segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Capítulo 2

Tulsa – Oklahoma.

2019.

Bella.

O dia seguinte chegou como prometeu, eu ainda me encontrava cansada, mesmo eu tendo dormido a noite inteira eu sentia o cansaço no meu corpo pela noite anterior mal dormida. Quando eu acordei, a primeira coisa que eu fiz foi conferir se a minha mãe ainda estava em casa, e a melhor forma de fazer isso sem sair do quarto, era ver se o carro dela estava parado no meio fio de casa. E não estava, ela tinha ido embora! Voltei para a cama para arruma-la e vi a hora, já havia passado das dez, e eu não havia aberto a loja hoje. Droga! Mal sentei na cama e vi mais de dez conversas no WhatsApp como mensagens não lidas, e só da Alice eram mais de vinte mensagens perguntando se eu estava bem.

A maioria das mensagens era se eu estava bem, porque haviam passado na frente da floricultura e ela estava fechada, ou então que alguém tinha feito encomenda para hoje e a loja estava fechada. Para todas, com exceção de Alice, eu mandei uma mensagem padrão, pedindo desculpas pelas entregas não feitas, e inventando uma dor de cabeça por não ter aberto a loja e que sem falta amanhã tudo seria muito bem entregue. Já para Alice, que sabia de toda a história dos meus pesadelos, eu contei a ela, que havia passado mal no final da tarde, da discussão do médico com a minha mãe e que das duas uma: ou eu não tinha escutado o despertador, ou minha mãe entrou no meu quarto enquanto eu dormia e o desarmou, o que era mais provável, eu conhecia muito bem a minha mãe.

Deixei o telefone em cima da cama, agora feita, e fui tomar um banho. Por mais que não fosse abrir a loja hoje, eu também não iria ficar o dia inteira enfurnada debaixo dos lençóis, por mais que o tempo nublado, chuvoso e friozinho pedisse isso. Uma boa xícara de chá quente e um livro! Mas não, eu me recusava a ficar na cama. Tomei meu banho e me vesti, e enquanto colocava uma roupa quentinha, eu só ouvia meu celular vibrando anunciando novas mensagens que chegavam. Todas eram mensagens de clientes, mandando apenas um melhoras querida! ou então ainda bem que não é nada grave! E uma era de Alice, me chamando para ir almoçar com ela e a acompanhar para escolher as novas peças na fábrica para a sua loja. E eu aceitei!

Ela marcou comigo meio dia no restaurante da Sue. Eu já estava pronta e não iria trocar de roupa, apenas coloquei um suéter por cima e um par de botas para manter meus pés quentinhos. Eu fiz uma maquiagem bem leve, apenas para esconder a minha cara de cansaço e as fracas olheiras que começavam a aparecer e peguei minha bolsa no armário, colocando minha carteira e pegando um casaco mais grosso do cabide para o caso de esfriar mais e desci as escadas. Em cima da bancada da cozinha, junto a um bolo de limão siciliano, que estava inteiro, e que eu não havia feito, provavelmente minha mãe havia feito antes de ir embora, tinha um papel dobrado, e pelo meu nome anotado na frente do papel eu reconheceria a letra da minha mãe.

Bella. Eu precisei ir embora, tenho hora marcada no consulado grego em Washington amanhã, então precisei ir para casa terminar de arrumar as minhas coisas, pois vou pegar o avião hoje à noite. No final da tarde eu passo aqui para comermos esse bolo com uma boa xicara de chá. E se não for pedir muito, e se você puder me levar ao aeroporto hoje à noite, eu ficaria muito agradecida. Eu te amo, mamãe.  

Peguei meu telefone no bolso da minha calça e as chaves do carro e de casa na tigela que ficava no aparador próximo a porta e saí, trancando a porta e indo para a garagem e entrando no carro, mandei uma mensagem para a minha mãe.

Ok mãe. Eu te levo no aeroporto hoje à noite. Te espero em casa depois das cinco. Vou sair agora com a Alice, volto mais tarde. Eu também te amo. Enviei a mensagem para a minha mãe e enviei outra para Alice, anunciando que já estava indo para o Sue’s. Joguei o celular no banco do carona, onde estava a minha bolsa, coloquei o cinto e saí da garagem. Eu cheguei primeiro que Alice no restaurante, mas ela já havia deixado reservado uma mesa por telefone e em menos de cinco minutos após a minha chegada, Alice chegou.

