Pov. Bella.
Ah sábado.
Dia perfeito para dormir até tarde… Só que não… Pelo menos é quando você não
tem um cão em casa. Quinoa pulou na minha cama e começou a lamber e a esfregar
o focinho molhado em meu rosto até que eu acordei.
- Já
acordei menina… Já acordei… - resmunguei tentando empurra-la para o lado, mas
ela era uma Golden Retriever de 25 kg, era difícil empurra-la com uma mão só.
Eu levantei
da cama e ela pulou em seguida indo para a porta. Eu sabia o que ela queria,
portanto peguei uma calça de moletom e coloquei em cima da calcinha e fiquei
com o moletom de GoT e caminhei até o
banheiro apenas para escovar os dentes e jogar uma água no rosto e pentear o
cabelo. Calcei meus chinelos e desci pegando uma barrinha de cereal na cozinha
e a coleira de Quinoa, que já arranhava a porta.
Coloquei a
coleira nela e abri a porta, pegando as chaves e sendo puxada por ela para
fora. Quinoa queria passear, ela era uma cadela ativa com uma dona sedentária. Nós
demos uma volta no quarteirão e a levei até o parque de cães que tinha ali
perto e soltei-a um pouco enquanto me joguei em um banco frio. Era um dia frio
de final de outono.
Uma hora
depois eu consegui arrastar Quinoa de volta para casa e quando nós chegamos
tinha um caminhão de mudanças ao lado da nossa casa. Um homem, lindo, ruivo,
com os cabelos plenamente revoltos, como se dissesse que havia acabado de dar
uma bela trepada, estava caminhando da porta azul até o caminhão e voltando
logo em seguida para dentro de casa.
De dentro da
casa uma cabeça amarela de um Golden Retriever apareceu e Quinoa latiu. O cão e
ruivo viraram a cabeça na nossa direção e o cão saiu de dentro de casa e Quinoa
me puxou para mais perto dele.
- Pipoca…
Pipoca volta aqui. - o homem largou a caixa no chão e se aproximou dele.
Quinoa e o
tal pipoca não começaram a brigar como eu achei que faria, eles simplesmente
começaram a se cheirar e depois a cheirar seus países baixos.
- Porra…
Quinoa, você é uma menina de família… Se comporte. - eu tentava puxa-la e
parece que cada vez mais eu puxava mais ela enfiava o nariz lá.
- Pipoca,
pelo amor de Deus… - e o homem tentava puxa-lo pela coleira. - Tenha modos,
você nem a conhece… -
- Porra
cara, minha cadela é de família e ele está abusando dela… - reclamei e com um
pouco de dificuldade nós os separamos.
- Desculpa.
Ele deve estar no cio e ainda não foi castrado. - e como se o cão tivesse
entendido que iriam cortar suas bolas ele olhou “confuso” para o dono. - A
propósito… Edward Cullen. Acabei de mudar. - ele estendeu a mão.
- Bella
Swan… Sempre morei aqui. - e ele sorriu. - Então… Veio de onde? -
- Chicago.
-
- E
o que o trouxe a Boston? -
- Trabalho!
Sou professor de matemática. Vou começar a trabalhar na Boston Colege. -
- Olha
a coincidência… Sou professora de história no mesmo colégio. -
- Olha
que bom… - eu o encarei. - Vai me acompanhar segunda… Não faço a mínima de onde
fica a escola. - e eu joguei a cabeça gargalhando.
- Tudo
bem. Eu te acompanho até lá, mas mantenha esse cão cheio de testosterona longe
da minha menina. -
- Pode
deixar… -
- Venha
Quinoa! -
- Você
batizou seu cão de Quinoa? -
- Você
batizou o seu de Pipoca. - rebati.
- Foi
minha irmã e ela tem sete anos. - respondeu e eu comecei a rir.
- E
eu gosto de Quinoa. - rebati e controlei meu desejo infantil de dar língua. -
Vem menina, fica longe desses machos cheios de testosterona… - reclamei
brincando e ele riu.
- A
propósito… Caso queria companhia para assistir GoT, é só chamar… -
- Depende.
Torce para que qual casa? -
- Targaryen
e Stark. -
- Chamo
com prazer. - e ele gargalhando.
- Vamos
pipoca. - e eu entrei na minha casa e ele continuou a descarregar o caminhão.
Eu entrei em
casa e a primeira coisa que vi foi o espelho próximo à porta e me vi. Puta que pariu Isabella, se Alice te
visse desse jeito e falando com um homem daqueles, ela te mata. Pensei e soltei
Quinoa e fui trocar de roupa, eu estava ridícula. O cabelo bagunçado e preso de
qualquer jeito com algumas mechas caindo, um moletom largo, porém quentinho,
calça de moletom velha e chinelo e uma puta cara de sono. Ótimo, Isabella,
ótimo.
Tomei um
banho e coloquei uma roupa mais adequada e ouvi a porta da frente se abrindo e
Quinoa latiu.
- Oi
menina linda… - era Alice. Ela e minha mãe tinham a puta mania de entrar na
minha casa sem bater, isso porque eu tinha ido fazer um curso em outro estado e
deixei a chave com elas pra virem cuidar de Quinoa e eu simplesmente não peguei
de volta. - Bellita… -
- Cozinha!
- avisei subindo com as mangas de minha blusa até o meu cotovelo e pegava
algumas coisas para fazer o almoço, porque a hora que era, nem valeria a pena
tomar café.
- Gatinha,
você viu seu novo vizinho? - e mamãe estava junto com Alice. - Oi amor. - ela
se aproximou de mim e deu um beijo em minha testa.
- Oi
mãe. Sim eu vim se chama Edward, é professor de matemática e vai dar aula na
Boston Colege. - já respondi todo o interrogatório que iriam fazer.
- Como
sabe? -
- Conversei
com ele por alguns minutos quando o cachorro dele tarou a Quinoa! - expliquei.
- E
você estava arrumada não é? - Alice perguntou e eu me concentrei em lavar os
legumes que havia apanhado.
- Sim.
- respondi tentando não subir algumas oitavas e Quinoa latiu como se me
desmentisse. Traidora!
- Porra
Isabella, você foi à rua de moletom de novo? -
- Eu
não esperava encontrar com alguém, sabia? Fui apenas levar a Quinoa para
passear! - respondi já irritada devido à conversa.
- Eu
vou sumir com todos os seus moletons… - ameaçou e subiu as escadas.
- Toca
nos meus moletons que eu estrago toda a sua maquiagem e raspo suas sobrancelhas
enquanto você dorme. - gritei para ela e ela desceu em dois minutos. Era só
ameaçar a sua maquiagem ou sobrancelhas que ela aquietava o facho.
Nós três
fizemos o almoço com minha mãe falando merda enquanto via o tal de Edward
levando as caixas para dentro. Ele é bem
bonito. E tem uma bunda linda. Ele está morando sozinho. Deve ser solteiro. Bem
que você poderia dar pra ele. Se não quiser eu dou. E nessa última eu
precisei pedir para ela de calar. Estava ficando absurdamente estranho. Mal o
almoço ficou pronto e enquanto eu e Alice colocamos a mesa, mamãe sumiu e em
menos de três minutos ela voltou.
