Edward ficou em silêncio por alguns segundos apenas absorvendo a notícia que sua esposa tinha acabado de contar. Ele ficou pensando por uns minutos, ele imaginava que algo desse tipo pudesse acontecer, por mais que ele tivesse ameaçado Charlie, ele sentia que ele iria acusar a filha de qualquer forma, ele não havia mentido quando disse que tinha provas contra o sogro, durante esses cinco anos ele tinha conseguido juntar umas boas provas contra o mesmo, pensando que em algum momento ele fosse precisar dessas provas, mas ele não podia deixar de pensar que talvez tais provas não fossem o suficiente para salvar a sua esposa do Papa.
- Fala alguma coisa. – Isabella pediu.
- Infelizmente eu imaginei que isso poderia acontecer, mesmo que eu tenha ameaçado seu pai, eu imaginava que ele fosse até o Papa. Eu preciso dizer, eu tenho algumas provas contra o seu pai, mas infelizmente eu não sei se isso tiraria a atenção do Papa de você. – contou. – Você não viu mais nada? – ele negou.
- Eu só vi o valete vindo até nós e avisando isso, que o Papa veio até Castela para averiguar uma denuncia de bruxaria. –
- Podemos cogitar a ideia que não foi você a acusada de bruxaria! – ela virou a cabeça para o marido.
- E por mais quem o próprio Papa viria de Roma para investigar uma acusação de bruxaria? Ele não viria por outra acusação sem ser contra mim ou sua mãe! – suspirou deitando na cama, aninhando a cabeça contra o peito do marido.
- Não precisa se preocupar, meu amor. – ele a abraçou forte, dando um beijo em sua testa. – Eu jamais vou permitir que ninguém faça algo contra você ou contra as meninas, mesmo sendo o próprio Papa ou até mesmo se Jesus vier aqui, ninguém vai fazer nada com você! – garantiu dando outro beijo em sua testa. – Descansa, minha rainha. – falou baixo, fazendo um cafuné em seus cabelos.
Isabella acabou adormecendo em poucos minutos contra o peito do esposo, que continuou fazendo o cafuné nos cabelos de Isabella até que ele próprio acabou adormecendo. Não demorou muito e ele acabou adormecendo também. Infelizmente os dois não haviam dormir o suficiente para que pudessem descansar da noite toda em claro, pois pouco antes do almoço foram até o quarto para avisar que, como a chuva já tinha passado, a comitiva londrina estava indo embora. Devido ao ocorrido do dia anterior com o pai, Isabella não iria participar da partida de Seth e Charlie, portanto Edward apenas deixou a esposa que havia voltado a dormir e apenas se trocou para descer.
Seth apenas se despediu de dona Esme, na verdade ele havia apenas perguntado novamente se queria voltar atrás na decisão do casamento, e com apenas o olhar cortante que o rei de Castela tinha dado a Seth, ele se calou e partiu. Charlie não falou nada, ele lembrava muito bem da ameaça que Edward tinha feito no dia anterior e estava deixando o reino decidido a enviar uma carta formal ao Papa acusando a própria filha mais velha, Jane não disse nada também, além da educação que havia recebido e ter agradecido pela hospitalidade, seu jamais podia sequer imaginar que ela tinha conversado com Edward ou com Isabella.
Mal a comitiva tinha ido embora, por um breve segundo havia passado pela cabeça de Edward de que ele iria finalmente poder voltar para o quarto e descansar mais um pouco, mas pelo contrário, as consequências da tempestade causada por Isabella chegaram bem cedo. Os rios haviam transbordado, algumas aldeias próximas ao castelo haviam sido alagadas e todas as plantações haviam sido perdidas, ninguém havia perdido a casa ou a vida, mas alguns fazendeiros haviam perdido uma parte do gado devido a uma enxurrada que havia passado por algumas fazendas. E ao invés de ir para o quarto descansar, ele foi levado para a sala de reuniões para resolver o problema.
Isabella acordou apenas durante a tarde e a primeira coisa que ela fez, após se limpar e se vestir, foi ir até as meninas, ela não as via desde a manhã anterior. As meninas estavam terminando o almoço para que pudessem ir para as aulas da tarde, e prometendo as meninas de que ela iria coloca-las na cama, ela deixou as meninas irem para as suas aulas e foi atrás do marido, que continuava na sala de reuniões.
