sexta-feira, 14 de junho de 2024

Capítulo 32

                                                                                          Walano – Ilhas de Verão –114 Depois da Conquista.

Pov. Edward.

Depois de termos deixado os Volturi em Sunspear, ficamos dois meses dentro do navio até chegarmos, finalmente, em Walano. A viagem foi relativamente tranquila por um tempo, até que Arthur ficou bem entediado e era difícil distrai-lo, não tínhamos muita coisa para que pudesse fazer isso, além do fato de que leva-lo para fora do quarto a única coisa que ele via era a imensidão azul do mar, e no meio da semana difícil que passamos com Arthur entediado, eu precisei afastar Tyraxes de Arthur, após ele ter puxado o rabo do pequeno dragão e coloca-lo na boca, e mesmo estando ligado ao menino, era da natureza do animal se defender caso alguém, qualquer um, tentasse ataca-lo, e ele só não conseguiu fazer nada, porque estávamos no quarto, e eu consegui tirar o dragão de perto de Arthur antes que ele tentasse morder o rabo do animal de novo.

Isabella havia passado mal durante a travessia, o chá que o meistre tinha mandado tinha dado resultados, mas as vezes, quando pegávamos o mar um pouco agitado, chá nenhum fazia efeito, e eu tinha que cuidar tanto de Isabella quanto de Arthur.

Eu agradeci aos deuses quando, depois de dois meses, nós chegamos ao porto de Walano, contudo, acabamos chegando durante a noite e sobre uma pequena garoa, a chuva que tinha saído da região de Apus, havia nos seguido até Walano, só que a diferença era que não passava de uma garoa, não havia mais chovido tão forte e tampouco teve tempestade. E mesmo que tenhamos chegado a ilha durante a noite, e mesmo todos cansados, eu conseguia ver nos olhos de Bella que ela estava feliz, era como se um peso tivesse saído de suas costas e ela estava mais calma.

Ao chegarmos em casa, as coisas já estavam arrumadas, por mais que tenhamos atrasado a viagem, a casa estava toda pronta e arrumada para a nossa chegada, e principalmente para a chegada de Arthur, até para a chegada dos dragões tudo estava pronto, pois enquanto uma criada levava Bella até o quarto que seria o do nosso filho, para troca-lo de roupa e coloca-lo no berço, eu fui ver os dragões, e vi que na campina onde os animais ficavam, tinham algumas ovelhas presas para que eles pudessem comer e descansar da longa viagem que eles fizeram, a janela do quarto de Arthur ficaria aberta, obviamente que dependia do clima, mas na maior parte do tempo a janela ficaria aberta para que Tyraxes pudesse entrar e sair do quarto livremente.

E por mais que a casa tivesse bem arrumada, nós tínhamos trazido bastante coisa de Andrômeda, e demorou uns bons dias até que tínhamos conseguido arrumar tudo, organizar tudo e deixar as coisas do jeito que estavam quando tínhamos ido embora, adaptando tudo para a chegada de Arthur e do bebê que chegaria em pouquíssimo tempo, e disso eu tinha certeza pois agora não tinha mais como esconder a gravidez de Isabella, pelas suas contas ela já estava entrando no oitavo mês de gravidez, o que significava que tínhamos que ajeitar a casa, pois em pouco tempo teríamos mais um bebê aqui conosco. Com tudo arrumado, eu tratei que chamar o meistre que eu mantinha aqui, eu queria que ele desse uma olhada em minha esposa e que me confirmasse que estava tudo bem com ela e com o bebê, e aparentemente estava.

Quando eu acordei, ao sentir o sol entrando pela janela e tocando em meu rosto, eu percebi que me encontrava sozinho no cômodo, e ao me levantar da cama, e caminhar para o quarto ao lado, que tinha uma porta que ligava os dois e o mesmo se encontrava vazio, não tinha Isabella e tampouco Arthur. Eu me troquei e segui para o andar debaixo atrás dos dois.

- Bom dia alteza. – uma criada passou por mim, com uma bandeja farta de desjejum em mãos.

- Cadê minha esposa e meu filho? –

- Na praia! – respondeu. – E pediu para que eu levasse o desjejum dos dois para a tenda. Quer que eu leve para o salão de jantar? –

- Não. Se minha esposa pediu para que levasse até a tenda, pode levar! –

- Certo. Com licença, senhor. – ela se afastou, seguindo o caminho para o lado de fora da casa, na direção da praia.

E indo atrás dela, eu fui seguindo o mesmo caminho, e ao passar pela porta eu senti a brisa fresca e o cheiro de maresia atingindo em cheio o meu rosto e eu respirei fundo, sentindo o vento fresco inflando em meus pulmões. De longe eu conseguia ver os dois perto da praia, Isabella estava sentada no chão, sobre suas pernas e Arthur de pé ao lado da mãe, eu desci as escadas que levavam até a areia fofa e enquanto a criada colocava a bandeja no centro da mesinha dentro da tenda, eu me aproximei dos dois, ouvindo as duas risadas que eu mais amava nesse mundo.

