Mensa – Continente de Saggita –113 Depois da Conquista.
Pov. Edward.
Quando amanheceu eu continuei na cama, sentindo o peso da cabeça de Isabella contra o meu peito e fazendo um cafuné em seus cabelos, aos poucos, ao mesmo tempo em que ouvia o cantar dos pássaros perto das janelas do quarto, Bella foi despertando, tirando a mão do meu peito e levando até os olhos e os coçando.
- Bom dia, minha princesa. –
- Bom dia. – falou com a voz rouca quando ela escondeu a cabeça contra o meu pescoço. – Quais são os planos para hoje? –
- A senhora vai levantar e vai conversar com o seu pai e eu vou adiantar as nossas coisas para irmos para Mensa ainda hoje. -
- E como vamos para a Mensa? –
- Bom, Mensa é mais perto do que Oldtown, acredito que Tessarion aguente essa viagem com você sobre o dorso dela, mas um navio tem que ir junto com as nossas coisas! – expliquei ainda mexendo em seu cabelo. – Me faz um favor, princesa? –
- O que? –
- Vai conversar com o seu pai com a mente aberta, por favor. – pedi e ela apenas suspirou.
- Farei um esforço, mas não prometo nada! – respondeu e eu apenas beijei a sua testa.
Nós dois ficamos mais uns minutos na cama até que tivemos que nos levantar, tínhamos muita coisa para fazer. Depois de termos nos trocado, nós descemos para o salão de jantar, onde tinha começado a ser servido o desjejum. Após ter comido, eu dei um beijo em Bella e a deixei com a amiga enquanto avisava que ia até o porto resolver as coisas para a nossa ida a Saggita.
- Nós vamos partir hoje junto com o cair da noite, devemos chegar em Mensa, vossa alteza, se os ventos ajudarem, em dois dias! – o capitão do navio me informou. – Infelizmente ficaremos pouco tempo aportados em Mensa para uma visita rápida a cidade. –
- Não será uma visita rápida, ficaremos um tempo lá, no mínimo até o casamento da princesa. – expliquei.
- Bom, então caso queira ir, temos um quarto vago para a viagem. Quando irão trazer os baús? –
- Acho que durante a tarde, chegamos ontem de Cygnus e ainda não arrumamos nada, mas é algo rápido, até porque o clima de Mensa é bem diferente daqui de Adhara. Eu vou voltar ao castelo e resolver isso e no mais tardar, durante a tarde, os criados vem trazer os baús. –
- Sim senhor! –
Eu voltei para o castelo e tentei ir até onde a minha esposa estava, porém tinha sido informado que não tinha mais ninguém no salão de jantar e que estava com a princesa no quarto. Ao tentar voltar ao quarto eu tinha sido chamado por Calleb, ele sabia que iriamos para a Mensa e queria saber se eu precisava que ele e John fosse comigo, e eu apenas neguei, ele tinha que cuidar da Patrulha da Cidade, principalmente após tanto tempo fora.
Já era quase o horário do almoço, e o horário que eu tinha combinado com o capitão do navio que as nossas bagagens chegariam, e eu ainda não tinha conseguido encontrar a minha esposa. Até porque depois de deixar Calleb, eu ainda tive que ouvir do Strong que eu ainda não tinha conhecido os seus netos, os príncipes, e deixando-o falando sozinho, eu fui até o meu quarto e saber que as duas não estavam ali, que tinham ido para o quarto de Rosalie, e ao chegar ao mesmo, descobri que Isabella também não estava ali, estava na torre da Mão do Rei, com o pai.
- Não é mais fácil admitir de uma vez? – eu ouvi a voz de Isabella ao terminar de subir as escadas da porra da torre mais alta desta merda dessa fortaleza.
- Por que eu tenho que admitir algo que só existe na sua cabeça? Não é só porque as outras pessoas pensam isso ou falam isso que eu compactue com o mesmo pensamento! – ele respondeu.
- Não está só na minha cabeça, pai, está nos seus olhos e está bem escancarado desde que eu voltei de Walano! –
- Isabella… -
- Admite de uma vez, que igual ao seu irmão e a metade da população de Andrômeda, o senhor também não queria que o Edward voltasse. –
- Tá bom… Eu admito! – respondeu. – No início, nos primeiros meses eu realmente queria que ele não voltasse! Era o melhor para todo mundo, principalmente para você! A pessoa não pode mudar de opinião? –
- E o senhor mudou? Ou mudou só porque ele voltou? –
- Isabella, não me faça repetir que eu não gosto do seu casamento, porque eu não gosto e não vou gostar! Mas eu quero me entender com a minha filha, qual é o pecado disso? –
- Eu dispenso… Com licença. – ela se afastou e abriu a porta dando de cara comigo. – Está feliz? –
- Arruma as suas coisas que nós vamos hoje à noite. – respondi e ela apenas passou por mim descendo as escadas e eu me apoiei no batente da porta aberta, vendo Charlie sentado em sua cadeira com a mão no rosto. – Era só pedir desculpas, qual é a dificuldade que você tem de pedir desculpas? –
- Eu pedi. E ela ficou insistindo nessa maldita resposta. Isabella é cabeça dura igual a mãe e… -
- E você não vai fazer com ela o que você fez com a sua esposa! Depois não reclame quando ela for embora e não voltar mais ou não te escrever! A minha parte eu fiz! Eu vou arrumas as minhas coisas, porque nós vamos embora hoje, e o seu tempo se esgotou! –
Eu não esperei que ele falasse nada e simplesmente fui para o meu quarto. Isabella estava chateada, e além de estar chateada com o pai, estava comigo por eu ter insistido que ela fosse conversar com ele, a prova disso foi ao eu ter entrado no quarto e ela estar sentada na cama, limpando os olhos e ter se esquivado e saído do quarto quando eu tentei dar um abraço nela.
Mal ela saiu e uma criada entrou, dizendo que Bella tinha a chamado para arrumar as coisas e eu apenas lhe deixei livre para que pudesse transitar pelo quarto sem ter ninguém a atrapalhando.
Eu só voltei a ver Isabella quando nós fomos embora para o porto e Rosalie tinha ido junto, e eu realmente esperava que ela não tivesse inventado de ir para Mensa conosco, do jeito que ela era doida igual a amiga, eu não duvidava nada, mas não, ela só tinha ido se despedir da amiga.
- Sabe que seu pai não vai mudar de opinião… Eu aceitaria o pouco que ele está dando, melhor do que nada! – ela comentou baixo enquanto eu ouvia os planos de viagem do capitão, na verdade, ele falava e eu prestava atenção na conversa de minha esposa.
- Você aceitaria? –
- Melhor do que o que o meu pai me dá, não? Eu tenho que aturar uma madrasta, seu pai nunca te deu uma! Ele só não gosta do seu marido, ele podia ter se casado com alguém igual a Jéssica… - rebateu e Bella riu.
