sábado, 30 de março de 2024

Capítulo 28

 Adhara – Continente de Andrômeda –113 Depois da Conquista.

Pov. Edward.

Comigo sozinho com Bella dentro do quarto, eu a ajudei a se trocar para que ela ficasse o mais confortável possível. Ela não queria deitar para descansar de jeito nenhum, havia cismado que era melhor ficar andando pelo quarto, mesmo após eu ter ordenado a troca do colchão e de ele ter sido trocado bem rápido. Com as ordens do meistre, as criadas já tinham vindo ao quarto e deixado as coisas prontas, jarras com água e panos limpos no canto.

Duas pessoas já tinham vindo ver se estava tudo bem, Rosalie e Charlie. Minha sobrinha tinha sido a única que tinha ficado mais tempo, tentava distrair Isabella das espaçadas contrações que vinham, mas quando Bella apertou a mão dela com uma força capaz de quebrar um dedo, ela resolveu ir embora antes que ela descontasse a raiva que ainda sentida pelo que Rose havia feito, e usado como desculpa as contrações do parto.

Nós dois tínhamos passado a madrugada inteira acordados, primeiro porque o meistre vinha categoricamente a cada hora ver como ela estava, e também porque, em tempo bem espaçados, ela sentia por alguns segundos as contrações fortes de novo.

Demorou quase que um dia inteiro até as pontadas piorarem e o espaço entre elas ter se tornado mais curto e a dor mais forte, mesmo que ainda durassem poucos segundos. O meistre anunciou que a dilatação estava correndo bem, de forma lenta e gradual, e que praticamente só teríamos que esperar a bolsa romper.

- Você está bem? – perguntei. Eu estava sentado na ponta da cama, e ela de pé a minha frente com os braços apoiados em meus ombros e a testa contra a minha, ela tinha ficado pouquíssimas horas sentada ou deitada, continuava a insistir que ficar de pé doía menos, e como a dor quem sentia era ela, eu não questionava. – Na medida do possível? – perguntei baixo e passando o pano que eu tinha em mãos contra a sua testa suada.

- Eu estou bem. – ela apertou meu ombro, fazendo uma careta ao sentir outra dor vindo. – Eu só estou cheia de fome, calor e mais suada que um porco! – reclamou.

- Com licença… - o meistre entrou no quarto, e do mesmo jeito que era visível o quanto eu e Bella estávamos cansados, ele também estava, do mesmo jeito em que nós estávamos acordados desde ontem, ele também estava! – Como estamos? –

- Isso não vai acabar nunca? – questionou apertando o meu ombro de novo.

- Deixa eu conferir como estamos. – com dificuldade devido a idade e as pesadas correntes que tinha em volta do pescoço, ele se agachou ao lado de Bella. – Com licença. –

- Você está muito suada. – comentei passando o pano pelo seu rosto de novo.

- Ainda não está na hora. – respondeu se levantando. – A bolsa ainda não rompeu, e é muito perigoso se a rompermos, principalmente porque a senhora não está devidamente dilatada… Usando um dos piores termos possíveis, será um banho de sangue que vai acabar muito mal! Eu ter que romper a bolsa é a última opção que devemos pensar! –

- Eu não aguento mais. – ela me soltou, se afastando e apoiando as mãos na base na coluna enquanto voltava a andar pelo quarto.

- Não é melhor ela deitar e descansar? Pode demorar! –

- Ela não quer! Disse que de pé e andando doí menos! –

- Algumas mulheres relatam isso mesmo! –

- Ela pode comer algo? –

- Deve! Ela ainda não comeu desde ontem? – questionou assombrado.

- Ela não comeu nada desde está manhã, quando as dores ficaram mais frequentes. – corrigi.

- Ela deve comer. Coisas leves, sem muito tempero e beber bastante água. Está bastante calor esses dias e ela precisa ficar hidratada. E caso ela queira tomar um banho também! –

- E não tem nada para acelerar isso? – ela perguntou andando a minha frente.

- Tem! Tem um chá que ajuda a induzir o parto mais rápido, se a senhora quiser, mando trazer! –

- Traz uma dúzia de bules! –

- Mas eu preciso deixar avisado. Caso a dilatação se conclua e a bolsa não tenha se rompido, eu precisarei rompe-la, e já adianto que doí e não é pouco. – explicou. – Pelo que eu examinei, ainda está na metade do tamanho necessário, e os meistres concluíram de estudos, que a dilatação aumenta a cada hora, e ainda tem bastante tempo para a bolsa romper! –

- Metade? – questionou se segurando no encosto da cadeira, com uma contração e eu me levantei da ponta da cama para ampara-la. – Por que a da rainha Esme foi rápido? Pelo menos até a parte de ter que fazer força?! –

- Por que a rainha Esme já estava na sétima gestação, ela não sentiu as dilatações, ela só sentiu a bolsa rompendo. A senhora, está sentindo a dilatação de cada centímetro, principalmente por ser apenas a vossa primeira gestação! –

- Se eu soubesse que era assim eu não ficaria tão ansiosa para ela! – ela respirou fundo. – E eu não sei se eu quero uma segunda gestação. –

- Vem sentar um pouco! – pedi e sem teimar, ela andou até a cama e se sentou.

- Eu vou mandar trazer algo para ela comer e o chá! Ah… Só de o chá após ela comer, ela está a muito tempo em jejum. – eu apenas assenti. – Com licença. –

- Quer um banho? –

- Com pedras de gelo! –

Eu a deixei sentada na cama e fui até a porta e mandei o valete apressar as criadas para trazerem água para um banho, água fria, e ele saiu pelo corredor correndo. Ela tentou prender o cabelo em um coque mal feito, e eu notei que muitas mechas do mesmo estavam grudadas em sua nuca e pescoço, devido ao suor. A primeira coisa a chegar foi a água, e foi notável, quase palpável o alivio e prazer que ela tinha sentido ao entrar na água fria, e o alivio foi melhor ainda quando molhou o topo da cabeça. Após um bom tempo em que ela ficou na água, ela deixou a tina e se vestiu, e sobre a pequena mesa que tinha no quarto, já tinha o bule com o chá e a bandeja com comida, Bella comeu quase que a bandeja inteira, havia sido muitas horas sem ter ingerido nada, e logo em seguida ela tomou uma xicara cheia do chá frio.

Depois do jantar, Rosalie veio ver como a amiga estava e ficou mais um pouco de novo, mantendo distancia para que Isabella não tivesse como apertar a sua mão de novo. Já tinha um bom tempo que Rosalie estava aqui, eu não duvidava nada de que a madrugada já tinha caído quando Emmett bateu na porta e ao abrir a mesma, me chamou sem falar nada.