- Bom dia. – eu me fiz presente, e ela virou a cabeça na minha direção.

- Bom dia, meu amor! – eu me agachei ao seu lado na areia e lhe dei um beijo nos lábios.

- O que vocês dois estão fazendo? – perguntei dando um beijo na bochecha de Arthur que tinha algumas conchinhas brancas em mãos. – E por que não me acordaram? –

- Porque eu sei que você está cansado! Tens ido dormir muito tarde desde que chegamos aqui, e como não tem mais nada para fazer hoje, eu resolvi te deixar dormir o tempo que quisesse! – respondeu. – Mas o Arthur acordou e eu o trouxe para conhecer a praia, e ele gostou das conchinhas, não é, meu príncipe?! –

- Olha papai. – ele me mostrou uma conchinha branca com nuances arroxeadas, com um pequeno e singelo furo na ponta dela.

- É bem bonita, meu filho. –

- Toma! – ele esticou para mim.

- Para mim? – ele assentiu. – Muito obrigado, meu filho. – eu agradeci dando um beijo em sua bochecha.

- Agora uma pra mamãe! – ele deu dois passos para o lado e se abaixou no chão pegando outra conchinha, mas jogando-a fora logo em seguida.

- Aparentemente ele gostou daqui! – Bella comentou.

- Eu não duvido nada que quando esse menino crescer se torne um peixe! – comentei e ela riu.

- Toma mamãe… -

- Obrigada, meu amor… - ela o puxou para mais perto dela, e deu um beijo em sua bochecha. – Eu te amo, meu principezinho. Está com fome? – ele assentiu. – Então vamos comer. –

- Papai… - ele me chamou olhando para a concha branca que tinha em mãos. – Nós vamos embora de novo? –

- Não, meu filho, nós não vamos mais embora tão cedo! Só quando você e a sua mãe quiserem, nós vamos embora, mas para isso ainda falta muito! – garanti e eu me aproximei para dar um beijo em sua bochecha. – Agora vamos! – eu me levantei e ele se afastou da mãe. Eu estendi as mãos para Isabella e a ajudei a ficar de pé, com cuidado, devido a barriga, que ela comentava já estar pesada.

Mal nos sentamos debaixo da tenda, e Tyraxes apareceu, se empoleirando nas costas do sofá perto de onde o menino estava, o que fez com que eu me lembrasse imediatamente da primeira vez que viemos para cá, e que Tessarion, que era maior do que Tyraxes é hoje, ficava assim perto de Isabella, chegando até a me morder algumas vezes, quando a minha mão se aproximava dela, quando eu tentava passar o braço por cima dos ombros de minha esposa.

A tarde já tinha chegado, e Bella subiu com o menino para o quarto e com uma criada junto, depois do desjejum, ele tinha ficado brincando mais um pouco na areia, catando mais algumas conchinhas e acabou ficando todo sujo, o auge da quase sincope que Isabella teve, foi quando o menino começou a rolar na areia fofa, enchendo não apenas o seu corpo, mas o seu cabelo também de areia. Eu iria subir junto, queria ficar de olho para ver se Isabella não iria ficar forçando a barriga e deixaria a criada fazer o trabalho dela, ao invés de fazer o que fazia em Adhara, porém, fui informado que Zafrina estava na sala e eu tive que descer os degraus que eu já tinha subido e segui para onde ela estava.

- Então os boatos de dragões na ilha, mais uma vez, são verdade! – ela sorriu quando eu apareci em seu campo de visão. – A diferença é que dessa vez viram três, ao invés de dois! Cadê a Bella? –

- Lá em cima! Está dando banho, ou melhor, espero eu, que esteja deixando a criada dar banho no nosso filho, a quem pertence o terceiro dragão! – expliquei.

- Filho! Não me diga! –

- Quase dois anos!. – respondi sorrindo.

- Espere um pouco! Edward Swan está feliz com uma criança?! – ela cruzou os braços contra o seu peito sorrindo também. – Eu me lembro de certa vez você ter me dito que crianças eram choronas e insuportáveis! – ironizou.

- Não as minhas! – ela riu. – E você, como foi a vida durante esse tempo? –

- Agitada… Não muito do jeito que eu gostaria… Na verdade, se fosse agitada do jeito que eu pretendia, eu teria cinquenta filhos ao invés de apenas três! – contou rindo. – Quer dizer, apenas três não, três já está de muito bom tamanho porque eles já me deixam louca! –

- Três filhos?! –

- O mais novo vai completar um ano e os outros dois tem três! –

- Gêmeos? – questionei e ela assentiu.