- Se ele fizesse isso eu teria fugido muito antes dos meus dezoito anos! – brincou rindo.
- Não me dê ideias… -
- Você vai ficar bem? –
- Vou! Eu vou! Não se preocupe. Eu já aprendi a lidar com Jéssica, graças a você admiti e… -
- E se você sair do castelo sozinha eu mato você, ouviu? – ameaçou.
- A princesa não é idiota a esse ponto, ou é minha sobrinha? – questionei fazendo as duas entenderem que eu estava ouvindo.
- Claro que não! E além do que, sem a minha amiga não tem graça! – respondeu abraçando Isabella.
- De qualquer forma, Calleb e John estarão vigiando você e as passagens! – avisei e ela bufou.
- Com licença… Princesa, já está muito tarde, precisamos voltar ao castelo, o jantar será servido em breve e o seu pai quer a sua presença. – um guarda dos mantos brancos falou ao se aproximar.
- Quem é você? – questionei.
- Félix Egen, da casa Egen do Vallis, vossa Alteza. Fui escolhido pelo rei para ser o escudo juramentado da princesa Rosalie. –
- Quais guerras lutou? –
- Nenhuma, vossa alteza, eu sou um cavaleiro e… -
- Ah… É um soldado de torneios e justas! –
- Ele venceu o sor Edmund Dondarion, meu tio, e desde que o senhor parou de participar dos torneios o sor Dondarion tomou o seu lugar… -
- Eu ainda venço qualquer um desses de olhos fechados… -
- Pelos Deuses, como é presunçoso… - Isabella reclamou fazendo a amiga rir.
- Seu irmão foi de cara ao chão, meu amor. – lembrei-a.
- Sabe que se tivesse matado o meu irmão eu não falaria com você, quanto mais me casar, não sabe? – rebateu.
- Sei, na verdade eu só tinha percebido isso depois que ele foi derrubado do cavalo! – admiti e Rose riu. – De qualquer forma, se despeça de sua amiga, temos que ir! –
- Se cuida, minha amiga… - Rosalie abraçou Isabella e falou algo em seu ouvido, que fez a mesma apenas a assentir. – E pensa no que eu te falei sobre o seu pai. –
- Não se preocupe! Eu vou pensar e mandar notícias! E quando soube a data do casamento me avise, assim que chegarmos a Mensa eu mando um corvo. –
- Eu te amo… -
- Eu também te amo! – elas se abraçaram forte antes de se soltarem.
- Estou começando a odiar esse casamento. – Rosalie comentou me olhando enquanto me encarava, quando eu me aproximei.
- Por quê? –
- Estais mantendo a única amiga que eu tenho longe de mim! – reclamou e eu apenas sorri.
- Quem quer ir é ela! – respondi ao abraçar a minha sobrinha.
- Eu sei, estou brincando! – ela riu retribuindo o abraço. – Se eu tivesse a chance eu também iria! Cuida dela, ouviu? –
- Não se preocupe, Rosalie, não se preocupe. Não apronta, ouviu? Eu tenho dois pares de olhos presos em você e qualquer coisa errada que você fizer eu vou saber! – avisei. – Se o seu pai não cuida da filha, eu cuido da minha sobrinha! –
- Não se preocupe tio! Vão logo! –
- Leve-a direito para o castelo e cuidado com a minha sobrinha. – falei ao guarda.
- Sim senhor, não se preocupe! Vamos, vossa alteza? –
- Tens uma capa para se proteger do frio? –
- Tenho Rosalie, não se preocupe. Pode ir! –
Rosalie puxou Isabella para mais um abraço apertado, que foi prontamente retribuído. Quando elas se soltaram, nós fomos para dentro do navio e Rosalie voltou para o castelo com o seu escudo juramentado. O sol já tinha se posto e o horário de partir do navio já havia atrasado, Bella resolveu descer para o quarto, era uma bagunça o convés do navio durante a chegada e a partida do mesmo e hoje não séria diferente, içar velas, muita gente andando de um lado para o outro. Eu fiquei em um canto, vendo a costa de Adhara desaparecer ao fundo e volta e meia levava os olhos para o céu noturno e via o contorno dos dois dragões seguindo o navio.
Eu desci para o quarto bem tarde, Adhara já tinha sumido no horizonte e agora o que se via era o breu da noite. Bella já tinha adormecido quando eu entrei no quarto, eu me livrei apenas de minha jaqueta, espada e botas e deitei ao seu lado, sentindo o balançar do navio bem devagar devido as ondas.
- Você vai me ignorar por mais quanto tempo? – perguntei a Isabella no dia seguinte.
- Eu não estou te ignorando. – ela desviou os olhos do mar e do céu nublado e me encarou.
- Ah não? Desde que saiu da sala do seu pai você não fala comigo. –
- Você demorou para descer ontem e eu acabei dormindo e quando eu acordei você não estava no quarto e estava falando com o capitão. – expos.
- Eu sei que está chateada comigo por eu ter te influenciado a ir conversar com o seu pai… -
- Não estou chateada… Estou… Não sei ao certo o que eu sinto, até porque o balançar do navio está me deixando enjoada e essa está sendo a única coisa que eu estou sabendo identificar no momento. Mas de qualquer forma, eu sabia que não iria adiantar nada, ele não mudou o pensamento dele, está agindo de forma compassiva porque você está aqui, caso contrário, estaria agindo do mesmo jeito que estava quando você estava fora… -
- Ele sente a sua falta. –
- Eu não nego isso! Mas eu não consigo me entender com alguém que está estampado nos olhos dele que ele torcia para a sua morte! –
- Seu pai torce para eu morrer desde que ele chegou a Adhara, Isabella, e esse sentimento não vai mudar até um de nós dois morrermos… Mas o sentimento que ele tem por mim e eu por ele, não pode interferir no que sentimos por você, do mesmo jeito que essa… Informação, não pode interferir no que sentes pelo seu pai! –
- É sério? – questionou.
