Kensington
Três
meses depois
POV
Narrador
Respira, inspira. Respira, inspira. Era exatamente o mantra
que Bella vinha mantendo há duas semanas quando o seu agora namorado, sim
namorado, lhe disse que iria apresenta-la para a sua família. Edward tinha a pedido
em namoro há duas semanas, o que definitivamente era algo totalmente
inacreditável.
Se há três meses alguém dissesse que, após uma
inesperada e foda mágica, consequência de uma "chantagem", eles
chegariam a um relacionamento como o deles, os jovens não acreditariam. Isso
soaria como loucura pura.
Mas aconteceu. Depois daquele dia, inexplicavelmente os
dois jovens não conseguiam manter as mãos longe um do outro. Eles se
encontravam dia após dia cada vez mais ligados. Ambos se encontravam em um
momento perfeito, sublime e de êxtase completo.
Eles desenvolveram algo único, algo que os dava a
certeza de que o futuro de ambos eram juntos. Para isso eles teriam que começar
da maneira certa. Um passo de cada vez. E o primeiro passo eles, foi
oficializar o namoro, não que eles precisassem disso, pelo contrário, mas
precisavam fazer tudo como mandava o figurino se quisessem que olhassem para
eles como dois adultos e não como dois adolescentes comandados pelos hormônios.
As famílias deles de uma forma ou de outra também teriam que participar e
aprovar aquele relacionamento.
Flashback
Enquanto os raios de sol
entravam pelas frestas da janela o jovem casal pouco se importava para as
horas, afinal, graças ao bom Deus era sábado, e após uma longa e gostosa noite
entre eles, estavam esparramados na cama dele.
- Bella, você vai fazer algo
hoje?- ele estava em silencio há algum tempo já. Ela não queria parecer chata,
mas ele estava perdido em pensamentos nos últimos dias.
-Não que eu saiba, pelo menos
não ainda, por quê? - ela se ajeitou melhor na cama rolando para cima dele
cruzando os braços no peito duro, e logo em seguida apoiando o queixo sobre as
mãos.
Ele olhou para o rosto da
mulher deitada em seu peito e deu um suspiro, "era um homem de sorte
porra, aquela mulher era incrível. Tudo o que ele sempre quis para a vida dele.”.
Fazendo um carinho gostoso que ia do alto da cabeça da morena até a parte de
baixo do queixo ele respondeu.
- Eu queria te levar em um
lugar especial. -
-Não vai me dizer aonde é?- a
morena já se encontrava desconfiada daquele pedido.
-Não. É surpresa. - ele disse sorrindo
um pouco olhando para o rosto dela tentando achar as respostas que passeavam
pela sua cabeça.
Ele se encontrava com muita
vontade de oficializar o que eles tinham, ele queria colocar um rotulo naquilo
o que eles tinham, mas estava com medo da reação da morena. Ele sabia que após
eles começarem a se envolver ela tinha parado de se encontrar com um cara que
andava saindo, mas assumir um compromisso perante todos poderia acabar com o
que eles tinham. Ele não queria isso, então o medo de errar era grande, porem a
vontade de acertar era melhor ainda. Se ela não quisesse não tinha problemas,
claro que ele queria isso, mas, queria mais ainda ela em sua vida, nem que para
isso eles tivessem que continuar sendo somente amigos que transavam.
Sim, eles tinham se tornado
amigos antes de qualquer coisa, ambos sabiam tudo, ou quase tudo, um da vido do
outro. Eles transavam como coelhos, mas também saiam, iam a bares, shows,
cinema, ou até mesmo só ficarem dentro da Starbucks com cafés e contando o quão
ruim tinha sido. Eles estavam ali, um pelo outro.
- Certo, surpresa, você sabe
que eu não gosto de surpresas. - ela disse olhando nos olhos dele e dando um
sorriso de lado. "Ela é tão linda" ele pensou erguendo a cabeça e
depositando um beijo nos lábios da morena.
- Sim, eu sei disso e te
prometo que não será nada extremo. -
- Tudo bem, mas se eu não
gostar irei te castrar okay?- ela disse sentando sobre as coxas dele e
apertando suas bolas com uma mão. Ele ficou duro instantaneamente. Ela se
encontrava nua em cima dele e apertando sua masculinidade.
- Porra Bella! - ele gemeu
enquanto ela colocou a mão envolta do seu eixo e começou com um vai e vem
gostoso.
- Já que eu não sei o que
esperar disso, melhor eu aproveitar enquanto você não é castrado. - Logo a
morena abaixou a cabeça e abocanhou o membro do rapaz, dando assim, inicio a
mais uma rodada de sexo.
As 19h ele passou no
apartamento dela e a pegou. Sem muitas palavras ele a esperou em frente ao seu
carro, nem chegou a subir, o que era estranho aos olhos de Bella. Assim que
parou a frente do rapaz, ele colocou as mãos em sua cintura dela e a puxou para
um beijo profundo. “Que Deus me ajude que esse não seja o ultimo" pensou
ele enquanto parava o beijo com pequenos selinhos.
- Certo, vamos logo. Não
podemos nos atrasar- ele abriu a porta e a ajudou a entra no carro, dando a
volta rapidamente e entrando também. - Antes de tudo, vou colocar isso aqui em
seus olhos- ele disse enquanto retirava um pedaço de tecido negro, do bolso do
paletó, para usar como venda.
- Ah, qual é Edward, além de
me levar para um lugar que eu não faço ideia de onde seja, quer me vendar para
não poder ver o caminho? - ela perguntou cruzando os braços fazendo um bico
emburrado. Ele achou graça do comportamento dela e riu baixinho.