- Nahuel está mais feliz do que eu não sei o que! – eu balancei a cabeça rindo. – Devemos marcar um jantar para conhecermos os aumentos de família! –

- Claro! Isabella sentiu a sua falta, sabe que ela gosta de você! –

- Eu gosto de quem? – ouvi a voz de Bella vindo da direção da escada.

- Você contou do primogênito, mas não disse nada sobre o segundo… - Zafrina comentou e eu ouvi os passos de Bella vindo de trás de mim. – Olá garota! Está enorme em… Falta quanto tempo? –

- Pelas contas, uma lua, talvez duas! – respondeu.

- Cadê o Arthur? – perguntei.

- Dormiu! Praticamente dormiu na banheira! – contou apoiando a mão na barriga. – E as novidades? –

- Três filhos! – respondeu! – Estão me deixando louca! – Bella riu. – Estava marcando com o Edward um jantar para conhecermos os aumentos de família. – repetiu.

- Claro, quando? –

- Se não estiverem cansados pode ser está noite! –

- Se importa caso seja aqui? – questionei. – É mais confortável para ela! –

- Sem o menor problema! – Zafrina se apressou em concordar. – Bom, eu vim apenas para isso, para ver sobre os boatos, se eles eram verdadeiros, eu vou deixar você descansar. –

- Com licença… - uma criada apareceu atrás de nós. – O meistre pediu para que eu entregasse isso ao senhor. – ela me entregou dois pergaminhos enrolados.

- Quem enviou? –

- Um veio de Adhara e o outro de Dragonstone. –

- São para você! – falei simplesmente entregando os pergaminhos para ela, ela pegou os pergaminhos e os abriu.

- Meu pai e de Rosalie… Posso usar o seu escritório? – eu apenas assenti. – Eu te vejo a noite, Zafrina. –

- Até a noite, meu bem! – ela se afastou e foi na direção do meu escritório. – Você é maluco? – questionou quando Bella entrou no cômodo do meu escritório. – Você colocou a mulher grávida no barco em uma viagem de dois meses?! –

- Foi necessário, se não fosse, Zafrina, eu não a teria trazido. A atual esposa do meu irmão tentou matar o Arthur e deixamos o continente antes que ela conseguisse fazer de novo, ou que fizesse algo com a Bella e com o bebê, deixamos Adhara antes das pessoas saberem da gestação. – contei. – A viagem foi de certa forma bem tranquila, pegamos uma tempestade perto de Cervus, mas atracamos em Apus e ficamos lá até a chuva passar! Ela está bem, eu já garanti com o meistre! –

- Menos mal! Bom, eu tenho que ir, nos vemos a noite! Ao por do sol? – eu apenas assenti e ela partiu.

Assim que a porta se fechou, eu fui até o escritório, para onde Isabella tinha ido. Ela estava sentada em minha cadeira, com um dos papéis em mãos e o outro já desenrolado e aberto em cima da mesa. Caminhei até onde ela estava, colocando o seu cabelo para o lado e ao abraça-la, dei um beijo em seu pescoço.

- Está tudo bem em Adhara? – perguntei apoiando o queixo em seu ombro. Sem tirar os olhos do papel que lia, e eu reconheci quase que imediatamente como sendo a letra de Rosalie, ela pegou o papel aberto na mesa, que havia sido enviado pelo seu pai e esticou para mim.

- O final da mensagem é para você! Sobre o seu irmão. – respondeu e ao pegar o papel eu desfiz o abraço e fiquei de pé. – Rosalie engravidou. – comentou soltando a mensagem na mesa e fazendo com que eu desviasse os olhos da carta de Charlie. – E nós dois sabemos muito bem que o pai não é o Alec! –

- Reze aos deuses, meu amor, para essa criança puxar os traços do Swan ao invés dos traços do McCarty, pois caso contrário… -

- Jéssica não iria contestar a legitimidade das crianças, ia? –

- Claro que ia, não duvido nada. Mas eu sei que Carlisle não aceitará tal contestação, ele pode até ter certeza dentro dele, mas ele nunca vai negar! Se ele negar ele chama a filha de puta para a toda a Andrômeda! – suspirei ao terminar de ler a carta de Charlie. – Carlisle está de cama desde que deixamos a capital! Piorou a saúde! – contei soltando a carta ao lado da sua e me apoiando na lateral da mesa.

