domingo, 3 de março de 2024

Capítulo 26

 Adhara – Continente de Andrômeda –113 Depois da Conquista.

Pov. Edward.

No dia seguinte eu acordei primeiro que Isabella, e a primeira reação que eu tive foi de levar a mão até o ventre de minha esposa que continua dormindo profundamente ao meu lado. Demorou um pouco até o bebê se mexer em seu ventre e me acalmar em relação aos acontecidos da noite passada. Com cuidado, eu me mexi na cama e beijei a barriga de Isabella. Deitei ao seu lado novamente e puxei com cuidado para o meu corpo e ela aninhou a cabeça contra o meu peito. Eu não voltei a dormir, apenas fiquei deitado na cama, olhando para o teto enquanto fazia um cafuné em seus cabelos.

Quando ela acordou, ela me garantiu que estava bem, que não sentia mais nada e que o bebê estava bem mais calmo e que ela se sentia disposta a deixar o quarto. Hoje era o dia da justa, e eu estava disposto a não participar para ficar com ela, mas Bella insistiu que estava bem e que eu podia ir para o torneio sem precisar me preocupar com ela, até porque ela estaria ao lado do pai a todo o momento.

- Comandante. – eu fui chamado por Calleb.

Nós já tínhamos nos reunidos na área dos torneios, eu já tinha deixado Bella junto com o pai, a amiga e meu irmão, infelizmente Jéssica estava junto, mas Emmett, não iria participar do torneio, pois, como ele estava brigado com seu pai, ele não iria representar a sua casa, até porque o seu irmão estava inscrito na justa, ele estava na tenda de olhos em minha sobrinha e esposa, e pensava eu que ele estava com os olhos demais em minha sobrinha.

- Fez o que eu pedi? – ele assentiu. – Encontraram o guarda? –

- É um dos mantos brancos. O que fazemos com ele? –

- Leva para a masmorra, quando esse circo todo acabar eu converso com o meu irmão sobre isso! – ele apenas assentiu.

- Senhor, eu preciso informar que, o lorde Royce não está mais na prisão da fortaleza. – eu virei de frente para ele.

- Como assim? –

- Recebemos ordens, do próprio rei, que era para acompanha-lo até o lado de fora da cidade, e que era para ele sair de Adhara e não voltar! –

- Se ele voltar eu mesmo arranco a cabeça dele com as minhas mãos! –

A trombeta tocou anunciando o início das justas, e até o momento eu sabia que só tinha uma pessoa para me desafiar, que no caso era o meu próprio cunhado, que queria essa bendita revanche há anos. Um a um os participantes foram sendo chamados para as justas. Eu não sei se torneios e justas era um bom entretenimento para um casamento, já que muitos dos cavaleiros saem da arena mortos ou quase mortos, mas esse era o jeito do meu irmão, e a cada luta que passava, criados traziam mais serragem para jogar por cima do sangue, formando uma massa nojenta no chão da arena.

- E agora desafiando o príncipe Edward, de Adhara, temos o sor Mike Hightower de Hightower. – eu olhei para o outro lado da arena e vi que Mike estava ansioso e animado sobre a sela de seu cavalo e vi que em volta de sua lança a prenda de sua esposa.

Eu subi em meu cavalo, e o escudeiro me entregou o meu escudo e a lança, e eu galopei até o palanque, onde Isabella e Ângela já estavam de pé e apoiadas no parapeito do palanque.

- Seu irmão parece um cachorro que recebeu carinho! – Ângela comentou com a cunhada que riu.

- Ele tem esperanças que ganhe! Pode ser que você fique sem marido! – Ângela riu do comentário de Bella. – Oi amor. – ela olhou para mim quando ouviu o galopar de Belfast perto delas.

- A minha princesa me daria a honra de carregar a vossa prenda? – questionei estendendo a ponta da lança e ela colocou a pequena coroa de flores na ponta, que escorreu até perto do punho da lança. – Quer que eu deixe o seu irmão ganhar? – questionei e ela olhou para a cunhada.

- Derruba ele! – as duas responderam ao mesmo tempo e ri enquanto me afastava do palanque.

Ao voltar para o início da pista de onde eu iria sair, o escudeiro me entregou o elmo e eu coloquei sobre a minha cabeça e esperei que permitissem o inicio da justa. A trombeta soou e eu esporrei o meu cavalo ao mesmo tempo que Mike, ao nos encontramos no meio da pista, a ponta das duas lanças s chocaram contra os escudos e se partiram. No final da reta o escudeiro já me aguardava com outra lança, e eu apenas joguei a quebrada fora e peguei a nova, ao voltar para pista, ao invés de mirar no meio do peito de Mike, que estava protegido tanto pela armadura quanto pelo escudo com o símbolo dos Hightower, eu virei a ponta da minha lança um pouco mais para fora, para a direção de seu ombro, atingindo-o em cheio e o fazendo cair do cavalo, enquanto quebrava a ponta da minha segunda lança.

Eu galopei com o meu cavalo até perto de onde ele caiu, Mike estava todo esparramado no chão imundo, de uma mistura de serragem e sangue e ele tirou o elmo quando eu e o seu escudeiro nos aproximamos.

- Quer outra revanche? – questionei rindo. – Só para você saber, sua esposa pediu para eu te derrubar! –

- Minha esposa é uma traidora! – ele riu enquanto o seu escudeiro estendia a mão para ele. – Qual é, está há seis anos sem competir, era para eu ganhar fácil! – reclamou ficando de pé.

- Mike, eu nunca vou perder para um Hightower! Posso ficar mil anos sem competir e eu vou continuar sem perder para um Hightower! –

- Mas para a Isabella você perde, não é?! –

- É! Pra ela eu aceito perder! –

- Idiota. – reclamou e saiu da arena andando enquanto eu puxei as rédeas do cavalo para que eu saísse da arena.

Era perto do final da tarde quando as justas acabaram, Mike, eu tinha certeza de que, quando tirasse a sua armadura, ele estaria cheio de hematomas, ele tinha perdido mais umas duas justas, e ganhado mais duas, e eu havia ganhado todas as que eu tinha participado, incluindo a luta contra o escudo juramentado de Jéssica e o último que eu tinha escolhido para desafiar havia sido o escudo juramentado de Rosalie, que após derruba-lo do cavalo, seguiu para uma luta de espadas e eu o tinha desarmado, dando assim fim a luta, a mesma coisa que eu fiz com o tal de Riley.

Com o final das justas eu voltei para a tenda, com o elmo em mãos, os cavaleiros estavam separados, os machucados estavam na tenda de enfermaria que tinham montado e o meistre trabalhava incansavelmente, algumas famílias choravam a perda de seus familiares e eu apenas me afastei de tudo aquilo, indo na direção do lado de fora da tenda.

- Boa sorte para tirar toda essa serragem e sangue do seu cabelo. – eu ouvi
Ângela reclamando com o marido. – Que ideia absurda foi essa de tirar o elmo e encostar a cabeça no chão imundo? –

- Torceu para ele, por que? – questionou mudando de assunto quando eu passei perto dele.

- Segundo sua irmã, ele já derrotou você duas vezes! Quer dizer, três! – provocou e ele semicerrou os olhos.

- Quer dormir com ele também não?! –

- Não! – eu ouvi a voz de Isabella respondendo a provocação do irmão, e ao me virar, eu vi que ela estava encostada em uma das pilastras da tenda principal. – Oi. – eu me aproximei dela, e tomando cuidando com a armadura que eu ainda usava, eu passei meus braços pelo seu corpo a abraçando.

- Oi, minha princesa. – rocei o meu nariz contra o dela. – Gostou de eu ter ganhado todas essas justas para a minha princesa? – perguntei baixo contra o seu ouvido.

- Oh, ganhou para mim? –

- Sempre! Sempre ganhei para você! –

- Oh… E o meu príncipe quer uma recompensa antes do banquete de hoje? –

- Talvez, você podia tomar um banho comigo, caso esteja se sentindo bem! –

- Ótima. Estamos ótimos! – garantiu.