- Isabella, todos os casamentos em Andrômeda não têm satisfação de todos os lados! Muita gente não era satisfeita com o casamento entre meu irmão e Esme. Rose e muita gente não é satisfeita com o casamento de meu irmão com Jéssica, e tenha certeza, seu pai não é o único insatisfeito com o nosso casamento e… -
- Eu não ligo para o que Andrômeda é satisfeita ou não! Eu não quero que o meu pai fique satisfeito com o meu casamento, eu só quero que ele mude o olhar dele, para que quando nós tivermos um filho, ele não olhar nos olhos do avô e vê que o mesmo torce pela morte do pai dele! – reclamou. – Eu sempre soube que o meu pai te odiava, do mesmo jeito que eu sempre soube que o sentimento era reciproco por você. Eu só não quero ter um filho e ele crescer no meio dessa briga idiota que vocês dois tem! Eu não quero que meu filho cresça ouvindo as merdas que as pessoas falam sobre a decisão que eu tomei! –
- Para isso eu vou precisar arrancar a língua de muita gente! – apontei e ela bufou se virando de frente para o mar acinzentado a nossa frente. – De qualquer forma, você expos ao seu pai esse seu sentimento? – ela não respondeu. – Ou apenas o acusou por desejar a minha morte? –
- Se ele me ama do jeito que diz, ele não pode desejar a morte do homem que eu amo, Edward, principalmente sabendo o que isso causaria em mim. Ele não pode falar que você morrer era melhor para todos, inclusive para mim! O que ele sente pela filha dele não é superior ao que ele sente por você? –
- Ele tem medo que eu faça com você o que eu fiz com a Nettie… -
- Eu algum momento você fez algo sem ser a ignorar por cinco anos? –
- Não, nem o casamento foi consumado e você sabe… E de qualquer forma, nenhum pai quer ver a filha sendo ignorada, Isabella. –
- Estamos casados há quase seis anos Edward, ele não teve tempo de ver que você não me ignora? –
- Desses seis anos, Bella, dois nós passamos em Walano e quase quatro eu passei em uma guerra. Não, ele não teve tempo! E agora, conosco indo para Mensa e depois indo para Walano de novo, ele vai continuar sem ver, ele vai continuar com o pensamento de que eu roubei a filhinha dele. –
- Para de defender o meu pai! – falou entre os dentes.
- Eu não estou defendendo ninguém, Isabella. Estou apontando o óbvio, algo que, se você não estivesse estressada com o seu pai você iria ver… - ela respirou fundo levando a mão ao rosto. – Eu não ligo para a opinião dele de que eu estou roubando você, eu quero você feliz e você não é feliz em Adhara, simples assim, contudo, por mais que você negue eu sei que você sofreu durante aqueles dois anos em Walano sem falar com o seu pai, e é isso que eu quero evitar caso nós realmente… O que houve? – perguntei quando ela apoiou as mãos na madeira do navio enquanto respirava pela boca. – Isabella? O que… - ela se debruçou contra a lateral do navio e vomitou. – Calma… - eu me aproximei dela, segurando o seu cabelo. – Passou? – ela não respondeu e apenas vomitou de novo.
- Alteza? – ouvi uma voz masculina me chamando.
- O que é? – questionei sem desviar os olhos de Bella, que vomitava mais uma vez.
- Aqui senhor… - eu virei o rosto rápido e que um dos homens no navio estendia um lenço na minha direção.
- Obrigado. – eu peguei o pano e Bella apoiou a cabeça contra a madeira do navio. – Passou? – perguntei entregando o lenço em suas mãos trêmulas.
- Acho que sim… - respondeu limpando a boca. – Acho que esse balançar do barco não me fez bem! –
- O barco mal está balançando, amor! – eu soltei o seu cabelo e passei a mão pela sua cintura para lhe amparar. – Você disse que o enjoo tinha passado! –
- E tinha! Voltou com o balançar das ondas… -
- Amor, você ficou quatro meses em um navio quando fomos e voltamos de Walano e não teve enjoo em um único dia. – apontei.
- Edward, pelos deuses, não começa! – reclamou.
- Vem, vem que eu vou levar para o quarto. –
Eu tentei pegar Isabella no colo, mas ela se desvencilhou dos meus braços e se debruçou contra o barco de novo para vomitar. Eu voltei a segurar o seu cabelo e quando ela parou de novo e limpou a boca, eu a peguei no colo. O marujo, que me entregou o lenço foi abrindo caminho para mim e abrindo as portas, e se afastou quando eu entrei no quarto e colocando Bella sentada em cima da cama. Levei as mãos até as amarras de seu vestido e as abri, para que nada a apertasse e ela deitou na cama, respirando fundo.
Bateram na porta e era o mesmo marujo com um urinol para o caso de Isabella vomitar, poder vomitar ali. Deixei o mesmo embaixo da cama e abri a janela para que um vento fresco entrasse no quarto.
Dois dias depois de termos deixado Adhara nós chegamos em Mensa, para a felicidade de Isabella, que havia passado mal os dois dias de viagem, insistindo que era o balançar do barco que a tinha feito passar mal.
A cidade de Mensa era uma das maiores e mais ricas cidade-estado de senhores mercantes, era uma cidade cercada por férteis planícies costeiras e a sua economia se baseava no comércio e principalmente no comércio de produtos como o queijo.
- Olha quem chegou! – Emmett falou quando descemos do porto, com Bella puxando o capuz da capa para proteger a cabeça do sol forte. – Quanto tempo não te vejo, vossa alteza… - ironizou.
- Olá Emmett. – eu soltei Isabella e me aproximei para cumprimentar o homem.
- Quem é a bela dama… -
- Oh… Respeito com a minha esposa. – o cortei logo.
- Esposa? Quando se casou e eu não soube? Ah… Ela está bem? –
- Já vai fazer seis anos que eu me casei! – contei. – E ela passou mal durante a travessia, mas está bem, segundo ela. – expliquei. – Amor… - eu estendi a mão para ela, e ela a segurou se aproximando. – Este é um grande amigo, se não o único, Emmett McCarty, dos McCarty de Serpens. Emmett, está adorável mulher é Isabella Hightower… E sim eu sei a ironia de eu ter me casado com a filha do Hightower e não, ele não permitiu o casamento! –
- Estais longe de casa… - apontou.
- Aqui é melhor do que Andrômeda. Sou o terceiro filho, senhora, as únicas opções que eu tinha era a Muralha ou a Citadela! Eu não levo jeito para praticar o celibato! – respondeu. – Então, eu vim para Mensa! Um ótimo lugar para se viver, se me permiti dizer! Pelo menos era! –
- Já o convidei para ingressar na patrulha da cidade, mas ele se recusa! –
- Dê-me um bom motivo, que eu volto para Andrômeda. – deu de ombros. – Vamos, devem estar cansados da viagem! Vamos, minha casa, casa de vocês! Um ótimo lugar para Caraxes, a praia é grande, tem comida relativamente perto e da minha casa, você consegue vê-lo muito bem! –
- E tem espaço para a Tessarion também? – Bella perguntou quando ele começou a andar na nossa frente, desviando da multidão na rua.
- Quem é Tessarion? –
- Meu dragão! – Bella respondeu e ele se virou me encarando confuso.
- Minha sobrinha deu a ela, o dragão se ligou a ela e ninguém sabe o motivo. E não, ela não tem nenhum Swan na família. – expliquei.