- Quer voltar? – eu apenas neguei. - Eu sei que falou para o meu pai que caso ele piore você voltaria a Andrômeda. – neguei de novo. - Amor, ele é seu irmão! –

- Cujo irmão sempre deu preferência para os de fora da família! Eu sempre o vi como irmão, ele, pelo contrário, apenas quando lhe convinha! –

- Concordo… Mas sabe que ele não vai durar mais muito tempo! E você deixou Andrômeda brigado com ele! –

- Por algo que ele mesmo causou! Se ele quiser reverter a situação, ele que mande um corvo através de seu pai! Fora isso, eu não saio daqui tão cedo, independentemente do que eu disse ao seu pai ao partir! Mais fácil eu voltar pela minha sobrinha do que pelo meu irmão! –  ela se ajeitou na cadeira, esticando a coluna e levou as mãos ao ventre. – E até parece que eu iria deixar você aqui sozinha com o Arthur, prestes a parir ou com um recém nascido, por quase seis meses! – ela fez uma careta quanto eu me abaixei ao seu lado. – O que houve? –

- O bebê está agitado. –

- Pare de pegar os problemas dos outros para você, meu amor, isso não te faz bem agora! –

- Não é pelas cartas! Ele já está agitado há uns bons dias! Eu achei que era pelo mar revolto que pegamos no final da viagem, mas continua! – ela suspirou, e com a cabeça apoiada no encosto da cadeira, ela virou a cabeça na minha direção. – O meistre acha que o bebê pode vir antes do tempo! –

- Se quiser, eu mando um criado até a casa de Zafrina e cancelo o jantar desta noite! – ela negou.

- Vai ser aqui em casa, eu vou estar confortável! E até a bolsa romper, não tem nada que possamos fazer… - ela deu de ombros. – Então, vamos apenas esperar! – eu me aproximei um pouco mais dela e encostei a minha testa contra o seu ventre, Isabella levou a mão até os meus cabelos, deslizando as pontas dos dedos pelos meus cabelos curtos, que haviam crescido agora poucos centímetros desde que eu havia cortado bem curto, enquanto eu continuava com a testa apoiada em sua barriga, até sentir um chute forte do bebê dentro de seu ventre. – Ele só podia chutar um pouco mais fraco. – comentou respirando fundo. Eu dei um beijo em sua barriga e me pus de pé, dando outro beijo em sua testa.

- Vai responder essas cartas agora? – ela apenas negou. – Então vai descansar, para ver se assim ele se acalma! Eu vou ver como o Arthur estar, falar com as criadas do jantar desta noite e já lhe faço companhia. – ela apenas assentiu e eu estendi as mãos para ajuda-la a se levantar, mal ela deixou a cadeira e apoiou a mão livre na mesa fechando os olhos.

- Ele não para! –

- Tem certeza que não quer que eu desmarque com a Zafrina e chame um médico? –

- Bom… Eu acho que agora não tem outra opção a não ser chamar o meistre! –

- Por que? –

- Ou a bolsa rompeu… Ou eu acabei de me urinar! –

- Você não estava sentindo nada! –

- Eu tenho noção disso e… Oh… - ela gemeu levando as mãos até a barriga. – Agora eu senti! –

- Vem! – tomando cuidado com a mesa e com a cadeira, eu a peguei no colo, sentindo a saia do seu vestido toda molhada e tratei de sair do escritório.

- Senhor o que houve? – uma criada apareceu descendo as escadas, quando eu subi os dois primeiros degraus.

- Chama o meistre… Ela entrou em trabalho de parto. – avisei subindo as escadas. – E mande um mensageiro até a casa de Zafrina e cancele o jantar desta noite! – mandei e ouvi os seus passos correndo pelo andar de baixo, e mal eu me aproximei do corredor e o valete abriu a porta. – Pronto. Você está bem mesmo? – ela não respondeu, apenas segurou a minha mão, a apertando quando veio uma contração.

- Estou! Se serve de consolo doí menos do que a primeira vez! – ela respirava e exalava pela boca.

- Não… Isso não serve de consolo! Vamos trocar de roupa, para que fique mais confortável! – ela perguntou enquanto eu buscava por uma camisola em uma de suas gavetas.

- Cadê o Arthur? –

- Acredito que ainda esteja no quarto dormindo. Eu vou mandar a babá ficar de olho nele. –

- Vossa alteza. O que houve? – o meistre entrou no quarto sem bater, após eu terminar de ajudar minha esposa a se trocar. – A criada disse que a bolsa rompeu! –

- E segundo minha esposa, você disse que isso poderia acontecer! –

- Sim! Mas, não sem nenhum sintoma! –

- Com licença, meistre! – as criadas foram entrando no quarto carregando panos e baldes com água quente.

- Alteza, tem certeza que não sentiu nada ao longo do dia? A bolsa não pode ter se rompido do nada, além do fato que ela pode ter simplesmente… - Isabella segurou a minha mão, apertando-a com força quando alguma contração veio.