Nós voltamos ao castelo e eu fui me livrar logo da minha armadura, antes que eu acabasse machucando Isabella com as negras placas de metal dais quais ela era feita. Bella tinha se sentado na cama e não desviava os olhos de nenhum movimento que eu fazia enquanto tirava a armadura.

- Gostando do que vê, senhora Hightower? –

- Muito! – respondeu sorrindo quando eu tirei a minha camisa, ficando apenas com as calças e as botas.

- Estais me comendo com os olhos! –

- Do mesmo jeito que fazes quando eu tiro a roupa! – rebateu me fazendo rir ao tirar as minhas botas. – Venha cá. – ela estendeu a mão para mim. –

- Não ia para a tina comigo? –

- Depois! – respondeu me puxando para a cama, quando eu segurei a sua mão.

Eu deitei por cima de Bella, quando ela uniu a boca a minha. Isabella nos virou na cama ficando por cima de mim e interrompeu o beijo apenas para abrir e abaixar as minhas calças, e levantar o seu vestido até a altura de sua cintura, segurando o meu pênis entre a mão o estimulando. Ela juntou nossas bocas de novo, enquanto encaixava meu pênis em sua buceta.

Comigo dentro dela, eu me sentei na cama, abraçando a sua cintura e ela abraçou o meu pescoço e começou a subir e descer contra o meu pau. Essa era a primeira vez que eu estava me envolvendo com alguém que estava gravida, e isso era algo novo para mim, esse fogo que Isabella sentia desde que o bebê foi gerado era algo novo e mesmo assim eu adorava, quanto mais ela tinha, mais ela queria, e eu estava aqui e sempre estaria disposto a dar a ela o que ela queria e quando ela queria! 

As coisas haviam mudado desde a gravidez, incluindo o sexo, o orgasmo de Isabella era mais forte e isso me deixava louco. Minha esposa tinha razão, o nosso casamento era diferente dos outros, eu tinha certeza de que após engravidar, Jéssica só foi procurada pelo meu irmão, após parir e meses depois!

- Daqui a algumas semanas isso vai ficar mais difícil. – Bella comentou com a testa apoiada na minha após gozar, e me apertar tão fodidamente gostoso, que gozei junto com ela. – O que é bem triste, porque eu amo ficar por cima de você! –

- Não se preocupe, meu amor… - eu rocei o meu nariz ao dela. – Nós daremos um jeito caso queria e caso a barriga atrapalhe. – eu beijei seus lábios. – Vamos tomar um banho? – ela assentiu e eu levei as mãos até as amarras de seu vestido, as desfazendo.

- Precisamos ir ao jantar dessa noite? –

- Por que? –

- Porque eu queria ficar no quarto, com você! – ela roçou o nariz ao meu. – Sem roupa… - ela falava baixo enquanto roçava a boca a minha. – E com você dentro de mim! –

- Você acabou de gozar, mulher! –

- E dai? Meu marido não aguenta mais uma noite inteira de sexo? – provocou.

- Não adianta me provocar nesse sentido! Sabe que eu te deixo com as pernas bambas só de te chupar! – rebati. – Eu não quero te machucar. – respondi levando as mãos até as mangas de seu vestido e as abaixando. – Não quero que se canse! – apontei. – Quando quiser transar, ele vai estar pronto e duro para você! – comentei deixando o seu vestido todo embolado em sua barriga e ela riu. – Mas com calma e devagar. – comentei me levantando da cama, com ela em meu colo.

- Quanto mais transarmos melhor na hora do bebê sair. – rebateu quando eu a deitei na cama, saindo de dentro dela, e tirando o seu vestido, deixando-a nua.

- Quem disse isso? – questionei.

- Eu! – respondeu me fazendo rir. – Sem falar que eu me sinto muito melhor depois de transar com você, ao contrário de certas rainhas que distribuíam patadas a torto e a direito! Eu fico bem humorada! –

- Quer chamar o meistre para ver se ele concorda com o seu pensamento? – perguntei me livrando das minhas calças.

- Não! – respondeu apoiando os cotovelos no colchão. – Ele não é uma mulher e a única vez que ele esteve dentro do corpo de uma mulher, foi quando a mãe dele estava grávida dele! –

- Eu tenho uma proposta então… - eu apoiei as mãos no colchão ao lado de seu corpo nu. – Tomamos um banho, descemos para esse jantar, ficamos pouco tempo e voltamos para o quarto e eu te faço gozar de novo! –

- Eu tenho uma segunda opção. –

- Qual? –

- Tomamos um banho e ficamos no quarto e você me faz gozar de novo! – eu neguei. – Por quê? –

- Tens que se alimentar! – eu abri as pernas dela. – E eu preciso conversar com o seu pai! – eu prendi as pernas dela em volta da minha cintura, e passei as mãos

por baixo de seu corpo, a pegando no colo.

- Vais me fazer gozar na banheira de novo? –

- Aceita os meus dedos? – rebati e ela pensou um pouco.

- Aceito! – respondeu. – Se quando voltar para o quarto fizer sexo comigo de novo! -

- Você está insaciável! –

Eu levei Bella para a banheira, a colocando de pé dentro da tina com a água quase fria e entrei logo atrás dela, fazendo-a se sentar entre as minhas pernas. Ela não deixou que deixássemos a tina sem que eu a masturbasse e ela gozasse em meus dedos. Depois do banho, nós deitamos um pouco na cama, para descansarmos, pelo menos até o horário do jantar, que hoje começaria mais tarde para dar tempo para que todos se aprontassem após as justas.

Quando foi avisado que o jantar já seria servido, nós levantamos para nos aprontamos, e eu amarrei o vestido de Bella, o mais largo possível, pois eu sabia o quanto aquilo a incomodava e a apertava. Mal chegamos no salão e Rosalie puxou a amiga de canto, de volta para o corredor dizendo que depois a devolvia, eu ia aproveitar e falar com Charlie, mas ao vê-lo conversando com o irmão eu mudei de ideia, eu não iria caçar briga atoa.

- Alteza… - eu me virei para ver quem me chamava e dei de cara com o meistre.

- Sim? –

- Vossa esposa está melhor depois de ontem? –

- Está! Ótima! – respondi.

- Que bom, sabe que qualquer coisa é só chamar a hora que for! -  

- Eu sei… - ele assentiu e se afastou. – Hightower. Quero falar com você. – eu chamei meu sogro quando ele passou por mim, junto com o irmão. – Em particular. – falei quando o irmão fez menção de vir junto.

- Minha filha? Não a vejo! –

- No corredor conversando com a princesa. – expliquei. – Ouvi reclamações de que já vieram diversas vezes fazer reclamações e queixas e nem você e tampouco meu irmão receberam as pessoas. – ele suspirou.

- Desde que o seu irmão adoeceu, eu estou fazendo o meu trabalho e o dele… -

- Ele aparenta estar muito bom! Saiu para caçada e… -

- Ele tem dias e dias! Tem dias que está bem e dias que não está tão bem assim. Nessas circunstancias, o Strong o convenceu a colocar o comandante dos mantos brancos para recolher as denuncias, para que não me sobrecarregasse com trabalho! Só que nunca voltaram para falar com o Riley e nem comigo! –

- Eles não falaram com o Riley porque algum guarda está roubando dinheiro dos comerciantes dizendo que é imposto. –

- Eles não vão denunciar um guarda para outro guarda! – ele suspirou e passou a mão pelo rosto. – Pretende fazer o que? Cuidar da cidade é seu trabalho! –

- Oi pai. – Bella se aproximou de nós, passando por trás do pai, e ao se aproximar, deu um beijo na bochecha dele.

- Oi minha filha. Você está bem? –

- Ótima! Viram a Ângela ou a Jane? –

- Jane estava perto da mãe e a Ângela… Acho que ainda não desceu e nem o seu irmão! –

- Vou falar com a Jane então… - ela olhou para mim e para o seu pai. – Comportem-se os dois! –

- Estamos em trégua! – garanti.

- Quero ver! – ela se afastou, indo até onde Jane estava, um pouco mais afastado de nós, perto do corredor que dava para o jardim sagrado.  

