segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Capítulo 22

                                                                    Adhara – Continente de Andrômeda –113 Depois da Conquista.

Pov. Edward.

Uma semana havia se passado desde que tínhamos chegado a Dragonstone. A noite já havia caído e uma tempestade caia do lado de fora, fazendo os sons das ondas fortes, que batiam contra a encosta da montanha, chegar até o quarto. Eu sabia que os dragões estavam bem protegidos da chuva, e os guardiões levava comida para eles de vez em quando. Eu e Bella mal saiamos do quarto, mas eu havia cumprido a minha promessa e transado com ela contra as paredes desse quarto e principalmente sobre a mesa pintada, essa última, mais de uma vez até.

Bella dormia com a cabeça contra o meu peito e uma perna sobre a minha cintura, nós estávamos, mais uma vez, nus, na verdade, desde que viemos para cá, eram poucas as vezes em que estivemos vestidos. Era como se estivéssemos compensando esses três longos anos longe um do outro. Eu deslizava a ponta dos meus dedos pelas costas macias de Bella e a outra eu fazia um cafuné em seus cabelos. Isabella mexeu a cabeça contra o meu peito, tirando a mão de cima do meu corpo e levando até o rosto, despertando. Bella levantou a cabeça, abrindo os olhos, bem sonolenta ainda, e me encarou com um fico surgindo entre as suas sobrancelhas.

- Que foi? – perguntei com a voz baixa.

- Por que ainda está acordado? – questionou com a voz carregada de sono, e eu apenas sorri.

- Estou sem sono, meu amor. – respondi, abraçando-a forte de novo contra o meu peito. – Três anos sem ter você aqui, em meus braços, eu quero aproveitar o máximo possível de novo. –

- Não tem que aproveitar nada. – ela falou aninhando a sua cabeça entre o vão de meu pescoço e meu ombro. – Você não vai se afastar de novo, ainda mais por tanto tempo. – eu sorri encostando a minha cabeça contra a dela.

- Tem razão. – eu beijei o topo de sua cabeça.

- Eu sei que eu tenho razão! Agora vá dormir, porque amanhã vamos voltar a Adhara. –

- Vamos voltar só porque você quer. –

- Vamos voltar apenas para ver como Rose está. – corrigiu-me.

Bella não falou mais nada e não demorou nem um minuto inteiro e ela estava ressonando tranquilamente de novo. Eu dei um beijo no topo de sua cabeça e aninhei o meu rosto contra o seu cabelo, e mesmo que há poucos minutos atrás eu estivesse sem sono, eu acabei pegando no sono bem rápido também.

No dia seguinte, logo após termos tomado o nosso dejejum, voltamos para Adhara. Bella queria saber como a amiga estava, depois de uma semana sozinha, e sinceramente, eu também não confiava muito em Rosalie sozinha com o pai que ela tinha. Mal nós entramos no castelo, após termos deixado os dragões no fosso, e as primeiras pessoas que vimos foi a própria Rosalie, que aparentemente estava bem, e Charlie. Sem falar nada, Bella saiu junto com a minha sobrinha e eu vi Charlie suspirar.

- Sabe que é só pedir desculpas sinceras que ela volta a falar com você, não sabe? –

- Já que ela não quer falar comigo, entregue isso a ela, por favor. – ele me entregou um pergaminho com o símbolo dos Hightower rompido. – É de Mike, ele está bem, só quer contar novidades e queria que a irmã fosse para Oldtown, na verdade ele deixa bem claro que só quer que ela vá, porque você está junto! –

- Até ele sabe que não pode confiar no pai em relação a proteger a irmã! – provoquei e ele apenas suspirou, ele sabia que eu estava certo.

- Se ela quiser vir junto comigo, eu irei partir para Oldtown em quatro dias, assim que o rei voltar de Driftmark. –

- O que o meu irmão vai fazer em Driftmark? – questionei.

- Ele aceitou a ideia da princesa Rosalie em se casar com Alec Black, e ele quer ir, ele próprio a Driftmark falar com a princesa Gianna e com o lorde Jacob. Eles deixarão Adhara amanhã antes de o sol nascer. –

- Finalmente o meu irmão está fazendo algo direito! – resmunguei. – Irei levar a mensagem até Isabella, com licença. –

Eu deixei Charlie sozinho e segui para as escadas, eu não iria atrás de Bella agora, eu sabia estaria com Rosalie e que provavelmente ela estaria contando a minha esposa da pequena viagem que faria até Driftmark e eu não iria atrapalhar.  Segui para o meu quarto, ao passar por uma das criadas do castelo pedi para trazerem água e algo para comer, ao entrar no quarto eu deixei a mensagem, que Charlie havia me dado, em cima de sua penteadeira e soltei a bainha da minha espada, deixando, as duas juntas, próxima a janela.

Sentei-me na ponta da cama para me livrar das minhas botas, enquanto que em Dragonstone estava com um tempo chuvoso, aqui em Adhara estava quente, seco e abafado. Eu mal tinha terminado de tirar as minhas botas e bateram a porta, eram as criadas, com água para a tinha uma bandeja com comida, que elas colocaram em cima da mesa próxima a janela e saíram.

- O que Rose queria? – perguntei quando a Bella entrou no quarto, mal as criadas saíram e eu me livrei da minha jaqueta.

- Só contar que o seu irmão aceitou a ideia do casamento com o Alec e eles estavam indo para Driftmark amanhã. – respondeu.

- Seu pai pediu para eu te entregar aquele pergaminho. – apontei para o que estava em cima da sua penteadeira. – Disse que era do seu irmão, e como você não quer falar com ele, pediu para eu te entregar. – expliquei e ela caminhou até lá, pegando-o e desenrolando-o.

- Mike é um imbecil. – resmungou sorrindo e se virando de frente para mim e se apoiando em sua penteadeira. – Ele insiste nessa revanche! – ironizou ainda lendo o papel. – Quer ir a Oldtown? – perguntou colocando de novo o pergaminho sobre a penteadeira e me encarando enquanto cruzava os braços e eu me tirava a minha camisa.