- O que foi? –

- Eu sei que você não quer saber disso agora, mas eu sei que a sua sobrinha não vai te contar. –

- Emmett, a minha esposa está em trabalho de parto e… -

- O seu irmão já sabe que a Rosalie dormiu com aquele guarda. – eu apenas suspirei. – Antes de ela vir para cá eles conversaram. Ele disse que esse boato tinha chegado ao ouvido dele, tanto esse quanto ao boato de que ela saia sozinha para as baixadas das pulgas. Ela negou pela alma da mãe e eu não sei o que ela fez, mas ela convenceu o seu irmão a afastar o Strong do castelo. –

- Como? –

- Ela disse que tudo isso era mentira, e que o Strong tinha inventado tudo isso para que livrasse o caminho para o neto. Ela admitiu que já foi a baixada das pulgas, disse que foi com a sua esposa enquanto você estava na guerra, mas que os guardas, Calleb e John estavam juntos! Eles foram chamados depois que ela saiu, e eles confirmaram que estavam juntos com elas! Ela disse que ele podia confirmar com quem ele quisesse que o máximo que as duas fizeram foram ficar sentadas nas muralhas por algumas horas e que a história que o Strong criou era falsa. E fez a cabeça do pai, dizendo que ele estava criando intrigas com todos, para que ele saísse com o certo e inventou uma história de que ele estava tentando roubar o cargo do seu sogro. Seu irmão o mandou embora, mandou voltar para a casa dele! –

- Eu sabia que Carlisle iria acreditar na filha caso ela negasse. Como ele não teve a prova que o Félix contou… -

- Mas… - ele me interrompeu.

- Mas o que? –

- Ele levou a história até a esposa, e ela está tentando convencê-lo a mandar o meistre dar a ela um tal de chá da lua, dizendo que caso ela bebesse, ela estava mentindo, mas em contra partida, se ela não bebesse… -

- Carlisle não vai mandar! O chá da lua é abortivo. Ele não vai correr o risco de abortar um filho legitimo da Rosalie com o Alec, mesmo nós sabendo que o casamento sequer foi consumado! – falei baixo. – E de qualquer forma, já tem muitos meses desde que ela se envolveu com o Félix, se ela estivesse grávida, já estava mais do que aparente. – apontei.

- A menos que ela esteja acusando a sua sobrinha de continuar com as saídas noturnas ou de se envolver com outras pessoas! Até porque, o Strong disse que viram a princesa dentro de uma casa dos prazeres! –

- Eu espero que essa garota não tenha feito uma idiotice dessa! – falei entre os dentes. – Eu sei que o Hightower tem olhos por toda Adhara, é o trabalho dele, alias, mas ele não entregaria a princesa sem falar antes comigo ou com Isabella… Disso eu tenho certeza. –

- Eu admito que eu saí do castelo em algumas madrugadas com a sua sobrinha, mas só fomos até as muralhas e mais nada! Ela sequer chegou perto de uma das casas dos prazeres enquanto estava comigo, e John e Calleb disseram a mesma coisa! E sozinha ela não deixou o castelo durante a madrugada, vigiamos a saída dos tuneis e periodicamente vemos quais são os tuneis iluminados! -

- Cuidado para essa culpa não recair sobre você! Eu vejo que vocês dois estão bem próximos! –

- Não nesse ponto, meu amigo, ela é sua sobrinha! –

- Fique de olho, se chegar algum chá no quarto, me avise! E sempre que Rosalie quiser sair, me avise! –

- Tio! – ela abriu a porta de supetão e com a voz chorosa.

- Está chorando por que? – questionei vendo os seus olhos marejados.

- A bolsa estourou! E eu acho que ela quebrou a minha mão. – falou levantando o braço e eu vi a sua mão esquerda completamente vermelha.

- Chama o meistre! – mandei ao valete, que saiu correndo. – Você para o seu quarto que depois eu vou conversar com você. – apontei para Rosalie. – E você de olho nela. – avisei a Emmett que apenas assentiu. – Hey… Eu estou aqui. – falei entrando no quarto e amparando Isabella, que estava de pé apoiada na cama. – Vamos deitar! –

- Eu não quero deitar! Ficar deitada doí! –

- Vem se apoia em mim! – eu passei as suas mãos por sobre os meus ombros, e as minhas eu passei por baixo de seus seios.

Demorou uns bons minutos para que as criadas entrassem no quarto e o meistre logo atrás. Ele ficava insistindo para que eu colocasse minha esposa deitada na cama, que era mais fácil, para ele e para a parteira, e em contra partida Isabella continuava insistindo em querer ficar de pé.

- Senhor, desse jeito não dá! – ele reclamou de pé aos pés da cama, enquanto a parteira estava de joelhos no chão. – Ela tem que deitar e… -

- Se ela não quiser, ela não deita. Entendeu? – falei firme. Bella tinha se virado de costas para mim, e eu tinha os meus braços passados por baixo de seus seios, lhe escorando. – É ela quem tem que estar confortável e não vocês! E se ela se sente confortável de pé, ela fica de pé! –

- Vamos, princesa, está começando a coroar. Eu estou sentindo. – a parteira disse ajoelhada no chão, e eu apertei os braços mais fortes em volta do corpo de Isabella quando ela apertou a minha mão com força ao vir mais uma contração. – Está saindo, apenas mais alguns empurrões… - ela foi interrompida por um barulho alto e oco vindo do telhado do quarto.

- O que é isso? – meistre perguntou quando um leve tremor percorreu o quarto, sendo seguido por um rosnar alto.

- Tessarion? – Bella perguntou ofegante. – Como ela fugiu do fosso? –

- Eu te disse. Ela sente o que você sente, e ela sentiu que você estava com dor e veio te proteger. – eu fui interrompido por mais uma contração de Isabella.

- A cabeça saiu, princesa… Mas um ou dois empurrõezinhos e acaba! – a parteira falou animada, provavelmente mais animada pelo fato de que iria levantar do chão e não ficar mais tempo de joelhos.

- Segura a minha mão. – eu entrelacei os meus dedos contra os seus. – Aperta, pode apertar. – falei baixo contra a sua cabeça. – Você não tem que aguentar sozinha, pode apertar! – garanti. – Respira… Respira… -

- Cala a porra da boca, Edward! – ela xingou apertando as minhas mãos e eu vi que o meistre olhou para mim assombrado pela forma que Isabella tinha falado. Eu só não sabia se era por ela ter xingado ou por ela ter xingado a mim!

Quando mais uma contração veio e ela empurrou com ela, as suas pernas falharam, e se eu não a segurasse com força, ela teria caído no chão e talvez até me levado junto. Junto com o último empurro que ela tinha feito, Tessarion rosnou forte sobre o telhado do quarto, mas um chorinho de bebê preencheu o quarto. Isabella deixou as pernas cederem e eu a escorei até que ela sentasse no chão, sobre as pernas, e soltando as minhas mãos, apoiando-as no chão sujo de sangue.

