sábado, 15 de junho de 2024

Capítulo 13

 Jane ficou encarando a irmã por alguns segundos sem saber o que fazer. Praticamente, Isabella estava te dizendo que ou ela morria ou ela ficaria presa com Charlie pelo resto da vida. Jane se sentou em sua cadeira, ela sabia que não tinha tempo a perder, se Edward tinha expulsado o rei Seth de Castela, ela teria pouquíssimo tempo para decidir e menos tempos ainda para colocar o plano em pratica. Infelizmente, não havia deixado de passar pela sua cabeça que Isabella poderia estar fazendo isso como uma forma de se vingar por tudo o que ela tinha feito obrigada pelo seu pai.

- Eu digo sem pensar duas vezes, Isabella, que morrer é definitivamente melhor do que ter que ficar passando pelo que eu passo pelo resto dos meus dias… Mas… - ela suspirou. – Você não está usando esse pretexto para se vingar, ou está? –

- Você sabe que eu não consigo fazer mal a uma mosca, quem dirá a você ou ao nosso pai! Acredito que eu só faria algo contra ele, caso ele ousasse tocar em minhas filhas! – Isabella disse calmamente. – Saiba, que caso você escolha isso, eu farei o possível para que você acorde, mas como eu disse, caso eu erre um miligrama eu posso acabar te matando. Portanto… - Isabella suspirou. – A decisão é apenas sua! Mas preciso dizer… Temos que agir rápido, Seth e nosso pai devem partir durante a madrugada, o que significa que possuímos pouquíssimo tempo! – Jane respirou fundo, passando as mãos pelos cabelos.

- Pode fazer! Eu quero! Eu… Eu vou pensar em um plano! – garantiu. – Se preocupe apenas em fazer essa receita, de forma perfeita! –

- Eu vou tentar fazer algo para atrasar a viagem, pelo menos até o amanhecer! Para que eu possa fazer isso com calma. Fique longe do nosso pai! – a rainha de Castela pediu e Jane apenas assentiu.

A rainha deixou o quarto da irmã, ela tinha tanta coisa para fazer que ela sequer sabia por onde começar, ela sabia que precisava ver as filhas e depois falar com o marido, e principalmente ficar longe do pai, ela sabia que ele estava furioso e sabia perfeitamente bem que ele iria tentar algo com ela.

- Edward. – ela chamou o marido, quando o encontrou ao terminar de descer as escadas da torre onde Jane estava hospedada. – Eu preciso falar com você! –

- Cadê as meninas? –

- No quarto! Eu… Eu ainda não fui até elas, eu preciso falar com você e tem que ser rápido. – ela o puxou para um dos corredores escuros, e ao mesmo tempo em que eles adentraram no corredor, o guarda de ronda se afastou, dando privacidade aos reis. – Jane quer que eu faça aquela coisa que pode dar errado! –

- Ela… -

- Ela sabe dos riscos, eu deixei bem claro a ela! E ela disse que prefere morrer a ter que continuar com meu pai e Seth! – respondeu deixando de fora a parte de que por um curto momento, sua irmã havia desconfiado que era uma forma de vingança de Isabella para com ela.

- O que você precisa? –

- Eu sei que você expulsou meu pai e Seth daqui, mas eu preciso de tempo! Eu preciso de tempo para fazer! – Edward passou a mão pelo rosto não gostando nem um pouco do que a sua esposa tinha dito.

- Eu não posso voltar atrás e dizer para eles ficarem aqui mais um dia ou dois! –

- Eu não preciso de um dia ou dois. Se eu não precisar me preocupar com as meninas ou com Charlie, até o amanhecer eu faço! – explicou. – Eu posso fazer chover! Cair uma tempestade bem forte, que não teria como ninguém sair do castelo, mas sabe que tempestades fortes podem causar danos nas aldeias em volta do castelo! – Edward suspirou.

