domingo, 17 de março de 2024

Capítulo 27

                                                                       Adhara – Continente de Andrômeda –113 Depois da Conquista.

Pov. Edward.

Eu acordei no dia seguinte no susto com um barulho alto percorrendo o quarto e de imediato eu olhei para Isabella, que continuava dormindo profunda e calmamente ao meu lado na cama. Eu estava começando a achar que eu realmente estava começando a ficar paranoico com a gravidez de Isabella, quando outro barulho alto percorreu o quarto e eu descobri que o barulho era na verdade alguém esmurrando a porta do meu quarto. Bella se mexeu na cama, virando de frente para mim, mas continuava dormindo, pelo visto o chá para dormir que o meistre tinha mandado a tinha deixado imune dos sons.

Levantei-me da cama e fui até a porta, saber quem era o infeliz que a estava esmurrando, e ao abrir a mesma eu dei de cara com Strong me olhando furioso.

- Qual é o seu problema? –

- Em primeiro lugar, você! E em segundo lugar, quem ter que perguntar isso sou eu! Quem você pensa que é para esmurrar a porta do meu quarto dessa forma? – questionei saindo do quarto e fechando a porta atrás de mim.

- Eu tentei impedir senhor, mas ele me ignorou… - o valete falou quase que desesperado.

- Félix está morto! –

- E o que eu tenho haver com isso? –

- Você foi o último a vê-lo vivo e eu exijo saber o que você fez e… -

- Não esqueça qual é a porra do seu lugar! – falei sério para ele e entre os dentes e dando mais uns passos na sua direção e fazendo-o se encostar na parede. – Eu não te devo explicações de nada! Você não é ninguém para falar comigo desse jeito! –

- Eu sou o pai da rainha! –

- E eu sou o príncipe desta merda deste reino, você só é um homem bem cagado de um lugar de merda que conseguiu, não sei como, colocar a sua filha na cama do meu irmão! Você não é ninguém! Você veio do nada e vai voltar para o nada! – lembrei-o. – Se eu quiser eu corto a sua cabeça agora e não vai acontecer nada comigo, você entendeu?! Eu não te devo satisfações! E da próxima vez que você esmurrar a minha porta desse jeito, eu corto a sua mão fora e faço você engoli-la. Entendeu? Não pense que só porque eu casei e porque eu vou ser pai que o meu jeito sádico sumiu! –

- Com licença… - a voz de Charlie fez com que eu me afastasse dois passos do Strong.

- Sua filha ainda está dormindo, quer dizer, se esse animal não a acordou, ela continua dormindo! –

- Eu não vim aqui para isso! O rei está te chamando no quarto. Ele quer saber o que você fez com o guarda! E quer saber o que vai fazer com o outro guarda! –

- Que outro guarda? – Strong perguntou.

- Isso não é da sua conta, Strong! É assunto do rei, da Mão do Rei e do Comandante da Patrulha da cidade! – Charlie respondeu.

- Félix não era dos mantos dourados! – ele falou alto.

- Se você acordar a minha esposa, eu vou cortar a sua garganta fora. –

- Que gritaria é essa? – eu ouvi a voz de Bella, vindo da porta, e quando o Strong também ouviu a sua voz eu o vi engolindo em seco.

- Hey… Você está bem? … Edward… - eu me virei e vi que ele escorava a filha.

- Deve ser o chá que o meistre mandou, ele disse que ela ia dormir mais do que o normal. – eu me aproximei dele e a peguei no colo. – Aquele imbecil te acordou? –

- Não… Foi o Tyraxes, ele está fazendo barulho e grasnando… - reclamou quando eu a coloquei na cama e vi que o filhote de dragão não tirava os olhos da porta por onde eu tinha acabado de passar.

- Está tudo bem, eu vou leva-lo para fora! Pode voltar a dormir, está muito cedo ainda. – menti. -  Eu vou resolver uma coisa com o meu irmão e já venho ficar com você! –

- Tá bom… - falou adormecendo logo em seguida. Eu puxei o lençol para cobri-la de novo e voltei para a porta.

- Meta-se apenas nos seus assuntos, você é o mestre das leis, você cria as leis, se bem de que desde quando subiu ao cargo você não criou nenhuma. – debochou. – Mas isso não significa que você fica encarregado de saber como elas serão cumpridas. – Charlie e o Strong continuavam batendo boca só que agora em um tom mais baixo. – Ela dormiu? – perguntou ao me ver.

- Dormiu! Cadê a princesa? –

- No quarto do pai, posso chama-la para ficar aqui e… -

- Não, a ela eu vou pedir outro favor. Peça para a sua nora ficar com ela até eu voltar! Eu vou me trocar e já vou para o quarto do meu irmão. -

- Vou chama-la. – ele saiu.

- E você saía da porta do meu quarto e da minha frente! Se eu te ver nesse corredor novo eu vou cumprir a promessa de cortar a sua garganta! – eu me virei para entrar no quarto e Tyraxes grasnou de novo, eu imaginava o que ele queria, ele deveria estar cansado de ficar preso no quarto.

Eu me troquei rápido e dei um beijo na testa de Bella, e peguei Tyraxes em minha mão, colocando-o em cima do meu ombro. Ao abrir a porta eu dei que cara com Ângela prestes a bater na porta, e com Anna no colo. Eu avisei a ela que tinha dado um chá a Bella na noite anterior e que ela iria dormir mais do que normal, mas que era para ela me chamar caso ela acordasse de novo ou algo do tipo e ela apenas assentiu.

Ela entrou no quarto e eu saí, fechando a porta e trilhando todo o mesmo caminho que eu tinha feito noite passada até o quarto do meu irmão, eu tinha sido informado que apenas a princesa estava lá e a Mão do Rei tinha acabado de chegar e a rainha saído, pois o próprio rei tinha ordenado assim, e eu entrei no quarto.

- Princesa. – eu atrai a sua atenção, ela estava sentada na ponta da cama do pai.

- Oi tio. E Bella? –

- Dormindo. Preciso de um favor! –

- Peça! –

- Dá uma volta com Syrax e leva o Tyraxes junto, ele está nervoso dentro do quarto! –

- Claro! – ela se levantou da cama. – Depois eu venho te ver, pai. – ela se aproximou e deu um beijo na cabeça do pai.

- Tome cuidado. –

- Quando eu voltar, eu vou ver a minha amiga. – me avisou pegando o filhote de dragão do meu ombro. – Eu não vou falar nada. – ela falou baixíssimo e eu apenas assenti. – Com licença. –

- Mandou me chamar? – perguntei diretamente para o meu irmão, que estava sentado no meio da cama, com uma bandeja de comida a sua frente, mas era visível que ele estava debilitado.

- Temos uns assuntos para resolver. Sentem-se os dois, pois vai demorar! – mandou. – Já soube da cena que Larry fez na porta de seu quarto, Charlie já me contou, irei proibi-lo de voltar até lá, caso ela descumpra essa ordem, faça o que quiser! – eu apenas assenti puxando uma cadeira e me sentando, em frente a cama. – O que houve com o Félix? –

- Eu não sei! – dei de ombros. – Eu fui fazer o que você mandou, fui descobrir o que tinha acontecido. Teu querido sogro já estava lá e estava o instigando a responder as coisas do jeito que ele próprio queria ouvir! – menti. – Eu o deixei vivo, pode perguntar ao guarda que estava de patrulha! –

- E o que aconteceu? –

- Ele estava completamente surtado! – menti apoiando uma das pernas sobre o meu joelho oposto. – Ele ouviu uma história torta sendo dita pelo convidado dos Black e achou que ele era perigoso para a princesa e surtou desse jeito que todo mundo viu! – dei de ombros. - Sejamos sinceros não é Carlisle, ele é apenas um cavaleiro de justas, ele não tinha psicológico para estar na posição que estava! É o acontece quando não pedem a minha opinião! –

- Você não estava aqui, Edward! – apontou.