- Garotas...
Nós temos convidados. -
- Pelo
amor de Deus, me diz que ela não fez o que eu acho que ela fez! - pedi a Alice
e a forma como Alice riu, mamãe havia feito.
- Alice,
este é o Edward e este é o Pipoca. - eu vou matar a minha mãe. - E a Bella
soube que você já conheceu. -
- Sim
Renée, claro. - e ela já até o mandou chama-la pelo primeiro nome. - É um
prazer Alice. -
- O
prazer é meu. -
- Mãe,
o que a senhora está aprontando? - perguntei na cara de pau.
- Estou
fazendo o que você não faz… Ser uma boa vizinha. O menino acabou de se mudar e
você nem o chama para almoçar. -
- Ele
pode ser um psicopata. - apontei e ele riu.
- Você
sobreviveu a sua irmã que é a rainha dos psicopatas, sobrevive a ele. -
- Tudo
bem. Pode ficar, mas mantenha esse cão cheio de testosterona longe da minha
menina. -
- Ah
para com isso Isabella… Deixe a Quinoa se divertir. -
- Eu
sou nova demais para ser avó. - rebati e todo mundo riu de mim.
- Ignore
minha filha… E sente-se. - nós nos sentamos na pequena mesa da cozinha e minha
mãe se pôs a falar, como sempre. - Soube que é professor de matemática? -
- Sim.
Sempre amei contas e números. - ele respondeu e eu e Alice nos encaramos como
se ele fosse louco.
- As
duas ali sempre foram péssimas em matemática. Aliás, Isabella ainda é. E eu
ainda acho que ela precisa de um professor particular. Quer a missão de ensinar
essa menina a contar? - minha mãe perguntou e eu me engasguei com o suco.
- Não
mãe. Ele não quer… - eu me apressei em dizer. - E já disse, sou de Humanas e
não Exatas. -
- Eu
aceito a missão se ela aceitar a missão de me ensinar História. Sempre fui
péssimo. -
- Não…
- eu disse antes que minha mãe falasse algo. - Eu não preciso saber de
matemática e nem ele de história. - rebati e os três riram.
- Mudando
o assunto. Mas essa macarronada está deliciosa. -
- Isabella
que fez. - minha mãe disse e chutou minha perna.
- Aí
porra. Tá doida mulher? -
- Perdoe-me,
minha filha é lerda… - ela ia continuar falando merda mais o telefone tocou.
- Graças
a Deus. - eu me levantei e peguei o telefone ali da cozinha mesmo. - Alô. -
- Oi
Bell's. -
- Oi
pai. -
- Desliga
essa merda Isabella. - minha mãe gritou.
- Sua
mãe está ai, não é? - resmungou.
- Sim
pai. Ela e Alice. -
- Não
sei por que Isabella ainda fala com ele… - minha mãe reclamou com Edward.
- Ah.
De um beijo na sua irmã. -
- Alice
papai mandou um beijo. -
- Manda
outro… - e minha mãe chutou Alice. - Aí mãe… -
- Pai,
o que o senhor deseja? Eu preciso separar essas duas, aqui. -
- Queria
saber se você e Alice querem vir me visitar no final de semana que vem? -
- Um
minuto… Alice. - e eu a encarei, e ela estava com as pernas em cima da cadeira
como para se proteger de outro chute de mamãe. - Papai quer saber se você quer ir
a casa dele no próximo final de semana, comigo. -
- Porra
nenhuma. -
- Eu
vou ver na minha agenda e depois eu aviso. - disse ignorando nossa mãe.
- Eu
vou papai. - e tive que desviar da minha mãe que me jogou o pano de prato. -
Alice disse que vai ver a agenda e te liga. -
- Tudo
bem, meu amor. Até sábado. -
- Até
sábado papai. - e eu desliguei o telefone.
- Eu
não sei por que vocês cismam em querer ver o pai de vocês. - reclamou.
- Quem
se divorciou foi a senhora e não a gente. - Alice resmungou e mamãe a encarou
com raiva.
- Qual
foi o motivo do divórcio? - Edward perguntou.
- São
dois malucos. Nem eles sabem. - eu respondi e minha mãe bufou.
Com minha mãe
falando mal de meu pai, nós terminamos de almoçar e eu e Alice lavamos a louça
enquanto minha mãe continuava a falar besteira para o Edward. E ele só foi
embora perto das três da tarde, depois de minha mãe ter descoberto noventa por
cento de sua vida, e ele só conseguiu ir embora por que tinha que terminar de
arrumar as coisas.
Domingo
passou sem que eu visse Edward, pelo menos não pessoalmente, eu o via andando
pela casa, subindo e descendo as escadas, pela janela. Eu fiquei arrumando meu
plano de aula para o dia seguinte, e domingo assim se seguiu.
Segunda
Quinoa me acordou às cinco da manhã. Eu tinha que estar na escola às 8h, e
ainda faltava muito. Eu me levantei da cama e após fazer minha higiene, prendi
meu cabelo em um rabo de cavalo, e colocando um moletom por cima da blusa de
alças, eu calcei meus chinelos e segui para a porta.
Quinoa já
estava ali, com a coleira na boca, pronta para o seu passeio. Eu apanhei uma
barrinha de cereal e peguei a coleira de sua boca e prendi nela e saímos de
casa com ela me puxando. Eu abri o portãozinho e nós saímos para a rua, e
enquanto ela cheirava a árvore em frente a nossa casa eu tentei abrir a
embalagem da barrinha de cereal.
Ela soltou um
latino e deu um puxão na coleira e eu me assustei e quase caí no chão.
- Quinoa!
- eu me virei e vi que ela estava tentando se aproximar do tal do Pipoca. - São
vocês… -
- Isso
só pode ser mal de Golden Retriever, acordar os donos às 5 da manhã. -
resmungou e ele estava igual a mim. Moletom e chinelos e uma barrinha de cereal
em mãos. - Me fala que tem um parque de cães aqui perto. - pediu.
- No
final da rua. - respondi sorrindo devido a sua cara fofa de sono. - Vem Quinoa.
- eu a puxei. Eu precisei puxa-la três vezes até que ela lembrou que queria ir
ao parque, e voltou a me puxar para lá.
- Deus
que sono… - e ele espirou. - Fui dormir muito tarde arrumando as coisas. -
- Mudança
é uma merda… - comentei. - Quer dizer, a parte de arrumar as coisas da mudança
é uma merda. -
- Concordo
plenamente. -
- Mas
posso fazer um comentário? - perguntei chegando ao parque e soltando a coleira
de Quinoa a deixando ir correr livremente.
- À
vontade. - disse depois de fazer o mesmo com Pipoca e se sentar ao meu lado em
um banco.
- Você
parece essas pessoas que acordam cedo para correr e tem uma alimentação
saudável. - e ele me encarou com as sobrancelhas arqueadas. - Não? -
- Eu
só não posso me caracterizar como sedentário por causa do pipoca. - respondeu
rindo. - E se você visse minha geladeira e dispensa, ia ver que não tem nada de
saudável ali… Minto, tem umas frutas e legumes. - e eu balancei a cabeça rindo.
- Eu como muita besteira. -
- Idem.