- A pergunta não é se eu quero ir, a pergunta é se você quer ir! Sozinha você não vai, isso é obvio! Mas se você não quiser ir, não vamos, e se quiser seu pai vai para Oldtown assim que Rose e Carlisle voltarem de Driftmark. –

- Eu só quero ver o meu irmão e ver que notícia é essa que ele tem para contar... –

- Sabe que eu não vou me controlar em relação aos seus tios, não sabe? –

- Eu não ligo! Já te falei, se quiser arrancar os olhos, língua deles... Fique à vontade! –

- E porque não ficas à vontade e vem tomar um banho comigo? – questionei e ela me respondeu com apenas um sorriso.

Bella me acompanhou para dentro da tina e nós ficamos lá dentro um bom tempo. Ao sairmos da tina e terminamos de comer, a noite já tinha caído. Eu não tinha ido ver o meu irmão, e tampouco queria, eu simplesmente fui para a cama com a minha esposa.

Isabella havia descido que queria ir até Oldtown e no dia seguinte eu avisei a ele quanto a decisão da filha, além de ter dito que era para ele avisar a sua cunhada e o seu irmão que eu iria junto e que eu já sabia do que elas haviam dito a Bella então era para eles prepararem. Mal eu terminei de dar os recados e Charlie avisou que meu irmão já tinha partido e que havia pedido para que eu continuasse a frente dos Mantos Dourados pelo menos enquanto eu não deixasse Adhara de novo.

Meu irmão ficou cerca de quatro dias fora, e enquanto isso acontecia Charlie havia ficado a frente da corte, mesmo ficando bem aparente o quanto o Strong não havia gostado disso e que tentava impor as suas vontades, mas não conseguia. Com Charlie cuidado da administração do reino, eu fiquei encarregado de cuidar dos mantos dourados e Bella, comigo ocupado e sem Rose na cidade, acabou ficando mais tempo no quarto do que em qualquer outro cano do castelo.

A viagem até Oldtown seria uma viagem longa, eu não sabia se Tessarion iria aguentar uma viagem tão longa com alguém em seu dorso, e eu também não sabia se Caraxes iria aceitar Isabella depois de ela já ter montado em outro dragão. Dragões eram bem temperamentais nessas questões. Portanto, a única opção que tínhamos era ir em comitiva, o que fazia a viagem se tornar longa, uma semana só para ir e mais uma só para voltar.

Eu sabia que Charlie estava organizando tudo para a viagem e eu não iria sozinho, não confiava nos guardas que ele estava arrumando, não que eles fossem fazer algo, mas de qualquer forma... Portanto, não seria nenhuma surpresa o fato de eu levar Calleb e John junto comigo de novo.

Demorou quatro dias de viagem o meu irmão e a minha sobrinha voltaram de Driftmark, meu irmão não estava muito bem de aparência e pelo visto de saúde também, mas de qualquer forma mandou Charlie ir para Oldtown, pois segundo ele tudo ficaria bem e que qualquer coisa mandava um corvo avisando e rápido. Pelo que Rosalie havia comentado com Isabella e a mesma havia me contado, ele havia passado mal durante toda a travessia da Baía da Água Negra, e o mar, segundo a mesma, estava tranquilo, e mesmo assim ele havia passado mal durante todo o caminho.

No dia seguinte, após a chegada de meu irmão, a pequena comitiva que Charlie havia montado havia partido para Hightower. Rosalie não iria, a própria havia escolhido não ir. Uma carruagem ia junto para o caso de chover durante o percurso ou para o caso de Isabella querer descansar. Os dragões iam juntos, voando, eu não iria deixar Caraxes mais de um mês, possivelmente, preso no fosso e Isabella tampouco faria o mesmo com Tessarion. Eu realmente só estava indo pela minha esposa, e no fundo eu torcia para que os tios dela soltassem alguma, qualquer, gracinha, eu jamais havia gostado de Philip Hightower mesmo, e arrancar a língua dele seria algo deveras fácil de resolver.

Bella tinha montado sozinha em um cavalo, e durante uma boa parte do caminho eu havia percebido que Charlie tentava puxar assunto com a filha e a mesma ignorava ou saía de perto. Uma parte de mim achava graça daquilo, jamais pensei que Isabella fosse tratar o pai dessa forma, e em contra partida a outra parte de mim começava a se estressar, Charlie sabia o que tinha que fazer para resolver o problema, e ele se recusava. Eu sempre soube que ele era cabeça dura e que não dava o braço a torcer, mas ele iria ficar fazendo isso com a filha por mais quanto tempo? Já tinha meses que ela não dirigia a palavra a ele, e já tinha anos que eles estavam afastados, ele não iria imaginar que iria chegar a um ponto em que nada que ele fizesse iria fazê-la voltar a falar com ele?

Eu deveria ficar feliz? Achava que sim! Não gostava de Charlie, mas eu não havia mentido quando disse que nós dois tínhamos que aprender a nos dar bem em prol de alguém que ambos gostamos em comum. No caso, Isabella.

- Bella. – eu a chamei quando montamos acampamento para passar a noite. Ela estava um pouco mais afastada dos guardas e perto dos dragões que já haviam pousado.

- Oi. –

- Tudo bem? – perguntei passando a mão pela sua cintura e dando um beijo em sua bochecha.

- Sim, só um pouco cansada. Por quê? –

- Por nada. – dei de ombros. – Me diz... Quando você vai se entender com o seu pai? –

- Quando ele admitir que o que ele fez foi errado e pedir desculpas. – reclamou. – Até o seu irmão já pediu, por mais que eu não acredite muito em tal pedido, e ele não! – ela virou o rosto na minha direção e me encarou. – Por que a pergunta? Você não gosta do meu pai, por que se importa? –

- Porque é palpável o fato de que ele sente a sua falta. –

- Não tanto pelo visto, pois se sentisse já tinha vindo falar comigo. –

- Ele é orgulhoso, sabes disso. –

- Por que está defendendo-o? – questionou virando-se de frente para mim.