- Eu só vou fazer isso porque
senão você irá adivinhar onde estamos indo, e isso vai estragar a surpresa,
então, por favor, seja boazinha e colabore comigo okay? Prometo que te recompenso
mais tarde- ele piscou e deu um selinho nela. Rapidamente colocou a venda nos
olhos dela, deu beijo em sua têmpora e ligou o carro. - Não vale espiar okay?-
ele a reprendeu sorrindo, quando ela tentou levantar um pedaço da venda. Ela
bufou e cruzou os braços se perguntou aonde inferno eles iriam.
O silêncio reinava dentro do
carro, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Ele nas palavras que teria
que dizer a ela. Ela nos momentos que eles passaram até ali. Alguns minutos
depois eles estacionavam em frente ao Boston Common.
- Já chegamos? - ela perguntou
tentando adivinhar onde eles estavam ela se perdeu nas lembranças de momentos
entre os dois e não viu o tempo passar.
- Já! - ele riu pelo tom
espantado dela. - Viu porque você não poderia ver? Você saberia antes de chegar
aqui. - ele deu um beijo em sua têmpora e saiu do carro para ajudá-la a sair do
carro. - Cuidado para não cair amor. - ele disse mantendo a mão da garota entre
as suas enquanto ela se firmava em suas próprias pernas e ele fechava o carro.
A primeira coisa que Bella
percebeu era que o local ficava a céu aberto, o vento gostoso que passava ali
deixava sal pele levemente arrepiada com a excitação do que estava para
acontecer.
- Certo, então chegamos e eu
já posso retirar a venda não é? - ela disse logo em seguida levando as mãos
para desamarrar a venda quando a mão de Edward interrompeu o processo.
- Não, não, não. Só mais um
pouquinho e você já poderá tira-la eu te prometo. Agora vamos, já estamos quase
lá. - Segurando a cintura da morena para que ela não caísse. Eles andaram por
mais uns cinco minutos conversando sobre o que tinha acontecido no dia de cada
um deles.
- Edward, onde estamos indo? -
Bella perguntou rindo segurando a mão do rapaz com firmeza para não cair.
- Só mais um pouquinho e você
já irá descobrir amor. – ele respondeu olhando para a mulher ao seu lado e
vendo o lindo sorriso que ela exibia. Ele a tinha vendado para uma surpresa que
ele realmente esperava que ela gostasse. Mais alguns passos e eles pararam em
seu destino final.
Ele saiu do lado dela e parou
a sua frente, analisando milimetricamente a encantadora mulher vestida em um
vestido preto rendado que abraçava todas as suas curvas e batia no meio das
coxas, tinha um decote em formato canoa que deixava seus seios um pouco mais a
mostra e dava ideias maravilhosas ao rapaz. Os cabelos castanhos se encontravam
soltos e enrolados nas pontas, emoldurando o rosto que exibia lábios com um tom
perverso de vermelho, que estavam sendo mastigados nervosamente.
- Tenha em mente que eu gosto
muito de você okay? Não me mate por isso. - ele disse enquanto carinhosamente
passava as pontas dos dedos por seu rosto chegando até seus lábios e puxando
delicadamente do meio dos dentes brancos.
- Okay, eu prometo não te castrar,
mas será que você poderia tirar isso? Estou morrendo de curiosidade. - ela
disse voltando a sorrir. Estava se corroendo de vontade de ver o que ele tanto
tinha aprontado. O jovem de colocou atrás da morena e lentamente desamarrou a
venda. Como se tivesse medo do que teria a sua frente, Bella lentamente abriu
seus olhos e simplesmente arfou com o que tinha a sua frente.
- Boston Common? - ela amava
aquele lugar.
- Sim. Eu sei que você ama
isso aqui tanto quanto eu, então não teria lugar melhor para nossa noite. - ele
disse olhando nos olhos da morena e segurando as suas mãos que estavam mornas e
levemente suadas.
- O que você está...-
-Muita calma, gafanhoto. Uma
coisa de cada vez. Primeiro vamos ao nosso jantar, nossas reservas estão
atrasadas em 10 minutos. - ele finalizou dando um selinho nela.
Conforme eles foram se
aproximando do local, Bella pode reparar decentemente no que estava acontecendo
a sua volta. As escadas que davam para um pequeno píer de madeira
que havia ali, perto de um dos lagos, local esse que era o lugar preferido
deles no parque, estavam cheia de pétalas de flores vermelhas, rosas e brancas.
Conforme eles foram subindo, mais ela ficava
encanta. Tinham pequenas luzes pendurada nos troncos das árvores, como se fosse
uma decoração de natal, só que com um ar mais romântico. No corrimão das
escadas tinham algumas trepadeiras e flores que ali normalmente não tinhas. Terminando
a escada e chegando ao centro do local ela arfou novamente com o que estava
vendo.
Ali no centro tinha uma mesa com duas
cadeiras uma de frente com a outra, várias lanternas de diversos tamanhos
espalhados por todos os lados assim como mais pétalas de rosas, assim como um
castiçal estrategicamente colocado no centro da mesa por cima de uma toalha de
linho branca. A mesa contava com uma organização digna de umas restaurantes
cinco estrelas. Próximo à mesa tinha um carrinho de inox com alguns pratos
tampados, a refeição deles, ela supôs.
- Edward. - ela disse encantada sussurrando
baixinho olhando para tudo a sua volta. - Amor, isso aqui está incrível. Nem
sei o que te dizer sobre isso tudo. - ela finalizou olhando para ele com os
olhos brilhando.
- Vamos jantar, que tal? A comida está esfriando!
- ele pegou a mão dela e a levou até a mesa, puxou a cadeira para ela e se
sentou a sua frente segurando sua mão. - Bem, eu espero que tudo esteja ao seu
agrado.
Um rapaz que Bella não soube de onde saiu
vestido com terno e gravata borboleta os serviu com vinho e colocou os pratos disposto
sobre a mesa para que pudessem se servir a vontade. Logo após o rapaz sumir de
suas vistas novamente uma musica começou a soar baixinho de um lugar que ela
não soube identificar corretamente.