- Permita-me perguntar senhor, mas porque toda essa multidão nas ruas? –
- Ah, os magistrados estão escolhendo entre as famílias nobres o novo príncipe! – respondeu, enquanto continuávamos a desviar da multidão.
- Escolhendo? Não é direito de nascença? –
- Não! Para ser bem sincero, senhora, os príncipes não servem para nada, o seu poder é apenas nominal, quem governa de fato a cidade é o conselho dos magistrados, onde apenas os mais ricos mercadores fazem parte. –
- Então para que serve o príncipe? –
- Supostamente, ele detém os poderes do comércio, da justiça e da guerra, e a cada ano ele tem o direito, alguns dizem que é um dever, de deflorar a donzela do campo e a donzela dos mares. –
- Como assim? –
- Por aqui… Aqui evitaremos a multidão. – comentou entrando em um pequeno beco. – Todo ano, senhora, no ano novo, para trazer boa sorte a Mensa, o príncipe deve deflorar a donzela do campo e a donzela dos Mares. Eu confesso que eu não faço ideia de como elas são escolhidas e tampouco o que acontece com elas após cumprirem o seu propósito. –
- E se com o ano novo não vier a sorte a Mensa? –
- Irá acontecer o que a senhora está vendo… No caso, verá caso for até o centro da praça! Não aconselho… -
- Por quê? – Bella insistiu.
- Porque se uma colheita fracassar ou se uma guerra for perdida, senhora, os magistrados cortam a garganta do Príncipe em praça pública e enquanto ele morre, escolhem um novo! –
- Pelos deuses… -
- É um problema… Só para os escolhidos príncipes… Pois no caso, você não tem a opção de recusar, o último que recusou fugiu de Mensa para nunca mais voltar! –
- Acredito que as donzelas também não têm a opção de recusar! – Isabella rebateu.
- Senhora, pelo que eu vejo, as donzelas da cidade quase se estapeiam para serem as escolhidas! A grande maioria vê como uma honra! – explicou quando passamos pelas muralhas da cidade e encontramos uma casa a beira mar. – Eu moro aqui, como podem ver tem espaço o suficiente para dois dragões ou até mais do que isso! Serão bem vindos pelo tempo que desejarem. –
- Talvez dessa vez eu consiga te convencer a voltar a Andrômeda. –
- Boa sorte. – ele ironizou e eu ri. – Como eu imagino que estejam cansados da viagem, pedirei aos criados que os levem até os seus quartos e levem água e algo para comer, amanhã conheceremos a cidade e… -
- No singular, um único quarto! –
- Quem é você e o que fez com o meu amigo? – ele ironizou me fazendo rir.
Assim que entramos no pequeno palácio um criado se aproximou chamando Emmett até um canto para que resolvesse algum problema, ele pediu ao criado que nos levasse até o quarto que tinham separado e levasse água para nos limparmos e algo para comermos. Eu iria ficar de olho de Isabella nos próximos dias, se ela tinha passado mal apenas devido o balançar do barco, ela não iria vomitar de novo, e caso ela fizesse isso mais uma vez eu chamaria um médico, ela querendo ou não.
Nos primeiros dias que chegamos a Mensa, eu levei Bella para conhecer a região, ela não iria sair sozinha, as leis de Andrômeda não se estendiam a Mensa, e eu sabia dos problemas que aqui tinham, e devido a isso, minha esposa não colocaria os pés para fora de casa sozinha, se comigo ao seu lado os homens olhavam para a ela, e dois tiveram a audácia de tentar toca-la, eu não queria nem imaginar se ela saísse sozinha.
- Não tinha a menor necessidade disso. – ela reclamou quando entramos no quarto, com o seu braço sujo de sangue.
- Não tinha necessidade? – reclamei. – Aquele filho da puta toca na minha esposa e a puxa, e não tem a necessidade? –
- Você quase cortou o meu braço fora! – reclamou pegando um pano e o molhando para limpar o sangue que começava a secar em seu braço.
- Mas eu não cortei o seu braço, cortei o dele! – apontei e ela bufou limpando o sangue.
- Tínhamos conversado sobre isso antes de nos casarmos, depois que você cortou a cabeça do Amun. Você tinha prometido que não iria resolver desse jeito com as pessoas que esbarassem em mim! –
- Exatamente, eu tinha prometido que não iria matar quem esbarasse em você, não foi o que aquele filho da puta fez, ele lhe segurou pelo braço e tentou puxar, sabemos muito bem o que ele teria tentado fazer se você estivesse sozinha. E ele está vivo, quer dizer, vai ficar se cuidar daquele braço… -
- Para que escolheu Mensa se sabia que era assim? –
- Porque não era! Da ultima vez que eu vim aqui não era assim, eles assediavam as mulheres igual em qualquer cidade de Andrômeda, mas nunca nesse nível de tocar e tentar puxar. Se eu soubesse, se Emmett tinha me dito que estava nesse nível não teríamos vindo! Na verdade, ele me disse que as coisas ficaram assim nos últimos meses com os últimos príncipes que estão tentando transformar a cidade em uma orgia a céu aberto! – reclamei. – Hey… - eu a abracei pelas costas, apoiando a cabeça em seu ombro. – Eu sou um dos melhores guerreiros de Andrômeda, jamais iria te machucar nem acidental e tampouco proporcional. –
- Está tudo bem, Edward! – eu apenas dei um beijo em sua bochecha. – Eu me estressei sem motivo… -
- Nos últimos dias tem se estressado muito e sem motivo! –
- Eu sei! E eu não sei porque isso está acontecendo, mas está tudo bem! – ela suspirou.
- O que foi? –
- Eu estou com fome! –
- Almoçamos a poucas horas. – lembrei-a.
- Mas eu estou com fome! – disse simplesmente se afastando de mim e indo se sentar na cama.
x.x.x
Hoje completava cinco meses desde que eu tinha voltado da guerra em Stepstones e completava um mês desde que tínhamos chegado a Mensa. Eu tinha levantado da cama primeiro que Bella, ela já estava acordada quando eu saí do quarto, mas comentava que estava cansada e queria ficar deitada mais um pouco. Mal eu desci as escadas e encontrei com Emmett com dois rolos de pergaminho em mãos. Os dois tinham o selo do meu irmão. Eu abri o primeiro e de imediato reconheci a letra de Rose, e eu voltei a fecha-lo, eu sabia que o de Rose era exclusivamente para Bella, e ao romper o selo do segundo pergaminho eu reconheci a letra de meu irmão. Ele pedia para que voltássemos pois haviam marcado o dia do casamento de Rosalie e aconteceria em menos de um mês.
Eu voltei para o quarto, para entregar o pergaminho a Isabella e ao entrar no mesmo eu não a encontrei na cama, ela estava de pé em frente ao espelho e olhava para o seu corpo com um sorriso nos lábios e um misto de confusão nos olhos.