- Não estou defendendo. É só que... – eu acabei soltando uma risada. – É irônico. – ela me olhou confusa. - Eu nunca suportei o seu pai e simplesmente me apaixonei pela filha dele. É irônico! – dei de ombros. – Nós dois temos mais coisas em comum do que gostaríamos... –

- A primeira, com certeza, é o fato de não se suportarem! –

- Não. – respondi vendo uma mecha solta de seu cabelo voando devido a brisa que passava por nós. – A primeira coisa que temos em comum é o fato de amarmos você! – corrigi segurando a mecha de seu cabelo e prendendo-a atrás de sua orelha. – Nós dois deveríamos tentar nos darmos bem por esse motivo, porque amamos você e por não querermos você magoada, de qualquer forma que fosse. E eu sei, eu vejo, que você está chateada por estar tão afastada dele, e por você querer tanto ir embora, eu sei que não vai demorar para você se arrepender por ter deixado Andrômeda brigada com o seu pai de novo. Porque, você pode negar à vontade, mas eu sei que você estava chateada por ter ido embora comigo da primeira vez brigada com ele! –

Bella não falou nada, apenas desviou os olhos de mim para o acampamento a nossa frente e ficou em silêncio por alguns segundos, até um sorriso surgir em seus lábios, e ela se aproximou de mim, segurando o meu rosto pelo queixo e me dando um beijo em minha bochecha após ficar momentaneamente nas pontas dos pés.

- Estou surpresa, nunca pensei que fosse ouvir isso alguma vez na minha vida! Você é um amor... – ela me deu outro beijo na bochecha. – Mas eu não vou falar com ele se ele não vier me pedir desculpas! – eu abri a boca. – Não se esqueça que ele me acusou de te trair! – lembrou-me.

- Como disse, influenciado por seus tios! –

- Mais um bom motivo para ele me pedir desculpas! – apontou como se fosse óbvio! – Meu amor... Sim, eu vou ficar chateada por ir embora brigada com ele, mas dessa vez será diferente, simplesmente porque quem fez algo dessa vez foi ele e não eu! Quem procurou isso foi ele e não eu! – ela ficou na ponta dos pés e me deu um beijo de novo. – Agora chega desse assunto, por favor. – pediu. – Eu estou tão cansada que eu só quero dormir! – ela se virou de costas para mim para se reaproximar do acampamento e, comigo ainda tendo um dos braços em sua cintura, a puxei para perto de mim.

- Podes estar cansada à vontade, mas não vai dormir sem comer nada! – ela bufou. – A viagem foi longa e ainda teremos mais uns quatro ou cinco dias de viagem pela frente. –

- Relembre-me, por favor, o motivo de não ir voando, que é mais rápido? –

- Porque eu não sei se Tessarion iria aguentar tanto tempo voando com você no dorso dela, e porque eu não sei se, depois de você já ter montado em um dragão, se Caraxes iria te aceitar de novo! – lembrei-a.

- Por que Oldtown tem que ser tão longe assim? – reclamou.

- Você que quis vir! – lembrei-a e ela bufou de novo e eu lhe dei um beijo na bochecha.

Eu soltei a cintura de Bella e segurei a sua mão para que pudéssemos voltar ao acampamento. Depois de todos termos comido um pouco, e com os guardas escolhidos para fazer a vigia da noite, cada um seguiu para a sua tenda para que pudéssemos dormir para o próximo dia de viagem.

A viagem em si foi tranquila, pelo menos até nos aproximarmos de Highgarden, conforme nos aproximamos da sede da casa Webber o tempo começou a mudar e uma chuva começou a cair, Isabella desceu do cavalo e foi para dentro da carruagem para se proteger da chuva, e devido a chuva torrencial que começou a cair, precisamos ir em busca de abrigo na fortaleza dos Spencer, eu vi o rosto de alivio de Isabella quando ela desceu da carruagem, algo que não havia passado despercebido nem de mim nem de Charlie, mesmo ele não tendo falado nada.

- O que foi? – perguntei a Bella quando voltei para o quarto.

Nós havíamos sido convidados para jantar junto com os lordes Spencer, algo que prontamente Bella recusou, e após eu ser informado pela criada, que havia ficado encarregada de levar o jantar a Isabella, que a mesma tinha recusado. Eu deixei a mesa e fui até o quarto, encontrando-a levemente pálida e deitada na cama.

- Estou enjoada. – respondeu aninhando a cabeça no travesseiro. – A carruagem chacoalhou demais! –

- Vomitou? – perguntei me sentando ao seu lado da cama e ela apenas assentiu. – Mais um motivo para você comer algo. – ela apenas balançou a cabeça de novo negando.

- Meu estômago está muito embrulhado. – falou em um fio de voz. – Amanhã eu como alguma coisa. – eu levei a minha mão até o seu rosto, apoiando a mão em sua testa, Bella não estava com febre e nem gelada. – Eu não vou aguentar seguir nessa estrada até Oldtown não! Ela está muito pior do que eu me lembrava! –

- Seu tio é o lorde protetor de Cygnus, é responsabilidade dele consertar as estradas! – apontei.

- Eu só quero dormir um pouco em algo que não balance e nem que seja duro! –

- Dorme então, meu amor, pode dormir que eu já venho ficar com você. – eu abaixei a minha coluna e dei um beijo em seus lábios e ela retribuiu. Eu fiquei na cama mais um pouquinho com ela, mexendo em seus cabelos, até ouvi-la ressonar tranquila e profundamente. Levantei-me da cama e saí do quarto, encontrando com Calleb de guarda na porta. – Fica com os ouvidos bem atentos, Calleb. – pedi. – Eu não vou demorar para voltar, vou apenas conversar com o Hightower e já volto. Ela está enjoada da viagem e dormiu, qualquer barulho que ouvir me chame ou chame o meistre do castelo. –

- Sim senhor. –

Deixei-o de guarda na porta e voltei para o salão de jantar. Charlie continuava sentado ao lado do lorde Spencer e eu me sentei onde estava, na cadeira ao lado do meu sogro, deixando a cadeira ao meu lado, que era de Isabella, vazia.

- O que ela tem? – ele perguntou se virando para mim quando Louis Spencer pediu licença e se afastou.

