Fontainebleau – France.
1503
Pov. Bella.
Eu
estava tendo um sonho muito bom, eu não conseguia me lembrar sobre o que era,
mas sabia que era um sonho bom, pelo menos um sonho calmo e tranquilo. Todavia
a calma e tranquilidade passada pelo sonho sumiu em questão de segundos ao
ouvir a porta abrir de supetão e batendo na parede atrás dela.
-
Isabella acorde agora. – e eu ouvi a voz de Kate, minha madrasta, berrando e eu
dei um pulo na cama. Kate não falou mais nada, simplesmente seguiu para os
quartos ao lado do meu chamando as filhas de um jeito mais delicado do que
quando me acordou.
-
Bom dia menina. – e Sue entrou no mesmo com uma jarra enorme de água.
-
Bom dia Sue. – ela se aproximou da cama e deu um beijo em minha testa. – O que
está havendo? Por que Kate está tão afoita? – questionei me levantando da cama
e ela gentilmente me empurrava até o cubículo onde ficava a tina.
-
Eu não sei menina. Seu pai recebeu uma carta e está mais afoito do que lady
Katrina. – respondeu ajudando-me a me livrar de minha camisola e a entrar na
tina com água fria, e aos poucos ela foi derramando a água quente. – Ele só
mandou que ela acordasse as três porque ele precisa falar com vocês três ao
mesmo tempo. –
E
ela parou de falar. Sue ajudou-me a tomar um banho e depois a me vestir. Sue
ajudou-me a por um vestido preto de mangas compridas um pouco largas e a saia
levemente armada e por cima um corpete bordado com fios dourados e vermelhos,
com alças grossas que passavam um palmo abaixo do meu ombro e ela deixou-me sozinha
para ir até as filhas de minha madrasta. Eu me sentei em minha penteadeira,
apanhando minha escova e penteando meu cabelo. Após ele estar todo
desembaraçado e penteado, coloquei uma tiara fina amarrando-a próxima a minha
nuca deixando meus cabelos soltos. Calcei meus sapatos e depois de pronta desci
as escadas.
-
Bom dia papai. – falei chegando à sala de jantar e encontrando o mesmo sentado
em sua típica cadeira, na ponta da mesa de madeira maciça.
-
Bom dia minha menina. – e eu dei um beijo em sua bochecha e me sentei em seu
lado esquerdo, já que Kate estava sentada ao seu lado direito.
-
Muito bem, o que o senhor deseja nos falar? – questionei levando uma semente de
romã aos lábios.
-
Pois bem. – respondeu após beber um gole de seu vinho e despedaçar um pedaço de
pão entre os dedos. – Nós recebemos uma carta do rei. – e o amplo sorriso de
Kate chamou-me atenção. – Parece que o príncipe resolveu voltar de viagem e o
rei quer fazer um baile para comemorar o aniversário dele e... –
-
E arrumar uma esposa para o príncipe. – Kate interrompeu meu pai falando
animadamente e soltando um gritinho agudo no final e suas filhas fizeram o
mesmo som que incomodou meus ouvidos, e pela careta de papai, também o
incomodou.
-
Exatamente. E todas as jovens do reino foram convidadas, portanto após o café
vão até a vila e comprem os melhores vestidos, joias e... – antes mesmo que ele
terminasse de falar e as três saíram correndo da mesa para apanharem suas capas
para irem até a vila. – Divirtam-se. – ele respondeu ironicamente levando a
taça de vinho até os lábios.
-
Eu realmente tenho que ir? –
-
A festa ou a vila?-
-
A ambas. – respondi. – O senhor sabe o inferno que é quando eu vou para algum
lugar junto com elas. É quase como se eu não existisse. –
-
Bella também não é assim... – respondeu. – Você não precisa exagerar, ela
talvez coloque as filhas um pouco a sua frente e... –
-
Sem querer ser desrespeitosa com o senhor, meu pai, mas... Talvez e um pouco? –
questionei e ele balançou a cabeça rindo.
-
Pois bem, façamos um acordo... Levanta-se, arrume o melhor vestido que
encontrar e vamos ao baile. Caso não encontre um bom pretendente... – ele
suspirou. – Eu devo você ir para Roma. –
-
Jura? –
-
Eu deixo você ir passar um tempo com seus avós. – e imitando o gritinho animado
que Kate e as filhas soltaram há poucos minutos, eu soltei o grito me jogando
nos braços do meu pai.
-
Obrigada, obrigada, obrigada... – agradeci beijando a bochecha de meu pai que
ria.
-
Agora vá antes que elas deixem você aqui... – eu dei um último beijo em meu pai
e levantei de seu colo, segurando a saia do vestido e subindo as escadas
correndo.
Eu
rapidamente peguei minha capa, a mesma que tinha usado ontem durante a volta
que eu havia dado pela propriedade e desci a escada afobada e tratei de entrar
na carruagem antes que Kate desse a ordem para o cocheiro seguir para o centro
da vila. Nós morávamos bem próximo a vila, portanto não demorou muito para
chegarmos lá, e não foi se de se espantar o fato de que todas as lojas de roupas,
tecidos e costureiros estavam abarrotadas de jovens que haviam recebido convite
do rei para o baile de volta do príncipe.
E
também não foi de se estranhar que as três quase saíram na tapa com as outras
jovens e mães loucas desesperadas pelos melhores vestidos, panos ou horário com
o alfaiate. Eu havia aceitado o acordo do papai, eu teria que sair daqui com um
vestido, mas não iria me estapear com ninguém, caso não encontrasse nenhum
tinha alguns em casa que eram bons para a ocasião.
Fugindo
delas e da confusão que se instalava eu resolvi dar uma volta pela cidade, para
bem longe da confusão. Eu contornei a fonte do centro e resolvi caminhar até a
pequena biblioteca que tinha ali e era pouquíssimo frequentado.
-
Bom dia senhor Webber. –
-
Bom dia senhorita Swan. Como está? –
-
Ótima e o senhor? –
-
Muito bem. Em que posso ajuda-la? –
-
Estou fugindo da confusão nas lojas de vestidos... –
-
Esse convite do rei... As lojas estarão vendendo até o último minuto possível,
acredite em mim... – deu de ombros. – E a senhorita, não vai atrás de nenhum
vestido? –
-
Para que? – rebati. – Nem se eu usasse o vestido mais caro de toda a Europa o
príncipe colocaria os olhos em mim. Portanto pretendo apenas pegar o melhor
vestido que eu tenho em casa, ou então o menos pior, ir para esse baile e ser
completamente ignorada por todos e quando voltar para casa amanhã, estarei
lindamente partindo para Roma. – expliquei caminhando até a pequena estante
encarando seus livros.
