sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Capítulo 9.


Tulsa – Oklahoma.

2019.

Bella.

A névoa branca que tomava conta dos meus olhos foi se dissipando até que eu pude voltar a enxergar o que estava na minha frente, mas não era Edward que estava ali. Eu era como um fantasma, eu apenas observava as coisas e ninguém me via. Eu estava parada em uma majestosa sala do trono, ou melhor, tronos, já que tinham doze tronos em formação oval. Cada um era diferente do outro, todos pareciam ser de mármore, mas cada um tinha um detalhe peculiar. Um era todo coberto por trigo, outro parecia ter rios de lava correndo por ele, outro era bem parecido com aquele, só que ao invés de serem rios de lava, eram rios de água. Outro era adornado por videiras. Eu ouvi uma voz grossa, que reverberava por toda a sala feita de mármore e ao olhar para frente em cima de um pequeno pedestal tinham dois tronos, um maior de todos e outro um pouco menor, o menor era adornado por uma coroa de penas de pavão e o maior de todos tinha uma águia empoleirada no topo do trono que era enfeitado com desenhos de raios.

No meio da sala tinha uma jovem de cabelos escuros, sentadas sobre as suas pernas, usando uma túnica branca. No maior trono um homem bem grande e com ar de imponência, cabelos loiros na altura do queixo e olhos escuros e furiosos e uma barba um pouco cumprida também loira, ele segurava um raio na mão, que ele apertava tão forte que as veias de seu braço estavam completamente aparentes e saltadas. Ao seu lado uma jovem mulher de cabelos escuros tinha os olhos fechados, ela parecia não se importar com nada que tinha ali. Parada próxima ao trono adornado por trigo uma mulher muito bonita de cabelos escuros andava de um lado para o outro, ela pisava firme no chão, a fúria e a raiva emanavam dela. E parado, de costas para mim, próximo a jovem no chão, tinha um homem todo trajado de preto apoiado em um garfo que era da sua altura, isso se não fosse um pouco maior que ele.

- Eu exijo que algo seja feito. Agora! – a mulher, que andava de um lado para o outro furiosa, gritou e a jovem no meio da sala se encolheu mais um pouco.

- Chega! Pare de gritar. – o homem, com o raio em mãos, gritou mais alto e eu precisei levar as mãos até os meus ouvidos, o grito dele foi tão alto e reverberou tão forte contra o mármore que havia doído nos meus ouvidos. – Eu vou perguntar pela última vez... – ele andou a passos rápido até a jovem e se agachou a sua frente. Ele segurou o queixo dela fazendo-a encara-lo e perguntou mais calmo. – Você comeu as sementes por livre e espontânea vontade? –

- Sim! – respondeu ela.

- Seis sementes? – perguntou de novo e ela apenas balançou a cabeça assentindo. Ele afagou a cabeça dela de forma carinhosa e beijou-lhe a testa antes de levantar. – Não há o que fazer então... Ela fica seis meses com ele lá embaixo. – a mulher que andava furiosa pelo salão soltou um grito, que fez com que todos os outros quatros que estavam na sala, e eu, tampássemos os ouvidos, seu grito de dor e raiva havia doído dentro de mim.

- Bella... – um cheiro forte e ardido entrou pelas minhas narinas e mais uma vez uma nevoa branca tomou conta dos meus olhos. – Bella... – eu apertei os olhos antes de abrir e dei de cara com Edward me encarando com uma expressão de susto nos olhos. – Você está bem? – perguntou conforme eu virava a minha cabeça para o lado para tentar me localizar enquanto sentia uma dor forte, como uma pontada na mesma.

- O que... – eu limpei a garganta. – O que aconteceu? – perguntei.

- Você desmaiou ao comer a romã. – explicou sentando-se ao meu lado. Eu estava no sofá dele deitada no mesmo e ele sentado próximo as minhas pernas enquanto colocava a garrafa de álcool e um pedaço de algodão na mesinha de cabeceira.

- Desculpa. – eu tentei levantar e senti minha cabeça girando.

- Ei quietinha... Deita aí. – com cuidado ele me deitou no sofá e eu notei que Cerberus estava sentado no chão próximo a minha cabeça.

- Oi menino. – disse simplesmente e ele apoiou a cabeça próxima a minha.

- Por que pediu desculpas por ter desmaiado? Quer que eu te leve ao médico? –

- Não. Eles vão responder as mesmas coisas que responderam nos últimos vinte e oito anos. –

- Então isso já aconteceu? –

- Não... Quer dizer já... Quer dizer mais ou menos. Nunca dessa forma. – ele ficou me encarando esperando uma explicação. – Desde novinha, acho que começou aos meus cinco ou seis anos eu comecei a ter sonhos muito estranhos, que pareciam sugar toda a minha energia e felicidade, sei lá, quando eu acordava eu me sentia completamente deprimida, tudo doía, minha cabeça latejava como se alguém estivesse martelando dentro dela, e a marca doía, queimava como brasa. E durante mais de vinte anos eu volta e meia tinha o mesmo sonho e acordava sempre do mesmo jeito. Minha mãe cansou de me levar ao hospital, já fiz milhares de exames e todos falam a mesma coisa. Não tem nada de errado comigo, não tem nada no meu corpo que possa causar essa dor de cabeça e essa dor e sensação de queimação na marca. Eu parei de ter esses sonhos por um tempo, mas mês passado voltou de novo e agora tem outros, cada vez mais estranhos e mais dolorosos. No sonho que eu tive durante toda a minha vida, eu era a pessoa, nos outros que eu passei a ter recentemente, eu estou apenas de longe observando. Da última vez que eu fui no médico, ele sugeriu que talvez pudesse ser algo relacionado a minha cabeça, minha mãe surtou achando que ele estava chamando a filha dela de maluca e se recusa a me levar ou deixar que eu vá a um psicólogo ou psiquiatra. –

- Você já tem vinte e oito anos Bella. Sua mãe não pode te proibir de nada. –

- Ela faz chantagem emocional... E eu acabo cedendo porque somos só nós duas. – dei de ombros ainda deitada no sofá e cobrindo meus olhos com o meu antebraço.

- Como foram esses sonhos? –

- Eu não sei explicar direito, mas as partes que são mais nítidas é que eu estou em um lugar, que eu não sei identificar onde e nem como ele é, só sei que ele é muito escuro, muito escuro mesmo e úmido. Tem duas pessoas brigando, não sei identificar se é homem ou mulher, mas sei que eles estão brigando, discutindo, e por mais que eu corra na direção deles, eu não consigo ouvir o que eles gritam e nem ver seus rostos, e parece que eu corro em câmera lenta, que acaba de repente comigo sentido uma pressão no peito que eu não sei o que é... Uma dor muito, mas muito forte mesmo, que queima no fundo da minha alma e eu acordo. – respondi e eu o senti se levantando de forma brusca do sofá.

- E o que a sua mãe fala sobre isso? – perguntou andando de um lado para o outro da sala.

- Que eu quando era novinha vi um filme de terror assim que me deixou impressionada, nada demais. Sendo que eu já cansei de pesquisar e nunca achei algo parecido com isso. –

- Você disse que ficou um tempo sem ter esse sonho. Quando foi que ele voltou? –

- Por que a pergunta? – questionei me sentando no sofá, ele parecia bem desesperado e eu não entendia o motivo.