- Uau. Pelo jeito você pensou em cada
detalhe não?- ela disse olhando para ele enquanto mordia o lábio inferior.
- Pelo menos tentei, eu acho. - ele riu
baixinho. - Eu queria que esse momento fosse especial para nós. Tinha chegado a
hora. Ele teria que falar tudo aquilo o que estava guardando e pedir a mão da
garota em namoro. A vontade do rapaz era casamento, mas estava com medo de
colocar tudo a perder de uma única vez, afinal, estavam juntos há três meses.
Pouco tempo para casar não é? Pelo menos para a sociedade.
Bella já tinha uma noção do que iria
acontecer ali, ela estava esperando isso inconscientemente, nunca nem sob
tortura iria ser a primeira a mencionar relacionamento serio com o rapaz a sua
frente, ela tinha medo de perder o que eles tinham, e Bella era mestre nisso.
Estragar tudo o que era bom em sua vida. Pelo menos era assim que a morena
pensava sobre si mesma.
- Bella... Eu nem sei por onde começar droga.
- ele tinha passado horas pensando no que dizer e simplesmente a coisa toda não
vinha
- Eu aceito! - ela disse sorrindo para ele,
o tirando de qualquer raciocínio lógico.
- O que? - ele ficou confuso com o que a
morena disse, ele não tinha feito o pedido ainda então, como ela aceitaria
algo?
- Eu disse que eu aceito o que quer que seja
que você me proponha agora. - ela disse sorrindo brilhantemente para ele. Ele
estava bestificado. Como a mulher adivinhou qualquer coisa?
- Como você... –
- É simples. - ela deu um gole no vinho
tinto que estava na taça a sua frente. - Você não me traria para um jantar como
esse, por motivos aleatórios sendo que somente essa semana saiu para jantar
fora três vezes. Desde hoje de manha você está meio distraído, o que me leva a
conclusão de que você está colocando tanta expectativa nesse jantar que ele não
poderia ser tão simples assim. Juntando com as frases que você soltou desde o
começo da noite, eu só posso presumir que você vai me pedir em namoro ou
casamento, sendo assim, como estávamos na base da "amizade com
benefícios". - ela falou a palavra fazendo aspas com a mão. - Até hoje de
manhã, e que essa semana você já tocou no assunto "exclusividade". -
novamente fez as aspas. - Mais vezes do que qualquer casal na nossa
circunstancias faria, e que, apesar de dormimos juntos quase todos os dias e
estarmos juntos quase todas as nossas horas livre, ainda não nos conhecemos o
suficiente, sendo assim a alternativa seria namoro. E bem, eu aceito namorar
você. – Petrificado. Era essa a única palavra para descrevê-lo no momento
enquanto olhava para a morena em sua frente que ostentava um olhar de quem
sabia tudo e um sorriso encantador nos lábios.
- Jesus... Mulher você é incrível. - depois
do susto ele começou a gargalhar. Ele ria tanto que lágrimas começaram a sair
de seus olhos sem que pudesse controlar, ele jogou a cabeça para trás para
tentar conter a gargalhada. Bella se preocupou. "Será que me precipitei?
Será que interpretei tudo errado e ele ta rindo da minha cara porque namorar
comigo seria uma coisa que nunca aconteceria?" Ela ficou tão nervosa com a
crise de riso dele que começou a dar sinais de que iria ter uma crise de
ansiedade. "agora não" ela pensou sentindo suas mãos tremerem e
aquele arrepio gelado que vinha da base da coluna ate a sua nuca. "Deus,
como eu sou estúpida" ela sentia as lágrimas começarem a querer dar os
primeiros sinais.
- Edward eu não queria. - ela disse quase
sussurrando – Eu achei que... - O rapaz olhou para a moça a sua frente e viu
algo no rosto dela que o preocupou. "Deus, ela deve ter interpretado minha
crise de riso de forma errada”.
- Bella amor. - ele pegou as mãos da garota
e olhou dentro dos olhos dela, voltando a ficar serio. Fechou os olhos por
alguns segundos e abriu novamente. - Eu estou surpreso, eu passei quase uma
semana pensando nas palavras certas para te dizer, estava aqui todo perdido me
sentido uma bicha por não conseguir pedir a mão da minha garota em namoro e
você simplesmente transforma em algo tão fácil, que por um minuto eu me sinto
estúpido. Você lê mentes?- ele terminou com um sorriso de lado, o sorriso torto
que Bella tanto amava. Bella soltou a respiração que nem sabia que estava
prendendo.
- Então eu estava certa?- ela perguntou
engolindo o bolo que estava na sua garganta. Ele carinhosamente correu as mãos
pelo rosto da garota, colocando a franja dela para o lado e se esticou para dar
uns selinhos demorados na morena.
- Sim meu amor. Você estava certa, e eu me
sinto um idiota por ser tão previsível, ao mesmo tempo em que sinto um puta
orgulho por saber que você está na profissão certa. Você com toda a certeza
nasceu para o direto. - Ele sorria tanto, que seus olhos ficaram cheios de
pequenas ruguinhas em volta deles e ele estava perdido naquele sorriso cheio de
dentes brancos. Ela não era diferente, apesar de ter quase surtado por um momento
e deixado à crise domina-la, ela tinha se mantido forte. - Certo, então que o
assunto principal foi resolvido, podemos jantar? A comida irá esfriar- ele
disse começando a servi-la, depois que ela acenou levemente com a cabeça, com o
que estava na mesa. Salmão ao molho de ervas finas com batatas saute e purê de
abobora.