- Está enjoada devido ao chacoalhar da carruagem! – respondi bebendo um gole do vinho que tinha sido recém servido. – Mande o seu irmão fazer o trabalho dele de lorde protetor de Cygnus e consertar essas estradas. –

- Já falei inúmeras vezes e a resposta dele é que ele conserta, mas além de não durar nada ninguém conserva! -

- O trabalho dele é consertar sempre que ela estragar, se ele não consegue fazer o trabalho dele, que passe logo a administração da região para o filho ou para o seu filho! –

- A verdade é que chove muito na região de Cygnus e não há pavimentação que aguente tanta chuva, a menos que faça toda a estrada de tijolos de pedra igual são as ruas de Adhara! –

- E o que vamos fazer com Isabella? – questionei virando a cabeça para o encarar. – Dentro da carruagem ela vai passar mal e no cavalo corre o risco de adoecer. –

- Segundo Louis, o meistre viu que a chuva iria cair com tudo hoje e a partir de amanhã seria uma fraca garoa até voltar o sol. Se ele acertar, ela pode ir no cavalo tranquilamente. -

- Bom. Eu vou ficar com a minha esposa! Qualquer coisa eu mando te chamar. –

Eu terminei o meu vinho e me levantei da cadeira, antes mesmo que Louis voltasse a mesa, mas ao sair do salão de jantar, eu notei que ele havia voltado para a mesa de jantar com a sua filha. Segui para o quarto, Calleb avisou que não tinha ocorrido nada desde que eu tinha saído do quarto. Bella continuava dormindo profundamente, em silêncio para não a acordar, eu me limpei e me troquei para subir na cama.

No dia seguinte, ao acordar, a primeira coisa que eu ouvi foi a chuva que continuava caindo, mas era uma chuva um pouco mais fraca do que havia caído na noite anterior. Quando Bella despertou ela já se sentia um pouco melhor, o enjoo havia passado e estava bem descansada, ainda mais que nós ainda teríamos cerca de dois dias de viagem até chegarmos finalmente em Oldtown. Bella, ao invés de sair da cama, deitou a cabeça contra o meu peito e aninhou o seu corpo contra o meu. Eu apenas lhe abracei o corpo e dei um beijo no topo de sua cabeça.

Nós dois ficamos ali mais alguns segundos sozinhos e em silêncio, ouvindo o barulho das gotas de chuva caindo contra os vidros. Nós só saímos da cama quando uma batia soou na porta anunciando que o dejejum havia sido servido. Dei um beijo na testa de Bella quando ela fez a menção de se levantar, e ela me retribuiu com um beijo nos lábios.

Nós nos trocamos e fomos para o salão de jantar, como a chuva caia fracamente e não havia previsão de voltar a cair com força nos próximos dias, nós iriamos voltar a estrada logo depois que terminássemos de comer. Eu notei que Bella estava desconfortável em sua cadeira, do mesmo jeito que havia ficado quando fomos jantar na primeira vez na casa de Zafrina nas Ilhas de Verão, e eu entendi o motivo em pouquíssimos segundos, a filha do lorde Spencer, que estava sentada ao lado de seu pai, não desviava os nossos da nossa direção, melhor, da minha direção. Eu não me lembrava dela e com certeza eu jamais havia me envolvido com ela, disso eu tinha total certeza, até já tinha muitos, muitos, anos que eu não vinha para a região de Cygnus e também porque agora, a garota deveria ter a idade que Bella tinha quando nos casamos.

Eu olhei para Bella e ela me encarava com a sobrancelha arqueada, eu apenas segurei a sua mão e levei até os meus lábios dando um beijo nas costas da mesma. Até Charlie já havia percebido os olhos e cochichos entre Louis e sua filha.

- Alteza... – Louis me chamou quando nos reunimos no pátio para irmos embora.

- Sim... –

- Tem tempos que não vens até Highgarden e quando vens não fica nem um dia. – brincou.

- Eu não vim para Cygnus para vir para Highgarden, Louis, eu vim para acompanhar a minha esposa até Oldtown. – deixei bem claro e vi que a sua filha se aproximou, pé ante pé do pai.

- Entendo... Ontem saístes mais cedo do jantar, não tive a oportunidade de lhe apresentar a minha filha... Essa é Catherine. –

- É um prazer... Acredito que também não tenha tido a oportunidade de conhecerem a minha esposa... Bella. – eu a chamei quando ela passou perto de mim.

- Sim? – ela se aproximou terminando de amarrar o nó de sua capa.

- Ontem chegastes não se sentindo muito bem e não teve a oportunidade de conhecer o lorde Spencer e a sua filha Catherine. –

- É um prazer sor. –

- Admito que fiquei surpreso quando a noticia de que havia se casado com a filha do lorde Hightower chegou aos meus ouvidos. – comentou e Bella suspirou de forma levemente debochada.

- Adoro como a fofoca viaja rápido por Andrômeda... Mesmo meu pai não vindo para essa região durante muitos anos as fofocas que ele não gosta de você chegaram até aqui. – debochou falando comigo. – E olha que não é um continente pequeno! – era visível o fato que Louis não havia gostado do deboche de Isabella, mas ele não teve tempo de falar nada devido a um rugido que vinha de cima de nós, e ao olhar para cima era possível ver Tessarion se destacando no céu nublado, e mais acima voando, era possível ver Caraxes.

- Dois... Dois dragões? – Louis perguntou confuso.

- A notícia do meu casamento e na inimizade o meu pai e do meu marido chegam aqui, mas o fato de eu ter um dragão não chegou? E olha que ela veio comigo na primeira vez que eu vim para Oldtown. – Isabella debochou de novo e tirou a mão da minha cintura e foi até onde Tessarion havia pousado, afastada dos cavalos para que eles não se eriçassem.

- Mas ela não é uma Swan, como... –

- Pergunte ao dragão que se ligou a ela e não a mim! – dei de ombros.

- Terei que interromper a conversa, mas nós já temos que ir. – Charlie se afastou de seus guardas e se aproximou de nós. – Ainda temos quase dois dias de viagem até, finalmente, chegarmos a Oldtown! –

- Mas é claro, foi muito bom receber vocês... Se na volta precisarem de abrigo, sintam-se à vontade. E... lorde Hightower, pense no que conversamos noite passada. – Charlie suspirou.

- Eu já lhe disse, lorde Spencer, a minha resposta é não! Então eu não tenho que pensar em nada. Vamos? – perguntou olhando para mim.