- Isso é sintoma o suficiente para você? – questionei e me aproximei mais ainda de Isabella. – Respira… Eu estou aqui e não vou sair daqui! –

- O bebê já está perfeitamente bem encaixado! Será um trabalho de parto bem rápido, alteza. – a parteira anunciou ao se ajeitar na cama, entre as pernas de Isabella. – Quando a senhora estiver pronta! –

Bella virou a cabeça, minimamente na minha direção, e eu apenas estiquei a mão para ela, ela a segurou firme e com a vinda de mais uma contração, ela apertou a minha mão e fez a força que a parteira tinha pedido.

Em comparação ao parto de Arthur, dessa vez foi mais rápido e menos sangrento, por assim dizer, não demorou nem um terço do tempo de nascimento do primogênito e o choro do segundo bebê foi ouvido dentro do quarto. E em comparação ao primeiro, Tessarion não havia aparecido na torre do nosso quarto. Com o cordão cortado e com a placenta expelida a maioria das criadas partiram, o bebê foi entregue ao meistre para que ele o examinasse e enquanto as criadas limpavam a cama, eu levei Bella para a tina para que pudesse se limpar e relaxar.

- Senhor, eu vou pedir para que fique com os olhos bem atento aos dois. – o meistre disse ao se aproximar de mim, que estava encostado na janela com uma taça de vinho em mãos.

Isabella estava ótima, sequer aparentava que tinha acabado de parir. Ela já tinha tomado um banho e posto umas roupas limpas, as roupas de cama já tinham sido trocadas, não havia mais nenhum sinal ou vestígios de que um parto tinha ocorrido dentro deste quarto e o bebê, um menino, estava limpo e nos braços da mãe se alimentando.

- Disse que não tinha ocorrido nenhum problema! – lembrei-o.

- Eu sei, senhor, é só que… O bebê não nasceu no tempo certo, ainda faltava uma mudança de lua para ele nascer! – eu apenas balancei a cabeça assentindo. – Eu tinha dito a senhora Hightower, toda a agitação que ela estava sentindo e pensava ser ainda resquícios da viagem agitada e dos acontecimentos dos últimos meses poderiam ter interferido de algum modo na gestação ou fazê-la entrar em trabalho de parto antes do tempo. O bebê aparentemente é perfeito, está um pouco menor e mais magro do que um bebê que nasce em um tempo normal, mas ele aparenta estar bem, mas de qualquer forma, não é ruim vigia-los. –

- Entendi. Não se preocupe, eu vou ficar de olhos neles. –

- Bom, amanhã venho ver como eles estão e como passaram a noite. Com licença. – ele saiu do quarto tem falar mais nada e eu apenas deixei a minha taça no parapeito da janela e me aproximei da cama.

- Como você está? – perguntei em seu ouvido.

- Estou bem! – ela virou a cabeça na minha direção. – De verdade! Eu agora entendi o que o meistre de Adhara disse sobre os partos serem diferentes, do primeiro para os outros! Eu não senti quase nada, em relação ao parto de Arthur! Mas também, Arthur tinha quase que o dobro do tamanho e peso desse pequeno aqui… - eu beijei a sua testa e ela sorriu para mim!

- Assim que você dormir eu vou mandar um corvo ao seu pai! – ela apenas assentiu. – Quer comer alguma coisa? –

- Agora não! Depois. Temos que escolher o nome desse menino… -

- Depois que você descansar nós veremos isso! Devido aos últimos acontecimentos nós não tínhamos sequer parado para pensar nessa parte, e como só temos nós aqui, praticamente, não é necessário escolher o nome com tanta pressa assim! –

- E o Arthur? –

- A babá está com ele! Como ele mesmo, nos últimos meses, está se alimentando mais de alimentos sólidos do que de leite, ela já o alimentou e acredito que daqui a pouco ele já esteja dormindo novamente! –

- Trás ele para cá, depois que ele dormir. – pediu. – Eu não quero que ele se sinta rejeitado com a chegada do irmão! –

- Não se preocupe com isso! Agora, me dá o menino, que ele já dormiu, e trate de descansar! –

Bella me entregou o bebê e eu o segurei com cuidado, realmente em relação ao Arthur, esse menino aqui era mais leve e menor e se quando eu peguei meu primogênito nos braços pela primeira vez, eu senti receio de deixa-lo cair, e agora, com o segundo, sendo menor ainda, o receio era maior ainda. Isabella não demorou a adormecer e quando os criados entraram no quarto com o berço eu apenas pedi para que fizessem silêncio. Com o berço próximo a parede, mais uma criada entrou com roupas de cama fresca para arrumar o berço e com ele pronto, eu pedi para que trouxessem o Arthur assim que ele acordasse e ela partiu, enquanto eu colocava o bebê adormecido no berço. Eu sentei com cuidado na cama, ao lado de minha esposa que dormia profundamente e eu dei um beijo em seus lábios.