- Uma tempestade agora vai acabar com todas as plantações. – ele suspirou de novo. – Independentemente do que aconteceu entre Jane e eu… Eu vou me sentir muito culpado caso eu a deixe sair daqui, sabendo do que está acontecendo e não fazer nada… Mas de qualquer forma, não consigo parar de pensar que isso possa ser alguma artimanha de Charlie para ter provas contra você! –

- Jane nunca foi uma boa mentirosa e de qualquer forma, a aura dela não mente! E eu deixei bem claro para ela de que, ela vai estar por conta própria para se livrar de Seth e de meu pai depois de tudo! Ela disse que vai pensar em um plano e eu só preciso me preocupar em fazer a poção! –

- Faça o seguinte, começa com uma chuva fraca, eu vou ver como anda os nossos celeiros, se tivemos como cuidar da população mesmo com o alagamento das plantações, pode deixar cair o temporal. –

- E as garotas? –

- Já tem um guarda na porta de cada quarto e eu já deixei bem claro que apenas eu, você e minha mãe pode entrar lá. Proibi até as entradas das criadas e preceptoras, minha mãe disse que ia ficar com elas, eu vou ver como elas estão e por precaução eu vou colocar um guarda apaisana no corredor de Jane, eu quero saber se Charlie vai até ela e o que eles vão conversar. Se o guarda ouvir algo que seja diferente da história que eu os expulsei, você não faz nada. –

- Então eu vou para a torre… - e como um estalo, ela lembrou-se do ingrediente mais importante da poção. - Droga… -

- O que foi? –

- Eu não tenho beladona! Eu evito usa-la porque dependendo da quantidade ela é mortal, principalmente porque as meninas às vezes mechem nas minhas coisas! –

- Quer que… -

- Não. – se apressou em dizer. – Mandar alguém ir pegar beladona para mim será um claro sinal de bruxaria! E ela não é vendida em qualquer boticário! Eu sei que tem alguns arbustos na floresta atrás do castelo, na parte mais densa, uma vez Victoria pegou um fruto e foi quando eu soube… -

- Me fala como ela é, o que precisa e do quanto precisa, que eu mesmo a pego. –

- É uma planta herbácea vivaz, é um arbusto ereto e que pode atingir até um metro e meio de altura. As folhas são grandes, inteiras, ovadas-acuminadas e geralmente glabras. As folhas superiores são geminadas, e muito desiguais. As flores… -

- Fala a minha língua, minha rainha, por favor. –

- Eu… Eu tenho um desenho dela no livro das sombras de minha mãe. Eu vou fazer começar a chover, vai ver a situação dos celeiros e eu vou pegar o desenho da planta. Eu não me demoro. – ele apenas assentiu. – Pegue a luva e depois a jogue fora, a planta é muito tóxica! – ele apenas assentiu de novo.

Isabella deixou o corredor e tratou de ir para a torre que havia ganhado de Esme para que pudesse fazer as suas magias e feitiços em paz e sem a intromissão de ninguém, e enquanto ela subia os degraus, ela ia murmurando baixo o feitiço de fazer chover que ela sabia de cor e salteado, principalmente porque havia sido o primeiro feitiço que ela tinha aprendido, e mal ela chegou nos últimos degraus e uma chuva fraca começou a cair sobre o castelo.

Edward foi até o seu escritório, chamando o seu valete junto para passar as ordens. Tudo teria que ser feito de forma milimétrica, nada podia dar errado, os dois iriam ajudar a mulher que ajudou a prejudicar ambos, mas isso não os fazia deixar de ter o pé atrás sobre ela! Enquanto ele procurava pelos papeis da quantidade de grãos que tinha nos celeiros, ela ia passando as ordens para o valete, de colocar um guarda disfarçado no corredor e ficar de olho se Charlie ou Seth apareceria por lá e para que ouvisse a conversa.

Com a ordem dada e a situação do celeiro verificada, ele foi atrás da esposa, a encontrando em sua torre, cuja torre era perfeitamente arrumada, com os potes e vidros e todos os tipos de objetos que tinham ali e os livros arrumados de forma milimétrica nas prateleiras e bancadas, mas agora, estava tudo revirado e bagunçado, com cerca de três livros grandes e pesados abertos na mesa ao lado de um caldeirão acesso. O rei dei a autorização para que Isabella pudesse fazer o temporal cair sobre o castelo, anunciando que tinham bastante suprimentos para diversos meses caso fosse necessário e entregou ao marido a página arrancada do livro de sua mãe, onde continha o desenho, até que bem detalhado, da beladona.

Edward guardou o papel no bolso interno de sua jaqueta e Isabella lhe entregou um saco para que ele pudesse colocar a planta, e pediu para que tentasse trazer um arbusto inteiro, pequeno, mas ela iria precisar de tudo, das flores, frutos, folhas, caules e principalmente da raiz e com um singelo aceno de cabeça, ele foi embora da torre. Antes de deixar o castelo, ele passou em seu quarto, para pegar uma capa grossa devido a chuva que começava a ficar mais forte de forma progressiva, e um par de luvas grossas para que não tocasse na planta quando a arrancasse.