- Vamos. Com licença. – eu virei as costas aos Spencer e Charlie me seguiu. – O que ele quer? –

- Sabe muito bem o que ele quer... Até minha filha já percebeu o que ele quer! –

- Ele pediu isso para você? – perguntei incrédulo.

- Disse que resolveria o meu problema, pois sabe que Isabella não iria aceitar uma traição sua e ia pedir ao rei o divórcio... E não, eu nunca conversei sobre isso com ele... Então... –

- Então só pode ter sido o infeliz do seu irmão. – apontei. – Se eu fosse você eu me preparava, é capaz de ter que voltar de vez para cuidar de Oldtown, porque a minha vontade de matar o seu irmão só aumenta. –

- A minha também! –

- Isabella... – eu a chamei quando nos aproximamos do cavalo. – Vamos... – ela se afastou de Tessarion que alçou voo e se aproximou de nós. – Ainda está chovendo... – apontei.

- Melhor do que essa carruagem! – rebateu puxando o capuz da sua capa.

- Então vamos. –

Eu ajudei Isabella a montar em seu cavalo e eu montei no meu. Com todos montados em seus respectivos cavalos nós deixamos a pequena fortaleza de Highgarden e continuamos descendo a Estrada da Rosa que terminaria justamente em Oldtown.

Demorou um dia e meio até finalmente chegarmos em Oldtown e ela estava idêntica de quando eu vim aqui há vários anos. Ninguém tinha vindo nos receber na porta da torre, a chuva que continuava a cair impedia isso. Todo mundo estava exausto, era visível em seus olhos, viajar no sol era horrível, mas viajar na chuva, mesmo uma garoa, era desconfortável, mas finalmente depois de quase uma semana a viagem tinha chegado ao fim!

- Agora que eu pensei nisso. Caraxes não cabe no galpão que a Tessarion ficou da última vez, e acho que nem Tessarion cabe mais! – Bella comentou quando descemos dos cavalos.

- Não se preocupe com isso, amor, eles vão achar um lugar perto para se abrigar!  - eu olhei para cima e não vi a sombra de nenhum dos dois dragões. – Pelo visto eles já encontraram, não estão aqui em cima. –

- Ai! – eu ouvi a exclamação assustada de Bella e o meu tempo de reação foi de pouquíssimos segundos e a minha mão já estava sobre o pomo da irmã sombria, mas ao me virar para Isabella, eu vi que era o seu irmão a abraçando. – Não faz isso desgraçado! Não me assusta! – reclamou batendo no braço de Mike que ria.

- Pelos Deuses, vocês dois estão no mesmo ambiente não tem nem cinco segundos e já estão se matando? – Charlie ironizou se aproximando de nós.

- Dá próxima vez eu o deixo arrancar a sua cabeça. –

- Até parece que ele ia fazer isso... – Mike me encarou e viu que a minha mão ainda estava sobre o pomo da irmã sombria. – Retiro o que eu disse. Edward! –

- Olá Mike. –

- Cadê o seu tio? –

- Ele saiu tem uns dois dias e ainda não voltou. Os dois foram para Blackcrown e ainda não voltaram! –

- Imagino o motivo! – ironizei.

- Mande um corvo ao seu tio dizendo que eu cheguei e eu quero falar com ele! E pode dizer que não vai ser o Edward quem vai mata-lo não, será eu mesmo! – mandou e os dois irmãos Hightower encararam o pai, ambos confusos. – Eu preciso de um banho quente e comer algo... –

- Me avisaram quando vocês estavam se aproximando de Oldtown e já mandei deixar os quartos de vocês arrumados, pai, pode ir... Depois que descansarem da viagem nós iremos conversar. –

- Tudo bem, meu filho. – ele olhou para Isabella. – Saia dessa chuva antes que fique doente! – e sem esperar pela resposta de ninguém ele entrou na torre.

- Ângela? –

- Ainda não se entendeu com o nosso pai? –

- Ângela? – ela perguntou de novo, ignorando a pergunta do irmão.

- Descansando. Terá a chance de conversar com ela quando descansar da viagem! – respondeu. – Vocês dois ficam em quartos separados? –

- Não! – Bella respondeu.

- Tudo bem... Venha, vamos entrar... – ele abraçou a irmã pelos ombros e deu um beijo no topo de sua cabeça. – Entra pirralha! – mandou soltando a irmã e Isabella deu uma tapa estalada no braço do irmão que riu. - É o mesmo quarto da última vez. –

- Vem... – Bella se afastou do irmão e estendeu a mão para mim, e eu prontamente a segurei.

- Precisam de algo para os dragões? – Mike perguntou olhando para cima e não vendo a sombra deles. – Ou não os trouxeram? –

- Não precisa de nada, eles vão atrás dos alimentos deles, não se preocupe. E sim o trouxemos, eles devem ter procurado por uma caverna para se abrigarem da chuva. -  respondi.

- Tem algumas cavernas próximas ao Honeywine. – apontou. – Devem estar por lá! Tudo bem então, vamos entrar... –

Nós três entramos no castelo e Mike seguiu para o escritório, iria mandar a mensagem que o seu pai tinha mandado ao seu pai e Bella me puxou para as escadarias. Quando nós chegamos ao quarto, já tinha uma bandeja cheia de comida quente e a tina também estava com água quente e as nossas coisas já começavam a chegar no quarto.

Como havíamos chegado já no início da noite, nós não tínhamos posto os pés para fora do quarto de novo naquele dia. Nós apenas tomamos um banho quente e que relaxava os músculos e depois de termos nos alimentado, fomos para cama, e mal os nossos corpos deitaram no colchão macio, e Bella aninhou o corpo perto do meu, e nós prontamente adormecemos.

- Tudo bem, eu não estou há cinco dias viajando atoa, eu quero saber qual é a notícia que tem para mim. – Bella falou quando nos reunimos no salão de jantar de Hightower, para o dejejum.

- Você é apressada em... –

- Eu vou te bater de novo! – avisou.

- Pode, pelo menos, esperar o papai chegar? –

- Bom dia. – a voz de Charlie foi ouvida entrando no salão de jantar.