- Curiosidade. – deu de ombros. – Quando o sonho voltou? –

- No mesmo dia em que você chegou na cidade. – respondi e ele se virou de costas para mim.

- E... – ele respirou fundo. – E todos os outros aconteceram depois que você esteve comigo? –

- Na verdade eu só tive mais dois. Esse e um outro. –

- Mas foi depois que você esteve comigo? – insistiu.

- Foi. –

- Quando? –

- Para que esse interesse? –

- Quando Bella? – ele não havia gritado, mas jamais havia falado comigo naquele tom. – Desculpa. – pediu imediatamente. – Não... Não queria ter falado dessa forma. –

- Um foi quando foi me chamou de florzinha e o outro hoje. –

- Qual foi o sonho de quando eu te chamei de florzinha? – ele continuava perguntando e continuava de costas para mim. – Se puder me responder, por favor. –

- O da florzinha. Era um casal, a mulher toda de branco e o homem todo de preto, os dois estavam de costas para mim e eu não conseguia ver os rostos deles, mas ouvi o diálogo. Ela disse algo do tipo: Sabe que se minha mãe souber, ela te mata, e eu não conseguiria viver com essa culpa. E o homem respondeu com: Sabe que a sua mão não me assusta. Sabe que eu faria qualquer coisa, e passaria por cima de qualquer um para ficar com você, florzinha! – expliquei. – E o de hoje... – já me adiantei falando porque sabia que ele iria perguntar. – Era algo parecido com a sala de trono de algum castelo todo feito de mármore, mas a diferença era que tinham doze tronos, eu acho, e cada um tinha um detalhe que diferenciava um do outro. Mas uma vez o homem de preto e a mulher de branco estavam no sonho, com ela ajoelhada no meio da sala, e fora isso tinha mais três pessoas. Uma mulher completamente furiosa andando de um lado para o outro, outra mulher que parecia não estar prestando atenção em nada e um homem grande, bem grande. A mulher furiosa queria que o homem grandão tomasse uma atitude e o homem grandão perguntou para a mulher de branco se ela havia comido as sementes por conta própria e ela respondeu que sim, e ele perguntou se haviam sido seis sementes e ela concordou, e ele disse não há nada o que fazer então... Ela fica seis meses com ele lá embaixo. E nisso a mulher furiosa deu um grito que doeu muito nos meus ouvidos. – respondi.

- Sua mãe sabe do sonho da florzinha? –

- Não. – respondi. – Eu apenas contei para Alice, mas o que ela fala não deve se levar muito em consideração. Segundo ela são lembranças da minha vida passada e que pelo visto você estava nela. –

- Eu? – perguntou ele se virando finalmente e me encarando com uma expressão, suave, de dor no rosto.

- É, já que esses sonhos voltaram ou começaram quando você chegou. –

- Se isso tiver algo haver comigo eu peço desculpas. – eu balancei a cabeça sorrindo.

- Eu pensei em ir a um psiquiatra, mas eu não conheço nenhum e também não posso ir em um aqui na cidade, minha mãe descobriria e surtaria de um jeito que eu não quero nem imaginar... Não quero imaginar a chantagem emocional que ela faria quando soubesse disso. –

- Eu... Eu tenho um amigo que é psicólogo. – respondeu se sentando ao meu lado de novo e com um pouco de receio ele pegou a minha mão. – Oficialmente ele não pode exercer a função dele aqui. Mas se quiser apenas conversar com um profissional eu posso ver se ele dá um pulo aqui nos EUA. – sugeriu.

- Se conseguir fazê-lo vir antes da minha mãe voltar de viagem no final do mês, eu aceito. –

- Eu vou ligar para ele. – ele sorriu para mim e levou a mão até o meu rosto fazendo um carinho nele. – Como está se sentindo agora? – perguntou e eu suspirei.

- Minha cabeça ainda doí um pouco e tem uma pequena queimação ainda no meu peito, mas eu estou bem. Daqui a pouco passa, amanhã eu não sinto mais nada. – garanti.

- Vem cá. – ele passou as minhas pernas por cima das suas e me puxou para perto do seu corpo para me dar um abraço apertado. – Eu gosto muito de você, Bella. – disse baixo.

- Eu também. –

Nós ficamos ali mais um tempinho até que eu decidi que era hora de eu voltar para casa. Eu sentia que ele não queria me deixar ir embora, ele ainda estava um pouco preocupado, mas mesmo assim me levou. Era notável o quanto ele não queria me deixar sozinha, mas após garantir que eu estava bem e que qualquer coisa eu ligaria para ele, e com a promessa de que eu não faria nada hoje, apenas descansar. Ele partiu para a sua casa.

Como dito e feito, na segunda feira eu estava ótima, não sentia nada e o sonho do dia anterior era apenas uma vaga lembrança ruim de um dia e uma noite de sábado muito boa. Como eu não tinha nada para fazer em casa, já que eu não sentia muita vontade ou animo para arrumar o meu quintal, faria isso no dia seguinte, eu resolvi ir ajudar Alice, até porque a última vez que eu havia falado com ela tinha sido no sábado. O dia estava bem quente, portanto, após colocar uma roupa bem fresca, eu segui para a loja dela, dessa vez além de um arranjo de margaridas e não-me-esqueças e uma travessa com biscoitos linzer, receita de minha mãe, com recheio de geleia de amoras. Ao chegar na loja de Alice ela já estava aberta e ela estava terminando de atender a esposa e a filha do pastor Webber.

- Bom dia Bella. – a senhora Webber disse ao me ver entrando enquanto sua filha via como um vestido azul havia ficado em seu corpo na frente de um espelho. – Como vai? –

- Olá senhora Webber. Eu vou muito bem, e a senhora? E o pastor Webber? – perguntei.

- Nós dois estamos bem, filha. Muito bem. Fiquei sabendo o que aconteceu com a sua loja... – ela suspirou.

- Prometeram-me entrega-la até o final da semana, com a promessa de não precisar mexer mais pelo resto da minha vida. – comentei sorrindo. – Enquanto isso eu venho dar uma mãozinha para a Alice. – dei de ombros. – Aceita um biscoito com recheio de geleia de amora? –

- Oh claro que eu aceito. Muito obrigada. – ela pegou um biscoito da bandeja.

- Disponha... – eu segui para perto do caixa. – Ângela esse vestido ficou muito bem em você. – comentei e ela sorriu para mim. – Alice, cheguei. – gritei para os fundos da loja.

- Obrigada Bella. – Ângela respondeu com as bochechas avermelhadas, ela era igual a mim, péssima para receber elogios. Eu coloquei a bandeja com os biscoitos próximo ao caixa e ajeitei o arranjo de flores na bancada.