- Amor, o que foi? –
- Eu… - ela respirou fundo. – Eu acho que eu estou grávida. – contou se virando de frente para mim, me mostrando uma protuberância na altura de seu ventre. – Acho que isso explica os enjoos, a fome e as mudanças de humor, e o fato da minha regra não vir a um bom tempo! –
- Mas você está sentindo esses enjoos desde que fomos para Oldtown, e isso tem quase dois meses! –
- E para estar aparecendo é porque tem mais de dois meses de gestação… - comentou. – Está feliz? – perguntou e eu apenas encurtei a distância entre nós dois e a tomei em meus braços, unindo a minha boca a dela.
- Nunca pensei que fosse ficar tão feliz com uma notícia dessas. – comentei contra a sua boca e ela sorriu contra a minha. – Espero que saiba que eu serei mais protetor do que eu já sou! – avisei e a peguei no colo a deitando no colo.
- O que está fazendo? – perguntou rindo enquanto eu levantava a sua camisola. Sem a camisola, era mais visível ainda e eu apenas beijei o ovinho que se formava em seu ventre a fazendo rir ao sentir a minha respiração contra a sua pele.
- Como eu nunca reparei? Eu te vejo nua quase todo dia! –
- Porque você sempre está concentrado no que eu tenho entre as minhas coxas ou nos meus seios. –
- São meus dois lugares favoritos! – admiti beijando a sua barriga de novo e ela começou a deslizar os dedos pelos meus cabelos. – Oh… Tinha esquecido por um momento… - eu entreguei a ela o pergaminho que Rose havia mandado. – Chegou agora da sua amiga! – ela pegou o papel e eu voltei a beijar o seu ventre.
- Já marcaram o casamento? – questionou ao ler o papel. – Quando vamos voltar? –
- Quando quiser e se sentir tranquila para entrar em um barco de novo! –
- Eu provavelmente vou vomitar, mas agora já sabemos o motivo! – falou. – Amor. –
- Hm? –
- Eu acho que eu quero a sua boca em outro lugar. –
- Onde? – questionei e com a mão apoiada em minha cabeça, ela empurrou a mesma para baixo, para o meio de suas pernas.
Eu me ajeitei entre as suas pernas, passando os braços por baixo de suas coxas, fazendo com que as mesmas ficassem bem abertas para mim e eu ouvi um gemido baixo quando eu beijei a buceta de minha esposa. Eu chupava a minha esposa devagar, não tinha a menor pressa, por um momento parecia como a nossa primeira vez, eu intercalava em sua buceta entre lambidas e sugadas, com uma das mãos, ela mexia em meus cabelos devagar, com em um cafuné e conforme ela chegava perto de gozar, o cafuné parou e ela começou a puxar os fios entre os seus dedos e só os soltou quando ela relaxou na cama ao gozar na minha boca.
Eu beijei o interior de sua coxa e fui subindo com a boca, distribuindo beijos pelo seu corpo. Ao chegar em sua barriga, onde a sua camisola estava embola, eu continuei subindo com a minha boca e fui subindo com a camisola também. Eu passei a camisola por sua cabeça a deixando completamente nua a minha frente, eu me ajeitei entre as suas pernas e beijei-lhe os lábios em um beijo calmo, antes de descer com a minha boca pelo seu pescoço, eu beijava o seu corpo devagar, sentindo a pele de Bella se arrepiar e ela soltar algumas risadinhas quando a respiração que saia do meu nariz tocava em sua pele.
- Tira as calças logo. – reclamou me fazendo rir.
- Pare de ser apressada. – rebati.
Eu tirei a boca de seu pescoço e saí da cama apenas para que eu pudesse tirar a minha roupa e as minhas botas. Voltei para a cama e a me ajeitar entre as pernas de Isabella, segurei o meu pênis duro entre as mãos e rocei a cabecinha dele em sua buceta úmida e devagar eu fui a penetrando, até estar quase todo dentro dela. Apoiei o meu peso em meus braços apoiados na cama e comecei um vai e vem lento do meu quadril contra o dela, enquanto eu abaixava a cabeça na direção de seus seios, e eu ia investindo o meu quadril contra o dela enquanto intercalava a minha boca em seus seios.
Bella levou uma das pernas a minha cintura e usando as forças nas minhas pernas, eu me sentei na cama, puxando Bella para o meu colo, sem sair de dentro dela e sem tirar a minha boca dos seus seios. Isabella gemia baixo com a cabeça jogava levemente para trás, ela tinha passado os seus braços pelos meus ombros, abraçando a minha cabeça, segurando a minha cabeça contra os seus seios.
Isabella relaxou em meu colo ao gozar, devagar, eu a deitei na cama, ficando por cima dela e tirando a minha boca de seus seios e indo para os seus lábios, o beijo era calmo, do mesmo jeito que eu investia o meu quadril contra o dela, calmo e delicado.
- Eu te amo! – ela falou baixo quando eu me derramei dentro dela e interrompi o beijo apoiando a testa contra a dela.
- Eu te amo! – eu afastei a minha testa da dela, e dei um beijo na mesma. Eu saí de dentro dela e apoiei a cabeça contra os seus seios, abraçando a sua cintura e ela começou um cafuné lento em minha cabeça.
x.x.x
- Nunca pensei que fosse ver você feliz por causa de um filho! – Emmett comentou antes de levar a taça com vinho a boca.
A noite já tinha caído e amanhã nós iriamos voltar para Andrômeda, já tinha se passado quase três semanas desde que Bella descobriu e me contou a gravidez. Isabella estava dormindo, nessas três semanas ela não teve mais nenhum enjoo, mas ela tinha ido dormir cedo, pois o nosso navio deixava Mensa amanhã pela manhã e ela preferiu ir descansar enquanto eu ficava um tempo com o meu amigo.