- Já chegou! Desembucha! –

- Tua filha é apressada em... Pelos Deuses... –

- Quase vinte e quatro anos e ainda não se acostumou? –

- Fala logo, Mike! –

- Tá bom, garota! – reclamou ele me fazendo sorrir enquanto levava uma uva até a boca. Eu estava um pouco mais afastado deles, eu sabia o que era algo familiar, então não tinha motivos para eu ficar tão perto assim. – Eu e a Ângela tivemos uma filha! – contou. – Tem quase seis meses desde que ela nasceu. –

- Por que não contou antes, Mike? – Charlie perguntou. - Tínhamos vindo antes e... –

- Por isso mesmo que não contamos, pai. O bebê nasceu bem antes do tempo e não sabíamos ao certo se o bebê iria sobreviver. E quando eu mandei o corvo dizendo que eu tinha uma noticia para vocês, foi quando os meistres falaram que ela estava bem e não tinha o risco de morrer de repente! E eu não ia contar isso através de um corvo... –

- Manteve a nossa tia longe dela? – Bella perguntou e Charlie encarou a filha com um vinco no meio das sobrancelhas.

- Óbvio! – respondeu e Charlie virou o olhar para o filho mais velho. – Quando a nossa tia soube que ela tinha engravidado começou a falar um monte de besteira e querer que ela comesse umas coisas estranhas, eu e Ângela conversamos e ela foi para casa dos pais, ela deu à luz lá e voltou tem nem um mês, mas... Nossa tia já falou demais então ela prefere ficar trancada no quarto longe dela. –

- Cadê a minha sobrinha? – Bella questionou animada e Mike encarou a irmã por alguns segundos com os olhos semicerrados.

- Não! Eu não quero você perto dela. –

- Por quê? –

- Porque você é você! Não quero que você estrague a minha filha. – Bella balançou a cabeça gargalhando.

- Se você não vai me falar onde ela está, eu procuro... –

- Isabella... Volta aqui garota! – ele chamou a irmã que saiu do salão de jantar. – Oh pai... –

- A esposa é dele! – falou simplesmente apontando para mim. Mike olhou do pai para mim e vendo que eu não iria me mexer.

- Oh Isabella... – ele foi atrás da irmã.

Eu me sentei em uma cadeira e Charlie se sentou em outra, nenhum de nós dois falamos nada enquanto os criados da torre iam trazendo o nosso dejejum. Quando a mesa estava pronta, ninguém comeu nada, apenas esperávamos enquanto os outros chegavam, e eu volta e meia arrancava uma uva, do cacho a minha frente, e levava até a boca.

- Mike, cale-se, vai acordar o bebê... – a voz de Bella soou pelo corredor, e ela logo em seguida apareceu com um pequeno embrulho nos braços.

- Eu estou te falando, ela vai estragar essa criança... – ele falou entrando de costas no salão, enquanto falava com uma mulher que ria dos dois irmãos.

- Não mais do que você tem estragado a menina desde que voltei para Oldtown... –

- Mas eu sou o pai! –

- E eu a tia! – Bella rebateu. – Pai... – Bella se aproximou de Charlie. Charlie se levantou de sua cadeira e se aproximou da filha com a neta nos braços.

- Anote o que eu estou dizendo, Isabella vai estragar essa menina... Eu sei o que eu aturei com a minha irmã... – ele falou com a esposa, enquanto se aproximavam de mim, e eu vi Isabella encarar o irmão com os olhos semicerrados. – Ângela... Esse é o príncipe Edward... Edward, minha esposa Ângela Webber. –

- É um prazer alteza... Ouvi falar muito do senhor... –

- Muito mal, imagino eu! – ironizei e ela acabou fazendo uma careta que concordava com que eu havia dito. – Já me acostumei! É um prazer! –

- Ângela... – Bella se aproximou com o bebê nos braços. – Tome... Presente para você! – olhando confusa para a minha esposa, mas mesmo assim pegou a filha nos braços.

- Pelos sete deuses... – ela fez uma careta ao sentir o cheiro vir da sua filha. – Como alguém tão pequeno se suja tanto assim! Eu já volto! –

- Para isso você devolve a criança? – Mike perguntou rindo quando sua esposa saiu do salão de jantar.

- A filha não é minha! – ela deu de ombros simplesmente e riu.

- Mike... Venha aqui, por favor. – Charlie pediu, do mesmo lugar que ele estava e seu filho foi até ele.

- Vem cá... – eu me apoiei na mesa e Bella se aproximou mais de mim. – Você está bem? – perguntou.

- Sim, por quê? – respondeu quando eu abracei a sua cintura.

- Mesmo? –

- Sim, por quê? – questionou de novo.

- Por um momento achei que pudesse se sentir... – dei de ombros. – Meio mal devido a noticia do seu irmão. – ela pensou.

- Se refere a Anna? – questionou. – Amor, está tudo bem... Você ficou quase quatro anos fora! – ela ficou na ponta dos pés e me deu um beijo nos lábios. – Está tudo bem, não se preocupe! – ela voltou a por os dois pés no chão e tirei uma das mãos da sua cintura e levei até a sua bochecha afagando-a. – Pensei que achasse as crianças insuportáveis, não sabia que estava tão ansioso assim para ter um filho! –

- As nossas crianças não serão insuportáveis! – respondi e ela sorriu.

- Não se preocupe, amor, eu sei que não vai demorar muito e teremos um bebezinho nosso! – eu apenas sorri para ela e lhe dei um beijo na testa. – Quer fazer alguma coisa? Ir a algum lugar? –

- Queria ver os dragões! Onde eles estão... –

- Se Caraxes ainda não comeu a Tessarion! – Bella brincou e eu acabei rindo.

- Você mesmo disse, implicante igual a montadora! –

- Está me chamando de implicante? – questionou semicerrando os olhos.

- Jamais! – falei e ela semicerrou ou olhos mais ainda me fazendo rir. – Você é o amor da minha vida! – eu passei os braços por sobre os seus ombros, puxando-a para o meu peito e a abraçando. – Eu te amo! –

- Pronto. – a esposa de Mike entrou na sala e dessa vez sem a filha nos braços. – Deixei a Anna com a babá! –

- Vamos comer e ver os dragões! – Bella disse simplesmente quando eu lhe beijei mais uma vez a testa.