-
Seu pai permitiu que fosse morar com seus avôs? –
-
Em termos. Segundo ele será apenas um tempo, mas mesmo assim, um tempo longe de
minha madrasta e irmãs é algo que será muito bem aproveitado. – e ele balançou
a cabeça rindo enquanto eu pegava um livro. – Vou levar este, devolvo antes de
viajar. – entreguei a ele para que pudesse anotar em seu livro e em poucos
segundos ele me devolveu. – O vejo logo senhor Webber. –
-
Até a vista senhorita Swan. – e eu saí da pequena biblioteca e parecia que a
vila estava mais cheia ainda, eu tinha que ir para algum lugar seguro para me
proteger enquanto esperava por Kate e as gêmeas.
Enquanto
eu tentava me afastar, tinha que me esquivar de algumas tapas e puxões de
cabelo que aconteciam ao ar livre, e quando finalmente consegui me afastar
daquela confusão, todavia não completamente, já que acabei levando um empurrão
pelas costas e acabei tropeçando e derrubando o livro no chão.
-
Loucas. – reclamei tentando me abaixar para pegar o livro, quando uma mão
coberta por uma luva de couro o pegou primeiro, e antes que eu pudesse falar
algo ele me esticou o livro.
-
Acredito que isso seja da senhorita. – falou e eu ouvi sua voz de veludo e o
encarei. Ele era divinamente lindo, alto com os ombros largos, ele era
musculoso, todavia não tanto. Seu rosto era harmonioso, enormes olhos verdes
tão intensos e brilhantes quando duas pedras de esmeralda, seus lábios eram um
pouco cheios e avermelhados, eu nunca havia visto alguém tão bonito assim em
meus dezoito anos de vida. – Senhorita? – ele me chamou de novo e eu balancei a
cabeça e pisquei os olhos para fazer minha cabeça voltar a trabalhar.
-
Sim... Sim é meu. – e eu peguei o livro de volta.
-
Acredito que durante toda essa confusão, você seja a única que não está se
estapeando atrás de um vestido. – comentou.
-
O senhor acha mesmo que eu irei entrar nessa confusão correndo o risco de apanhar
apenas por um vestido? – retruquei.
-
Mas não é apenas um vestido. Pode ser o
vestido que pode fazer com que o príncipe coloque os olhos em você... – e sem
aguentar eu balancei a cabeça rindo.
-
Perdoe-me, não estou rindo do senhor. – falei ao vê-lo com a sobrancelha
arqueada. – Permita-me explicar. Nem se eu usasse o melhor e mais caro vestido
do mundo o príncipe colocaria os olhos em mim. Eu vou a esse baile apenas por
estar sendo, basicamente, obrigada por meu pai. –
-
E ele deixou você sozinha e está se estapeando atrás de um vestido? – perguntou
divertido.
-
Não. Ele não, mas... –
-
Solta... – e eu ouvi Tanya berrando. – Eu achei esse primeiro. MAMÃEEEEE...
– e eu cobri meu rosto de vergonha.
-
Por vossa cara, sinto que conhece a dona desse grito esganiçado... –
-
Infelizmente... – suspirei derrotada. – É a filha da minha madrasta... Graças a
Deus eu terei que atura-la por pouco tempo mais... – comentei comigo mesma
enquanto passava as mãos pelo rosto.
-
Já arrumou um pretendente e vai sair de casa? –
-
Sim e não. – respondi. – Depois desse bendito baile, que eu ainda não sei para
que tanto estardalhaço, eu vou morar com os meus avós maternos em Roma... –
-
E pelo belo sorriso estais deveras animada para isso. –
-
Muito. Ficar longe daquelas três é o meu maior sonho desde... – e eu pensei um
pouco. – Sempre! – dei de ombros e ele balançou a cabeça sorrindo.
-
A propósito... Edward. – e ele estendeu a mão coberta pela luva de couro.
-
Bella... – e eu segurei sua mão e ele a levou para próximo aos seus lábios
depositando um beijo simples e quente nas costas da mesma e a soltou.
-
É um prazer Bella... De Annabella? –
-
Não. Isabella. –
-
É um prazer Isabella. –
-
O prazer é meu Edward... – e eu olhei por sobre o ombro para ver se as três já
tinham terminado suas compras para que eu pudesse voltar para casa. – Eu não
acredito que terei que perder todo o meu dia aqui graças aquelas três... –
-
Eu posso acompanhar a senhorita até em casa... –
-
Enlouquecestes? Eu nem conheço o senhor. Por que aceitaria? – ele não respondeu
simplesmente apontou para trás e eu me virei e arregalei imediatamente os olhos
ao ver Tanya e outra garota se estapeando. – Eu aceito. Dê-me um minuto... –
com cuidado eu me aproximei de Paul, o cocheiro. – Paul, eu já vou para casa,
esse sol não está me fazendo muito bem... –
-
Claro senhorita, eu lhe acompanho. –
-
Não. Não é necessário. Fique e espere por lady Kate. Eu vou pela trilha na
floresta e chegarei lá em menos de cinco minutos, não se preocupe. Já fiz este
caminho diversas vezes. –
-
Tudo bem senhorita. – e meio receoso ele assentiu e eu segui para a entrada da
vila.
-
Ótimo cocheiro... Deixando uma dama ir embora sozinha... – e Edward apareceu ao
meu lado puxando um belo cavalo prateado pelas rédeas.
-
Paul me conhece desde que eu nasci. Ele já está mais do que acostumado com o
fato de eu andar para cima e para baixo nessa floresta. Nem meu pai se importa
mais. – dei de ombros enquanto seguia para a trilha na floresta.
-
Perdoe-me, mas a senhorita é louca? –
-
Não. Por quê? –
-
Porque estais entrando na floresta... –
-
Tecnicamente, eu estou entrando na propriedade do meu pai. – respondi.
-
Propriedade de vosso pai? Vosso... Vosso pai é duque de Avon? –
-
Sim senhor... – e ele entrou na trilha puxando seu cavalo. – Meu pai é o duque
de Avon. E o marido que eu tiver será o futuro duque de Avon. –
-
Eis a mais velha? – neguei.