- Eu já fiz o meu trabalho, Charlie. – falei voltando ao assunto de antes de Bella chegar. – Mandei Calleb e John de olho no porto e pegaram o guarda que estava recolhendo os impostos. O levaram para as masmorras, agora o trabalho é seu e do meu irmão! É um dos mantos brancos! É assunto de vocês! – ele suspirou. – Se fosse dos mantos dourados eu iria resolver sem sequer falar com vocês, mas não é! –

- Vou levar isso até o rei! Mas ele só vai querer resolver depois do casamento da filha! –

- Não importa quando ele vai resolver, contanto que ele resolva! – respondi. – Amanhã eu vou pegar uns guardas para recolher as denuncias que não foram feitas. Falaram para mim que se eu quiser fazer outra limpa, tem muitos nomes para por na lista! –

- Pelos deuses, não faça outra carnificina daquelas… -

- E por que não? Resolveu o problema, não resolveu?! –

- E ainda encosta na minha filha com essas mãos… -

- Ela não liga! As palavras exatas dela foram que enquanto as minhas mãos não estiverem sujas de sangue inocente, ela não liga! –

- O que você fez com a minha filha? Ela não era assim! – reclamou. – Se algo acontecesse com ela depois do ocorrido de ontem com o lorde Royce, eu jamais ia perdoar você! –

- O que eu tenho haver com o que aquele infeliz disse? Por mim eu teria ido até aquela masmorra e cortado a cabeça dele fora! –

- O que você tem haver?! Eu já cansei de falar para Isabella, você ignorou a Nettie por cinco anos, por mais que isso não seja crime, ninguém gosta de ver a filha ou a sobrinha sendo ignorada! –

- E eu ignoro a Isabella? – questionei erguendo a sobrancelha para ele. – Sabe que eu nunca quis me casar com a Nettie, fui obrigado, sabe disso! Do mesmo jeito que ela não queria se casar comigo! O casamento não foi consumado porque nenhum dos dois queria! Por que eu continuaria vivendo no Vallis? E por que ela se mudaria para Adhara? Eu já tinha pedido ao meu irmão e ao meu avô para anular aquele casamento e os dois recusaram, então se quer culpar alguém por eu ter ignorado a Nettie culpe o Carlisle, já que meu avô não está mais aqui para se defender! E realmente, acha que eu me casei com Isabella só para te irritar? Se fosse por isso eu nunca teria deixado Andrômeda em nenhuma das vezes que ela pediu! -

- Eu sei… Infelizmente eu sei disso tudo e… - ele foi interrompido por um grito feminino e agudo que tomou conta do salão, fazendo com que a banda parasse de tocar. De imediato nós dois olhamos para Isabella, que continuava a alguns bons passos de nós, conversando com Jane, e ela parecia estar perfeitamente bem, tanto ela quanto Jane, mas as duas pararam de conversar e olharam para a direção do salão. Outro gritou atraiu a minha atenção para a pista de dança, a tempo de ver Alec sendo arremessado por sobre uma mesa.

- Isabella. – ela veio para perto de mim e Jane foi para perto do pai, que estava junto ao meu irmão, que havia se levantado da cadeira e olhava nervoso para a confusão na pista de dança, e foi quando eu percebi que Rosalie não estava com o pai e que eu não a tinha visto entrando no salão de novo com a Bella.

- Cadê a Rosalie? – Carlisle gritou desesperado enquanto o escudo juramentado da rainha, que tinha o filho mais velho no colo, chorando desesperado e a tirava da sala, pela porta dos fundos.

- Cadê a Rosalie? – perguntei a Bella.

- Ela tinha ficado na pista de dança com o Alec. – respondeu.

No meio da pancadaria no meio do salão de dança, eu via a confusão, as mulheres tentavam se afastar e os lordes mais velhos também, enquanto os mais novos tentavam apartar, ou piorar a briga, com a ajuda dos mantos brancos. A confusão era tanta que até os mantos dourados haviam sido chamados para tentar conter a situação.

- Vocês estão bem? – Emmett se aproximou de nós pela lateral do salão.

- Viu a minha sobrinha? –

- Ela estava com o noivo na pista de dança… -

- É, e o noivo dela foi arremessado contra uma mesa. –

- Ela está no meio da confusão. – Charlie a avistou e apontou para o guarda que estava perto de nós.

- Fica aqui! – Emmett disse e inconsequente como sempre foi, ele praticamente se jogou no meio da pancadaria, e socava cada homem que aparecia na frente dele, sem se importar se eram lordes ou guardas, ele apenas ia abrindo caminho até Rosalie, até que ele também tinha sumido no meio do caos, e ao emergir, ele tinha minha sobrinha pendurada em seu ombro.

- Me coloca no chão! – ela se debatia, mas ele só a colocou no chão ao estar próxima a mesa onde Carlisle estava, ele tentou se aproximar da filha, mas ela veio para perto de mim e de Bella. –

- Você está bem? – Bella perguntou quando Carlisle se aproximou junto com Jane, que agora estava agarrada a sua mãe, já que Jacob tinha ido socorrer o filho.

- Estou… Acho que estou… - ela falou arfante. O penteado que ela tinha feito para a noite estava todo desfeito e a sua coroa havia caído do meio, além de umas partes de seu vestido estarem rasgadas e sujas de sangue.

- Eles machucaram você? – Carlisle perguntou colocando o casaco sobre o corpo da filha. – Esse sangue é seu? – ela apenas negou. – O que houve? –

- Eu não sei! – ela respondeu chorando. – Eu e o Alec estávamos conversando, o Brady veio se juntar a conversa e do nada o Félix chegou e simplesmente começou a socar o Brady e ele nem conseguia se defender… -

- Quem? – Carlisle perguntou.

- O amigo do Alec! – Gianna falou em um fio de voz, e eu tinha entendido o que ela queria dizer com o amigo do Alec, no caso, ele era o namorado do Alec.

Um grito de agonia e dor reverberou pela sala, e ao olhar para o salão, todos os convidados já tinham sido contidos pelos mantos brancos e dourados. Félix era puxado para o lado de fora pelos braços, por dois mantos brancos, o manto dele próprio estava coberto de sangue, assim como todo o peitoral de sua armadura, além de suas mãos e rosto. No meio do salão, ao lado de Jacob que permanecia de pé, Alec estava jogado no chão, ele não disfarçava mais, enquanto chorava sobre o corpo do amante morto, Jacob não tinha reação, ninguém tinha reação nenhuma, ao ver o jovem garoto com metade da cabeça aberta, metade do cérebro para fora, e um dos olhos no meio de uma poça de sangue.

Eu senti a mão de Bella deixando o meu braço, e ao olhar para a sua direção eu a vi correr para fora do salão, pela porta atrás de nós, pela mesma que Jéssica tinha saído, e fazendo com que o guarda saísse da frente. Rose tentou ir até a amiga, e eu falei para que ela ficasse com o pai, e fui atrás dela, encontrando-a no jardim do bosque sagrado, de joelhos sobre a grama e vomitando em uma moita.

- Eu estou aqui… - eu me ajoelhei ao lado de seu corpo, e segurando o seu cabelo, enquanto o seu corpo era impulsionado para frente de novo, quando mais um jato de vomito saiu pela sua boca. – Calma… Eu estou aqui… - garanti de novo enquanto ouvia passos correndo pelo corredor na nossa direção.

- Ela está bem? – Charlie perguntou aparecendo em meu campo de visão.

- Acho que sim. Vai vomitar… - eu nem tinha terminado a minha frase e ela vomitou de novo. - Mande o meistre ir para o meu quarto agora, eu vou levar Isabella para lá! – ele assentiu e sumiu de novo no corredor. – Passou? – ela apenas balançou a cabeça fazendo um sim. – Aqui… - eu peguei um lenço em meu bolso e entreguei a ela, que o pegou com as mãos trêmulas. – Vem… - eu soltei o seu cabelo e segurei o seu corpo, ajudando-a ficar de pé e vi que suas pernas tinham falhado. – Vem, vamos sair daqui! – eu a peguei no colo e saí daquele bosque.