E passando despercebido, ele deixou o castelo debaixo da chuva que começava a se tornar torrencial, quando voltasse ele iria se inteirar do que estava acontecendo com a comitiva de Seth. Enquanto o marido iria atras da beladona, Isabella ia preparando a poção, de forma milimétrica, ela lia a mesma sentença, a mesma palavra cinco vezes antes de adicionar alguma coisa no caldeirão, pesava as gramas cinco vezes para ter certeza de que não estava errando em nada, por maiores que fossem os desentendimentos de Bella com a irmã, ela definitivamente não queria ser responsável pela morte de Jane.

Na floresta, na parte mais densa, onde Isabella tinha dito ter visto os arbustos algumas vezes, Edward andava no quase escuro. Eles ainda estavam no final da tarde, era para o sol estar se pondo agora, mas a tormenta que caía havia feito com que o sol sumisse e o céu se tornasse completamente negro, e ele não conseguia se utilizar de uma tocha, por motivos óbvios de que a água da chuva iria apagar a chama da tocha no primeiro segundo que ele a acendesse. Ele deveria tomar cuidado, em primeiro lugar com os animais selvagens, e em segundo lugar com buracos, pedras e com a terra molhada, porém, depois de um bom tempo, com ele todo encharcado, tanto que a capa não tinha feito quase nenhuma diferença, ele tinha conseguido encontrar alguns arbustos que ele não conseguia. Pegando o papel em seu bolso e o molhando completamente, Edward forçou a vista, devido ao escuro, e confirmou que o arbusto que tinha encontrado havia sido o arbusto de beladona que Isabella necessitava.

Com o necessário dentro do saco, ele voltou para o castelo, ao contrário de na saída, foi difícil passar despercebido, já que ao voltar para o lado de dentro, molhando todo o corredor por onde passava, ele acabou esbarrando em Seth, Charlie e Jane, que volta e meia olhava para a escada, torcendo para a sua irmã aparecer, juntos a sua mãe.

- Onde você estava? – a rainha-mãe havia perguntado sobressaltada ao ver o estado do filho, que escondia a sacola dentro da capa.

- Eu fui caminhar para acalmar a minha cabeça e fui pego pela tempestade. – deu de ombros. – O que houve? –

- Vossa mãe não quer nos deixar ir embora! – Seth disse.

- Com essa chuva? Nem pensar! Até porque já fui informada que os rios estão transbordando e algumas pontes estão cobertas pela água. Não podemos permitir que ninguém deixe o castelo nessas circunstâncias! –

- Infelizmente a minha mãe se preocupa com todos! – ironizou Edward. – Bom, se minha mãe está preocupada com vocês, acredito eu, que apenas porque ela não sabe sobre a nossa conversa, fiquem até a chuva diminuir. Eu definitivamente não quero ficar com peso na consciência caso ocorra algo com vocês dentro do meu reino! Mas assim que a chuva passar, vocês voltem para o lugar que sequer deveriam ter saído! Contudo, até a chuva passar, eu quero vocês longe de mim, da minha esposa e principalmente das minhas filhas! Principalmente você! – disse simplesmente olhando diretamente para Charlie. – Com licença, mãe! – sem falar mais nada, ele continuou seguindo o seu caminho para a escada, deixando uma trilha de poças de água atrás de si.

- Muito bem, voltem para os quartos e se agasalhem, o tempo esfriou demais, já esperávamos por essa chuva a um tempo, porém jamais imaginaríamos que cairia justamente durante a vossa vinda, majestade. – Edward continuou ouvindo a voz da mãe. – Qualquer coisa que precisem, não se acanhem e venham me pedir pessoalmente. Agora, eu peço licença. – enquanto começava a subir as escadas, ele ouviu os passos de sua mãe vindo atrás dele, e ele diminuiu o ritmo. – Encontrou? – ela perguntou baixo ao alcança-lo, questionou e Edward a olhou confuso. – Eu já conversei com Isabella! Eu já sei que a chuva é obra dela, já sei o que ela está fazendo e o que esses dois falaram! Por que acha que eu estou os proibindo de sair?! Eles queriam sair daqui com chuva e tudo! –

- Encontrei! – respondeu sem dizer mais nada. – Eu vou levar para Isabella e me trocar. E as meninas? –

- No quarto brincando e já estou indo ficar com elas, já imagino que Isabella vá ficar a madrugada inteira naquela torre. Vá logo se secar e se trocar antes que adoeça. – mandou ao chegarem no final da escadaria, e Esme seguiu para o quarto das meninas e Edward para a torre onde estava a esposa.