-
A mais nova. – e ele virou o rosto me encarando confuso enquanto seguíamos pela
sombra da trilha graças às copas das grandes árvores, o que deixava o ambiente
fresco.
-
Então...? –
-
O título é da família de minha mãe. – expliquei. – Minha mãe era filha de
Marcus Volturi, o duque de Avon, e meu pai era filho de Aro Swan, duque de
Melun. Meu pai era o mais velho e se casou com minha mãe que era filha única...
–
-
Então seu pai assumiu o ducado de Avon com a morte de seu avô e o seu tio é
Harry Swan. –
-
Exatamente. –
-
Mas uma coisa não faz sentido... Se o seu avô materno morreu, como você vai
para Roma ficar com seus avós? –
-
Meu avô morreu antes de minha mãe se casar, e minha avó se casou novamente.
Depois que minha mãe se casou com meu pai, minha avó se mudou para Roma com o
marido, e como ele foi o único avô que eu conheci... – dei de ombros.
-
Entendi... –
-
E quando sua mãe faleceu? –
-
Minha mãe faleceu quando eu tinha quatro anos, dando a luz a mais uma menina,
que morreu três dias depois da minha mãe. – nós conversamos enquanto
caminhávamos pela trilha calmamente. – Eu mal me lembro delas... Só lembro de
que cerca de seis meses depois apareceu uma mulher lá em casa, com suas duas
filhas insuportáveis e não saíram mais. – bufei. – Durante os seis meses depois
era tudo tranquilo, elas me tratavam bem e Kate me tratava realmente como a
filha dela... –
-
Até que? –
-
Até que ela engravidou. Eu descobri que iria ganhar um irmãozinho no meu
aniversário de cinco anos e descobri do pior jeito possível. –
-
Como? –
-
Com ela me acordando e falando que ela daria ao meu pai o que minha mãe nunca
conseguiu, um filho homem que iria herdar a fortuna de meu pai. – e eu o
encarei. – Três meses depois ela acordou toda a casa berrando durante a
madrugada porque estava sangrando. Com o nascer do sol meu pai contou que ela
havia perdido o bebê e que não conseguiria engravidar novamente. – suspirei. –
E eu simplesmente olhei para ela, quando estávamos sozinhas, é claro, e falei: nem minha mãe e nem você conseguiram dar um
filho homem ao meu pai. Depois disso ela me trata sempre da pior forma
possível. Por isso eu sou louca para sair daquela casa, seja casando, indo
morar com meus avós, ou... –
-
Ou? –
-
Ou, que Deus não me ouça, ou meu pai morrendo. Quando papai morrer, o que eu
espero que demore muito, quem vai herdar aquilo sou eu, e eu farei questão de
colocar as três com as patas na rua. –
-
Quanta amargura... – e ele balançou a cabeça rindo.
-
Ature o que eu aturei por longos quatorze anos e veja se aguenta... E aguentar
calada. –
-
Eu sei pelo que você passou... – e eu o encarei. – Minha mãe morreu quando eu
tinha dez anos de peste negra. Você ainda teve um tempo de seis meses até
ganhar uma madrasta. Eu não. No mês seguinte a morte de minha mãe já tinha uma
mulher na cama do meu pai, e na semana seguinte teve outra diferente e por ai
vai... – e ele contava me encarando. – Legalmente eu não tive nenhuma madrasta,
mas o quanto eu ouvi de que elas dariam um filho homem ao meu pai que herdaria
tudo... –
-
Perdoe-me, mas... Você não é um homem? – questionei e ele balançou a cabeça
rindo.
-
Como és observadora. – brinco rindo também. – E sim, eu sou homem... –
-
Então isso não faz sentindo. – comentei. – Você é o primogênito... –
-
A não ser que eu morra... – ele falou baixo em meu ouvido e eu senti um arrepio
subindo pela minha espinha ao ouvir sua voz doce e rouca próxima ao meu ouvido.
-
Ér... – e eu limpei a garganta tentando me recompor. – Então o seu pai possui
uma fortuna bastante avantajada para isso, não? –
-
Um pouco. – e nós chegamos a frente a minha casa.
-
Bom. É aqui que eu moro. Foi um prazer lhe conhecer Edward. –
-
Vais ao baile hoje? –
-
Tenho que ir. – suspirei derrotada. – Foi o acordo que fiz com papai. Eu vou a
esse bendito baile, não me interesso por ninguém e ninguém se interessará por
mim, e na próxima semana estarei embarcando para Roma. –
-
Talvez chames a atenção do príncipe... – e eu balancei a cabeça rindo.
-
Nem se eu usar os vestidos e as joias mais caras da Europa. Acredite em mim...
Eu vou e voltarei desse baile completamente entediada. – respondi.
-
Tudo bem senhorita entediada... Vejo-lhe no baile... –
-
Achei que apenas damas solteiras haviam sido convidadas... –
-
Eu sou amigo do príncipe... –
-
Bom para você... –
-
Isabella? – e eu ouvi a voz de meu pai. – Já chegastes? Quem é esse? –
perguntou se aproximando de mim.
-
Edward, senhor... – Edward respondeu estendendo a mão para o meu pai. – Vim
apenas acompanhar a vossa filha até em casa. –
-
E por que a minha filha não esperou pela madrasta? – questionou me encarando
enquanto eu abraçava-o pelo braço.
-
Porque ela e as filhas estavam se estapeando com as outras damas da vila... – e
meu pai me encarou em choque.
-
Diz que é brincadeira... –
-
Não senhor. – respondi e ele encarou Edward que balançou a cabeça negando.
-
Pelo amor de Deus... Laurent traga meu cavalo... – ele gritou na direção do
estábulo. - Bom... Edward, muito obrigado por ter acompanhado minha filha em
segurança até em casa, não sei como posso lhe agradecer... –
-
Não é necessário senhor... –
-
Eu insisto... Talvez um jantar aqui em casa amanhã... –
-
Já que insiste... Eu aceito como um pedido de agradecimento à permissão do
senhor para uma dança no baile de hoje à noite. –
-
Claro... Claro... Agora, Bella, me aguarde lá dentro enquanto eu vou buscar
aquelas três. – pediu.