Nós nos sentamos nas cadeiras e Ângela foi para o lado do marido. Nós comemos com calma, nós ouvimos Mike comentando com Charlie que o corvo já havia sido enviado a Philip, e por ele estar bem perto, a resposta havia chegado hoje pela manhã anunciando que eles estavam voltando e que deveriam chegar hoje a noite ou amanhã, e ao ouvir a notícia, Bella apenas respirou fundo fazendo uma careta, ela não queria ver ou ficar perto dos tios dela, já eu, ao contrário dela, estava completamente ansioso e de certa forma eu torcia para que eles ousassem falar um por cento do que haviam dito há anos, assim eu poderia arrancar as línguas deles com um motivo mais recente!

Depois do dejejum, e não querendo ficar no castelo sozinha, mesmo que seus tios ainda não tivessem voltado, Bella quis vir comigo ver os dragões, comigo junto não era necessário a ida dos guardas, portanto eu liberei tanto Calleb quanto John. Bella foi até o seu quarto em busca de uma capa enquanto eu fui até o estábulo para pegar por Belfast.

Estava terminando de ajeitar a sela do meu cavalo quando Bella chegou ajeitando a capa sobre os ombros, ela viria comigo, em um cavalo só. Coloquei-a no lombo do cavalo e subi na frente, Bella passou os braços pela minha cintura e disse que era preciso só seguir a trilha a esquerda, assim que passássemos pelo portão e que logo estaríamos na campina.

Ao chegarmos à campina, que era bem perto da cidade, eu vi, antes mesmo de descer do cavalo, que Caraxes estava deitado na relva e Tessarion implicando, ou melhor, brincando, com algumas ovelhas antes de come-las.

- Implicante igual a montadora! – falei quando coloquei Bella no chão e ela me deu uma tapa no braço me fazendo rir.

Nós nos aproximamos um pouco dos dragões, de onde eles estavam e Tessarion largou as ovelhas selvagens e veio para perto da dona. Tessarion deitou na grama assim que Isabella, agora descalça, se sentou na relva, deitando logo em seguida sentindo o sol, que havia nos agraciado mais uma vez depois e eu me sentei ao seu lado.

Passado um tempo, que eu achei que a Bella tinha até dormido, ela começou a rir, eu, que continuava sentado, apenas me virei para encara-la e ela riu mais ainda, começando a ficar com o rosto avermelhado.

- Qual é a graça? – ela apenas negou ainda rindo. – Fala. – ela respirou fundo.

- Não é nada. Eu apenas... É que essa parte aqui de Cygnus me lembra um pouco de Walano, comentei com Mike certa vez, se tivesse a brisa da praia, seria igual! –

- Sente falta de Walano? – ela apenas balançou a cabeça sorrindo. – Assim que voltarmos para Adhara podemos ajeitar tudo para irmos de novo para Walano! –

- Na verdade... – ela sorriu ficando com o rosto completamente vermelho. – Eu estava me lembrando de outra coisa, que aconteceu nas ilhas... Algo muito, muito bom! E que eu queria que acontecesse de novo! -

- Muitas coisas aconteceram nas ilhas, coisas muito boas, coisas ruins... Poderia dar alguma pista a mais? Assim eu poderia fazer acontecer de novo! –

- Quando você mesmo esperar talvez ela aconteça! Igual a primeira vez... – eu ergui uma sobrancelha. – Vem cá amor... – chamou-me apoiando a mão em meu braço. Eu me virei, deitando por cima dela e apoiando as mãos no chão ao seu lado e apoiando o meu peso em meus braços.

Bella levou a mão até a minha nuca, puxando a minha cabeça para mais perto da dela e roçando a ponta do seu nariz contra o meu. Eu beijei os seus lábios e ela sorriu para mim, beijando os meus lábios de novo. Ajeitei-me sobre o seu corpo aprofundando o beijo, eu sentia as mãos de Bella deslizando pelo meu abdômen e abriu o cinto da bainha da espada, colocando para o lado.

- O que pensa que estais fazendo? – perguntei contra a sua boca e ela apenas sorriu, sem responder, e unindo nossos lábios de novo. Bella abriu a minha calça abaixando a mesma. – Inacreditável. – falei.

- Não quer? – perguntou.

Eu não respondi, apenas enfiei minha mão por baixo de seu vestido, apertando com força a sua coxa, fazendo-a gemer contra a minha boca. Bella subiu um pouco com o seu vestido, e eu me ajeitei entre as suas pernas e segurou, delicadamente, meu pênis entre a sua mão e levou-o até a sua entrada. Devagar eu a penetrei. Isabella gemia baixo contra a minha boca a cada investida do meu quadril contra o seu, e eu volta e meia, levantava os olhos na direção da trilha que tínhamos vindo apenas para confirmar se ninguém aparecia ali.

Isabella segurou o meu rosto entre as mãos e uniu nossos lábios de novo e com a minha boca contra dela, ela abafou o seu gemido de prazer ao gozar. Investi o meu quadril contra o dela mais algumas vezes até gozar, interrompendo o beijo e apoiando a minha testa contra a dela em busca de ar. Bella tinha o rosto vermelho, e eu não sabia se era por vergonha, excitação, sua crise de risos de pouco tempo atrás ou até mesmo o sol, eu só sabia que ela ficava mais bonita ainda corada.

Nós voltamos para Hightower um pouco antes do horário do almoço, e do caminho do estábulo até dentro do castelo, Bella ia tentando tirar o máximo possível que conseguia dos vestígios de grama que haviam ficado presos em seus cabelos, enquanto comentava, e me fazia rir, que grama era muito mais fácil de tirar do que areia.

- Que isso? Rolou na grama? – Mike perguntou se postando ao nosso lado.

- Quer realmente que eu responda? – Isabella retrucou e seu irmão fez uma careta.

- Desnecessário! – resmungou fazendo com que Bella e eu ríssemos. – Você é minha irmã mais nova, cacete, não quero saber disso não! –

- Em primeiro lugar... Foi você quem perguntou e em segundo lugar, acha que eu me casei para que? –

- Mas no mato, sério? –

- Quer que eu enumere todos os lugares anteriores? –

- NÃO! – Mike gritou fazendo Bella gargalhar ao meu lado. – Estais muito assanhada para o meu gosto! –

- A culpa é dele! – respondeu simplesmente apontando com a cabeça para mim.