Assim o restante do jantar transcorreu
tranquilamente. Eles comeram, conversaram, dançaram e depois de não aguentarem
mais as provocações um do outro foram para casa dele e se perderam um no outra
noite adentro comemorando o novo Status de relacionamento deles. ESTAVAM NAMORANDO
ENFIM.
Fim do flashback
- Bella, está tudo bem com você? - Edward perguntou preocupado quando
viu os olhos perdidos e desfocados da namorada. Ela balançou a cabeça voltando
ao presente e deu um sorriso para ele.
- Sim. Só estava perdida em pensamentos. - Ela deu de ombros olhando
em volta. Eles tinham parado em frente a uma enorme mansão branca com telhado
de telhas azuis escuros. A mansão era muito bem iluminada devido às diversas
janelas tanto no primeiro andar, quanto no segundo e até no que parecia ser o
sótão e uma enorme varanda oval no segundo andar. Um jardim muito bem cuidado,
com belas flores desabrochadas e com dinheiro a uma fonte bem no meio do pátio
e com uma escultura que Bella não reconhecera.
- Espero que esse sorriso, sejam coisas sobre mim, você sabe como eu
posso ser bem possessivo não? - ele disse rindo se aproximando da garota e a
beijando delicadamente e ela agarrou-se as mangas de sua jaqueta temendo entrar
naquela imensa casa. - Vamos lá? Meus
pais já estão nos esperando. - E a simples menção dos pais, foi o suficiente
para trazer toda aquela tensão de volta ao corpo dela, não podendo ser
diferente. ele reparou. - Bella, olha
pra mim. – ele segurou o rosto dela com as
duas mãos, bicou os lábios dela com o seu e olhou dentro dos seus olhos. - São
só meus pais. Eles iram te adorar, não tem como não, você é uma garota incrível,
linda, e eu quero passar o resto da minha vida com você. Só que para isso,
precisamos colocar nosso relacionamento às claras para nossas famílias. Essa
semana a minha e semana que vem a sua, como nós já tínhamos combinado. - ele
deu um beijo mais uma vez seus lábios no dela e respirou fundo. - Mesmo que
eles não gostem de você, o que eu sinceramente acho impossível, não me importa
o motivo ou a opinião deles. Eu te escolhi para ser a minha mulher Isabella, e
só não caso hoje com você, porque sei que não estamos prontos. Eu não quero
estragar nada com você. Mas a escolha é única e exclusivamente minha, se eles
não a aceitarem, o problemas é somente deles. Não vim aqui para pedir
autorização para namorar você. Vim aqui para apresentar a garota que me faz feliz.
- ele finalizou enroscando os dedos nos cabelos da nuca dela e a puxando para
um beijo cheio de sentimentos e significados. As bocas se moldavam na velha
dança já conhecida pelos dois. Ela levou as mãos para o cabelo dele também e
retribuiu o beijo com vontade, mordendo o lábio inferior devagarzinho. Tirando
coragem e força de onde não tinha, Edward separou os dois, e encostou sua testa
na dela. - Vamos, antes que eu não possa entrar na frente dos meus pais por não
estar em condições. - ele deu um beijo em sua testa, e encostou suas costas no
banco novamente, respirando fundo ele se ajeitou e desceu do carro.
"Hora de encarar as feras". Edward sabia que corria um grande
risco de sua mãe principalmente, não gostar de Bella, pelo simples fato de ela
não ser inglesa. Esme prezava demais a árvore genealógica da família, e assim
acabava se esquecendo do principal. O sentimento do filho. Ele sabia que as
coisas poderiam talvez sair do controle, mas o que eu ele disse para Bella era
real, era impossível alguém não gostar dela. E mesmo se não gostassem, foda-se,
o problema era dele, não dos pais. Ele era homem e resolveria da sua forma
pensou ele.
Seguiu até a porta de Bella e a ajudou a descer. Ele tinha convencido
a morena a vir nas suas roupas de sempre, nunca tentando impressionar alguém,
fazer isso era como vender uma mercadoria falsa. E ela não era isso. Bella
tinha alma autentica um sorriso fácil no rosto que contagiava muita gente.
Depois dessa dica, Bella venceu uma calça skinny
escura, uma sapatilha clara com detalhes dourados, e uma camiseta branca,
juntamente comum cardigan que se encontrava em seu braço no momento.
Após fechar o carro ele segurou a mão da morena e a guiou para a porta
de entrada. Antes que tivesse a chance de fazer qualquer coisa, a porta se
abriu revelando uma mulher baixinha com cabelos brancos em um coque
milimetricamente arrumado. Pelas roupas deveria ser a governanta da casa,
pensou Bella.
- Tilda quanto tempo não te vejo. - Edward soltou a mão da namorada
por alguns segundos só para poder dar um abraço em Matilda, a governanta da família
a pelo menos 28 anos.
- Você também, pequeno Edward, e vejo que não anda se alimentando
direito não é? - Edward balançou a cabeça e deu um sorriso para a mulher que
sempre acobertava ele e seu irmão Emmett quando eram mais novos.
- Estou me alimentando perfeitamente bem. Tilda minha namorada, - ele
disse puxando Bella pela cintura e dando um beijo em cima de sua cabeça. - Nunca
me deixa passar fome. Ela é um anjo enviado do céu para mim, Tilda. - Dando
passos para o lado ele fez as devidas apresentações. - Matilda a minha segunda
mãe, Bella, e Tilda essa é Bella, a mulher da minha vida. - ele finalizou
beijando a testa da morena.
-Vamos logo entrar menino, se atrasar mais alguns minutos sua mãe vai
ficar uma fera, ai já viu, qualquer motivo pequeno, vira grande o suficiente
para ela implicar. - Edward sabia bem do que Tilda queria dizer, então ele
passou um braço pelos ombros de Bella e entraram na casa.
