domingo, 30 de setembro de 2018

Capítulo I


Dez anos antes
Pov. Bella

Merda. Merda. Merda. Eu estava muito atrasada para a aula, eu não acreditava. Primeiro dia do ano letivo e eu atrasada. Hoje era o dia de tudo dar errado. Meu carro quebrou quando eu estava indo para o trabalho mais cedo. Meu chefe me liberou tarde, e o peguei um puta engarrafamento para chegar à faculdade. E estava super atrasada.

Eu corria pelos corredores até a minha aula de literatura ocidental. Justo a única aula que eu não podia me atrasar, era a qual eu estava me atrasando. O professor era o demônio reencarnado, e adorava fazer a pessoa que chegar atrasado a passar vergonha.

Eu subi as escadas rápido, para não pegar a fila do elevador, estava virando para subir o quarto lance de escada, quando um corpo chocou-se contra o meu e nós dois caímos no chão.

- Ai. - reclamei. Não por ter caído e sim por mais um minuto de atraso.

- Deus. Você está bem? - era a voz de um homem, com um forte sotaque americano. Tirei os olhos dos meus livros e trabalho espalhados pelo chão e olhei para o homem o qual eu esbarrara. Ele era bem bonito, alto, ruivo, um tom de ruivo meio estranho, meio bronze, olhos verdes. - Moça… - ele balançou a mão grande, apenas para ressaltar, em frente aos meus olhos e eu os pisquei.

- Oi desculpa. Estou bem. - respondi e ele estendeu a mão para mim e eu a peguei e ele me ajudou a me por de pé. - Obrigada. - agradeci passando a mão pelas minhas calças tirando a poeira. - Me perdoe por ter atropelado você. Você está bem? -

- Estou. - disse enfiando as mãos nos bolsos da frente da calça jeans de lavagem escura. - Se me permite perguntar… Para onde estava indo com tanta pressa? -

- Para o oitavo andar. Aula de literatura ocidental. -

- Você conhece uma coisa chamada elevador? - perguntou rindo.

- Conheço, mas… -

- É claustrofobia? -

- Não. Mas a fila no primeiro andar está enorme e eu estou atrasada. E o professor é o demônio reencarnado. -

- Quem? -

- Meu pai. - resmunguei.

- Oi? - ele disse como se não tivesse entendido o que eu disse.

- Meu professor de literatura ocidental é meu pai e ele é o demônio reencarnado. - resmunguei. - Pelo menos dentro da aula, fora da aula ele é um amorzinho. - comentei e ele riu. Olhei em volta. - Meus livros… - foi só aí que eu percebi que meus livros estavam no chão. Agachei-me para pegar meus livros e ele se abaixou junto.

- Acho que seu trabalho está aqui no meio também. -

- Olha. Eu não tô nem aí para esse trabalho. - resmunguei e ele riu mais ainda. - Fiquei a madrugada toda fazendo. - empilhei os três livros.

- O morro dos ventos uivantes?  - perguntou estendendo o trabalho para mim e mantendo um livro em sua mão.

- Estou relendo. Estou fazendo minha monografia sobre ele. - expliquei.

- Está no final do curso? -

- Na verdade estou no sexto período. Mas não quero deixar para cima da hora igual muita gente faz. - expliquei dando de ombros.

- Édipo rei. MacBeth. Eros e Psique? - leu olhando os três livros em minha mão.

- Literatura ocidental. - dei de ombros. - A propósito, o trabalho que acabou de me entregar é sobre Macbeth. - expliquei. E o sinal tocou. - Puta que me pariu. - disse devagar e arregalando os olhos.

- Que foi? -

- Se eu não chegar à sala até o quarto sinal eu tiro zero nesse trabalho. - disse e o deixei falando sozinha e voltei a minha corrida até o oitavo andar. Eu estava correndo e ficando tonta, já que tinha que fazer curvas nas escadas e desviar de alguns alunos que desciam. Mas finalmente cheguei ao oitavo andar e depois de mais uma corrida eu cheguei à sala no final do corredor. - Cheguei. - disse batendo na porta e derrubando de novo meus livros do chão. - Não vou pegar de novo. - reclamei com meu pai/professor e vendo a sala completamente vazia.

- Está atrasada. - disse arrumando sua pasta.

- Eu sei. Mas… Tudo deu errado hoje. - meu carro quebrou, o filho da puta do meu chefe não quis me liberar, peguei a porra de um engarrafamento, subi oito lances de escada correndo, minhas coxas estão ardendo, e eu esbarrei em um cara gato. - ele desviou os olhos da pasta e me encarou. - Isso não importa, vai aceitar meu trabalho? -

- A aula já acabou. -

- Tecnicamente o último sinal não bateu. - apontei. - Isso significa que o senhor é meu professor, e significa que o senhor ainda pode pegar meu trabalho. - bufando ele estendeu a mão e eu peguei a folha do chão e o entreguei, mal ele colocou dentro da pasta e o último sinal bateu.

- Ótimo. Sou seu pai. Quem é esse cara o qual você esbarrou? -

- Não sei. - disse a verdade pegando meus livros e percebendo que meu livro O Morro dos Ventos Uivantes havia ficado com o garoto. - Não me lembro de tê-lo visto antes e nem perguntei o nome dele. Esbarrei, derrubei, perguntei se tava bem, recolhi minhas coisas e voltei a correr. - em termos não era tudo mentira.