- Causei muito estrago? – perguntou parado atrás dele, que se encontrava sozinho em sua sala de reuniões e apoiou as mãos nos ombros do marido, os apertando em uma massagem e os sentindo tensos.
- Um pouco. – admitiu. – Eu não estou com cabeça para resolver isso, por mais urgente que seja, preciso ser sincero. Eu estou muito cansado. – admitiu sentindo as mãos da esposa apertando seus ombros.
- Vai descansar. Depois resolvemos isso juntos. – pediu deslizando as mãos pelo peito do marido até apoiar o queixo contra o ombro de Edward. – Isso aumenta mais ainda a minha vontade de me afastar da corte por um tempo. – o rei levou a mão para o braço da esposa, que continuava apoiado em seu peito e o acariciou.
- Não é a única. Mas antes de nos afastarmos precisamos resolver esse problema. – suspirou. – Eu já mandei distribuírem alguma coisa para os próximos dias, ainda não pensei sobre que faremos sobre a parte do gado perdido. – ele desceu com a mão até a mão da esposa, segurando-a e beijando mesma. – Cadê as meninas? –
- Nas respectivas aulas. Quer que eu vá para o quarto com você para lhe fazer um cafuné? – questionou ela dando um beijo em sua bochecha e ele sorriu. – Eu te amo. – falou perto de seu ouvido e ele sorriu mais ainda.
- Eu também te amo, minha rainha! –
- E se eu ainda não agradeci por ter me ajudado ontem… - ela beijou a bochecha do marido, e apoiando os dedos contra o seu queixo e virou seu rosto na sua direção e lhe beijou os lábios. – Muito obrigada, meu amor! – ela beijou seus lábios de novo.
- Você não tem que me agradecer, minha rainha. – Edward roçou o nariz contra o de Isabella. – Eu faço qualquer coisa por você! – ele roçou a ponta do nariz contra o da esposa mais uma vez antes de lhe beijar os lábios, cujo beijo foi prontamente retribuído.
Edward se levantou da cadeira e juntos os dois seguiram para o quarto, para que ele pudesse descansar, os dois se deitaram na cama, com Edward deitando a cabeça contra os seios da esposa, que começou um cafuné lento contra os cabelos do marido, e devido ao extremo cansaço da noite em claro e das pouquíssimas horas que ele havia conseguido dormir durante a manhã, ele acabou adormecendo em pouquíssimos minutos.
Demorou quase um mês até que tudo foi colocado em ordem. O rei pagou aos fazendeiros que haviam perdido alguma parte do gado, para que eles pudessem comprar novos animais. Desde a tempestade causada por Isabella, ela não permitiu que chovesse de novo, para que a terra secasse o suficiente para que alguma coisa tentasse ser salva e para que os haviam perdido tudo, conseguissem voltar a plantar. Eles não tiveram mais nenhuma notícia vinda de Londres, e pelas contas, a comitiva de Seth deveria estar desembarcando agora em Londres, e por mais que ela tentasse forçar alguma visão sobre o futuro da irmã, ela não conseguia, era uma inconstância, como se Jane não decidisse o que iria fazer, se iria tomar a poção ou não, e Bella simplesmente decidiu que iria deixar a sua vida seguir o seu rumo, ela havia feito a sua parte, havia feito a poção que Jane tinha pedido, agora ela não tinha mais nada haver com isso, e só voltaria a se preocupar com algo vindo de Londres caso ela recebesse alguma carta de sua irmã, e não antes disso.
Os dois tinham decidido se afastar por um momento da corte, queriam levar as meninas para o castelo de verão, as quatro gostavam bastante de lá, mais do que da própria corte em questão, o que já fez com que Edward cogitasse a ideia de mudar, pelo menos por uns anos, a sede da corte de Castela para o castelo de verão, ao invés do castelo no centro da cidade principal do reino, mas até o momento tal pensamento não tinha passado disso, pensamento.
As meninas estavam dormindo profundamente, cada uma em seu respectivo quarto, sem ser pelas gêmeas mais novas que dividiam o quarto ainda. Já estavam na metade da madrugada e os reis ainda se encontravam acordados, deitados, nus, sobre um divã com um pano azul lhes cobrindo. Isabella estava deitada entre as pernas do marido com a cabeça apoiada em seu peito, enquanto os dedos de Edward deslizavam pelo braço descoberto da esposa, que tinha os olhos presos no fogo que crepitava e queimava a lenha.