Mas no meu caso é preguiça de fazer mesmo… - e ele gargalhou. - Até hoje não
sei como não estou uma bola. -
Nós ficamos
ali cerca de uma hora conversando enquanto nossos cães rolavam na areia e
tentavam pegar um ao outro, já que não havia muitos cachorros ali. Às seis
horas nós pegamos nossos cães e voltamos para casa, tínhamos que nos aprontar e
ir para o trabalho daqui a pouco.
Nós chegamos a
casa e eu tirei a coleira de Quinoa, pendurando-a perto da porta e seguimos
para a cozinha. Eu coloquei ração para ela e lavei minhas mãos, ali mesmo na
pia da cozinha, e preparei meu café da manhã. Algo bem simples, torradas com
geleia de amora, café e alguns morangos.
Terminei meu
café e após lavar minha louça, subi para o quarto para um banho e me vestir
para o trabalho. Coloquei uma camisa branca e uma calça clochard cinza com
estampa xadrez com finas listras brancas e tênis brancos. Peguei minha bolsa
com meus materiais de aula e desci de novo.
- Tchau
minha menina… - e eu me abaixei para dar um beijo em seu nariz molhado. - Mamãe
te ama e te vê daqui a pouco. - e ela latiu.
Após conferir
que as portinholas da porta da frente e dos fundos estavam abertas, eu peguei
minhas chaves e sai de casa, mandando mais um beijo a ela. Sai de casa fechando
o portão para a rua.
- Bella...
- Edward me chamou também saindo de sua casa. - Como eu não sei onde fica a
escola… Quer uma carona? - perguntou ajeitando a mochila no ombro.
- Tudo
bem… - respondi após pensar um pouco. Ele apertou o botão do chaveiro,
destravando o carro, era um volvo que estava parado. Ele abriu a porta do
carona para mim. - Obrigada cavalheiro. -
- Disponha
senhorita. - e eu balancei a cabeça sorrindo enquanto entrava no carro. Ele
fechou a porta e deu a volta.
Ele entrou no
carro jogando a mochila no banco de trás e ligou o carro. Enquanto ele ia
dirigindo, íamos conversando um pouco e eu ia explicando o caminho. Não demorou
muito e ele estacionou na escola na área destinada aos professores.
Nós dois
descemos do carro e fomos até a secretaria. Deixei Edward com a senhora Cooper
e eu assinei meu ponto e segui para a minha sala de aula.
O dia de aula
ocorreu normal, eu já estava acostumado com as besteiras que os alunos falavam
sobre história, e eu simplesmente ignorava e continuava a minha aula. Quando o
dia de aula acabou, Edward mais uma vez se ofereceu para me levar para casa e
eu aceitei.
E assim os
dias iam se seguindo, eu e Edward meio que acabamos virando amigos e íamos e voltávamos
juntos do trabalho. Nós tínhamos a mesma rotina. Éramos acordados todos os dias
às cinco da manhã pelos nossos cães, íamos ao parque e ficávamos lá até as seis,
voltamos para casa e as sete nós íamos para a escola.
Rapidamente as
férias de inverno chegaram, estava um frio infernal aqui em Boston. Minha mãe e
Alice estavam aqui em casa para jantar comigo e enquanto elas iam falando eu
ficava de olho em Quinoa, que estava muito estranha.
Já tinha uns
dias que ela estava estranha, mais parada do que de costume, não era mais tão
ativa assim, e estava comendo muito pouco. E ela sempre era muito ativa e comia
direito. Agora mesmo ela estava deitada em sua cama, abatida.
- Mãe…
- eu a chamei enquanto ela começava a separar as coisas para o jantar. Uma vez
por mês nós tínhamos um jantar temático, isso depois que ela entrou para um
curso de culinária, e hoje o tema era Japão.
- Sim?
-
- A
senhora fica bem enquanto eu levo a Quinoa no veterinário? -
- Por
quê? -
- Ela
está estranha. E quando um Golden fica estranho não é um bom sinal. Todo mundo
fala isso… -
- Tudo
bem. Vai lá. - eu corri até meu quarto atrás de um casaco grosso e minha
carteira. Desci as escadas de novo e peguei a sua coleira.
Fiquei cinco
minutos tentando tirá-la da cama sem sucesso, e eu não a aguentava no colo. Eu
vi pela janela da cozinha, que era de frente para a cozinha de Edward, ele
passando. Abri a porta dos fundos e o gritei.
- Edward.
- e ele abriu a janela. - Me faz um favor? -
- O
que? - e ele gritou de volta.
- Coloca
a Quinoa no carro da minha mãe? Ela está estranha e eu não a aguento. -
- Dois
minutos. - respondeu fechando as janelas e eu estarei.
Em dois
minutos certinhos ele estava na minha cozinha agasalhado e pegando Quinoa no
colo. Ao contrário do que eu pedi, ele não a colocou dentro do carro de minha
mãe, ele colocou no dele e me levou ao hospital, pegando-o no colo de novo para
entrarmos lá.
Demorou meia
hora para ela ser atendida e em quinze minutos o veterinário deu o diagnóstico.
Grávida. Minha menina estava grávida. E eu só consegui olhar com raiva para
Edward, que coçou a nuca levemente constrangido. Oito bebês o veterinário viu
na ultra. Oito. Eu serei avó de oito bebês antes mesmo de chegar aos trinta.
Quando
chegamos a casa e saímos do carro. Pipoca estava em pé do portãozinho da rua,
ignorando o frio, e quando viu que Quinoa estava abatida ele começou a chorar e
arranhar o portão, e a pedido do Edward eu abri o mesmo. Nós entramos em casa e
Edward a colocou na sua caminha e Pipoca foi correndo até ela, e roçou o focinho
na cabeça dela. Se eu precisava de uma confirmação de que havia sido ele que
abusou da minha menina, eu não precisava mais dela.
Pipoca lambeu
o rosto de Quinoa e deitou atrás dela, que deitou a cabeça em suas patas
dianteiras.
- Que
fofinho. - minha mãe disse entrando na sala e vendo a cena. - O que ela tem? -
- Parabéns
mãe. Será bisavô de oito bebês. - disse com raiva olhando para Edward.
- Desculpa.
-
- Você
disse que ia castrar o seu Pipoca. -
- Eu
fiquei com pena. Eu não iria gostar que arrancassem as minhas bolas, por que eu
iria fazer isso com ele? -
- Eu
vou fingir que não ouvi isso. - apontei. - E o que eu vou fazer com nove
cachorros? - questionei.
- Filha.
- minha mãe me chamou. - São dez. -
- Mãe
eu sei que a senhora diz que eu não sei matemática. Mas oito mais um são nove!
-
- Dez…
-
- Por
que dez? -
- Você
acha mesmo que o Pipoca vai se afastar dela? Não vai. São dez. - e eu bufei.
- Ótimo.
Dez cães… -
- Calma,
Bella, sem drama. Pipoca vai arcar com as consequências. -
- Quando
você diz Pipoca, você diz você, não é? -
- É.
Eu… Não se preocupe. -
- Ótimo.
-
- Edward
fica para jantar? - minha mãe o convidou. - Comida japonesa. -
- Ah
vou adorar. -
- Alice
põe mais um prato na mesa. - minha mãe gritou voltando para a cozinha.