-
Sim senhor. – e eu dei um beijo em sua bochecha ao mesmo tempo em que Laurent
chegava com o cavalo de meu pai e ele se aproximava dele. – Até a noite,
Edward. – falei enquanto ele passava a rédea de seu cavalo por cima de sua
cabeça.
-
Até a noite senhorita... – desejou montando em seu cavalo e os dois seguiram
pela estrada principal da propriedade de volta para a vila e eu segui para
dentro de casa.
Eu
fiquei sozinha por um tempo, deitada na minha cama lendo o livro que havia
apanhado na biblioteca da cidade hoje mais cedo. Um tempo depois eu ouvi Kate e
suas filhas entrando em casa, com meu pai discutindo com as três por passarem
tanta vergonha assim, saírem se estapeando com qualquer uma que aparecia a sua
frente e ameaçava pegar algo que elas queriam.
Como
eu sabia que Kate e as filhas iriam ocupar as criadas pelo resto da tarde, eu
aproveitei enquanto meu pai passava um belo sermão nas duas para pedir a Sue
para que trouxesse água e me ajudasse a tomar banho. Foi necessário apenas eu
terminar de amarrar o laço do robe quando elas começaram a berrar pela Sue que
deixou-me sozinha e saiu do quarto bufando e praguejando baixo.
Eu
fiquei sozinha para me vestir. Eu não havia comprado um vestido novo, eu tinha
vários que havia ganhado de meu pai de presente de aniversário e natal que
ainda não havia usado, e não fazia sentido gastar dinheiro com vestidos.
Escolhi um vestido vermelho, que havia ganhado de papai no mês anterior e
sozinha eu me vesti.
Com
um pouco de dificuldade coloquei o espartilho e o amarrei o mais forte que
conseguia, sem me deixar sufocada e coloquei o vestido. Ele era todo vermelho,
uma de minhas cores favoritas, e este vestido era um dos meus favoritos, mesmo
eu nunca tendo usado-o. O seu busto era de um tecido cor de pele com um tecido
vermelho rendado com flores por cima, de mangas compridas e justas e uma saia
levemente armada com alguns drapeados na cintura e um cinto largo vermelho
marcava a mesma. Eu penteei meu cabelo, deixando-o solto e com alguns leves
cachos nas pontas, um par de brincos em formato de argola de ouro e eu estava
pronta.
Deixei
o quarto fechando a porta atrás de mim, após me calçar, e mal pisei no corredor
e comecei a ouvir as três gritando com as criadas que subiam e desciam pelo
corredor gritando e eu tratei de descer as escadas e encontrando meu pai,
pronto na sala lendo um livro, próximo a lareira e com uma taça de vinho nas
mãos.
-
Estou pronta papai. – comentei me fazendo presente e lhe dando um beijo na
bochecha e me sentei no sofá ao lado de sua poltrona.
-
Estais linda, minha menina. –
-
Obrigada papai. – e ele voltou à atenção ao seu livro e eu ao meu, pois
saberíamos que as três demorariam horas para se aprontarem.
A
carruagem chegou assim que o sol se pôs. Papai teve que dizer que iríamos sem
elas para que pudessem se apressar, e cerca de trinta minutos após a chegada do
coche, nós embarcamos em direção ao castelo. As três estavam prontas de um
jeito que deixou meu pai levemente constrangido, por mais que estivéssemos em
uma posição bem elevada, e bem próxima à posição da realeza, e por mais que
Kate havia ascendido do titulo de baronesa para o de duquesa em menos de seis
meses, ela estava vestida mais elegante do que a rainha da Inglaterra, já que a
França não tinha uma rainha há anos, e suas filhas vestidas como se fossem as
princesas herdeiras da França.
O
castelo era próximo, tanto que a carruagem demorou menos de vinte minutos para
parar em frente ao mesmo. Não dava para ver muito o castelo porque estava bem
escuro, e havia poucas tochas o iluminando. Nós subimos a enorme escadaria e um
valete nos guiou até o salão de baile, onde conseguíamos ouvir a apresentação
das garotas ao príncipe.
Meu
pai e minha madrasta iam à frente, minhas meias irmãs no meio, soltando
cochichos animados e esganiçados, que só pararam quando minha madrasta olhou
para trás com um olhar frio, e eu ia atrás delas bem entediada sabendo que eu
ficaria entediada e possivelmente sozinha. O arauto anunciou meu pai e madrasta
e eles desceram as escadas para o grande salão com Tanya e Irina logo atrás e
antes que eu pudesse descer as escadas senti uma mão se fechando em meu pulso e
me puxando.
-
O que é isso? - questionei e dei de cara com Edward. - O que você pensa que
está fazendo? -
-
Não é que ela veio? -
-
Sabes que não tenho escolha. Se eu quiser ir para Roma, tenho que aturar este
baile. -
Nós
não havíamos descido as escadas e estávamos em um mezanino ao lado dela, de
onde podíamos ter uma visão privilegiada do salão de baile, onde na frente dos
dois tronos tinha um homem visivelmente irritado e entediado enquanto as damas
eram apresentadas a ele. O príncipe desviou os olhos das minhas irmãs que
estavam sendo apresentadas a ele e olhou em volta do castelo e seus olhos
acabaram recaindo em Edward ao meu lado. Olhei de Edward para o príncipe, e
enquanto o mesmo encarava o homem ao meu lado furioso, Edward se segurava para
não gargalhar.
-
Vem vamos dar uma volta. - disse pegando minha mão e me guiando para o lado de
fora.
-
Pelo visto disseste-me a verdade ao dizer que é amigo do príncipe. Mas não
tenho certeza se é um bom amigo devido ao olhar raivoso que lhe foi lançado. -
-
Ele apenas perdeu uma aposta para mim e eu cobrei. Apenas isso. - comentou
quando chegamos a um jardim bem escuro e com poucas fogueiras o iluminando e um
barulho de água corria ali perto.
-
E suponho que o príncipe não goste de perder… Aliás, creio eu que nenhum homem
gosta de perder… -
-
Eu creio que nenhum ser humano goste. - apontou. - Como foi com sua madrasta e
irmãs quando elas chegaram a casa após seu pai ter ido busca-las. -
-
Um inferno. Papai brigou com as três, disse que aquele comportamento não era um
comportamento adequado para a esposa e para as enteadas de um duque. E elas
depois elas vieram se reclamar comigo, dizendo que a culpa era minha, pois se
eu não tivesse ido embora para evitar a vergonha, meu pai não saberia, e elas
não teriam que vir com vestidos velhos para o baile. E caso eu me recorde bem,
e eu tenho uma exímia memória. Aquelas vestidos elas ganharam de meu pai não
tem nem um mês e nunca foram usados, e foram absurdamente caros. Do mesmo modo
que eu havia ganhado este de meu pai e nunca havia usado. - e bobamente dei um
leve giro a sua frente para que ele pudesse ver o vestido.