- Me explica essa discussão da sua mãe com o médico. – pediu após termos feito nossos pedidos.

- Você conhece a minha mãe. O médico disse que não tinha problema nenhum comigo para eu sentir as dores e que a única explicação plausível seria algum trauma psicológico. Minha mãe começou a falar que o médico estava dizendo que eu era maluca, que não tinha problema nenhum com o meu corpo e sim com a minha cabeça. Que depois de vinte anos ele não havia encontrado o motivo das dores que eu sentia, então que ela tinha que procurar um médico mais competente... – eu dei de ombros.

- Nossa senhora... – ela passou a mão pelo rosto. – Mas que é estranho é. Te conheço desde sempre e você sempre teve essas dores que ninguém descobriu o que é. –

- Ela geralmente aparece após um sonho ruim, o mesmo sonho ruim que eu tenho desde criança e que minha mãe cisma em dizer que foi um filme de terror que eu vi quando era mais nova. Eu já cansei de pesquisar e nunca achei nenhum filme que chegasse perto do que eu sonho, não tem como ser um filme, mas qual outra explicação teria? –

- Vidas passadas? –

- Alice! Eu estou falando sério. –

- Eu também! Você não achou um filme que poderia te causar esse sonho. Sua mãe jura de pé junto que você nunca fez uma cirurgia para ter essa marca. A única explicação é essa. Vida passada! –

- E o que aconteceu na minha vida passada? Alguém me matou? –

- Pelo visto. – deu de ombros. – Mas você me disse que ontem sentiu dor mais no final do dia. O que aconteceu exatamente? –

- Chegou um cara lá na loja. Ele queria informação de onde ficava o escritório do Biers e... – dei de ombros e parei de falar ao ver o garçom trazer nossos pedidos. – Obrigada! – agradeci quando ele colocou os pratos a nossa frente e com um leve aceno de cabeça, se retirou. – E quando eu olhei para ele eu senti dor. Deveria ser o cansaço. Eu tinha discutido com a minha mãe pouco tempo antes. Foi um combo! – dei de ombros de novo. – Pesadelo. Forçando um sorriso na cara o dia inteiro enquanto queria apenas ficar debaixo das cobertas, discussão com a minha mãe... – suspirei. - Eu concordo com o médico. A única explicação é algum problema psicológico, mas nunca que a minha mãe vai permitir que eu procure um psiquiatra ou psicólogo. –

- Sua mãe vai viajar. Vai ficar mais de um mês fora. Aproveita e vai. –

- Ela nunca mais vai falar comigo quando descobrir. –

- Prefere ficar com a dúvida pelo resto da sua vida? – eu simplesmente passei a mão pelo rosto. – Agora vamos mudar de assunto... Quem é esse cara que pediu informação ontem? – perguntou levando um pedaço de peixe a boca.

- Sei lá. – dei ombros cortando meu filé. – Era rico. Parecia ser muito rico. –

- Era bonito? –

- Era. Tinha um ar meio sombrio e superior, mas era bem bonito. Acho que ele vai se mudar para cá. Sabe-se lá Deus porquê. –

- Se eu tivesse esse dinheiro todo que você comentou que ele parece ter, eu iria mudar bem longe de Tulsa. –

Eu e Alice continuamos conversando enquanto almoçávamos, e após o almoço e da conta ter sido paga, entramos em meu carro e eu fui dirigindo até o endereço indicado por Alice, onde ficava a fábrica de onde ela comprava as roupas para a sua loja. Nós ficamos lá um bom tempo, a tarde toda e meu carro veio lotado de sacolas com roupa. Tanto no porta mala, quanto no banco traseiro. Como ainda tinha tempo, antes de me encontrar com a minha mãe, segui para a loja da minha amiga e a ajudei a descarregar e a ajudei a arrumar as roupas nas prateleiras, manequins e cabides. Do mesmo jeito que Alice sempre me ajudava quando eu pedia, eu também a ajudava quando ela pedia.

Duas pessoas arrumando as coisas era muito mais rápido do que apenas uma, e um pouco atrasada eu cheguei em casa. Minha mãe já estava lá, não era novidade, eu estava apenas dez minutos atrasada, mas vendo como o jantar já estava quase todo pronto, ela não estava lá só a dez minutos. Como eu ainda teria que levar minha mãe no aeroporto, e a sua pequena mala de mão que estava parada próxima a minha porta lembrou-me disso, eu preferi tomar banho e me trocar só depois que eu voltasse de vez. 