- É um menino! – a parteira falou segurando o bebê. – E está bem saudável! –

- Pelos deuses, me fala que só tem esse! – pediu arfante. Eu tinha me agachado atrás dela, eu peguei um pano molhado com uma das criadas e comecei a secar e a descolar os fios de seus cabelos, que tinham grudado em sua nuca.

- Vamos descobrir. Meistre, a tesoura! – ele se aproximou com uma tesoura na mão e cortou o cordão umbilical, e ela entregou o bebê para a outra criada que o segurou entre panos limpos. A parteira levou as mãos sujas de sangue para o ventre de Isabella. – É apenas um, alteza! O que falta sair agora é a placenta e aí a senhora poderá descansar! –

- Com um bebê desse tamanho, era até normal pensar que eram gêmeos. – o meistre comentou do lado da criada que limpava o bebê que continuava chorando.

- Você está bem? – perguntei quando ela jogou as pernas para frente, sentando no chão e deitando a cabeça contra o meu peito e ela apenas assentiu quando eu limpei a sua testa suada.

- Desculpa. – pediu com a voz baixa. – Por ter te xingado! –

- Fica tranquila! Pode xingar à vontade! – garanti e lhe dei um beijo na bochecha.

- Oh… O que é isso? – questionou levando a mão suja a barriga.

- É a placenta! – a parteira se ajeitou entre as pernas de Bella, colocando-as dobradas e as abrindo. – Só mais um empurrãozinho e acaba de vez! Eu prometo! – ela levantou a barra da camisola de Isabella que estava completamente destruída de tanto sangue. – Respira, eu sei que a senhora está cansada, mas é só mais um empurrãozinho e acaba. Respira… - ela respirou fundo. – Agora empurra! – ela respirou fundo algumas vezes e quando seu corpo fez força sozinho para expulsar a placenta, ela empurrou para que saísse de vez e um som molhado de algo escorrendo para o chão preencheu os meus ouvidos. – Pronto! Acabou! Agora acabou! – falou com calma quando entregaram a ela uma toalha seca. – Eu vou mandar preparar um banho bem quentinho para a senhora se limpar e relaxar enquanto limpamos o bebê e… - ela falou entregando a criada ao lado dela uma toalha cheia de sangue.

- Frio! Nada de quentinho! Frio! – Isabella respondeu.

- Certo, um banho frio enquanto limpamos o bebê. –

- Ele está bem? –

- Ótimo, a senhora não precisa se preocupar. – o meistre garantiu.

- Alteza, o senhor pode… -

- Claro que eu posso. – eu me levantei do chão, e peguei Isabella no colo que soltou um gemido de dor. – Desculpa. –

Eu levei Isabella para dentro do banheiro, como a água era fria, a tina já estava cheia e pronta. Eu fiquei no banheiro com a Bella, mas a porta do quarto tinha ficado aberta para que eu ficasse de olhos e ouvidos atentos ao meu filho. Mal eu coloquei Bella dentro da tina e a água ficou completamente vermelha. Uma das criadas veio ajuda-la a se lavar e a limpar o sangue de suas pernas e enquanto isso eu ouvia as outras criadas limpando o quarto.

- Que foi? – questionei baixo quando ela levou as mãos aos olhos.

- Eu preciso dormir! – ela soluçou. – Eu não tenho força para manter os olhos abertos! –

- Está tudo bem! – garanti. – Assim que você terminar de se limpar, você dorme! –

- Eu quero ver o meu filho! – ela soluçou de novo.

- Você já vai ver, meu amor, não se preocupe! –

- Prontinho. Eu vou pegar a toalha e uma roupa. – a criada falou ao se levantar do chão.

- Viu, agora você vai deitar bem confortável na cama e eu vou te entregar o nosso filho! – a criada se aproximou com a toalha. – Vem. –

Eu peguei Isabella de novo no colo, e a pus sentada na beirada na tina, apenas para seca-la e vesti-la. Ela estava deveras cansada, ela se esforçava para manter os olhos abertos, mas estava falhando miseravelmente, mas eu sabia que ela não iria ceder ao sono sem antes conhecer o filho. Com ela vestida, eu a peguei no colo de novo, ela não iria andar, eu não confiava em suas pernas, ela estava cansada e fraca. Eu a deitei na cama, apoiando um travesseiro contra as suas costas e o meistre veio me entregar um embrulho, o bebê limpo e embrulhado em um pano limpo.

Deitei o bebê contra os braços da mãe, e a criada apoiou um travesseiro debaixo de seus braços, para que ela apoiasse o peso contra o travesseiro, ao invés de apoiar contra a barriga ou deixa-los no ar. Ela sorriu ao ter o nosso menino nos braços, e o deitou contra o seu peito, beijando-lhe a testa. Isabella acabou dormindo em pouquíssimos minutos e com cuidado eu tirei o bebê de seus braços, entregando a uma criada e deitando minha esposa na cama, para que ela pudesse dormir.

- Senhor, o bebê tem que se alimentar! – a criada disse ao me entregar o meu filho, quando eu me sentei ao lado de minha esposa.

- Chame uma ama. Ela vem até aqui, meu filho não sai desse quarto! –

- Sim senhor. Devo trazer o pano quente? –

- Pano quente? –

- Sim. Para fazer o leite da senhora Hightower secar! – explicou.

- Não. Não traz pano quente nenhum! – falei.

- Mas vai vazar e… - ela tentou argumentar.

- Só traz a ama de leite e algo para comer. Só isso! – mandei e ela apenas assentiu.

- Senhor. – o meistre se aproximou. – Quando ela acordar, me chame para examina-la, por favor. E qualquer coisa que o senhor perceber, febre, ou dores muito fortes, ou sangramentos muito intensos, me chame imediatamente. É normal nos primeiros dias após o parto escapar um pouco de sangue, só é preocupante quando é muito! –

- Não se preocupe! Eu vou ficar de olho nela. –

- Com licença, senhor! – ele saiu e eu fiquei sozinho com a minha esposa adormecida, e o bebê inquieto e com fome em meus braços.

- Eu nunca pensei que fosse ficar tão feliz por ter um bebê em minhas mãos! – falei baixo olhando para o bebê que me encarava com os enormes olhos violetas e os cabelos bem ralinhos, mas já era possível ver que eram loiros. – Você entrou na pequena lista de pessoas com quem eu me importo. – falei aconchegando-o contra os meus braços. – Eu amo você, meu filho! – falei beijando o topo da sua cabeça.

Um tempo depois chegou uma criada junto com a ama de leite. Eu entreguei a ela o bebê e ela se sentou no sofá debaixo da janela, para amamentar o bebê faminto. Eu continuava ouvindo os barulhos que Tessarion fazia sobre o teto da torre onde ficava o nosso quarto, deixei o meu filho sendo alimentado e Bella dormindo e fui até a varanda para tentar acalmar o dragão, eu sabia que ela só iria se acalmar com Isabella, mas eu sabia que ela iria me entender, eu falei para ela que a sua montadora estava bem, só estava dormindo e que ela podia ficar calma, ela apenas baforou o seu bafo quente sobre o meu rosto e voou de novo para o topo da torre, ela não sairia dali enquanto Isabella não mandasse.