- Hey.
- e ele me chamou e eu o encarei. - Desculpa. Não sabia que ele ia
provavelmente pular a cerca… -
- Literalmente…
-
- É
literalmente… - e ele riu.
- Escuta
aqui… - e eu apontei o dedo para ela. - Ela é uma menina de família que foi
desviada do caminho do bem por esse cão cheio de testosterona. É bom ele
assumir compromisso. Vai ter que casar. Ela foi criada no estilo de nada de
sexo antes do casamento. - e ele balançou a cabeça rindo. - Não tem graça… -
- Então,
a dona dela também leva a vida nesse estilo? De nada de sexo antes do
casamento? - ele perguntou com a voz rouca e eu gaguejei antes de responder.
- Por
que a pergunta? -
- Você
é bem lerda em… - e antes que eu pudesse falar algo, ele me prensou contra a
parede da sala e uniu nossos lábios.
O beijo era
rápido e apressado, mas não deixava de ser bom. Sentir os lábios macios dele
contra os meus era algo que eu nunca havia sentido na vida. Sua boca era
apressada contra a minha e eu senti algo duro na altura de meu ventre e sem
pensar minha levei a mão até lá. Era o pênis de Edward, e sem pensar muito de
novo, eu apertei de leve e ele gemeu contra a minha boca.
- Você
não faz ideia do quanto eu estou louco para transar com você… -
- Nota-se.
- provoquei apertando de novo seu pênis.
- Ou
você para, ou vai ter que resolver esse problema… Esse grande problema… -
- Não
me parece muito grande… - provoquei de novo e ele prensou mais sua virilha
contra a minha mão. Eu estava mentindo descaradamente, o problema era grande e
grosso, e eu não era de ferro, e estava sem sexo a mais de um ano. Estaria
mentindo descaradamente se não falasse que minha menininha se animou e minha
boca salivou. - Continua não parecendo muito grande. - menti de novo
provocando. Eu subi com a mão, largando seu pênis. Eu ergui um pouco sua
camisa, sentindo a pele quente de sua barriga. Eu não desviava os olhos do
dele, e bem de leve rocei minhas unhas em sua barriga e ele gemeu baixo. Bem
devagar eu infiltrei minha mão em sua calça e em sua cueca, tocando em seu
pênis duro, e nós dois gememos com o toque.
- Se
a sua mãe e irmã não estivessem aqui… - disse baixo.
- Ia
fazer o que? - questionei provocando e passando bem de leve minhas curtas unhas
em seu pênis.
- Comer
você com força contra essa parede. - respondeu baixo e quase rosnando. Eu não
era de ferro e acabei soltando um gemido e sentindo minha buceta se animar
apenas por imaginar.
- Elas
vão embora daqui a pouco. - contei passando de novo minhas unhas bem de leve em
seu pau.
- Isabella.
- e antes que eu pudesse dizer algo, minha irmã surgiu na sala e eu empurrei
Edward para longe tirando a mão de dentro de sua calça.
- Já
falei. É bom o Pipoca assumir a Quinoa. - disse mudando de assunto e ele riu.
- Ele
vai. Podemos até chamar um padre para selar a união. -
- Ótimo…
Ah, Oi Alice. O que deseja? - e ela me encarava como se eu fosse louca.
- Jantar.
- disse apontando para a cozinha.
- Estou
indo. - e ela assentiu voltando pra cozinha.
- Onde
fica o banheiro? - perguntou.
- Pra?
- questionei e ele apontou para o volume em suas calças.
- Lá
em cima terceira porta a direita. - respondi. - Não demora. - e eu pisquei para
ele indo para a cozinha e ele subiu as escadas.
Edward seguiu
para o segundo andar e eu caminhei até a cozinha, a mesa já estava pronta e o
cheiro dos temperos orientais impregnava a mesma. Eu lavei as mãos na pia da
cozinha mesma e antes de me sentar na cadeira dei uma olhada novamente em
Quinoa e Pipoca, os dois estavam deitados juntos, com a cabeça um perto da
outra. Eu não podia negar que era fofinho, mas ele abusou da minha menina, ela
era uma santa.
- E Edward? –
minha mãe perguntou quando eu me sentei na cadeira.
- Foi ao
banheiro. – respondi normalmente.
Em poucos
minutos ele voltou e eu precisei morder o lado de dentro de minha bochecha para
não rir e ele se sentou na cadeira vaga ao meu lado e mamãe deu inicio ao
jantar. Volta e meia durante o jantar e a conversa, a minha mão seguia,
discretamente, até a coxa de Edward e até o meio de suas pernas, apertando seu
pênis de leve por cima da calça, e na primeira apertada ele se engasgou com o lámen
e eu sorri discretamente enquanto continuava a comer.
O jantar
acabou e apenas para minha mãe ir embora logo, eu e Edward nos prontificamos
para lavar a louça, mas não adiantou, elas continuaram na sala conversando e
conversando e aquilo já estava me irritando. Nós lavamos a louça e seguimos
para a sala. Mamãe continuou conversando com Edward e puxando assunto enquanto
eu ficava de olho em Quinoa e torcia para ela ir embora e eu podia ver que
Edward fazia o mesmo.
Finalmente
minha mãe e Alice foram embora, porque pelo visto Alice havia entendido o que
iria acontecer, ou o que esperávamos que fosse acontecer e a puxou para a casa
dela. Eu tranquei toda a casa e arrumei mais uma tigela onde coloquei comida
para Pipoca e Quinoa, que ainda estavam deitados na apertada cama de Quinoa,
que mal cabia ela, quanto mais os dois.
Edward me
puxou pela cintura, deixando-me com o corpo bem grudado ao dele, seus braços em
volta da minha cintura e minhas mãos espalmadas em seu peito e eu sentia sua
ereção através de sua calça, tocando em meu ventre.
- Finalmente
elas foram embora... –
- E você vai
fazer o que? – questionei provocando.
- Eu já
disse. Comer você com força contra a parede. –
- Eu acho que
você não consegue me comer com força. – provoquei de novo e vi seus olhos
faiscarem.
- Ah é? –
questionou e eu o encarei.
- É. Está
falando demais... – comentei e ele subiu com uma das mãos, tirando-a de minha
cintura, e levou até a minha nuca, puxando minha boca para perto da dele,
unindo nossos lábios. Ele caminhou, empurrando-me para trás, e me prensou
contra a parede da sala.
O beijo era
apressado e transbordava de luxuria, ele enfiou as mãos debaixo de meu vestido
grosso e me pegou no colo, deixando meu corpo prensado entre a parede fria e
seu corpo quente. Eu rebolei meu quadril contra o seu, sentindo minha calcinha
ficando úmida e ele gemeu contra meus lábios. Meus pulmões imploravam por
oxigênio e ele soltou meus lábios e desceu com a boca para o meu pescoço, dando
uma chupada forte que me fez gemer alto. Eu sabia que ficaria a marca, mas
sinceramente eu pouco me importava.
Suas mãos em
meus quadris rasgaram a minha meia calça um pouco grossa e me segurando contra
a parede, ele tirou as mãos de mim e levaram até o bolso de trás de sua calça.