- Olha se a bonita não deu sinal de vida... – resmungou Alice, me fazendo rir ao parecer a minha mãe, já que ela estava com as mãos na cintura e com algumas peças de roupa em mãos. – Você tem muito para me contar mocinha... –

- Concordo plenamente. – a imagem que eu tinha da minha mãe sumiu quando ela deu alguns pulinhos animada ao saber que teríamos fofoca assim que ficássemos sozinhas. – Como está muito calor, poderíamos ir tomar um sorvete na hora do almoço e eu te conto as fofocas edificantes. –

- Isso mesmo. Como diz a sua mãe, as coisas precisam edificar nas nossas vidas, se a fofoca edifica então está permitido. – brincou rindo.

Durante toda a parte da manhã nós não havíamos tocado no assunto de nada, até porque volta e meia alguém entrava na loja e eu não queria que ninguém nessa cidade soubesse sobre a minha vida, seria um pouco demais. Na hora do almoço nós fomos almoçar na Sue’s pedindo uma mesa bem longe das pessoas, mas mesmo assim nós conversávamos bem baixinho e eu havia contato sobre a minha noite com Edward e eu precisei controlar a Alice antes que ela berrasse um você transou com Edward Gostosão Cullen. Eu preferi deixar de fora o que havia acontecido pela manhã sobre “sonho”, e do jeito que ela estava quase quicando na cadeira, talvez essa parte não fosse tão importante assim para ela.

Ao terminar o almoço, nós ainda tínhamos tempo antes de voltar para a loja, resolvemos passar na sorveteria e aproveitar para dar uma passada na minha loja para ver como ela estava. Edward havia dito que foi preciso derrubar as paredes, mas pelo que eu podia ver ao chegar próxima a fachada, elas já estavam de pé, ainda na sua estrutura, mas já estava de pé.

- Olha quem nos deu o ar da graça. – Edward apareceu saindo da loja a esquerda da minha.

- Vim ver a minha loja, saudades dela. – Alice riu do meu lado, me fazendo rir com ela.

- Dela? Só dela? – perguntou se aproximando de mim. Ele estava malditamente sexy com aquela camisa sem gravata com os primeiros botões abertos e com as mangas erguidas até em cima do cotovelo.

- Talvez de outra pessoa também. – respondi sorrindo e ele também.

- Suponho que ela sabe? –

- Sei. Sei de tudo e sei também que... – eu dei uma cotovela nada discreta nela. – Sei de nada não. – corrigiu-se e Edward riu.

- Oi florzinha. – ele levou a mão até a minha nuca, e como eu estava de tênis, fiquei na ponta dos pés, e ele uniu nossos lábios em um beijo rápido.

- Oi. –

- Já almoçou? – perguntei.

- Sim. Almocei com a Alice. Tinha algumas fofocas edificantes para contar a ela. – comentei rindo.

- Fofocas edificantes? – perguntou com a sobrancelha arqueada.

- É a tia Renée. – Alice se meteu na conversa. – A mãe da Bella. – explicou para o caso dele não saber quem era a tia Renée. – Uma vez nos deu uma lição de moral porque estávamos fofocando, perguntando se aquela fofoca estava edificando algo em nossas vidas. Agora, sempre que precisamos contar alguma fofoca, nós falamos que ela edifica algo em nossas vidas para que possamos fofocar com a consciência tranquila. –

- Traduzindo. Somos idiotas. – ele gargalhou.

- Fico feliz, eu acho, por fazer parte das vossas fofocas edificantes. –

- Quem disse que a fofoca era sobre você? –

- Sobre o mais seria Isabella? – Alice retrucou e eu a encarei feio, e ela me mandou língua.

- Tem mais o que fazer não oh quinta série? –

- A sua sorte... É que eu tenho que reabrir a minha loja. Te espero lá. Tchau Edward. –

- Tchau Alice. – ela deu meia volta e voltou para a sua loja. – Eu gostei dela. É meio louca, mas parece ser uma boa pessoa. – eu o encarei com a sobrancelha arqueada. – Que foi? –

- Meio louca? Só meio? – perguntei e ele balançou a cabeça gargalhando.

- Tenho uma boa noticia para você, mas acho que só vou te dar se concordar com uma coisa. – eu não respondi e apenas esperei que ele continuasse. – Janta comigo hoje? –

- De novo? –

- Como assim de novo? Ontem não jantamos juntos. –

- Lá em casa? – perguntei apenas.

- Assim que eu sair daqui, passo em casa e te encontro na sua. E te trago duas boas notícias. –

- Duas? –

- E tem haver com a sua loja. –

- Falta muito para anoitecer? – perguntei olhando para cima e vendo o céu azul bem clarinho e sem nenhuma nuvem.

- Espero que não. – eu abaixei a cabeça e ele piscou o olho para mim.

- Chefe, preciso da sua assinatura aqui. – e eu ouvi a voz de um homem vindo de dentro da loja.

- Vejo você a noite. – ele apenas abaixou a cabeça e uniu seus lábios aos meus em um beijo rápido.

- Até a noite. – ele voltou para dentro da loja e eu voltei para a boutique da Alice.

Eu fiquei com ela até a hora de fechar. Ajudei-a a fechar a loja e quando ela seguiu para a casa dela e eu segui para a minha. Edward havia me mandando uma mensagem avisando que chegaria daqui a pouco e eu ainda nem havia tomado um banho. Subi as escadas correndo para tomar um banho e lavar os meus cabelos e mal eu havia terminado de me vestir e secar os cabelos e eu ouvi a campainha tocando.

- Cheguei muito cedo? – perguntou ele quando eu abri a porta.

- Não. Mas eu cheguei agora pouco e só tive tempo de tomar banho. –

- Ótimo. Come comida japonesa? –

- Amo. Entra. – eu dei passagem e ele entrou e foi quando eu notei uma caixa em suas mãos. – Que caixa é essa? –

- Bom. Era para eu ter te entregando no domingo, mas depois do que aconteceu... Então te trouxe hoje. – ele me entregou a caixa.

- Muito obrigada. – era uma caixa preta e grandinha. Tinha duas listras douradas enfeitando a embalagem e com o nome Teuscher. – Vou começar a achar que está tentando me engordar. – comentei ao abrir a caixa e vendo diversos bombons diferentes.

Eu coloquei a caixa em cima da mesinha de centro da sala e lhe ofereci uma cerveja, e provando que ele não bebia apenas vinho, aceitou. Deixei-o sentado na sala fazendo o pedido de comida japonesa enquanto eu pegava as duas garrafas de cerveja na geladeira. Ao voltar a sala, ele já tinha feito o pedido, eu entreguei a cerveja para ele, e ele me puxou para me sentar em seu colo.

- Qual é a novidade? – perguntei apoiando a garrafa de cerveja em cima de um porta copo, em cima da mesinha de centro. – Melhor. Novidades. – corrigi e colocando a cerveja dele ao lado da minha quando ele me deu e sentindo sua mão um pouco gelada apoiando na minha coxa descoberta pelo meu short jeans.

- A primeira novidade é que eu vou conseguir entregar sua loja antes do tempo. – eu o encarei. – Você precisa me dizer se quer mudar algo, dizer a cor das paredes, e eu te entrego quarta feira. –

- Graças a Deus... – não contendo a minha animação, eu o abracei pelo pescoço lhe beijando, e ele mordiscou de leve meu lábio inferior. – E acho que quero que continue branco. –

- Sim senhorita. E a segunda novidade é que. Essa semana nós podemos ir até Baton Rouge, ver as plantas. –

- E pretende ficar quanto tempo fora? –

- Acho que uns dois dias será o suficiente. Já me informei e a fazenda de árvores abre aos sábados. Podemos ir sexta e voltamos sábado a tarde ou domingo... Ou segunda... –

- Ou mês que vem. – brinquei.