Mal eu havia voltado para o corredor escuro e eu esbarrei em Calleb, que ao me ver com Bella nos braços, na direção da escada, ele virou em seus calcanhares e foi abrindo caminho para mim, no meio dos lordes e ladies que tinham fugido do salão de jantar, e foi limpando caminho até a porta do meu quarto, abrindo a mesma para mim, eu não precisei falar mais nada, ele sabia que caso eu fosse continuar precisando dele eu falaria, portanto ele apenas fechou a porta atrás de si quando eu deixei Bella na cama, colocando uma bacia no chão, perto dela para o caso de ela sentir vontade de vomitar de novo.

- Cadê… - Charlie invadiu o quarto sem bater. – Meistre, por favor. – ele deu passagem para o velho meistre, que eu já sentia até pena de quanto que ele teria que andar para cima e para baixo hoje para cuidar dos feridos.

- O que houve alteza? – questionou quando eu abri o vestido de Bella, para que ela pudesse respirar sem nada a apertando.

- Ela vomitou! – respondi sem saber ao certo se ela estava falando comigo ou com Bella.

- Também… Depois do que aconteceu naquele salão… - ela falou com a voz baixa. – Pega, por favor, algo para eu beber e tirar esse gosto da minha boca. – pediu a mim.

- Mas pelos sete, o que aconteceu naquele salão? – questionou enquanto Charlie pegava, na mesa debaixo da janela, uma taça com vinho para a filha.

- Foca na minha esposa primeiro, o resto depois! – falei entre os dentes e ele apenas assentiu.

- Filha. –

- Obrigada pai. – ela pegou a taça da mão.

- Vai cuspir? – perguntei quando ela encheu a boca e ela apenas assentiu com as bochechas cheias, eu peguei a bacia do chão, levando para perto de seu rosto, e ela cuspiu dentro dela.

- Princesa, o que está sentindo? – o meistre perguntou ao se aproximar da cama. – Com licença, alteza. – pediu a mim, me fazendo chegar mais para o lado, quase encostando na parede.

- Enjoo. – ela respondeu bebendo um pequeno gole do vinho. – Muito enjoo. – ele ia apertando de leve a barriga de Bella, enquanto olhava para o seu rosto, como se quisesse confirmar que ela não sentia nenhuma dor ao toque.

- Com licença. – tirando as mãos de sua barriga, ele tocou em seu rosto pálido, devido ao vomito, e abaixou a pele debaixo dos olhos, para ver as pupilas. – O que houve? – perguntou a mim ao se afastar dela.

- Eu não faço ideia. – eu o levei para longe de Bella. – Do nada começou uma confusão e quando ela acabou um dos convidados dos Black estava morto no chão sob uma poça de sangue com metade da cabeça aberta. – comentei baixo quando paramos perto de Charlie.

- Ela está bem! O bebê está se mexendo, está um pouco agitado, mas ela está bem! O enjoo deve ter sido apenas pelo sangue, pela cena e pelo medo da confusão! Eu vou mandar trazer um chá para ela, para o enjoo e um para que ela possa dormir sem problemas, dê apenas caso ela não consiga dormir, e devo avisar que ela vai dormir muito, então, caso dê o chá e ela não acorde no horário de sempre, é algo normal! O chá não faz mal a ela e tampouco ao bebê, o senhor não precisa se preocupar, apenas ficar avisado caso ela durma mais do que o normal! – eu apenas assenti.

- Vai para onde mocinha? – Charlie perguntou ao meu lado, e ao virar para a cama, eu vi que ela tentava se levantar.

- Tirar essa roupa, eu estou sentindo o cheiro do vomito e está me deixando enjoada de novo! – reclamou.

- Quietinha, espera eu ir te ajudar. – mandei e ela ficou sentada na beirada da cama. – Quer apenas se trocar ou tomar um banho. –

- Banho… Frio! – respondeu.

- Fica aí quietinha que eu já estou indo te ajudar. –

- Peça para trazer algo para ela comer, algo leve, frutas e bastante água. Ela não vai querer comer por causa da cena que ela viu, mas pode ser que após o chá ela sinta fome, mas dê coisas leves para ela para não deixa-la empanzinada e acabar acarretando em outro vomito. -  

- Certo. –

- Agora se me derem licença, verei se mais alguém precisa de ajuda e qualquer coisa, me chame. – eu apenas assenti.

- Eu tenho que ir, o rei mandou eu voltar imediatamente assim que eu confirmasse que ela está bem! Eu vou mandar trazer a água e uma bandeja com comida, qualquer coisa me chama, e daqui a pouco eu volto para vê-la como ela está. – ele olhou pelo cima do meu ombro. – Bella? – eu me virei de novo e vi que ela tinha voltado a respirar pela boca.

- Eu estou bem! Mas se eu continuar a sentir esse cheiro eu vou vomitar de novo. –

- Deixa eu ajuda-la. –

- Daqui a pouco eu volto para te ver. – ele falou para ela, que apenas assentiu. – Qualquer coisa me chama. – eu assenti e ele saiu do quarto.

- Vem… Vem tirar esse vestido. – ela tentou se levantar. – Sentada. – mandei. Bella já tinha tirado as joias que usava e as deixou em cima da cama. Eu peguei as suas joias da cama, levando-as para a penteadeira, enquanto ela abaixava as mangas de seu vestido, e eu peguei uma camisa minha limpa e uma camisola dela.

- O que deu naquele guarda? – ela perguntou com a voz baixa, quando eu me aproximei dela.

- Isso não importa agora! – falei a ajudando a tirar o restante do vestido, deixando-a sentada e nua na ponta da cama. – Eu estou preocupado com você, e enquanto a minha preocupação com a minha esposa e com o meu filho não passar, eu não quero saber o que aconteceu naquele salão!

- Edward, ele matou o amante do Alec! Não foi sem motivo! – ela falou quando eu coloquei a minha camisa nela, para que ela não ficasse nua até o banho. – Ele pode saber de alguma coisa! –

- Isabella, chega! – falei sério. – No momento eu não me importo com o que está acontecendo do lado de fora deste quarto. Eu não me importo com o motivo, eu não importo com o que ele sabe! No momento eu me importo com você e com o nosso filho, e chega desse assunto! – ela abriu a boca. – Chega, Isabella. –

- Rosalie está bem? Machucaram ela na confusão? –

- Eu não sei. Ela tinha dito que achava que não. Depois eu vou pessoalmente ver como ela está! Agora chega desse assunto! – eu tirei os seus sapatos. – Fica aqui, e não se mexe. – mandei e ela apenas assentiu. Eu me afastei apenas para levar para longe dela o vestido e os sapatos. – Está sentindo algo? – perguntei voltando para a cama.

- Só o enjoo. Me ajuda a deitar! – pediu. Eu passei as mãos por baixo de suas pernas, e a deitei no meio da cama, puxando o lençol para cobrir suas pernas descobertas. – E pensar que eu não senti nem um terço desses enjoos enquanto estávamos em Mensa! –

- Amor, você vomitou e muito durante a travessia! –

- É diferente! –

- Do mesmo jeito que o enjoo de agora também é diferente. – falei apoiando o meu cotovelo perto de suas pernas e deitando metade de meu corpo na cama. – Com a cena que ocorreu lá em baixo, com certeza você não é a única que vomitou esta noite! Você está mais sensível a sangue e a violência, como não sentiu nada nas justas de ontem? –

- Eu fechava os olhos! – respondeu me fazendo sorri. – As únicas que eu vi por completo foram as suas e as do meu irmão e de nenhuma das duas teve sangue! – ela levou a mão ao ventre fazendo uma careta. – O bebê está agitado de novo! –

- O meistre vai mandar um chá para vocês dois se acalmarem. – falei ao ouvir uma batida na porta. – O que é? –

- O que o senhor pediu, vossa alteza. –

- Entra. –

- O que pediu? –

- Água e comida para você! – respondi quando a porta abriu.