Ele havia pegado a sua carteira e tirou uma embalagem de camisinha dali de dentro
e jogou-a logo.
- Você vai me
perdoar... – ele abrindo a camisinha com os dentes e voltando as mãos para os
meus quadris. – Mas eu estou muito excitado. – comentou e eu o senti abrindo
sua calça. – Mas eu juro que depois eu lhe dou as preliminares. Maravilhosas
preliminares se me permite dizer. – eu olhava em seus olhos enquanto o sentia
empurrar minha calcinha para o lado.
- Espero que
saiba que vou cobrar. – provoquei afrouxando um pouco minhas pernas em volta de
sua cintura para que ele pudesse se ajeitar e abracei seu pescoço com meus
braços. Ele segurava minha calcinha e eu senti seu pênis me preenchendo
devagar. – Deus. – gemi alto ao sentir seu pau que não era assustadoramente
grande, mas era grosso. Eu o sentia sorrir contra o meu pescoço. – Porra... –
gemi um pouco mais alto ao senti-lo sair todo de dentro de mim e voltar com um
pouco mais de força.
Ele repetiu o
gesto de sair e voltar algumas pouquíssimas vezes até passar a investir o
quadril contra o meu de forma continua. Suas mãos foram para as minhas costas,
que eu havia dado uma leve desencostada da parede e abriu o zíper de meu
vestido e eu abaixei as mangas do vestido, deixando-o embolado em minha
cintura.
Seu quadril
se chocava contra o meu de forma rápida, arrancando gemidos de nós dois,
todavia os dele cessaram quando ele abaixou um pouco a cabeça após abaixar meu
sutiã e colocou um de meus seios dentro de sua boca e o outro ele massageava
com as mãos, e os meus gemidos se intensificaram devido ao seu movimento dentro
de mim e de sua língua quente em meu mamilo.
Eu gemia alto
e minhas mãos arranhavam suas costas por dentro de sua camisa e puxava seus
cabelos. Estávamos tão excitados que foram necessárias apenas mais algumas
investidas e eu gozei ao sentir o orgasmo vir forte. Encostei a cabeça na
parede fechando os olhos e respirando fundo, Edward investiu mais algumas vezes
e se aliviou dentro da camisinha e tirou o rosto dos meus seios.
Eu abaixei a
cabeça e uni nossos lábios em um beijo rápido e separou minhas costas da parede,
me sustentando com seus braços embaixo de meu quadril. O beijo agora havia se
tornado calmo, não era mais apressado e nem transbordando de luxuria como o
último. Eu nunca havia sentido tanto prazer assim, mesmo tendo sido algo rápido
devido os níveis de nossas excitações, e eu pudesse e ele quisesse eu iria com
certeza querer repetir a dose outro dia.
(...)
- Eu acho que
a sua mãe tem razão... – ele disse depois de um tempo. Já eram por volta das
duas da madrugada, a lareira da sala estava acessa para deixar o ambiente mais
quentinho mais nós quatro.
- Sobre o
que? – perguntei. Nós estávamos deitados me meu sofá. Eu de lado com as costas
encostadas nas costas do sofá e ele deitado com a barriga para cima, minhas
pernas estavam emboladas a dele, nós ainda estávamos nus apenas cobertos com
uma manta grossa, após mais duas rodadas de sexo ali no sofá mesmo e de ele ter
me dado uma preliminar maravilhosa como ele mesmo havia dito.
- Ninguém vai
conseguir separar os dois. – comentou olhando para Quinoa e Pipoca que dormiam
juntos e bem grudados um ao outro para se aquecer.
- Virei
avó... – comentei brincando e seu peito tremeu um pouco devido ao riso. Eu
estava com a cabeça deitada em seu peito e ele mexia em meus cabelos
delicadamente. – Eu tenho que comprar uma cama maior. Tanto para a Quinoa,
quanto porque eu sei que esse cão transbordando de testosterona não vai sair
mais daqui... –
- Sugiro que
compre um sofá maior... – e eu levantei a cabeça o encarando.
- Não vai me
dizer que ele deita no sofá?! –
- Não é para
ele! – respondeu.
- Não
entendi... – admiti.
- Você disse
que vai comprar uma cama maior porque sabe que o Pipoca não vai mais sair
daqui... – assenti. – Então aproveite e compre um sofá maior, porque eu também
não pretendo mais sair daqui... – e eu o encarei por mais alguns segundos antes
de responder.
- A sua casa
é aqui ao lado. –
- Mas na
minha casa não tem certa morena gostosa no meu sofá. – respondeu e ergueu um
pouco a cabeça e me deu um beijo. – E me lembre de segunda feira comprar um
presente para o Pipoca. –
- Por quê? –
- Porque ele arrumou
uma namorada... – e me encarou olhando bem em meus olhos. – E me arrumou uma. –
- O que
exatamente você quer dizer com isso? – perguntei puxando a manta e cobrindo meu
corpo.
- Quero dizer
o que eu disse. – e ele se sentou também e o sofá ficou absurdamente apertado.
– Eu quis dizer que gostaria e muito de namorar você. – e por um leve momento
eu fiquei sem reação. – Ou você acha que eu convido você todos os dias para
irmos para a escola juntos só porque eu sou cavalheiro? –
- Não. Claro
que você não fazia apenas por ser cavalheiro. Eu achava que você fazia por sexo
mesmo. – brinquei e ele sorriu torto e eu coração disparou.
- Também. –
admitiu. – E porque quando eu abro a porta para você eu tenho uma bela visão de
sua bunda. –
- Pervertido.
– reclamei e ele riu.
- Mas eu
realmente queria namorar você. Namoro sério, e sinceramente, pela sua mãe nós
já estaríamos namorando... –
- Pela minha
mãe já estaríamos casados. – apontei.
- Talvez
daqui a um tempo. – respondeu após ponderar um pouco. – Mas não foi apenas sexo
que me fez aproximar de você e nem porque meu cachorro gostou da sua cadela, e
muito menos porque ele embuchou a bichinha. E tão pouco pelo sexo. Eu gosto de
você e isso é o único motivo que me importa. Nós nos demos bem desde o inicio,
temos gostos parecidos, trabalhamos no mesmo lugar, passamos mais tempo juntos
do que outra coisa. Foi inevitável não me apaixonar por você. –
- Assim você
me deixa sem fala e envergonhada... –
-
Envergonhada por quê? –
- Não tenho
muita certeza, mas deve ser porque eu estou nua. – ironizei. – Melhor dizendo,
porque estamos nus... – e eu o encarei. A sala estava mal iluminada pela luz
que vinha das chamas da lareira e eu encarei, e babei, um pouco o seu peitoral,
já que a manta só cobria a sua cintura. – E para alguém que quase se denomina
um sedentário, você está muito bem... –
- Eu que o
diga. – e do mesmo jeito que eu dei uma bela analisada em seu corpo ele deu no
meu. – Sua bunda é bem gostosa de apertar. –
- E acabou o
momento fofo. – ironizei de novo e ele gargalhou. Edward se aproximou mais de
mim e levou a mão até a minha nuca e após roçar seu nariz ao meu, uniu nossos
lábios em um beijo rápido.
- Você ainda
não me respondeu... - comentou com os lábios roçando aos meus.