- Por que você não larga esse emprego? -

- E vou me sustentar como? -

- Você mora sozinha porque quer. Eu e sua mãe não te expulsamos de casa. -

- Pai. O senhor dirige duas horas e meia todo santo dia. Não sei por que. -

- Faz o que quiser. Você não é mais nenhuma criança. - resmungou e colocou a bolsa no ombro. - Vamos? Te dou uma carona. -

- Pode ir. Eu tenho que ir a bibliografia antes, pegar alguns livros para prova de semana que vem sobre Marx. - expliquei e ele assentiu caminhando para a porta e eu me encostei-me a sua mesa respirando fundo.

- Ah. A sua mãe exige que você vá nesse final de semana lá em casa. - assenti e ele foi embora e eu me sentei-me à mesa de meu pai, me acalmando. Eu ainda sentia minhas pernas arderem.

- Toc. Toc. - levantei a cabeça e o homem, o qual, eu esbarrei estava encostado no batente da porta.

- Oi? -

- Você esqueceu isso. - disse amostrando o meu livro.

- Obrigada. - ele entrou na sala e me entregou o livro.

- Então… Conseguiu entregar o trabalho? -

- Claro. Depois de eu ter contado a minha odisseia ao meu pai. Ele aceitou. - ele sorriu.

- Tem aula agora? -

- Não. Os dois últimos tempos são vagos. -

- Então… Meu professor não veio também. Topa ir ao bar, conversar um pouco? -

- Não. -

- Por quê? -

- Eu não te conheço. Nem sei o seu nome. Vai que você é um maníaco homicida? - ele riu.

- Edward Cullen. Americano. 21 anos. Arquitetura. 7° período. - disse estendendo a mão. - E você é Isabella Swan. Pelo sotaque é do Reino Unido. Literatura. 6° período. - o encarei confusa. - Seu nome estava na contra capa do livro. -

- E o livro não pode ser emprestado? - ele me encarou, provavelmente temendo ter cometido uma gafe. - Mas você pode me chamar de Bella. - disse e ele sorriu amplamente concretizando que não havia cometido nenhuma gafe. - Ou a filha do professor de literatura ocidental. - ele agora rira.

- Então filha do professor de literatura ocidental… Topa ir tomar um drink? - o encarei sem responder. - No bar da faculdade. Não vou fazer nada com você. -

- Eu tenho que passar na biblioteca. -

- Eu também. Pegar um livro para um trabalho. -

- Sobre Marx? -

- Graças a Deus não. - disse apressado e eu comecei a rir. Desci da mesa e peguei os meus três livros e ele logo os pegou de minha mão e eu o encarei. - Que foi?  Sou um cavalheiro. - deu de ombros e deixamos a sala, ao mesmo tempo em que o inspetor do corredor veio trancar a porta.

- Então… - disse parando em frente ao elevador e esperando ele subir. - Gosta de arquitetura? - puxei assunto.

- Nem um pouco. - disse entrando no elevador já vazio.

- Então porque está cursando? -

- Meu pai… Ele é arquiteto e tem uma empresa. E eu sou filho único. E eu sou obrigado a seguir seus passos. - reclamou. - Você deve entender isso… -

- Por quê? -

- Seu professor é seu pai. - balancei a cabeça rindo.

- Eu gosto de literatura. Sempre quis, desde pequena. - expliquei. - A verdade era que meus pais queriam que eu fizesse outra coisa. Tipo direito, medicina e essas coisas. -

- Sortuda. - resmungou quando as portas de metal se abriram.

Nós caminhamos até a biblioteca ainda conversando sobre o fato de ele detestar a faculdade e nos separamos por alguns minutos para ambos irmos buscar nossos livros e depois seguimos para o bar perto da faculdade. Estava cheio, mesmo hoje sendo uma plena quarta feira, próximo ao período de provas, e Edward pediu duas cervejas, e nós nos sentamos em uma mesa afastada.

- Então, eu acertei quando disse que você era do Reino Unido? - perguntou enquanto eu ajeitava meus livros e minha mochila no banco ao nosso lado.

- Sim. -

- Inglesa? -

- Irlandesa. -

- Daqui mesmo? Dublin? -

- Galway. Conhece da música Galway Girl? Do Steve Earle. -

- Acredito que não. Fala sobre o que? -

- Conta sobre a reação de um homem quando vê uma garota morena de olhos azuis em Galway. - expliquei bebendo um gole da cerveja.

- Não conheço, mas acredito que seja familiar. - o olhei sem entender. - Então… A bela morena de olhos azuis de Galway sentada a minha frente tem quantos anos? -

- 20. - contei circulando o dedo na borda da caneca. - E você jovem de 21 anos, que detesta arquitetura, e é americano… -

- O que? -

- Você é de onde? -

- Boston. -

- Massachusetts? - assenti. - Não é o mesmo estado onde fica Salem? Das bruxas de Salem? -

- Conhece a história? -

- Admito que fiquei bem tentada em cursar história para fazer minha monografia sobre os julgamentos de Salem. -

- Então porque letras e não história? -

- Fiquei na dúvida, anotei em um papel e sorteei. - ele que estava com a garrafa de cerveja nos lábios se engasgou ao começar a rir.

- É assim que você toma as suas decisões? - perguntou rindo e brincando.

- Apenas as mais importantes. - rebati brincando e ele jogou a cabeça para trás gargalhando.

- Então, você vai precisar tirar no papel? -

- O que? -

- Se vai sair comigo de novo? -

- Isso foi um convite? Pois se for, repete de um jeito melhor. - resmunguei.