Fui só até o banheiro para lavar as minhas mãos e fui para a cozinha encontrar minha mãe. Enquanto ela fazia o jantar eu colocava a mesa e ela ia perguntando o que eu havia feito o dia inteiro, já que não fui trabalhar, e respondi simplesmente o que havia dito mais cedo. Fui almoçar com a Alice e a acompanhei para comprar as novas roupas dela para a loja. Não comentei com ela sobre minha conversa com Alice, e quando ela perguntou o que tanto conversamos, disse que era apenas besteira e contando sobre o possível novo morador de Tulsa.

Nós jantamos com minha mãe contando que meu tio, que morava em Atenas, que eu nunca havia visto na vida, havia ligado perguntando como eu estava. Mas do mesmo jeito que eu nunca fui a Atenas, ele também nunca veio até Tulsa para me conhecer, um só conhecia o outro pelo que minha mãe falava, e que não era muita coisa também. Eu nunca entendi o fato de a minha mãe ser descendente de grego e nunca ter pego a dupla cidadania, ia a Grécia uma vez por ano, praticamente, e sempre tinha que viajar até a capital para pegar o visto para entrar no país. A desculpa dela era que minha avó faleceu antes de ela conseguir pegar o documento, e que ela não conseguia pegar através do meu tio, já que ele era da família do meu pai e não da família dela. E como minha mãe e nem meu pai, antes de falecer, tinham a dupla cidadania, eu também não conseguiria pegar.

Após o jantar, eu guardei toda a comida e deixei a louça com água na pia, iria lavar quando voltasse antes que minha mãe acabasse perdendo o voo por minha causa. A noite havia voltado a chover e a esfriar, e eu tratei de colocar o casaco que eu tinha no carro enquanto esperava minha mãe se despedir da vizinha, após eu ter guardado a mala dela no porta malas. Eu via pelo relógio do rádio do carro que nós iriamos nos atrasar se ela continuasse a conversar, caso eu abrisse a janela, iria entrar a água da chuva no carro e eu me contentei apenas em buzinar até ela entender que era para entrar no carro.

- Que má educação, Isabella. Não foi assim que eu te criei. – resmungou colocando o guarda-chuva encharcado no chão do banco do carona e colocando o cinto.

- Olha a hora dona Renée. – disse simplesmente saindo com o carro do meio fio.

- Minha nossa, já vai dar oito horas. –

- E seu voo saí em uma hora e a senhora batendo papo com a vizinha. – resmunguei. – Sabe que eu odeio dirigir rápido e na chuva então... – resmunguei.

Eu dirigi o mais rápido que conseguia, que meu medo de causar e sofrer um acidente deixava. O aeroporto era um pouco longe de casa e chovendo então... E para melhorar, minha mãe iria perder o voo, um acidente na rodovia causou um grande engarrafamento e não tinha como ela chegar a tempo no aeroporto, então todo o caminho eu tinha que ir ouvindo-a falar com a atendente do aeroporto para trocar a sua passagem, mesmo que estivesse em cima da hora. Por ser um voo que saia várias vezes ao dia, ela havia conseguido mudar o voo dela para três horas mais tarde, e eu teria que ficar com ela, até ela finalmente embarcar. Eu chegaria muito tarde em casa!

- Isabella? Isabella Swan? – ouvi meu nome ser chamado após chegar no aeroporto e deixar minha mãe sentada em um banco e ter ido comprar um café para nos esquentar, estávamos na primavera e hoje parecia que estávamos entrando no inverno.

- Oh... – eu dei de cara com o homem que eu havia dado informação ontem. E dessa vez, não senti a pontada em meu peito, o que comprovava que era aquela dor, possivelmente psicologia, era apenas por estar sendo um dia ruim. – Olá senhor Cullen. –

- Nada de senhor, por favor, me faz me sentir um velho. –

- É apenas educação. – dei de ombros.

- Vai viajar? – questionou quando a atendente me entregou dois copos de café. – E com companhia... – eu balancei a cabeça sorrindo e negando.