Matilda os guiou até a porta de madeira grossa negra e abriu a porta
revelando um hall de entrada enorme e muito alto. Um tapete persa estendido no
chão aos pés de uma escadaria que levava para o andar de cima e no tento um
enorme candelabro que refletia e brilhava de tão limpo que estava e diversos
quadros na parede da escada. Depois de olhar a sua volta a morena ficou
impressionada com a magnitude da casa. Estava tão absorta na beleza da casa que
nem viu o casal se aproximar, e sem precisar abrir a boca, já se sabia que os
dois eram pais dele. O Edward era todinho eles, os cabelos da cor da mãe, os
olhos da cor do pai, o modo de sorrir da mãe e o formato todinho do rosto era
todo do seu pai.
Eles caminhavam elegantemente até a onde o filho e a namorada estavam.
Bella não pode evitar tremer diante o olhar gélido que a sogra lhe deu. Olhar
esse que foi capturado pelo filho que balançou a cabeça negativamente que
estreitou mais ainda o braço sobre os ombros de Bella e a pressionando contra o
seu peito, em uma tentativa inútil de protegê-la da mãe.
- Edward meu filho, estava morrendo de saudades de você. - num piscar
de olhos a mãe saiu de perto do pai e correu para apertar o filho entre seus
braços, discretamente tirando Bella de perto do filho. - Senti tanto a sua
falta. - Logo depois foi à vez do sogro apertar o filho em um abraço, porém,
menos efusivos que sua mãe.
-Mãe, pai, eu quero que conheçam a minha namorada. Isabella Swan. –
Antes mesmo de alguém se pronunciar Bella já sentiu os sintomas de um
ataque de ansiedade "Droga, aqui não, agora não, por favor," ela
pensou suplicante para ninguém em especial. A mãe de Edward olhou a garota de
cima a baixo colocando mentalmente defeitos em qualquer lugar que ela pudesse
colocar na menina. Aquilo era um desastre. Não era uma mulher para o seu filho.
Mas Esme sabia que era diversão, apesar de já ter alguns anos desde que ele
apresentou alguém para a sua família. Insignificante ou não, Esme deveria
colocar a garota a sua frente no seu devido lugar. E seria hoje mesmo. Ela
conhecia esse tipinho. Fazia-se de boa moça quando na verdade só estava
pensando na estabilidade que o dinheiro podia oferecer. Não com o seu filho.
Ela não iria deixar. Na primeira oportunidade ela mostraria aquela garota que
não deveria tentar colocar as garras no seu filho.
- Prazer querida. - Esme ofereceu a mão com um sorriso mais cínico e
falso que ela já havia exibido na vida, e seu filho percebeu aquilo. Edward teria
que falar com o seu pai, ele controlaria sua mãe para não fazer nenhuma
besteira. Tremendo com o que via nos olhos hostis de sua sogra ela levantou a
mão e apertou a da sogra, sentindo um calafrio assim que encostou as mãos.
- Muito prazer Isabella, seja bem vinda à família. - Carlisle não se importava com o namoro do
filho, contando que aquilo não estragasse o seu futuro brilhante, ele poderia
namorar ou foder quem quisesse. Quando sua mãe ia abrir a boca para chama-los
para ir até a sala, Matilda entrou dizendo que o almoço ficaria pronto em quinze
minutos.
Edward estava receoso no que sua mãe poderia fazer com Bella, então
queria conversar com seu pai logo, duvidava que a mãe fosse fazer algo antes do
almoço. Ela não iria arrumar confusão. Pelo menos não tão cedo, esperava ele.
- Hum, pai, será que o senhor poderia me acompanhar até o escritório?
Tem uma coisa que eu queria conversar com o senhor. - Ele disse firme olhando
nos olhos do pai. Carlisle balançou a cabeça assentindo.
- Vamos até o escritório. - ele se virou para a esposa e pediu para
que os chamasse assim que o almoço estivesse para ser servido. Bella entrou em
crise e começou a respirar com um pouco de dificuldade, porém, só Edward percebeu.
Ele passou um braço em sua cintura a puxou para seu peito e a abraçou forte.
- Se acalme eu não vou demorar, preciso falar com ele, e te prometo
que será rápido, daqui a pouco estarei de volta. - finalizou com um delicado
beijo nos lábios da menina. Bella não queria ficar sozinha com a sogra. Mas não
tinha escolha. Vendo o namorado e o sogro se afastar, se sentiu como se tivesse
entrado na cova de um leão. Assim que Esme viu a porta do escritório se fechar
deu dois passos e ficou na frente da morena a olhando com escárnio.
- Então, Isabella. Você é de onde?- Esme perguntou olhando com cara de
desdém para ela. Bella sentia que poderia chorar. Estava tremula, suando e
enjoada. A crise estava ficando pior. "agora não, por favor," era a única
coisa que ela conseguia pensar. Respirando fundo limpou a garganta para
responder a sogra.
- Washington DC, Estado Unidos. - Esme soltou um barulho de desagrado.
- Uma americana. Não sei por que me surpreendo. Malditos Yankees. -
ela disse fazendo gesto de descaso com a mão.
- Como? - Bella não entendeu a atitude da sogra.
- Achei que meu filho tivesse colocado um pouco de juízo e tivesse
parado de brincar com tipos que nem você. - Bella arregalou os olhos sem
entender a atitude da sogra. Era loca? "tipos como eu?" O que ela
queria dizer com aquilo?
- Perdão, eu acho que a senho... –
- Oh não querida, não adianta fazer essa cara. Conheço bem as
oferecidas da sua laia. Basta olhar para você e ver que você não é digna do meu
filho. Você só serve para ser a distração na cama dele. - A essa altura Bella já
estava completamente ofegante e Esme pouco se importava com aquilo.