-
Você está linda. -
-
Obrigada. - disse sorrindo ao mesmo tempo em que minhas bochechas coraram.
-
Não sei por que insisti em dizer que não chamaria a atenção do príncipe. Chamaste
a minha. -
-
Não sois o príncipe. - disse o óbvio. - Ele não olharia para mim, não possuo
nada que fará alguém, principalmente o futuro rei da França, se interessar em
mim. Para nada, nem para uma simples conversa ou para casamento. -
-
Não se ofendas. Mas deveria parar de falar besteira. - e eu o encarei. Desde o
meu rodopio eu estava parada a sua frente. - Eu sou homem e acho a senhorita
deveras encantadora... –
-
Encantadora... Encantadora foi o elogio de maior grau que recebi de algum
homem, fora meu pai. –
-
Caso eu não esteja enganado, eu disse que a senhorita está linda não tem nem um
minuto. –
-
Estar é diferente de ser. – apontei virando-lhe as costas enquanto contornava
uma fonte no jardim.
-
Bella... – e em poucos passos ele se aproximou de mim e segurou-me pelo pulso,
impedindo-me de dar mais um passo e me fazendo olhar para ele. – Você é linda.
A garota mais linda que eu já conheci... –
-
Isso eu duvido. Existem milhões de garotas mais bonitas do que eu,
principalmente neste castelo essa noite. Veria-as se estivéssemos lá dentro. –
-
Você está tão cega para se mudar para Roma, que mal me enxerga a sua frente. –
-
Além de eu estar lhe enxergando. Eu estou lhe sentindo, até porque estais me
segurando. – apontei o óbvio.
-
Mas não está compreendendo... Vamos ver se assim você compreende... – e antes
que eu pudesse falar algo ou ter alguma reação, os lábios de Edward se chocaram
contra os meus.
Receosa
no início, eu me deixei levar pela situação e abracei seu pescoço com meus braços
enquanto suas mãos abraçavam minha cintura. Meus lábios se entreabriram para
ele e eu senti sua língua se enroscando a minha. Edward me pressionou mais
contra o seu corpo e eu o puxei pela gola do pescoço para mais perto de mim, e
em um passo involuntário e inconsciente para trás e esbarrei na fonte atrás de
mim e acabei caindo para trás e trazendo Edward comigo.
-
Você está bem? – perguntou se levantando.
-
Eu odeio você... – resmunguei tentando ficar de pé, mas o vestido já era
pesado, e molhado ficava mais pesado ainda. Edward me ajudou a ficar de pé e a
sair da fonte, e eu quase caí mais uma vez.
-
O que eu fiz para você me odiar? –
-
Beijou-me sem minha permissão e ainda me fez cair nessa fonte... – reclamava
enquanto torcia a saia do meu vestido em uma vã tentativa de deixa-lo mais leve
-
Até onde eu saiba, a senhorita não me afastou. Ao contrário, puxou-me para mais
perto ainda. –
-
Idiota. – reclamei e acabei espirrando, eu estava molhada e um vento frio
passou por nós.
-
Vem que o idiota vai te ajudar a não ficar doente. –
Edward
me segurou pela mão e me puxou para uma das portas do castelo. Naquela área não
tinha ninguém, apenas alguns guardas que estavam de ronda, mas agiam como se
não nos vissem. Pelo visto ele era um grande amigo do príncipe, para os guardas
permitirem que ele andasse por partes proibidas sem falar absolutamente nada.
Ele
abriu a porta de um dos quartos, que já tinha a lareira acessa, e eu tratei de
ir para perto dela. Eu estava tremendo de frio e sentia meus lábios tremerem.
Por Deus, nós estávamos em pleno verão e a água daquela fonte estava
absurdamente fria. Eu havia me sentado no chão na frente da lareira acessa
sentindo o calor que vinha dela e senti algo deslizando pelos meus cabelos, e
ao olhar para trás dei de cara com Edward sentado ao meu lado e secando meus
cabelos com uma toalha.
-
Eu acho que eu deveria me desculpar por ter lhe chamado de idiota... –
-
Não, não deve não... Eu vou lhe deixar sozinha para que possa se secar e se
aquecer e... – e antes que ele pudesse se afastar ou se levantar eu uni meus
lábios aos dele. – Bella... – falou contra meus lábios.
-
Deixe-me ir embora com uma única lembrança boa deste lugar. – pedi.
-
Então vamos fazer isso direito. – comentou com a voz rouca e unindo nossos
lábios mais uma vez e tirando sua jaqueta molhada.
Ao
se livrar de sua jaqueta, suas mãos seguiram para as amarras de meu vestido,
desfazendo os nós que prendiam o mesmo e assim que ele terminou de desfazer os
nós ele me ajudou a ficar de pé e ajudou-me a me livrar de meu vestido, ficando
apenas com corpete. Suas mãos desceram até os meus quadris, tocando na pele nua
deles e apertando-o forte enquanto me pegava no colo.
Ele
caminhou até a cama comigo em seu colo e com as pernas em volta de sua de sua
cintura, e conforme ele caminhava eu tirava meus sapatos com as mãos e ele me
deitou no colchão macio de sua cama e deitou por cima de mim. Nossos lábios não
haviam se separados em momento algum. Com nossos lábios ainda unidos, ele levou
uma das mãos até as amarradas de meu corpete o afrouxando e foi ai que o beijo
foi interrompido.
A
boca de Edward desceu pelo meu pescoço até o topo dos meus seios, e com as mãos
ele afastou meu corpete expondo meus seios para ele, que ele tratou de
abocanhar um e me fazendo soltar um gemido rouco ao sentir sua boca e língua quente
tocando em meu seio, eu tentava controlar os gemidos que queriam irromper pela
minha garganta a cada sugada ou lambidas nos bicos de meus seios, mas era quase
impossível de segurá-los.