Sem que Edward percebesse, o brilho esverdeado apareceu nos olhos de Isabella, era uma visão, tinha um bom tempo em que ela não tinha nenhuma. Isabella piscou os olhos e viu que seus pés descalços e sujos, com vestígios de sangue velho, debaixo de seus pés, ela viu algumas tabuas claras e sujas de madeira, e em volta dos pés, galhos finos e secos e pedaços de feno. Ela tentou se mexer e viu que estava amarrada, encostada em algo duro e fino, com seus pulsos presos para trás, e seus tornozelos também estavam amarrados. Bella levantou a cabeça, sentindo algumas fisgadas em seu corpo, e algo apertando na altura de sua cintura. Ao olhar para frente, ela viu uma multidão a sua frente, ela estava acima deles, e via suas bocas se mexendo, mas não ouvia nenhum som. Não tinha som, não tinha cheiro e não tinha gosto!
Ela olhou em volta e percebeu onde ela estava. No centro de uma pira, cercada por madeira seca e palha, olhando para cima, ela viu a ponta da tora fina, onde ela estava amarrada, e o céu sobre a sua cabeça estava completamente nublado. Uma brisa passou por ela fazendo mechas de seu cabelo longo e castanho, cobrirem a visão de seu rosto, e ao olhar novamente para baixo, ela viu um pedaço de um tecido branco, encardido e com alguns rasgos, balançando na brisa, e ao levantar os olhos para o que apertava a sua barriga, ela viu uma corta bem presa na altura de seu ventre, com um leve arredondado. Meu bebê! Tal exclamação preencheu a sua cabeça. Isabella levantou a cabeça de novo, e viu um homem de túnica vermelha se aproximou dela, com uma tocha em mãos, e em seu pescoço uma enorme corrente com um crucifixo de ouro pesado e grosso pendurado na ponta. Ela olhou por sobre o ombro do inquisidor e reconheceu Edward discutindo com outro inquisidor.
Isabella começou a sentir o calor em volta de seus pés, mas tal calor não durou muito, uma chuva forte e gelada começou a cair, fazendo com que o fogo, que tinha se alastrado entre a madeira e palha seca, se apagar quase que imediatamente. Isabella ouviu um grasnar sobre a sua cabeça, e ao olhar para cima viu um corvo apoiado no topo da tora, o animal abaixou a cabeça para baixo e grasnou de novo, olhando diretamente para Isabella, que ofegou ao sentir algo pontudo perfurando seu peito.
Bella saiu da visão com o sobressalto Edward dera. A rainha de Castela tirou os olhos do crepitar do fogo e virou a cabeça para o vidro de onde ela ouvia o barulho de algo batendo contra o vidro, o mesmo barulho que tinha feito Edward se sobressaltar, devido ao silêncio que reinava no carro. Apoiado no beiral da janela, tinha um corvo, que bicava o vidro e ao ver que Isabella tinha o olhado, o animal grasnou para ela, mais uma vez.
- Um corvo? – Edward questionou confuso. – A essa hora? –
- Deve estar procurando comida. – disse simplesmente e com um balançar de dedos discreto, ela fez uma rajada de vento afastar o animal de sua janela.
- Mas a essa hora? – insistiu ele e ela engoliu o nó que sentia em sua garganta.
- Esquece aquele animal, meu amor. – pediu se afastando de Edward e tirando a coberta de sobre seu corpo, ela se sentou contra o colo do marido, de frente para ele, que passou os braços por sobre a cintura delgada e desnuda da esposa. – Está cansado? –
- Cansado? Para a minha esposa? – questionou sorrindo.
Bella sorriu de volta e aproximou a cabeça de Edward e beijou-lhe os lábios. Ele ajeitou a esposa sobre o seu corpo, deslizando com cuidado o seu pênis ereto para dentro da buceta da esposa. Com as mãos apoiadas contra os ombros do marido, ela deixou o corpo leve, enquanto sentia as mãos firmes e fortes de Edward contra a sua cintura, mexendo o quadril da mesma sobre o seu. Com cuidado, ele os virou no divã, deitando Isabella sobre o mesmo e ficando por cima dela e entre as suas pernas.