- Olha, não é nada contra o seu país querida. É que simplesmente meu
filho merece algo melhor que você. Ele merece uma inglesa, que saiba se portar
e se vestir ao lado dele. Ano que vem Edward irá assumir um cargo de extrema
responsabilidade. Não pode ser visto com tipinhos como você. Olhe só para você.
Olhe suas roupas. Isso é jeito de se vestir para um almoço tão formal quanto
conhecer a família do namorado? Desculpe mas não. Logo se vê que você não tem
classe, não tem garbo, não tem a mínima etiqueta pedida. Você fará meu filho
passar vergonha. Você destruiria a reputação dele. Mancharia o nome da nossa família.
- ela balançou a cabeça negativamente sem se importar com as lagrimas que
escorriam soltas pelo rosto da morena a sua frente. - Você é fraca Isabella, meu
filho precisa de alguém forte ao lado dele, alguém que o coloque no caminho e
esteja sempre sendo a razão que ele precisa para nunca fazer uma besteira. Na
primeira oportunidade ele vai dar um pé na sua bunda e você será só mais um
nome para listas de estrangeiras que meu filho levou para a cama dele. Ele vai
voltar para os pais dele garota burra, você entende o que isso significa? Você
é a distração do momento para ele. - suspirando e fazendo um gesto de descaso
com a mão, Esme deu seu tiro de misericórdia – Eu não irei me meter na vida do
meu filho, afinal que sou eu para dizer com quem ele deve se divertir ou não,
eu o entendo as coisas na faculdade devem ser puxadas, o que melhor do que sexo
fácil para desestressar? Só te dou um conselho, saia dessa de cabeça erguida
antes que ele chute a sua bunda. - Esme piscou e saiu em direção ao escritório
para chamar seus homens para almoçar.
"Eu não consigo mais, preciso sair daqui agora". Bella
gritou mentalmente e sem saber para onde ir, Bella foi à direção oposta do escritório
e entrou na primeira porta que apareceu. Era um banqueiro. Ela trancou a porta
e desabou no chão. O choro veio fácil. Esme tinha razão. Era fraca, não
conseguiu devolver a altura uma só palavra do que a sogra tinha dito. Por que
infelizmente tudo fazia sentido. Ela cansou de se perguntar o que um homem como
Edward viu nela. A sem sal e sem açúcar da faculdade. Deus, ela era o sexo fácil
dele. A foda ocasional.
Dentro do luxuoso escritório da família Cullen, Edward sabia muito bem
por onde começar a conversa com o seu pai, seria muito mais fácil do que pedir
Bella em namoro, Edward entrara primeiro e seu pai fechou a porta atrás dele, e
antes que o distinto advogado conseguisse falar algo, Edward o bombardeou.
- Controle a sua esposa, por favor. – pediu com toda a educação e
tentando controlar a vontade de voltar correndo para perto de Bella que havia
ficado sozinha com a sua mãe.
- O que quer que eu faça? – perguntou sem saber até onde o filho
queria ir com aquela menina e abrindo os botões de seu paletó sentou-se na
cadeira de couro enquanto seu filho continuava de pé. – Aliás, o que você quer
com essa garota? Você sabe vai falar algo pelo fato dela não ser inglesa, então
não sei por que a trouxe aqui. – seu pai não ligava para que nacionalidade,
religião e raça Isabella era, mas ele sabia que sua esposa se importava e
Edward sabia disso tão bem quanto ele.
- Eu amo a Isabella. – disse apoiando as mãos na mesa de madeira do
pai que riu.
- Você disse também da última vez que resolveu apresentar uma garota a
nós. – apontou o pai.
- Mas dessa vez é verdade. Eu estou completamente apaixonado por
Isabella e sei que ela também está por mim. Ela não está comigo pelas condições
que eu tenho,a te porque ela tem basicamente as mesmas condições que eu. –
- Explique-se. –
- O pai dela é juiz do tribunal superior de Washighton e a mãe dela é
uma promotora excelente, nunca perdeu um caso na vida. –
- Ela está no mesmo curso que você? – Carlisle perguntou.
- Sim, mas ela está no meio dele. – explicou e Carlisle não pode não
deixar de pensar que talvez o relacionamento dos dois não fosse tão ruim assim.
Ele poderia expandir a sua empresa para os Estados Unidos e assim aumentar sua
riqueza.
- Tudo bem. O que você quer, exatamente, que eu faça? –
- Controle sua esposa. – respondeu Edward sem ver as reais intenções
por trás do súbito interesse do pai pela namorada. – Eu não quero que minha mãe
a humilhe do mesmo jeito que faz com toda mulher que aparece aqui, eu realmente
amo a Isabella e pretendo me casar com
ela assim que eu acabar a faculdade, vocês querendo ou não. –
- Tudo bem. Prometo que tentarei controlar a sua mãe e... – e antes
que ele pudesse terminar a frase, bateram na porta. – Entre. – disse e a porta
fora aberta e uma Esme graciosa e com um sorriso amplo destinado ao marido e ao
filho mais velho entrou na sala.
- Vamos? O almoço está servido. – disse e Carlisle se levantou.
- Mãe, cadê Isabella? – Edward perguntou.
- Foi ao banheiro lavar as mãos e disse que nos encontraria na sala de
jantar. – disse enlaçando o braço do filho. – Venha, depois vocês conversam
mais um pouco. – ela puxou os dois para fora do escritório a caminho da sala de
jantar e Edward parou no hall de entrada. – Que foi? –
- Nada, mãe. Vai indo, vou esperar Bella para que ela não corra o
risco de se perder. – a mãe assentiu e entrou na sala de jantar com o marido.