- Isabella Swan, garota de Galway, filha do professor de literatura ocidental, você aceita sair comigo no sábado? -

- Não! -

- Por quê? -

- Compromisso de família no sábado. -

- Domingo? -

- Volto apenas segunda. -

- Sábado que vem. - neguei. - Por quê? -

- Semana de provas. -

- Quando você está livre? -

- Sabia que você está me chamando para sair sem nem ao menos saber se eu quero ou se eu estou solteira ou se eu sou lésbica. -

- Você é lésbica? -

- Olha… Confesso que durante uma noitada de bebedeira eu acabei dormindo com uma mulher, mas não. Mesmo eu tendo gozado horrores, como nenhum homem me fez gozar antes. Porém, por enquanto eu não sou lésbica, mas estou tentada a mudar caso não encontrar um homem que me faça gozar horrores. -

- Então posso deduzir que esteja solteira. -

- Estou. -

- Caso queira, posso ser esse homem que te faça gozar horrores. -

- Olha o respeito. - apontei.

- Foi você quem começou a falar sobre sexo. -

- Apenas respondi sua pergunta. -

- Então, já que você não é lésbica e é solteira. Por que não posso te chamar para sair? -

- Perguntou se eu quero? -

- Você quer? -

- Me dê um bom motivo. - pedi, apoiando meus braços na mesa e o encarando.

- Com todo o respeito, já disse que posso te fazer gozar horrores… -

- Tenho minhas dúvidas. -

- Quer apostar quanto? - rebateu e eu o encarei.

- Diga-me, já que você odeia arquitetura, o que você sempre quis fazer? -

- Talvez ginecologia. - arqueei a sobrancelha. - É brincadeira. Não sou tão pervertido assim. - continuei o encarando. - Tá bom, eu sou. Mas não iria cometer o erro de ser processado. - bufei. - Agora falando sério… Sempre quis ser escritor. -

- Jura? -

- Juro. - respondeu.

- Já tem algo escrito? -

- Alguns capítulos de uma história que estou escrevendo há algum tempo. Alguns poesias. Mas é apenas hobbie. -

- Posso ler? - negou. - Por quê? -

- Se não quer sair comigo, eu também não vou te deixar ler… - o encarei rindo.

- Chantagem? - ergueu as mãos. - Coisa feia. - ele riu. - Pelo menos me conta o enredo. -

- Ah… É sobre uma garota morena de olhos azuis de Galway. - respondeu.

- Não tem livro nenhum não é? -

- Tem. É sobre anjos e demônios. - respondeu. – E a anterior foi uma cantada. -

- Precisa melhorar. - apontei. - Principalmente porque não conhece a música. -

- E qual é o problema? -

- Se a reação de Steve Earle sobre a garota de Galway seja uma reação ruim? -

- Eu não havia pensado nisso. - ponderou.

- Bom. O senhor continue praticando suas cantadas horríveis e eu vou embora, antes que fique tarde. -

- Está de carro? -

- Não. Aquela merda quebrou hoje quando estava saindo de casa. E eu dispensei a carona de meu pai. -

- Eu te levo. -

- Eu não te conheço. -

- Sério? Você já reclamou do seu pai comigo. Já me contou sobre sua experiência com uma mulher. Seu desejo profundo de um homem fazer você gozar horrores. Eu estou te cantando desde que chegamos aqui e você ainda diz que não me conhece?! - revirei os olhos. - Mora onde? - o encarei. - Não vou te assaltar. Nem arrombar depois e nem fazer nada com você. Só se você pedir. - revirei os olhos de novo. - Mora onde? -

- Ballsbridge. -

- Pertíssimo de onde eu moro. Eu te levo. -

- Eu sei me defender. – avisei.

- Mesmo Kill Bill? - revirei os olhos.

- Americano. - resmunguei pegando meus livros e ele riu.

Aceitei sua carona, porque era tarde e não estava a fim de pegar ônibus. E nós fomos o caminho todo conversando besteiras. Eram dez minutos de viagem, da faculdade até meu apartamento e ele sabia chegar lá perfeitamente bem, até depois que eu passei o endereço do meu apartamento.

- Entregue. - disse parando o carro em frente ao meu apartamento.

- Obrigada. -

- Então. Você não vai mesmo sair comigo? -

- Eu já disse que nesse final de semana eu tenho compromisso de família e na outra é semana de provas. -

- Na outra. Depois das provas. -

- Recuperação. -

- Vai ficar de recuperação? -

- Não sei. Espero que não. Mas eu tenho uns professores bem filhos da puta. - ele riu.

- Bom. Caso não fique de recuperação na próxima semana, caso fique na outra. -

- Está planejando uma saída para daqui a um mês? -

- Você que está dificultando tudo. E não, não estou marcando uma saída e sim um encontro. Tem diferença. -

- Vou pensar no seu caso. -

- Vou cobrar. Até porque sei sua sala e sua casa. -

- Mas não sabe o número do meu apartamento. - apontei abrindo a porta do quarto. - Obrigada Sr. Americano. -

- Disponha garota de Galway. - disse. - Assim que eu chegar em casa eu vou ouvir essa música. - comentou mais consigo mesmo do que comigo.

- Tchau Edward. -

- Até logo Bella. - sai do carro tentando equilibrar meus livros nos braços enquanto jogava minha mochila para frente tentando pegar as minhas chaves.

Entrei no elevador tentando pegar o caralho da chave, que estava perdida no fundo da bolsa, provavelmente no meio de alguns absorventes. Sai do elevador no meu andar e ainda estava revirando a bolsa atrás da porta da chave, estava quase jogando os tampões e absorventes, porque eu andava com os dois dentro da bolsa, para o alto e os livros no meu braço estavam atrapalhando. Até que senti os livros sendo tirados de minhas mãos.

- Está enrolada aí? - Edward perguntou com a mochila pendurada no ombro, apoiado na parede com meus livros na mão.