Voltei para dentro do quarto, deixando a porta aberta, o quarto estava quente e do lado de fora também, mas com a porta aberta corria um vento mais fresco. Com o bebê alimentado, a ama de leite me devolveu o meu filho e foi embora. A criada tinha deixado uma bandeja com comida sobre a mesa, eu estava cansado, eu sentia mais cansaço do que fome. O bebê tinha dormido, o deixando enrolado nos panos como ele tinha sido entregue, eu o deitei ao lado de Bella e com o olho preso nos dois, eu comi um pouco antes que pudesse dormir. Deite-me ao lado de Bella, no lado oposto do bebê e levei as mãos até o rosto de Bella para conferir a sua temperatura, ela não estava com febre e beijei-lhe o seu rosto e deitei ao seu lado, passando uma mão por cima de seu corpo, tomando cuidado para não fazer peso contra sua barriga ou contra o seu ventre e apoiando a mão sobre o bebê, para que eu pudesse senti-lo caso se mexesse.

Eu despertei no dia seguinte, ao tentar me aconchegar o meu corpo para mais perto de Bella e encontrando a cama vazia. Eu me sentei de supetão contra o colchão e olhei em volta do quarto, não encontrando nem a minha esposa e nem o filho, mas eu consegui ouvir um barulho de risada vindo da sacada e ao me levantar e ir para lá, eu encontrei com Bella, com o nosso filho no colo, e Tessarion plainava perto da sacada.

- Está fazendo o que de pé? – questionei passando os dedos pelos olhos.

- Eu vim ver a minha menina. – respondeu. - Ela estava preocupada. – ela respondeu acariciando o focinho do dragão. – Ela agora vai voltar para o fosso quietinha, não vai?! – perguntou quando ela alçou voo para o telhado da torre.

- Se ela não for sozinha, depois eu a levo! – falei. – Voltar para a cama, mocinha. –

- Eu estou bem! – garantiu voltando para dentro do quarto. – Bom dia amor. – ela parou a minha frente.

- Bom dia, princesa. – ela me deu um beijo e eu retribuir. – Mesmo que esteja bem, eu quero que descanse. – apontei e ela entrou no quarto. Isabella se sentou na ponta da cama, e eu a ajudei a se ajeitar contra os travesseiros e a por os pés em cima da cama. – Dormiu bem? – perguntei me sentando a sua frente e colocando suas pernas contra as minhas.

- Profundamente. A fortaleza podia desabar que eu não iria acordar. – ela ajeitou o embrulho nos braços, e levantou os olhos me olhando. – Você que aparentemente não dormiu bem! –

- Qualquer mexida sua ou do bebê eu acordava. – admiti.

- Vai dormir, nós dois vamos ficar bem! – garantiu e o bebê começou a chorar em seus braços. – O que foi? Está com fome? –

- Já tem tempo desde que ele comeu. – apontei. – E eu suponho que os seus seios ainda estejam doloridos! – eu me aproximei dela, fazendo com que os seus pés que estava sobre as minhas pernas, dessem lugar as suas coxas.

- Bastante. – admitiu. – E a minha camisola está meio molhada nos seios… - comentou.

- Então, já que os seus seios estão doloridos e vazando… - eu peguei o bebê de seus braços. – Caso queira, se ajeite para amamentar ele. – ela piscou os olhos para mim.

- É sério? –

- Eu disse que casada comigo você faz o que quiser, não disse?! Então, caso queira amamentar esse e qualquer bebê que tenhamos, fique à vontade. –

- Eu quero! – ela se apressou em dizer. Eu segurava o nosso filho com apenas uma das mãos, para ajuda-la a se ajeitar na cama, e pegando um travesseiro e colocando sobre as suas pernas e após ela ter se ajeitado, eu deitei o bebê sobre o travesseiro, eu ainda apoiava noventa por cento do peso do bebê enquanto ela abaixava uma das alças da camisola, expondo o seu seio e o bebê faminto o abocanhou afoito. - Calma. – pediu ao fazer uma careta ao senti-lo sugando. – Quando me falaram que uma mulher sofre do dia que nasce até o dia que morre, eu não achei que era todo dia! – comentou mordendo os lábios para segurar o gemido de dor.

- Encosta aqui em mim. – falei ao me sentar ao seu lado. Ela apoiou as costas contra o meu peito e eu passei um dos braços sobre os seus ombros. – Segura aqui. Já disse que não precisa aguenta sozinha. – lembrei-a e ela prontamente segurou a minha mão. – Quer comer alguma coisa? – perguntei quando ela apertou a minha mão com força.

- Agora não! – falou apoiando a cabeça sobre o meu braço que eu tinha por cima de seus ombros e ela suspirou aliviada em meio a uma careta de dor.

- A dor está passando? –

- A dor do seio cheio? Está! A dele sugando? Não! – ela apertou a minha mão após mais uma sugada forte do bebê, ela virou a cabeça na minha direção e sorriu para mim. – Eu te amo! –

- Eu te amo! – aproximei a minha cabeça da dela e beijei seus lábios.

- Vai dormir! Vamos ficar bem! – garantiu e eu apenas neguei.

Ele soltou o seio da mãe e continuou chorando com fome. Isabella soltou a minha mãe, apenas para virar o bebê de lado e expor o outro seio, que ele prontamente o abocanhou de novo, e ela voltou a segurar a minha mão. Eu tinha apoiado a minha cabeça contra o ombro de Bella e olhava para o nosso menino que sugava o seio da mãe com fome, com uma das mãozinhas pequeninhas apoiadas contra o mesmo. Ele adormeceu com a boca no seio da mãe, Isabella puxou as alças da camisola, se cobrindo de novo e voltou a aninhar o filho contra os braços.

- Deita aqui. – pediu esticando as pernas e dando uma batidinha em seu colo e eu deitei.

Ela tinha o filho dormindo em um dos braços e levou a mão livre até a minha cabeça, mexendo em meus cabelos, e eu sabia que era para me fazer dormir, igual eu fazia diversas vezes com ela. Eu estava quase dormindo quando ouvi uma batida na porta e antes que Bella tivesse a chance de fazer qualquer coisa, eu me levantei e fui até a porta, dando de cara com Charlie.

- Que cara é essa? –

- Eu estava quase dormindo. – admiti.

- Oh… Perdoe-me. – pediu. – E minha filha? Desde ontem ninguém dá nenhuma notícia… - eu dei espaço para ele passar.

- Ninguém deu notícias, porque ela dormiu antes mesmo de o meistre deixar o quarto e eu não queria ninguém aqui perturbando-a, no início da madrugada. – esclareci quando ele entrou no quarto.