- Caso queira, podemos ficar lá o mês inteiro. –

- Não inventa, Edward. – ele sorriu puxando a minha cabeça para de encontro a dele.

Eu tomei seus lábios em um beijo e sua mão subiu para a minha nuca, se infiltrando em meus cabelos. Eu me ajeitei em seu colo para que pudesse ficar de frente para ele, desci com a mão que estava em seu ombro indo direto para o seu pênis, abri o botão e o zíper da sua calça e enfiei minha mão dentro dela e de sua cueca tocando em seu pênis semiduro.

Com um pouco de dificuldade por causa da calça, eu comecei a estimula-lo, sentindo-o ficando duro contra a palma da minha mão. Ele interrompeu o beijo, jogando a cabeça para trás e eu seguindo minha boca para o seu pescoço. Eu fui descendo devagar, até sair completamente do seu colo e me ajoelhar no chão ficando entre as suas pernas. Eu parei de estimula-lo para abaixar sua calça e sua cueca. Estimulei-o mais um pouco com a minha mão antes de substituir com a minha boca.

Eu ouvia os gemidos e as arfadas de Edward conforme a minha boca subia e descia pelo seu pênis enquanto minha mão acompanhava o mesmo caminho da minha boca, estimulando-o o restante que não cabia na minha boca. Eu ouvia meu nome saindo da boca de Edward e volta e meia, ele colocava meu cabelo para trás. Comecei a chupa-lo mais forte e vi com o canto dos olhos que suas mãos apertavam a beirada do meu sofá, e erguendo os olhos, olhando por sobre os meus cílios e ele tinha a cabeça toda jogada para trás e seu peito subia e descia rapidamente. Eu sentia seu pênis bem duro na minha boca e já sentia o leve gosto do seu liquido pré ejaculatório, ele estava quase gozando e parece que dessa vez ele não iria me parar.

Ele ia gozar quando a campainha tocou duas vezes e ao olhar com o canto dos olhos para o celular jogado no sofá, anunciava que o seu pedido de comida japonesa já havia saído, o que significava que provavelmente era o entregador na porta. Eu tirei a boca do seu pênis sem ele ter gozado, era só o que nos faltava, deixar o entregador esperando na porta porque ele estava quase gozando, e ele também não pareceu se importar com isso, apenas levantou a sua cueca e a sua calça e foi até a porta, enquanto eu continuava sentada no chão, e bebia um gole da cerveja.

Edward não demorou nem dois minutos na porta e voltou com uma barca média e a colocou na mesinha a minha frente. Ele se sentou ao meu lado e tirou seus sapatos, eu já estava descalça a tempos e agora ele também. Antes qualquer coisa, ele tomou meus lábios em um beijo rápido, e ao encerrar o beijo ele me entregou um pacotinho com hashi dentro dele, mal eu tinha pego os meus hashi ele já estava levando um sashimi aos meus lábios.

Nós comemos a barca e alguns bombons que ele havia me dado também foram comidos antes que pudéssemos nos atracar mais uma vez, no chão da minha sala. Ele me virou no chão e sem cerimônia ele tirou meu short e a minha calcinha e seguiu direto com a boca para o meio das minhas pernas. A noite havia começado no sofá da minha sala e terminaria na minha cama, no meu quarto comigo gemendo seu nome alto ao atingir o meu ápice. Ele deitou a cabeça em meu peito, após gozar também e ainda dentro de mim, e eu comecei a fazer cafuné na sua cabeça.

Seu rosto estava escondido no vão dos meus seios, o quarto estava quieto e com um cheiro gostoso de sexo no ar. Minhas pernas estavam entrelaçadas as dele e eu não conseguia entender o motivo, mas eu senti que uma sensação de paz havia tomado conta do meu corpo. Edward beijou o vão dos meus seios antes de sair de dentro de mim e cair na cama ao meu lado. Ele retirou a camisinha usada de seu pênis, e após amarrar a pontinha colocou em cima da embalagem rasgada na minha mesinha de cabeceira e aninhei a minha cabeça em seu ombro e ele me abraçou, apoiando a cabeça próxima a minha e eu tratei de ir dormir.

sábado, 25 de dezembro de 2021

Capítulo 8

Tulsa – Oklahoma.

2019.

Bella.

Eu não pude evitar soltar o riso quando o vi apoiar o rosto na porta, mas ele logo em seguida me olhou de novo e eu vi seus olhos faiscarem de luxúria, ninguém jamais havia me olhado dessa forma, e mesmo causando um rubor em minhas bochechas, eu havia gostado de ser olhada assim. Edward deu uma leve mordida em seus lábios enquanto seus olhos continuavam a passear pelo meu corpo, as borboletas em minha barriga começaram a bater as asas cada vez mais forte, no mesmo ritmo que meu coração batia em meu peito, e as palmas das minhas mãos suavam tanto que parecia que eu derrubaria tudo o que eu segurava daqui a poucos minutos.

- Isso é sério? – perguntou olhando agora em meus olhos.

- Não gostou? Alice me ajudou a escolher, mas eu acho que está um pouco demais e... –

- Se eu não gostei?! – retrucou incrédulo. – Eu... Eu estou completamente deslumbrado, não tenho palavras para dizer o quanto você me deixou deslumbrado. Você está maravilhosa! – respondeu. – Só acho um pouco de sacanagem fazer isso comigo após uma semana longe e depois de termos combinado ir devagar. – eu balancei a cabeça sorrindo.

- Quem sugeriu ir devagar foi você. – provoquei um pouco e vi seus olhos se estreitarem um pouco. – Espero que não ache estranho, mas bom... Estou seguindo o seu conselho... Colorir um pouco a sua casa e a sua vida! – comentei entregando o pequeno arranjo de rosas vermelhas. – Para combinar com o meu vestido. – ele segurou o arranjo com uma das mãos e segurou a minha outra, me fazendo dar uma voltinha, demorando um pouquinho mais nas minhas costas.

- Já disse que você está maravilhosa? –

- Já! – respondi e ele me puxou para mais perto dele.

- Mas eu digo de novo. Você está completamente maravilhosa! – comentou levando a minha mão até o seu ombro e abraçando a minha cintura. – Espero que o seu batom não seja muito caro, porque eu vou fazer questão de tirar ele completamente. –

- Pode começar agora então... – respondi passando a outra mão por sobre o ombro de Edward, abraçando o seu pescoço e ele me abraçou mais pela cintura, apertando meu corpo mais contra o dele.