O jantar com Zafrina foi marcado para duas semanas depois, quando Isabella, segundo a própria, já se encontrava muito bem e disposta e o bebê, que havia sido batizado de Harry, também estava muito bem, nenhum dos dois tiveram nenhum problema no pós parto, o fato de ele ter nascido com quase uma lua de antecedência não havia feito muita diferença. Quando o sol começou a se pôr, bateram na porta, ao mesmo tempo em que eu estava terminando de descer as escadas, e quando a criada abriu, era Zafrina e sua família, e para a minha infelicidade, Senna tinha vindo junto, e eu esperava que dessa vez, ao invés da última, ela se comportasse e não estressasse a minha esposa! Eu simplesmente não iria responder por mim.

Logo atrás dos três adultos, com Nahuel segurando um menino no colo, eu vi os dois filhos mais velhos de Zafrina e Nahuel, os gêmeos, se matando e rolando no chão atrás dos pais, que pareciam não ouvir os dois.

- Pelos deuses! – Isabella riu aparecendo atrás de mim. – Por um momento eu me lembrei de Mike e eu brigando quando éramos crianças! A diferença era que ele só apanhava e não revidava! –

- O que? – Zafrina olhou para ela confusa e Isabella apenas apontou para as duas crianças se matando a poucos passos dos pais e da tia. – Parem com isso os dois! – ela se aproximou dos filhos e segurando-os pelas orelhas, ela afastou os dois, colocando-os de pé! – Ele revida! – ela reclamou fazendo Bella rir mais ainda quando terminamos de descer as escadas. – Sossegaram os dois? Eu mandei vocês se comportarem, caso contrário ficariam o resto da vida de castigo, não me obriguem a cumprir a minha promessa! Muito bem… Essas são as minhas crianças… Aella e o Cáel. – ela apresentou os gêmeos que sorriam amavelmente para nós, como se não tivessem acabado de serem separados de uma briga quase brutal. – E esse é o pequeno Bran. – ela apontou para o menino no colo do marido.

- Vocês são tão fofos! – Bella afagou o cabelo dos gêmeos que riram para ela.

- E você, mulher, tem duas semanas que pariu e está ótima! – Zafrina se aproximou de Bella, lhe dando um abraço. – Cadê os principezinhos? –

- Lá em cima! Vem comigo. – ela se virou para mim. – Já voltamos. –

- Não se preocupe. – eu me abaixei e lhe dei um beijo nos lábios. – Não a deixe fazer esforço e nem pressionar a barriga. – pedi a Zafrina que apenas assentiu.

- Não se preocupe. E você de olho nos seus filhos. – mandou a Nahuel que apenas assentiu. – E você se comporte. – falou entre os dentes para a Senna. – Vamos. –

- Vai lá brincar com os seus irmãos. – ele colocou Bran no chão. – Tentem não se matar e nem quebrar nada… - falou sério. – Edward. –

- Oi Nahuel. Venha, vamos esperar as duas no salão de jantar. – falei apontando a porta.

- Como foi esses anos fora da ilha? Como foi a guerra? –

- Não foi a mesma coisa das outras, eu sou obrigado a admitir! – suspirei. – Antes eu era bem despreocupado com as minhas atitudes, e dessa vez eu tinha que tomar o cuidado mais do que redobrado para poder voltar para a minha esposa! – falei me sentando na ponta da mesa. – Sinceramente, acho que não era sequer para eu ter ido! Me estressei demais com o meu irmão durante e pós guerra! Principalmente depois que soube do modo que tratavam tanto a minha esposa quanto sobrinha e ele não fazia nada! – comentei pegando a taça com vinho, que a criada tinha acabado de servir.

- Hoje você não iria para uma guerra de novo? –

- Para defender minha família eu iria, caso contrário, não! Eu sei que a Triarquia está tentando se reerguer, e caso ela tente tomar Stepstones de novo, eu não vou me juntar a nenhuma investida! Não vou deixar minha esposa por mais quatro anos de novo! – dei de ombros e um choro de criança foi ouvido vindo da sala ao lado.

- Essas crianças… - sem falar mais nada, Nahuel se levantou e foi até lá ver o que os filhos estavam fazendo.

- Devo dizer que isso é uma surpresa para mim! – Senna comentou deslizando a ponta do dedo pela borda de sua taça. – Você sossegado com uma mulher e com filhos! Nunca esperaria algo desse tipo vindo de você! Mas suponho eu que você tenha os seus momentos de diversão ainda… -

- Tenho! Vários! – respondi. – Um melhor do que o outro se é possível algo desse tipo. – ela virou a cabeça na minha direção e eu vi meus olhos brilhantes. – E todos eles com a minha esposa e com mais ninguém! –

- Vai realmente me dizer que não procurou por outra mulher? – eu apenas neguei. – Nem durante a gravidez e puerpério? – neguei mais uma vez. – Ela ameaça te castrar caso procure outra mulher ou o que? –

