Pov. Bella
Merda. Merda. Merda. Eu estava muito
atrasada para a aula, eu não acreditava. Primeiro dia do ano letivo e eu
atrasada. Hoje era o dia de tudo dar errado. Meu carro quebrou quando eu estava
indo para o trabalho mais cedo. Meu chefe me liberou tarde, e o peguei um puta
engarrafamento para chegar à faculdade. E estava super atrasada.
Eu corria pelos corredores até a minha aula
de literatura ocidental. Justo a única aula que eu não podia me atrasar, era a
qual eu estava me atrasando. O professor era o demônio reencarnado, e adorava
fazer a pessoa que chegar atrasado a passar vergonha.
Eu subi as escadas rápido, para não pegar a
fila do elevador, estava virando para subir o quarto lance de escada, quando um
corpo chocou-se contra o meu e nós dois caímos no chão.
- Ai. - reclamei. Não por ter caído e sim
por mais um minuto de atraso.
- Deus. Você está bem? - era a voz de um
homem, com um forte sotaque americano. Tirei os olhos dos meus livros e
trabalho espalhados pelo chão e olhei para o homem o qual eu esbarrara. Ele era
bem bonito, alto, ruivo, um tom de ruivo meio estranho, meio bronze, olhos
verdes. - Moça… - ele balançou a mão grande, apenas para ressaltar, em frente
aos meus olhos e eu os pisquei.
- Oi desculpa. Estou bem. - respondi e ele
estendeu a mão para mim e eu a peguei e ele me ajudou a me por de pé. -
Obrigada. - agradeci passando a mão pelas minhas calças tirando a poeira. - Me
perdoe por ter atropelado você. Você está bem? -
- Estou. - disse enfiando as mãos nos bolsos
da frente da calça jeans de lavagem escura. - Se me permite perguntar… Para
onde estava indo com tanta pressa? -
- Para o oitavo andar. Aula de literatura
ocidental. -
- Você conhece uma coisa chamada elevador?
- perguntou rindo.
- Conheço, mas… -
- É claustrofobia? -
- Não. Mas a fila no primeiro andar está
enorme e eu estou atrasada. E o professor é o demônio reencarnado. -
- Quem? -
- Meu pai. - resmunguei.
- Oi? - ele disse como se não tivesse
entendido o que eu disse.
- Meu professor de literatura ocidental é
meu pai e ele é o demônio reencarnado. - resmunguei. - Pelo menos dentro da
aula, fora da aula ele é um amorzinho. - comentei e ele riu. Olhei em volta. -
Meus livros… - foi só aí que eu percebi que meus livros estavam no chão.
Agachei-me para pegar meus livros e ele se abaixou junto.
- Acho que seu trabalho está aqui no meio
também. -
- Olha. Eu não tô nem aí para esse
trabalho. - resmunguei e ele riu mais ainda. - Fiquei a madrugada toda fazendo.
- empilhei os três livros.
- O morro dos ventos uivantes? - perguntou estendendo o trabalho para mim e
mantendo um livro em sua mão.
- Estou relendo. Estou fazendo minha
monografia sobre ele. - expliquei.
- Está no final do curso? -
- Na verdade estou no sexto período. Mas
não quero deixar para cima da hora igual muita gente faz. - expliquei dando de
ombros.
- Édipo rei. MacBeth. Eros e Psique? - leu
olhando os três livros em minha mão.
- Literatura ocidental. - dei de ombros. -
A propósito, o trabalho que acabou de me entregar é sobre Macbeth. - expliquei.
E o sinal tocou. - Puta que me pariu. - disse devagar e arregalando os olhos.
- Que foi? -
- Se eu não chegar à sala até o quarto
sinal eu tiro zero nesse trabalho. - disse e o deixei falando sozinha e voltei
a minha corrida até o oitavo andar. Eu estava correndo e ficando tonta, já que
tinha que fazer curvas nas escadas e desviar de alguns alunos que desciam. Mas
finalmente cheguei ao oitavo andar e depois de mais uma corrida eu cheguei à
sala no final do corredor. - Cheguei. - disse batendo na porta e derrubando de
novo meus livros do chão. - Não vou pegar de novo. - reclamei com meu
pai/professor e vendo a sala completamente vazia.
- Está atrasada. - disse arrumando sua
pasta.
- Eu sei. Mas… Tudo deu errado hoje. - meu
carro quebrou, o filho da puta do meu chefe não quis me liberar, peguei a porra
de um engarrafamento, subi oito lances de escada correndo, minhas coxas estão
ardendo, e eu esbarrei em um cara gato. - ele desviou os olhos da pasta e me
encarou. - Isso não importa, vai aceitar meu trabalho? -
- A aula já acabou. -
- Tecnicamente o último sinal não bateu. -
apontei. - Isso significa que o senhor é meu professor, e significa que o
senhor ainda pode pegar meu trabalho. - bufando ele estendeu a mão e eu peguei
a folha do chão e o entreguei, mal ele colocou dentro da pasta e o último sinal
bateu.
- Ótimo. Sou seu pai. Quem é esse cara o
qual você esbarrou? -
- Não sei. - disse a verdade pegando meus
livros e percebendo que meu livro O Morro
dos Ventos Uivantes havia ficado com o garoto. - Não me lembro de tê-lo
visto antes e nem perguntei o nome dele. Esbarrei, derrubei, perguntei se tava
bem, recolhi minhas coisas e voltei a correr. - em termos não era tudo mentira.
- Por que você não larga esse emprego? -
- E vou me sustentar como? -
- Você mora sozinha porque quer. Eu e sua
mãe não te expulsamos de casa. -
- Pai. O senhor dirige duas horas e meia
todo santo dia. Não sei por que. -
- Faz o que quiser. Você não é mais nenhuma
criança. - resmungou e colocou a bolsa no ombro. - Vamos? Te dou uma carona. -
- Pode ir. Eu tenho que ir a bibliografia
antes, pegar alguns livros para prova de semana que vem sobre Marx. - expliquei
e ele assentiu caminhando para a porta e eu me encostei-me a sua mesa
respirando fundo.