- Oi minha filha. –

- Oi pai. –

- Como você está, minha menina? –

- Estou bem! – respondeu quando ele beijou a testa da mesma. – Quer segurar seu neto? –

- É um menino? – ele se abaixou e pegou o neto no colo. – Mas é um menino grande! Está explicado porque pensavam ser gêmeos! – ele passou os dedos pelos fios loiros que cobriam a cabeça do neto. – Não é surpresa ele ter nascido com os traços do Swan! –

- Eu só carreguei e pari! – Bella ironizou fazendo seu pai rir.

- E qual é o nome? –

- Vai ser o que nós decidimos? – perguntou ela para mim, quando eu me sentei perto de seus pés e eu apenas assenti. – Arthur! –

- Oi Arthur. – ele falou com o neto e Tyraxes grasnou ao entrar pela janela e se empoleirar na cabeceira da cama, fazendo com que Charlie se sobressaltasse com o pequeno animal. – Meu neto mal nasceu e já tem um animal desses por perto?! – reclamou.

- Já era para ter se acostumado. – respondi. – E não precisa se preocupar, Tyraxes só atacará quem ameaçar o Arthur. – expliquei. – Ele não vai te fazer nada. – garanti.

- Te falar antes que eu esqueça… - ele se virou para a filha. - Chegou um corvo do seu irmão ontem, quer noticias suas! –

- Se ele já quiser vir… - ela deu de ombros. – E se puder pedir para o seu irmão não vir, eu irei agradecer! –

- Vocês precisam de alguma coisa? – ele perguntou me olhando.

- Tem que trazer o berço. – falei. – Eu não chamei ninguém ainda porque eu queria barulho aqui dentro para ela descansar! –

- Meu neto vai ficar neste quarto com vocês? –

- Bella quer cuidar dele e eu disse que comigo, ela faz o que ela quiser! – respondi.

- Seu irmão achou que fosse querer colocar o menino para dividir o quarto com Alice! –

- Claro que não! – Bella respondeu se ajeitando na cama. – Eu não o quero perto de Jéssica! Ele fica debaixo dos meus olhos, principalmente em relação a ela. –

- Certo. Bom, eu apenas vim ver se você está bem! Eu tenho que ir, porque está um caos na sala do pequeno conselho! E, por fazer parte dele, sinto em dizer, que terá que comparecer a reunião de mais tarde! -

- O que houve? –

- Iremos escolher outro mestre das leis! E você também vota nessa questão! –

- O que houve com o Strong? – Bella perguntou.

- O rei o mandou embora e… Você o chamou de velho e surdo? –

- Chamei! Ficou se intrometendo onde ninguém o chamou e pediu para eu repetir a mesma frase três vezes! Disse que a idade o estava deixando surdo! Além de tê-lo chamado de intrometido nas entrelinhas! – respondeu.

- Isso é obra sua, sabe disso, não sabe? – questionou me encarando e eu apenas assenti.

- Eu sei! Mas em defesa dela, ela estava conversando com a princesa e ele queria saber qual era o assunto! – respondi e ele apenas suspirou.

- Bom, eu tenho que ir! Aqui minha filha. – ele se aproximou da cama e entregou Arthur nos braços da mãe. – Depois eu venho ver você e ficar um tempinho com vocês! – ele afagou a cabeça da filha quando ela ajeitou o bebê nos braços. – Vou mandar trazer o berço! Quer que eu conte ao seu irmão ou quer deixar a notícia para quando você for para a reunião? –

- Faça as honras caso queira! Por mim eu nem iria para essa reunião! –

-  Tudo bem então. Nos vemos depois. – ele beijou de novo a testa da filha e deixou o quarto.

- Você sabe o motivo do Strong ter sido destituído? –

- Rosalie. – respondi simplesmente quando ela deitou o bebê adormecido ao seu lado na cama.

- Vem cá… - ela estendeu os braços para mim. – O que a Rosalie tem haver com isso? – perguntou quando eu deitei entre as suas pernas, apoiando a minha cabeça em seus seios e apoiando todo o peso do meu corpo, nos meus braços, que estavam apoiados no colchão.

- O que você temia, meio que aconteceu! Chegou aos ouvidos do meu irmão que ela dormiu com o Félix, além de que ela foi para a baixada das pulgas durante a madruga e que ela foi a uma casa dos prazeres… -

- Mas ela nunca foi a uma casa dos prazeres. – apontou acariciando os meus cabelos.

- Ela disse que ia com você para a baixada das pulgas enquanto eu estava na guerra, mas que Calleb e John estavam juntos. Eles foram chamados e eles confirmaram a mentira. Ela virou o jogo e acusou o Strong de querer derruba-la para deixar o trono para o neto, o acusou de manipular o pai e de tentar roubar o cargo do seu pai, e o Carlisle o mandou embora! –

- Sabe que isso vai piorar a situação, não sabe? Jéssica agora vai virar todas as armas dela para a Rosalie e não vai descansar até se vingar por ter meio que expulsado o pai daqui. –

- Tentou convencer o meu irmão de dar a princesa um chá da lua! –

- Por que daria a ela um chá abortivo? –

- Se ela o tomasse é porque ela estava mentindo sobre ter se envolvido com o Félix… - respondi sentindo o sono chegando.

- Já tem muito tempo que eles ficaram juntos. Agora, se ela estivesse grávida seria de Alec. Parece mais que ela queria se livrar de um filho legítimo do que comprovar que a enteada dormiu com um guarda. – apontou.

- Exatamente. Carlisle nunca daria esse chá a filha! E isso com certeza irritou Jéssica! –

- Dorme amor. – ela deu um beijo no topo da minha cabeça e em questão de segundos eu estava dormindo.

Eu acordei de novo no meio da tarde, e mais uma vez eu estava sozinho na cama, antes eu estava abraçado na minha esposa e agora eu estava abraçado em um travesseiro. Ao abrir os olhos, eu vi Isabella perto de um berço, colocando Arthur ali dentro, e ao me ver acordado, ela se aproximou de mim, se sentando no colchão ao meu lado. Ela contou que os criados tinham trazido o berço e uma cadeira de balanço, pois segundo o pai, já que ela queria cuidar do filho, ela iria precisar de uma. Ela também contou que a reunião tinha sido adiada, pelo que parecia, Jéssica e Carlisle tinham discutido e ele estava indisposto para uma reunião que seria longa. Ela mandou que eu levantasse e fosse comer alguma coisa, pois eu tinha dormido uma boa parte da manhã e da tarde.

No dia seguinte eu acordei mais uma vez sozinho na cama, Bella estava sentada na cadeira de balanço, debaixo da janela do quarto, os pés estavam apoiados em uma pequena banqueta que tinha vindo junto a cadeira e ela amamentava Arthur. Ela estava distraída, deslizando os dedos pela cabeça do menino, e nem me ouviu levantando da cama e tampouco me aproximando dela, e acabou se sobressaltando quando eu beijei a sua bochecha.

- Bom dia, meu amor. – eu beijei a sua boca quando ela virou a cabeça para me olhar.