- Está fazendo o que aqui? - perguntei. Ele não respondeu, apenas pegou uma chave no bolso, me mostrando e indo para a porta atrás de mim e a abrindo.

- Eu disse que você morava pertíssimo de mim. -

- Está brincando? Como eu nunca te vi aqui? -

- Me mudei a uma semana. - bufei finalmente encontrando as minhas chaves.

- Você está me seguindo, não é? -

- Não. Mas caso queria que eu fique por trás eu não vou me importar. -

- Olha o respeito. - disse de novo.

- Você ainda vai pedir para transar comigo. -

- Não seja presunçoso. -

- Veremos… -

- Boa noite. - disse pegando meus livros de sua mão e entrando em casa.

- Boa noite. - gritou quando eu fechei a porta. Eu mereço.

x.x.x

No dia seguinte acordei cedo, eu tinha que trabalhar cedo hoje. Levantei da cama, engoli o café da manhã sem mastigar e sentir o gosto, fiz minha higiene e me vestir e sai de casa, eu ainda tinha uma pequena centelha de esperança de meu carro funcionar hoje, mas do mesmo jeito já tinha o dinheiro da passagem no bolsinho da mochila.

- Bom dia garota de Galway. - mal terminei de trancar a porta e ouvi a voz de Edward.

- Está batendo ponto aí, esperando eu sair? -

- Tipo isso, eu preciso falar uma coisa muito importante para você. -

- O que? - perguntei me virando e vendo que ele estava apenas com uma calça de moletom e uma caneca branca em mãos. Engoli em seco vendo o abdômen definido e de seus braços musculosos. Balancei a cabeça prestando atenção em seu rosto e tentando não olhar para o seu peito desnudo. - O que? -

- Ouvi a sua música ontem. -

- Minha música? - perguntei confusa.

- É… Galway Girl. Escutei ontem à noite. -

- E aí? -

- Entendi perfeitamente a reação do cantor. A propósito, foi quase um déjà vu. - balancei a cabeça sorrindo.

- Fico feliz por ter gostado. -

- Eu tenho que agradecer por ter me apresentado a ela. -

- Eu tenho que ir. Eu trabalho. -

- Onde para eu dar uma passada por lá? -

- Até mais Edward. - disse me enfiando no elevador quando ele parou no meu andar devido a um dos vizinhos que havia chegado. E as portas se fecharam impedindo que Edward falasse algo.

Graças a Deus o carro funcionou, mas antes ir para o trabalho iria deixá-lo em uma oficina para não correr o risco de ele me deixar na mão de novo. Eu estagiava em uma escola de manhã, era uma das matérias da faculdade, estágio, e a tarde eu trabalhava como secretária de um advogado, que era o demônio também.

Na hora do almoço, quando acabou meu turno na escola de ensino fundamental, eu passei no mecânico e já tinham ajeitado meu carro, e lá se foi uma grande quantia em dinheiro que eu não queria ter que gastar, mas pelo menos o mecânico garantiu que ele não iria parar de funcionar, espero que ele não tenha mentindo.

Segui para o escritório de advocacia e eu odiava aquele emprego, Deus, como eu odiava esse emprego, e meu chefe também, puta que pariu como eu odiava o meu chefe. Puta que pariu, que ódio.

Mas graças a Deus hoje ele ficou o dia inteiro trancado dentro de um tribunal, e eu tive um pouco de paz o dia inteiro e pude sair na hora certa para a faculdade e sem chegar atrasada.

O resto da semana foi tranquilo, de tempos em tempos Edward ainda me “perseguia” principalmente no apartamento, querendo saber como havia sido o dia, se as aulas estavam indo bem e perguntando se eu já havia escolhido o dia do nosso “encontro”.

Hoje eu iria para a casa de meus pais em Galway, estava terminando de arrumar minhas malas, quando a campainha tocou. Caminhei até a porta e a abri, Edward, e eu respirei fundo.

- Oi Edward. Estou ocupada. -

- Vou demorar apenas dois minutos. -

- Entra. - dei passagem para ele e segui para o meu quarto terminar de arrumar a minha mala.

- Você está levando livros? -

- Mas é óbvio. Segunda eu tenho uma prova importantíssima e todo o tempo que eu tiver livre eu vou passar estudando. - expliquei quando ele sentou na ponta da minha cama. - Você é muito abusado. -

- E a sua cama é bem macia. Quer trocar comigo? -

- O que quer? - rebati.

- Dar-te uma coisa antes de ir. - disse e estendeu uma caixa retangular embrulhada.

- Por quê? Não precisa me dar presente nenhum. -

- Não é bem um presente. - deu de ombros. - Mas me faz um favor, abre apenas quando estiver sozinha. -

- Por quê? O que tem aí? Uma foto sua pelado? -

- Olha, é uma boa ideia, talvez na próxima vez. - o encarei feio. - É brincadeira. -

- Então, por que eu só posso abrir quando estiver sozinha? -

- Porque sim. - bufei.

- Apenas isso? -

- Quer carona até o aeroporto, estação, ou vai dirigindo? -

- Vou de trem e confesso que aceito sua carona. Não estou muito a fim de pegar um táxi. - disse e ele me encarou um pouco surpreso por eu ter aceitado.

- Está pronta? - perguntou sorrindo.

- Um minuto. - fechei minha mala e sentei em cima dela para fecha-la e Edward gargalhou enquanto eu dei alguns pulinhos para conseguir fechar. E desci dela. - Estou pronta. - disse colocando o pacote que ele me entregará dentro da minha mochila.