Bella ainda se encontrava no chão do banheiro, já tinha uns cinco
minutos que estava ali escondida, e a vontade de vomitar veio da forma mais violenta
possível, engatinhou até o vaso e tentou vomitar. Nada saia, era a crise de
ansiedade vindo com tudo. Ela iria enlouquecer. Já estava. Tentava respirar e
não conseguia o gelo na sua espinha agora parecia irradiar para todos os
centímetros do seu corpo. Se ela não agisse rápido iria cair na inconsciência e
isso seria mais vergonhoso ainda. Só confirmaria tudo o que Esme disse a seu
respeito. Não tendo mais saída fez aquilo o que não fazia a mais de quatro
semanas.
Bella se sentou na tampa da privada tirou o cardigan, que tinha
colocado assim que pisou na porta da casa, tirou a bussola de seu avô que usava
como uma corrente, de dentro da camiseta e abriu a tampa traseira.
Tentando respirar um pouco mais devagar, ela pegou a lâmina afiada de
metal e fechou a bussola. Sem pensar muito para não ter uma crise de
arrependimentos ela enrolou a corrente em volta do pulso apertou a bussola
firmemente com os dedos da mão esquerda e com a mão direita levou o pedaço de
navalha até a parte interna do seu braço esquerdo, quase na axila e encostou a
lamina ali.
Deus, ela achou que depois que conheceu Edward ela não precisaria mais
se cortar. Mas não. Ali estava ela, tentando achar um subterfúgio para dor que
tinha em seu peito agora, ela não conseguia suportar mais aquele aperto. As
palavras de Esme se misturavam com a de seus pais.
"inútil"
"peso morto"
"sem classe"
"vergonha"
"fraca"
"decepção"
"fracasso"
"nojo"
"perdida"
E sem poder aguentar mais ela cravou a lamina na sua pele, sem
conseguir o alivio que queria ela pressionou ainda mais e puxou a lamina num
diâmetro de pelo menos 10 centímetros. E então o sangue escorreu. Ela sentia o ardor
da navalha, o que contrastava com o seu interior enfiou mais uma vez a navalha
só que dessa vez um corte de cinco centímetros.
Alivio. E então vieram as lágrimas. "eu sou tão fraca, me perdoa vovô”. E
como toda vez que ela se cortava ela passou a falar com seu avô por pensamentos
e chorando baixinho. "Eu não consigo vovô, não sem você pra me mostrar a
direção. Porque você teve que ir? Perdoa-me por ser esse lixo, eu juro que não
queria ser assim vovô, eu queria te dar orgulho. Mas eu não presto para
nada." E sentindo que a avalanche ia voltar novamente ela abriu sua calça,
desceu até os joelhos e cravou a navalha no interior de suas coxas. "Eu
mereço sofre, eu mereço cada pedaço de dor, eu sou um lixo, um ser inútil. Um
peso”. Bella fechou os olhos e encostou a cabeça no azulejo frio,
Ela já respirava. Não estava mais tremendo graças a Deus. Levantou-se
dali, pegou um pedaço de papel higiênico molhou e limpou o sangue da perna. "droga,
dessa vez foi fundo" ela viu que o corte talvez precisasse levar alguns
pontos. Levantou a calça e agradeceu a Deus por ser preta. Ela pegou a bussola
de seu avô, guardou a lamina e colocou no pescoço novamente por debaixo da
blusa. Quando foi pegar outro pedaço de papel para limpar seu braço ouviu uma
batida na porta.
- Bella? Amor, ta tudo bem? - Ela entrou em desespero. Não poderia
deixa-lo ver o que ela fazia. Ela era doente.
- Está sim Edward, já vou sair, só um minuto. - Rapidamente ela pegou o papel molhou e
começou a limpar o braço. “merda, hoje ela tinha exagerado, todos os cortes
iriam precisar de pontos”. Como ela faria isso se estava sendo esperada para
almoçar? Ela iria perder muito sangue até o fim do almoço. Precisava ir agora. Colocou
o cardigan e abriu a porta.
Sem que tivesse a chance sair, assim que abriu a porta, Edward entrou
no banheiro e trancou a porta atrás dele. Avanço até a morena e envolveu seu
rosto com as duas mãos e olhou dentro dos seus olhos. Ele viu que ela tinha
chorado, seu rosto estava inchado e ainda tinha rastros de lagrimas.
- Tilda me disse que viu minha mãe conversar com você na hora que
entrei no escritório com meu pai, e assim que vocês terminaram você saiu da lá
chorando e perdida. - ela começou a balançar a cabeça como se fosse negar e ele
interrompeu. - Isabella, eu estou olhando para você agora, eu sei que alguma
coisa aconteceu, me fala o que foi, por favor, eu te imploro. Deixa-me te
ajudar. - E então ela chorou. Por
reflexo ele envolveu seus braços envolta da cintura dela e a puxou para seu
colo, sentando com ela em cima da tampa da privada. Ela encaixou a cabeça no
vão de seu pescoço e chorou por mais alguns minutos. Edward queria deixa-la
desabafar antes de perguntar o que queria.
Aos poucos foi a sentindo relaxando no pescoço. Quando tirou sua mão
de sua cintura viu que seu braço e a camiseta dela estavam sujos de sangue.
Muito sangue.
- Bella, que porra é essa? - quando ele foi tirar Bella de seu pescoço
viu que ela estava pálida e sonolenta. "merda" - Bella. Olha pra mim,
que merda você fez? - ele sacudiu-a um pouco e ela olhou para ele querendo
fechar os olhos, sentindo completamente fraca e tonta.
- Me leva para o hospital Edward. Agora. - a voz dela não passou de um
sussurrou. E ele soube ali que algo de muito errado estava acontecendo. Ele
tinhas algumas duvidas pelas cicatrizes em seu corpo que ele preferia não ficar
perguntando o porquê. Mas não era nada concreto. Sem esperar por mais nada,
levantou a garota no colo e percebeu que tinha sangue na calça também. "Merda
Isabella".