- Eu não vou viajar. Nunca deixei Tulsa. – expliquei. – Minha mãe vai visitar uns parentes e eu vim trazê-la ao aeroporto, mas ela perdeu o voo e agora estou esperando com ela pelo próximo. –

- Um expresso, por favor. – e ele pediu a atendente enquanto tirava uma nota de vinte do meio de um bolo grosso de dinheiro, com várias notas de cem. – Ela vai e você não? – dei de ombros.

- Não os conheço, então não faço muita questão de ir. Adoraria conhecer a Grécia? Com toda a certeza, principalmente após ver os diversos programas sobre o país tanto no Discovery, National Geographic e History Channel. Mas, segundo minha mãe, o parente que ela vai visitar é longe de tudo então não valia muito a pena eu ir. -  

- Sua mãe vai para a Grécia? – perguntou desviando o olhar da atendente e me encarando.

- Atenas. Por quê? –

- Nada. É um país maravilhoso, é uma pena que a economia seja ruim. –

- Conhece? – ele assentiu bebendo um gole do seu café quente.

- Já passei umas férias por lá. Tanto no continente quanto nas ilhas... E as ilhas... Uma melhor do que a outra. –

- Ah Deus... Me perdoa, mas a inveja está batendo... – ele balançou a cabeça rindo.

- Por que não vai por conta própria? –

- Não gosto de viajar sozinha. E além do que, não é seguro uma mulher viajar sozinha. –

- Sua mãe não viaja sozinha? – retrucou enquanto andávamos pelo terminal.

– Meu tio a busca e a leva para o aeroporto. A viagem dela é aeroporto para casa e de casa para o aeroporto. – dei de ombros. – E você. Vai viajar? –

- Vou. Vou até New York, mas volto em três dias. –

- Vai se mudar para Tulsa? –

- Vou. Por um tempo. Vou até New York, pegar alguns documentos e roupas, principalmente, e volto e fico de vez. –

- Por um tempo? – instiguei.

- Não devo ficar mais de um ano. – respondeu. – Vim apenas devido a um negócio com o prefeito e quando eu acabar o que eu vim fazer eu devo voltar. – explicou.

- O senhor trabalha com o que? –

- Eu tenho uma empresa de engenharia e... – o interrompi.

- Ah, o senhor foi chamado para fazer a reforma na cidade? –

- Exatamente. –

- Isabella, você demorou... – eu respirei fundo ao ouvir minha mãe resmungando.

- Estava cheio, mamãe. Desculpa. – eu entreguei o café a ela.

- Obrigada. Achei que meu voo ia sair e você não teria voltado. – ela bebeu um gole do café, fazendo um pouco de drama como sempre. – Está meio frio. – reclamou, deixando o copo de lado. Era completamente impossível estar meio frio, da atendente ter me entregado o café até eu chegar aqui não demorou nem cinco minutos direito. -  E quem é esse senhor? –

- Edward Cullen, senhora. – ele se apresentou. Eu não sei o que minha mãe viu ao olhar para Edward, mas eu vi seu rosto fechar imediatamente e um semblante de algo que parecia com ódio estampar em seus olhos, minha mãe me puxou para perto dela me tirando de perto dele e quase me fazendo derrubar o café.

- Mamãe! –

- E o senhor está indo embora de Tulsa, suponho? – sugeriu ríspida.

- Não senhora. Voltarei em três dias. –

- Que pena. – suspirou ela.

- Mamãe! – eu a repreendi baixo e ela apenas pegou seu café meio frio e a sua bolsa e tentou ir para o outro lado do aeroporto e tentando me arrastar junto. Edward visualizou alguma mensagem em seu celular antes de olhar para mim mais uma vez.

- Bom, eu já vou. Faça uma boa viagem senhora Swan. – parecendo uma criança da quinta série, minha mãe fez uma careta, bebendo mais um gole de seu café e intensificando mais ainda a careta. - Senhorita Swan, lhe vejo em três dias. –

- Boa viagem senhor Cullen. –

- Com licença. – ele saiu se afastando e em poucos segundos eu o perdi no meio da multidão.  

- Mamãe, que arrogância foi essa? – perguntei vendo-a se sentar na cadeira normalmente como se nada tivesse acontecido.