Devagar, ele roçou seus lábios aos meus, deslizando a língua pelo meu lábio inferior logo em seguida, antes de deslizar com a mesma por entre os meus lábios para dentro da minha boca, enroscando-a na minha. A minha mão livre, a que não estava segurando a pequena caixa, subiu da sua nuca para os seus cabelos, enrolando os fios curtos e ruivos em meus dedos enquanto seu braço apertava mais ainda a minha cintura contra o seu corpo. O beijo se encerrou quando o ar se fez necessário em nossos pulmões, mas nossas bocas não se separaram de imediato, ele apanhou meu lábio inferior, chupando-o entre os seus e mordiscando de leve antes de solta-lo. Nós continuamos abraçados com as nossas testas unidas. Meus olhos estavam fechados e eu apenas respirava fundo inalando o cheiro de seu perfume. A cabeça de Edward tombou para o lado, escondendo o rosto em meu pescoço, ele respirava fundo contra a minha pele, o que causava pequenos arrepios pelo meu corpo. Nós ficamos assim por um tempinho, os dois com os olhos fechados, com os rostos escondidos nos pescoços um do outro e comigo massageando o seu coro cabeludo. Um pouco antes de nos separarmos, Edward beijou meu pescoço, roçando de leve seus lábios por ele.

- Senti falta desse cheiro. – ele inalou fundo o cheiro da minha pele antes de levantar a cabeça de vez.

- Nem ficou muito tempo longe. –

- Tempo demais. Acredite. Venha vamos entrar. – ele se afastou de mim, e eu precisei me esforçar para não soltar um suspiro quando perdi o calor do seu corpo contra o meu. – E a propósito, eu adorei e não achei estranho. – comentou se referindo ao pequeno arranjo de rosas vermelhas que eu havia dado enquanto me guiava para dentro de sua casa.

- Muitas pessoas, incluindo Dona Renée, acha estranho eu dar flores a homens. – ele me encarou enquanto fechava a porta.

- A senhorita dá flores a homens? – perguntou com a sobrancelha arqueada, mas com um sorriso nos lábios.

- Às vezes. Às vezes eu estou limpando o quintal ou limpando as folhas que caem na calçada, e passam algumas pessoas e começam a falar comigo, contam uma história ou outra e eu sou do pensamento que flores resolvem muitas coisas, e aí eu dou para quem aceita. – dei de ombros. – Tudo bem, talvez isso seja um pouco estranho. – admiti. – Mas de qualquer forma, tenho o pensamento de que as flores sempre serão os melhores presentes para dar a alguém. – respondi e ao me virar, de frente para o corredor, vi Cerberus sentado no chão a alguns passos de nós com o rabo balançando animadamente e com a língua quase toda de fora. – Oi menino... – eu soltei a mão de Edward e fui até Cerberus me agachando no chão e apoiando a outra caixa em minhas coxas. - Que menino mais bonito... – eu apoiei as duas mãos na cara do cão e cocei atras de suas orelhas. – Eu trouxe um presente para você... – eu virei o rosto para Edward que estava parado de pé ao meu lado. – Posso dar a ele? –

- Claro. Fique à vontade. – com a permissão de Edward eu desfiz o laço da caixa, eram três brinquedos, uma corda que servia de mordedor, uma bolinha e um osso grande. Eu não tirei nada da caixa, ele apenas abaixou a cabeça e cheirou o que tinha ali dentro e pegou a bolinha entre os dentes dando duas mordias nela fazendo barulhinho. – Como que agradece Cerberus? – Edward perguntou, e como se entendesse seu dono, ele colocou a bolinha no chão e apoiou as patas em meus ombros e encostou sua cara ao meu rosto. – Bom menino! – Edward afagou a cabeça do cão quando ele se sentou no chão de novo. Cerberus pegou a bolinha e foi até a sua cama, no canto da sala deitando lá com ela. Eu vi uma mão pairando ao meu lado, era Edward, segurei sua mão e ele me ajudou a me levantar.

- Obrigada. – agradeci e entreguei a caixa com o osso e a corda. – Onde fica o banheiro? –

- Corredor. Vire à esquerda e segunda porta a direita... Eu te espero na cozinha, lembra onde é? –

- Lembro. Volto logo. – nós dois seguimos pelo corredor.

Eu virei na direção que ele havia indicado e ele seguiu reto até a cozinha. O banheiro era pequeno, um lavabo com privada, pia e um espelho, nada mais. E obviamente era preto. Eu iria apenas lavar as minhas mãos após ter mexido em Cerberus, portanto eu não demoraria muito, e antes de sair chequei no espelho se o meu batom estava borrado, e não, não estava borrado, apenas um pouquinho mais claro, até porque eu havia o deixado bem clarinho.

Ajeitei meu cabelo e saí do banheiro na direção da cozinha, notei com o canto dos olhos que o arranjo de rosas estava no centro da mesa de jantar com duas velas próximas a ele. Na cozinha um delicioso cheiro de queijo gorgonzola impregnava o ar. Uma música que eu não conhecia tocava de forma bem baixinha pela cozinha e eu ouvi Edward cantarolando bem baixinho. Na bancada da cozinha tinha um vinho, já aberto com duas taças pela metade e uma vasilha com morangos bem vermelhos e já limpos. Ele estava de costas para mim, de frente para o fogo e eu me encostei no batente da porta o encarando de costas.

- Por que a senhorita não para de me encarar e vem me ajudar? – perguntou ainda de costas para mim.

- Talvez porque eu tenha uma bela visão daqui de trás. – provoquei mordendo o lado de dentro da minha bochecha e ficando, mesmo assim, com as bochechas coradas. Ele parou o que estava fazendo e se virou para me encarar. – Como sabia que eu estava aqui? – perguntei me afastando do batente da porta e me aproximando dele.

- Eu ouvi os seus saltos. – respondeu, e na verdade era bem óbvio.

- Faz sentido. E o que teremos de jantar? – perguntei ficando atrás dele e o abraçando pela cintura, ficando um pouco na ponta dos pés, já que mesmo de salto eu continuava baixinha, e apoiei o queixo em seus ombros.

- De entrada, mini aboboras morangas recheadas com cogumelo e filé mignon. Prato principal teremos também filé mignon com gorgonzola e de sobremesa. – ele se virou de frente para mim e eu voltei a apoiar meus saltos no chão. – Fondue de chocolate com morangos... –

- Combinação perfeita! – ele sorriu para mim e roçou seus lábios aos meus. O beijo não foi aprofundado devido a um alarme soar pela cozinha.

- As morangas estão prontas. Pode pegar as taças para mim e levar até a mesa? –

- Claro. –

Eu me afastei dele e peguei as duas taças e a garrafa em cima da bancada enquanto Edward ia até o forno pegar uma travessa lá de dentro. Eu coloquei as duas taças em cima da mesa ao mesmo tempo em que ele colocava dois pratos, um na frente de cada cadeira, cada um com uma mini abobora moranga recheada. Ele puxou a cadeira para que eu pudesse sentar e logo em seguida sentou-se a minha frente. Nós comemos com ele contando um pouco sobre a sua viagem e eu sobre a minha semana sem a minha loja.

Ao terminarmos a entrada, nós dois ainda permanecemos um pouco mais na mesa, apenas terminando o vinho que tinha em nossa taça e eu havia aproveitado para ficar descalça de um dos pés e rocei meu pé contra a sua perna que esbanjou um sorriso enquanto tinha a taça rente aos lábios. Eu sabia que havíamos concordo de ir devagar, mas ninguém havia dito nada sobre provocar.