- O que? –
- Se quer
namorar comigo. – e eu ponderei um pouco e por fim suspirei.
- Vou pensar
no seu caso. – e ele sorriu. – Eu ainda estou bem puta com você... –
- Por quê? –
- Por quê?
Seu cão embuchou a minha menina, não acha que isso é um bom motivo para ficar
puta? –
- Você fica
bem linda e fofa quando está puta... Tenho que arrumar novos jeitos de te
deixar puta... –
- Faz isso
que eu te espanco. –
- É melhor
não... –
- Concordo
plenamente. –
- O que
concorda disso: Por que não subimos e terminamos o que começamos hoje? –
- Não cansa?
– perguntei. – Não sei se você reparou, mas você não é pequeno, e eu não estou
falando isso para inflar seu ego, estou falando isso por que... Por que ela
está ligeiramente sensível. –
- Não seja
por isso... – ele se aproximou mais ainda, se possível. – Eu dou um beijo que
passa. – sugeriu. – E se eu me recordo bem, você pedia para que eu continuasse
e se não me engano, para que fosse mais forte. – e ele havia afastado
minimamente o rosto apenas para poder olhar em meus olhos. – E se eu me
lembro... Você teve vários orgasmos. –
- Eu fingi. –
menti e ele sorriu amplamente revelando os dentes perfeitamente alinhados e
brancos.
- Não fingiu
não. Eu sei quando uma mulher tem um orgasmo e você teve. –
- Eu não vou
concordar... Se eu fizer isso ai mesmo que seu ego infla do tamanho de um
balão. –
- Não precisa
concordar... – e ele mordeu de leve meu queixo.
E não deu
outra, Edward e eu fizemos sexo mais uma vez aquela madrugada, dessa vez em meu
quarto e dessa vez acabou com os dois exaustos e dormindo. Eu nem me lembrava
mais de como era dormir sob os braços quentes de uma pessoa, eu só podia
garantir que era uma sensação ótima e muito acolhedora.
Os dias foram
se passando e mesmo eu ainda não tendo dito com todas as letras que aceitava ou
não namorar Edward nós raramente nos afastávamos durante essas férias. Quinoa
ainda não queria sair de sua cama e Pipoca não queria sair de perto dela. E
Edward também não queria sair de perto de mim. Eles tinham a cama apertada de
Quinoa e nós dois tínhamos o meu sofá apertado. Eu havia comprado uma cama
maior para ela, principalmente porque ela ficaria imensa de gorda com oito
filhotes crescendo dentro dela.
Nós a
levávamos sempre uma vez na semana ao veterinário apenas para ver se estava
tudo bem e conforme as semanas iam se passando nós víamos que o abatimento ia
passando também e ela já se animava mais um pouco. Duas semanas depois que a
gravidez foi descoberta ela passou a comer igual à antes, quer dizer, comer
mais do que comia antes.
O natal e ano
novo passaram e Edward passou aqui em casa. Não por causa de Pipoca ou por
minha causa, e sim porque minha mãe obrigou e quase ele disse que estava
pensando em visitar a mãe, minha mãe quase o esganou. Eu havia avisado a ele
para não dar intimidade a minha mãe. Ele me ouviu? Não! Agora ele que
aguentasse a loucura dela.
As aulas
voltaram e minha mãe, que trabalhava em casa, passou a ficar o dia inteiro
dentro da minha casa de olho em Quinoa. Eu não queria deixa-la sozinha tanto
tempo enquanto eu dava aulas. Talvez por medo que algo pudesse acontecer, por
que mesmo ela sendo um cão, algo poderia acontecer certo? E tudo ia muito bem,
até eu quase pegar minha mãe fazendo sexo virtual com um cara no meio da minha
sala de estar.
Eu estava
exausta, havia acabado de sair de uma apresentação de trabalho e estava com uma
tremenda vontade de me matar. Eu não podia acreditar que tal coisa havia
acontecido. Eu entrei na sala dos professores, eu tinha um pequeno intervalo de
vinte minutos antes de ir para a minha próxima aula. Edward estava ali sentado,
corrigindo algumas provas, com seus óculos de leitura no rosto. Ele tinha um
copo de café expresso do Starbucks a
sua frente e tinha uma caneta vermelha em mãos. E eu basicamente desabei na
cadeira ao seu lado e apanhei seu café bebendo o gole e fazendo careta ao ver
que estava sem açúcar.
-
Sinceramente não sei por que bebe meu café se sabe que não tem açúcar. – ele
comentou enquanto fazia o contorno de um zero enorme no lugar da nota. – Qual é
o problema? –
- Eu acabei
de notar que eu sou uma merda como professora. – comentei soltando o copo de
café.
- Duvido. É
uma ótima professora e gostosa. Se eu tivesse uma professora como você na idade
deles, eu não faltaria uma aula de história. – comentou. A sala dos professores
estava vazia, portanto ele falava essas coisas livremente. Toda a escola já
sabia que estávamos juntos, tanto o diretor, outros professores, pais e alunos.
Isso tudo porque uma mãe de aluno nos viu juntos no mercado uma vez e veio
reclamar com o diretor, e a única coisa que ele disse foi: caso eles se
comportem dentro da escola, pouco me importa o que fazem fora da escola. Eu
amava esse homem. – Mas o que houve? – ele tirou os óculos e colocou em cima da
mesa junto à caneta vermelha.
- Lembra que
eu comentei que hoje teria uma apresentação com maquetes e tudo mais sobre os
Astecas? –
- Lembro.
Qual o problema? –
- O garoto
falou que a pirâmide asteca ficava no Saara. – eu via que ele se segurava para
não rir e mordia o lado de dentro da bochecha. – Pode rir. – e ele não riu. Ele
gargalhou, audivelmente tanto que o diretor que passava no corredor colocou a
cabeça dentro da sala para ver o que estava acontecendo. – Eu simplesmente
perguntei olhando a maquete: Por que essa areia em volta da pirâmide? –
comentei lembrando. – E o garoto mandou: Ué professora, porque ela fica no
Saara. – e ele riu mais ainda. – Aquilo foi como uma facada no coração. Doeu.
Tipo, qual tipo de professora eu sou para eles não saberem onde fica a porra da
pirâmide asteca? – (n/a: isso é um
fato verídico, aconteceu com a minha professora de Brasil II quando ela dava
aula para o ensino médio.)
- Se isso te
consola, eu perguntei uma vez onde ficava Roma. – e eu o encarei chocada. –
Sério. – (n/a: e isso aconteceu
comigo no estágio).
- Isso não é
nem questão de História. É de Geografia e conhecimento gerais. –
- Eu sei.
Mas... –
- Que
vergonha... – reclamei.
- E se isso
também te consola... – ele me amostrou a prova zerada que ele havia acabado de
corrigir. – Metade da turma basicamente zerou a prova. E a prova estava fácil.
–
- Para alguém
que sabe e gosta de matemática... – apontei e bebi mais um gole do café me
arrependendo logo em seguida.
- Não. Claro
que não... A prova estava realmente fácil. – e ele colocou a corrigida de lado
e pegou outra para corrigir.