- Nem eu! – admiti. – Se bem que desde que me casei com Isabella, eu sinto vontade de ter um filho com ela! –
- Quem diria… Você mudou desde a única vez que nos vemos, Edward. Sempre achou crianças insuportáveis, jamais quis ter um filho e agora estava até ansioso para isso acontecer. Deixou tudo para trás em Andrômeda e ficou dois anos em Walano, quase dois meses em Mensa, e agora vai para Walano de novo… -
- Eu não vou para Walano de novo. – o interrompi. – Pelo menos não até o bebê nascer e ter quase um ano, não vou arriscar colocar Isabella grávida ou o bebê recém nascido em uma viagem de dois meses, onde durante um mês e meio não terá nenhum pedaço de terra caso precise aportar! –
- Com o que está preocupado? –
- Isabella perdeu um bebê uma vez! –
- Oh meu amigo… -
- Ela não sabe que eu sei! – ele me encarou confuso e eu suspirei. – Ela só descobriu quando perdeu e optou por não me contar nada! Eu soube pouquíssimas horas antes de partir para Setpstones quando eu a ouvi contar para minha sobrinha. –
- Imagino como deve ter ficado a sua cabeça então durante esses quatro anos! –
- Estava pior do que você consegue imaginar. Não confio no meu sogro, no meu irmão e nem na atual esposa dele, minha esposa tinha sofrido um aborto e não me contou nada e ela e a amiga estavam sozinhas em um lugar onde todo mundo ficava julgando Isabella pela decisão que tomamos… - eu levei a taça com o vinho até a boca bebendo um longo gole. – Eu vou me arrepender pelo resto da minha vida por ter ficado quatro anos longe dela em prol do meu irmão, e como recompensa eu ganhei vinte homens para acabar a guerra e nem a porra de um obrigado, apenas um ninguém mandou você ir! –
- Seu irmão é um babaca e você sabe disso, não sei porque ainda se surpreende com as atitudes dele! –
- Por isso quero te pedir um favor e quero que você considere, sinceramente. –
- Peça se eu puder fazer, sabe que eu lhe devo a minha vida, literalmente! –
- Eu tenho quase cem por cento de certeza de que depois que o bebê nascer a Bella vai querer voltar para Walano, e sinceramente, meu primo Alec e nada é quase a mesma merda, foi um ótimo guerreiro durante a guerra de Stepstones, mas ele não serve para proteger Rosalie, ele é muito fraco para proteger os interesses dele, quem dirá o dela. Minha sobrinha estará muito fodida se precisar desse casamento para subir ao trono. –
- E o que quer exatamente? –
- Se eu sair da cidade de novo, eu não vou voltar para os mantos dourados. Por mais que eu confie em Calleb e em John, nenhum dos dois tem a experiencia que eu e você temos. Se eu sair da cidade eu queria que você assumisse os mantos dourados e ficasse de olho em Rosalie, eu não sei porque, mas esse novo escudo juramentado dela não me cheirou bem! – expliquei.
- E desde quando o seu irmão vai permitir que eu comande a patrulha da cidade? –
- Quem manda na patrulha sou eu, ou mandava, eu não faço ideia. Segundo Isabella o meu irmão ainda não me destituiu do cargo, então eu mando e ninguém se mete nas minhas decisões! –
- Faz o seguinte… Vê como será esse casamento e vê se ainda vai deixar Adhara, caso deixe e caso precise de mim, me mande um corvo que eu volto! – eu apenas assenti bebendo outro gole do vinho. – Agora um conselho que eu quero te dar se eu puder… Com calma, algo que eu sei que você não tem, conversa com a sua esposa sobre o aborto que ela sofreu, sem acusar ela por ter escondido, mas está visível em seus olhos que você tem medo de isso aconteça de novo e ela não te conte… -
- Agora não tem como eu não saber… -
- Quando eu disse que você tem medo que isso aconteça e ela não te contar, eu não me refiro a um aborto, eu me refiro a qualquer coisa e você sabe disso! Fique meu amigo, encontrou alguém que gosta do seu jeito sádico! – ironizou me fazendo rir.
- Tenho medo de eu a contaminar com esse jeito sádico! – admiti. – E ela parece não se importar com isso! – eu virei o resto do meu vinho. – Eu vou deitar, amanhã o navio vai ser cedo! –
Despedi-me de meu amigo e segui para o quarto. Bella dormia profundamente, o quarto estava escuro, tinham pouquíssimas velas acessas, apenas para o caso de se ela precisar levantar da cama, não esbarrar em nada, eu estava realmente ficando mais protetor do que o costume. Livrei-me de minha roupa, ficando apenas com a calça, e com cuidado eu subi na cama, beijei-lhe o ventre, que estava um pouco mais protuberante do que há três semanas e ao deitar na cama, eu a puxei para mais perto de mim, Isabella deitou a cabeça contra o meu peito, apoiando a mão contra o meu peito e eu beijei a sua testa.
Quando amanheceu, depois do desjejum, fomos para o porto de onde o nosso barco sairia de volta a Adhara, os dragões já estavam voando sobre a costa de Mensa e Emmett tinha vindo até o porto conosco se despedir e prometendo que, caso eu mandasse um corvo a ele pedindo que ele voltasse a Andrômeda, ele voltaria.
Durante toda a travessia eu ficava de olho em Isabella, se ela sentia alguma tontura ou enjoo, ou devido ao bater de uma onda mais brusca ela acabar se desequilibrando, mas não, ela havia decidido ficar no quarto durante os dois dias de travessia. Ao chegarmos em Adhara, eu achei que as pessoas veriam de imediato a barriga de Bella começando a aparecer, mas não, a sua capa fechada cobria o seu corpo todo.
- Vocês voltaram… - Rosalie saltitou para o lado da amiga, quando fomos recebidos no pátio da Fortaleza Vermelha pela minha sobrinha, meu irmão e sogro.
- Alguém aqui disse que um certo casamento está se aproximando. – Isabella respondeu. – Eu não ia perder isso! – Rose riu ao abraçar a amiga, que retribuiu o abraço e falou algo em seu ouvido que fez a amiga arregalar os olhos.
- Rosalie! – exclamei quando ela puxou Isabella com força para dentro da fortaleza a fazendo rir.
- Que isso? Ainda não se acostumou com o jeito delas? São assim desde que se conheceram! – Carlisle respondeu.
- Só que a sua filha precisa ter um pouco mais de cuidado a partir de agora! –
- A partir de agora por quê? Tem algo com a minha filha que eu deveria saber? – eu não respondi.
- Alguém aqui vai ser pai? – Carlisle deduziu e eu não respondi, mas foi difícil evitar o sorriso. – Ah seu desgraçado! – ele me puxou para um abraço apertado. – Espero que sinta na pele o que eu sinto com a Rosalie! – ele me soltou. – Ah agora faz sentido! –
- O que? –
- Esses dias o guardião chefe do fosso chegou e disse que o ovo chocou? –
- Qual ovo? –
- O que Rosalie levou quando surgiu a mentira que Isabella estava grávida quando vocês se casaram! Ele chocou… Vou falar para o guardião trazer o dragão. –
- Eu vou para o quarto, estou cansado, eu mal dormi durante esses dois dias de travessia. –
- Isabella está bem? – Charlie perguntou pela primeira vez desde a notícia de que seria avô.
- Está, só enjoo! – expliquei. – Quando algum dos dois verem o meistre, falem para ele ir lá no quarto, eu quero saber se estar tudo bem! – pedi. – Como eu sei que minha sobrinha não vai soltar a amiga, eu vou deitar! Qualquer coisa me chame. – eu desviei dos dois e entrei na fortaleza, e enquanto eu fazia o caminho para o meu quarto já me livrando do cinto da minha espada.