- Encontrou? – Isabella perguntou quando ele entrou na torre quente.

- Sim. – ele jogou o saco molhado em cima da mesa, longe dos livros de Bella. – Minha mãe conseguiu convence-los a ficar pelo menos até a chuva diminuir! – avisou.

- Assim que amanhecer a chuva vai diminuir e eles poderão ir embora, não se preocupe. – respondeu abrindo o saco e despejando o conteúdo dele em cima da mesa. – Vai se trocar. E veja se meu pai foi até Jane. –

- Precisa de ajuda? – negou.

- Não. Eu só preciso de silêncio e concentração para não fazer nada errado. –

Ele não disse mais nada e foi embora para se trocar, além de se sentir completamente molhando, ele sentia frio, bastante frio. Ao chegar em seu quarto, ele mandou o valete ir chamar o guarda que estava no corredor do quarto de Jane, e tratou de se livrar das roupas molhadas, Edward se secou e se trocou em frente a lareira acessa para que pudesse aquecer o seu corpo. Segundo o guarda, Charlie tinha ido até o quarto da filha, mas a única coisa que o guarda ouviu foi ele avisando-a para arrumar as coisas porque iriam embora de Castela o mais rápido possível.

A noite e a madrugada se passaram com a chuva caindo de forma muito forte do lado de fora, para que não corresse nenhum risco de eles tentarem ir embora. Edward mandou fechar os portões do castelo e não abrirem até segunda ordem, para que ninguém saísse dali. Ele imaginou que as meninas poderiam estar sentido medo devido aos trovões, e ele foi ficar com elas, que estavam todas juntas no quarto de Anastásia e com isso ele liberou a sua mãe para que ela pudesse ir para o quarto para descansar. Para distrair as meninas, ele pegou um dos vários livros de histórias infantis que elas tinham e se sentou na cama, com duas de cada lado de seu corpo e foi lendo as estórias que elas escolhiam, até que elas acabaram adormecendo.

Tanto Edward, quanto Isabella e Jane não haviam dormido a madrugada inteira. Edward não conseguia parar de pensar em tudo o que tinha ocorrido durante o dia. Isabella estava tentando fazer a poção mais perfeita que já havia feito na vida. E Jane preocupada sem saber o que iria ocorrer de sua vida a partir agora. Faltavam poucos minutos para o sol começar a nascer, quando Edward viu pela janela do quarto das filhas que a chuva começava a diminuir, o que significava que Isabella tinha terminado a poção que estava fazendo, e até ele começava a ficar apreensivo com o fato de que aquilo tudo poderia dar errado.

Isabella entrou no quarto da irmã em silêncio, pensando que a mesma se encontrava ainda adormecida, e acabou se sobressaltando quando a encontrou acordada e sentada na cadeira debaixo da janela.

- Então? – Jane questionou ao se aproximar de uma Isabella que estava visivelmente cansada, tanto física quanto mentalmente. Bella não falou nada, apenas entregou a irmã um frasco que continua um líquido, levemente viscoso, verde escuro quase preto.

- Eu li aquela receita mil vezes, eu pesei cada miligrama três vezes, tem que dar certo! – disse de forma convicta, porém foi para passar confiança mais para si própria do que para a irmã. – O que vai fazer? –

- Eu… Eu conheço um homem que pode me ajudar. Eu… Eu o amo e sei que é algo reciproco, papai não sabe dele. Eu vou voltar para Londres e mandar uma carta e ele, quando receber a confirmação dele, eu tomo isso aqui e ele me desenterra e de lá deixamos a Inglaterra. Ele já havia me convidado para fugir várias vezes, mas com o papai em cima de mim era difícil, agora será mais fácil. –

- E vai para onde? –

- Para as ilhas que descobriram a oeste, é longe o suficiente para nosso pai nos encontrar. Como isso funciona? –

- Você bebe e em menos de uma hora você começa a passar mal. Febre e dor, eu não sei o nível de dor que é sentido. E em poucas horas o seu coração para de bater. O efeito dura no máximo, pelo menos no máximo que se tem estudos, dois dias, o tempo de um velório e um enterro. Mas ele precisa ter te desenterrado antes do efeito passar, caso contrário vai sufocar no caixão. – lembrou-a. – Não é mais fácil você tomar isso aqui? –

- Do jeito que o papai é, capaz de ele acusar você e o rei de terem me envenenado! Ou então pensar que eu lhe pedi ajuda. - ironizou. – Melhor quando eu chegar em Londres, assim não tem como ele ligar você a nada disso! –