Edward ia investindo o quadril contra o da esposa devagar, porém firme, fazendo-a gemer contra a boca do marido a cada investida do mesmo. Ele deslizava as mãos pelas pernas e cintura macia de Isabella, intercalando a caricia com alguns apertos. As pernas de Bella estavam envolta da cintura de Edward e ela já conseguia sentir a sensação maravilhosa que Edward sempre lhe proporcionava quando ela estava perto de atingir o seu ápice. Ele investiu mais algumas vezes dentro da esposa, até fazê-la com que atingisse o seu ápice por completo, e abafasse o seu gemido contra a boca do esposo. Edward investiu mais algumas vezes o quadril contra o de Isabella, até se derramar dentro dela, relaxando seu corpo sobre o dela.
- Eu te amo, minha rainha. – ele falou contra os seus lábios.
- Eu te amo, meu rei. – com calma, ele aprofundou o beijo.
Na manhã seguinte quando Edward acordou, Isabella já estava desperta, ainda trajava a sua camisola e continuava na cama, fazendo um cafuné distraído nos cabelos do marido, enquanto tinha os olhos presos no corvo que havia voltado, e também não desviava os olhos de Isabella. Bella não tinha dormido e tampouco percebido que o marido havia acordado, durante toda a madrugada ela foi assombrada pela visão de sua morte na fogueira e do maldito corvo, e quando ele se sentou na cama, após chamar a esposa e ela não responder, o rei percebeu que seus olhos estavam tomados pelo brilho esverdeado.
- Bella. – ele a chamou de novo e ela não respondeu. – Isabella… - ele a sacudiu. – Isabella. – ele a sacudiu com um pouco mais de força, que a fez balançar a cabeça e desviar os olhos do pássaro na sacada do quarto e o brilho sumiu de seus olhos.
- O que foi? – perguntou com a voz carregada de cansaço.
- O que houve? – ele perguntou se aproximando dela e preocupado.
- Sabia que o corvo é um sinal de mau presságio? Em diversas vertentes religiosas desde as pagãs as católicas, ele é considerado como um mau presságio, já que sempre que ele aparece é para anunciar um mau agouro, azar e a morte. – ela falava olhando para o animal com a voz baixa e distante. – E isso tudo porque eles são necrófagos – comem cadáveres -, imitam perfeitamente a voz de alguns animais – o que inclui as vozes dos humanos – e por serem predominantemente preto, cor atribuída às trevas e ao mal. – Edward olhava para a esposa sem entender ao certo o que ela queria dizer e o brilho voltava aos seus olhos de novo. – Eu, por outro lado, vejo que eles têm coisas boas dentro de si, igual a qualquer um. Nos livros de minha mãe dizem que eles podem ser usados como símbolo de proteção e sabedoria. Mas não podemos nos esquecer que bruxas costumam usar a ligação que temos com os corvos, sempre que eles aparecerem é o sinal de uma premonição, além de serem forças espirituais do além, pois este animal tem uma ligação entre o mundo dos vivos e dos mortos. Quando eu era criança, antes de eu ir para Paris, eu ouvi que uma mulher, ela não era nada, uma mortal qualquer, foi morta apenas porque um corvo pousou em sua janela e ela não afugentou o animal. Os inquisidores dizem que os corvos são nossos servos, e que temos a capacidade de nos transformar neles. – seus lábios se repuxaram em um sorriso assustador enquanto ela continuava com os olhos presos no animal no beiral de sua janela. Eu não entendo o motivo de as pessoas terem tanto medo da morte, ela é um processo universal e inevitável. Todos nós vamos morrer… -
- Isabella! – Edward a chamou firme e ela virou a cabeça o encarando, com os olhos castanhos de novo.
- O que foi? –
- Para com isso! – mandou. – Você está estranha, não fala coisa com coisa. -
- Eu? Eu não falei nada! – respondeu confusa.
- Isabella, pelo amor de Deus, você estava falando sobre corvos serem sinais de mau presságio e depois começou a falar sobre morte. – Bella piscou os olhos castanhos confusos.
- Eu… Eu não lembro de ter falado nada! – Edward segurou o rosto da esposa entre as mãos, vendo que ao redor de seus olhos existiam manchas levemente arroxeadas como se ela não tivesse fechado os olhos a noite inteira.
- Você não dormiu nada, não é? – questionou ele.
- Estava sem sono! – deu de ombros. Em uma piscada de olhos da esposa, Edward viu seus olhos começarem a ganhar o tom de verde de novo, mas dessa vez ela os piscou algumas vezes rapidamente e o brilho sumiu.