Eu segui para o meu quarto, comprovando que Isabella estava com a Rosalie, no quarto da princesa, o quarto estava vazio. Eu sabia que aqui na fortaleza, teria mais gente de olho em Isabella, no caso Rosalie, mas sabia que seu pai ficaria atento, e eu pude me livrar da minha jaqueta e botas, e praticamente cair na cama para dormir um pouco, eu realmente tinha ficado os dois dias da travessia do mar estreito acordado e de olho em Isabella. Emmett estava certo, agora tudo eu ficaria com medo de acontecer algo e ela não me contar, eu precisava conversar com ela depois.
Quando eu acordei, foi sentindo um cafuné em meus cabelos e ao abrir os olhos eu via o quarto escuro e um barulho de um fungar de nariz fez o sono se dissipar completamente. Eu virei a cabeça na cama e vi que Isabella estava sentada ao meu lado, com um lenço branco sobre o colo enquanto passava a mão livre em seus olhos.
- O que houve? Está chorando por quê? – questionei.
- Não é nada… Estava conversando com o meu pai! – respondeu apoiando a cabeça na cabeceira da cama.
- O que ele fez? –
- Nada. – ela suspirou. – Acho que estamos em trégua por enquanto. –
- E por que está chorando? – ela deu de ombros.
- Eu não sei! – ela virou a cabeça para me olhar e eu vi seus olhos brilhantes devido as lágrimas que se formavam ali, mas eles pareciam calmos e até mesmo felizes. – A rainha Esme falava que a gravidez nos deixa doidas e confusas, e eu nunca levei isso a sério! – respondeu sorrindo.
- Eu não quero você chorando. – falei me apoiando em meus cotovelos e levando uma das mãos até o seu rosto, secando as lágrimas que escorreram de seus olhos. – Por motivo nenhum. – ela segurou a minha mão, levando ao seu rosto e beijando a mesma.
- Descansou? Eu sei que ficou acordado durante a viagem de volta. –
- Estava preocupado com você. – admiti. – Mas, sim, eu descansei. –
- Preocupado por quê? – eu não respondi, apenas levei a mão até o seu ventre. – O bebê está bem, amor, e eu também! –
- E se vocês dois não estivessem você me contaria? –
- É lógico! –
- Igual me contou da primeira vez? – questionei e ela piscou os olhos me encarando confusa.
- Do que está falando? – eu não respondi, apenas me ajeitei na cama, aproximando a minha cabeça de sua barriga e dando um beijo na mesma antes de me levantar.
- Estou falando da vez que você perdeu o bebê em Walano e não me contou nada. –
- Como soube disso? – questionou quando eu caminhei até a janela e vi que a noite já tinha caído, eu tinha dormido demais.
- Ouvi você falando com a Rosalie antes de eu partir para Stepstones! –
- Você… Você foi embora sem contar isso para mim? –
- Você ficou seis meses sem contar isso para mim! Por que eu iria falar isso com você naquela noite, sabendo que eu iria embora assim que o sol raiasse? –
- Se você ouviu a conversa inteira, ouviu quando eu disse que eu só descobri quando o perdi. –
- Eu ouvi! A questão não é essa, a questão é por que você não me contou? –
- Qual diferença faria? Não tinha nada que pudesse ser feito, e já era o suficiente apenas um sofrendo pela perda! –
- Claro que não! Eu sou seu marido e era meu filho, eu tinha o direito de saber, principalmente porque eu não iria agir de forma tão fria quanto eu agi achando que era apenas saudades do seu pai e a sua menstruação descendo! – ela apenas suspirou. – E isso só me faz pensar se aconteceu de novo enquanto eu estive fora e você não me contou! –
- Não, eu não engravidei quando você foi embora! –
- E se tivesse, teria me contado? –
- Teria! Prometeu ficar do meu lado quando ele fosse nascer. –
- E se tivesse perdido? Teria me contado também? –
- Provavelmente não! – admitiu meio sem jeito.
- Por que? –
- Porque se eu te contasse você iria voltar! E por mais que eu quisesse isso, eles precisavam de você lá! –
- E você não? A minha esposa não iria precisar de mim em um momento difícil desses? – rebati. – Eu me casei com você, eu não me casei com Jacob e tampouco com Andrômeda! Eu tenho que ficar do seu lado, não do lado dele! Quando eu me casei com você, eu prometi que iria ficar do seu lado em todos os momentos possíveis, e eu pretendo cumpri essa promessa! –
- Por que está trazendo esse assunto logo agora? –
- Porque eu penso que é porque eu não consigo tirar da minha cabeça que alguma coisa aconteceu ou pode acontecer e você não vai me contar… -
- Amor… - ela se levantou da cama com cuidado, e eu tratei de me aproximar dela para ajuda-la. – Eu te amo, se eu não te contei sobre o que aconteceu em Walano e você descobriu isso no pior momento e do pior jeito, eu peço desculpas, não vai acontecer de novo, mas pelos deuses, não fica paranoico agora. Tudo o que aconteceu durante esses quatro anos em que esteve fora, eu te contei, tudo o que aconteceu desde que você voltou, eu te contei e tudo o que acontecer a partir de agora, eu vou te contar. –
- Tudo? –
- Tudo! Agora se acalma e pare de pensar besteira e deixa o passado onde ele tem que ficar, no passado! E por mais que me doa ter que admitir isso, a melhor coisa que aconteceu para todos, foi o fato de aquela gravidez não ter vingado, eu não quero nem imaginar como seria a vida daquela criança com as pessoas agindo do jeito que estavam quando eu voltei! –
- Acha mesmo que eu deixaria você e um bebê sozinhos aqui em Adhara e iria para Stepstones? Claro que não! – garanti. – E a propósito, nós vamos para Walano até essa criança nascer e já for mais crescido… -
- Eu sei. A viagem é muito longa e não tem lugar perto para aportar caso algo aconteça. Eu já imaginava isso! –
- Eu quero que prometa para mim que tudo o que quiser ou sentir você vem falar comigo, sendo algo bom ou ruim! – ela apenas assentiu. – Promete? –
- Prometo! Por que, vais fazer tudo o que eu quiser? –
- Tudo! –
- Tudo? – insistiu e eu apenas assenti. – Eu quero uma coisa! –
- O que quiser. –
- Eu quero… - ela parou de falar quando bateram na porta. – Eu odeio esse lugar. Sempre alguém atrapalha. – reclamou me soltando.
- O que foi? – questionei quando ela se sentou na cama.
- Sou eu, vossa alteza. O senhor Hightower disse que o senhor queria me ver. – a voz do meistre soou do outro lado da porta.