- Eu voltei há um bom tempo, fui para Oldtown, fui para Mensa… e eu só soube que ele era escudo juramentado de Rosalie quando ele próprio me contou quando eu estava indo para Mensa! –

- E como ele se matou? –

- Eu não sei. – menti. – Pergunte para quem o encontrou morto! A menos que pense que eu o matei, como o Strong deu a entender! –

- Ele tinha a adaga enfiada na barriga, sagrou até a morte, não antes de escrever no chão me desculpe com o sangue! – Charlie respondeu.

- Devemos admitir, Edward, se você o tivesse sentenciado e cumprido a sentença, ele estaria sem a cabeça, no mínimo! – Carlisle ironizou. – Mas disseram que tiraram as armas dele e… -

- E todo soldado sabe que tem que esconder uma arma onde ninguém pensaria em encontra-la… Ele pode ter aprendido isso com algum soldado com quem ele teve contado enquanto cuidava da princesa. – dei de ombros. – Eu o deixei vivo! E de qualquer forma, qual seria a diferença se eu o tivesse matado? Ele não iria morrer de qualquer jeito? Jacob e Gianna não iriam aceitar outro destino, matou um convidado da família real, amigo do príncipe, Alec é filho de uma princesa, isso o torna um príncipe e isso faz com que a lei valha sobre ele! –

- Eu sei disso, nunca disse que ele seria poupado ou exilado na muralha! – ele suspirou. – Você tem razão, Edward, ele era apenas um cavaleiro de justas, a pressão de cuidar de Rosalie, principalmente com Rosalie sendo do jeito que é, foi algo muito grande! Em minha defesa, minha filha pediu para escolher o próprio escudo e eu apenas aceitei! Agora escolha e veja se ela aceita! –

- Eu tenho um em mente, na verdade, meu irmão! Lembra de Emmett McCarty? –

- Seu amigo, ele está na cidade! Veio de visita? –

- Pretende ficar de vez caso encontre algo para fazer aqui! – respondi. – Disse que as coisas estão impossíveis em Mensa e não dá mais para viver na cidade desde a ascensão do novo príncipe. Na verdade, Carlisle, eu tinha oferecido a ele, o comando da patrulha da cidade, quando eu voltasse para Walano, caso Isabella ainda queira ir! Ele pode entrar nos mantos dourados e ser o novo escudo juramentado de Rosalie, eles se deram bem, pelo que pude ver, e viu que ele está disposto a muita coisa para protege-la! –

- Jogou-se no meio da confusão e a tirou de lá, temos que admitir que com ele perto a princesa ficará bem protegida, majestade. – Charlie concordou. – Sem falar que, por mais que ele não esteja se dando bem com o pai e o restante da família, os McCarty são bastante leais, e esse novo serviço do filho para com o rei, possa servir de reaproximação entre a família! –

- Essa última parte ele dispensa! – avisei. – Mas concordo com o restante do que ele disse! –

- Nunca pensei que fosse ver vocês dois concordando! – ele respirou fundo. – Mas eu concordo, veja se Rosalie concorda, e eu aceito! – ele se ajeitou na cama. – Charlie, eu já estou bem satisfeito! –

- O senhor não comeu quase nada! – alertou.

- Estou cheio, depois eu como mais um pouco! – disse simplesmente quando Charlie tirou a bandeja de cima da cama. – Agora me explique essa história do guarda dos mantos brancos estar roubando o povo da cidade. – pediu.

Eu expliquei a ele a situação desde o início. Que eu tinha ido até o porto e que tinham achado que eu estava indo cobrar os impostos, e que não tinham contado aos mantos dourados por não saberem qual manto ele protegia e que não tinha conseguido conversar com Charlie ou com o próprio rei. Essa situação eu não iria resolver, ele iria levar a julgamento, e dependendo do que fosse decidido, ele seria levado ao carrasco.

Com os problemas resolvidos, eu deixei o seu quarto e voltei para o meu. Ângela ainda estava ali, sentada na cadeira e brincando com a pequena Anna e Bella continuava dormindo. Quando eu voltei, ela pegou a filha e foi embora. Isabella só voltou a acordar quando já era quase que a hora do almoço, ela estava um pouco desorientada por ter ficado tanto tempo dormindo e não lembrava direito do barulho que Tyraxes havia feito e de ter ouvido a briga entre eu e o Strong.

Ela estava cansada, sentia um pouco de dor no corpo por ficar muitas horas deitada na cama, mas ela estava bem, fora isso ela estava bem e não havia perguntado sobre a noite anterior, ela deveria desconfiar que eu não iria falar nada e talvez perguntasse apenas para Rosalie, porém a mesma tinha prometido para mim que não abriria a boca.

Dois dias depois de todo o problema, eu tinha deixado o castelo bem cedo, eu tinha que voltar a assumir o meu posto nos mantos dourados e colocar Emmett a par da situação, Rosalie tinha aceitado, mal eu tinha terminado de falar, Emmett como o seu escudo juramentado, e enquanto ela estivesse do lado de dentro do castelo, ele iria ficar na patrulha da cidade, e hoje eu tinha que coloca-lo a par de algumas coisas. Eu tinha deixado Bella com a amiga e a cunhada, e fui fazer o meu serviço. Eu mal tinha posto os pés para fora do castelo e um criado do porto veio correndo me chamar, de início eu tinha achado que era algum problema sério no porto quando ele me lembrou que eu tinha pedido ao chefe do porto para me avisar imediatamente quando chegasse um navio de cisne, e ele tinha acabado de chegar.

- Meu amigo… O que essa mulher fez com você? – Emmett questionou enquanto andava a alguns passos atrás de mim pelas caixas de mercadoria que tinham sido descarregadas após eu chegar ao porto.

- Eu não sei! – respondi sinceramente e ele acabou rindo. – Ela gostou demais de Walano, mas do que eu achei que fosse gostar! –

- E isso é um problema? –

- Não. Eu só não pensei que ela fosse querer deixar Andrômeda de vez! –

- E ela quer? –

- Ela mal viu os dois anos passando enquanto estávamos em Walano, e está louca para voltar! – respondi.

- E você não gosta de Andrômeda, qual é o problema então? –

- Já vieram dizer que estavam felizes por eu estar na cidade, algumas vezes! –

- Quem? As prostitutas dos bordeis? – provocou e eu o olhei sério. – Qual é? Desde que se casou não pisou mais em nenhum bordel? – eu apenas neguei. – Sério? –

- Eu não preciso de nenhuma prostituta! Minha esposa me satisfaz melhor do que qualquer mulher com que eu já estive! – apontei.

- Então quem agradeceu por você ter voltado? –

- O povo! Isso é estranho e diferente, ninguém nunca gostou do fato de eu estar na cidade. –

- E do mesmo jeito que o povo nunca gostou de você estar na cidade, você também nunca gostou deles… -

- Com licença… - um mercador das Ilhas de Verão se aproximou. – Os senhores desejam algo? –

Eu pedi ao mercador o que eu queria, o que eu sabia que Isabella sentia bastante falta das ilhas. Eles exportavam bastante coisas para cá, desde joias feitas com as pedras preciosas que eram encontradas apenas nas suas encostas, as frutas que só nasciam lá e alguns tipos de tecidos mais finos, que enquanto os nativos das ilhas usavam aquele tecido fino para fazer uma roupa inteira, aqui no continente usava para alguns detalhes nas roupas, por serem tecidos muito finos e alguns até transparentes. Bella tinha me pedido apenas as frutas, no caso, apenas uma em especifico, mas mesmo assim eu tinha comprado mais coisas, o que fez Emmett rir, ele realmente nunca tinha me visto comprando nada para mulher nenhuma.