Quando ele foi preparar o prato principal eu fui junto com ele, no momento eu já estava descalça e Edward me sentou em sua bancada enquanto terminava o prato principal. Ele flambou a carne com conhaque antes de jogar o creme de leite e o queijo gorgonzola picado. Ele estendeu a mão para mim, e sem saber muito o motivo, desci da bancada segurando sua mão e sendo puxada para perto do fogão. Eu estava parada na frente dele, sentindo seu corpo bem grudado ao meu, seus dedos estavam entrelaçados aos meus e nossas mãos unidas segurava a colher que mexia o molho para derreter o queijo. A boca de Edward beijava meu pescoço de uma forma tão gostosa, dando umas roçadas de leve com os dentes na minha pele, fazendo minha pele arrepiar e uma sensação de calor crescer em meu corpo.

Eu não conseguia mais prestar atenção no que estava fazendo, nossas mãos continuavam juntas e mexendo na panela enquanto sentia sua boca beijando meu pescoço e sentindo seu corpo cada vez mais grudado junto ao meu, como se ele estivesse tentando nos unir em um só. Minha cabeça havia tomado um pouco para trás dando mais espaço para a sua boca enquanto sentia o calor que dominava meu corpo ser direcionado apenas para um único ponto, o meio de minhas pernas. Eu tentava segurar um gemido o máximo que eu conseguia, contudo ele estava quase escapando, e antes mesmo que ele escapasse, Edward parou desligando o fogo e afastando a boca do meu pescoço.

Eu estava com calor, muito calor e virei quase que o vinho todo que tinha em minha taça em uma vã tentativa de me refrescar, e Edward havia percebido isso, eu era péssima para esconder as coisas que eu sentia, já sabia disso, e provavelmente eu estava deixando as emoções bem transparentes até mesmo para um cego. Edward colocou a comida no prato principal e seguimos para a sala de jantar de novo, agora era apenas conversa não tinha ninguém provocando ninguém, eu tinha receio de não conseguir me controlar e pular em cima dele, até porque era o que eu queria, e queria muito. Mas havíamos combinado de ir devagar, por minha causa, então eu teria que respeitar esse limite e me controlar. O que era bem difícil.

Com a louça do jantar lavada, nós nos sentamos na sala dessa vez, eu nem lembrava mais de onde os meus saltos estavam, já que estava descalça desde o início do jantar. A máquina de fondue estava no centro da mesa de centro ligada e com bastante chocolate dentro que já estava quase todo derretido, ao lado tinha a travessa com os morangos e no chão, em cima da almofada, nós dois sentados bem próximos um do outro, comigo quase sentada no colo dele outra vez, e no canto na sala, em sua caminha, Cerberus dormia com, agora, o osso entre as suas patas.

- Que chocolate é esse? – perguntei pegando a embalagem que estava, com um pouco de chocolate dentro ainda. Eu não reconhecia o nome, nem a marca e tampouco o idioma em que estava escrito algumas letras.

- É um da Läderach. A melhor marca de chocolate suíço na minha humilde opinião. – explicou espetando um morango e mergulhando no chocolate derretido.

- Tem estoque de chocolate suíço em casa? – perguntei.

- Não. Atrasei um pouco para voltar apenas para fazer uma escala em Zurique para comprar. – explicou dando de ombros. – Abre a boca. – pediu levando o morango coberto por chocolate até a minha boca. Eu abri a boca e mordi um pedaço do chocolate e não consegui evitar um gemido. O chocolate era maravilhoso, não era muito doce nem muito amargo, eu sabia que o chocolate suíço continha mais leite na sua composição do que os outros, mas não sabia que isso o deixava tão leve assim, e combinado com o leve amargor do morango. Deus parecia que eu estava no céu. – Gostou? – perguntou.

- Não devia ter me apresentado a isso. Chocolate para mim é como cocaína para um viciado. – e ele riu ao meu lado. – É o melhor chocolate que eu já comi na minha vida. – comentei e ele colocou o restante do morango com chocolate na minha boca, e mais um gemido escapou.

- Para de gemer desse jeito. – pediu com a voz completamente rouca e bem pertinho do meu ouvido. – Não sabe como está me deixando louco fazendo isso. – comentou dando um chupão de leve em meu pescoço.

- Desculpa. É que, esse chocolate é realmente muito bom. – eu senti seus lábios se repuxarem em um sorriso contra a pele do meu pescoço.

- Eu quero experimentar. –

- Achei que já tivesse comido. – ele não respondeu, apenas pegou outro morango e sujou com o chocolate e sujou os meus lábios, o chocolate estava quente, mas um quente suportável.

 - Mas não desse jeito. – disse com a voz mais baixa e rouca que o normal enquanto passava a língua pelos meus lábios antes de tomar a minha boca em um beijo ávido. Tinha uma mistura de sabores nesse beijo, o gorgonzola, o vinho e agora o chocolate e o morango que eu havia comigo, mas o sabor que estava mais forte e mais presente era o chocolate. Eu não sabia o que tinha nessa barra, mas eu simplesmente não queria parar de beijar o Edward. Do mesmo jeito que o beijo começou afoito, ele também terminou afoito, nossas bocas estavam com alguns vestígios de chocolate, meu batom já tinha ido embora, agora era apenas o chocolate derretido. – Fica melhor ainda. Fico imaginando com outros sabores e texturas e... –

- Para de me provocar. – pedi. – Eu estou quase pulando em cima de você. –

- Acredite que eu não acharia ruim. – eu virei o rosto o encarando. Seus cabelos ruivos e rebeldes estavam mais bagunçados que o normal, sua camisa, mesmo que ainda estivesse em seu corpo, estava bem amarrotada, ele também estava descalço como eu. Seus lábios um pouco inchados devido ao beijo afoito e sujo com vestígios de chocolate, os mesmos estavam entreabertos de onde ele inalava o ar e seus olhos tinham um brilho, uma mistura de prazer e luxúria, como esse homem conseguia ficar mais bonito ainda a cada vez que eu olhava para ele.

- E nem eu. – rebati unindo meus lábios ao dele e praticamente me jogando em seu colo. Edward havia deitado para trás e eu subindo em seu colo, deitando meu corpo ao dele, ficando com uma perna de cada lado de seu quadril.

Eu joguei meu cabelo para trás para que ele não atrapalhasse o beijo e as mãos de Edward seguiram para as minhas coxas, por baixo do vestido, apertando-as. Suas mãos continuaram subindo pelas minhas costas até a minha bunda e ele apertou com vontade, como se sentisse vontade de fazer isso a muito tempo e finalmente estava tendo a oportunidade. Ao apertar a minha bunda, ele a roçou conta a sua virilha arrancando um gemido de nós dois conforme eu sentia seu pênis se endurecendo contra a minha calcinha.

Sem separar meus lábios dos dele, tirei minha mão do chão levando até os botões de sua camisa e abrindo-os. Abri todos os botões de sua camisa até chegar a sua calça, abrindo o botão e o zíper da mesma também, ao mesmo tempo em que meus lábios desciam para o seu pescoço. A minha mão estava quase entrando em sua calça, quando ele me parou, segurando minha mão.