Ele
continuou descendo pela minha barriga lisa, e inconscientemente minhas pernas
foram se abrindo para ele conforme ele ia descendo e beijando minha pele. A
boca quente de Edward tocou em minha buceta úmida me fazendo soltar um gemido
alto de surpresa e ele tirou a cabeça do meio de minhas pernas e me encarou
sorrindo, algo que demorou menos do que dois segundos e mais uma vez eu senti
sua boca quente em minha buceta.
Eu
sentia a ponta de sua língua quente roçando em minha buceta, fazendo movimentos
circulares, o que provocava uma sensação próxima a cócegas em meu ventre e
gemidos altos saindo pela minha garganta. Seu nome era a única palavra que saia
de minha boca e fazia sentido, minhas mãos apertavam e puxavam seus cabelos ruivos,
e a cada aperto ou puxão ele sugava minha buceta com mais força, até que um
grito irrompeu pela minha garganta.
-
Eu acho que alguém ouviu... – comentei envergonhada enquanto ele saia do meio
de minhas pernas.
-
Acha? Alguém? – questionou com a sobrancelha arqueada e um sorriso presunçoso
nos lábios. – Querida, eu tenho certeza que o castelo todo ouviu. –
-
Então... – e eu soltei um gemido baixo ao sentir sua boca em meu pescoço. –
Então faça com que eu me controle... –
-
Nem pensar... – respondeu roucamente largando meu pescoço e me puxando pelas
coxas me fazendo deitar completamente na cama. Edward saiu da cama apenas o
tempo necessário para se despir e voltou a deitar por cima de mim na cama,
apoiando seu peso em suas pernas e braços. – Até porque eu amei ouvir esses gemidos.
Não poderia ter recebido um presente de aniversário melhor. – comentou baixo
antes de tomar meus lábios em um beijo ávido.
Uma
de sua mão estava apoiada em minha bochecha, segurando meu rosto, impedindo que
eu interrompesse o beijo enquanto a outra acariciava minha cintura e descia até
o meu quadril, apertando-a com força e fazendo mais um gemido alto sair abafado
devido ao beijo. Edward encaixou minha perna em seu quadril enquanto eu sentia
seu pênis roçando em minha buceta molhada. Devagar eu fui sentindo-o me
preenchendo e o prazer que eu sentia foi substituído por uma dor e eu finquei
minhas unhas em seu ombro e ele parou de se mexer.
-
Calma. Relaxa. – pediu dando uns beijos em meu rosto. Eu tinha meus olhos presos
aos seus, sentindo como se estivesse me afogando naquele mar esverdeado e era
como se tudo que estivesse em volta de mim tivesse sumido, como se eu não
conseguisse separar meus olhos dos dele.
Delicadamente
Edward saiu de dentro de mim e voltou com um pouco mais de força e para evitar
o gemido de dor, ele uniu nossas bocas em um beijo calmo enquanto tentava ficar
o mais imóvel possível. Nós ficamos ali um tempo apenas nos beijando enquanto
ele continuava dentro de mim e o mais devagar e delicado possível começou a se
mexer.
Edward
saiu quase todo dentro de mim e voltou com um pouco mais de força fazendo um
gemido alto escapar de nossos lábios. Nossas testas estavam unidas e nossos
lábios entreabertos roçava um ao outro a cada investida do quadril de Edward
contra o meu. Minhas mãos deslizavam sobre suas costas, arranhando-as a cada
investida.
Quando
os movimentos passaram a ficar mais rápidos, foi impossível impedir que os
gemidos saíssem mais baixos. Eu tentava segurar os gemidos prendendo meus
lábios com os dentes, mas Edward sempre voltava a separa-los e quando eu tentei
cobri-los com as mãos e ele segurou-as em cima de minha cabeça.
-
Não se atreva a me privar desse som. – nossas mãos estavam entrelaçadas em cima
de minha cabeça. – Passa as duas pernas em volta de minha cintura. – pediu. Uma
já estava enlaçada a sua cintura, e eu enlacei a outra fazendo com ele fosse um
pouco mais fundo.
Eu
já conseguia sentir um formigamento na altura de meu ventre e eu sentia minha
buceta apertando o pênis de Edward, tornando as investidas dele um pouco mais
difíceis e lentos. Conforme o formigamento se tornava mais intenso e quando a
sensação que eu havia sentido a pouco, como se alto explodisse dentro de mim,
voltou, Edward uniu nossos lábios para abafar meu grito de prazer, enquanto eu
o sentia sendo apertado por mim e logo em seguida se derramou dentro de mim.
...
-
Então quer dizer que hoje é o seu aniversário? – comentei um tempo depois. Ele
havia colocado sua calça e eu tinha vestido a sua blusa, Edward estava deitado
na cama, com uma das mãos atrás da cabeça e eu estava deitada de bruços com a
cabeça apoiada em seu peito. – Qual é a sensação de fazer aniversário no mesmo
dia que o príncipe... –
-
É só uma data qualquer. – deu de ombros. – E o da senhorita? –
-
Apenas em setembro. – comentei.
-
Agora me diga uma coisa sinceramente... Ainda pensas em ir para Roma. –
-
Claro. – e ele me encarou.
-
O que aconteceu aqui não significou nada? –
-
Sim. Significou, mas não ao ponto de me fazer desistir de ir para Roma. – e ele
continuou me encarando e se sentou na cama, o que me obrigou a me sentar
também, em cima de minhas pernas. – Até porque não vai passar dessa noite, não
é? –
-
Achei que passaria. –
-
Então você precisa ser mais claro no que você quer. – apontei e antes que
pudesse falar mais alguma coisa à porta foi escancarada.
-
Trate de descer e assumir seu posto porque eu não aguento mais aquelas
mulheres... – e o príncipe havia invadido o quarto gritando. – Você não está
sozinho... –
-
Alteza? – perguntei confusa enquanto me cobria com as cobertas.
-
Não contou a ela? – perguntou com um semblante um pouco divertido.
-
Não me contou o que? – e Edward levantou da cama e tentou empurrar o príncipe
para fora.
-
Ele não te contou que o príncipe na verdade é ele... – gritou para dentro do
quarto quando foi posto para fora do quarto e eu fiquei encarando-o em choque.
– Que ele me fez fingir ser o príncipe a noite inteira para poder ficar com
você... Não lhe culpo amigo, faria o mesmo também. –
-
Some daqui, Emmett. – e Edward o empurrou para fora do quarto batendo a porta
no rosto do mesmo.