Saiu do banheiro correndo e sem se despedir de ninguém já que seus
pais estavam na sala de jantar conversando, ele a colocou no banco do carona,
prendeu o cinto e entrou no carro dirigindo até o hospital mais próximo sem se
preocupar com limites de velocidade ou faróis de trânsitos. Alguns minutos que
ele não soube precisar quantos depois eles estavam no hospital.
Retirou ela de dentro do carro e entrou correndo e pedindo ajuda. A
enfermeira próxima ao balcão de entrada viu todo aquele sangue e a jovem quase
desfalecendo no colo do rapaz e foi ao socorro. Como abelha num enxame, vários
médicos e enfermeiros apareceram logo em seguida e colocando ela em uma maca a
levando para atendimento o mando ficar na sala de espera.
Deus, aquilo era tortura. Edward andava de um lado para o outro como
um bicho enjaulado. Já tinha quinze minutos que Isabella tinha entrado para atendimento
e ele ainda não tinha respostas. Sua mente estava um turbilhão, que porra tinha
acontecido com Isabella? O quão longe sua mãe havia ido dessa vez, para deixar
Bella naquele estado?
Ele já tinha prestado atenção nas cicatrizes que ela tinha no seu
corpo, mas nunca teve a coragem de perguntar para ela como tinha feito. No
fundo ele sabia o que ela fazia, só não queria admitir. Mas eles estavam juntos
há três meses e ela nunca precisou ir para o hospital ou apareceu de ponto pelo
corpo. Ele estava uma bagunça e só o medico ou Isabella para ajuda-lo. Alguns
minutos depois um médico veio em sua direção.
- O senhor é o acompanhante da Srt. Swan? - ele perguntou olhando a
ficha que tinha nas mãos.
-Sim. Sou eu – ele respondeu engolindo em seco. - Como ela esta Dr.? O
que aconteceu com ela? - ele estava frustrado. O medico balançou a cabeça e deu
um suspiro cansado.
- Isabella esta estável no momento. Ela perdeu sangue, então achamos
melhor monitora-la, ela tem anemia, o que pode acabr fazendo com que ela
precise de uma transfusão pela quantidade perdida. Sr. ? –
- Cullen, Edward Cullen. –
- Certo senhor Cullen, o senhor sabe o que aconteceu com a srt. Swan?
–
- Não. – Edward balançou a cabeça e enterrou seus dedos puxando seus
cabelos novamente. - Eu achei que o senhor iria me dizer. - o médico assentiu
novamente.
- Senhor Cullen, pelo formato dos cortes e pelas cicatrizes anteriores
que ela tem tudo nos leva a crer que a srt. Swan se cortou... Propositalmente
falando. - Então houve a confirmação que ele não queria acreditar. Isabella se
mutilava mesmo. Mas por quê?
- Senhor Cullen, eu sei que isso é um baque. É um assunto bem
complicado também. A autoagressão, ou violência
contra si mesmo, é um tema bem pouco discutido hoje em dia. Muitas pessoas que se agridem dessa forma não pedem
ajuda. Essas pessoas pensam que pode até estar ciente que têm alguns sérios
problemas, mas não acha que precisa contar para alguém, então eles não falam
sobre isso. - ele tomou um fôlego e continuou, Edward prestava atenção em cada
palavra que saia de sua boca. - Muitas pessoas não sabem bem como falar ou
apoiar um amigo ou familiar que se automutila, o que significa que ainda
existem muitos equívocos sobre de que forma e por qual motivo as pessoas se
machucam. Elas podem fazer por autopunição por algo que deu errado, como forma
de extravasar a dor, forma de controlar crises de pânico ou ansiedade. Pode ser
tantos motivos que você não faz a menor ideia. Por isso, o melhor a se fazer é
conversar com um profissional sobre isso. Vocês são daqui? - ele perguntou para
Edward que a essa altura já não sabia mais o que fazer.
- Eu sou, mas estamos aqui
somente para visitar a família, fazemos faculdade em outro país. –
- Certo senhor Cullen, então eu
diria que assim que vocês chegarem lá. Procure um especialista, como o senhor
viu hoje aqui, isso não é uma brincadeira, e também não é para se chamar
atenção. Quando ela acordar vai estar com o emocional no lixo por ter que fazer
alguém socorrê-la por causa dos cortes. Tenha paciência com ela. Daqui a pouco alguém
vem aqui levar o senhor para vê-la. - Edward assentiu e o médico saiu corredor adentro.
Jesus. Bella se mutilava por
sabe-se lá qual motivo. Mas de uma coisa ele tinha certeza. Sua mãe era de
alguma forma culpada, pelo menos pelo que acontecerá hoje. Uma enfermeira foi até onde ele estava e disse que poderia
acompanha-la caso quisesse ver sua namorada.
Ele queria vê-la? Sim, claro. Como iria dar as costas pra Isabella em
um momento como esse? A enfermeira o levou pelo corredor que o doutor tinha
desaparecido minutos antes. Eles foram até uma sala que continha uma placa
escrita "Sutura" na porta.
- É aqui, qualquer coisa que precisar é só apertar o botão na
cabeceira e eu venho correndo. - E do jeito que apareceu ela se foi. Edward
tomou um fôlego, respirou fundo e tomou coragem para entrar no quarto a sua
frente.
Assim que abriu a porta pode avistar sua namorada um tanto pálida e
imóvel na cama de hospital. Se aproximando devagar pode ver que ela dormia.
Parecia tão cansada, tão indefesa que ele sentiu seu coração quebrar ali. Não a
deixaria sozinha em hipótese alguma. ELE A AJUDARIA A SE LIVRAR DAQUELA DOENÇA.
Ela precisava dele, e ele estariam ali para sempre. Pelo menos foi isso o que
ele pensou naquele momento.
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