- Mas eu não vou comer! Nem pensar! –

- Eu sei. Mas o meistre disse que o chá pode te fazer sentir fome, então terá algo leve em mãos caso queira comer em algum momento, até porque você não jantou! E eu só não vou te obrigar a comer, porque até eu estou com o estômago embrulhado! –

- Já vistes cenas piores do que aquelas! –

- Mas o meu estômago está embrulhado porque eu estou preocupado com você! – falei simplesmente.

- Deseja mais algo senhor? – a criada falou parada perto da porta com o jarro de água, vazio em mãos.

- Não, podem ir. Amanhã pela manhã vocês recolhem a bandeja. Ah… Levem essa roupa que está perto da porta, se o cheiro de vomito não sair, podem se livrar dela! –

- Sim senhor, com licença. – ela saiu.

- Eu gostava daquele vestido! – falou tirando as cobertas de cima de suas pernas. – Agora antes de qualquer confraternização eu irei pensar duas vezes antes de escolher a minha roupa, já é o segundo vestido que eu gostava que eu perco. –

- Qual foi o primeiro? –

- O que você rasgou em Oldtown! Mesmo depois eu ter pedido para não rasgar! – eu acabei sorrindo.

- Vem, vem tomar um banho! –

Bella se livrou da minha camisa e eu a peguei no colo, ela pediu para ir para o chão, que ela podia andar sem problemas, mas eu simplesmente ignorei o seu pedido e a levei para o banheiro, a deixando dentro da tina, sentindo a água fria, que mesmo fazendo a sua pele se arrepiar, ela não reclamou e tampouco pediu para sair. Eu puxei, do canto do banheiro, o banquinho de madeira, colocando ao lado da tina e me sentando ali, enquanto ela molhava o rosto e o topo da cabeça com as mãos em concha.

Peguei a pequena tigela que tinha junto ao sabão e eu enchi com a água fria e a derramei no topo da cabeça dela, vendo-a relaxar ao sentir a água fria molhando a sua cabeça por completo.

- Melhor? –

- Muito! Está sentindo o meu corpo todo quente, mas agora está muito melhor! – respondeu esticando as pernas e apoiando a cabeça na borda da tina. – Vou demorar para sair daqui, se quiser me esperar no quarto, já que tem aversão a água fria! –

- Pode demorar o tempo que quiser, e eu não vou sair daqui! Vou ficar aqui sentado e te esperando, a menos que queira que eu saia. – ela apenas negou. – Então eu vou ficar aqui, quietinho para você relaxar. –

- Edward? – eu ouvi a voz de Charlie me chamando de dentro do quarto.

- Deixa eu ver o que o seu pai quer! Não tenta sair daqui sozinha. – ela apenas assentiu e eu entreguei a tigela para ela, para o caso de querer jogar a água em sua cabeça de novo. – Fala. – falei saindo do banheiro e fechando a porta.

- Isabella? –

- Está tomando um banho. Não demora, eu não quero que ela saia da tina sozinha. –

- Eu só vim avisar que o rei vai casar a princesa agora! –

- Por quê? –

- Eu não sei! Provavelmente para evitar que outro guarda surte e mate mais alguém da comitiva dos Black. – reclamou. – Não vai participar ninguém. Só o alto septão, o rei, os noivos, os pais de Alec e eu. A rainha não vai participar e nem Jane. –

- E minha sobrinha, ela está bem? –

- Está com alguns arranhões, mas são superficiais. Seu amigo a tirou da confusão antes que algo pior acontecesse. Alias ele, Emmett, acho, quer saber como Isabella está! Disse que quando você se acalmar, procurar ele! – eu apenas assenti. – Nada disso faz sentido! Félix era um dos guardas juramentados mais focados no serviço. Ele não iria surtar desse jeito e nem começar a surrar o garoto sem motivo! –

- Cadê ele? –

- Nas masmorras! Foi tirado o manto e vai ficar lá até o rei decidir o que vai fazer. – mais uma batida na porta. – Entra. –

- Com licença, os chás que o meistre mandou trazer! –

- Coloque em cima da mesa, ao lado da outra bandeja. – ela assentiu.

- Alteza. O bule branco é o do chá do enjoo e o verde é para ela dormir, caso precise! –

- Pode deixar. Pode ir! –

- Com licença. – ela saiu.

- Depois do casamento, pede para Rosalie vir aqui, Isabella está preocupada com ela! Está mais preocupada com a amiga do que consigo própria! –

- A princesa já me perguntou cinquenta vezes como minha filha está, e só não veio aqui porque o pai impediu! Mandou-a se aquietar e deixar Isabella em paz! – ele acabou sorrindo. – Eu tenho que descer, daqui a pouco eu volto para ver a minha filha. – eu apenas assenti.

Quando ele saiu do quarto, eu voltei para o banheiro e Bella jogava mais um pouco de água fria no rosto. Eu voltei a me sentar ao seu lado e ela virou a cabeça na minha direção. Isabella tirou a mão de dentro da água e levou até o meu rosto, acariciando a minha bochecha com os dedos gelados, e eu apenas segurei a sua mão, levando-a até a minha boca e beijando a mesma.

Depois de um tempo, ela pediu para deixar a tina, e eu peguei a toalha, me levantado. Eu ajudei Bella a ficar de pé, e ao enrola-la na toalha eu a peguei no colo. Ao se secar, eu ajudei-a a colocar a camisola, e ela foi para debaixo das cobertas. Eu derramei na xicara um pouco do chá do bule branco e entreguei a ela. Enquanto ela ia bebendo, eu ia diminuindo as velas acesas, para deixar o quarto mais escuro para que ela pudesse dormir, com uma toalha seca, eu me sentei atrás de seu corpo, para secar o cabelo.

Eu ia aperando a toalha macia contra os seus cabelos molhados e fazendo uma massagem em seu couro cabeludo, para ver se ela começava a pegar no sono. Passado uns minutos, a porta foi aberta quase de forma silenciosa, Bella ainda não tinha dormido e estava já na sua segunda xicara de chá, quando Rose entrou no quarto.

- Rose! –

- Achei que estava dormindo. – ela entrou no quarto fechando a porta, ainda usando o casaco do pai.

- Você está bem? – as duas perguntaram ao mesmo tempo e acabaram rindo, e eu apenas sorri ao colocar a toalha, que agora estava quase que encharcada para o lado.

- Eu estou bem, um dos maiores responsáveis é esse chá que o meistre mandou para o enjoo, mas eu estou bem! – Bella respondeu. – E você? –

- Eu estou com uns arranhões no braço, mas eu vou ficar bem! O Alec… - eu apenas neguei quando ela se sentou na ponta da cama. – Ele vai ficar bem, está com alguns machucados, mas vai ficar bem! – disse quando Bella me entregou a sua xicara vazia e ela deitou as costas contra o meu peito. – Quero dizer que agora sou uma mulher casada! Não faz ideia da felicidade que eu sinto. – ironizou.

- Como assim, já casou? Por que? –

- Depois do que aconteceu o meu pai já mandou todos os lordes embora, antes que outro problema desses aconteça!

- Quer mais chá, amor? – perguntei.

- Mais um pouquinho. –

- Princesa, pega um pouco de chá para ela. – eu entreguei a xicara vazia.

- Claro tio. – ela se levantou. – Qual bule? –

- O verde! – ela derramou um pouco do líquido quente contra a xícara e voltou para a cama. – Aqui amiga! –

- Obrigada. – ela pegou a xícara de volta. – Vão fazer o que agora? – ela suspirou.

- Alec vai para Driftmark para enterrar o Brady, e depois ele volta. –

- Eu ainda não entendi o que aconteceu com o Félix, ele não parecia o tipo de homem que iria surtar do nada. – Bella comentou e Rosalie apenas respirou fundo olhando para o chão, e a sua linguagem corporal me dizia que ela sabia o que tinha feito o homem surtar.

- Bebe o chá antes que esfrie, amor. –

- Eu também não sei! Nem sei se eu quero saber! – ela não queria saber porque ela já sabia, não duvidava nada. – Eu vou pedir um chá para dormir, porque vai ser difícil tirar aquela cena da minha cabeça. –

- Aqui. – Bella me entregou a xícara vazia, e eu apenas coloquei na mesa ao lado da cama, e eu me ajeitei na cama, encostando contra os travesseiros e fazendo cafuné em seus cabelos úmidos.