- Você está estranha. Muito estranha. Praticamente desde que chegamos aqui, melhor desde que sua irmã foi embora, você está estranha! Já cansei de lhe ver preocupada com as coisas, mas nunca chegou nesse nível de você não conseguir controlar os seus olhos! – apontou se levantando da cama e ela suspirou.
- Talvez a visão da chegada do Papa esteja me deixando mais nervosa ainda. – comentou com a voz baixa e puxando os joelhos para perto do corpo, abraçando as suas pernas.
- Eu já lhe disse! Nem que eu tenha que romper de uma vez por todas com Roma, ninguém vai encostar um misero dedo em você ou nas meninas! – falou se reaproximando dela, e se sentou perto de seus pés. – Quando seu pai estava aí, nós pensávamos que você pudesse estar grávida, você já fez algum teste ou sabe se isso possa ser sinal da gravides? –
- Eu nem tive cabeça para isso. – respondeu, tirando as mãos das pernas e levando até o rosto, escondendo o mesmo contra as palmas das mãos.
- Vem, meu amor, deita aqui e vamos dormir um pouco. – ele tentou deitar a esposa na cama, para tentar fazer com que ela descansasse um pouco.
- Não, eu tenho que ver as meninas… -
- As meninas estão bem! – falou firme e puxando o corpo da esposa para que se deitasse na cama. – Está bem cedo, elas sequer acordaram e as babás estão de olho nelas, esse é o trabalho delas, então, por mais que você goste de cuidar das quatro, deixe-as fazer os seus respectivos trabalhos e vá descansar. – ele puxou as cobertas para lhe cobrir o dorso. – Sabes que eu odeio ter que fazer isso, mas isso é uma ordem do seu marido e do seu rei. – falou sério e ela apenas suspirou derrotada, ela estava exausta, por mais que não admitisse, a noite em claro, com a visão da fogueira e o corvo lhe atormentando, a havia deixado deveras exausta.
Edward deitou atrás da esposa e a abraçou forte, Bella se afastou dele, apenas o tempo suficiente para pegar um lenço sobre a mesa da cabeceira do lado da cama onde o seu marido dormia, e voltou a aconchegar o corpo perto do dele, colocando o lenço sobre os olhos. Edward ao sabia ao certo se era devido a claridade que começava a adentrar ao quarto ou se era para que ele não visse caso ela continuasse com os seus olhos abertos e com o brilho esverdeados nele.
Contudo Isabella adormeceu rapidamente, poucos minutos após Edward começar a fazer um cafuné em seus cabelos e ela adormeceu profundamente, ressoando profunda e calmamente. O rei se levantou da cama e se aproximou da janela para que pudesse fechar as cortinhas, que eles tinham se esquecido de fechar antes de dormir, para que o quarto pudesse ficar bem escuro para que sua esposa conseguisse dormir e descansar. E pela primeira vez, ao chegar perto da janela, foi quando ele notou que o corvo tinha voltado e estava parado no mesmo lugar da madrugada, olhando para dentro do quarto com seus olhos mortos.
Edward abriu a porta da sacada, sentindo um vento frio, frio demais para um verão, entrando no quarto e fazendo com que a pele de seu peito e braços, já que ele trajava apenas uma calça, se arrepiasse. O céu estava nublado, muito nublado, como se uma chuva forte fosse cair e ele não sabia se isso era apenas a natureza ou sua esposa, geralmente quando era obra dela, e ela dormia as nuvens se dissipavam, mas dessa vez elas se tornavam mais carregadas ainda. O corvo grasnou para ele e ele o espantou, fazendo o animal fugir grasnando para dentro da floresta ao redor do castelo. Antes que ele pudesse entrar no quarto, e terminar de fechar as janelas, sua atenção foi atraída por um barulho ao longe. Ao se aproximar mais um pouco do beiral da sacada ele viu uma pequena comitiva se aproximando do castelo, cerca de dez guardas a cavalo, uns vinte a pé, e no meio uma carruagem vermelha com uma cruz sobre o teto abobadado da mesma e ele engoliu em seco ao lembra do corvo que ele havia acabado de espantar e das palavras que Isabella havia dito a pouco tempo.
Sabia que o corvo é um sinal de mau presságio? Em diversas vertentes religiosas desde as pagãs as católicas, ele é considerado como um mau presságio, já que sempre que ele aparece é para anunciar um mau agouro, azar e a morte.
A fala de sua esposa veio com tudo em sua mente enquanto ele olhava a comitiva papal se aproximando de seu castelo!
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