- Bella. Nós tínhamos combinado de ir devagar. – comentou entre arfadas.

- Você quer ir devagar? – perguntei sentando em colo e apoiando minha mão no chão ao lado do seu corpo, eu também estava um pouco arfante e sentia meu rosto quente, não apenas o meu rosto quanto como todo o meu corpo, acho que era a primeira vez, desde que havia iniciado a minha vida sexual, que eu estava completamente excitada.

- Não. – respondeu levando a mão até a minha nuca e me puxou para de encontro a ele, unindo nossas bocas mais uma vez e nos virando no chão, ficando por cima de mim, levantando o meu vestido até a altura da minha cintura e ficando entre as minhas pernas. Eu levei minhas mãos até os seus ombros e tirando suas camisa. – Passa as pernas pela minha cintura. – pediu contra a minha boca e eu abracei a sua cintura com as minhas pernas e ele se ajoelhou no chão, me puxando junto com ele.

Edward se levantou, passando as mãos por baixo do meu quadril. Ele me levou para o andar de cima, para o seu quarto, me deitando em um colchão macio. Sua boca deixou a minha e desceu pelo meu pescoço, joguei minha cabeça um pouco para trás contra o travesseiro para dar mais espaço para a sua boca. Eu sentia seus lábios, língua e dentes roçando contra o meu pescoço, talvez ficaria uma marca amanhã, contudo era algo para se pensar apenas amanhã.

Sua boca desceu para o meu colo, beijando o topo e o vão dos meus seios, pelo menos o máximo que o vestido permitia. Ele ficou de joelhos na cama, subindo com as mãos pelas minhas coxas, apertando de uma forma tão gostosa e subiu até a barra da minha calcinha, puxando-a para baixo, deslizando-a pelas minhas pernas, até tira-la por completo. Edward deitou de bruços na cama, e eu subi mais um pouco com o meu corpo, deixando a minha virilha na direção de seu rosto. Ele tocou o interior da minha coxa com a boca, beijando-a, e subindo até a altura da minha buceta e indo até a outra coisa fazendo o mesmo caminho para cima, até passar a língua pela minha buceta.

Eu sentia sua língua fazendo movimentos circulares no meu clitóris, eu tinha minha cabeça jogada para trás e os olhos fechados. Ele sugou meu clitóris e eu gemi seu nome alto, sentindo seus lábios se repuxando em um sorriso antes de senti-lo descer com a língua até a minha entrada e me penetrar com ela. Minhas mãos puxavam os seus cabelos com um pouco de força e apertando minhas coxas na lateral de sua cabeça. Edward me chupava com vontade e eu me controlava para não gemer muito alto, eu sentia um formigamento forte em meu ventre, uma coceirinha gostosa, e bastou ele chupar meu clitóris mais uma vez e uma sensação de que meus músculos estavam relaxando na cama tomou conta do meu corpo. Meu coração batia forte, eu sentia um acumulo grande de sangue nas minhas bochechas e meus joelhos tombaram na cama, os puxões que eu dava em seu cabelo mudaram para um cafuné em seus cabelos e ele tirou a boca do meio das minhas pernas.

Edward se ajoelhou na cama, suas pupilas estavam dilatas e seus lábios avermelhados, inchados e melados. Seu peito subia e descia rápido, ele respirava entre arfadas e eu também. Seu polegar deslizou pelos seus lábios limpando-os e chupando-o logo em seguida. Sua coluna abaixou sobre o meu corpo e ele uniu nossos lábios em um beijo mais calmo, enquanto suas mãos subiam pelo meu corpo, levantando o meu vestido junto. Ele passou meu vestido pela minha cabeça, tirando-o e soltando-o no chão ao lado da cama. Eu estava completamente nua, já que não usava sutiã com esse vestido.

Seus lábios foram mais uma vez para o meu pescoço, não se demorando muito dessa vez, descendo para o vão dos meus seios, beijando-o e indo para o meu seio deslizando a língua até abocanhar o meu mamilo rígido com a boca e a mão fechar em volta do meu outro seio. Ele apertou o meu mamilo rígido entre o seu polegar e indicador e puxou entre os lábios o outro mamilo. Edward trocou os seios e eu roçava meu quadril contra o dele, sentindo seu pênis duro através do tecido da sua calça.

Usando a força que eu tinha, eu nos virei na cama, deitando-o de costas no colchão e ficando em cima dele, com a coluna ainda erguida, eu prendi meu cabelo em um coque mal feito, apenas para ele não me atrapalhar e segui direto com a minha boca para o seu pescoço, se ele iria deixar uma marca em mim, eu também iria deixar a minha marca nele. Meus lábios foram descendo pelo seu peitoral. Conforme eu ia descendo com a boca pelo seu peito, as minhas mãos foram para a barra da sua calça, abaixando-a no mesmo ritmo que eu ia descendo com a boca, agora já em sua barriga. Ao chegar na altura da sua virilha, levantei a coluna para que pudesse terminar de tirar a sua calça e a sua cueca, e mal elas passaram pelos seus tornozelos e ele me puxou pela nuca unindo nossos lábios de novo, comigo deitando meu corpo sobre o dele.

Levei minha mão até o seu pênis sentindo completamente duro. Com a minha mão, eu comecei sentir que ele era de tamanho mediano, não era muito grande, mas era grosso, minha mão não fechava direito em volta dele. Comecei a masturba-lo devagar, e só isso foi o necessário para fazer com que o beijo fosse interrompido, uni minha testa na dele enquanto minha mão fazia um movimento de vai e vem em seu pênis. Seus olhos estavam fechados e seus lábios entreabertos de onde escapavam um gemido ou outro. Ele estava absorto em seu próprio prazer e não sentiu ou percebeu quando eu me abaixei até a sua virilha e substituindo minha mão pela minha boca. Eu fazia movimento de vai e vem com a boca, e ao abrir os olhos, olhando através dos meus cílios, vi que ele agora tinha os olhos abertos e me encarava. Sua mão foi até o meu cabelo, soltando meu coque e enrolando seus dedos em meus cabelos e se apoiando no outro cotovelo, ficando com as costas levantadas.

Seus dedos apertavam os meus cabelos, sem me machucar, enquanto eu chupava apenas a cabecinha do seu pau. Ao sentir o líquido pré ejaculatório, ele puxou minha cabeça para perto dele pelos cabelos, fazendo com que eu tirasse a boca de seu pênis e tomando meus lábios em um beijo afoito enquanto deitava as costas na cama de novo, deitando-me primeiro em cima dele antes de nos virar na cama, ficando por cima de mim.

O beijo foi interrompido e ao virar o rosto para ver a direção para ver para onde ele estava olhando, e o vi abrir a gaveta da sua mesinha de cabeceira e tateando algo lá dentro até achar algo e voltar a fecha-la. Era um pacote de camisinha, com cuidado ele abriu o pacotinho com os dentes, e deu um beijo em meus lábios antes de se ajoelhar na cama de novo para que pudesse vestir. Com a camisinha vestida e a embalagem jogada de lado, ele passou as mãos por baixo das minhas coxas e me puxou um pouco mais para baixo na cama, e eu o senti roçar a cabeça de seu pênis em minha buceta úmida, antes de encaixa-lo na minha entrada.