Rosalie ficou um pouco em silêncio, olhando para os seus pés, e ao voltar a olhar para a amiga e abrir a boca para falar, ela me encarou confusa.

- Ela dormiu! –

- Eu sei! Você deu o chá para ela dormir! –

- O senhor que disse que era para eu pegar o do bule verde! –

- Eu sei! Eu falei de propósito, porque eu sabia que ela ia ficar insistindo nessa história, então eu a coloquei para dormir! – respondi ainda fazendo o cafuné na cabeça de Isabella. – Agora que ela dormiu, eu quero conversar com você! Eu sei que está cansada, angustiada… Eu sei, mas eu não sei explicar, mas eu tenho um pressentimento de que tudo isso aconteceu por sua causa! Então, por que não me conta o motivo para o Félix ter matado na porrada o amante do Alec. – pedi.

- Por que acha que eu sei de algo, tio? –

- Porque ele é seu guarda juramentado, e me disseram que recentemente viram vocês dois andando para cima e para baixo direto! – respondi. – O que você fez? –

- Eu dormi com ele! – ela respondeu em fio de voz.

- Você fez o que?! – questionei e Bella se mexeu contra o meu peito. – Varanda! – mandei ela apenas se levantou e seguiu para lá. Com cuidado, eu tirei Isabella de cima do meu peito e a deitei na cama, ela prontamente aninhou a cabeça contra o travesseiro e abraçou o outro. Puxei as cobertas até os seus ombros e fui para onde a minha sobrinha me esperava. Uma chuva forte havia começado a cair sobre Adhara, e fazia um vento frio passar pela cidade, e eu tive que fechar a porta do quarto, para que o vento não fizesse com que Isabella sentisse frio. Rosalie olhava para a baía da água negra, abraçando o casaco do pai contra o seu corpo. – Como assim você dormiu com ele?! –

- Dormindo! Do mesmo jeito que o senhor dorme com a Bella! –

- Você enlouqueceu? –

- Se eu fosse um homem todo mundo esperava que eu já tivesse transado com mais da metade de Adhara! – reclamou elevando o tom de voz.

- Fala baixo! – mandei. – A última coisa que eu quero é que ela saiba disso. – respirei fundo para não acabar gritando também. – Você contou a ela? –

- Quase, eu ia contar mais cedo, mas o Alec atrapalhou e eu não contei! –

- Ótimo, então não conte, eu não quero que ela se sobrecarregue de novo enquanto está gravida. – eu respirei fundo. – Rosalie, eu não ligo se você dormiu com alguém estando casada ou não, pela forma que você contou, foi algo consentido por você, e por mim tudo bem! Até porque eu ouvi e concordei com a história de você arrumar um amante enquanto está casada com Alec! Mas, você tem noção de que se ele abrir a boca para o seu pai ou para a Jéssica… -

- Eu sei, tio, eu sei! – ela se queixou e eu vi seus olhos marejando. – Eu não entendi porque ele surtou! Hoje, antes das justas, ele me puxou em um canto e veio falar comigo e… Ele é louco! Ele me convidou para largar tudo! Largar nome, trono e fugir com ele para Mensa, ou sei lá para onde, para vivermos as nossas vidas indo de cidade em cidade morando no porão de barcos e vendendo laranjas e canelas! E quando eu neguei, ele veio me culpar por ter manchado a honra que o manto branco pede… Ele falou de um jeito como se eu tivesse o obrigado a dormir comigo! –

- Rosalie… -

- E olha que eu falei para ele do acordo com o Alec, e ele podia ser o meu amante e… -

- Você não falou isso para ele! – falei entre os dentes. – Rosalie, se ele abrir a boca… -

- Ele foi preso! E meu pai deve ir falar com ele nos próximos dias… Quer dizer, caso sobreviva! –

- Caso quem sobreviva? –

- Meu pai! – ela suspirou. – Ele desmaiou no final da cerimonia e ao levarem ele para o quarto, Jéssica se trancou com ele e com o meistre e não deixou ninguém entrar, nem eu e nem o lorde Hightower! Ele ficou lá embaixo organizando a bagunça! –

- Me escuta, e presta atenção no que eu vou falar! Se essa história caí nos ouvidos de Jéssica, você perde a sua reivindicação ao trono e a sua cabeça, tenha certeza disso! Não podemos deixar o Strong ir falar com ele, e alguém precisa calar a boca do Félix! –

- Ele não vai falar nada! –

- É obvio que vai, Rosalie. Ele está se sentindo humilhado, usado, com o ego ferido e sabe-se lá mais o que para simplesmente ter matado o Brady na porrada! Ele vai abrir a boca! Até porque o castigo para ele é ser castrado, um homem prefere a morte do que ser castrado! –

- Então eu vou falar com ele e… -

- Você não vai fazer nada! – eu sibilei para ela. - Você já falou coisas demais para ele! E eu não quero você nem perto daquelas masmorras! Não piore a sua situação. – mandei e eu apoiei as mãos no parapeito da varanda, respirando fundo e sentindo a maresia entrando no meu nariz. – Eu vou resolver isso! Eu vou fazê-lo calar a boca e livrar a sua cabeça. – eu me virei para olha-la. – Eu não quero que Isabella saiba de nada disso! Nem do que você me contou e principalmente do que eu vou fazer! –

- E se ela me perguntar, ao acordar? –

- Mente! Diz que não sabe de nada. Só sabe que ele surtou e espancou até a morte o amante do Alec, só isso! Você não sabe de nada! – falei firme e ela assentiu. – Vai fazer o que agora? –

- Deitar e tentar dormir! Alec deve estar partindo agora para Driftmark com os pais. –

- Então fica com ela até eu voltar. Ela não vai acordar, mas fique de olho caso algo aconteça. Eu vou ver o seu pai e resolver o seu problema. –

- Tá bem. – disse simplesmente e eu voltei para dentro do quarto.

Eu me aproximei da cama, que minha esposa dormia profundamente,  e ao apoiar um dos joelhos na cama, eu dei um beijo em sua cabeça e ela se mexeu, aninhando mais ainda a sua cabeça contra o travesseiro. Peguei o cinto, onde a minha espada e adaga estavam presas, e deixei o quarto, prendendo-o em volta de minha cintura e segui pelos corredores vazios e silenciosos na direção da torre oposta, onde ficava o quarto do meu irmão.

Mal eu me aproximei da porta do meu irmão e um guarda do manto banco bloqueou a minha passagem, eu nunca o tinha visto vestir o mando banco, mas eu o tinha reconhecido, ele tinha sido um dos soldados que eu havia derrotado na justa de mais cedo, ele era o escudo juramentado de Jéssica.

- Saí! – mandei simplesmente quando ele não saiu.

- Perdoe-me alteza, ordens da rainha! –

- Ordens da rainha? – debochei. – Quando eu me importar com as ordens da sua rainha, eu te aviso! – respondi e o empurrei para o lado, desbloqueando a porta e entrando no quarto do meu irmão.

O quarto estava quase que completamente escuro, mas eu conseguia ver o meu irmão deitado no meio da cama grande. Ele estava acordado e se vestia, mas visivelmente ele não estava bem. Ele estava terrivelmente pálido e parecia mais com um moribundo que tinha pouquíssimas horas de vida, do que com o homem que estava no banquete a poucas horas. O meistre e seus ajudantes estavam em volta do rei, colocando sanguessugas em seus braços. Ele já aparentava ter pouco sangue para quererem tirar mais ainda dele.

- Eu não disse que não era para deixar ninguém entrar? – Jéssica perguntou parada próxima a cama, com a raiva transparecendo em sua voz.

- Eu tentei majestade e… -

- E não é só porque você é a esposa do meu irmão que você me impede de fazer algo! – respondi. – Eu sou o neto do antigo rei, você não é nada! – falei firme. – Quem tem o sangue real aqui sou eu e não você! Além do que, já era para ter percebido que está para nascer a pessoa que vai me impedir de ver o meu irmão! – respondi simplesmente.

- Vem. – com a voz fraca e falha, Carlisle tentou levantar a mão me chamando para perto da cama, porém ele mal tinha forças para erguer a mão.

- O que houve? – questionei me sentando na ponta da cama, ao lado de seu corpo.

- Só um mal estar! –

- Um mal estar que está deixando a sua filha desesperada, já que a sua queria esposa proibiu a entrada dela! – ele suspirou e Jéssica bufou.

- On-onde ela está? –

- Ela está no meu quarto, está de olho na Bella, vai ficar lá até eu voltar! – respondi. – Ela passou mal com a aquela maravilhosa cena que o vosso guarda contracenou! – ironizei.

- Eles estão bem? –

- Sim! O meistre disse que ela e o bebê estão bem! –

- Perdoe-me a intromissão. – o meistre parou a minha frente, com uma sanguessuga fininha em mãos, que eu sabia que em poucos minutos estariam bem gordos e inchados. – Ela tomou o chá, alteza? –

- Sim. Ela tomou os dois e está dormindo profundamente. – respondi. – Assim que eu voltar ao quarto eu peço para a Rosalie vir! – ele assentiu. – E quanto ao guarda… O tal de Félix? –

- Meu pai já foi resolver isso e… - Jéssica falou.

- Você resolve. – ele a interrompeu e foi interrompido por uma tosse. Carlisle levou um pano branco a boca e eu notei algumas partículas de sangue contra o pano.

- Meu rei, o meu pai é o mestre das leis e… -

- E ele criou mais da metade das leis que o seu pai segue! Ele conhece as leis melhor do que ninguém e as executa muito bem! Com o manto branco de Félix retirado, quem cuida dele agora é o Edward. –

- Tudo bem! – eu me levantei da cama. – Avise a sua esposa, Carlisle, que antes de ela ser a sua esposa, eu sou o seu irmão! Portanto, eu exijo ser informado caso aja melhora ou piora do seu quadro de saúde! – falei para ele, porém olhando sério para Jéssica, que retrucou o olhar para mim.

- Não se preocupe! – ele tossiu de novo. – E você também me avise caso aconteça algo com a sua esposa! –

- Sim senhor! –

Eu deixei o quarto e segui na direção das masmorras, mesmo que eu estivesse armado, eu planejava não sujar as minhas mãos. Eu subia as escadas com calma, e esperava que o Strong não estivesse lá em cima. As masmorras eram divididas em duas partes separadas, e eu havia sido informado pelo guarda que estava aos pés da escadaria das masmorras, que em uma estava o manto branco que havia sido preso por roubo e na outra estava Félix, sem suas armas ou armadura.

- Você só precisa me explicar o que houve… - eu ouvi a voz do Strong e apressei o meu passo.

- Senhor, eu só converso com o rei! –

- Eu estou aqui… -

- De enxerido! – falei atraindo a atenção dos dois. – Até porque, em primeiro lugar, isso aqui não é a sua função e em segundo lugar porque o meu irmão não te mandou aqui! – ele se virou para me encarar. – Quem te mandou foi a sua filha, que também é bem enxerida! Então, saía, pois o rei mandou que eu viesse resolver esse problema! –

- O senhor cuida da patrulha da cidade e… -

- E cuido para que as leis sejam cumpridas e sou eu quem executa as sentenças dessa cidade. Pode me chamar de carrasco se quiser! Então, saía, eu quero resolver esse problema e voltar logo para a minha esposa. Além do que, eu preciso me entender com este senhor, pois, graças a ele, a minha esposa está passando mal. E eu não vou pedir para você sair de novo! Se quiser, vai perguntar a sua filha, o rei mandou que eu resolvesse isso na frente dela! –

- Ora, se a vossa esposa não está se sentindo bem, pode ir ficar com ela porque eu já estou resolvendo e… -

- E você escolhe. Ou você sai caminhando tranquilamente descendo as escadas, ou você aprende a voar quando eu te jogar pela janela. A escolha é sua! – ele caminhou para a porta. – Excelente escolha. – ele passou pela porta e eu fui logo atrás e esperei que ele descesse as escadas e passasse pelo guarda que estava de guarda no meio da escadaria. – Ele não sobe. – falei sério. – Nem ele e nem ninguém, a menos que você queira dividir a cela com o prisioneiro. – ele apenas assentiu e eu fechei a porta.

- Eu pensei que o seria o rei quem viria. – ele comentou quando eu tranquei a porta.

- O rei está bastante ocupado. – menti. – E você deveria saber que quem cuida das leis dessa cidade, pelo menos na prática sou eu! –

- Quando eu cheguei o senhor não estava mais em Adhara, vossa alteza. Estava na guerra em Stepstones, e pelo que eu ouvia, antes da guerra, estava em Walano! – apontou quando eu peguei a sua adaga, que estava ao lado de sua espada, em cima de seu manto branco que estava sobre a mesa velha de madeira.

- Em outros tempos, a minha sobrinha ou irmão jamais aceitaria um escudo juramentado sem que ele passasse por mim primeiro! – contei. – E justamente o que eles escolheram sem a minha opinião, e isso acontece. – eu peguei a chave da cela, que estava pendurada na parede. – Eu não queria estar aqui! – admiti destrancando a porta. – Eu queria estar com a minha esposa, ela não está se sentindo bem graças a vossa cena no salão. –

- Peço perdão, eu agi por impulso. Espero, sinceramente, que ela e o vosso filho fiquem bem! –

- Agiu por impulso? – questionei entrando na sela. – Por que então não me explica o que aconteceu? – pedi pegando um velho banco de madeira e o colocando a sua frente, já que ele estava sentado na cama dura. – Por que você agiu por impulso, em momento algum a princesa foi ameaçada?! Se ela tivesse sido, você estaria recebendo os louros, mas não é o caso e você está recebendo a mim, e eu sou simplesmente a pior pessoa que você queria que viesse resolver este problema. – eu me sentei a sua frente. – O que houve? –

- Alteza… -

- Eu já sei que dormistes com a minha sobrinha. – avisei. – Eu já sei que ela te contou que pretende arrumar um amante com esse casamento e eu já sei da proposta indecente e idiota que fizeste a ela. Então não me enrola e não mente, eu não estou de bom humor! – ele suspirou.

- Aquele homem veio falar comigo! Eu não sabia como, mas ele sabia o que tinha acontecido entre a princesa e eu. Talvez o sor Alec tenha contado e… -

- Alec não sabia! – o interrompi. – Rosalie só contou para mim, nem para a melhor amiga dela ela contou! Então, reformulemos a vossa frase, ele jogou e você caiu como um patinho! –

- Ele… Ele começou comentando que a princesa e o sor Alec formavam um belo casal! E logo em seguida se apresentou como o sor Brady Fuller e disse que o chamavam de cavaleiro dos beijos! – ele bufou. – Ele disse que eu não o conhecia, e nem ele a mim, mas que ambos estávamos envolvidos naquele casamento. Ele disse que o sor Alec era muito importante para ele, assim como a princesa era importante para mim. Ele queria que um jurasse para o outro que sempre iriamos protege-los e aos seus segredos, pois caso eles estivessem seguros, eu e ele também estaríamos! –

- E então, você decide simplesmente mata-lo na porrada! –

- Eu não sei o que se passou pela minha cabeça, alteza, eu juro. – ele passou a mão pelo rosto. – Eu descumpri o meu juramento! Eu manchei a honra que o manto branco pede! Eu… Eu quero falar com o rei, eu preciso falar com o rei e explicar os meus motivos e… -

- Explicar os seus motivos? – questionei. – Ou seja, quer contar ao meu irmão que você dormiu com a filhinha dele! –

- Ela me seduziu e… -

- Oh… Ela te seduziu! A minha sobrinha te seduziu? – ele assentiu. – E você acha que o rei vai acreditar mais no: majestade, a princesa me seduziu ou em: papai, o sor Félix me estuprou? –

 

Não! Isso não é verdade! Eu não encostei nela sem a permissão da própria e… -

- E você acha que ele vai acreditar em você ou na filha dele? – questionei. – Sabes muito bem que serei pai em poucos meses, então, eu acreditaria no que a minha filha falasse. No que a minha esposa falasse, no que a minha sobrinha falasse. Se qualquer uma delas falasse para mim, que foi estuprada… Se eu fosse o meu irmão e essa história chegasse aos meus ouvidos eu não te matar! Seria tão fácil e indolor! Sabe o que faria? – eu apoiei os meus braços sobre os meus joelhos e me aproximei dele. – Caso minha filha, minha esposa ou se a minha sobrinha falasse para mim que foi estuprada eu iria torturar o filho da puta com muito gosto! Ele iria implorar para que eu o matasse, e eu não mataria! Eu quebraria osso por osso, bem devagar! Arrancaria suas bolas e seu pau murcho e o faria engolir! Arrancaria unha por unha, dente por dente, pelo por pelo, e no final, eu abriria da garganta até a virilha e puxaria todo o intestino para fora e o usaria para enforca-lo! – ele engoliu em seco. – Acredita que eu ainda acho que isso é pouco?! Isso não é nada, comparado ao que minha filha, minha esposa ou minha sobrinha iriam carregar pelo resto da vida! – Oh… Eu poderia afoga-lo e queima-lo durante a sessão de tortura e talvez ao invés de arrancar fora o intestino eu podia amarra-lo em quatro cavalos e fazê-lo ser desmembrado! E mesmo assim seria pouco! – suspirei. – Meu irmão não é muito da violência, eu admito que o sádico da família sempre fui eu, desde pequeno, mas eu acredito que caso a minha sobrinha contasse a ele que foi estrupada, eu acho que ele chegaria bem perto disso! E caso ele não conseguisse fazer, eu não duvidava nada de que ele iria me pedir para assumir e eu assumiria com muito gosto! – eu me ajeitei no banco. – Deixa eu te contar uma pequena história, antes de eu me casar com a minha esposa, quando eu comecei a corteja-la, isso já tem uns seis anos, com certeza você sabe da história, da carnificina que eu fiz em Adhara… - ele assentiu. – Pois então, antes de eu sair eu soube, pela boca da minha própria esposa, que ela foi seguida por um homem qualquer. Ele não fez nada, mas sabemos o que ele teria feito caso conseguisse pegá-la, não sabemos? – ele assentiu de novo. – Eu cortei a cabeça dele com o maior prazer do mundo! E ele apenas a seguiu por alguns quarteirões… E sabe o que piora a sua situação? Você matou um convidado importante da família do noivo da princesa, da família do rei, pois caso não saiba, a mãe de Alec, a princesa Gianna é minha prima, o que faz de Alec meu primo! Você matou um convidado importante da família real! Tem noção do problema que você arrumou? Tem certeza que você quer contar isso ao rei?! –

- Alteza… -

- Acredito que eu você saiba qual é o melhor caminho para sair disso, não sabe? – perguntei e eu apenas estiquei o punhal em sua direção. – Ninguém vai saber de nada! Você surtou uma vez matando alguém no meio de um noivado, por que não poderia surtar e se mataria também?! Culpado pelo que você fez! – instiguei e vi seus olhos presos na lâmina prateada em minha mão. – Melhor o povo saber que você se matou por culpa do que fez, do que ser executado em praça pública por ter estuprado a princesa, isso se o meu irmão não te torturar ou pedir para eu te torture! – lembrei-o. – Imagina a desgraça que vai cair sobre a sua família! Sobre o seu pai, sua mãe, caso eles ainda estejam vivos, mas pense na sua família, na retaliação que eles vão sofrer por serem parentes do homem que estuprou a futura rainha de Andrômeda! –

- Alteza… -

- No seu lugar eu preferia a morte rápida do que a humilhação que eu traria para a minha família!  - suspirei. – Mas isso é uma decisão sua e apenas sua! – eu me levantei do banco e coloquei a adaga sobre o banco. – Amanhã pela manhã eu volto para ver se você escolheu o caminho fácil ou o caminho difícil… Mas, de qualquer forma… Você vai morrer! – apontei. – Enquanto pensa, lembre-se, você matou o amante de Alec, só porque foi rejeitado! Ele foi apenas uma vitima sua, pois ele não tinha culpa de nada! A culpa foi toda sua, que achou que a minha sobrinha largaria o título, o nome e tudo o que ela tem, para viver em porões de um barco velho vendendo laranjas e canelas! – eu acabei rindo. – Ela iria se fosse a minha esposa a convidando, disso eu tenho certeza, mas por um homem? Eu duvido que ela faria uma idiotice dessas! – eu apenas suspirei. – Pensa qual caminho, o mais rápido e menos doloroso ou o humilhante, você quer até a morte, porque independente do caminho que você escolher, ela será o seu destino amanhã! –

Eu deixei a sua cela, trancando-a e colocando a chave de volta no lugar dela, pendurada na parede. Eu tinha deixado a adaga a sua frente, com ele pensativo e com os olhos presos na lâmina. Eu desci as escadas e mandei ao guarda que não entrasse nas celas, apenas amanhã pela manhã, na hora de leva-lo ao julgamento, e sem questionar ele me obedeceu. Eu desci as escadas e caminhei tranquilamente para o meu quarto, e ao entrar no corredor do mesmo, eu já fui me livrando do cinto onde eu carregava a minha espada e adaga. O valete abriu a porta para mim e eu entrei, de imediato os meus olhos foram para a cama, e Bella continuava dormindo profunda e calmamente, como um anjo, e mal eu dei dois passos para dentro do quarto e Rosalie apareceu em meu campo de visão.

- Fez? –

- Eu não fiz nada! Quem vai fazer é ele, se for inteligente! – garanti. – Caso ele não seja, e ele for conversar com o seu pai, diga que ele te estuprou. –

- Mas ele não… -

- Ele te estuprou! – falei baixo e sério e ela apenas assentiu. – Ele vai escolher o caminho mais fácil, mas não caso não escolha, diga apenas isso e chore! – ela assentiu de novo. – Agora vai ver o seu pai, ele está te esperando! –

- Tá bom tio! – ela se afastou.

- Rosalie. – eu a chamei, me virando para ela, e ela parou perto da porta. – Eu não vou estar sempre aqui para limpar a sua bagunça! – falei sério. – E você sabe disso! – ela apenas assentiu. – E em hipótese alguma eu quero que qualquer parte dessa história caia nos ouvidos de Isabella, não faça com que eu me vire contra você! – ela assentiu de novo.

- Ah lembrei. O lorde Hightower veio ver a filha a pouco tempo, disse que amanhã ele volta, mas que caso aconteça algo durante a madruga é para chama-lo imediatamente. –

- Ele perguntou o motivo de você estar aqui? –

- Eu disse apenas que o senhor tinha ido ver o meu pai. Ele está tão cansado e preocupado com a Bella, que ele sequer questionou qualquer coisa. –

- Tudo bem. Pode ir! Pro quarto do seu pai e depois para o seu! Eu quero você longe daquela masmorra! –

- Eu já entendi, tio! – ela saiu do quarto, fechando a porta devagar atrás de si.

Quando ela saiu, eu me troquei rápido, principalmente ao ver que Isabella começou a se mexer demais na cama. Subi na cama devagar e deitei ao seu lado, aninhando o meu corpo contra o dela, e ao sentir a minha presença ali ela foi se acalmando e voltando a dormir com mais calma. Deitei a minha cabeça contra a dela e apoiei a minha mão sobre a sua barriga, por cima da camisola, eu afundei o meu rosto em seus cabelos, que agora estavam completamente secos, e fechei os olhos, tentando não pensar na decisão que Félix iria tomar, apenas me concentrando no cheiro da minha esposa e nos leves chutes que eu sentia o meu filho dando enquanto eu acariciava o seu ventre com as pontas dos meus dedos, e fui seguindo com a caricia, até pegar no sono.

Nenhum comentário:

Postar um comentário