que os sorrisos debochavam dela. Como se aquilo fosse demais para ela, ela simplesmente em um ato impensado o jogou na parede, aonde ele se partiu em milhares de pedaços diferentes, se espalhando no chão e fazendo um amontoado de cacos de vidros no chão.

Ela não soube identificar o sentimento que a tomou, mas ela precisava de mais um pouco. Então ela pegou a primeira coisa que tinha ao alcance e lançou na parede novamente, e como se aquilo desencadeasse uma reação maníaca por parte dela, ela começou a arremessar tudo que fosse possível, ela quebrava tudo que podia vasos, copos, taças, porta retratos de férias, amigos, coquetéis e família, quando não tinha mais o que quebrar, ela caiu ajoelhada no tapete com a garrafa na mão e mais uma onda de lágrimas veio com tudo. Não adiantava nada tirava a dor, nada tirava aquele buraco que ela carregava desde que leu a mensagem no celular de seu marido.

Ela não era burra, ela já estava desconfiada que algo vinha acontecendo com seu marido pelos últimos seis meses, ele foi deixando de ser o marido atencioso que levava flores, que chegava a casa e embalava a esposa em um abraço gostoso e dava um beijo e dizia o quanto a amava, para ser o marido que chegava tarde, de madrugada, quando voltava para casa, com as desculpas cada vez mais esfarrapadas, até que ela parou de cobrar desculpas e ele parou de dá-las.

Mas a confirmação veio essa semana, o tapa na cara que ela precisava para tomar uma decisão, mas ela era tão covarde que não conseguia enfrentar o marido atrás de uma resposta. Resposta essa que ela já tinha, mas precisava da confirmação dele.

FLASHBACK ON

Ela estava encolhida na beirada da cama há alguns minutos, já tinha alguns dias que vinha passando mal, mas preferiu não alarmar ninguém, quer dizer, quem ela iria preocupar, o seu marido que mal olhava em sua cara? Ou talvez, a megera a sogra que fingia suporta-la? Talvez a cunhada com quem tinha pouca afinidade e morria de ciúmes dela com o irmão de Edward? Não, definitivamente ninguém se importaria com um simples mal-estar idiota, ela pensou desistindo de ficar na cama com medo de acordar Edward, ele tinha chego tarde, tomou banho e desmaiou na grande e confortável cama do casal, há quanto tempo ele não passava o braço envolta da cintura dela e a puxava para seu peito?

Com lágrimas nos olhos sem saber exatamente o porquê, ela se levantou e foi até a varanda do quarto deles, ficou ali encarando a noite fria, com a testa encostada no vidro, respirando devagar pelo nariz, tentando acalmar a bile que subia pela sua garganta.

Alguns minutos depois, um barulho de celular vibrando chamou a sua atenção, desencostando da janela e virando lentamente para não piorar sua tontura, olhou em direção à cama do casal e viu o aparelho do marido no criado mudo com a luz da tela acesa, chegando mais perto viu que tinha um alerta de mensagens.

"Quem seria uma hora dessas afinal? Se fosse importante ligaria, e se não é importante quem iria perturbar seu marido sabendo que ele odiava ser acordado?" Ela se perguntou enquanto decidia se lia ou não a bendita mensagem. Optou por fim em ler, afinal, era essa a desculpa perfeita que ela precisava para procurar "evidências" sobre o estranho comportamento que o marido vinha tendo nos últimos meses, e que pirou ainda mais a ultima semana. E ali sim, ali ela teve a certeza de que estava a um passo para o inferno.

T.D 03:45 três mensagem recebidas
"Não consigo dormir desde quando você foi embora daqui, minha cama fica tão fria sem você aqui pra me esquentar”.
"Eu sei que eu prometi não ser grudenta, afinal, sei da sua situação, sei que é casado e mesmo assim, aceitei me envolver com você, mas isso não diminui o tanto que eu sinto sua falta”.
"Eu realmente me apaixonei por você Edward, e dou graças a deus todos os dias por esse trabalho”.

Sem pensar no que estava fazendo, ela ligou para aquele numero da mensagem.

"Já está com saudades? Pois saiba que eu ainda sinto você dentro de mim"- disse a voz assim que atendeu ao telefone. Sem se conter ela soltou um soluço baixo e tapou a boca com uma mão. "Eu sei que você saiu daqui bem satisfeito, porque como você mesmo me disse sua mulher não tem dado conta do recado, então, amanhã eu te encontro no escritório e repetimos a dose de hoje”.

"Oh meu Deus" foi à única coisa que ela conseguiu pesar, rapidamente levou uma das mãos a boca quando a bile veio com tudo, sem conseguir pensar ou segurar mais a ânsia de vomito que vinha com força, ela desligou a chamada e bloqueou o celular, colocou no criado mudo, e correu para o vaso sanitário sem nem mesmo acender a luz.

"Eu realmente me apaixonei por você Edward, e dou graças a deus todos os dias por esse trabalho”.
"Eu realmente me apaixonei por você Edward, e dou graças a deus todos os dias por esse trabalho”.
"Eu sei que você saiu daqui bem satisfeito, porque como você mesmo me disse sua mulher não tem dado conta do recado, então, amanhã eu te encontro no escritório e repetimos a dose de hoje”.

Quanto mais aquelas palavras se infiltravam em seu cérebro, ais o vomito vinha com força.

"Ele esta me traindo, eu não posso acreditar nisso”. E mais uma onda de vomito violento veio com força. Ela fazia tanta força que seus olhos estavam fechados.

-Bella? O que aconteceu? - sem que ela percebe-se Edward entrou no banheiro e acendeu a luz. Rapidamente ele tentou segurar os cabelos dela. Com um safanão ela afastou a mão dele e segurou o próprio cabelo.

-Sai daqui Edward, eu sei me cuidar sozinha – ela disse antes de vomitar mais uma vez. Ele olhou para ela e franziu o cenho

-O que você...

-EU FALEI SAI DAQUI – ela gritou interrompendo o que ele estava dizendo – Já falei que sei me cuidar sozinha, você não precisa presenciar essa cena deplorável, vá dormir, você trabalhou até tarde, deve estar cansado. Quando lembrou mais uma vez o tipo de "trabalho" que ele fez antes de deitar ao lado dela, mais uma onda de vomito veio. "Deus, ele a tocou com essas mesmas mãos que quer tocar em mim”. Sem entender o que estava acontecendo, e preocupado com o estado da esposa, ajoelhada em frente ao vaso sanitário colocando todo o alimento do dia para fora, ele preferiu sair dali para não irrita-la mais.

-Tudo bem, qualquer coisa você...

-Não, eu não vou te chamar, vá dormir em paz, já falei que me cuido sozinha, eu sou mais forte do que você pensa Edward. - Ele preferiu não começar uma discussão as quatro da manha então levantou as mãos em sinal de rendição, e saiu do banheiro. Bella se levantou devagar, fechou a tampa do vaso e deu descarga. O choro veio com força. Ela trancou a porta do banheiro, ligou o chuveiro e do jeito que estava vestido se jogou debaixo dele, aonde sentou no chão e chorou pelas próximas duas horas quando o cansaço se fez presente, e ela quase não tinha forças mais para nada além de se levantar, colocar uma roupa qualquer e deitar em sua cama, bem afastada do seu marido que acordaria daqui a 30 minutos para trabalhar.

Depois de puxar o edredom pra cima de si mesma, a ultima coisa que lembra ter pensado era que, seu marido a traia com Tanya Denali, sua colega de trabalho e favorita ao cargo de nora perfeita para Esme Cullen.

FLASHBACK OFF.

Ela lentamente levantou a cabeça e olhou ao seu próprio redor, a sala era uma confusão de cacos de vidros e restos do que um dia foram artigos de luxo, só que, ao levantar a cabeça e olhar no espelho que tinha a sua frente ela viu o artigo de decoração que mais mostrava danos ali no momento. Ela mesma.

A imagem refletida ali é agonizante, uma mulher no auge dos seus 25 anos, com um penteado bagunçado, ostentando uma cor que ela odiava, mas que usava somente para agradar ao marido faziam conjunto com uma maquiagem totalmente borrada, que causava uma sensação horrenda, o rímel escorreu de uma forma que onde as lágrimas passaram, deixaram seus rastros negros por suas bochechas que corriam ate o pescoço, junto com um tom de pele pálido e os lábios com um resto de batom cor pêssego nos lábios rachados, passavam a imagem de catástrofe.

Ela estava ali somente para enfeite, um objeto obsoleto que logo seria substituído por uma mulher mais velha, que ela só tinha visto uma vez, logo quando ela chegou à empresa como nova gerente, trabalharia em conjunto direto com seu marido. E totalmente transtornada com a imagem que ela via ali, pegou a garrafa quase vazia que estava em sua mão e lançou contra o espelho, somente virando o rosto quando o barulho de vidro quebrando explodiu na sala quieta.

Sem ver o seu próprio reflexo para lembra-la o tamanho de seu fracasso, ela olhou o relógio em seu pulso que foi presente do seu atual marido na época de namoro, quando eles completaram um ano juntos, e ele deu para ela depois de uma noite tórrida de amor.

COVENT GARDEN 08:30 AM

Enquanto isso do outro lado da cidade, Edward se encontrava em pé atrás da loira, enquanto investia profundamente nela, mantendo as mãos apertando firmemente seus e mordendo seu ombro, enquanto a loira apoiava as duas mãos na pia do banheiro do escritório e tinha a cabeça inclinada para trás.

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- Ooh, Ed.. Warrrd... mais forte.... Isso... Eu vou gozar! - a loira gritou estremecendo de prazer em baixo do homem. Edward tirou uma das mãos do seio da loira e enrolou o cabelo em volta do seu punha puxando o cabelo dela para trás.

- Sim, você vai, vai gozar maravilhosamente em mim, mas só quando eu permitir, agora rebola, enquanto eu fodo essa bunda gostosa que você tem. - ele sussurrou no ouvido da mulher saiu de dentro dela e com uma arremetida se enfiou dentro dela novamente, só que dessa vez, no anus.

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Ele bombeava freneticamente, com uma mão agarrada no quadril dela e a outra puxando seu cabelo, sem se conter deu um tapa estralado nela, que gritou e rebolou ainda mais, com mais três investidas ele gozou fortemente na camisinha junto com ela. Ainda atrás da mulher, Edward apoiou as mãos na pia e lentamente saiu de dentro dela. Enquanto Tanya se recuperava de mais uma rodada do melhor sexo que ela já tinha experimentado na vida, Edward retirou a camisinha, jogou no lixo e pegou uma toalha para limpar a si mesmo e a loira. Gentilmente ele molhou a toalha e começou a passar nas pernas de Tanya que gemeu quando a toalha entrou em contato com o seu centro ainda sofrendo espasmos.

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- Vem me deixa te limpar, você pra variar foi perfeita mais uma vez- ele disse enquanto beijava a têmpora dela.

Assim que terminou de limpar as pernas da loira, colocou a toalha pendurada, e puxou gentilmente ela até o sofá em sua sala, sentou a loira e começou a vesti-la com carinho enquanto ela o observava. Ela não o amava, ela amava a vida que ele poderia dar para ela, a vida que ela batalhou para conseguir quando era mais nova. Se para isso ela tinha que fingir que o amava, dane-se, ela faria, ela diria exatamente o que ele queria ouvir. Ela passaria por cima de um casamento e de quem mais viesse em sua frente

- Eu adoraria ficar aqui o dia inteiro, mas ainda tenho que trabalhar, assim que sair daquele jantar que te falei, eu vou para sua casa, mas não posso demorar muito, Isabella esta desconfiando, essa semana ela ligou na empresa para saber se eu estava lá. - ele disse lembrando-se do episodio que te trouxe uma dor de cabeça das grandes, enquanto se arrumava em frente ao espelho do banheiro.

- Por falar nela, você prometeu para mim que iria se divorciar isso já tem quatro meses e nada, não quero te pressionar, mas você sabe que eu te amo, não aguento mais ter que te dividir com ninguém, não podermos sair se quer almoçar, isso é simplesmente frustrante.

Ela tinha certeza que ele iria pensar no que ela estava dizendo, na semana passada ela tinha mandado uma mensagem para o celular de Edward e quem leu foi Isabella. Como ela sabia? Simples, Isabella ligou de volta do celular dela no dia seguinte, mas não falou nada, ficou muda, Tanya conseguia escutar o seu choro do outro lado da linha, mas fingiu que não tinha ouvido nada, então começou a falar coisas como se tivesse falando com Edward.

"Já está com saudades? Pois saiba que eu ainda sinto você dentro de mim”. "Eu sei que você saiu daqui bem satisfeito, porque como você mesmo me disse que a sua mulher não tem dado conta do recado, então, amanhã eu te encontro no escritório e repetimos a dose de hoje”. Ela não tinha noção do estrago que causou aquela mulher, na verdade tinha, e foi isso o que ela queria. Causar estragos.

- Eu te juro que irei resolver isso o mais rápido possível, eu só preciso saber como fazer, não quero ninguém enchendo o nosso saco, eu quero ser feliz ao seu lado, te fazer feliz e te dar o mundo. - ele disse isso segurando seu rosto e olhando dentro dos olhos dela.

- É tudo o que eu mais quero meu amor, ser feliz com você. - e assim, os dois se beijaram e foram fazer seus afazeres, afinal eles ainda tinham que trabalhar.

BELGRAVIA 09:00 AM

Depois de muito tempo sentada naquele tapete olhando o estrago que fez, resolveu se levantar tomar um banho, sua cabeça começava a dar sinais de que iria estourar, antes de tudo, ela foi ate a cozinha, bebeu um copo de água gelada, pegou tudo o que seria necessário para limpar aquela bagunça sem deixar vestígios, ninguém jamais poderia imaginar o seu destempero. 30 minutos depois e todos os cacos de vidros tinham sidos recolhidos, o passo no chão tinha sido passado e não parecia que o caos tinha passado naquela sala há poucos minutos.

Após colocar o lixo em um latão do lato de fora sem que ninguém percebesse, ela entrou em casa e foi tomar um banho, sua cabeça já latejava severamente, mas a dor era bem vinda, ela não iria pensar em Edward enquanto sua cabeça estivesse doendo, ela iria tomar um banho, um remédio e dormiria ate amanha, ele não viria pra casa mesmo, então ela dormiria para não chorar.

Colocou a banheira para encher, jogou sais e espumas, arrancou o vestido de qualquer jeito junto com a lingerie e entrou na água morna e perfumada. A dor de cabeça não dava trégua, e junto com ela, veio uma dor no seu abdome que ela não soube identificar, a dor começou fraco e foi ficando intensa, até que se tornou insuportável, ela sentia dificuldade até para respirar. Com dificuldade ela saiu da banheira e entrou em um roupão, a dor só piorava, ela nunca tinha sentido aquilo, era horrível, algo que ela não soube nem explicar, foi até o closet e colocou um vestido leve pensando no que faria.

Não iria pedir ajuda a ninguém, não ligaria para ele, mas ela já não aguentava mais de dor, só que agora a dor era física, junto com isso veio à vontade de vomitar, ela correu para o banheiro e só deu tempo de abrir a tampa do vaso, quando começou a vomitar violentamente, seu corpo tremia e o suor agarrava o seus cabelos da nuca.

Quando já não tinha mais o que vomitar ela fechou a tampa e se sentou, a dor no abdome não foi embora, pelo contrario, ela só piorava, ela já estava com dificuldades para andar, não queria que Edward chegasse mais tarde e pensasse que ela queria chamar a atenção dele, não, isso jamais. Enquanto levantava para escovar os dentes deu descarga e prendeu os cabelos em um coque no alto da cabeça, lavou os pulsos e molhou o rosto e a nuca.

Decidida a ir para o hospital sozinha, saiu do banheiro e pegou sua bolsa que estava de qualquer jeito na poltrona do quarto, calçou uma sapatilha qualquer e pediu um Uber pelo celular, seria mais rápido e não chamaria atenção, ela não conseguiria dirigir, então o que seria melhor? Graças a deus o Uber levou menos de cinco minutos para chegar ate a casa dela, ele tinha acabado de deixar alguém ali perto. Saiu lentamente e se curvando com a dor forte em sua barriga, trancou as portas. O motorista vendo a dificuldade da mulher resolveu sair para ajuda-la.

- Senhora, esta tudo bem? Precisa de ajuda- ele perguntou quando viu que ela se encolheu e colocou a mão na barriga se apoiando na porta. Sem conseguir falar, ela simplesmente acenou com a cabeça enquanto lágrimas escorriam de seus olhos, ela iria morrer, pelo menos parecia, já que a dor era tão intensa. - A senhora precisa que eu te leve ao Hospital?- ele perguntou enquanto a pegava no colo e colocava no carro, no banco do passageiro mesmo, caso ele precisasse socorrê-la. Novamente ela acenou com a cabeça e ele saiu acelerando para o hospital mais próximo. - Senhora, meu nome é Jacob Black e eu vou tentar te ajudar okay? Você tem alguém que queira avisar que estamos indo para o hospital? Alguém que possa te ajudar?- ele perguntou pra ela enquanto dividia a atenção entre a estrada e ela, que parecia cada vez mais encolhida no banco do carro.

Ela negou com a cabeça. Sozinha, ela estava sozinha, sua família se encontrava em outro pais, e não ligaria para a família de Edward. Ela também não tinha muitas amigas somente um, mas essa estava viajando e não poderia ajuda-la. Ela teria que se virar sozinha como sempre.

De repente uma dor mais forte e aguda cresceu no pé da sua barriga e ela teve que cerrar os dentes para não gritar enquanto colocava as mãos na barriga tentando fazer com que a dor sumisse o que foi inútil. O seu desespero começou quando sentiu um liquido vazando entre suas pernas e começou a manchar o tecido de seu vestido. Sangue, ela estava sangrando. E sem mais se conter ela gritou.

Quando Jacob olhou para a moça, viu sua cara de pavor antes de ver as pernas dela manchadas de sangue. Ele sentiu um frio subir da sua espinha até sua nuca, e sem pensar nas consequências enfiou o pé no acelerador e infringiu mais multas de transito em 5 minutos do que em sua vida inteira.

Foram esses 5 minutos o necessário para que chegassem ao hospital, ele parou o carro de qualquer jeito na entrada do hospital, deu a volta no carro e pegou Bella no colo. Sem pensar em nada, entrou gritando dentro do hospital com ela no colo.

- Socorro! Alguém me ajuda ela ta sangrando. - Bella já começava a desfalecer em seus braços quando um enfermeiro chegou carregando uma maca.

- O senhor é o que dela? - ele perguntou já fazendo os primeiros procedimentos.

- Nada, eu sou motorista de Uber, ela pediu o carro e começou a passar mal, não sei o que houve e não a conheço. - ele disse já desesperado sem saber o que fazer, será que aquela moça iria morrer? Deus permitisse que não.

- O senhor espera aqui, daqui a pouco alguém vem conversar com o senhor para ver se consegue algumas informações dela para podermos entrar em contato com a família dela- ele disse já arrastando a maca para longe enquanto mais alguns enfermeiros chegaram para acompanhá-lo,

Ele lembrou que deixou o carro de qualquer jeito e foi para o lado de fora poder estacionar o carro decentemente no estacionamento. Ele definitivamente não iria embora, como ir afinal? Larga-la aqui a própria sorte? Isso seria desumano. Enquanto entrava no seu carro percebeu que a bolsa dela tinha ficado ali, assim que estacionou o carro, pegou a bolsa e foi par o hospital, bem, pelo menos identificação ela teria caso acontecesse algo mais grave.

Não muito tempo depois uma enfermeira chegou e foi falar com ele, pedir informações possiveis sobre a paciente. De dentro da bolsa ele retirou os documentos dela como numero do seguro social e documento de identidade. Após alguns minutos a enfermeira voltou e informou para ele que ela se chamava Isabella Marie Cullen, que era casada e não tinha filhos. Ele achou estranho, afinal, ela não disse que não tinha para quem ligar? Sem querer pensar naquilo ele balançou a cabeça e começou a vasculhar a bolsa atrás de um celular ou qualquer outra coisa que tivesse o numero de alguém para que ele pudesse avisar sobre o paradeiro da mulher. Ele achou um celular que por incrível que pudesse parecer não tinha senha. Ele entrou na agenda de telefone e tentou procurar por algo que pudesse ajuda-lo

Alice
Baby
Brenda (faxina)
Carlisle
Charlie
Esme
Emmett
Jasper
Rosalie
Renée

A lista era extensa, mas os nomes que mais chamou sua atenção foram aqueles que tinham sidos chamados recentemente, ele deduziu que o Baby fosse seu marido, então ligou para o numero do celular dela mesmo. Chamou, chamou, chamou, e caiu na caixa postal. Assim como todos aqueles números que ali estão como discagem recentes, somente um atendeu depois de um tempo.

ALICE

- Hey Bella me desculpe estava no banho. - a voz do outro lado atendeu e falou antes que ele pudesse falar qualquer coisa

- Hum... - ele limpou a garganta- Desculpe moça, eu me chamo Jacob Black, você conhece a senhora Isabella eu presumo. - Por alguns segundos ele escutou a linha ficar muda e a respiração do outro lado começou a ficar descompassada.

- OH MEU DEUS, quem é você e o que fez com a Bella- a mulher entrou em pânico e começou a gritar como uma maluca sem dar tempo para ele se explicar.

- Senhorita Alice, me desculpe, mas eu sou somente um motorista, sua amiga Isabella acabou de dar entrada no hospital Central e não tem ninguém com ela, como ela não chegou aqui em um estado muito bom, não pude pedir qualquer informação para ela, porem precisam de algum parente ou coisa assim. - ele preferiu soltar de uma única vez, antes que a moça com voz irritante o interrompesse outra vez e começasse a dar escândalos.

- Jesus Cristo, o que aconteceu com ela? Ela esta machucada? Sofreu algum acidente? - a amiga de Isabella se encontrava naquele momento saindo do banho depois de longas horas de voo desembarcando em Londres, não tinha se sentido bem no dia anterior e resolveu interromper sua viagem mais cedo, algo lhe dizia que algo de ruim aconteceria.

- Não sei te dizer moça, ela pediu o carro e quando eu fui apanha-la na porta de sua casa ela já não estava bem, acho melhor à senhora vir logo para cá. - ele disse sincero e soltou um suspiro cansado. Esse dia seria bem longo.

- Esta bem! Já estou a caminho- Jacob passou o endereço do hospital e desligou.

Dentro da sala de emergência, Bella vagava entre o estagio da consciência e do topor, enquanto a examinavam, os médicos iam fazendo perguntas e ela ia se perdendo, estava com tanto sono.

- Senhora Cullen, você não pode dormir agora, precisa ser forte e aguentar só mais um pouco- O medico que a atendia falou. O engraçado era que forte era o que mais ela vinha sendo, ela estava cansada de ser sempre a forte. A vontade de se entregar a escuridão era muito forte, ela não queria mais sentir dor, não queria mais sofrer, não queria mais chorar, então simplesmente se entregou ao escuro. - PARADA CARDIACA – gritou o medico – Código azul. - Como se tivesse dito uma palavra mágica, uma comoção aconteceu, enfermeiros brotaram sem explicação dentro daquela sala, medicações. - 1 MG de Adrenalina – ele gritou para um enfermeiro, porem sem efeito- 2 MG de Epinefrina –ele pediu novamente, porem, nada de novo - Preparar para massagem cardíaca em 3, 2, 1 .

- ELA ESTÁ GRAVIDA – gritou o medico que tentava estancar o sangramento – ELA ESTA TENDO UM ABORTO, NÃO USEM O DESFIBRILADOR.

- MERDA JOE- gritou o medico que fazia a massagem cardíaca – Vamos Sr. Cullen, REAJA, eu não perco ninguém no meu plantão – ele pressionou mais forte o peito dela, e como se ela estivesse escutando a ordem dele, o coração voltou a bater.

- GRAÇAS A DEUS, Joe, preciso estabiliza-la e ALGUEM CHAMOU O OBSTETRA- ele perguntou gritando enquanto, aplicava medicações na veio e aferia os dados dos monitores. Nisso o Obstetra Paul Lancaster, entrou na sala e correu para o pé da maca.

- Me atualizem – ele pediu

- Isabella Cullen, 25 anos, deu entrada no hospital com hemorragia, acabamos de descobrir que é um começo de aborto e ela teve uma parada cardíaca.

- Alguma coisa nos testes toxicológicos? - ele perguntou pra ninguém em especifico,

- Ainda não saíram os resultados Dr. Estamos esperando a analise – disse um enfermeiro ao lado dele.

- Certo preciso de um ultrassom urgente e um ecocardiográfica fetal, É PRA ONTEM PORRA – ele gritou quando viu que todos os enfermeiros pararam e ficaram olhando para ele, esperando uma ordem direta de quem iria pegar os aparelhos. - Vamos La Isabella, nada de deixar seu bebê ir nesse momento, e você pequeno nada de abandonar a sua mamãe agora, ele disse enquanto examinava a barriga dela.

 COVENT GARDEN 10:20 AM

 - Então, como vocês podem ver no quadro a seguir a empresa teve um crescimento de 59% no ultimo semestre – explicava Edward para todos os acionistas do escritório de advocacia no qual era Diretor Executivo, ele apontava para os gráficos redondos que apareciam na tela- Os últimos casos envolvendo... -

- Desculpe interromper Senhor Cullen, mas é urgente – disse sua secretaria Sr. Forbes, uma senhora de 56 anos muito eficiente que estava no cargo desde quando ele teve que demitir a jovem Jane, quando há um tempo sua esposa achava que ele estava tendo um caso com ela. Sr. Forbes se aproximou do chefe e baixo o suficiente somente para ele escutar sussurrou: - A senhorita Brandon esta na linha três um pouco histérica, disse que esta tentando falar com o senhor já tem quase 2 horas e seu celular só cai na caixa postal. –

- É porque eu estou no meio de uma reunião Sr, Forbes e você... -

- Sim, eu sei que odeia ser interrompido Sr. Cullen – o cortou a velha senhora. - foi só por isso que eu vim aqui, como eu ia dizendo, a senhorita Brandon esta tentando falar como senhor porque a Sr Cullen deu entrada no Hospital. -

- Minha mãe foi para o hospital?- ele perguntou sem entender, ele tinha falado com a mãe antes de entrar em reunião, ela parecia bem.

- Não senhor Cullen, a senhora Isabella, sua mulher, esta no hospital e pelo o que ela me disse é muito grave, precisam que o senhor vá para lá agora.

"sua mulher, esta no hospital e pelo o que ela me disse é muito grave”.
"sua mulher, esta no hospital e pelo o que ela me disse é muito grave”.
"sua mulher, esta no hospital e pelo o que ela me disse é muito grave”.
"sua mulher, esta no hospital e pelo o que ela me disse é muito grave”.

Aquilo demorou em entrar em sua cabeça, e quando entrou se lembrou das vezes que viu sua mulher passar mal durante as ultimas semanas, merda, Tanya e sua mãe o tinham convencido que era somente para chamar a sua atenção, sua mãe afirmou ainda, que Isabella vinha frequentando assiduamente todos os encontros de chá da tarde com as "senhoras”.

- Merda. - ele exclamou quando viu que foi negligente com ela, não que ele fosse um exemplo de marido, isso estava longe, mas ele poderia ter prestado um pouco mais de atenção nela – Senhores, me perdoem pela intromissão, mas acabo de ser informado que minha esposa deu entrada no hospital e parece ser grave, preciso ir para lá agora mesmo, a Senhorita Denali irá dar continuidade a reunião, ela esta tão a par do assunto quanto eu. - Se ele tivesse prestado um pouco mais de atenção, teria visto a careta de insatisfação que sua amante fez.

"Ótimo, logo agora que ele estava pra pedir o divórcio essa puta resolver ficar doente" pensou ela. Porem ele não viu, virou as costas e correu para o elevador.

- Sr Forbes em qual hospital ela está? - ele perguntou enquanto passava as mãos no cabelo nervosamente. Ta certo que nos últimos dias ele vinha pensando em formas de pedir o divorcio a Bella, mas na realidade ele nunca imaginou sua vida sem ela antes, e imaginar que agora ela poderia morrer... Não, ele não conseguia assimilar a informação, Bella não podia morrer como ele ficaria se ela morresse? Sim, era um pensamento totalmente egoísta olhando pelo fato de que ele tinha uma amante e iria se separar dela, pelo menos era o que ele dizia pra si mesmo e para Tanya, que iria se separar, mas se ele quisesse aquilo mesmo, já tinha pedido o divorcio não tinha?

- Ela esta no hospital Central Sr. Foi à única informação que eu consegui entender, a menina está bastante nervosa e não conseguiu me explicar coisa com coisa – Sra. Forbes o tirou de sua linha de raciocínio, ainda bem, porque sua mente já estava dando nó.

- Repasse minhas reuniões para Tanya, não sei quando eu volto – ele disse entrando no elevador e se despedindo da mulher.

- Não se preocupe Sr Cullen, aqui eu tomo conta, mande noticias da menina- ela disse com água nos olhos, ela gostava daquela menina. Ele deu um aceno de cabeça e deixou a porta fechar, assim que chegou ao carro, entrou sem pestanejar e saiu com o carro em alta velocidade, ate encontrar uma parte aonde um engarrafamento enorme.

- PORRA – ele apertou a buzina assim como os outros, mas não adiantou de nada. Ele procurou o celular em seu bolso, quando achou, se lembrou de que o tinha deixado no silencioso por isso não pode atender as ligações de Bella e nem Alice, e como era de se esperar, tinham dois ligações do celular de Bella e cinco de Alice, será que Bella o ligou pra pedir socorro? Desesperado com essa hipótese ele sem pensar, acabou ligando para o celular dela, qual não foi a sua surpresa quando não foi sua mulher quem o atendeu e sim um homem?- Alo? Isabella? -

- Hm... Não, aqui – ele ouviu um limpar de garganta e conferiu o visor do celular pra ver se tinha ligado certo – Aqui é Jacob Black senhor Cullen, sua mulher não...

- QUEM É VOCÊ PORRA? E O QUE TA FAZENDO COM O CELULAR DA MINHA MULHER? - ele gritou perdendo a noção, como assim um homem atendia o celular de sua esposa? Quem era Jacob Black? Será que era amante dela? NUNCA, Bella não faria isso com ele, não a doce Bella, por mais que ela tenha mudado muito nos últimos dois anos, ela jamais faria isso, ou faria?

- Sr Cullen, se acalme e eu já te explico o que esta acontecendo – Jacob respirou fundo e relatou novamente o ocorrido de manha – Me chamo Jacob Black como já disse antes, sou motorista de Uber. Sua esposa pediu um carro hoje, e assim que cheguei ao local ela estava passando mal, ela sentia dores e se contorcia a trouxe direto para o hospital, e ela esta sendo atendida até agora, não tive mais noticias e a única pessoa que eu consegui contato foi com uma amiga dela, a Senhorita Alice, eu até tentei ligar para o senhor, mas só dava na caixa postal – ele terminou tudo em um fôlego só, estava desesperado pela mulher desconhecida, e com medo de que aquele homem pensasse besteira.

- Certo Sr Black, desculpe pelos meus gritos, eu estou nervoso, muito obrigada por ajudar minha esposa, assim que eu chegar ai nos conversamos direito, eu estou no meio de um engarrafamento, mas, chego ai o mais rápido que conseguir – E sem mais explicações ele desligou o telefone, torcendo que aquele transito acabasse de uma vez.

...

Hospital Central 11:42

BIP. BIP. BIP

"Droga, eu me esqueci de desligar o despertador de novo" pensou Bella. Lentamente sua consciência ia voltando

BIP. BIP. BIP.

Conforme foi voltando à consciência, foram voltando às dores também, ela sentia como se um caminhão a tivesse atropelado. Ainda com dor no corpo, ela tentava se lembrar do porque das dores, e assim, as coisas foram voltando aos poucos, ela em casa sentindo dores chamando um Uber, ela quebrando a sala, e por ultimo, ela se despedido de Edward, ao se lembrar de Edward, ela se lembrou da magoa, veio à vontade de chorar, sem que ela percebesse porque permanecia de olhos fechados, aquele barulho irritante ficou mais rápido e mais irritante.


- Sra. Cullen, meu nome é Dr Paul Lancaster, a senhora esta no hospital central, e eu preciso que se acalme, esta tudo bem com você - ao escutar aquela voz e assimilar o que ele tinha dito, ao invés de se acalmar ela ficou ainda mais nervosa.

"Como assim hospital?" Ela não se lembrava de chegar ao hospital, só se lembrava de entrar no carro do Uber.

- Sra Cullen, preste atenção em mim, se a senhora não se acalmar, serei obrigado a te sedar – ele disse próximo a ela – Agora, eu irei apagar a luz e fechar as persianas, devagar a senhora ira abrir os olhos, e assim que estiver pro as persianas, devagar a senhora ira abrir os olhos, e assim que estiver pronta, acenderemos as luzes, tudo bem? - ele fez exatamente aquilo o que disse – Certo Sra Cullen, já apaguei as luzes, pode abrir os olhos. Por reação do próprio corpo, ela ainda abriu os olhos bem devagar, apesar de a janela estar fechada e a luz apagada, ainda vinha um pouco de iluminação do lado de fora do quarto, ela piscou algumas vezes até se acostumar em estar acordada.- Sra Cullen, eu preciso que me diga o que se lembra, exatamente, do que aconteceu para fazer à senhora chegar até aqui – ele foi até próximo da cama novamente, encheu um copo descartável com água, levou até a boca dela que bebeu tudo devagar.

- Eu... - sua voz saiu baixa, rouca e falha, ela limpou a garganta para fazer com que sua voz saísse limpa e compreensível – Eu me lembro de sentir uma dor bem forte e pedir um uber, só isso – ela disse sem ter coragem de encarar o medico. O Doutor foi até o interruptor do quarto e acendeu a luz, Bella apertou os olhos até se acostumar com a claridade mais intensa.

- E a senhora sabe me dizer o que ocasionou a dor? Você sabe me dizer o que estava fazendo antes de sentir a dor? - ele precisava saber até aonde ela tinha noção do próprio estado, para segui-la dar o parecer do seu quadro clinico. Ela fechou os olhos, negou com a cabeça e virou a cabeça para o outro lado do quarto, ela não queria que ninguém soubesse da sua falta de postura em casa, não queria que ninguém soubesse o quão fracassada era ela, não queria que ninguém soubesse que era traída. - Certo, Sra Cullen, os exames de quando a senhora chegou até aqui, mostram altos níveis de concentração de álcool no seu sangue, a senhora se lembra de ter consumido alguma bebida alcoólica por vontade própria? - ele achou melhor começar de uma forma que ela pudesse esclarecer algumas duvidas sem se estressar. Ela simplesmente balançou a cabeça em afirmativa. – Certo, Sra Cullen, a senhora deu entrada no hospital inconsciente, seu ritmo cardíaco estava muito alto e a senhora correu um serio risco de entra em coma alcoólico, Sra Cullen, a senhora poderia me dizer se tem histórico de pressão alta em sua família? Ou se a senhora tem pressão alta? Ela abriu os olhos vendo que a situação ali era seria, ela teria quer prestar bastante atenção no que ele diria, respondendo a pergunta dele, ela negou com a cabeça. - Sra Cullen, quando a senhora deu entrada no hospital, sua pressão estava alta – ele hesitou um pouco pra continuar, e ela percebeu que ali vinha o pior, ela se mexeu desconfortável na cama e esperou pelas próximas frases que mudariam totalmente o rumo da sua vida dali em diante – Sra Cullen, a senhora sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve um principio de infarto, na sua idade, além de incomum, é arriscado, poucas pessoas como à senhora voltam de uma parada assim, ainda mais no seu estado – ele disse apertando os lábios em uma linha fina.

- Pelo meu estado você quer dizer o do quase coma alcoólico certo? - pela primeira vez ela resolveu se manifestar, não entendeu o rumo que a conversa estava tomando – ela tinha problemas cardíacos agora?

- Não. - ele disse engolindo em seco, por perceber que o pior viria agora, ele tinha uma seringa com sedativo no bolso do jaleco, ele sabia que teria que usa-la a qualquer momento, e pressentia que seria logo – Sra Cullen, quando eu digo o seu estado, eu digo, pelo fato da senhora estar grávida – ele precisava saber se ela tinha ciência da gravidez antes de continuar – A Sra Sabia que estava grávida de aproximadamente nove semanas quando consumiu a bebida alcoólica de manha Sra Cullen?

"Grávida? Isso era serio? De dois meses?" Ela saltou um ofego e fez que não com a cabeça, e lágrimascomeçaram a rolar pelo seu rosto, na mesma velocidade em que seus batimentos cardíacos começavam a subir.

- Sra Cullen, eu preciso que a senhora se cal me apara podermos continuar essa conversa – Ele foi para mais próximo dela já prevendo o que aconteceria a seguir, mas era procedimento, só tinha um desconhecido na recepção com ela, ele não tinha sido atualizado sobre mais ninguém, sendo assim, ele precisava conversar diretamente com ela – Sra Cullen, a senhora estava grávida de nove semanas de uma gravidez de gêmeos bivitelinos quando consumiu todo aquele álcool, a senhora sabe o que é uma gravidez de gêmeos bivitelinos? - ele perguntou tentando dar voltas para ver se ela se acalmava e ganhava tempo. Ela balançou a cabeça em afirmativa.

- São gêmeos gerados em óvulos e bolsas diferentes certo? - ela perguntou tentando entender aonde ele queria chegar “Deus, ela seria mãe de gêmeos”? Não um, mas dois seres humanos que dependeriam totalmente dela, e ela comete uma loucura daquelas, quer dizer, ela sabia que quando se esta grávida não se pode consumir álcool porque pode ocasionar em... -

- E-e-eu... Eu tive um aborto? É isso? Eu perdi meus bebês? - ela perguntou com uma bola na garganta e os batimentos cardíacos começaram a acelerar de uma forma desproporcional

-Sra Cullen, por favor... -

-RESPONDE, POR FAVOR, RESPONDE, EU PERDI MEUS FILHOS?- ela gritou já com lágrimasnos olhos – Por favor, responde, só responde e depois pode me dopar – ela disse quando viu que ele pegava uma seringa e já ia para perto dela, ela segurou na mão que ele segurava a seringa coma vista toda embaçada por cauda das lagrimas.

- Sra Cullen, eu sinto muito – e antes que ele pudesse continuar, ela deu visão a um choro descontrolado, ele achou melhor falar tudo de uma única vez e seda-la logo – sim, a senhora sofreu um aborto por conta do álcool, entretanto, foi de um único bebê, a senhora perdeu um dos gêmeos, o que realmente é algo inacreditável para o seu estado, a senhora teve pressão alta, fora o alto nível de álcool na corrente sanguínea, o esperado era que a senhora perdesse os dois, mas um milagre aconteceu e um bebê esta bem, a partir de agora você terá uma gestação de alto risco, mas o bebê passa bem – ele terminou segurando nas mãos dela com uma mão, e com a outra ele espetou a seringa no braço dela – eu sinto muito Sra Cullen, queria ter feito mais – ele disse enquanto via a mulher fechar os olhos lentamente ainda com lágrimasescorrendo.

 "um milagre aconteceu e um bebê esta bem"
"um milagre aconteceu e um bebê esta bem"
"um milagre aconteceu e um bebê esta bem"

Era a única coisa que ela conseguiu focar antes de o remédio entrar no seu organismo e tudo começar a escurecer, ela sentiu que ali, lhe foi dado boas-vindas ao inferno.

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