- Bom dia, amor. – eu me abaixei um pouco e beijei a cabeça do Arthur. – Vai para a patrulha hoje? –

- Não sei! Você está bem? – questionei deslizando a ponta do meu dedo pela bochecha gordinha do meu filho.

- Ótima. Ainda sinto um dor aqui e outra ali quando eu pressiono a minha barriga ou quando o Arthur mama muito forte, mas eu estou bem! – uma batida soou pela porta.

- Deixa eu ver o que é… - eu me aproximei da porta e a abri, o meu valete estava ali de prontidão com um dos valetes do meistre. – O que é? –

- Bom dia, vossa alteza. – ele disse. – O meistre pediu que eu viesse aqui ver se o senhor e a vossa esposa já acordaram, para ver se ela e o bebê estão bem. –

- Sim, já acordamos, mas peça para ele esperar um pouco, pelo menos para que possamos desjejuar. –

- Sim senhor, passarei a informação. – ele se afastou.

- Desjejum e água? – o valete perguntou quando eu olhei para ele.

- Isso! – ele assentiu e saiu também, enquanto eu voltava para dentro do quarto.

Assim que eu fechei a porta, Bella me chamou. Arthur tinha acabado de se alimentar e tinha dormido, ela queria que eu o colocasse no berço, para que não corresse o risco de acorda-lo ao se levantar da cadeira de balanço. Eu peguei o menino nos braços e o deitei sobre os lençóis no berço. Tyraxes estava empoleirado na lateral do berço e ao ver o pequeno dragão ali eu tinha me lembrado que Tessarion estava solta, e ao comentar isso com a Bella, ela tinha dito que o seu dragão não estava empoleirado sobre a nossa torre desde a tarde anterior, depois eu tinha que mandar um guarda até o vosso para ver se ela tinha voltado para lá.

O meistre tinha vindo mal nós tínhamos terminado de comer, já que a água tinha chegado primeiro e Bella tinha ido se lavar antes de mim, principalmente porque ela continuava tomando banho de água fria, já que reclamava do calor. Ele examinou a minha esposa e perguntou se ela tinha tido febre ou sangramento e tanto ela, quanto eu, negamos ambos.

- Bom, como a senhora Hightower diz que está bem, e para ser sincero ela nem aparenta que deu à luz há quase dois dias, na próxima semana ela já pode voltar aos afazeres normais, com moderação obviamente. – disse quando eu vi meu irmão e sogro entrando no quarto, quase que em silêncio. – Já os afazeres de esposa, eu peço que espere passar no mínimo dois meses! – ela apenas assentiu. – E o bebê? –

- Berço. – respondi e ele caminhou até ele. – Desejam algo? –

- Vim lhe dar as felicitações, irmão! Queria que fosse uma menina, para sofrer o tanto quanto eu sofro… - brincou ao me dar um abraço.

- Não se preocupe com isso, pois a sua filha já me causa muitos problemas. – Bella riu sentada na cama.

-- Como está, Isabella? –

- Ótima, majestade! – respondeu sorridente.

- Com licença… Vossa alteza, porque o menino está apenas de fralda? – ele questionou e eu não soube o que responder, já que a última vez que eu tinha o visto, ele estava envolto nos panos.

- Porque eu o deixei assim. – Isabella respondeu simplesmente. – Está calor e o menino estava inquieto enrolado em tantos panos, os mesmos já estavam molhados devido ao suor, então eu o deixei apenas de fralda, e ele dormiu profundamente. – respondeu.

- O bebê é muito pequeno, senhora, qualquer corrente de ar pode deixa-lo doente… -

- E se entrasse uma corrente de ar neste quarto eu ficaria feliz, mas não entra! Nem se eu derrubar essa parede aqui atrás entra algum vento aqui! – reclamou e ele apenas me encarou como se esperasse que eu concordasse com ele.

- Caso o quarto esfrie ou passe a entrar muito vento, eu cubro o menino. – respondi.

- Certo. Bom o príncipe aparenta estar ótimo, sem nenhum problema. Ele tem aceitado as amas de leite? –

- Ele só fez uso da ama no primeiro dia de vida. – respondi. – E isso porque Isabella estava exausta! –

- Quem está amamentando o bebê? –

- Eu! – ela respondeu como se fosse óbvio.

- Sabe que não tem necessidade, não sabe? Pode escolher qualquer ama de leite do palácio… - meu irmão começou a falar.

- Eu sei majestade, e eu agradeço, mas eu quero cuidar do meu filho! E seu irmão me prometeu que caso eu me casasse com ele eu poderia fazer o que eu quisesse, o que eu provavelmente seria sequer questionada em outro casamento. E eu quero cuidar do meu filho! –

- Então suponho eu que também não quer uma babá? –

- Só quando for extremamente necessário, mas fora isso, não, não vou querer! – respondeu.

- Certo. Eu tinha vindo oferecer tanto a babá quanto a ama de leite de Henry e de Alice, mas como não vão precisar delas… -

- Bom… - o meistre se fez presente depois de um tempo. - Como a senhora Hightower e o bebê estão bem, eu vou me retirar e qualquer coisa, só me chamar. – eu apenas assenti. – Com licença. – ele se afastou. – Oh princesa. E a mão? – ele perguntou ao se aproximar da porta e eu vi que Rosalie entrava no quarto com Emmett logo atrás.

- Está melhor, meistre! Ela ainda doí um pouco quando tento pegar algo muito pesado, mas está melhorando! –

- Fico feliz em ouvir. Com licença. – ele saiu.

- Bom dia… -

- O que houve com a sua mão? –

- Você quase quebrou a minha mão! – reclamou amostrando a mesma enrolada em um talas e Isabella riu. – Eu vou te devolver a mão quebrada… Eu quero você perto de mim quando eu tiver um filho e vou parir, se você não estiver do meu lado eu te caço por toda Adhara só para quebrar a sua mão. – resmungou e Isabella gargalhou da cama.

- Essas duas não tem jeito… - Carlisle comentou com o amigo, ambos rindo da ameaça da princesa.

– Cadê o principezinho? – perguntou se virando para o berço. – Posso? –

- Só não o acorde. – Bella pediu.

- Oi bebezinho. – ela o pegou no colo. – Mas você é tão bonito! –

- Pois bem. Irmão, aproveite que Rosalie está aqui e se troque e me encontre na sala do pequeno conselho. Temos uma reunião e você deve estar presente! –

- Se for para me por de novo como o meistre de leis do reino… Eu me recuso! Já disse, odeio o trabalho burocrático! – reclamei e Carlisle apenas bufou.

- Eu quero você na sala do pequeno conselho em quinze minutos. – falou sério para mim, e olhou para Isabella. – Meus parabéns pelo menino, terá uma copia do meu irmão e sinceramente eu não sei se isso é algo bom! Eu rezaria aos deuses para ele puxar o pai só na aparência, pois se puxar na atitude… -

- Teremos outra carnificina em Adhara? – debochou de forma irônica e meu irmão riu.