Devagar, ele foi me penetrando e eu fui me sentindo completa, e ao senti-lo todo dentro de mim, a sensação era de encaixe perfeito, se é que isso existia. Segurando-me pela cintura, ele começou com uns movimentos lentos de vai e vem, e aos poucos foi aumentando o ritmo. Sua mão subiu da minha cintura, pela minha barriga, por um dos meus seios, pescoço, até chegar a minha boca, acariciando meus lábios com o polegar. Ele continuou subindo com a mão até os meus cabelos, deitando seu corpo sobre o meu, nariz com nariz, e eu enlacei sua cintura com uma das minhas pernas fazendo-o ir um pouquinho mais fundo.

Meus gemidos pediam por mais, enquanto minhas unhas curtas arranhavam de leve ora as suas costas ora sua nuca. Volta e meia nossos lábios se encontravam ou roçavam um no outro, mas devido os nossos gemidos, era quase impossível começar um beijo. Eu nos virei na cama, ficando por cima dele, mantenho minha coluna ereta, e as mãos apoiadas em seu peito em busca de apoio para que pudesse rebolar a minha buceta contra o seu pau, causando mais atrito ainda e fazendo nossos gemidos saírem mais altos. Com leves sentadas em seu colo eu sentia meus olhos quererem revirar em minhas orbitas, e com suas mãos, apertando volta e meia, com um pouco de força, em minha bunda ia me levando a loucura.

De sua boca eu só conseguia ouvir meu nome, era a única palavra conexa que eu conseguia ouvir diante de várias outras as quais eu não conseguia entender. O formigamento em meu ventre começou, a sensação de cocegas e os dedos dos meus pés começaram a se contorcer e eu já estava perdendo as forças em minhas pernas, já não conseguia sentar rápido do jeito que fazia a poucos minutos, eu estava tão próxima. Ele nos virou de novo na cama, assumindo o controle mais uma vez, e suas mãos estavam apoiadas ao lado da minha cabeça enquanto seu quadril se chocava rápido e com força contra o meu.

Eu sentia as paredes da minha vagina apertando o pênis de Edward, deixando a penetração um pouco mais devagar, e as cocegas em meu ventre cresciam cada vez mais. Eu apertava o lençol em meus dedos, e foram necessárias mais algumas estocadas, lentas devido o aperto da minha buceta contra o seu pau, e eu senti o êxtase se alastrar por todo o meu corpo, ao mesmo tempo em que minha boca foi tomada pela do Edward, impedindo que eu pudesse gritar de prazer ao atingir o meu orgasmo. Seu quadril se chocou contra o meu mais algumas vezes até parar e relaxar seu corpo sobre o meu.


Já era de madrugada e eu ainda não tinha ido para casa, e pelo visto não voltaria para casa hoje e eu pouco me importava. Nós ainda estávamos na cama, nus, minha cabeça apoiada em seu peito e sua mão acariciando a minha cabeça e meu braço apoiado em seu peito.

- Como você está? – ele perguntou com a voz baixa e com um tonzinho de sonolência.

- Bem. – respondi aninhando mais ainda a minha cabeça sobre o seu peito. Edward passou sua mão por cima do meu corpo me abraçando forte e dando um beijo na minha testa. – E você? –

- Ótimo. – ele desceu com a mão da minha cintura até a minha coxa, por cima do lençol e puxou mais para cima da sua cintura e abraçou a minha cintura de novo. – Vamos dormir? – eu apenas balancei a cabeça assentindo e ele beijou minha testa mais uma vez antes de aninhar a cabeça contra a minha.

No dia seguinte quando eu acordei me esticando na cama e me encontrando sozinha naquela cama enorme. Levei as mãos até os meus olhos para coça-los e me sentei na cama. O quarto estava vazio e escuro devido as cortinas fechadas, mas o relógio ao lado da cama anunciava que já eram quase nove da manhã. As minhas roupas que ontem haviam sido jogadas no chão, estavam dobradas aos pés da cama, eu me levantei e peguei a minha roupa e segui até a porta que estava entreaberta e encontrando o banheiro e em cima da pia uma escova de dente ainda embalada ao lado de uma toalha enrolada.

Tomei a liberdade de tomar um banho, colocando a mesma calcinha e vestido que usava na noite anterior. Usei a escova de dentes e tentei dar uma penteada no meu cabelo com os dedos mesmo antes de sair do quarto, descalça já que eu não sabia onde estava os meus saltos. Eu desci as escadas e fui seguindo os sons pela casa e encontrando com Edward na cozinha, usando apenas uma calça de moletom, parado de costas para mim encostado em um batente da porta. Ele olhava para fora e pelo visto não havia me ouvido chegar. Eu me aproximei dele e o abracei pela cintura e dando um beijo em seu ombro.

- Bom dia. – ele se virou de frente para mim. Ele tinha uma fruta estranha em mãos e vermelha em mãos e um pequeno canivete.

- Bom dia. – Edward abaixou a cabeça para unir nossos lábios em um beijo calmo. – Como dormiu? –

- Bem. Muito bem. – ele sorriu. – E você? –

- Por mim estaria na cama com você até agora, mas Cerberus estava arranhando a porta querendo ir lá para fora. – suspirou. – Eu tenho que mandar instalar uma portinha de cachorro, mas para isso eu teria que fechar o terreno para que ele não fuja. – explicou suspirando. – Mas assim que ele entrar nós podemos voltar para a cama sem problemas. –

- Eu preciso ir para casa! –

- Por quê? –

- Eu tenho coisas para fazer em casa. – disse simplesmente. – E você deve ter que organizar as suas coisas porque amanhã você deve voltar a trabalhar. Na verdade, eu espero que você volte a trabalhar amanhã porque eu quero a minha loja de volta. –

- Até o final da semana a sua loja estará em suas mãos de novo. Não é só porque eu estava viajando que eu não fiquei de olho nessa obra. – as suas mãos desceram até o meu quadril. – Mas isso não significa que nós não podemos ficar o resto do domingo na cama. – ele passou os braços por baixo do meu quadril e me ergueu no colo, me sentando na bancada da cozinha atrás de mim.

- Mas eu tenho que cuidar do meu jardim. Deve ter percebido que o meu jardim é bem grande, então todo o domingo eu cuido um pouquinho dele. –

- E se voltarmos para a cama e depois eu ajudo você? – eu não respondi apenas rocei meus lábios nos dele, dando-lhe um beijo.

- O que está comendo? – perguntei mudando de assunto.

- Romã. – respondeu levantando a fruta para que eu pudesse vê-la. – Não conhece? - eu balancei a cabeça negando.

- Acho que só de nome. Nunca comi ou vi pessoalmente. – dei de ombros.

- Quer experimentar? –

- Como come isso? –

- Pegue uma semente e come. – eu levei a mão até a fruta e peguei uma semente. Ela não era muito dura ao toque, coloquei a semente na boca e ao mastiga-la senti um caldinho levemente amargo e conforme o caldinho ia descendo pela minha garganta eu percebia que minha visão ia ficando turva e levemente esbranquiçada, até que eu não conseguia enxergar mais nada a minha frente.