- Vamos. - eu fui pegar minha mala, mas ele a pegou minha mala, puxando a alça. Peguei meu casaco e saímos de casa. Tranquei a porta e seguimos para a estação.

O caminho foi tranquilo com ele cantarolando a música de Steve Earle e me fazendo rir. Eu estava bem tentada em abrir aquele pacote que ele me deu, mas não iria abrir na frente dele. Chegamos rapidamente na estação e ele insistiu em entrar comigo.

- Então, não vai me contar mesmo o que tem dentro desse pacote? - perguntei cruzando os braços, minha mochila e meu casaco estavam em cima da mala e ainda faltavam uns quinze minutos para o meu trem sair.

- Vou dar uma pista. - disse próximo a mim. - Tem duas coisas aí dentro. O que estiver dentro de um papel de carta, abra quando estiver sozinha, já o resto você pode ir lendo no caminho.

- E o que tem na carta e nos papéis? - ele balançou a cabeça negando.

- Não vou falar. -

- Eu detesto surpresa. - confessei.

- Vai gostar dessa. - disse e o apito do trem soou avisando que faltava dez minutos.

- Eu tenho que ir. Obrigada pela carona. -

- Vai precisar na volta? - balancei a cabeça negando.

- Vou vir com meu pai. -

- Então, vejo você segunda. -

- Até segunda. - disse pendurando minha mochila nos ombros e pegando meu casaco.

- Ah, e se o que estiver escrito nesse papel não fizer você pensar em mim… - disse e me puxou pelo pulso para perto dele é meu corpo se chocou ao dele e seus lábios encostaram-se aos meus.

Os lábios de Edward encostaram-se aos meus e suas mãos foram para a minha cintura, onde ele me abraçou forte, sua língua deslizou pelos meus lábios, e eu os entreabri, e logo sua língua tocou na minha. Quando o ar se fez necessário, ele interrompeu o beijo dando um beijo de leve em meus lábios.

- Doces e macios como achei que seriam. - eu ia beija-lo de novo quando o apito do trem de cinco minutos tocou.

- Eu tenho que ir. - disse apressada.

- Até segunda. - ele me deu outro beijo e eu tratei de entrar no trem antes que o perdesse.

x.x.x

O caminho até Galway seria de três horas, e eu estava em uma cabine com mais umas três pessoas, eu estava com a minha mochila no colo e com o livro sobre Marx, e sentia o embrulho que Edward me entregou pesando dentro da minha bolsa. Larguei o livro de Marx e peguei o embrulho, o abrindo, era uma espécie de livro de capa amarela, sem nome, e encadernado, e deveria ter em torno de umas cinquenta páginas e dois envelopes.

Beleza, um eu tinha que abrir um apenas quando estivesse sozinha, mas qual dos dois? Deixei a espécie de livro em meu colo, e peguei um dos papéis de carta, abrindo-a e passando os olhos por ela e arregalando os olhos e dobrando imediatamente antes que o cara ao meu lado lesse o que estava ali, e tratei de pegar a outra. Céus que não seja nada parecido com a outra.

“Tolo, você queria fazer a garota se apaixonar,
Mas quem se apaixonou foi você.
Queria poder dizer todas as coisas lindas que estão em minha alma.
Mas as palavras podem ser falsas e as atitudes são melhores do que elas.
Tolo, se você quiser provar algo a ela,
Não diga, tolo, faça.

A garota por quem eu me apaixonei é linda.
Como um sonho em dia de verão,
Capaz de fazer o sol brilhar, com um simples sorriso seu.

A garota por quem eu me apaixonei é sincera, adorável e carinhosa.
A garota por quem eu me apaixonei tem um jeito especial de encantar, maravilhar e ser.
Eu não sei se a garota por quem eu me apaixonei me ama também.
Mas eu a amarei eternamente.

E como eu não sei se ela sente algo por mim, eu apenas imagino.
Imagino poder acariciar sua pele com as pontas de meus dedos.
Imagino poder infiltrar minhas mãos em seus cabelos castanhos macios.
Imagino poder olhar em seus gentis olhos azuis e dizer o que sinto.
Imagino poder enlaçar sua cintura todas as noites e dançar sob as estrelas.
Imagino poder tomar coragem e dizer a ela o que realmente sinto.
Imagino poder toma-la em meus braços e beijar seus lábios que aparentam ser doces e macios.
Imagino poder me deitar ao seu lado todas as noites.
Imagino poder acolhê-la e protegê-la com meus braços.
Imagino poder descobrir todos os mistérios sobre seu corpo.
Imagino poder fazê-la minha todas as noites, enquanto nós vivermos.
Imagino poder deixar o lado o fato de que nos conhecemos há pouco tempo.
Imagino poder dizer o que sinto sem parecer um maluco.
Imagino poder acompanhá-la sem parecer um maníaco.
Imagino poder abraça-la forte e conforta-la quando algo vai mal.
Imagino poder dizer que me apaixonei perdidamente pela garota de Galway, que ama literatura e cujo pai e professor de literatura ocidental.
Imagino poder dizer a ela que desde que a conheci, não passou uma noite sem que eu sonhasse com ela.
Mas… Eu apenas imagino.
Quem sabe um dia, eu diga.
Quem sabe…”

Eu li e reli aquela poesia umas vinte vezes e não pude deixar de sorrir. Isso era realmente sério? Bom, sendo ou não sendo sério. Eu tinha que admitir, ele tem talento e estava no curso errado. Meu telefone tocou e eu desviei os olhos do papel e o peguei.

- Oi mamãe. - disse atendendo ao telefone.

- Oi corujinha. Está chegando? - perguntou e eu olhei discretamente o relógio do homem ao meu lado que lia um jornal.

- Falta em torno de uma hora. Por quê? -

- Seu pai quer saber para te buscar. - explicou.

- Entendi. Pede para ele esperar e ir daqui a mais ou menos meia hora. -

- Tudo bem corujinha. -

- Ah… Oh mãe. - a chamei antes que ela desligasse o telefone. - Eu preciso conversar com você quando chegar ai. -

- É algo sério? -

- Um pouco. Mas é uma conversa só entre nós duas. -

- Claro. Estou te esperando. -

- Tudo bem. Eu te amo. - disse e desliguei o telefone.

Desliguei o telefone e voltei à poesia a minha mão, relendo-a. Encostei a cabeça no encosto da cadeira e reli o papel bem devagar, deliciando-me com as palavras, e relendo até quase ter decorado todas as palavras.

x.x.x

Uma hora depois e o trem parou na estação de Galway, guardei as cartas dentro da mochila, à última coisa que eu queria era que meu pai as achassem, principalmente a primeira. Peguei minhas coisas e desci do trem e encontrei meu pai parado na plataforma.

- Oi corujinha. - disse abrindo os braços. Fora da faculdade ele era um amor de pessoa.

- Oi papai. - disse o abraçando.

- Como foi a viagem? -

- Ótima. -

- Que bom, vamos para casa? - assenti e ele pegou minha mala.

Deixamos a estação e dela até a casa de meus pais era em torno de quinze minutos. Era bom voltar para casa depois de um longo tempo, eu não pisava aqui desde o ano novo. Papai parou o carro em frente a sua garagem. E descemos do carro, papai apanhou minha mala no porta-malas e caminhou na frente abrindo a porta.

- Renée. - papai chamou minha mãe quando entramos em casa e ele fechou a porta atrás de mim.

- Oi. - e ela saiu da cozinha com o avental amarrado na cintura e limpando as mãos neles. - Corujinha… - ela veio para perto de mim e eu a abracei forte. - Oi meu amor. - ela retribuiu o abraço.

- Oi mamãe. -

- Você está tão magrinha… - disse me segurando pelos ombros e me encarando. - Você tem comido direito? -

- Sim mãe. - resmunguei.

- Tenho minhas dúvidas. Mas bem, estou fazendo seu prato favorito, vai comer até passar mal. -.

- Deus Renné, menos. - meu pai riu atrás de mim.

- Leva a mala lá para cima. -

- Sim senhora. - ele bateu continência e pegou minha mala subindo.

- Então… O que você tem para me falar? -

- É sobre um cara lá da faculdade… -.

- Da sua turma? Achei que achasse as pessoas da sua turma idiotas. - disse me arrastando para a cozinha.

- Ele não é da minha turma. É do curso de arquitetura. - expliquei me sentando na bancada da cozinha enquanto ela terminava o jantar.

- Bonito? -

- Muito. -

- Conta para mim. - pediu.

- Alto, forte, musculoso, mas não tanto, lindos olhos verdes, cabelos revoltos e ruivos, quase que bronze. E é de Boston. - expliquei.

- E qual é o problema? -

- Ele escreveu uma poesia para mim. - ela parou de corta os legumes e me encarou.

- Uma poesia inteira? - assenti. - Cadê? -

- O que? - meu pai perguntou entrando na cozinha.

- Nada Charlie. Conversa de garotas. - resmungou e meu pai foi para a sala com uma garrafa de cerveja. - Vai para o quarto e descansa que daqui a pouco vamos conversar. - disse e eu subi as escadas.

Subi para o quarto e tomei um banho quente, colocando uma roupa confortável, sentei na cama secando meu cabelo e vendo minha mochila aberta e a outra carta de Edward e o livro. Eu não iria ler aquela carta agora, mas o livro…

Puxei minha mochila, o pegando e logo na primeira página tinha um post-it amarelo. Você me pediu para ler. Espero que goste. Você é a única que está lendo isso. Ainda não está terminado. Edward Cullen.

Era o livro dele. Ajeitei-me animada na cama e me pondo a ler. Não era muito grande, tinha em torno de cinquenta páginas. Era sobre um amor proibido entre um anjo e um demônio, era viciante, eu bebia todas as palavras dele, de tão bom que era. E quando eu acabei eu ansiava por mais.

Meu pai me chamou para jantar e eu guardei o livro e desci para jantar. Sentei-me a mesa ao lado esquerdo de meu pai, enquanto ele contava sobre suas turmas, mamãe sobre seus pacientes e eu sobre minhas aulas. Ao terminar o jantar e a deliciosa sobremesa de mamãe, eu a ajudei a tirar a mesa e a lavar a louça e subi para o quarto.

- Corujinha. - mamãe disse entrando no quarto, após eu pegar minha escova de dentes.

- Oi? -

- Cadê? - a encarei confusa. – A poesia. -

- Está em cima da mesa. - expliquei. E uma luz acendeu em meu cérebro. Merda a carta. Limpei minha boca e sai correndo para o quarto. - Mãe… -

- Uol. Menina… - disse encarando a carta. - Bateu até um calor aqui. - ela se abanou. - Adorei esse garoto. - e eu arranquei o papel de sua mão. - Eu não tinha acabado. - e peguei o papel da poesia.

- Essa aqui que você tem que ler. - e emburrada, ela pegou a poesia e leu enquanto eu ia trocar de roupa.

- Ele é tão fofo. - disse depois de ler. - Ele consegue ser tarado, pervertido, fofo e romântico ao mesmo tempo. - ela me encarou quando voltei para o quarto. - Amei ele. Já deu para ele? - perguntou e eu a encarei feio. - Já era para ter dado. -

- Vai fazer uma semana que nós nos conhecemos. - expliquei sentando na cama.

- E? -

- E uma semana não é muito rápido para isso? -

- Talvez sim. Talvez não. Tenta a sorte. -

- Nunca fui de tentar a sorte. - reclamei.

- Talvez ele seja o cara certo. - me ignorou. - Você não precisa namorar, casar com ele. Tenha apenas uma amizade colorida. - bufei.

- Por que ainda peço conselhos a senhora? Tudo para a senhora resulta em sexo. - resmunguei.

- Fofa… Não sou apenas eu quem está pensando em sexo. Lê essa carta que você arrancou de minhas mãos… E se me der licença, essa carta me deu ótimas ideias para eu realizar com seu pai. -

- Que nojo. -

- Você acha que foi feita como docinho? - disse dando um beijo em minha cabeça e saindo do quarto.

- Façam em silêncio. - gritei antes de ela fechar a porta.

- Em silêncio não tem graça. - apontou fechando a porta. - Ah. - e ela voltou. - Depois me explica essa história de transar com mulheres. -

Ela saiu e eu bufei, graças a Deus eu conhecia meus pais e tinha uns potentes tampões de ouvido, apanhei eles dentro da gaveta ao lado da cama e coloquei no ouvido, e eu não escutava mais som algum. Desliguei a luz e fui para debaixo das cobertas e peguei a carta que era para eu ler sozinha, deixando apenas um abajur acesso.

Talvez isso seja um pouco de exagero, e você possa achar que eu sou completamente depravado, mas não era algo que eu podia guardar para mim. Sabe quando você me contou sobre a sua 'experiência com uma mulher que te fez gozar horrores e que queria que um homem te fizesse gozar horrores igual a essa mulher’?

Pois bem, você não deixou que eu te provasse que eu era o homem capaz de te fazer gozar horrores, porém na minha mente eu te fiz gozar horrores, e puta que pariu, eu gozei horrores. E sabe quando você quer algo, você pede muito para isso acontecer? Pois bem, acredite eu estou pedindo isso agora, porque se de verdade for igual ao meu sonho e imaginação, puta que pariu, eu vou querer transar com você até com 100 anos.

Agora imagina e sinta junto comigo.

Você trajando um belo, simples e delicado vestido azul, que contrasta perfeitamente contra sua pele branca, pés descalços, pisando com as pontas deles no assoalho de madeira do meu apartamento, fugindo do chão frio. O chão frio some, dando lugar a macias pétalas de rosas vermelhas, espalhadas pelo chão, trilhando um caminho até o meu quarto, que estava no escuro e com algumas velas espalhadas pelos móveis, iluminando o quarto com suas chamas bruxuleante. Deus, você estava tão convidativa com aquele vestido, que delineava completamente seu corpo curvilíneo e pequeno, seus cabelos castanhos bagunçados e seus lábios avermelhados que imploravam pelos meus.

Seu perfume de lavanda impregnava o quarto, com esse cheiro delicioso. E como em um simples piscar de olhos seu vestido estava jogado no chão, e uma lingerie vermelha e transparente adornava seu corpo.  Ao fundo, uma música agradável tocava baixinho. Eu lhe ofereço uma taça de vinho, e você bebe delicadamente e uma pequena gota arroxeada escapa pelo canto de seus lábios e eu pego rapidamente com a ponta do dedo. Acaricio delicadamente a ponta do dedo com a gota de vinho pelos seus lábios e uni os meus aos seus. Onde eu beijo-te lentamente até que nossos pulmões implorassem pelo ar.

Te pego em meus braços e deito-te em minha cama, um lugar onde agora parece incompleta sem você nela. E apoiando meus joelhos na altura de seu quadril, fico em cima de você, onde levo meus lábios ao seu pescoço, beijando-o de leve. Minha boca desce lentamente, alisando e beijando sua pele quente, enquanto eu tento gravar suas curvas com minha boca. Beijo seus ombros, passando pelo seu colo, até chegar a seus seios, beijando e sentindo a textura da parte descoberta pelo sutiã, e descendo pela sua barriga lisa, e conforme eu me aproximo de sua calcinha, eu sinto você se remexer embaixo de mim.

Eu beijo toda a extensão de seu corpo, e me vejo de joelhos na cama, com suas pernas em volta de minha cintura. Elas se abriram para mim sem que eu pedisse ou insinuasse. Sua calcinha vermelha e transparente estava mais transparente ainda devido a sua excitação que pulsa do meio de suas pernas, era algo quase palpável.

Exalo seu cheiro, roçando a ponta do nariz pela sua calcinha molhada, e vou à loucura. Minha língua desliza pela sua buceta, por cima de sua calcinha, e bem devagar, sentindo-a quente e vendo você se recontorcer. Eu faço círculos com a ponta da língua e subo e desço devagar, ouvindo seus gemidos e ficando cada segundo mais louco e duro. Paro com a deliciosa tortura e volto a minha atenção aos seus montes.

Eu vejo você suspirando de olhos fechados, me desejando nu entre suas pernas, do mesmo jeito que eu te desejo, levo minhas mãos aos seus ombros e alisando-os de leve abaixo as alças de seu sutiã, seu peito se ergue, descolando suas costas da cama, para onde minhas mãos vagaram, até o fecho de seu sutiã, tirando-o, e tendo a visão de seus seios desnudos, e quase gozando em minha cueca.

Perco-me encarando seus seios, não muito fartos e nem pouco fartos, mas no tamanho perfeito para caber dentro de minhas mãos, que formigam, implorando para toca-los, massagea-los, estimula-los. Redondos, durinhos e com os mamilos rosados e rígidos que denunciavam o quanto você está excitada. Você, ofegante, fazia seu peito subir e descer junto a sua respiração. Seus mamilos rosados e rígidos imploravam pelo meu toque, e realizando suas necessidades e as minhas, os ataquei, como desejava.

Com a boca em um seio e minha mão no outro eu ouvia seus gemidos, que me deixavam cada vez mais excitado. Suas pequenas mãos foram para o meu cabelo, puxando-o mais para perto de si. Eu intercalava minha boca entre seus seios, brincando com seus mamilos com minha língua e te levando a loucura. O sabor de sua pele era um sabor único, delicioso, macio e doce, algo que eu nunca experimentara na vida.

Eu brinquei com seus seios o máximo que consegui, já que meu corpo implorava para que eu descesse mais um pouco e brincasse com outra coisa macia, doce e quente. Dei-me por satisfeito, por enquanto, e desci para o pequeno e convidativo triângulo no meio de suas pernas, levando as mãos até a sua calcinha vermelha e tirando-a devagar, observando que ela desgrudava lentamente da sua pele molhada querendo literalmente que algo quente entrasse em você.

Suas pernas gostosas abertas me esperando, deixando amostra a sua buceta molhada, rosada e que pulsava implorando pelo meu toque, e eu não posso resistir, quero te provar, minha boca inteira anseia por cada centímetro do seu corpo, por cada centímetro de sua buceta... Quero chupar você amor! Você gosta? Você quer?

Você implora, você implora para que eu lhe chupe e para que eu aquiete o calor em seu paraíso. E eu não me faço de rogado, nunca me faria de rogado a você. E com o intuito de nós saciar, encostei minha língua quente em sua buceta úmida e um gemido de satisfação escapou de nossos lábios. Levanto os olhos, sem desgrudar minha boca de meu maior desejo, vendo você enlouquecendo, contorcendo.

Sua buceta lisinha, rosinha, tinha sua excitação escorrendo pelas suas dobras e eu nunca permitiria que essa excitação se perdesse, e prontamente deslizei minha língua por todas as suas dobras, por toda a sua buceta. Era difícil explicar seu gosto, era algo único, assim como o gosto de seus seios, porém muito mais viciante. Com a língua leve eu deslizava por ela, estimulando-te e enlouquecendo-te.

Eu via suas mãos apertando com força os lençóis da cama, quase os rasgando. Eu estava lhe enlouquecendo, sabia disso. Adorava isso. Eu podia ficar viciado nisso, Deus, eu quero ficar viciado nisso, parece que ainda consegui sentir seu gosto em meus lábios enquanto te sentia derramar-se e relaxar na cama. E eu bebi tudo. Sim, eu bebi tudo e deseja beber mais. Era um líquido dos deuses.

Eu não aguentava mais, meu pau estava quase explodindo em minhas calças, ele gritava, implorava para eu me afundar em sua buceta rosada e quente. Eu queria me afundar em você eu precisava me afundar em você.

Deixa eu me afundar em você? Fecho os olhos e sorrindo ao te ouvir pedindo pra eu entrar: gostoso, devagar, com carinho. E atendendo a sua ordem, pois estou disposto a cumprir a todas, me afundo em você e quase enlouqueço ao sentir você me envolvendo. Céus, apertada. Deus, como você é apertada. Apertada e deliciosa. Eu desejo ir mais fundo, ir mais rápido, e para meu deleite eu escuto seus gemidos de prazer e anseios pra que eu entre em você com mais intensidade, você gosta de me sentir do começo ao fim, gosta de senti-lo entrando totalmente, você me puxa pra você com força… nossos corpos se tornam um só em meio a uma onda de prazer incrível.

Eu me afundo em você, sentindo você, ouvindo você. Eu observo você gemer meu nome e implorando por mais, com seus belos olhos fechados. Meu pau é apertado e você se derrama dele, relaxando na cama, com uma expressão de êxtase sem igual. Uma imagem linda. Eu sinto que estou perto, falta pouco. E quando estava quase lá, eu acordo sozinho, desnorteado e com a cueca melada. Sim, eu gozei em minha cueca por apenas imaginar você.

Foi tudo um sonho? Não consigo acreditar que era um sonho, um belo sonho, mas não realidade. Eu preciso voltar para aquele sonho, mas não consigo. Toda a noite é a mesma lenta e deliciosa trajetória, mas nunca consigo aliviar-me em você. Por que impedes que eu me alivie, após eu todas as noites te levar aos céus. Deus, isso foi um sonho? Sim, foi um sonho. Um belo sonho. Do qual, eu me recuso a acordar, porque eu sei que esse sonho, por mais que eu peça, não irá se tornar realidade. Então eu sonho. E irei continuar até que permitas que eu me derrame e me faça ver estrelas. Mas enquanto isso não ocorre, eu continuo sonhando.

Caso você, ao ler isto, sentiu o mesmo que eu, por favor, deixe-me saber. Deixe-me satisfazê-la. Eu posso lhe fazer ver estrelas.”

Céus, eu tinha que concordar com a minha mãe. UOL. Eu sentia como se o ambiente quente, eu me sentia quente, eu sentia um calor crescendo do meio de minhas pernas, eu me sentia molhada. Senhor, se isso for verdade, se ele sentiu isso mesmo, me dê uma pista do que fazer. Eu preciso de um rumo agora. Implorei aos céus roçando uma perna na outra, para tentar aplacar o calor ali. Quando meu telefone tocou… Edward. Deus? Esse é o sinal?

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