Eu havia comprando mais da metade do estoque dele, ele já trazia poucas quantidades pois não eram todos que tinham a chance de comprar, os produtos que viriam das ilhas eram muito caros, principalmente devido ao tempo de travessia no oceano, o que transformava o produto em algo especifico apenas para os que tinham condições, no caso, as pessoas que viviam no castelo. O capitão do navio havia me reconhecido, ele era de Walano e lembrou, tanto de mim quanto de Isabella, perguntando onde ela estava. Respondi que ela estava bem e no castelo e ele me contou que em torno de uns seis meses ele estaria aportando em Adhara de novo e traria mais quantidade das frutas para que eu comprasse para a minha esposa.

Deixando o porto, eu deixei Emmett nas mãos De Calleb e John, para que eles terminassem de inteirar o novato nas funções da patrulha da cidade e eu voltei para o castelo. Eu estava indo direto para o meu quarto, quando fui informado por um criado que a minha esposa estava com o pai, no bosque sagrado, e eu apenas virei em meus tornozelos e segui para o mesmo. Bella estava sentada ao lado do pai, que tinha um livro enorme em mãos.

- Quer saber de uma coisa? - Bella questionou para o pai, enquanto o olhava para a própria barriga.

- O que? –

- Sonhei com a mamãe noite passada! – respondeu e ele travou, porém Isabella não viu.

- Como foi? –

- Foi da vez que ela levou Mike e eu até a praia, nas redondezas de Oldtown! –

- Da vez que o seu irmão teve a brilhante ideia de entrar na água e quase se afogou? – perguntou ele sorrindo.

- Detalhes! – rebateu ela, fazendo o seu pai rir, como se ela não se importasse com a informação de que o próprio irmão tinha quase se afogado.

- E como você está, em relação a isso? –

- Bem! Estou bem! Tem muito tempo que eu não sonho com a mamãe! –

- Pensei que, depois que tinha deixado de ser criança, você tinha parado de sonhar com a sua mãe! –

- Acho que a última vez que eu sonhei com a mamãe foi em Walano, mas foi um sonho meio estranho… Na verdade ele não tinha um contexto, era só a imagem dela e durou poucos minutos! – ela olhou para o represeiro sagrado. – Mike contou que ele volta para Oldtown amanhã. – ela mudou de assunto de repente fazendo seu pai rir.

- Está feliz? –

- Meus tios vão embora, então estou! Vou perder o meu objeto de perturbação favorito, mas vou estar livre dos meus tios! Infelizmente já sei que ficarei pouco tempo longe deles, Mike garantiu que viria quando o bebê nascesse, e eu sei que os dois virão para atazanar! Teu filho disse que já que eu vou estragar a filha dele, ele vai estragar o meu filho! – seu pai riu. – Mal sabe ele que o Edward já vai fazer isso primeiro! –

- Hey. – me fiz presente e os dois viraram a cabeça para a porta onde eu estava, e Bella riu.

- Oi. Está aí quanto tempo? –

- Cheguei apenas a tempo de ouvir você falando que eu vou estragar nosso filho! – menti.

- E eu menti? – rebateu rindo. – Onde estava? –

- Estava mostrando a cidade ao Emmett e aproveitei para comprar umas coisas para você! –

- Lá vem! Comprou o que? – eu me aproximei dela e agachei ao seu lado, e estendi para ela a tigela com as frutas avermelhadas que eu tinha comprado e eu vi seus olhos brilharem. – Onde achou? –

- Atracou agora a pouco um navio das Ilhas. – expliquei. – E eu trouxe isso aqui para você também! – eu coloquei a tigela com as frutas em cima da mesa a sua frente, e ao lado eu coloquei a tigela com alguns doces que eu também tinha comprado.

- Eu amo você! – falou me fazendo rir. Ela pegou uma das frutas, colocando na boca, e soltou um suspiro de satisfação ao morder a mesma. – O bebê também te ama! – eu ri, aproximando a minha cabeça da sua barriga e beijei a mesma. – Uol… Sentiu? –

- Senti! – respondi e beijei a sua barriga de novo e fiquei de pé. – Eu também amo vocês dois! – falei dando um beijo em seus lábios. – Eu também comprei outra coisa para você, mas depois eu te dou! – falei em seu ouvido e ela me olhou com os olhos semicerrados, talvez já imaginando o que tinha sido, mas não falou nada, apenas levou outra fruta a boca.

- Com licença… - um valete de meu irmão se aproximou enquanto eu me sentava na cadeira em frente a minha esposa. – Lorde Hightower, o rei está lhe chamando na sala do pequeno conselho. – disse quando Bella colocou as pernas sobre as minhas coxas, cobertas pelas placas da minha armadura.

- Estou indo. – respondeu fechando o livro e o valete saiu. – O meistre manda o homem descansar e ele insiste em querer trabalhar! – resmungou. – Seu irmão não tem jeito! – ele se pôs de pé.

- Seja sincero comigo, Hightower… Quais são as chances do meu irmão se recuperar? –

- Sinceramente? – eu assenti. – Eu não sou o meistre e nem nada, mas eu sinto que o rei vai morrer! Pode ser nos próximos meses ou nos próximos anos, mas ele não vai chegar a velhice igual ao seu avô, e nem chegar perto! – ele suspirou. – As vezes eu sinto que ele não vai chegar a ver os filhos crescerem! O meistre não descobre o que ele tem e ele só piora. Mandei recentemente trazer alguns meistres da Citadela, devem chegar pelos próximos dias, mas eu não sei se eles terão sorte! Seu irmão já perdeu três dedos da mão esquerda, por isso ele vive com as luvas, para ninguém ver, e está com várias feridas pelo corpo que fedem e… -

- Pai! – Bella o interrompeu.

- Perdoe-me, minha filha! – ele se aproximou dela e beijou-lhe a cabeça. – Deixa eu ir, se eu tiver mais noticias eu lhe aviso, mesmo ele não querendo que ninguém saiba! –

- Jéssica sabe? –

- Séria difícil não saber! – deu de ombros. – Acho que ele quer resolver a questão do manto branco que foi pego roubando. A noite eu queria que você fosse até aos meus aposentos, queria jantar com você e o seu irmão antes de ele ir embora! –

- Seu irmão vai estar lá? – questionou levantando a cabeça para olhar para o pai.

- Não! – respondeu.

- Então eu vou! –

- Te vejo a noite então… - ele beijou a testa da filha e foi embora.

- Você está bem? – perguntou ela ao abaixar a cabeça.

- Eu já desconfiava do que o seu pai falou, principalmente depois da forma que Carlisle aparentava estar nesses últimos dias, pensei que ele não fosse durar o dia do casamento da filha. – dei de ombros. – Quer fazer o que agora? – ela deu de ombros levando outra fruta a boca.

- Ângela saiu com Mike e com a Anna pela cidade, foram comprar algumas coisas antes de irem embora amanhã! Rosalie está como copeira do pai de novo… E não era para você estar participando dessa reunião? –

- Eu não me envolvo com os problemas dos mantos brancos! Carlisle pediu que eu resolvesse apenas a questão do manto branco que fez aquela confusão no dia do casamento da princesa porque ele estava indisposto, mas já sabemos que eu não precisei fazer nada! – menti. – Mas e você, o que quer? –

- Muitas coisas! –

- Tipo? –

- Eu quero as porcarias dos vestidos novos, porque esses não me servem mais e eu estou sendo apertada de todas as formas possíveis, mesmo as criadas falando que as amarras estão quase que ficando abertas, eu quero que os meus tornozelos desinchem, mesmo com Ângela falando que ainda falta inchar e muito! – reclamou me fazendo rir.