-
E a propósito, o seu pai já descobriu e está atrás de você. – gritou do outro
lado da porta e Edward se virou de frente para mim.
-
Eu posso explicar... –
-
Você é o príncipe?! – perguntei sentindo um aperto em minha garganta.
-
Sou. – respondeu. – Mas eu posso explicar. – ele tentou subir na cama e se
aproximar de mim e eu me afastei descendo da mesma.
-
Pode? Não precisa. Eu já entendi. Você... Você pediu ao seu amigo para se
passar por você para poder me levar para a cama, não é? –
-
Não. Eu nunca planejei em te levar para a cama. Eu admito que menti sobre quem
eu sou, e que pedi para ele se passar por mim para poder passar minha noite com
você, mas foi apenas isso. Em momento algum eu menti para te trazer para a
minha cama. –
-
Mas mesmo assim trouxe. –
-
Você disse que queria uma boa lembrança desse lugar antes de partir. –
-
Mas eu não sabia que estavas mentindo para mim. – gritei para ele sentindo
algumas lágrimas quentes escorrendo pelos meus olhos.
-
Se soubesse seria diferente? –
-
Isso é algo que nós nunca vamos saber... – cuspi para ele e tratei de pegar meu
corpete no chão.
-
Bella, você não precisa ir embora... – e ele tentou se aproximar de mim.
-
Não toque em mim... – e eu me afastei dele. – Deixe-me e finja que isso não
aconteceu... –
-
Não tem como fingir que isso não aconteceu. – comentou enquanto eu amarrava meu
corpete de qualquer jeito e pegava meu vestido no chão. – Bella, por favor,
vamos conversar. Escute-me, é só o que eu peço. – eu não respondi e
simplesmente terminei de amarrar meu vestido.
-
E quer saber o que eu peço? – retruquei pegando meus sapatos no chão. – Eu peço
para você me deixar em paz e adoraria pedir a Deus para poder voltar no tempo e
não repetir o que aconteceu nesta cama. – e descalça eu saí do quarto, com o
vestido ainda bem molhado. Ele era pesado e volumoso, demorava muito para
secar.
Eu
tratei de seguir o som da festa para poder me localizar no castelo e sair daquele
labirinto enquanto ouvia a voz de Edward e seus passos atrás de mim pedindo
para que eu o ouvisse.
-
Bella? – e ao ouvir a voz de meu pai, nós dois paramos. – Bella, por Deus, o
que aconteceu com você? – e eu tratei de me aproximar dele e me afastar de
Edward.
-
Nada papai, eu apenas tropecei e caí em uma fonte. – menti.
-
Menina você está bem? – e foi quando eu notei que tinha outro homem perto de
mim pai, com uma coroa na cabeça.
-
Sim majestade. Não foi nada, eu devo ter apenas virado o tornozelo, não é nada,
não se preocupe. –
-
Eu aviso a eles para iluminarem principalmente próximo as fontes e aos rios,
mas nunca me escutam. – e ele viu que Edward estava a poucos passos atrás de
mim. – Eu estava lhe procurando, onde estava? – ele quase rosnou para o filho.
-
Eu... –
-
Ele estava me ajudando, majestade. – menti. – Ele estava passando pelo jardim
quando me viu caindo. –
-
Exatamente, papai. – confirmou. – Eu levei-a até um quarto de hospedes para que
pudesse se secar e aquecer um pouco. –
-
Sim, mas eu não notei que havia passado muito tempo, achei que o senhor estaria
me procurando. – terminei.
-
Bom, sim, já está um pouco tarde. Eu iria começar a lhe procurar mesmo. –
-
Então papai, podemos ir? Estou sentindo um pouco de dor no tornozelo. –
-
Claro... – e ele passou a mão pela minha cintura, temendo que meu pé falhasse.
– Majestade e alteza, eu preciso ir, tenho que leva-la para casa, e
provavelmente chamar um médico... –
-
Sim, vá... Mas caso deseje, pode permanecer no castelo e eu chamo meu médico. –
-
Majestade, não é necessário. – eu me apressei em dizer por meu pai, o que eu
mais queria era sair dali. – Eu estou bem, de verdade. –
-
Tudo bem. Mas voltem amanhã. –
-
Voltaremos majestade. Com licença. –
Sem
falar nada, meu pai me ajudou a sair do castelo, e eu tive que ir fingindo que
estava mancando e com um pouco de dor no tornozelo. Kate e as filhas estavam
irritadas, para elas o baile não havia sido muito bom como desejavam e entraram
de muito bom grado na carruagem e meu pai me ajudou a entrar na mesma.
Assim
que todos tinham embarcado, o coche seguiu viagem para casa e mais uma vez eu
tive que fingir mancar até chegar no quarto, enquanto meu pai gritava para Sue
levar água quente para o meu quarto para um banho, antes que ficasse doente e
se não estivesse tão tarde, ele teria mandado chamar o médico, e depois de se
certificar que eu havia tomado banho e estava bem aquecida, ele me deixou
sozinha para descansar.
...
-
Bella? – meu pai deu duas batidas na porta do quarto e entrou no mesmo a me ver
acordada, até porque eu não havia conseguido dormir, havia passado uma boa
parte da noite chorando por ser tão imbecil. – Está tudo bem? –
-
Sim senhor. O que deseja? –
-
Saber como você está. –
-
Bem. –
-
Parece que passou a noite chorando. –
-
Não é nada papai não se preocupe. – e ele suspirou.
-
Tudo bem. Nós vamos passar o dia no castelo, convite do rei. Quer ir? –
-
Não papai. Estou um pouco cansada ainda devido à festa de ontem. Se não se
importar, gostaria de ficar em casa. –
-
Claro minha menina... – e ele se levantou e deu um beijo em minha bochecha.
-
Qual eu poderei ir para a casa dos meus avós? –
-
É realmente isso o que você quer? –
-
Foi o nosso acordo não? Se eu não me interessasse por ninguém no baile e se
ninguém se interessasse por mim, eu passaria um tempo em Roma. –
-
Achei que você e o príncipe poderiam... –
-
Não. – o interrompi. – Não me interessei por ninguém. Eu quero passar um tempo
com meus avós... – e ele suspirou.
-
Você vai amanhã. Vai partir um navio vai partir para Roma amanhã e não tem
outra data de viagem. Pedirei para Sue arrumar suas coisas. – e eu assenti e
ele deu mais um beijo em minha testa antes de partir.