- Eu simplesmente não sinto vontade e tampouco excitação com qualquer outra mulher sem ser a minha, Senna! Eu queria Isabella desde que ela tinha doze anos, acha realmente que agora que eu a tenho eu vou precisar de alguma outra? – rebati. – Portanto, se veio aqui só para isso, para tentar se oferecer a mim, pois sabe que eu não poderei ter relações com a minha esposa pelos próximos meses, eu peço gentilmente que se levante e vá embora! Eu posso ficar meses sem sexo de novo, mas eu jamais vou quebrar a confiança que Isabella tem em mim! –

- Caso mude de ideia… Espero que ainda se lembre das nossas noites juntos! –

- Definitivamente… Eu não me recordo! -

- Atrapalho? – a voz de Bella foi ouvida vinda da porta.

- Claro que não! – respondi. – Cadê Zafrina? –

- Com o Arthur, já está vindo. O Harry está dormindo profundamente, mas a babá está de olho nele! – ela se aproximou da mesa e eu me levantei, para puxar a cadeira ao meu lado. – Obrigada, amor. – agradeceu quando eu beijei a sua bochecha e me sentei de novo.

- Mas esse menino é a sua cara, Edward! – Nahuel comentou entrando no salão de jantar com o Bran no colo e com Zafrina ao seu lado, carregando Arthur.

- E Harry também… Eu apenas carrego! – Isabella brincou.

- Papa… - Arthur esticou as mãos para mim e Zafrina me entregou ele, antes de ajudar os seus filhos a se sentarem, para que pudesse se sentar também.

Com todo mundo sentado, as criadas serviram o jantar de todos e saíram, nos deixando sozinho e Bella perguntou a Zafrina como tinha sido todos esses anos em que estivemos fora da ilha.

- E foi isso. – ela terminou de falar. – Não foi tão agitado como o seu, imagino eu, mas com essas crianças… -

- Foi mais calmo que os meus, devo admitir, principalmente enquanto ele estava em Stepstones! –

- Mandava a merda! – resmungou, provavelmente enquanto estavam vendo as crianças Isabella tinha comentado sobre os quase quatro anos em que eu estive na guerra. – É muito simples, e como você é casada com ele, você pode e deveria se valer pelo título! –

- Infelizmente no caso, a pessoa que eu adoraria mandar a merda, está um título monárquico acima de mim! –

- Quem? O irmão dele? – Nahuel perguntou nos fazendo rir.

- Eu mando meu irmão a merda o tempo inteiro e não me importo com o fato de ele ser o rei! –

- Não caso é a cunhada dele! Aquele ser angelical! – debochou. – Vontade de arrancar… - ela deixou a frase morrer, enquanto respirava fundo.

- Você não me deixou fazer nada! – lembrei-a.

- Pelo contrário. Disse que caso fizesse com ela eu até ajudaria, mas não iria permitir que fizesse algo com as crianças! –

- Mas é mais simples! Você iria sofrer a perda do filho e ela também! – Zafrina respondeu e Bella a encarou.

- E Carlisle merecia isso também?! –

- Edward também não iria sofrer? – rebateu.

- Carlisle merecia sofrer a morte do filho, vindo das mãos do único irmão? –

- Bom… Nesse caso… - ela pensou um pouco antes de responder. - Terceirizasse o trabalho igual ela fez! –

- Zafrina, não lhe dê ideias! – ela a repreendeu, me fazendo rir. – Mudamos de assunto, eu estou longe de Andrômeda e realmente não quero ter que me lembrar da existência dessa mulher! E você Senna, ainda não se casou? –

- Não! Não sinto nenhuma vontade de me casar agora… -

- Oh… Sente apenas vontade de continuar dando em cima de homens casados? – Isabella rebateu e eu acabei me engasgando com o vinho que eu bebia e Zafrina olhou para Senna furiosa.

- Eu mandei você se comportar! –

- Eu não fiz nada! – rebateu e antes que alguém tivesse a chance de falar mais alguma coisa, um choro foi ouvido do andar de cima.

- Com licença, eu preciso ver o meu filho! – ela se levantou. – Quer que a mamãe te coloque na cama, meu amor? – ela perguntou a Arthur que estava quase dormindo no meu colo e ele estendeu as mãos para ela.

- Boa noite, meu filho. – eu dei um beijo em sua cabeça e ela o pegou.

- O que a Senna falou? – Zafrina me encarou séria, com os cotovelos apoiados na mesa, assim que Isabella passou pela porta.

- Perguntou se eu não tinha os meus momentos de diversão sem a minha esposa, principalmente na época da gravidez ou do puerpério e quando eu neguei, ela disse que estava a disposição caso eu mudasse de ideia, e disse que esperava que eu me lembrasse das vezes em que dormimos juntos. – respondi e ela virou a cabeça para Senna, enquanto Nahuel apenas passava a mão pelo rosto.