- Quanto aos vestidos eu vou apressar o costureiro e… -

- Meu pai fez isso antes de você chegar! Ele disse que no mais tardar em dois dias me entrega as roupas novas! –

- Tudo bem, quantos aos seus tornozelos, eu posso fazer uma massagem neles. Podemos ir para o quarto e você coloca outra roupa mais confortável! – ela suspirou. – Qual é o problema? –

- Eu não aguento mais ficar no quarto, eu fico lá quase o dia inteiro porque eu não tenho mais o que fazer! Rosalie está estranha para caramba, e não é porque casou, é por alguma coisa que ela não quer me contar, e nós sempre contamos tudo uma para outra! Você está ocupado com a patrulha da cidade, e eu não posso dar um passo sem que todo mundo pergunte para onde eu vou, porque você e o meu pai colocaram todos os trabalhadores da fortaleza de olho em mim! – reclamou.- Eu estou entediada! A única coisa que me distraia era perturbar meu irmão e a Ângela, e ficar a Anna e agora que eles vão voltar para Oldtown eu não vou ter nada para fazer! E eu não consigo nem ficar cinco minutos com o meu pai, porque toda hora ele tem que fazer algo, porque o rei está indisposto ou então o próprio rei o chama, como se dois estivessem ligados por algum cordão! E nos últimos dias, sempre que você fica comigo durante o dia, alguém também vem te chamar! –

- Não é para tanto… -

- Com licença… - um guarda se aproximou e ela apenas ergueu a sobrancelha para mim.

- O que é? –

- O guardião dos dragões, pede que o senhor vá imediatamente até o fosso, vossa alteza. – falou baixo contra o meu ouvido.

- O que houve? –

- Ele não disse! – respondeu dando dois passos para trás e eu apenas olhei para Isabella.

- Não disse! É só você ficar dois minutos comigo que te chamam! – reclamou tirando as pernas de cima das minhas. – Eu vou ver se a Ângela já chegou e aproveitar que ela ainda está na capital! – ela se levantou. – Não precisa. – ela interrompeu o guarda que se aproximou para ajuda-la a se levantar. – Eu consigo sozinha! Eu te vejo a noite, o único momento em que ninguém vem te chamar! –

- Quais são as ordens senhor? –

- Eu vou até o fosso ver o que está acontecendo. – eu me levantei da cadeira. – Entregue isso a uma criada e diga que eu mandei levar até o meu quarto e deixar lá. – eu entreguei a ele as duas vasilhas, a com frutas e a com doces, e a caixa com o outro presente que eu tinha comprado para Bella. - E peça para Emmett, John e Calleb me esperarem no pátio das armas, eu quero falar com eles assim que eu voltar do fosso! –

- Sim senhor. – ele assentiu. – Quer que fique de olho da senhora Hightower? –

- Não! Deixe-a quieta um pouco! –

- Entendido senhor! –

Eu me levantei e fui para o lado de fora, indo direto para o pequeno estábulo, já que eu precisava de Belfast para ir até o fosso. Eu até conseguia imaginar o motivo para quererem que eu fosse o mais rápido possível ao fosso. A ligação de um montador com o seu dragão é algo que quase ninguém consegue explicar, e para Isabella está incomodada e cansada do jeito que estava, eu não duvidava nada que tais reações estivessem ocorrendo também com a própria Tessarion.

E a minha suspeita foi confirmada ao chegar ao fosso, Tessarion estava estressada e estava começando a irritar os outros dragões, estava agoniada e não parava um mísero segundo. Eu não podia mandar solta-la, por mais que eu quisesse, eram as regras desde que o fosso tinha sido criado, nenhum dragão, grande ou adulto, ficava livre sob o céu de Adhara por muito tempo ou sem o montador perto.

Eu disse ao guardião para tentar acalma-la, pois amanhã eu a tiraria lá de dentro, no caso tiraria os três. Tiraria Caraxes e Tessarion do fosso e Isabella da fortaleza. Eu só deixei o local quando vi que Tessarion tinha se acalmado, e tinha sido bem difícil acalma-la, com o dragão mais calmo, eu deixei o fosso, voltando para o castelo, e encontrando os três homens que eu tinha mandado me esperar ali. Eu tinha passado as ordens para amanhã, o qual os três estariam encarregados de cuidar da cidade pois eu não estaria ali disponível em momento nenhum no dia seguinte.

Com as ordens passadas, eu resolvi outras coisas para deixar o meu dia livre para amanhã. E com tudo organizado eu voltei para o quarto, que estava vazio, pela hora Bella ainda não tinha ido jantar com o pai, talvez estive com a cunhada ou com a amiga. Na mesa, em cima da cama, estavam as coisas que eu tinha entregado ao guarda para que trouxessem para o meu quarto, as duas vasilhas com os doces e as frutas estavam tampadas por um pano e ao lado da caixa quadrada.

Eu tirei a minha armadura e fui tomar um banho, eu estava bem suado devido a armadura pesada e quente e o sol forte lá de fora.  Quando eu saí do meu banho, o meu jantar já estava sobre a mesa e logo depois de comer eu fui para a cama, eu tinha tentado dormir, mas eu simplesmente não conseguia mais dormir sem Isabella do meu lado, e nada dela chegar.

Bella voltou para o quarto quando já era bem tarde, ela não falou nada ao me ver ainda acordado esperando por ela, até porque, tecnicamente, eu sabia onde ela estava, com o pai. Ela apenas se trocou e veio para a cama, e eu prontamente abrir os braços para ela e ela veio deitar a cabeça contra o meu peito e eu a abracei.

No dia seguinte eu acordei primeiro que Isabella, eu ainda tinha algumas coisas para organizar. Eu me levantei e fui logo me trocando e deixei o quarto, eu queria saber se tudo o que eu tinha pedido tinha sido separado e se já estava pronto. E ao voltar ao quarto eu encontrei com Isabella acordada e sentada na cama.

- Onde estava? – questionou.

- Eu fui resolver umas coisas! Por que já está acordada? – questionei.

- Bateram na porta. O costureiro do castelo trouxe dois ou três vestidos novos e disse não próximo dia entrega o resto. – respondeu deitando na cama de novo.

- Então se levanta e se troca. –

- Para que? Eu não tenho nada para fazer e todo mundo vai ficar ocupado de novo e meu irmão, já foi embora… -

- Hoje você não vai ficar presa no castelo e nem eu! – ela apenas virou a cabeça na minha direção. – Se troca, por favor. – pedi sentando na cama ao seu lado. – Vamos sair um pouco desse lugar. –

- O que houve com os dragões? – questionou.

- Tessarion está estressada igual a você! E está agoniada querendo sair e está estressando os outros dragões, portanto, nós vamos sair por algumas horas de Adhara para você e para Tessarion se desestressarem. – respondi. – Vamos… -

- Está bem. –

Enquanto Isabella se levantava da cama, o nosso desjejum chegou. Ela colocou um dos vestidos novos que tinham chegado para ela hoje e pediu para que eu o amarrasse, e mesmo puxando o máximo das amarras, o vestido ainda estava bem folgado e não apertava ou incomodava Isabella. Após termos comigo, nós deixamos o castelo e ao ver a carruagem ela suspirou, mas eu não a colocaria sobre o lombo de um cavalo com ela grávida, mesmo que ela não subisse no mesmo sozinha, e mesmo ela não gostando disso, ela não reclamou e entrou na carruagem e eu disse que ia apenas buscar os dragões, e logo encontraria com ela.

A carruagem seguiu para onde eu tinha dito ao cocheiro e eu montei em meu cavalo, indo na direção oposta, na direção do fosso e indo buscar os dragões, que eu já tinha dito ao guardião do fosso que eu viria busca-los hoje pela manhã, e com os dois soltos, após Tessarion soltar um rugido forte, como uma reclamação por estar tanto tempo presa e ela bateu as asas azuis cobalto e subiu para os céus junto a Caraxes.

Com os dois dragões voando, e Tyraxes sobre o meu ombro, pois ele ainda não tinha se dado bem com Isabella, depois de ela tê-lo comparado com um rato, eu deixei o fosso na direção de onde eu tinha pedido para o cocheiro levar a minha esposa, na campina ao lado do castelo, do lado de fora da cidade.

- Você ainda não disse qual foi a outra coisa que tinha comprado para mim ontem. – Bella comentou um longo tempo depois. Eu tinha me sentado nas raízes de uma grande árvore e ela estava no meio das minhas pernas com a cabeça apoiada em meu peito, então conseguíamos ver os dois dragões voando por cima da baía da água negra.

- Ontem você mal voltou para o quarto e já foi logo dormir! – apontei. – A caixa ficou sobre a mesa o dia inteiro e você não viu! –

- Estava estressada! Ficar o dia inteiro sem ter o que fazer é estressante. -  

- Se quiser eu fico menos tempo nos mantos dourados e… -

- E eu sei que você não aguenta ficar o dia inteiro parado comigo, pode mentir a vontade que eu sei que você está feliz por estar fazendo algo de novo! Seja sincero, foi uma tortura ficar dois anos sem ter nada para fazer em Walano? –

- Não! –

- Edward… -

- Não foi, acredite em mim. Admito que tinhas dias que era muito parado e eu daria qualquer coisa por alguma ação, mas tenha certeza de que esses dias eram bem poucos! Era até bom ficar sem fazer nada depois de tanto tempo trabalhando quase que dia e noite. Do mesmo jeito que eu sei que esses dias que você está tendo ontem e hoje são poucos dias e daqui a pouco você volta ao normal, por assim dizer. Você está estressada pois não tem o que fazer e porque todo mundo que sempre te deu atenção está ocupado, isso passa em alguns dias e eu sei que quando o bebê nascer, eu e todo mundo de quem você pede atenção agora, será ignorado porque você só terá olhos para o nosso filho. – apontei e ela riu. – Se você tivesse me dito o que estava acontecendo antes, teríamos saído do castelo ontem e hoje você já estaria mais calma! – eu beijei a sua têmpora. – E se eu me lembro bem, não tem muito tempo e você disse que ao contrário de certas rainhas você estava de bom humor porque transavamos quase todo dia! –

- É, e desde o casamento da Rosalie não acontece nada e já tem uns bons dias disso! –

- Já disse, quando você quisesse era só me avisar, que ele estaria pronto e duro para você! – lembrei-a e ela suspirou. – Qual é o problema? –

- Como ainda consegue ficar excitado comigo? Eu me sinto enorme e sei que ficarei maior ainda! –

- Eu já falei, você é a mulher mais bonita e mais gostosa que eu já tive na minha vida, sem falar que essa gravidez está te deixando mais bonita ainda! Então tira esses pensamentos de sua cabeça. – pedi.

- Você nunca esteve com outra mulher depois do nosso casamento? –

- Na verdade eu estive. Algumas vezes. – ela se mexeu incomodada entre as minhas pernas. – Com uma morena gostosa que me surpreendeu algumas vezes me chupando, algo que nunca pensei que ela fosse fazer… - suspirei e ela tentou se afastar de mim. – Infelizmente ela só volta depois que o meu filho nascer, porque eu não sei qual fogo toma conta dela que logo em seguida fazemos o sexo mais intenso que eu já fiz na vida e eu não quero que isso acabe machucando o bebê… - ela me deu uma tapa forte no braço.

- Seu idiota! – reclamou me fazendo rir. – Não brinca desse jeito, desgraçado! – ela continuou me batendo e eu a abracei forte.

- Desde o nosso casamento eu só estive com você e com mais mulher nenhuma, e eu tampouco quero! – deixei bem claro para ela. – Então, independente do motivo de você estar pensando isso, peço para que tire essas ideias absurdas da sua cabeça. Eu só quero você e eu só terei você! – eu dei um beijo em sua bochecha. – Eu não preciso de outra mulher, fico deveras satisfeito com você, tenha certeza disso! –

- É que, de certa forma é normal… -

- Sabe quantos anos eu esperei para poder ter você na minha cama? E agora que eu finalmente consegui ter você, por que, pelos sete infernos, eu iria atrás de outra mulher? –

- Porque todo homem vai! Principalmente quando a esposa está grávida ou após o bebê nascer, principalmente após o bebê nascer! – ela se ajeitou entre as minhas pernas de novo, deitando a cabeça contra o meu ombro.

- Quantos homens você já viu largar tudo e deixar o reino só porque a esposa pediu? – questionei. – Duas vezes alias, mesmo que a segunda vez tenha sido menos de dois meses, e está disposto a ir pela terceira vez! Quantos homens você já viu abdicar de algo porque prometeu para a esposa que iria mostrar o mundo? – insisti. – Não generalize! –

- Sabe que no pensamento de todos, a generalização que eu fiz é normal, enquanto a sua é um absurdo?! –

- Eu não ligo para o pensamento de ninguém apenas para o seu, e você deveria fazer o mesmo! – respondi e um farfalhar alto de asas soou perto de nós e Tessarion pousou bem perto de onde estávamos.

- Que foi menina? – ela perguntou quando ela caminhou para perto de nós, deitando no chão e apoiando a cabeça nas pernas da montadora. – Que isso? – questionou sorrindo.

- Ela sente a sua falta! – apontei. – Já tem tempo que você não vai vê-la. –

- Oh minha menina… - ela levou a mão até a cabeça do dragão e acariciou a mesma.

- O peso dela está te machucando? – perguntei e como se tivesse entendido o que eu tinha dito, ela levantou a cabeça e me mostrou os dentes.

- Não, claro que não! Ela nunca me machucaria, não é menina?! – Bella garantiu quando Tessarion deitou a cabeça de novo contra as suas pernas. – Já que você é diferente de todos, me explica, por que está escondendo coisas de mim! – pediu.

- O que acha que eu estou escondendo de você! –

- Eu não sei! Se eu soubesse eu não estaria perguntando! Eu só sei que você e a Rosalie estão escondendo as coisas de mim! Eu entendo que está fazendo isso para me proteger por causa da gravidez, mas não está adiantando muito, principalmente porque eu fico nervosa por não saber das coisas que você faz ou fez… -

- E o que você acha que eu fiz? –

- Você matou aquele guarda? –

- De onde você tirou isso? –

- Todo mundo no castelo fica murmurando sobre isso! Então, você matou ou não matou aquele guarda? –

- Eu não matei ninguém! Eu não tinha motivos para mata-lo. -

- Então por que estão murmurando sobre isso no castelo? –

- De quem você ouviu isso? –

- De muita gente! Não sei quem começou a fofoca, só sei que eu já ouvi de muita gente! Então, você o matou ou não? E se não matou, por que criaram essa fofoca? –

- Eu não o matei! Eu fui sim conversar com ele, do jeito que o meu irmão pediu, mas eu o deixei vivo! – respondi. – Eu sei quem começou essa fofoca, foi o pai de Jéssica! –

- Por que? –

- Porque quando Carlisle me mandou ir conversar com o guarda, ele já estava lá, e eu o expulsei, e quando ele foi no dia seguinte, ele estava morto e ele foi me acusar de tê-lo matado! Mas eu não matei! Por isso ele estava fazendo todo aquele escândalo na porta! – expliquei.