- Ou algo pior! – concordou rindo. – Vamos Charlie. – ele saiu do quarto.

- Eu já mandei o corvo ao seu irmão, quando eu tiver notícias, eu te aviso. – ela apenas assentiu e ele saiu do quarto.

- Rosalie, seu pai é um idiota! – reclamei e ela riu, sentando na cama ao lado de Bella, com cuidado para não acordar o menino.

- Qual é o nome do principezinho mais bonito da corte? –

- Arthur. – Bella respondeu enquanto eu pegava a minha jaqueta.

- Oi Arthur… Você fez todo o possível para não nascer no mesmo dia que a cobra da corte, não é? –

- Não foi ele quem fez o possível, fui eu que segurei o máximo possível. – Isabella brincou rindo e Rosalie o acompanhou.

- Posso saber como foi que conseguiu convencer o seu pai a expulsar o Strong? – perguntei vestindo a minha jaqueta.

- Chorei! E disse que era tudo mentira! –

- E é? – Isabella questionou erguendo uma sobrancelha.

- A parte da casa dos prazeres era pura mentira! Você tinha prometido me levar até lá e nunca levou! – eu encarei a minha esposa com o meu cinto de armas em mãos.

- E eu nunca ia levar. Eu só menti para você acordar! –

- Você passou tempo demais com o meu tio. – acusou.

- Eu sou casada com ele e acabei de parir um filho dele! Percebeu só agora que eu passo tempo demais com ele? – rebateu. – E você me respeita, sou a tua tia! – Rosalie riu.

- Já disse, prefiro mil vezes você de tia do que Jéssica como madrasta! Na verdade, eu aceitaria você até como madrasta. –

- E eu prefiro o seu tio ao seu pai, desculpa amiga. Eu… Eu gosto do jeito sádico dele! – eu acabei rindo.

- Vocês duas não tem jeito mesmo… - eu terminei de prender o meu cinto em minha cintura. – Eu já vou, meu amor! – eu subi na cama para dar um beijo em seus lábios. – Qualquer coisa me chama e eu espero me livrar dessa reunião o mais rápido possível! E comportem-se as duas, não é só porque o Strong foi embora que os espiões dele também foram, e como não sabemos quem são os novos, falem baixo! – pedi.

- Não se preocupe! –

- Qualquer coisa conversamos em cariano e ninguém nos entende. – Rosalie respondeu.

- Por falar nisso, tenta ver onde a Tessarion está! Se ela voltou ao fosso. – Bella pediu.

- Eu vou mandar um guarda até lá agora, não se preocupe. – garanti. – Deixa eu ir. – eu me aproximei de minha sobrinha, que ainda tinha meu filho nos braços, e beijei a cabeça de Arthur.

- Ah eu quero um beijo também! – fez bico e eu acabei rindo.

- Satisfeita? – questionei quando dei um beijo no topo da cabeça de Rosalie.

- Sim, muito obrigada. Sabe que és o meu tio favorito! –

- Eu sou o seu único tio, Rosalie. – apontei e ela riu enquanto eu saia do quarto.

- O que houve com Tessarion? – eu a ouvi perguntando quando eu saí do quarto.

Emmett estava ali ao lado do meu valete, e eu apenas mandei que ele ficasse de olho nas duas e que qualquer coisa era para me chamar e ele apenas assentiu. Enquanto eu seguia até a sala do pequeno conselho eu esbarrei em outro guarda dos mantos dourados e pedi que ele fosse, pessoalmente até o fosso ver se Tessarion tinha voltado para lá, e caso a resposta fosse negativa tinha me avisar imediatamente.

Quando eu cheguei a mesma, todos já estavam ali, até mesmo Jacob tinha vindo, o que provavelmente significava que Alec tinha voltado, tinha sido uma reunião de urgência, eu tinha ficado realmente surpreso por ele ter conseguido chegar rápido, principalmente porque ele se recusava a todo o custo de montar em um dragão.

- Muito bem, já que todos já estão aqui reunidos. Temos um problema sério para resolver! –

- Cadê o Strong? – Jacob questionou.

- Strong não faz mais parte deste conselho e também não mora mais neste castelo! Ele inventou mentiras descabíveis sobre a minha filha e sobre a minha cunhada que eu tive que tomar uma providencia mais drástica. –

- O que a minha esposa tem haver com isso? – questionei.

- Bom… Tecnicamente ele não citou o nome de Isabella, mas ele deixou subentendido. – Charlie explicou. – Pois muitas coisas que ele citou foi na época em que o senhor estava na guerra e as duas viviam grudadas, então… -

- Então isso significava que se Rosalie estava em um lugar, Isabella estaria junto! – terminei por ele.

- Exatamente! –

- Mas quais mentiras foram levantadas? –

- Ele disse que minha filha fugia para a baixada das pulgas, que viram minha filha em uma casa dos prazeres e que ela tinha se envolvido com um homem sem estar casada! – Carlisle respondeu. – Tudo foi negado… Quer dizer, a parte da fuga para a baixada das pulgas meio que foi confirmada, mas segundo ela os guardas iam juntos e você sabia! – ele apontou para mim.

- Sim, eu sabia. Eu disse a Calleb e a John que era para leva-las para onde elas bem entendessem, e eles levaram a minha ordem muito a sério! – menti. – Mas segundo minha esposa, elas não faziam nada de mais, apenas se afastavam da presença da nossa querida rainha. – debochei. – Então, eu não vi nenhum tipo de problema elas irem por algumas horas até as muralhas! – dei de ombros.

- Rosalie jurou pela alma da mãe que, sem ser a fuga para as muralhas, o resto é tudo mentira… E Rosalie jamais me deu motivos para desconfiar dela… Portanto… Eu ainda fui muito gentil em deixa-lo vivo após tantas mentiras, e agora nós precisamos de um novo mestre de leis… - ele comentou com todos e me encarou.

- Não conte comigo! Eu não faço trabalho burocrático! –

- Na verdade, eu estava pensando no lorde McCarty… Eu cheguei até conversar com o seu amigo, pois como você mesmo disse ele não se dava bem com o pai, ele disse que não se importava e ainda me instigou a dar o cargo ao pai… Acho que você estava enganado quanto a isso, meu irmão! –

- Ou então ele mentiu para você! – respondi. – Eu sei que o único amigo que eu tenho não mente para mim! – falei ouvindo a porta abrindo e eu vi com o canto dos olhos o guarda que eu tinha mandado até o fosso voltando. – Já voltou? –

- Com licença, majestade. – ele falou ao meu irmão antes de me encarar. – Eu não precisei ir, senhor, porque um mensageiro do fosso estava ai. – explicou. – Ele disse que Tessarion voltou ontem ao fosso, mas… - ele fez uma careta. – Aparentemente ela está machucada. –

- Como ela se machucou? – Carlisle perguntou. – Como ela saiu do fosso, para principio de conversa. –

- Ela apareceu no telhado do meu quarto, durante o trabalho de parto de Isabella. –

- Já nasceu? – Jacob questionou. – O que é? –

- Um menino. – respondi simplesmente e me voltei ao guarda. – Como ela se machucou? –

- O mensageiro disse que ela ficou agitada demais e tentava a todo custo sair do fosso. Eles não sabem ao certo se algum dos outros dragões a machucou, ou se ela se machucou ao fugir ou quando eles tentaram prendê-la. –

- É sério? –

- Eles não sabem. Ela não deixa ninguém chegar perto dela! E ele disse que durante a fuga, Tessarion machucou três guardiões, dois foi superficial e um está grave! – eu apenas suspirei.