- Eu mandei você se comportar e deixa-lo em paz! Ele já não disse, da primeira vez, que não vai se relacionar com mais ninguém sem ser a Isabella? –

- Homem nenhum é fiel a esposa, principalmente durante a gravidez e pós gravidez. –

- Isso não é da sua conta! Se ele quisesse dormir com outra pessoa ele iria atrás dela, e não é você quem tem que se jogar em cima dele! –

- Peço, gentilmente, Zafrina, que na próxima vez deixe Senna em casa. Ela não é mais bem vinda, além de eu não a querer perto da minha esposa e dos meus filhos! –

- Não se preocupe com isso! Alias, para não estressar mais ainda Isabella, que acabou de parir, nós já vamos! – ela se apressou em levantar e sem falar nada Nahuel também. – Já está ficando tarde e as crianças estão ficando com os olhares fundos de sono. – ela pegou o filho mais novo no colo, e Nahuel apenas segurou Senna pelo braço a fez ficar de pé. – Peça desculpas a Bella, por mim, Edward e diga que depois nós iremos nos ver. –

Sem falar mais nada, pelo menos comigo, e os dois reclamando com Senna, eles partiram, eu virei o restante de vinho que eu tinha em minha taça e me levantei, deixando a sala de jantar vazia para que os criados pudessem arruma-la e fui direto para o andar de cima e para o meu quarto. Como Isabella continuava achando que a chegada de Harry poderia causar ciúmes em Arthur, ele tinha voltado a dormir conosco, mas ela mesma dizia que era por pouco tempo, por volta dos quatro ou cinco meses de vida de Harry, ele iria para o próprio quarto, igual havíamos feito com o primogênito, e pensava eu que quando esse dia chegasse, Arthur já estivesse de volta em seu quarto.

Eu entrei no quarto fazendo o máximo de silêncio possível, Bella estava na cadeira de balanço com Harry nos braços e Arthur dormia profundamente em seu berço. Ela não tinha me ouvido entrar e acabou se sobressaltando quando eu lhe beijei a bochecha.

- Já subiu, por que? –

- Foram embora! Zafrina pediu desculpas pelo modo como a cunhada agiu e disse que depois ela vem lhe ver! – respondi me sentando na ponta da cama para me livrar de minhas botas. – Não sabia que tinha ouvido o que Senna disse! –

- Ouvi apenas o final. Dela se oferecendo e perguntando se você se recorda dos velhos tempos! –

- Então, suponho eu que tenha me ouvido dizer que eu não me recordo! –

- Eu ouvi! – disse simplesmente. – E quanto a isso não se preocupe, eu confio em você! – eu me levantei e me aproximei dela, segurando seu rosto entre as minhas mãos e lhe beijando os lábios.

- Acho que é a única pessoa de todos os quatro continentes conhecidos que confia em mim! –

- E precisa que mais alguém confie? –

- Definitivamente não! – respondi e ela sorriu. – Termine de amamentar esse menino e vem para cama, eu quero me aconchegar perto da minha esposa. – ela suspirou de forma tristonha.

- Até porque nós próximos dois ou três meses teremos que nos contentar apenas com um aconchego! Infelizmente! – suspirou.

- Oh Isabella, aquiete-se acabou de parir! –

- Acho que estais ficando velho! – comentou rindo. – Não parece se importar com a vontade que eu sinto! –

- Eu me importo e muito! E já disse várias vezes, sempre que quiser, ele vai estar pronto e duro para você! Mas eu não vou transar com você durante o seu puerpério, fim da história! – eu me afastei indo até a cômoda pegar outro par de calças. – E não tem ninguém aqui ficando velho! – reclamei e a ouvi rindo.

Ainda rindo, ela terminou de amamentar Harry, que dormiu pouquíssimos minutos depois, com a boca ainda no seio da mãe. Eu já tinha me trocado, e fui ajuda-la, pegando o menino e o colocando em seu berço para que ela pudesse colocar uma roupa mais confortável para dormir. Deitei o menino no berço e lhe beijei a testa, fazendo o mesmo com Arthur, que continuava agarrado e apegado a aquele bendito dragão de madeira que Carlisle tinha lhe dado em seu primeiro aniversário. Tyraxes, que estava quase de um tamanho de um cachorro, o mesmo tamanho de quando Rosalie deu Tessarion a Isabella, estava empoleirado em uma almofada debaixo da janela entreaberta.

Bella já tinha ido para a cama, eu apaguei a grande maioria das velas e fui me juntar a ela também, mal eu terminei de me juntar na cama e ela veio se aconchegar perto de mim, deitando a cabeça contra o meu peito e eu abracei, lhe dando um beijo em sua testa, antes de aninhar a minha cabeça próxima a dela.

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