-
Pai... – o chamei quando ele saiu do quarto. – O senhor sabia que ele era o
príncipe? –
-
Não tinha certeza. O nome me era familiar, mas ele já estava há tanto tempo
longe da França, que era impossível reconhecê-lo. – explicou. – Por quê? –
-
Por nada papai. –
Ele
não falou mais nada e simplesmente saiu me deixando sozinha no quarto. Eu
fiquei em casa o dia todo sozinha com os criados e só voltei a ver alguém
quando Sue entrou no quarto com o meu almoço e enquanto eu comia ela começava a
arrumar minhas coisas e mostrava os vestidos que eu tinha para saber qual eu
queria levar ou não. E isso se seguiu até o inicio da noite, quando meu pai
chegou e ela me deixou sozinha.
Talvez
não por muito tempo, já que mal ela saiu e as filhas de Kate invadiram meu
quarto para me perturbar e reclamar que elas finalmente conheceram o príncipe verdadeiro,
mas que ele não teve olhos para elas e só sabia perguntar como eu estava, por que
eu não havia ido e se eu havia resolvido ir para Roma. E foi apenas ai que Kate
e as filhas ficaram sabendo da minha viagem, e é claro que ela não perdeu tempo
em vir até aqui e esfregar na minha cara que eu estava feliz e que não era para
voltar mais.
Finalmente
elas foram embora ao primeiro grito que meu pai deu e eu tive um pouco de paz
ao longo do dia para que pudesse dormir um pouco sem que alguém me deixasse em
paz.
No
dia seguinte durante todo o trajeto até o porto mais próximo, o de Le Havre,
ele foi perguntando se eu tinha certeza de se era realmente aquilo que eu
queria. Afastar-me dele, de Kate e das garotas, mal sabia ele que o que eu mais
queria era me afastar de Kate e das garotas, e só consegui convencê-lo a me
deixar ir, sem ficar completamente chateado, quando eu falei que era por sentir
saudades de meus avós e ele entendeu, ou fingiu entender.
Assim
que anoiteceu, nós chegamos ao porto e papai esperou apenas que as malas fossem
embarcadas e que eu embarcasse para partir até uma casa de um amigo que morava
ali para passar a noite. Alguns minutos depois dele ter partido o navio também
partiu do porto, a viagem iria durar quase um mês, já que teríamos que fazer o
contorno em Portugal para chegar a Roma, seria uma longa viagem. Eu preferia ir
por terra, demoraria metade do tempo, mas papai só sabia falar que ela
perigoso, e então eu só tinha duas opções: ficar em casa ou ir de navio e eu não
aguentava mais ficar em casa, e não queria ficar aqui com Edward, o príncipe,
ou sabe-se lá como eu deveria chama-lo aqui, aqui.
A
viagem foi um tormento só, quando entramos em mar aberto ao nos aproximarmos da
costa de Portugal, dez dias depois de eu ter entrado naquele navio, nós pegamos
uma forte e violenta tempestade, que fazia o navio balançar demais de um lado
para o outro e que me fazia vomitar mais do que outra coisa, mesmo se eu não comesse
nada eu vomitava, mas finalmente quando entramos quando entramos no mediterrâneo
nós tivemos uma viagem mais tranquila e ainda faltando dias para chegarmos a
Roma quando o navio atracou e eu saí da cabine.
-
Por que paramos? – e eu vi o castelo de If próximo a onde estávamos. – Por que
paramos em Marseille? – perguntei ao capitão.
-
Porque eu mandei. – e eu ouvi a voz de Edward vindo de trás de mim e eu me
virei de frente para ele.
-
O que você está fazendo aqui? – questionei.
-
Há vantagens em ser o futuro rei da França. –
-
Agora você é o futuro rei da França? – rebati. – Porque mês passado você não era.
– e eu não o deixei falar mais nada. – Faça-me o favor, e desça, eu quero
seguir viagem para Roma. –
-
Você não vai a lugar nenhum sem que eu fale com você. –
-
Eu não quero falar com você. Ainda não entendeu? Eu não quero falar com você depois
de ter mentido para mim, depois de ter feito o que você fez. –
-
Dá pra me escutar? –
-
Não. Você mentiu para mim, por que eu iria querer lhe ouvir agora? –
-
Talvez se você escutasse o motivo de eu ter mentido para você. –
-
Então fala. Rápido, eu quero seguir viagem, eu já estou há vinte dias presa
aqui dentro e não aguento mais. – reclamei.
-
Eu tive que mentir para poder ficar com você... Acha mesmo que eu estava
interessado nessa história de meu pai de um baile para arrumar uma noiva? Isso é
ridículo, ele achou realmente que vendo a pessoa, apenas uma vez, e rápido devido
a enorme quantidade de pessoas que tinha naquele salão eu iria me apaixonar por
alguém? Eu não ia. Mas ele não iria acreditar que eu havia me apaixonado pela
garota que esbarrei na vila. – e eu pisquei os olhos o encarando. – Eu menti
sim para você, mas eu queria que você se apaixonasse por mim por quem eu sou de
verdade e não por quem eu serei. Mas parece de você não se apaixonaria por mim
de nenhuma forma, já que não havia desistido de ir para Roma. –
-
Talvez eu tivesse desistido se você tivesse me pedido para ficar. – respondi. –
Mas em momento algum você pediu. Apenas disse que queria que passasse daquela
noite. –
-
Porque eu quero todas as noites. Consegue entender isso. –
-
O que eu não consigo entender é porque continuou mentindo para mim. Para você ter
mentido para as outras, eu compreendo, mas não passou em momento algum na sua
cabeça em me contar antes de me levar para a cama? –
-
Passou. Depois que você se secasse eu ia conversar com você, mas... Eu tive a
melhor noite da minha vida. –
-
Chega... Por favor, desembarque, eu quero ir embora. –
-
Depois de tudo o que eu falei você continua insistindo em ir embora? –
-
O que você quer que eu faça? – rosnei para ele. – Fique aqui, permitir que meu
pai me case com alguém para no dia seguinte eu ser devolvida porque eu não sou
mais virgem? –
-
Eu quero que você fique e que fique comigo. –
-
Para ficar indo para cama com você até que você se case, e ai você me dispense
ou continue sendo sua amante, até que se canse de mim? –
-
Não. Eu quero que você se case comigo. – respondeu irritado. – Bella, você aceita
se casar comigo? -
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