- E você ainda fala que esse animal é inofensivo e tem um perto do meu neto! –

- Dragões se ligam em todos os sentidos com os montadores, Charlie, ela sente o mesmo que Isabella sente. E como eu disse, ela fugiu durante o trabalho de parto da sua filha. Não é porque ela sente o que Isabella sente, que ela entende o que está acontecendo… -

- Ela achou que Isabella estava em perigo e se soltou para protege-la… - Carlisle terminou por mim. – Sabe que ela só vai se acalmar com Isabella, não sabe? – eu apenas assenti.

- Eu sei! – olhei para o guarda. – Avisa ao mensageiro que ainda hoje ou no mais tardar amanhã eu levo Isabella lá para eles verem o ferimento de Tessarion. – ele assentiu. – E não é para nenhum deles comentarem sobre os guardiões machucados com a minha esposa! – ele assentiu de novo.

- Com licença. –

- Eu ainda não entendo a ligação das duas… - falei em cariano para o meu irmão, apenas para que ele entendesse. – Tem certeza de que ela não tem sangue da antiga Cária? –

- Tenho! Eu só não digo que é certeza absoluta, pois sabe que podem ter mentido nos registros. – ele deu de ombros. – Mas que a ligação das duas é estranha, eu não posso negar. Quando Gianna entrou em trabalho de parto aqui no castelo, Meleys ficou nervosa, porém não fugiu do fosso! – ele suspirou. – Vamos voltar ao assunto original. – ele voltou a falar na língua que todos entendiam. - Alguém aqui tem algo contra a nomeação do lorde McCarty para o cargo de meistre das leis? –

- De onde os McCarty são mesmo? –

- Serpens, lorde Masen! – Charlie respondeu.

- E não tem ninguém mais qualificado? Sinceramente, majestade, o lorde Strong fazia um excelente trabalho como mestre das leis, por mais que ele tenha inventado mentiras descabidas sobre a princesa, um pedido de desculpas era o suficiente e ele mantinha o cargo, não? – o Masen questionou.

- Quer realmente me dizer como governar o meu reino? – Carlisle perguntou sério.

- Não é isso, majestade… -

- Quantos filhos você tem, lorde Tyland? –

- Nenhum! – respondeu.

- E filhas? –

- Eu não sou mais casado, majestade, minha esposa faleceu junto com o nosso primeiro filho… -

- Então você não entende e não sabe o que é ouvir alguém inventar tais mentiras sobre os seus filhos, principalmente sobre a sua filha! Uma mentira dessas pode destruir a vida de uma mulher, deveria saber disso! – ele virou a cabeça na minha direção. – O que você faria se alguém inventasse uma mentira dessas sobre sua filha? –

- Arrancava a cabeça dele. – respondi.

- Vamos perguntar para alguém menos sádico que o meu irmão… Lorde Black, o que o senhor faria se alguém inventasse isso sobre a sua filha Jane? –

- Arrancava a língua dele fora! –

- Vamos perguntar para alguém que sequer vai a uma guerra ou impunha uma espada… - ele se virou para Charlie. – Charlie, meu amigo, o que você faria se alguém inventasse uma mentira dessas sobre Isabella? –

- Eu arrancava a língua dele fora! –

- Viu lorde Tyland?! Eu ainda fui gentil, eu o mantive com a língua ou com a cabeça. Só o mandei embora! – disse calmamente. – Então, irei refazer a pergunta, alguém aqui tem algo contra a nomeação do lorde James McCarty ao cargo de mestre de leis? –

Um a um eles foram negando a resposta de meu irmão, ninguém ali tinha nada contra a nomeação do pai de Emmett, eu que não iria negar, sabia que meu amigo não se dava bem com o pai, porém ninguém mandou que ele mentisse ao meu irmão e eu também aceitaria qualquer pessoa no lugar, apenas para que eu não assumisse aquele cargo de volta.

Ao sair da sala do pequeno conselho eu fui até o meu quarto, eu tinha que ver como minha esposa estava, para saber se ela estava bem para que eu pudesse leva-la até o fosso para que vissem como a Tessarion estava. Porém ao chegar ao quarto, eu não encontrei Rosalie ali, segundo o valete já tinha ido embora e ao entrar no aposento, Bella tinha dormido, por mais que ela negasse que estava cansada, eu sabia que ela estava.

Eu só consegui levar Bella até o fosso no dia seguinte, o bebê tinha ficado com Rosalie e nós fomos até onde Tessarion estava. Ela tinha uns arranhões, não muito feios, no seu dorso e com Isabella a distraindo, os guardiões conseguiram fazer uma pasta de ervas e colocar sobre o ferimento para que cicatrizasse sem problemas.

Depois do problema da ferida de Tessarion ter sido resolvido, Isabella só voltou a sair do quarto de novo, por escolha própria, depois de duas semanas, ou melhor, ela ficou mais tempo dentro do que fora do quarto, pois ela também ficava um bom tempo com o pai e com a Rosalie, enquanto eu estava ocupado. As coisas agora começavam a entrar no eixo, quer dizer, a maior parte das coisas. O pai de Emmett agora tinha se mudado para a corte, e meu amigo não parecia estar feliz com isso, tinha anos que ele não se entendia com o pai, mas quando estava perto do meu irmão, ele se “comportava”. Alec dividia o seu tempo entre Driftmark e Adhara, e é claro que já tinha chegado aos meus ouvidos certos comentários peculiares que Jéssica fazia sobre isso, é claro que ela não estava feliz com a partida do pai, e só não tinha tentado descontar em Rosalie, porque eu estava aqui. Eu podia falar qualquer coisa de Jéssica, menos o fato de que ela era burra, isso eu sabia que ela não era, ela sabia muito bem o que lhe aconteceria caso ela pensasse em fazer algo contra a minha sobrinha, minha esposa ou meu filho, principalmente enquanto eu estivesse aqui! Ela sabia que eu não me importava com o fato de ela ser a rainha, e ela também sabia que se ela fizesse algo com a filha mais de velha de Carlisle, e eu reagisse, eu estaria respaldado pelo meu próprio irmão!

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