- Admito! A culpa é minha! Criei um monstro! – Mike fez cara de nojo.

- Ela é minha irmã! Ótimo, obrigada pela visão que invadiu a minha mente! –

- Disponha! – Bella ironizou.

- Agora, o que eu quero falar com vocês... Tio Philip chega essa noite, ele já mandou um guarda na frente para avisar. No horário do jantar, ele está ai! –

- Notícia maravilhosa! – Isabella debochou.

- E nos próximos dias os pais de Ângela vem para Oldtown com o pequeno Joffrey e, eu quero pedir um favor. – falou olhando diretamente para mim, quando paramos nos primeiros degraus da escada.

- Se é para não discutir com os seus tios na presença dos seus sogros, não prometo nada! –

- Não! É o Joffrey, o irmão da Ângela, ele é simplesmente apaixonado pelas histórias de Caraxes. Se puder... –

- Eu o trago aqui para o garoto o ver. Mas, já avise logo que não é para se aproximar, tocar e nem pensar em montar, não me responsabilizarei pelo que acontecer caso ele faça isso! –

- Não se preocupe. –

- O que é isso Isabella, andou rolando na grama? – Charlie perguntou descendo as escadas.

- O senhor definitivamente não quer saber dessa resposta! – Mike disse simplesmente. – Com licença. – ele subiu as escadas.

- Vou dar um jeito no meu cabelo antes do almoço... – ela me avisou e tentou passar pelo pai e seguir pelo mesmo caminho que Mike havia feito.

- Se possível, quero falar com você depois do almoço. –

- Comigo? – perguntou confusa olhando para o pai e parada no meio da escadaria.

- É! Com você mesmo! - 

- Não quero! –

- Isabella. – eu lhe chamei a atenção. – O que nós conversamos? – perguntei.

- Mudo de ideia depois de ver como ele irá agir do lado do irmão e da cunhada dele... – ela nos virou as costas e seguiu o caminho para o andar de cima.

- Está interferindo ao meu favor? – Charlie perguntou surpreso.

- Sinceramente, não deveria! Mas essa é a primeira e última vez, já aviso logo! –

Quando a noite caiu, nós recebemos duas notícias, a primeira era que o jantar já seria servido e a segunda era que o irmão e a cunhada de Charlie já estavam no castelo. Dessa vez Bella não quis que tomássemos banho juntos, reclamando que caso entrássemos naquela tina não sairíamos de lá ao mesmo tempo, e por mais que ela dissesse que não eu sabia que o que ela mais queria era ver as expressões de seus tios ao me verem aqui, até porque segundo Mike, os dois não faziam a mínima ideia, já que o próprio Mike, não tinha avisado aos seus tios.

Bella foi se aprontar primeiro que eu, e depois de ter saído da tina, com apenas uma toalha enrolada na cintura, eu acabei me sobressaltando ao entrar no quarto, minha esposa já estava pronta e simplesmente magnifica. Ela iria afrontar os tios, o vestido vermelho provava isso, eu só não imaginava que a cor da minha casa cairia tão bem assim nela, em um contraste perfeito com a pele branca e os cabelos castanhos.

- Que foi? – perguntou me encarando pelo espelho enquanto penteava o cabelo.

- Essa... Essa é a primeira vez que te vejo de vermelho. –

- E? –

- E a vontade que eu tenho é de trancar a porta e não deixar você sair desse quarto! – respondi sinceramente e ela riu. – Você está magnifica. – falei me aproximando dela e abraçando-lhe a cintura. – Eu definitivamente me casei com a mulher mais bonita dos quatro continentes conhecidos! – falei lhe beijando o pescoço.

- Sentimental hoje, vossa alteza? – perguntou me encarando pelo espelho a sua frente.

- Sentimental não, mas duro e cheio de tesão pela minha esposa. – falei contra o seu ouvido.

- Ah Edward, seja um pouquinho romântico de vez em quando... Igual aquele dia nas ilhas que você trouxe flores para mim! -

- Amanhã eu lhe trago um jardim inteiro! – anunciei e ela se virou de frente para mim, apoiando os braços em meus ombros. – Mesmo não sendo o homem romântico que você merece, você sabe que eu te amo! – ela sorriu amplamente para mim.

- E você sabe muito bem que eu amo você do jeitinho que você é! Penso que... Não sei... Se fosses diferente não iria gostar tanto! –

- Gosta do meu jeito sádico? – perguntei brincando.

- É... Um pouquinho! – admitiu e eu acabei rindo. Eu apertei mais um pouco os braços em volta da sua cintura e lhe dei um beijo em seus lábios.

- Me espera lá embaixo? Caso contrário eu realmente não vou te deixar sair desse quarto hoje. –

- Não demora. – pediu e me dei um beijo nos lábios mais uma vez e eu a soltei para que ela pudesse sair do quarto.

Eu sabia que os seus tios estavam no castelo então eu não podia deixa-la sozinha por muito tempo, eu não podia confiar no Charlie em relação ao jeito que o irmão e a cunhada iriam tratar a filha! Portanto eu tratei de me vestir logo e saí do quarto com a irmã sombria em mãos, prendendo-a em volta da minha cintura. Ao deixar o quarto eu percebi que Calleb e nem John haviam ficado e guarda na porta, eles haviam descido.

Mal eu havia chegado na metade da escadaria e John tinha vindo atrás de mim, e mesmo que ele não tenha dito nada, eu havia entendido o motivo, e apressei o passo. Ao adentrar o salão de jantar, eu vi que Isabella estava ao lado do irmão, sem expressar nenhuma reação enquanto ouvia o seu tio bravejando a sua frente, todo mundo tinha me visto entrar, com exceção dos tios de minha esposa.

- Quando é você vai começar a arcar com as suas inconsequências, Isabella? – Bella esboçou um sorriso enorme ao ver me aproximando de seu tio.

- Por que você não fala das inconsequências da minha esposa na minha cara? -

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