- Ah. A sua mãe exige que você vá nesse
final de semana lá em casa. - assenti e ele foi embora e eu me sentei-me à mesa
de meu pai, me acalmando. Eu ainda sentia minhas pernas arderem.
- Toc. Toc. - levantei a cabeça e o homem,
o qual, eu esbarrei estava encostado no batente da porta.
- Oi? -
- Você esqueceu isso. - disse amostrando o
meu livro.
- Obrigada. - ele entrou na sala e me
entregou o livro.
- Então… Conseguiu entregar o trabalho? -
- Claro. Depois de eu ter contado a minha
odisseia ao meu pai. Ele aceitou. - ele sorriu.
- Tem aula agora? -
- Não. Os dois últimos tempos são vagos. -
- Então… Meu professor não veio também.
Topa ir ao bar, conversar um pouco? -
- Não. -
- Por quê? -
- Eu não te conheço. Nem sei o seu nome.
Vai que você é um maníaco homicida? - ele riu.
- Edward Cullen. Americano. 21 anos.
Arquitetura. 7° período. - disse estendendo a mão. - E você é Isabella Swan.
Pelo sotaque é do Reino Unido. Literatura. 6° período. - o encarei confusa. -
Seu nome estava na contra capa do livro. -
- E o livro não pode ser emprestado? - ele
me encarou, provavelmente temendo ter cometido uma gafe. - Mas você pode me
chamar de Bella. - disse e ele sorriu amplamente concretizando que não havia
cometido nenhuma gafe. - Ou a filha do professor de literatura ocidental. - ele
agora rira.
- Então filha do professor de literatura
ocidental… Topa ir tomar um drink? - o encarei sem responder. - No bar da
faculdade. Não vou fazer nada com você. -
- Eu tenho que passar na biblioteca. -
- Eu também. Pegar um livro para um
trabalho. -
- Sobre Marx? -
- Graças a Deus não. - disse apressado e eu
comecei a rir. Desci da mesa e peguei os meus três livros e ele logo os pegou
de minha mão e eu o encarei. - Que foi?
Sou um cavalheiro. - deu de ombros e deixamos a sala, ao mesmo tempo em
que o inspetor do corredor veio trancar a porta.
- Então… - disse parando em frente ao
elevador e esperando ele subir. - Gosta de arquitetura? - puxei assunto.
- Nem um pouco. - disse entrando no
elevador já vazio.
- Então porque está cursando? -
- Meu pai… Ele é arquiteto e tem uma
empresa. E eu sou filho único. E eu sou obrigado a seguir seus passos. -
reclamou. - Você deve entender isso… -
- Por quê? -
- Seu professor é seu pai. - balancei a
cabeça rindo.
- Eu gosto de literatura. Sempre quis,
desde pequena. - expliquei. - A verdade era que meus pais queriam que eu
fizesse outra coisa. Tipo direito, medicina e essas coisas. -
- Sortuda. - resmungou quando as portas de
metal se abriram.
Nós caminhamos até a biblioteca ainda
conversando sobre o fato de ele detestar a faculdade e nos separamos por alguns
minutos para ambos irmos buscar nossos livros e depois seguimos para o bar
perto da faculdade. Estava cheio, mesmo hoje sendo uma plena quarta feira,
próximo ao período de provas, e Edward pediu duas cervejas, e nós nos sentamos
em uma mesa afastada.
- Então, eu acertei quando disse que você
era do Reino Unido? - perguntou enquanto eu ajeitava meus livros e minha
mochila no banco ao nosso lado.
- Sim. -
- Inglesa? -
- Irlandesa. -
- Daqui mesmo? Dublin? -
- Galway. Conhece da música Galway Girl? Do
Steve Earle. -
- Acredito que não. Fala sobre o que? -
- Conta sobre a reação de um homem quando
vê uma garota morena de olhos azuis em Galway. - expliquei bebendo um gole da
cerveja.
- Não conheço, mas acredito que seja
familiar. - o olhei sem entender. - Então… A bela morena de olhos azuis de
Galway sentada a minha frente tem quantos anos? -
- 20. - contei circulando o dedo na borda
da caneca. - E você jovem de 21 anos, que detesta arquitetura, e é americano… -
- O que? -
- Você é de onde? -
- Boston. -
- Massachusetts? - assenti. - Não é o mesmo
estado onde fica Salem? Das bruxas de Salem? -
- Conhece a história? -
- Admito que fiquei bem tentada em cursar
história para fazer minha monografia sobre os julgamentos de Salem. -
- Então porque letras e não história? -
- Fiquei na dúvida, anotei em um papel e
sorteei. - ele que estava com a garrafa de cerveja nos lábios se engasgou ao
começar a rir.
- É assim que você toma as suas decisões? -
perguntou rindo e brincando.
- Apenas as mais importantes. - rebati
brincando e ele jogou a cabeça para trás gargalhando.
- Então, você vai precisar tirar no papel?
-
- O que? -
- Se vai sair comigo de novo? -
- Isso foi um convite? Pois se for, repete
de um jeito melhor. - resmunguei.
- Isabella Swan, garota de Galway, filha do
professor de literatura ocidental, você aceita sair comigo no sábado? -
- Não! -
- Por quê? -
- Compromisso de família no sábado. -
- Domingo? -
- Volto apenas segunda. -
- Sábado que vem. - neguei. - Por quê? -
- Semana de provas. -
- Quando você está livre? -
- Sabia que você está me chamando para sair
sem nem ao menos saber se eu quero ou se eu estou solteira ou se eu sou
lésbica. -
- Você é lésbica? -
- Olha… Confesso que durante uma noitada de
bebedeira eu acabei dormindo com uma mulher, mas não. Mesmo eu tendo gozado
horrores, como nenhum homem me fez gozar antes. Porém, por enquanto eu não sou
lésbica, mas estou tentada a mudar caso não encontrar um homem que me faça
gozar horrores. -
- Então posso deduzir que esteja solteira.
-
- Estou. -
- Caso queira, posso ser esse homem que te
faça gozar horrores. -
- Olha o respeito. - apontei.
- Foi você quem começou a falar sobre sexo.
-
- Apenas respondi sua pergunta. -
- Então, já que você não é lésbica e é
solteira. Por que não posso te chamar para sair? -
- Perguntou se eu quero? -
- Você quer? -
- Me dê um bom motivo. - pedi, apoiando
meus braços na mesa e o encarando.
- Com todo o respeito, já disse que posso
te fazer gozar horrores… -
- Tenho minhas dúvidas. -
- Quer apostar quanto? - rebateu e eu o
encarei.
- Diga-me, já que você odeia arquitetura, o
que você sempre quis fazer? -
- Talvez ginecologia. - arqueei a
sobrancelha. - É brincadeira. Não sou tão pervertido assim. - continuei o
encarando. - Tá bom, eu sou. Mas não iria cometer o erro de ser processado. -
bufei. - Agora falando sério… Sempre quis ser escritor. -
- Jura? -
- Juro. - respondeu.
- Já tem algo escrito? -
- Alguns capítulos de uma história que
estou escrevendo há algum tempo. Alguns poesias. Mas é apenas hobbie. -
- Posso ler? - negou. - Por quê? -
- Se não quer sair comigo, eu também não
vou te deixar ler… - o encarei rindo.
- Chantagem? - ergueu as mãos. - Coisa
feia. - ele riu. - Pelo menos me conta o enredo. -
- Ah… É sobre uma garota morena de olhos
azuis de Galway. - respondeu.
- Não tem livro nenhum não é? -
- Tem. É sobre anjos e demônios. -
respondeu. – E a anterior foi uma cantada. -
- Precisa melhorar. - apontei. -
Principalmente porque não conhece a música. -
- E qual é o problema? -
- Se a reação de Steve Earle sobre a garota
de Galway seja uma reação ruim? -
- Eu não havia pensado nisso. - ponderou.
- Bom. O senhor continue praticando suas
cantadas horríveis e eu vou embora, antes que fique tarde. -
- Está de carro? -
- Não. Aquela merda quebrou hoje quando
estava saindo de casa. E eu dispensei a carona de meu pai. -
- Eu te levo. -
- Eu não te conheço. -
- Sério? Você já reclamou do seu pai
comigo. Já me contou sobre sua experiência com uma mulher. Seu desejo profundo
de um homem fazer você gozar horrores. Eu estou te cantando desde que chegamos
aqui e você ainda diz que não me conhece?! - revirei os olhos. - Mora onde? - o
encarei. - Não vou te assaltar. Nem arrombar depois e nem fazer nada com você.
Só se você pedir. - revirei os olhos de novo. - Mora onde? -
- Ballsbridge. -
- Pertíssimo de onde eu moro. Eu te levo. -
- Eu sei me defender. – avisei.
- Mesmo Kill Bill? - revirei os olhos.
- Americano. - resmunguei pegando meus
livros e ele riu.
Aceitei sua carona, porque era tarde e não
estava a fim de pegar ônibus. E nós fomos o caminho todo conversando besteiras.
Eram dez minutos de viagem, da faculdade até meu apartamento e ele sabia chegar
lá perfeitamente bem, até depois que eu passei o endereço do meu apartamento.
- Entregue. - disse parando o carro em
frente ao meu apartamento.
- Obrigada. -
- Então. Você não vai mesmo sair comigo? -
- Eu já disse que nesse final de semana eu tenho
compromisso de família e na outra é semana de provas. -
- Na outra. Depois das provas. -
- Recuperação. -
- Vai ficar de recuperação? -
- Não sei. Espero que não. Mas eu tenho uns
professores bem filhos da puta. - ele riu.
- Bom. Caso não fique de recuperação na
próxima semana, caso fique na outra. -
- Está planejando uma saída para daqui a um
mês? -
- Você que está dificultando tudo. E não,
não estou marcando uma saída e sim um encontro. Tem diferença. -
- Vou pensar no seu caso. -
- Vou cobrar. Até porque sei sua sala e sua
casa. -
- Mas não sabe o número do meu apartamento.
- apontei abrindo a porta do quarto. - Obrigada Sr. Americano. -
- Disponha garota de Galway. - disse. -
Assim que eu chegar em casa eu vou ouvir essa música. - comentou mais consigo
mesmo do que comigo.
- Tchau Edward. -
- Até logo Bella. - sai do carro tentando
equilibrar meus livros nos braços enquanto jogava minha mochila para frente
tentando pegar as minhas chaves.
Entrei no elevador tentando pegar o caralho
da chave, que estava perdida no fundo da bolsa, provavelmente no meio de alguns
absorventes. Sai do elevador no meu andar e ainda estava revirando a bolsa
atrás da porta da chave, estava quase jogando os tampões e absorventes, porque
eu andava com os dois dentro da bolsa, para o alto e os livros no meu braço
estavam atrapalhando. Até que senti os livros sendo tirados de minhas mãos.
- Está enrolada aí? - Edward perguntou com
a mochila pendurada no ombro, apoiado na parede com meus livros na mão.
- Está fazendo o que aqui? - perguntei. Ele
não respondeu, apenas pegou uma chave no bolso, me mostrando e indo para a
porta atrás de mim e a abrindo.