- As minhas
eu vou corrigir em casa... – e olhei para o relógio em seu pulso. – E agora eu
tenho que ir... – me levantei e peguei minhas coisas. – A Guerra Civil
Americana me aguarda. – e lhe dei um beijo rápido nos lábios e sai da sala
antes que alguém visse.
Eu segui para
a sala de aula e engoli o: Astecas
ficavam no Saara e me concentrei na Guerra Civil Americana. Dessa vez a
aula foi tranquila, sem nenhuma maluquice ou algo que pudesse me causar um
infarto precoce. As aulas do dia acabaram e nós seguimos para casa. Edward foi
para a dele para organizar algumas coisas e eu para a minha para livrar minha
mãe de seu novo emprego como babá. Eu sabia que a noite, ou antes, mesmo que
escurecesse, ele já estaria aqui de novo, portanto eu adiantei o jantar e dei
comida a Pipoca e Quinoa que estavam na nova cama grande deles.
Enquanto o
jantar estava no forno eu corrigia minhas provas, e igual a Edward eu também
tive algumas notas zero. Eu odiava dar zero para alguém, porque eu acreditava
que provas não provam conhecimento algum, mas era norma da escola e eu tinha
que seguir. Mas mesmo assim me doía dar um zero a alguém. A noite Edward veio
para a minha casa e após o jantar ficamos nós dois no sofá, com a televisão
ligada em um filme qualquer enquanto terminávamos de corrigir nossas provas.
Fevereiro chegou
rápido e hoje era o dia dos namorados. A escola estava em polvorosa com isso,
cartões e pirulitos cor de rosa eram distribuídos entre os alunos e quase
ninguém se importava com as aulas, mas mesmo assim elas deveriam ser dadas. Quando
o sinal tocou dando inicio ao almoço eu dispensei os alunos e continuei na sala
terminando de corrigir uns testes para que eu pudesse comentar com os alunos já
que semana que vem teríamos uma prova.
Graças a Deus
dessa vez eles não foram tão mal assim, muito poucos tiraram nota baixa, uma
coisa que me aliviava e muito, eu não queria ter que reprovar ninguém, mesmo já
tendo uns dois alunos reprovados nessa turma. Nem se eles tirassem a média mais
alta e gabaritasse tudo nessas ultimas provas eles passariam.
- Toc toc...
– olhei para a porta e vi Edward ali parado.
- Oi. – ele
entrou e fechou a porta atrás de si e eu me levantei da cadeira. Ele enlaçou
minha cintura com as suas mãos e me deu um beijo rápido.
- Feliz dia
dos namorados, meu amor. – disse mordiscando meu lábio inferior sorrindo. Ele
tirou uma das mãos de minha cintura e revelou uma rosa vermelha.
- Obrigada. –
e uni nossos lábios em um beijo rápido. – Feliz dia dos namorados. – e rocei
meu nariz ao dele.
- Vamos sair
para jantar hoje à noite? Só nós dois, para comemorarmos nosso primeiro de
muitos dias dos namorados juntos? –
- Meu amor,
nós não podemos deixar a Quinoa sozinha... – respondi. – Ela pode parir a
qualquer momento. –
- Eu sei. –
suspirou.
- Mas isso
não nos impede de ficarmos lá no nosso novo sofá, pedirmos comida e estrearmos
o sofá novo. – sim, sofá novo. Depois de uma longa noite de sexo no sofá
acabamos estragando as molas e precisamos comprar um novo.
- Melhor do
que sair para jantar. – e eu levei meus lábios até as sua orelha.
-
Principalmente porque eu comprei uma coisinha que você talvez goste... – falei
em seu ouvido e ele apertou mais ainda minha cintura contra a sua.
Ele ficou
mais um tempinho ali comigo na sala vazia e quando o sinal tocou ele seguiu
para a sua sala e eu continuei a corrigir meus testes. Os alunos entraram e eu
entreguei os testes já corrigidos e comentei um pouco sobre os testes e de como
seria a prova e após passar mais um trabalho, o sinal tocou de novo e as aulas
acabaram.
As aulas do
dia acabaram e eu e Edward pudermos voltar para casa e aproveitar nosso final
de semana. Nós mal subimos na varanda de minha casa e ele já havia me prensado
contra a parede e me beijava enquanto eu tentava enfiar a chave na fechadura. Finalmente
consegui colocar a chave na fechadura e ele me pegou no colo e entramos em
casa. Suas mãos já estavam prestes a subir com o meu vestido quando um pigarro
fez com que suas mãos parassem e nossas bocas se afastassem.
- Incrível...
Vocês dois sempre esquecem que eu estou aqui. – minha mãe respondeu rindo e
pegando sua bolsa em cima do sofá. – Vejo vocês depois queridos. Ah propósito,
Quinoa não quis comer nada o dia inteiro. – ela pendurou a bolsa no ombro deu
um beijo em mim e no Edward e saiu.
Mal minha mãe
saiu e um barulho começou a soar vindo da cozinha e Pipoca veio correndo para
cima de nós e voltou correndo para a cozinha. Colocamos nossas coisas em cima
do sofá e fomos atrás dele. Quinoa estava cavando o chão da cozinha perto da
porta de trás.
- Ela nunca
fez isso. – comentei baixo e vi com o canto dos olhos Edward sacar o celular do
bolso.
- Hey Seth, é
o Edward. – ele disse. Edward havia ligado para o veterinário. – A Quinoa está
estranha... Ela está cavando o chão e segundo minha sogra ela não quis comer
nada o dia inteiro. – ele ficou com alguns segundos e desligou o telefone. –
Seth disse que ela vai parir hoje. – respondeu.
- E o que
fazemos? –
- Disse para
deixarmo-la em um lugar aquecido e com água perto dela, e que ela pode vomitar.
– respondeu.
Nós arrumamos
um cantinho com a sua cama grande e bem aquecida perto da lareira e com cuidado
a levamos para lá e ela ficou deitada. Nós observamos que Pipoca ficou deitado
no chão entre nós dois que havíamos sentado no chão em cima do tapete de olho
nela. Ela vomitou um pouco no chão, que foi rapidamente limpo tentando deixar o
ambiente o mais confortável para ela.
Eram por
volta das quatro quando o primeiro filhote nasceu e seguindo as recomendações
de Seth a não fazer absolutamente nada. Ela rompeu o saquinho que envolvia o
filhote com os dentes e começou a lambê-los para limpá-los. Os filhotes nasciam
com aproximadamente trinta minutos de diferença um para o outro, eram oito
filhotes e depois de quase quatro horas todos os filhotes nasceram bem e vivos
e Pipoca também começou a lambê-los e limpá-los e eu e Edward o limpávamos
depois com um paninho úmido.
Depois de ter
parido os oito filhotes ela deitou cansada em sua cama e os filhotes
basicamente se arrastaram para mamar e Pipoca deitou ao seu lado. Nós limpamos
a bagunça e depois de tudo pronto e arrumado e nós dois nos revisando entre
tomar banho e vigia-los. E por volta das dez e meia nós estávamos sentados no
sofá, com caixinhas de comida chinesa, vendo os dez cachorros dormindo profundamente
e com duas taças de vinho cheias entre nós.