– E por que ele fez o que ele fez? –

- Isabella! –

- Para de querer me proteger! – reclamou, se mexendo e fazendo com que Tessarion tirasse a cabeça de suas pernas, ao se virar de frente para mim. – Se eu nunca falei, falo agora, eu não suporto descobrir as coisas pelos outros! E eu não quero ficar com cara de idiota quando vierem falar algo de você, sendo fofoca ou não, então eu peço, gentilmente, que me conte você ao invés de eu descobrir pelos outros, porque se for algo muito ruim, eu vou ficar muito, mais muito, puta com você! –

- Aprendeu a xingar com que? –

- Com você! – respondeu. – Não muda de assunto! –

- Se você passar mal por causa disso… - eu deixei a frase morrer. – Rosalie dormiu com o Félix. – respondi e eu vi seus olhos piscarem.

- Como assim? –

- Ela transou com ele! Calleb disse que tinha visto os dois muito juntos… -

- Eu também, mas não sabia que tinha sido nesse nível! – ela pensou um pouco. – Era isso o que ela queria me contar naquele dia, ao me puxar para o corredor, mas o Alec chegou primeiro querendo conversar com ela! –

- Exatamente! Pelo que Rosalie disse, naquele dia pela manhã, ele a chamou de canto e pediu que os dois largassem tudo. Ele largasse o manto e ela largasse o título e o sobrenome e fugissem para Saggita onde os dois iriam viver nos porões dos navios vendendo laranjas e canelas. –

- Se ela não foi quando ela mesmo me chamou para fugir e passarmos a vida comendo bolo, ele realmente achou que ela fosse para isso? – questionou indignada, e se mexendo mais uma vez, colocando as pernas debaixo de seu corpo, se sentando sobre elas. – Continua não fazendo sentido o fato de ele ter matado o amante do Alec na porrada… -

- Rosalie contou que ela iria arrumar um amante e que ele poderia ser o tal amante, ele se sentiu usado! Brady foi falar para ele que eles não se conheciam, mas deveriam se unir para manter o segredo de Alec e de Rosalie intactos, ele surtou e o socou até a morte! –

- Ela contou para um dos homens que eu disse para ela que eu desconfiava que estava trabalhando para a Jéssica, que ela iria arrumar um amante? – questionou furiosa e apoiando as mãos na grama a sua frente, e eu apenas assenti. – Eu vou matar a sua sobrinha! – ela falou entre os dentes.

- Ela me contou e eu fui logo falar com Carlisle, porque eu sabia que ele iria querer que eu resolvesse. Félix queria contar ao rei o motivo de ele ter feito, e eu disse apenas que se ele fizesse isso, se ele contasse que ele dormiu com a Rosalie, ela iria dizer ao pai que foi estuprada e ele iria acreditar na filha e ele seria morto com o título de estuprador, isso se Carlisle não o torturasse ou pedisse para que eu o fizesse. Então eu disse que ele tinha duas opções, ou ele se matava e todos alegariam que, se ele surtou ao matar o Brady ele podia ter surtado ao se matar, ou ele seria morto por ter matado um amigo da família real e por ter estuprado a princesa, além do fato de a vergonha recair sobre a sua família! Eu deixei a adaga com ele, mas ele se matou, eu não fiz mais nada! – admiti. – Foi isso o que aconteceu, foi só isso que eu fiz e você não ficou sabendo. – eu dobrei uma das pernas e apoiei o braço no joelho erguido. – Quer dizer, eu meio que te dopei naquela noite, mas foi por uma boa causa. – ela me olhou confusa. – O meistre tinha mandado dois bules, um com o chá para passar o seu enjoo e outro para você dormir caso tivesse dificuldade, eu não ia te dar o segundo chá, mas quando Rosalie chegou lá no quarto e você ficou insistindo, eu a fiz te dar o chá para dormir antes que ela falasse mais do que devia e isso te fizesse mal, porque você ainda estava fragilizada pelo que aconteceu! –

- Agradeço pelo chá, porque se ela tivesse me contado essa história, eu a tinha arremessado pela janela! Eu quero voltar para o castelo. Agora. – falou apoiando de novo as mãos no chão e ficando de pé.

- Por que? –

- Eu quero matar a Rosalie! –

- Você seria julgada e executada por ter matado um membro da realeza, e eu mataria muita gente naquela fortaleza para te proteger, então eu não te aconselho a fazer isso! –

- Como ela foi tão burra a esse ponto? De contar uma coisa dessas para alguém que ela mal conhecia? Ela não percebeu a gravidade do que ela falou? –

- Não! Por que ela queria ter ido até a masmorra pedir para o Félix não falar nada! –

- Eu cresci ouvindo o meu pai falando que não dá para ajudar quem não quer ser ajudado, e eu admito que nunca tinha entendido isso, até agora! – ela começou a andar de um lado para outro, entre eu e Tessarion, que tinha apoiado a cabeça no chão, mas as suas pupilas seguiam a montadora de um lado para o outro. – E agora? –

- E agora que meu irmão disse que caso o Strong chegue perto de mim ou de você de novo eu posso mata-lo… - ela ergueu a sobrancelha. – Tá bom, ele não disse exatamente essas palavras, ele disse que caso ele fosse para a porta do nosso quarto fazer o escândalo que ele fez eu posso mata-lo. Consegui fazer a cabeça do meu irmão para acreditar que o Félix apenas surtou por ser apenas um cavaleiro de justas e não ter o preparo psicológico que se espera para ser o escudo juramentado de Rosalie, e coloquei Emmett no lugar e a Rosalie aceitou! –

- E não se sabe se ele falou algo para Jéssica ou para o lorde Strong? –

- Se tivessem dito, eles já tinham feito algo! Ou o meu irmão não acreditou no eles falaram! Existe essa possibilidade! Meu irmão é cego para as merdas que Jéssica e que Rosalie fazem! – ela passou a mão pelo rosto. – Eu já avisei a minha sobrinha, eu não vou estar aqui para sempre para limpar as merdas que ela faz! Ela tem que tomar juízo e logo! Mas eu não quero que você se intrometa nisso! Você já sabe o que aconteceu, já sabe a merda que a sua amiga fez, não quero que se meta nisso, porque eu não quero você estressada e eu não quero que isso faça mal ao nosso filho! Eu já deixei claro para Rosalie, se você soubesse disso e isso fizesse mal a vocês dois, eu iria me virar contra ela, vocês dois são mais importantes do que qualquer outra pessoa! –

- E o que nós dois faremos agora? –

- Vamos seguir as nossas vidas. Aqui em Andrômeda, pelo menos até o bebê ter um ano de vida, o máximo que eu aceito me afastar é até Dragonstone e apenas isso! Podemos, uma vez na semana ou duas, sair do castelo e soltar os dragões para que você e Tessarion se acalme, mas apenas isso. Você no chão e ela voando caso queira. Você pode aconselhar a sua amiga do jeito que bem entender, mas não vai tomar para si os problemas que ela arrumar! – expliquei. – Então eu te pergunto, o que você quer fazer agora? –

- Voltar ao castelo! O sol está ficando muito forte e por mais estressada que eu esteja, eu estou ficando com fome. E eu quero matar a Rosalie! –

- Se quiser eu posso te desestressar. –

- Não, não pode, porque o tipo de estresse que eu estou sentindo é o do tipo que só passa se eu bater em alguém, no caso, na sua sobrinha. – reclamou e eu acabei rindo. – Mas a noite eu aceito! – eu ri mais ainda.

- Se despeça de Tessarion e peça para que ela fique calma dentro do fosso, antes que os outros dragões a matem! – pedi.

- Menina… - ela chamou o seu dragão, que levantou apenas a cabeça e mesmo assim ficou na altura da montadora.

Eu me levantei do chão e deixei as duas um pouco sozinhas e fui falar com o cocheiro, para que ele começasse a se preparar pois já iriamos voltar ao castelo. Bella se despediu de Tessarion, que com a ordem da montadora, se levantou e alçou voo de novo para o céu azul.

Eu ajudei Bella a subir de novo na carruagem e montei em Belfast. A carruagem seguiu direto para a fortaleza vermelha e eu fui para o fosso levar os dragões. Tessarion entrou um pouco mais bem humorada no fosso, mas como diziam que os dragões eram espelhos dos montadores, eu sabia que esse bom humor não iria demorar muito.

Ao voltar para o castelo, eu fui direto para o quarto, que estava vazio, mas eu sabia que a carruagem com Isabella já tinha chegado, eu tinha visto o cocheiro no pátio do castelo, e eu fui para o lugar que eu tinha certeza que ela estaria, Emmett estava na porta do quarto de Rosalie e ria descontroladamente.

- Minha esposa? –

- Lá dentro matando a sua sobrinha. – respondeu rindo.

- Não era para você proteger a minha sobrinha? –

- Da sua esposa? Se eu encostasse nela você me matava. – rebateu rindo. – E ela mandou eu ficar de olho para ver se ninguém chegava aqui. –

- Ainda bem que você sabe! – eu abri a porta.

- Como é que você sabe disso? – Rosalie reclamou. As duas estavam na cama e Bella batia nela com um travesseiro.

- Eu contei! – falei parado da porta.

- Não disse que não era para ela saber? –

- Ela me ameaçou! – menti.

- Como você pode ser tão burra nesse ponto, Rosalie Swan? – ela perguntou batendo em minha sobrinha com o travesseiro e eu continuava a ouvir Emmett rindo atras de mim, só que agora ele observava a cena junto comigo. – Eu disse que não confiava nele! -

- Se refere a ter dormido com ele ou de ter contado para ele? –

- Não é possível… - minha sobrinha fugiu da cama. – Eu vou matar você! –

- Chega… Chega… - Rosalie passou por mim e foi se esconder atrás de Emmett e eu segurei a minha esposa. – Chega! – pedi. – Entendeu porque ninguém te contou nada? Eu não quero que você se estresse por causa disso e tampouco que faça mal ao bebê e… -

- E o bebê está bem só quer matar a sua sobrinha também! –

- E eu posso saber o motivo de vocês quererem matar a princesa? – nós ouvimos a voz do Strong, e ele estava a alguns passos atrás de Rosalie, que estava atrás de Emmett.

- Não é da sua conta, lorde Strong. – Isabella respondeu.

- Como disse, senhora Hightower? –

- O senhor está surdo? – rebateu. – Não é da sua conta o que está acontecendo aqui e tampouco o motivo de eu querer matar a minha amiga! –

- A senhora mudou muito depois do se casou… -

- E o senhor parece que ficou surdo com a idade chegando! –

- Lorde Strong, o que faz no corredor do meu quarto? – Rosalie questionou saindo de trás de Emmett. – Quando foi o que senhor teve permissão de vir até aqui? –

- Os criados ouviram gritos e me chamaram e eu vim ver qual é o problema. –

- Gritos? Os criados desse castelo estão ficando surdos também, pois os únicos barulhos que eram ouvidos nesse corredor era o barulho desse homem rindo! – Rosalie rebateu apontando para Emmett. – De qualquer forma, isso não lhe dá permissão para vir até o corredor do meu quarto, então, dê meia volta e saia, por favor! –

- Já que está tudo bem… Com licença. – ele se afastou indo embora e Bella saiu do meu abraço.

- Se ele descobrir algo e contar ao seu pai, porque você abriu a boca para o Félix, eu mato você antes que eles tenham a chance, entendeu? –

- Não é para tanto, Isabella. Não exagera! – ela apenas me encarou e eu suspirei.

- Você sabe que eu te amo, não sabe?! Eu realmente não quero estar aqui para ver você cair! – ela olhou para mim de novo. – Eu vou para o quarto, te espero lá. –

- Você é a que menos está se preocupando com o seu trono! – alertei-a. – Se você não o quer, entregue-o logo para o Henry. E se você o quer, cresce logo e passe a entender que tudo o que você faz tem consequências, e algumas das consequências não vem apenas para você! Se essa história toda chega aos ouvidos dos Strong, não é só a sua cabeça que roda. É a do Emmett, que mal chegou aqui, é a minha, é a da minha esposa e a do meu filho, e por mais que vocês duas sejam amigas inseparáveis, eu não vou deixar nada acontecer com ela, por sua causa! Nem que para isso eu tenha que tira-la de Andrômeda de vez e vocês duas nunca mais se verem! E ela é a única amiga que você tem, a única que você pode ter certeza de que nunca vai te trair! Então, não a traia, é só o que eu te peço! –

Eu não falei mais nada e apenas deixei os dois na porta do quarto e segui para o meu. Mal eu entrei no meu e fui recebido por um travesseiro me acertando em cheio, e ao olhar para a única pessoa que estava dentro do quarto, no caso Isabella, ela me olhava feio, e jogou o outro travesseiro em mim enquanto falava do colar que eu tinha dado para ela, e reclamava que já tinha pedido para que eu não fizesse mais isso, e foi quando eu notei a caixa aberta sobre a mesa. Eu acabei rindo e ela me jogou o terceiro travesseiro.

O tempo aos poucos foi passando, Isabella, ainda com raiva de Rosalie, ficou uns bons dias sem falar com ela, algo que não tinha passado despercebido por ninguém no castelo, incluindo Carlisle que ficou insistindo em saber o motivo das duas estarem se estranhando. As duas ficaram quase duas semanas sem se falar, até que, certo dia, eu voltei de uma ronda da cidade e as duas estavam deitadas em minha cama e rindo, comprovando que as duas tinham se entendido.

Alec tinha voltado para Adhara para viver ao lado da esposa, se bem que eu não sabia ao certo se ele já tinha cumprido, em algum momento, o papel de marido, e se Rosalie tinha comentado sobre isso com Isabella, a mesma não tinha me contado nada, porém, por mais que eles não tivessem um relacionamento como marido e mulher, eles tinham um bom relacionamento como amigos e cumplices, eles tinham se dado bem, e isso era algo bom. Conforme os meses ia passando a barriga de Bella ia crescendo, comprovando que o nosso filho crescia cada dia mais, e por mais que ela reclamasse de inchaço ou dores no corpo, ela continuava sendo a mulher mais linda que eu já tinha visto na minha vida.

Durante esses meses ela continuava mantendo a sua teoria de que quanto mais nós dois fizéssemos sexo mais fácil seria na hora do parto e melhor seria o seu humor. E bom, pelo menos quanto ao humor, eu tinha que concordar, no dia seguinte, após uma noite de sexo, ela era um poço de bom humor, até mesmo com quem ela se dava bem, no caso Jéssica e o pai dela, até os dois já tinham percebido as súbitas mudanças de humor de Bella, mas não imaginavam o motivo.

Com a barriga crescendo nós começamos a perder diversas posições, principalmente por eu querer que ela ficasse confortável, e agora só conseguíamos transar de lado. Já tinha passado algumas boas horas desde que tínhamos vindo para o quarto e Bella queria transar e logo em seguida ela tinha dormido profundamente, pelo menos por algum tempo, pois algumas horas depois, ela não conseguia mais dormir e tampouco me deixava dormir, de tanto que ela se mexia na cama.

- O que foi? – questionei já cansado.

- Eu não consigo dormir! O bebê não para de se mexer e eu não consigo arrumar nenhuma posição confortável. – reclamou se virando, de novo na cama.

- E como você quer dormir? – questionei.

- Eu queria dormir de bruços, mas a barriga não deixa! –

- Isso é muito simples de resolver! – garanti me levantando da cama. – Vem para cá. – pedi e ela veio para onde eu estava deitado, ficando sentada na cama enquanto me via indo até a bainha da minha espada e pegando a minha adaga.

- O que vai fazer? – questionou quando eu caminhei para o seu lado da cama.

- Te deixar confortável, para que assim você me deixe dormir! – respondi levantando a roupa da cama, e fincando a adaga no colchão, tentando fazer um circulo.

- Você é completamente louco! – ela balançou a cabeça rindo enquanto eu esvaziava as lãs, fazendo um buraco.

- Pode deixar. – falei puxando a roupa de cama para cobrir o buraco. E ainda rindo, ela deitou de bruços, encaixando a barriga no buraco e suspirando aliviada ao deitar a cabeça contra o travesseiro. – Melhor? – questionei.

- Muito! – respondeu. – Isso é tão bom! – exclamou aliviada e eu sorri beijando a sua cabeça. Eu guardei a minha adaga na bainha de novo e voltei para o meu lado da cama. – Obrigada, meu amor. – agradeceu com os olhos fechados e apoiando a mão em meu peito.

- Já disse. Tudo para te deixar o mais confortável possível! – respondi, segurando a sua mão e levando até a minha boca e dando um beijo nela. – Agora dorme, princesa! – e agora, com ela confortável, ela dormiu em pouquíssimos minutos e a madrugada inteira.

Depois de quase um mês em Adhara, Alec queria deixar a capital e voltado para Driftmark para ver a família. Ele e Rosalie queriam passar um tempo em Dragonstone, mas Rosalie não queria deixar a capital antes de a amiga dar a luz, que segundo o meistre, a hora do bebê nascer estava bem próximo. Bella reclamava a toda hora que a barriga pesava absurdamente e Carlisle comentou que a sua barriga parecia maior do que as de Jéssica nas duas gestações, o que a fez levantar a hipótese de que Bella estaria esperando dois bebês ao invés de apenas um.

O aniversário de Jéssica tinha chegado e meu irmão havia feito um pequeno banquete para comemorar, mas tinha sido algo bem pequeno, não sei se por medo de que mais algum guarda surtasse e matasse alguém ou por sua saúde estar se deteriorando cada vez mais, e nem mesmo os meistres que tinham vindo da Citadela, haviam conseguido descobrir o que ele tinha! Jéssica tinha sido a única que não tinha ficado feliz com a festa, era notável que ela queria algo grandioso igual a última festa que tinha acontecido na capital.

Eu estava afastado, Bella estava perto do pai com a Rose e o meu irmão, e mesmo de longe eu percebia que ela sentia dores nas costas, ela só tinha saído do quarto, porque segundo ela mesma, ela não aguentava mais ficar lá dentro. Eu soltei a minha taça de vinho em cima da mesa e me aproximei do quarteto, chegando por trás de Isabella e a abraçando por trás, passando os meus braços por baixo de sua barriga, sustentando o peso.

- Obrigada. – agradeceu suspirando aliviada e apoiando a cabeça em meu ombro.

- Não é mais confortável você sentar? – Rose sugeriu.

- Eu não aguento mais ficar sentada ou deitada. – suspirou. – É quase impossível arrumar uma posição confortável! –

- Eu ainda acho que são gêmeos! – Carlisle comentou rindo. – A barriga é uma das maiores que eu já vi! –

- Seu irmão acabou de me chamar de gorda! – ela falou baixo perto do meu ouvido.

- Ele é um idiota! – falei contra o ouvido dela.

- Vê, por favor, se apertaram demais o meu vestido. – pediu. – Meus seios estão doendo demais e parecem que estão prestes a explodir! – eu tirei uma das mãos de debaixo de sua barriga, e a levei até as amarras de seu vestido.

- Está bem folgado! – comentei, levando de novo o braço para baixo de sua barriga.

- Estão doendo muito! –

- Falta muito ainda para nascer? – Jéssica questionou se aproximando de nós, e pelo tom de sua voz, todos percebiam que ela não se importava.

- Acho que não. – respondi, quando Isabella ignorou completamente a pergunta. – O meistre disse que o bebê já encaixou. Agora é só esperar! –

- Não seria bom se o bebê nascesse no dia do meu aniversário? –

- Que azar para o meu primo! – Rosalie comentou, fazendo com que Bella e eu segurássemos o riso e meu irmão olhar feio para a filha.

- Pelos deuses! – comentei sentindo um chute forte em meu braço, que fez Isabella respirar fundo. – Ele não para! – comentei rindo e sentindo outro chute.

- Você acha graça porque não é na sua barriga! – reclamou fazendo uma careta.

- Sua avó costumava dizer que quando o bebê se mexe muito durante a gravidez… É porque ele será uma criança bem agitada. – Charlie comentou levando a sua taça a boca.

- Pelos sete eu vou pagar meus pecados! – resmungou respirando fundo com mais um chute.

- Espero! Comecei a ter cabelos brancos cedo demais graças a você e ao seu irmão! Na verdade, mais graças a você do que a Mike! – Charlie brincou ao mesmo tempo em que Bella arfou de dor, levando uma das mãos as costas e se afastando de mim. – Calma… - seu pai a amparou. – Respira! –

- O que foi? –

- Eu não sei! – respondeu se apoiando no pai, com os olhos fechados e respirando pela boca. – Foi uma dor muito forte nas costas, mas já passou. –

- Melhor leva-la para o quarto e avisar ao meistre, quando eu comecei a sentir essas dores nas costas, não demorou nem três horas e o Henry e a Alice vieram ao mundo! –

- Amiga? –

- Calma… - Charlie arregalou os olhos quando Isabella apertou com força as suas mãos. – Desde quando você tem essa força toda? –

- Desculpa pai. –

- Chama o meistre, eu vou leva-la para o quarto! – pedi a Rosalie que apenas assentiu. – Vem… Vamos para o quarto! –

Rosalie foi fazer o que eu pedi, chamar o meistre e leva-lo até o meu quarto e eu passei um dos braços por debaixo dos joelhos de Bella e a peguei no colo. Emmett, que deveria ter seguido Rosalie, ficou para trás e passou a ir na minha frente, abrindo as portas e liberando o caminho para mim. E ao chegar ao meu quarto, colocando-a na parte da minha cama, que era a parte que o colchão estava inteiro, ela apertou as minhas mãos com força ao sentir a dor voltando.

- O que houve? – o meistre entrou no quarto desesperado. – A princesa está fazendo um escarcéu. –

- Ela está sentindo dores… Acho que está na hora de o bebê nascer! – falei.

- Com licença, vossa alteza. – eu dei uns passos para o lado, sem soltar as mãos de Bella e ele a examinou e antes de falar algo ele apenas balançou a cabeça. – Vossa alteza, segure-a de pé, por favor. – pediu se apoiando na cama para se agachar no chão e eu ajudei Bella a ficar de pé. – Com licença. – ele colocou a mão por baixo de seu vestido e eu vi que ela fez um cara de desconforto, eu só não sabia se tinha sido devido ao toque do meistre ou por algum movimento do bebê. – O senhor tem razão. – Emmett entrou no quarto e ajudou a se por de pé. – Obrigado. O bebê está chegando. Eu vou deixar as parteiras de sobre aviso e quando coisa me chamem imediatamente, quando as dores ficarem mais forte ou quando a bolsa romper, enquanto isso não acontece, eu vou ajeitando tudo o que será preciso e ficarem vindo a cada hora ver como estamos progredindo! – eu apenas assenti. – Com licença. – ele deixou o quarto.

- Feliz? – perguntei sem jeito para a Bella devido a sua expressão furiosa.

- Eu me recuso a aceitar que o meu filho vai nascer no mesmo dia que aquela cobra! -

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