- Mas sabe que… -

- Eu sei que até tudo estar organizado com o Félix eu vou ter que continuar me deitando com Seth. Eu sei! Mas para quem está aguentando a cinco anos, eu aguento mais alguns meses, se no final disso tudo eu vou me ver livre dos dois. Fique atenta, ele me contou o que aconteceu ontem, ele vai te entregar a igreja! –

- Eu sei! Eu já vi que o Papa virá até aqui! – ela engoliu em seco. – Eu queria dizer que já vi que o nosso plano deu certo, mas eu estou tão nervosa quanto a isso que eu não consigo. – ela acabou soluçando e limpou rapidamente uma lágrima que escorreu de seu olho.

- Não fique assim. Jamais te culparia se desse errado ou não. Já lhe disse, morrer é melhor do que continuar do que jeito que eu estou vivendo! Se eu soubesse que você iria me ajudar, teria procurado ajuda antes, dado um jeito de tentar falar com você, achei que nunca mais fosse querer me ver! –

- Eu preciso descansar. – Jane apenas assentiu. – Preciso ver minhas filhas e descansar. As pessoas, principalmente nosso pai, não podem me ver com a mesma roupa de ontem e nem me ver saindo daqui! – suspirou. – Guarde isso bem. Eu coloquei em um frasco de perfume para passar o máximo de despercebido possível, mas cuidado com isso! – Jane assentiu de novo. – Deixe bem claro a esse tal de Félix, assim que acabar o seu enterro e todos forem embora, para ele te tirar logo do caixão, para não correr o risco, pois não se sabe ao certo quanto tempo essa poção dura. – Jane não respondia, apenas balançava a cabeça concordando. – Se der certo e você sobreviver, me mande uma carta avisando, para que eu possa ficar calma. E desde já eu peço desculpas pela dor que isso vai te causar e peço perdão caso você não acorde! Eu preciso ir. – sem falar nada, ela se aproximou da porta.

- Isabella. – Jane a chamou antes que a irmã tivesse a chance de sair do quarto. – Muito obrigada por tudo! Isso dando certo ou não! – mesmo preocupada, ela sorriu para Jane e deixou o quarto.

Isabella foi para o seu quarto ao mesmo tempo em que o castelo acordava, ao entrar no mesmo, ela encontrou com Edward, que já tinha deixado as meninas dormindo sozinhas, com os guardas na porta e foi para o quarto esperando encontrar a esposa.

- Já acordou? – ela perguntou ao fechar a porta e se apoiar na mesma para se livrar de seus sapatos, que após a noite toda de pé, estavam lhe machucando.

- Eu não dormi. Passei a noite no quarto com as meninas, elas estavam com medo dos trovões. Vim para cá agora, quando ouvi a chuva começando a diminuir. – explicou. – Então? –

- Acabei de entregar a poção para Jane. – contou abrindo as amarras de seu vestido, ela só queria se livrar daquelas roupas apertadas e dormir, quando acordasse ela tomava um banho. Ela estava exausta!

- Ela tem um plano? – questionou vendo a esposa se despindo.

- Disse que tem um tal de Félix em Londres, ela o ama e disse ser reciproco. Parece que ele já a convidou para fugirem juntos para as ilhas que encontraram, a tal das Américas, mas como nosso pai não a deixava sozinha nunca, ela nunca foi. – deu de ombros ao vestir a camisola. – Disse que ao chegar em Londres vai armar um plano com ele, de assim que ela for enterrada, ele a desenterrar, e fugirem para lá! Não quer tomar a poção aqui para que ninguém pense que eu fiz nada! – suspirou.

- Qual é o problema? –

- Até poucos minutos eu estava preocupada com o fato de ela não acordar devido a poção, agora eu estou preocupada com o fato de ele não a tirar do caixão a tempo e ela sufocar até morrer! –

- Nesse caso, não seria sua culpa. – ele tentou amenizar e Isabella apenas bufou soltando os cabelos. – Venha, venha descansar, é visível e palpável o seu cansaço. – ele a chamou para a cama.

- Preciso te contar uma coisa! – começou ao se sentar na ponta da cama, ao lado de onde o marido estava deitado. – Você lembra que eu disse que as minhas visões podem sempre mudar, não lembra? – ele apenas assentiu. – Durante a madrugada eu tive uma visão. O Papa vai aparecer aqui para investigar uma acusação de bruxaria. -

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