A televisão
estava ligada com o volume baixo em um filme qualquer que passava na televisão,
peguei a taça de vinho e bebi um gole e deitei a cabeça no ombro de Edward. Nós
havíamos acabado de comer e ele simplesmente passou o braço por sobre meus
ombros, me abraçando e ficamos trocando os olhos entre o filme bobo e os cães.
- Esse não
foi o dia dos namorados que eu planejei... – ele disse dando um beijo em minha
cabeça.
- Eu sei. Mas
foi um bom dia dos namorados... – respondi.
- Concordo...
–
Acabou que
nós dois dormimos ali mesmo na sala. A sala era basicamente o nosso quarto, já
que ficávamos mais ali do que no meu quarto. Nós não havíamos avisados a
ninguém que os filhotes haviam nascido, apenas a Seth que aproveitou e deu uma
passadinha aqui no sábado para ver se todos os nove estavam bem. Nós não
havíamos contado a minha mãe ou a Alice porque sabíamos que elas viriam aqui e
tentariam pegar nos filhotes, e no inicio eles deveriam ficar grudados a mãe e
não nas mãos dos outros.
Minha mãe só
descobriu segunda pela manhã quando veio quando tínhamos que ir para a escola e
obviamente ela não gostou daquilo. Mamãe odiava não saber ou saber das coisas
por último, simplesmente odiava. E eu me lembrava de uma vez, por volta dos
meus dez anos, era aniversário de casamento dela e de meu pai e ela ficou puta
com meu pai porque ele arrumou uma festa surpresa para ela. Mamãe não sabe o
significado da palavra surpresa.
Quinoa pariu
três meninas e cinco meninos: Jujuba, Cookie, Donut, Geleia, Amora, Paçoca,
Mel, Cacau. Era impossível nós não rirmos com tais nomes, tudo nome de comida.
Os dez. Mas pelo visto eles gostaram já que quando receberam as coleiras no
meio da semana com seus nomes no pingente eles balançaram as caudas animados.
Eles eram tão fofos. A senhora Stanley, vizinha da frente quase enfartou ao ver
que agora tinha dez cães dentro dessa casa, e ficou abismada quando falamos que
não iríamos doar nenhum.
Um mês se
passou desde o nascimento dos filhotes e eles já corriam pela casa e pelo
jardim livremente. Edward basicamente já havia se mudado para cá e antes mesmo
que eu pudesse perceber eu havia dado uma gaveta de minha cômoda para ele. Ele basicamente não ficava na casa dele,
quase não entrava mais lá. Os filhotes já tentavam subir as escadas, porém não
conseguiam nem alcançar o primeiro lugar.
Estávamos
aproveitando o feriado, pelo menos a parte da manhã, já que finalmente havíamos
tomado vergonha na cara e arrumamos uma reunião de família com a minha e a de
Edward. Depois de sete meses que nos conhecíamos e depois de três meses juntos
eu só conhecia os nomes de seus familiares e conhecia a voz de sua mãe e de sua
irmã por telefone.
- Eu estava
pensando em uma coisa. – ele disse acariciando minhas costas nuas. Ele estava
deitado na cama, com as costas apoiadas na cabeceira da mesma e eu estava de
bruços, com os braços apoiados em seu peito.
- Em? –
- Nós meio
que podíamos oficializar nossa relação. –
- Como? –
- Morando
juntos. –
- Não sei se
notou, mas basicamente já estamos. –
- Eu sei, mas
não assim... Pensei que talvez pudéssemos vender as duas casas e comprar uma,
talvez um pouco mais afastada do centro, com um quintal maior para os dez cães.
–
- Claro, e ai
nós terminamos e... –
- Isso nunca
vai acontecer acredite em mim... – respondeu me encarando. – Eu só não te peço
em casamento por medo de achar que é cedo demais. – e eu balancei a cabeça
rindo.
- Podemos
pensar nisso depois, mas agora temos que nos levantar e nos aprontarmos porque
daqui a pouco todo mundo estará aqui. – respondi.
- A
propósito, você contou a sua mãe que seu pai vem? –
- Claro que
não. Acha que eu sou louca? – eu me levantei e após lhe dar um beijo nos lábios
me levantei para ir ao banheiro.
Nós tomamos
banho e após nos aprontarmos, descemos as escadas para tomarmos café e abrirmos
a porta dos fundos para os filhotes e Quinoa e Pipoca, que seriam castrados os
dois em duas semanas, irem para lá esticar as pernas e gastarem a energia antes
que destruíssem nossa casa... Quer dizer, minha casa.
Minha mãe e
Alice foram as primeiras a chegarem junto a Jasper, o mais novo namorado de
Alice. E perto da hora do almoço os pais e a irmãzinha de Edward chegaram,
Carlisle e Esme com a pequena Rosalie. Rosalie era uma fofura, igual a Alice
quanto tinha a idade dela, depois se tornou nessa peste que eu tenho como irmã.
Rosalie estava no auge dos seus oito anos e adorou os filhotes e brincou com
eles até não aguentar mais, e quando Pipoca a viu pulou em seu colo e começou a
lamber seu rosto desesperadamente.
O ultimo a
chegar foi meu pai e obviamente minha mãe não gostou nem um pouco disso, mas
prometeu se comportar e se comportou. Até demais. Já que depois que todo mundo
foi embora eu e Edward acabamos pegando os dois transando no quarto dos
hospedes. Eu podia viver sem ver aquilo. Realmente podia. Mas infelizmente não
vivi sem ver aquilo.
Os meses
foram se passando e os cães crescendo e provando a teoria de Edward de que a
minha casa e a dele eram pequenas demais para os filhotes e depois sete meses
juntos, em agosto, um pouco antes de completar um ano que havíamos nos
conhecido, vendemos nossa casa e compramos uma mais para os subúrbios de
Boston, com um parque de cães no final da rua maior que o anterior e com um
quintal enorme para que eles pudessem correr livremente sem estragar nenhum
móvel da casa.
E se
estávamos passando por esse sufoco com oito filhotes, imagine quando tivermos
dez adultos dentro dessa casa. Eu e Edward estávamos mais unidos do que era
humanamente possível. Juntos, felizes e graças aos nossos cães apaixonados. Nós
estávamos sentados no chão do banheiro, após um pequeno descuido corria o risco
de chegar mais um filhote a família, quer dizer não bem um filhote. Os cinco
minutos de espera acabou e eu apenas ergui a mão para pegar o palitinho em cima
da pia.
- E então? –
ele perguntou nervoso.
- Duas
listras. – respondi o encarando. – Positivo. – expliquei levemente assustada
com o que ele poderia dizer ou fazer. – Nós vamos ter um bebê. – e seus olhos
brilharam de uma forma, que eu julgava sendo impossível e aquilo afastou o medo
que eu sentia e eu me permitir sorrir junto com ele.
- Nós vamos
ter um filho? – questionou sorrindo amplamente e com os olhos brilhantes.
- Vamos! – respondi
sua pergunta e ele simplesmente veio para cima de mim e me deu um beijo
enquanto me empurrava para o chão do banheiro.
- Você não
faz ideia de como acabou de me transformar no homem mais feliz do mundo. – sim,
eu fazia ideia. Porque eu também me sentia como se fosse a mulher mais feliz do
mundo. Pensei ao sentir seus lábios aos meus mais uma vez.