- Eu disse que você morava pertíssimo de
mim. -
- Está brincando? Como eu nunca te vi aqui?
-
- Me mudei a uma semana. - bufei finalmente
encontrando as minhas chaves.
- Você está me seguindo, não é? -
- Não. Mas caso queria que eu fique por
trás eu não vou me importar. -
- Olha o respeito. - disse de novo.
- Você ainda vai pedir para transar comigo.
-
- Não seja presunçoso. -
- Veremos… -
- Boa noite. - disse pegando meus livros de
sua mão e entrando em casa.
- Boa noite. - gritou quando eu fechei a
porta. Eu mereço.
x.x.x
No dia seguinte acordei cedo, eu tinha que
trabalhar cedo hoje. Levantei da cama, engoli o café da manhã sem mastigar e
sentir o gosto, fiz minha higiene e me vestir e sai de casa, eu ainda tinha uma
pequena centelha de esperança de meu carro funcionar hoje, mas do mesmo jeito
já tinha o dinheiro da passagem no bolsinho da mochila.
- Bom dia garota de Galway. - mal terminei
de trancar a porta e ouvi a voz de Edward.
- Está batendo ponto aí, esperando eu sair?
-
- Tipo isso, eu preciso falar uma coisa
muito importante para você. -
- O que? - perguntei me virando e vendo que
ele estava apenas com uma calça de moletom e uma caneca branca em mãos. Engoli
em seco vendo o abdômen definido e de seus braços musculosos. Balancei a cabeça
prestando atenção em seu rosto e tentando não olhar para o seu peito desnudo. -
O que? -
- Ouvi a sua música ontem. -
- Minha música? - perguntei confusa.
- É… Galway Girl. Escutei ontem à noite. -
- E aí? -
- Entendi perfeitamente a reação do cantor.
A propósito, foi quase um déjà vu. - balancei a cabeça sorrindo.
- Fico feliz por ter gostado. -
- Eu tenho que agradecer por ter me
apresentado a ela. -
- Eu tenho que ir. Eu trabalho. -
- Onde para eu dar uma passada por lá? -
- Até mais Edward. - disse me enfiando no
elevador quando ele parou no meu andar devido a um dos vizinhos que havia
chegado. E as portas se fecharam impedindo que Edward falasse algo.
Graças a Deus o carro funcionou, mas antes
ir para o trabalho iria deixá-lo em uma oficina para não correr o risco de ele
me deixar na mão de novo. Eu estagiava em uma escola de manhã, era uma das
matérias da faculdade, estágio, e a tarde eu trabalhava como secretária de um
advogado, que era o demônio também.
Na hora do almoço, quando acabou meu turno
na escola de ensino fundamental, eu passei no mecânico e já tinham ajeitado meu
carro, e lá se foi uma grande quantia em dinheiro que eu não queria ter que
gastar, mas pelo menos o mecânico garantiu que ele não iria parar de funcionar,
espero que ele não tenha mentindo.
Segui para o escritório de advocacia e eu
odiava aquele emprego, Deus, como eu odiava esse emprego, e meu chefe também,
puta que pariu como eu odiava o meu chefe. Puta que pariu, que ódio.
Mas graças a Deus hoje ele ficou o dia
inteiro trancado dentro de um tribunal, e eu tive um pouco de paz o dia inteiro
e pude sair na hora certa para a faculdade e sem chegar atrasada.
O resto da semana foi tranquilo, de tempos
em tempos Edward ainda me “perseguia” principalmente no apartamento, querendo
saber como havia sido o dia, se as aulas estavam indo bem e perguntando se eu
já havia escolhido o dia do nosso “encontro”.
Hoje eu iria para a casa de meus pais em
Galway, estava terminando de arrumar minhas malas, quando a campainha tocou.
Caminhei até a porta e a abri, Edward, e eu respirei fundo.
- Oi Edward. Estou ocupada. -
- Vou demorar apenas dois minutos. -
- Entra. - dei passagem para ele e segui
para o meu quarto terminar de arrumar a minha mala.
- Você está levando livros? -
- Mas é óbvio. Segunda eu tenho uma prova importantíssima
e todo o tempo que eu tiver livre eu vou passar estudando. - expliquei quando
ele sentou na ponta da minha cama. - Você é muito abusado. -
- E a sua cama é bem macia. Quer trocar
comigo? -
- O que quer? - rebati.
- Dar-te uma coisa antes de ir. - disse e
estendeu uma caixa retangular embrulhada.
- Por quê? Não precisa me dar presente
nenhum. -
- Não é bem um presente. - deu de ombros. -
Mas me faz um favor, abre apenas quando estiver sozinha. -
- Por quê? O que tem aí? Uma foto sua
pelado? -
- Olha, é uma boa ideia, talvez na próxima
vez. - o encarei feio. - É brincadeira. -
- Então, por que eu só posso abrir quando
estiver sozinha? -
- Porque sim. - bufei.
- Apenas isso? -
- Quer carona até o aeroporto, estação, ou
vai dirigindo? -
- Vou de trem e confesso que aceito sua
carona. Não estou muito a fim de pegar um táxi. - disse e ele me encarou um
pouco surpreso por eu ter aceitado.
- Está pronta? - perguntou sorrindo.
- Um minuto. - fechei minha mala e sentei
em cima dela para fecha-la e Edward gargalhou enquanto eu dei alguns pulinhos para
conseguir fechar. E desci dela. - Estou pronta. - disse colocando o pacote que
ele me entregará dentro da minha mochila.
- Vamos. - eu fui pegar minha mala, mas ele
a pegou minha mala, puxando a alça. Peguei meu casaco e saímos de casa.
Tranquei a porta e seguimos para a estação.
O caminho foi tranquilo com ele
cantarolando a música de Steve Earle e me fazendo rir. Eu estava bem tentada em
abrir aquele pacote que ele me deu, mas não iria abrir na frente dele. Chegamos
rapidamente na estação e ele insistiu em entrar comigo.
- Então, não vai me contar mesmo o que tem
dentro desse pacote? - perguntei cruzando os braços, minha mochila e meu casaco
estavam em cima da mala e ainda faltavam uns quinze minutos para o meu trem
sair.
- Vou dar uma pista. - disse próximo a mim.
- Tem duas coisas aí dentro. O que estiver dentro de um papel de carta, abra
quando estiver sozinha, já o resto você pode ir lendo no caminho.
- E o que tem na carta e nos papéis? - ele
balançou a cabeça negando.
- Não vou falar. -
- Eu detesto surpresa. - confessei.
- Vai gostar dessa. - disse e o apito do
trem soou avisando que faltava dez minutos.
- Eu tenho que ir. Obrigada pela carona. -
- Vai precisar na volta? - balancei a
cabeça negando.
- Vou vir com meu pai. -
- Então, vejo você segunda. -
- Até segunda. - disse pendurando minha
mochila nos ombros e pegando meu casaco.
- Ah, e se o que estiver escrito nesse
papel não fizer você pensar em mim… - disse e me puxou pelo pulso para perto
dele é meu corpo se chocou ao dele e seus lábios encostaram-se aos meus.
Os lábios de Edward encostaram-se aos meus
e suas mãos foram para a minha cintura, onde ele me abraçou forte, sua língua
deslizou pelos meus lábios, e eu os entreabri, e logo sua língua tocou na
minha. Quando o ar se fez necessário, ele interrompeu o beijo dando um beijo de
leve em meus lábios.
- Doces e macios como achei que seriam. -
eu ia beija-lo de novo quando o apito do trem de cinco minutos tocou.
- Eu tenho que ir. - disse apressada.
- Até segunda. - ele me deu outro beijo e
eu tratei de entrar no trem antes que o perdesse.
x.x.x
O caminho até Galway seria de três horas, e
eu estava em uma cabine com mais umas três pessoas, eu estava com a minha
mochila no colo e com o livro sobre Marx, e sentia o embrulho que Edward me
entregou pesando dentro da minha bolsa. Larguei o livro de Marx e peguei o
embrulho, o abrindo, era uma espécie de livro de capa amarela, sem nome, e
encadernado, e deveria ter em torno de umas cinquenta páginas e dois envelopes.
Beleza, um eu tinha que abrir um apenas
quando estivesse sozinha, mas qual dos dois? Deixei a espécie de livro em meu
colo, e peguei um dos papéis de carta, abrindo-a e passando os olhos por ela e
arregalando os olhos e dobrando imediatamente antes que o cara ao meu lado
lesse o que estava ali, e tratei de pegar a outra. Céus que não seja nada
parecido com a outra.
“Tolo, você queria fazer a
garota se apaixonar,
Mas quem se apaixonou foi
você.
Queria poder dizer todas as
coisas lindas que estão em minha alma.
Mas as palavras podem ser
falsas e as atitudes são melhores do que elas.
Tolo, se você quiser provar
algo a ela,
Não diga, tolo, faça.
A garota por quem eu me
apaixonei é linda.
Como um sonho em dia de
verão,
Capaz de fazer o sol brilhar,
com um simples sorriso seu.
A garota por quem eu me
apaixonei é sincera, adorável e carinhosa.
A garota por quem eu me
apaixonei tem um jeito especial de encantar, maravilhar e ser.
Eu não sei se a garota por
quem eu me apaixonei me ama também.
Mas eu a amarei eternamente.
E como eu não sei se ela
sente algo por mim, eu apenas imagino.
Imagino poder acariciar sua
pele com as pontas de meus dedos.
Imagino poder infiltrar
minhas mãos em seus cabelos castanhos macios.
Imagino poder olhar em seus
gentis olhos azuis e dizer o que sinto.
Imagino poder enlaçar sua
cintura todas as noites e dançar sob as estrelas.
Imagino poder tomar coragem e
dizer a ela o que realmente sinto.
Imagino poder toma-la em meus
braços e beijar seus lábios que aparentam ser doces e macios.
Imagino poder me deitar ao
seu lado todas as noites.
Imagino poder acolhê-la e
protegê-la com meus braços.
Imagino poder descobrir todos
os mistérios sobre seu corpo.
Imagino poder fazê-la minha
todas as noites, enquanto nós vivermos.
Imagino poder deixar o lado o
fato de que nos conhecemos há pouco tempo.
Imagino poder dizer o que
sinto sem parecer um maluco.
Imagino poder acompanhá-la
sem parecer um maníaco.
Imagino poder abraça-la forte
e conforta-la quando algo vai mal.
Imagino poder dizer que me
apaixonei perdidamente pela garota de Galway, que ama literatura e cujo pai e
professor de literatura ocidental.
Imagino poder dizer a ela que
desde que a conheci, não passou uma noite sem que eu sonhasse com ela.
Mas… Eu apenas imagino.
Quem sabe um dia, eu diga.
Quem sabe…”
Eu li e reli aquela poesia umas vinte vezes
e não pude deixar de sorrir. Isso era realmente sério? Bom, sendo ou não sendo
sério. Eu tinha que admitir, ele tem talento e estava no curso errado. Meu
telefone tocou e eu desviei os olhos do papel e o peguei.
- Oi mamãe. - disse atendendo ao telefone.
- Oi corujinha.
Está chegando? - perguntou e eu olhei discretamente o relógio do homem ao meu
lado que lia um jornal.
- Falta em torno de uma hora. Por quê? -
- Seu
pai quer saber para te buscar. - explicou.
- Entendi. Pede para ele esperar e ir daqui
a mais ou menos meia hora. -
- Tudo
bem corujinha. -
- Ah… Oh mãe. - a chamei antes que ela
desligasse o telefone. - Eu preciso conversar com você quando chegar ai. -
- É
algo sério? -
- Um pouco. Mas é uma conversa só entre nós
duas. -
-
Claro. Estou te esperando. -
- Tudo bem. Eu te amo. - disse e desliguei
o telefone.
Desliguei o telefone e voltei à poesia a
minha mão, relendo-a. Encostei a cabeça no encosto da cadeira e reli o papel
bem devagar, deliciando-me com as palavras, e relendo até quase ter decorado
todas as palavras.
x.x.x
Uma hora depois e o trem parou na estação
de Galway, guardei as cartas dentro da mochila, à última coisa que eu queria
era que meu pai as achassem, principalmente a primeira. Peguei minhas coisas e
desci do trem e encontrei meu pai parado na plataforma.
- Oi corujinha. - disse abrindo os braços.
Fora da faculdade ele era um amor de pessoa.
- Oi papai. - disse o abraçando.
- Como foi a viagem? -
- Ótima. -
- Que bom, vamos para casa? - assenti e ele
pegou minha mala.
Deixamos a estação e dela até a casa de
meus pais era em torno de quinze minutos. Era bom voltar para casa depois de um
longo tempo, eu não pisava aqui desde o ano novo. Papai parou o carro em frente
a sua garagem. E descemos do carro, papai apanhou minha mala no porta-malas e
caminhou na frente abrindo a porta.
- Renée. - papai chamou minha mãe quando
entramos em casa e ele fechou a porta atrás de mim.
- Oi. - e ela saiu da cozinha com o avental
amarrado na cintura e limpando as mãos neles. - Corujinha… - ela veio para
perto de mim e eu a abracei forte. - Oi meu amor. - ela retribuiu o abraço.
- Oi mamãe. -
- Você está tão magrinha… - disse me
segurando pelos ombros e me encarando. - Você tem comido direito? -
- Sim mãe. - resmunguei.
- Tenho minhas dúvidas. Mas bem, estou
fazendo seu prato favorito, vai comer até passar mal. -.
- Deus Renné, menos. - meu pai riu atrás de
mim.
- Leva a mala lá para cima. -
- Sim senhora. - ele bateu continência e
pegou minha mala subindo.
- Então… O que você tem para me falar? -
- É sobre um cara lá da faculdade… -.
- Da sua turma? Achei que achasse as
pessoas da sua turma idiotas. - disse me arrastando para a cozinha.
- Ele não é da minha turma. É do curso de
arquitetura. - expliquei me sentando na bancada da cozinha enquanto ela
terminava o jantar.
- Bonito? -
- Muito. -
- Conta para mim. - pediu.
- Alto, forte, musculoso, mas não tanto,
lindos olhos verdes, cabelos revoltos e ruivos, quase que bronze. E é de
Boston. - expliquei.
- E qual é o problema? -
- Ele escreveu uma poesia para mim. - ela
parou de corta os legumes e me encarou.
- Uma poesia inteira? - assenti. - Cadê? -
- O que? - meu pai perguntou entrando na
cozinha.
- Nada Charlie. Conversa de garotas. - resmungou
e meu pai foi para a sala com uma garrafa de cerveja. - Vai para o quarto e
descansa que daqui a pouco vamos conversar. - disse e eu subi as escadas.
Subi para o quarto e tomei um banho quente,
colocando uma roupa confortável, sentei na cama secando meu cabelo e vendo
minha mochila aberta e a outra carta de Edward e o livro. Eu não iria ler
aquela carta agora, mas o livro…
Puxei minha mochila, o pegando e logo na
primeira página tinha um post-it amarelo. Você
me pediu para ler. Espero que goste. Você é a única que está lendo isso. Ainda
não está terminado. Edward Cullen.
Era o livro dele. Ajeitei-me animada na
cama e me pondo a ler. Não era muito grande, tinha em torno de cinquenta
páginas. Era sobre um amor proibido entre um anjo e um demônio, era viciante,
eu bebia todas as palavras dele, de tão bom que era. E quando eu acabei eu
ansiava por mais.
Meu pai me chamou para jantar e eu guardei
o livro e desci para jantar. Sentei-me a mesa ao lado esquerdo de meu pai,
enquanto ele contava sobre suas turmas, mamãe sobre seus pacientes e eu sobre
minhas aulas. Ao terminar o jantar e a deliciosa sobremesa de mamãe, eu a
ajudei a tirar a mesa e a lavar a louça e subi para o quarto.
- Corujinha. - mamãe disse entrando no
quarto, após eu pegar minha escova de dentes.
- Oi? -
- Cadê? - a encarei confusa. – A poesia. -
- Está em cima da mesa. - expliquei. E uma
luz acendeu em meu cérebro. Merda a carta. Limpei minha boca e sai correndo
para o quarto. - Mãe… -
- Uol. Menina… - disse encarando a carta. -
Bateu até um calor aqui. - ela se abanou. - Adorei esse garoto. - e eu
arranquei o papel de sua mão. - Eu não tinha acabado. - e peguei o papel da
poesia.
- Essa aqui que você tem que ler. - e
emburrada, ela pegou a poesia e leu enquanto eu ia trocar de roupa.
- Ele é tão fofo. - disse depois de ler. -
Ele consegue ser tarado, pervertido, fofo e romântico ao mesmo tempo. - ela me
encarou quando voltei para o quarto. - Amei ele. Já deu para ele? - perguntou e
eu a encarei feio. - Já era para ter dado. -
- Vai fazer uma semana que nós nos
conhecemos. - expliquei sentando na cama.
- E? -
- E uma semana não é muito rápido para
isso? -
- Talvez sim. Talvez não. Tenta a sorte. -
- Nunca fui de tentar a sorte. - reclamei.
- Talvez ele seja o cara certo. - me
ignorou. - Você não precisa namorar, casar com ele. Tenha apenas uma amizade
colorida. - bufei.
- Por que ainda peço conselhos a senhora?
Tudo para a senhora resulta em sexo. - resmunguei.
- Fofa… Não sou apenas eu quem está
pensando em sexo. Lê essa carta que você arrancou de minhas mãos… E se me der
licença, essa carta me deu ótimas ideias para eu realizar com seu pai. -
- Que nojo. -
- Você acha que foi feita como docinho? -
disse dando um beijo em minha cabeça e saindo do quarto.
- Façam em silêncio. - gritei antes de ela
fechar a porta.
- Em silêncio não tem graça. - apontou
fechando a porta. - Ah. - e ela voltou. - Depois me explica essa história de
transar com mulheres. -
Ela saiu e eu bufei, graças a Deus eu
conhecia meus pais e tinha uns potentes tampões de ouvido, apanhei eles dentro
da gaveta ao lado da cama e coloquei no ouvido, e eu não escutava mais som
algum. Desliguei a luz e fui para debaixo das cobertas e peguei a carta que era
para eu ler sozinha, deixando apenas um abajur acesso.
“Talvez
isso seja um pouco de exagero, e você possa achar que eu sou completamente
depravado, mas não era algo que eu podia guardar para mim. Sabe quando você me
contou sobre a sua 'experiência com uma mulher que te fez gozar horrores e que
queria que um homem te fizesse gozar horrores igual a essa mulher’?
Pois bem, você não deixou que
eu te provasse que eu era o homem capaz de te fazer gozar horrores, porém na
minha mente eu te fiz gozar horrores, e puta que pariu, eu gozei horrores. E sabe quando você quer algo, você pede muito
para isso acontecer? Pois bem, acredite eu estou pedindo isso agora, porque se
de verdade for igual ao meu sonho e imaginação, puta que pariu, eu vou querer
transar com você até com 100 anos.
Agora imagina e sinta junto
comigo.
Você trajando um belo,
simples e delicado vestido azul, que contrasta perfeitamente contra sua pele
branca, pés descalços, pisando com as pontas deles no assoalho de madeira do
meu apartamento, fugindo do chão frio. O chão frio some, dando lugar a macias
pétalas de rosas vermelhas, espalhadas pelo chão, trilhando um caminho até o
meu quarto, que estava no escuro e com algumas velas espalhadas pelos móveis,
iluminando o quarto com suas chamas bruxuleante. Deus, você estava tão
convidativa com aquele vestido, que delineava completamente seu corpo curvilíneo
e pequeno, seus cabelos castanhos bagunçados e seus lábios avermelhados que
imploravam pelos meus.
Seu perfume de lavanda
impregnava o quarto, com esse cheiro delicioso. E como em um simples piscar de
olhos seu vestido estava jogado no chão, e uma lingerie vermelha e transparente
adornava seu corpo. Ao fundo, uma música
agradável tocava baixinho. Eu lhe ofereço uma taça de vinho, e você bebe
delicadamente e uma pequena gota arroxeada escapa pelo canto de seus lábios e
eu pego rapidamente com a ponta do dedo. Acaricio delicadamente a ponta do dedo
com a gota de vinho pelos seus lábios e uni os meus aos seus. Onde eu beijo-te
lentamente até que nossos pulmões implorassem pelo ar.
Te pego em meus braços e
deito-te em minha cama, um lugar onde agora parece incompleta sem você nela. E
apoiando meus joelhos na altura de seu quadril, fico em cima de você, onde levo
meus lábios ao seu pescoço, beijando-o de leve. Minha boca desce lentamente,
alisando e beijando sua pele quente, enquanto eu tento gravar suas curvas com
minha boca. Beijo seus ombros, passando pelo seu colo, até chegar a seus seios,
beijando e sentindo a textura da parte descoberta pelo sutiã, e descendo pela
sua barriga lisa, e conforme eu me aproximo de sua calcinha, eu sinto você se remexer
embaixo de mim.
Eu beijo toda a extensão de
seu corpo, e me vejo de joelhos na cama, com suas pernas em volta de minha
cintura. Elas se abriram para mim sem que eu pedisse ou insinuasse. Sua
calcinha vermelha e transparente estava mais transparente ainda devido a sua
excitação que pulsa do meio de suas pernas, era algo quase palpável.
Exalo seu cheiro, roçando a
ponta do nariz pela sua calcinha molhada, e vou à loucura. Minha língua desliza
pela sua buceta, por cima de sua calcinha, e bem devagar, sentindo-a quente e
vendo você se recontorcer. Eu faço círculos com a ponta da língua e subo e
desço devagar, ouvindo seus gemidos e ficando cada segundo mais louco e duro.
Paro com a deliciosa tortura e volto a minha atenção aos seus montes.
Eu vejo você suspirando de olhos fechados, me desejando nu entre suas pernas, do mesmo jeito que eu te desejo, levo minhas mãos aos seus ombros e alisando-os de leve abaixo as alças de seu sutiã, seu peito se ergue, descolando suas costas da cama, para onde minhas mãos vagaram, até o fecho de seu sutiã, tirando-o, e tendo a visão de seus seios desnudos, e quase gozando em minha cueca.
Perco-me encarando seus
seios, não muito fartos e nem pouco fartos, mas no tamanho perfeito para caber
dentro de minhas mãos, que formigam, implorando para toca-los, massagea-los,
estimula-los. Redondos, durinhos e com os mamilos rosados e rígidos que
denunciavam o quanto você está excitada. Você, ofegante, fazia seu peito subir
e descer junto a sua respiração. Seus mamilos rosados e rígidos imploravam pelo
meu toque, e realizando suas necessidades e as minhas, os ataquei, como
desejava.
Com a boca em um seio e minha
mão no outro eu ouvia seus gemidos, que me deixavam cada vez mais excitado.
Suas pequenas mãos foram para o meu cabelo, puxando-o mais para perto de si. Eu
intercalava minha boca entre seus seios, brincando com seus mamilos com minha
língua e te levando a loucura. O sabor de sua pele era um sabor único,
delicioso, macio e doce, algo que eu nunca experimentara na vida.
Eu brinquei com seus seios o
máximo que consegui, já que meu corpo implorava para que eu descesse mais um
pouco e brincasse com outra coisa macia, doce e quente. Dei-me por satisfeito,
por enquanto, e desci para o pequeno e convidativo triângulo no meio de suas
pernas, levando as mãos até a sua calcinha vermelha e tirando-a devagar,
observando que ela desgrudava lentamente da sua pele molhada querendo
literalmente que algo quente entrasse em você.
Suas pernas gostosas abertas me esperando, deixando amostra a sua buceta molhada, rosada e que pulsava implorando pelo meu toque, e eu não posso resistir, quero te provar, minha boca inteira anseia por cada centímetro do seu corpo, por cada centímetro de sua buceta... Quero chupar você amor! Você gosta? Você quer?
Suas pernas gostosas abertas me esperando, deixando amostra a sua buceta molhada, rosada e que pulsava implorando pelo meu toque, e eu não posso resistir, quero te provar, minha boca inteira anseia por cada centímetro do seu corpo, por cada centímetro de sua buceta... Quero chupar você amor! Você gosta? Você quer?
Você implora, você implora
para que eu lhe chupe e para que eu aquiete o calor em seu paraíso. E eu não me
faço de rogado, nunca me faria de rogado a você. E com o intuito de nós saciar,
encostei minha língua quente em sua buceta úmida e um gemido de satisfação
escapou de nossos lábios. Levanto os olhos, sem desgrudar minha boca de meu
maior desejo, vendo você enlouquecendo, contorcendo.
Sua buceta lisinha, rosinha,
tinha sua excitação escorrendo pelas suas dobras e eu nunca permitiria que essa
excitação se perdesse, e prontamente deslizei minha língua por todas as suas
dobras, por toda a sua buceta. Era difícil explicar seu gosto, era algo único,
assim como o gosto de seus seios, porém muito mais viciante. Com a língua leve
eu deslizava por ela, estimulando-te e enlouquecendo-te.
Eu via suas mãos apertando
com força os lençóis da cama, quase os rasgando. Eu estava lhe enlouquecendo,
sabia disso. Adorava isso. Eu podia ficar viciado nisso, Deus, eu quero ficar
viciado nisso, parece que ainda consegui sentir seu gosto em meus lábios
enquanto te sentia derramar-se e relaxar na cama. E eu bebi tudo. Sim, eu bebi
tudo e deseja beber mais. Era um líquido dos deuses.
Eu não aguentava mais, meu
pau estava quase explodindo em minhas calças, ele gritava, implorava para eu me
afundar em sua buceta rosada e quente. Eu queria me afundar em você eu
precisava me afundar em você.
Deixa eu me afundar em você?
Fecho os olhos e sorrindo ao te ouvir pedindo pra eu entrar: gostoso, devagar,
com carinho. E atendendo a sua ordem, pois estou disposto a cumprir a todas, me
afundo em você e quase enlouqueço ao sentir você me envolvendo. Céus, apertada.
Deus, como você é apertada. Apertada e deliciosa. Eu desejo ir mais fundo, ir
mais rápido, e para meu deleite eu escuto seus gemidos de prazer e anseios pra
que eu entre em você com mais intensidade, você gosta de me sentir do começo ao
fim, gosta de senti-lo entrando totalmente, você me puxa pra você com força…
nossos corpos se tornam um só em meio a uma onda de prazer incrível.
Eu me afundo em você,
sentindo você, ouvindo você. Eu observo você gemer meu nome e implorando por
mais, com seus belos olhos fechados. Meu pau é apertado e você se derrama dele,
relaxando na cama, com uma expressão de êxtase sem igual. Uma imagem linda. Eu
sinto que estou perto, falta pouco. E quando estava quase lá, eu acordo
sozinho, desnorteado e com a cueca melada. Sim, eu gozei em minha cueca por
apenas imaginar você.
Foi tudo um sonho? Não consigo acreditar que era um sonho, um belo sonho, mas não realidade. Eu preciso voltar para aquele sonho, mas não consigo. Toda a noite é a mesma lenta e deliciosa trajetória, mas nunca consigo aliviar-me em você. Por que impedes que eu me alivie, após eu todas as noites te levar aos céus. Deus, isso foi um sonho? Sim, foi um sonho. Um belo sonho. Do qual, eu me recuso a acordar, porque eu sei que esse sonho, por mais que eu peça, não irá se tornar realidade. Então eu sonho. E irei continuar até que permitas que eu me derrame e me faça ver estrelas. Mas enquanto isso não ocorre, eu continuo sonhando.
Caso você, ao ler isto,
sentiu o mesmo que eu, por favor, deixe-me saber. Deixe-me satisfazê-la. Eu
posso lhe fazer ver estrelas.”
Céus, eu tinha que concordar com a minha
mãe. UOL. Eu sentia como se o ambiente quente, eu me sentia quente, eu sentia
um calor crescendo do meio de minhas pernas, eu me sentia molhada. Senhor, se
isso for verdade, se ele sentiu isso mesmo, me dê uma pista do que fazer. Eu
preciso de um rumo agora. Implorei aos céus roçando uma perna na outra, para
tentar aplacar o calor ali. Quando meu telefone tocou… Edward. Deus? Esse é o
sinal?
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