- Eu não gostei desse homem. –

- Por que? Acabou de conhecer. Ou por acaso, a senhora já o conhecia antes? –

- Cla - Claro que não, Isabella. – se apressou em dizer. - Nunca vi na minha vida. –

- Então como pode dizer que não gostou dele? –

- Eu não sei explicar, Isabella! Eu só não gostei! Ele não é da cidade, não confio em quem vem de cidade grande, porque eles vêm para cidade pequena destroem tudo o que podem e depois partem para a próxima sem nenhum peso na consciência... – eu não tive outra reação sem olhar para ela sem acreditar no que ela estava dizendo. Mamãe só podia estar ficando louca.

- Mamãe... Menos... – eu me joguei no banco ao lado do de onde ela estava sentada. – Ele foi chamado pelo prefeito para fazer a reforma na cidade. – expliquei.

- Pior ainda. Ele vai destruir a nossa bela cidade. –

- Bela cidade? Mãe, os prédios estão precisando de uma boa reforma. Todos eles! As paredes da minha loja estão ficando com início de infiltração de novo devido aos prédios velhos do lado. Já cansei de gastar dinheiro com um problema que só será resolvido consertando os outros prédios. – bufei bebendo meu café.

- Mas que arrumasse um empreiteiro da cidade. –

- Não tem nenhum! – eu tentava não gritar com ela. Isso era tão óbvio e ela sabia, ela esteve em todas as eleições para escolher o melhor projeto de reforma da cidade, e ainda havia me obrigado a ir junto. - Esqueceu que o prefeito fez uma espécie de concurso e ninguém gostou das ideias dadas? Ele chamou um de fora. Simples assim! –

- Isabella. – ela se virou de frente para mim. – Fica longe desse homem. – pediu de repente mudando o assunto.

- Por qual motivo, mãe? –

- Porque eu estou mandando, Isabella. Eu sou sua mãe e você tem que me obedecer. – respondeu rispidamente, como nunca tinha feito antes.

- Eu tenho vinte e oito anos, mamãe... – lembrei-a. – Já sou adulta e posso escolher com quem vou conversar. -

- Pode ter oitenta anos, eu vou continuar sendo a sua mãe! Eu senti uma coisa muito ruim vindo dele, então promete para mim, que nesse tempo que eu vou ficar fora da cidade, você vai ficar bem longe dele. Filha, por favor... Só para que eu possa viajar com o coração e mente tranquilos. – sua expressão ríspida mudou para uma expressão chorosa, ela iria fazer chantagem psicológica de novo para cima de mim.

- Tudo bem mamãe... – suspirei derrotada, eu sempre notava as chantagens psicológicas que ela fazia, mas por algum motivo que eu não sabia qual era, eu sempre cedia. - Ele provavelmente vai ficar ocupado com o trabalho dele, e eu com o meu. As chances de nos vermos será mínima. Não precisa se preocupar. –

- Obrigada, meu amor. – ela deu um beijo na minha bochecha.

Eu estava cansada, exausta e com dor de cabeça. Queria um banho quente e cama e ainda teria que esperar mais uma hora e meia até minha mãe embarcar. Durante todo o tempo em que fiquei com ela, ela ficou resmungando que havia sentindo algo estranho ao conhecer o Edward, era um pressentimento estranho, e os pressentimentos dela nunca falharam, como ela sempre dizia. Finalmente minha mãe embarcou em seu voo para Washington e eu teria alguns dias sem ela falando em minha cabeça.

Ela me fez prometer mais uma vez que eu ficaria longe do Edward e eu mais uma vez prometi e ao me dar um beijo na testa, ela seguiu para o seu embarque e assim que seu avião decolou eu fui embora. Eu ia me arrastando até o carro e com toda a calma eu fui dirigindo até em casa, e eu não podia deixar de escapar um gemido de muxoxo ao ver a pia cheia de louça suja me esperando na cozinha.

Enquanto eu lavava a louça eu fazia um xicara de chá bem quente para eu beber após um banho quente, eu sentia minhas mãos congelando devido a água fria que saia da torneira. Terminei de lavar a louça, sequei, guardei e peguei o bule de chá e a xícara e ao verificar que as portas e as janelas da casa estavam fechadas eu subi para o meu quarto, onde pude tomar, finalmente, um banho bem quentinho e ir para a cama. Após ir para debaixo das minhas cobertas, derramei um pouco de chá quente em minha xícara e após bebê-lo eu tratei de ir dormir.

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