- Para que chamou o meistre? –
- Entra! – mandei. – Quero que ele me fale se está tudo bem e normal. –
- Eu sei mais sobre o meu corpo do que ele! – reclamou.
- Com licença. – ele entrou no quarto. – Para o que o senhor precisa de mim? –
- O lorde Hightower já contou sobre a gravidez da filha? –
- Na verdade, o rei já espalhou por toda a cidade. –
- Que maravilha! – Isabella reclamou sentada na cama.
- Meus mais sinceros votos de felicidade, senhora Hightower! – desejou. – Mas o que o senhor deseja? –
- Saber se está tudo bem, se consegue saber o tempo… -
- Eu chuto cinco! – Bella comentou.
- Quando foi a última vez que a vossa regra veio, senhora? –
- Cinco! –
- Cinco fases da lua? – ela apenas assentiu. – Posso? – ela assentiu de novo. – Não precisa se levantar. – ele se aproximou da cama, e se agachou com cuidado, devido as correntes pesadas dos seus anos servidos como meistre pendurada em seu pescoço. – Com licença. – ele levou as mãos até a barriga de Isabella, tocando-a devagar. – Já sentiu o beber mexer? –
- Ainda não. –
- É normal, não precisa ficar nervosa, a partir da sexta fase da lua que é perigoso não senti-lo mexer, mas por enquanto… Para o tempo que a senhora supõe que seja, está nos parâmetros normais, acredito que não tenha nada com o que se preocupar… - ele ficou de pé. – Mas caso sinta alguma dor ou sangramento me chamem imediatamente… Quer dizer… Ficarão na capital? –
- Infelizmente. –
- Sim, ficaremos, pelo menos até o bebê nascer. –
- Então qualquer coisa que a senhora Hightower sinta, é só me chamar. – eu apenas assenti. – Precisam de mais algo? – neguei. – Muito bem, qualquer coisa me chame, com licença… - ele saiu do quarto.
- O que você quer? – questionei quando a porta foi fechada e voltando ao assunto de antes de o meistre chegar.
- Eu quero… - outra batida na porta. – Pelos deuses! – reclamou me fazendo rir.
- O que foi agora? –
- Com licença senhor. – o guardião do fosso entrou no quarto.
- O que houve? – Bella perguntou. – O que houve com os dragões? –
- Nada, senhora, eles estão bem! Mas o rei pediu para que eu trouxesse isso. – ele me entregou o pequeno dragão negro que ele tinha em mãos e segurava com delicadeza.
- Pode ir. – falei ao pegar o animal de suas mãos.
- O que é isso, Edward? –
- Lembra do ovo que Rosalie levou quando você mentiu que estava gravida? Pois então, ele chocou! – eu me sentei na cama ao seu lado, colocando o pequeno filhote entre nós dois. – Falam que a melhor ligação entre um dragão e o seu montador se dar ao colocar o ovo junto ao berço, após o bebê nascer. Mas nada impede que eles se liguem agora! –
- Parece um rato! – Bella comentou me fazendo gargalhar. – Só na aparência, porque no tamanho parece com um tamanho de um gato. – o dragão grasnou para Isabella. – Acho que alguém não gostou de ser chamado de rato. – ele grasnou de novo me fazendo rir. Mas de qualquer forma ele bateu as suas pequenas asas, que tinham uma leve coloração avermelhada e pousou sobre a barriga de Isabella, se aninhando ali.
- Acredito que a ligação com o bebê funcionou… - ele levantou a cabeça e olhou para Isabella grasnando de novo. – E ele não gostou de você! – ela riu.
- Desculpa ter te chamado de rato! – ironizou rindo e ele voltou a deitar a cabeça contra a sua barriga. – Quem diria que esse ratinho vai virar um Caraxes! –
- Demora muito para isso, obvio que o processo se torna mais rápido caso ele tenha espaço livre e bastante comida. –
- Algo que ele não terá dentro do fosso! – apontou.
- É, mas como os planos são deixar Adhara depois que o bebê nascer, ele vai crescer bem igual a Tessarion cresceu, até porque enquanto ele estiver desse tamanho, ele fica aqui dentro! –
- E agora? –
- E agora ele vai defender o bebê caso ele sinta que ele corre algum perigo, no caso, você esteja correndo algum perigo. A sua mordida e chamas não matam, mas doí e machucam, e depois que o bebê nascer, e caso algo ou alguém o ameaçar ele vai defender. Só precisamos de um nome, para que ele aprenda a responder quando chamado. –
- Deixo em suas mãos! – eu pensei um pouco.
- Tyraxes? – falei e o dragão levantou a cabeça. – Ele gostou. – apontou. – Vem, sai dai. – eu o peguei, tirando-o da barriga de Bella e ele chiou para mim. – Fica na tua oh rato! – ele chiou de novo e Bella riu sentada na cama. – E você, senhora Hightower, ainda não disse o que queria! –
- Eu não quero mais. – respondeu após eu o deita-lo em uma almofada debaixo da janela. – Perdi a vontade, toda hora alguém atrapalha! –
- Mas o que você queria? –
- Nada. – reclamou e quando eu me virei eu vi que em seus lábios tinha um bico enorme.
- O que você queria? – insisti.
- Eu queria o meu marido dentro de mim, me fazendo gemer, mas todo mundo nesse lugar atrapalha. Agora eu não quero mais! –
- Ah não… -
- Eu não quero mais, Edward… - reclamou quando eu me aproximei dela. – Perdi completamente a vontade… - ela ria enquanto eu subia em cima dela a deitando na cama. – Oh! – ela exclamou arfando e eu sai de cima dela.
- O que foi? – perguntei preocupado. – Eu te machuquei? –
- Não! – ela respirou fundo. – Acho que o bebê se mexeu e eu me assustei! - ela puxou e soltou o ar pela boca. – Oh… - ela levou a mão a barriga. – Ele se mexeu. Me dá a mão. – pediu e eu entreguei e ela repousou sobre a sua barriga, onde tinha sentido o bebê se mexer. Eu não sentia nada, está tudo quieto e parado, até que eu senti como um chute atingindo a minha mão. – Sentiu? –
- Senti. – eu aproximei a minha cabeça da sua barriga e beijei a mesma. – Oi meu filho. – eu beijei de novo.
- Amor… -
- Hm? –
- Estou com fome! – comentou e eu acabei rindo.
Eu beijei a sua barriga de novo e me levantei da cama indo até a porta. Pedi ao valete que trouxesse o nosso jantar até o quarto e também água para um banho, e com a ordem dada, eu voltei a deitar na cama, sobre o corpo de Bella, com cuidado, deitando a minha cabeça debaixo de seus seios e abraçando a sua cintura, enquanto sentia os dedos de Isabella deslizando pelos meus cabelos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário