sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Capítulo 9.


Tulsa – Oklahoma.

2019.

Bella.

A névoa branca que tomava conta dos meus olhos foi se dissipando até que eu pude voltar a enxergar o que estava na minha frente, mas não era Edward que estava ali. Eu era como um fantasma, eu apenas observava as coisas e ninguém me via. Eu estava parada em uma majestosa sala do trono, ou melhor, tronos, já que tinham doze tronos em formação oval. Cada um era diferente do outro, todos pareciam ser de mármore, mas cada um tinha um detalhe peculiar. Um era todo coberto por trigo, outro parecia ter rios de lava correndo por ele, outro era bem parecido com aquele, só que ao invés de serem rios de lava, eram rios de água. Outro era adornado por videiras. Eu ouvi uma voz grossa, que reverberava por toda a sala feita de mármore e ao olhar para frente em cima de um pequeno pedestal tinham dois tronos, um maior de todos e outro um pouco menor, o menor era adornado por uma coroa de penas de pavão e o maior de todos tinha uma águia empoleirada no topo do trono que era enfeitado com desenhos de raios.

No meio da sala tinha uma jovem de cabelos escuros, sentadas sobre as suas pernas, usando uma túnica branca. No maior trono um homem bem grande e com ar de imponência, cabelos loiros na altura do queixo e olhos escuros e furiosos e uma barba um pouco cumprida também loira, ele segurava um raio na mão, que ele apertava tão forte que as veias de seu braço estavam completamente aparentes e saltadas. Ao seu lado uma jovem mulher de cabelos escuros tinha os olhos fechados, ela parecia não se importar com nada que tinha ali. Parada próxima ao trono adornado por trigo uma mulher muito bonita de cabelos escuros andava de um lado para o outro, ela pisava firme no chão, a fúria e a raiva emanavam dela. E parado, de costas para mim, próximo a jovem no chão, tinha um homem todo trajado de preto apoiado em um garfo que era da sua altura, isso se não fosse um pouco maior que ele.

- Eu exijo que algo seja feito. Agora! – a mulher, que andava de um lado para o outro furiosa, gritou e a jovem no meio da sala se encolheu mais um pouco.

- Chega! Pare de gritar. – o homem, com o raio em mãos, gritou mais alto e eu precisei levar as mãos até os meus ouvidos, o grito dele foi tão alto e reverberou tão forte contra o mármore que havia doído nos meus ouvidos. – Eu vou perguntar pela última vez... – ele andou a passos rápido até a jovem e se agachou a sua frente. Ele segurou o queixo dela fazendo-a encara-lo e perguntou mais calmo. – Você comeu as sementes por livre e espontânea vontade? –

- Sim! – respondeu ela.

- Seis sementes? – perguntou de novo e ela apenas balançou a cabeça assentindo. Ele afagou a cabeça dela de forma carinhosa e beijou-lhe a testa antes de levantar. – Não há o que fazer então... Ela fica seis meses com ele lá embaixo. – a mulher que andava furiosa pelo salão soltou um grito, que fez com que todos os outros quatros que estavam na sala, e eu, tampássemos os ouvidos, seu grito de dor e raiva havia doído dentro de mim.

- Bella... – um cheiro forte e ardido entrou pelas minhas narinas e mais uma vez uma nevoa branca tomou conta dos meus olhos. – Bella... – eu apertei os olhos antes de abrir e dei de cara com Edward me encarando com uma expressão de susto nos olhos. – Você está bem? – perguntou conforme eu virava a minha cabeça para o lado para tentar me localizar enquanto sentia uma dor forte, como uma pontada na mesma.

- O que... – eu limpei a garganta. – O que aconteceu? – perguntei.

- Você desmaiou ao comer a romã. – explicou sentando-se ao meu lado. Eu estava no sofá dele deitada no mesmo e ele sentado próximo as minhas pernas enquanto colocava a garrafa de álcool e um pedaço de algodão na mesinha de cabeceira.

- Desculpa. – eu tentei levantar e senti minha cabeça girando.

- Ei quietinha... Deita aí. – com cuidado ele me deitou no sofá e eu notei que Cerberus estava sentado no chão próximo a minha cabeça.

- Oi menino. – disse simplesmente e ele apoiou a cabeça próxima a minha.

- Por que pediu desculpas por ter desmaiado? Quer que eu te leve ao médico? –

- Não. Eles vão responder as mesmas coisas que responderam nos últimos vinte e oito anos. –

- Então isso já aconteceu? –

- Não... Quer dizer já... Quer dizer mais ou menos. Nunca dessa forma. – ele ficou me encarando esperando uma explicação. – Desde novinha, acho que começou aos meus cinco ou seis anos eu comecei a ter sonhos muito estranhos, que pareciam sugar toda a minha energia e felicidade, sei lá, quando eu acordava eu me sentia completamente deprimida, tudo doía, minha cabeça latejava como se alguém estivesse martelando dentro dela, e a marca doía, queimava como brasa. E durante mais de vinte anos eu volta e meia tinha o mesmo sonho e acordava sempre do mesmo jeito. Minha mãe cansou de me levar ao hospital, já fiz milhares de exames e todos falam a mesma coisa. Não tem nada de errado comigo, não tem nada no meu corpo que possa causar essa dor de cabeça e essa dor e sensação de queimação na marca. Eu parei de ter esses sonhos por um tempo, mas mês passado voltou de novo e agora tem outros, cada vez mais estranhos e mais dolorosos. No sonho que eu tive durante toda a minha vida, eu era a pessoa, nos outros que eu passei a ter recentemente, eu estou apenas de longe observando. Da última vez que eu fui no médico, ele sugeriu que talvez pudesse ser algo relacionado a minha cabeça, minha mãe surtou achando que ele estava chamando a filha dela de maluca e se recusa a me levar ou deixar que eu vá a um psicólogo ou psiquiatra. –

- Você já tem vinte e oito anos Bella. Sua mãe não pode te proibir de nada. –

- Ela faz chantagem emocional... E eu acabo cedendo porque somos só nós duas. – dei de ombros ainda deitada no sofá e cobrindo meus olhos com o meu antebraço.

- Como foram esses sonhos? –

- Eu não sei explicar direito, mas as partes que são mais nítidas é que eu estou em um lugar, que eu não sei identificar onde e nem como ele é, só sei que ele é muito escuro, muito escuro mesmo e úmido. Tem duas pessoas brigando, não sei identificar se é homem ou mulher, mas sei que eles estão brigando, discutindo, e por mais que eu corra na direção deles, eu não consigo ouvir o que eles gritam e nem ver seus rostos, e parece que eu corro em câmera lenta, que acaba de repente comigo sentido uma pressão no peito que eu não sei o que é... Uma dor muito, mas muito forte mesmo, que queima no fundo da minha alma e eu acordo. – respondi e eu o senti se levantando de forma brusca do sofá.

- E o que a sua mãe fala sobre isso? – perguntou andando de um lado para o outro da sala.

- Que eu quando era novinha vi um filme de terror assim que me deixou impressionada, nada demais. Sendo que eu já cansei de pesquisar e nunca achei algo parecido com isso. –

- Você disse que ficou um tempo sem ter esse sonho. Quando foi que ele voltou? –

- Por que a pergunta? – questionei me sentando no sofá, ele parecia bem desesperado e eu não entendia o motivo.

- Curiosidade. – deu de ombros. – Quando o sonho voltou? –

- No mesmo dia em que você chegou na cidade. – respondi e ele se virou de costas para mim.

- E... – ele respirou fundo. – E todos os outros aconteceram depois que você esteve comigo? –

- Na verdade eu só tive mais dois. Esse e um outro. –

- Mas foi depois que você esteve comigo? – insistiu.

- Foi. –

- Quando? –

- Para que esse interesse? –

- Quando Bella? – ele não havia gritado, mas jamais havia falado comigo naquele tom. – Desculpa. – pediu imediatamente. – Não... Não queria ter falado dessa forma. –

- Um foi quando foi me chamou de florzinha e o outro hoje. –

- Qual foi o sonho de quando eu te chamei de florzinha? – ele continuava perguntando e continuava de costas para mim. – Se puder me responder, por favor. –

- O da florzinha. Era um casal, a mulher toda de branco e o homem todo de preto, os dois estavam de costas para mim e eu não conseguia ver os rostos deles, mas ouvi o diálogo. Ela disse algo do tipo: Sabe que se minha mãe souber, ela te mata, e eu não conseguiria viver com essa culpa. E o homem respondeu com: Sabe que a sua mão não me assusta. Sabe que eu faria qualquer coisa, e passaria por cima de qualquer um para ficar com você, florzinha! – expliquei. – E o de hoje... – já me adiantei falando porque sabia que ele iria perguntar. – Era algo parecido com a sala de trono de algum castelo todo feito de mármore, mas a diferença era que tinham doze tronos, eu acho, e cada um tinha um detalhe que diferenciava um do outro. Mas uma vez o homem de preto e a mulher de branco estavam no sonho, com ela ajoelhada no meio da sala, e fora isso tinha mais três pessoas. Uma mulher completamente furiosa andando de um lado para o outro, outra mulher que parecia não estar prestando atenção em nada e um homem grande, bem grande. A mulher furiosa queria que o homem grandão tomasse uma atitude e o homem grandão perguntou para a mulher de branco se ela havia comido as sementes por conta própria e ela respondeu que sim, e ele perguntou se haviam sido seis sementes e ela concordou, e ele disse não há nada o que fazer então... Ela fica seis meses com ele lá embaixo. E nisso a mulher furiosa deu um grito que doeu muito nos meus ouvidos. – respondi.

- Sua mãe sabe do sonho da florzinha? –

- Não. – respondi. – Eu apenas contei para Alice, mas o que ela fala não deve se levar muito em consideração. Segundo ela são lembranças da minha vida passada e que pelo visto você estava nela. –

- Eu? – perguntou ele se virando finalmente e me encarando com uma expressão, suave, de dor no rosto.

- É, já que esses sonhos voltaram ou começaram quando você chegou. –

- Se isso tiver algo haver comigo eu peço desculpas. – eu balancei a cabeça sorrindo.

- Eu pensei em ir a um psiquiatra, mas eu não conheço nenhum e também não posso ir em um aqui na cidade, minha mãe descobriria e surtaria de um jeito que eu não quero nem imaginar... Não quero imaginar a chantagem emocional que ela faria quando soubesse disso. –

- Eu... Eu tenho um amigo que é psicólogo. – respondeu se sentando ao meu lado de novo e com um pouco de receio ele pegou a minha mão. – Oficialmente ele não pode exercer a função dele aqui. Mas se quiser apenas conversar com um profissional eu posso ver se ele dá um pulo aqui nos EUA. – sugeriu.

- Se conseguir fazê-lo vir antes da minha mãe voltar de viagem no final do mês, eu aceito. –

- Eu vou ligar para ele. – ele sorriu para mim e levou a mão até o meu rosto fazendo um carinho nele. – Como está se sentindo agora? – perguntou e eu suspirei.

- Minha cabeça ainda doí um pouco e tem uma pequena queimação ainda no meu peito, mas eu estou bem. Daqui a pouco passa, amanhã eu não sinto mais nada. – garanti.

- Vem cá. – ele passou as minhas pernas por cima das suas e me puxou para perto do seu corpo para me dar um abraço apertado. – Eu gosto muito de você, Bella. – disse baixo.

- Eu também. –

Nós ficamos ali mais um tempinho até que eu decidi que era hora de eu voltar para casa. Eu sentia que ele não queria me deixar ir embora, ele ainda estava um pouco preocupado, mas mesmo assim me levou. Era notável o quanto ele não queria me deixar sozinha, mas após garantir que eu estava bem e que qualquer coisa eu ligaria para ele, e com a promessa de que eu não faria nada hoje, apenas descansar. Ele partiu para a sua casa.

Como dito e feito, na segunda feira eu estava ótima, não sentia nada e o sonho do dia anterior era apenas uma vaga lembrança ruim de um dia e uma noite de sábado muito boa. Como eu não tinha nada para fazer em casa, já que eu não sentia muita vontade ou animo para arrumar o meu quintal, faria isso no dia seguinte, eu resolvi ir ajudar Alice, até porque a última vez que eu havia falado com ela tinha sido no sábado. O dia estava bem quente, portanto, após colocar uma roupa bem fresca, eu segui para a loja dela, dessa vez além de um arranjo de margaridas e não-me-esqueças e uma travessa com biscoitos linzer, receita de minha mãe, com recheio de geleia de amoras. Ao chegar na loja de Alice ela já estava aberta e ela estava terminando de atender a esposa e a filha do pastor Webber.

- Bom dia Bella. – a senhora Webber disse ao me ver entrando enquanto sua filha via como um vestido azul havia ficado em seu corpo na frente de um espelho. – Como vai? –

- Olá senhora Webber. Eu vou muito bem, e a senhora? E o pastor Webber? – perguntei.

- Nós dois estamos bem, filha. Muito bem. Fiquei sabendo o que aconteceu com a sua loja... – ela suspirou.

- Prometeram-me entrega-la até o final da semana, com a promessa de não precisar mexer mais pelo resto da minha vida. – comentei sorrindo. – Enquanto isso eu venho dar uma mãozinha para a Alice. – dei de ombros. – Aceita um biscoito com recheio de geleia de amora? –

- Oh claro que eu aceito. Muito obrigada. – ela pegou um biscoito da bandeja.

- Disponha... – eu segui para perto do caixa. – Ângela esse vestido ficou muito bem em você. – comentei e ela sorriu para mim. – Alice, cheguei. – gritei para os fundos da loja.

- Obrigada Bella. – Ângela respondeu com as bochechas avermelhadas, ela era igual a mim, péssima para receber elogios. Eu coloquei a bandeja com os biscoitos próximo ao caixa e ajeitei o arranjo de flores na bancada.

- Olha se a bonita não deu sinal de vida... – resmungou Alice, me fazendo rir ao parecer a minha mãe, já que ela estava com as mãos na cintura e com algumas peças de roupa em mãos. – Você tem muito para me contar mocinha... –

- Concordo plenamente. – a imagem que eu tinha da minha mãe sumiu quando ela deu alguns pulinhos animada ao saber que teríamos fofoca assim que ficássemos sozinhas. – Como está muito calor, poderíamos ir tomar um sorvete na hora do almoço e eu te conto as fofocas edificantes. –

- Isso mesmo. Como diz a sua mãe, as coisas precisam edificar nas nossas vidas, se a fofoca edifica então está permitido. – brincou rindo.

Durante toda a parte da manhã nós não havíamos tocado no assunto de nada, até porque volta e meia alguém entrava na loja e eu não queria que ninguém nessa cidade soubesse sobre a minha vida, seria um pouco demais. Na hora do almoço nós fomos almoçar na Sue’s pedindo uma mesa bem longe das pessoas, mas mesmo assim nós conversávamos bem baixinho e eu havia contato sobre a minha noite com Edward e eu precisei controlar a Alice antes que ela berrasse um você transou com Edward Gostosão Cullen. Eu preferi deixar de fora o que havia acontecido pela manhã sobre “sonho”, e do jeito que ela estava quase quicando na cadeira, talvez essa parte não fosse tão importante assim para ela.

Ao terminar o almoço, nós ainda tínhamos tempo antes de voltar para a loja, resolvemos passar na sorveteria e aproveitar para dar uma passada na minha loja para ver como ela estava. Edward havia dito que foi preciso derrubar as paredes, mas pelo que eu podia ver ao chegar próxima a fachada, elas já estavam de pé, ainda na sua estrutura, mas já estava de pé.

- Olha quem nos deu o ar da graça. – Edward apareceu saindo da loja a esquerda da minha.

- Vim ver a minha loja, saudades dela. – Alice riu do meu lado, me fazendo rir com ela.

- Dela? Só dela? – perguntou se aproximando de mim. Ele estava malditamente sexy com aquela camisa sem gravata com os primeiros botões abertos e com as mangas erguidas até em cima do cotovelo.

- Talvez de outra pessoa também. – respondi sorrindo e ele também.

- Suponho que ela sabe? –

- Sei. Sei de tudo e sei também que... – eu dei uma cotovela nada discreta nela. – Sei de nada não. – corrigiu-se e Edward riu.

- Oi florzinha. – ele levou a mão até a minha nuca, e como eu estava de tênis, fiquei na ponta dos pés, e ele uniu nossos lábios em um beijo rápido.

- Oi. –

- Já almoçou? – perguntei.

- Sim. Almocei com a Alice. Tinha algumas fofocas edificantes para contar a ela. – comentei rindo.

- Fofocas edificantes? – perguntou com a sobrancelha arqueada.

- É a tia Renée. – Alice se meteu na conversa. – A mãe da Bella. – explicou para o caso dele não saber quem era a tia Renée. – Uma vez nos deu uma lição de moral porque estávamos fofocando, perguntando se aquela fofoca estava edificando algo em nossas vidas. Agora, sempre que precisamos contar alguma fofoca, nós falamos que ela edifica algo em nossas vidas para que possamos fofocar com a consciência tranquila. –

- Traduzindo. Somos idiotas. – ele gargalhou.

- Fico feliz, eu acho, por fazer parte das vossas fofocas edificantes. –

- Quem disse que a fofoca era sobre você? –

- Sobre o mais seria Isabella? – Alice retrucou e eu a encarei feio, e ela me mandou língua.

- Tem mais o que fazer não oh quinta série? –

- A sua sorte... É que eu tenho que reabrir a minha loja. Te espero lá. Tchau Edward. –

- Tchau Alice. – ela deu meia volta e voltou para a sua loja. – Eu gostei dela. É meio louca, mas parece ser uma boa pessoa. – eu o encarei com a sobrancelha arqueada. – Que foi? –

- Meio louca? Só meio? – perguntei e ele balançou a cabeça gargalhando.

- Tenho uma boa noticia para você, mas acho que só vou te dar se concordar com uma coisa. – eu não respondi e apenas esperei que ele continuasse. – Janta comigo hoje? –

- De novo? –

- Como assim de novo? Ontem não jantamos juntos. –

- Lá em casa? – perguntei apenas.

- Assim que eu sair daqui, passo em casa e te encontro na sua. E te trago duas boas notícias. –

- Duas? –

- E tem haver com a sua loja. –

- Falta muito para anoitecer? – perguntei olhando para cima e vendo o céu azul bem clarinho e sem nenhuma nuvem.

- Espero que não. – eu abaixei a cabeça e ele piscou o olho para mim.

- Chefe, preciso da sua assinatura aqui. – e eu ouvi a voz de um homem vindo de dentro da loja.

- Vejo você a noite. – ele apenas abaixou a cabeça e uniu seus lábios aos meus em um beijo rápido.

- Até a noite. – ele voltou para dentro da loja e eu voltei para a boutique da Alice.

Eu fiquei com ela até a hora de fechar. Ajudei-a a fechar a loja e quando ela seguiu para a casa dela e eu segui para a minha. Edward havia me mandando uma mensagem avisando que chegaria daqui a pouco e eu ainda nem havia tomado um banho. Subi as escadas correndo para tomar um banho e lavar os meus cabelos e mal eu havia terminado de me vestir e secar os cabelos e eu ouvi a campainha tocando.

- Cheguei muito cedo? – perguntou ele quando eu abri a porta.

- Não. Mas eu cheguei agora pouco e só tive tempo de tomar banho. –

- Ótimo. Come comida japonesa? –

- Amo. Entra. – eu dei passagem e ele entrou e foi quando eu notei uma caixa em suas mãos. – Que caixa é essa? –

- Bom. Era para eu ter te entregando no domingo, mas depois do que aconteceu... Então te trouxe hoje. – ele me entregou a caixa.

- Muito obrigada. – era uma caixa preta e grandinha. Tinha duas listras douradas enfeitando a embalagem e com o nome Teuscher. – Vou começar a achar que está tentando me engordar. – comentei ao abrir a caixa e vendo diversos bombons diferentes.

Eu coloquei a caixa em cima da mesinha de centro da sala e lhe ofereci uma cerveja, e provando que ele não bebia apenas vinho, aceitou. Deixei-o sentado na sala fazendo o pedido de comida japonesa enquanto eu pegava as duas garrafas de cerveja na geladeira. Ao voltar a sala, ele já tinha feito o pedido, eu entreguei a cerveja para ele, e ele me puxou para me sentar em seu colo.

- Qual é a novidade? – perguntei apoiando a garrafa de cerveja em cima de um porta copo, em cima da mesinha de centro. – Melhor. Novidades. – corrigi e colocando a cerveja dele ao lado da minha quando ele me deu e sentindo sua mão um pouco gelada apoiando na minha coxa descoberta pelo meu short jeans.

- A primeira novidade é que eu vou conseguir entregar sua loja antes do tempo. – eu o encarei. – Você precisa me dizer se quer mudar algo, dizer a cor das paredes, e eu te entrego quarta feira. –

- Graças a Deus... – não contendo a minha animação, eu o abracei pelo pescoço lhe beijando, e ele mordiscou de leve meu lábio inferior. – E acho que quero que continue branco. –

- Sim senhorita. E a segunda novidade é que. Essa semana nós podemos ir até Baton Rouge, ver as plantas. –

- E pretende ficar quanto tempo fora? –

- Acho que uns dois dias será o suficiente. Já me informei e a fazenda de árvores abre aos sábados. Podemos ir sexta e voltamos sábado a tarde ou domingo... Ou segunda... –

- Ou mês que vem. – brinquei.

- Caso queira, podemos ficar lá o mês inteiro. –

- Não inventa, Edward. – ele sorriu puxando a minha cabeça para de encontro a dele.

Eu tomei seus lábios em um beijo e sua mão subiu para a minha nuca, se infiltrando em meus cabelos. Eu me ajeitei em seu colo para que pudesse ficar de frente para ele, desci com a mão que estava em seu ombro indo direto para o seu pênis, abri o botão e o zíper da sua calça e enfiei minha mão dentro dela e de sua cueca tocando em seu pênis semiduro.

Com um pouco de dificuldade por causa da calça, eu comecei a estimula-lo, sentindo-o ficando duro contra a palma da minha mão. Ele interrompeu o beijo, jogando a cabeça para trás e eu seguindo minha boca para o seu pescoço. Eu fui descendo devagar, até sair completamente do seu colo e me ajoelhar no chão ficando entre as suas pernas. Eu parei de estimula-lo para abaixar sua calça e sua cueca. Estimulei-o mais um pouco com a minha mão antes de substituir com a minha boca.

Eu ouvia os gemidos e as arfadas de Edward conforme a minha boca subia e descia pelo seu pênis enquanto minha mão acompanhava o mesmo caminho da minha boca, estimulando-o o restante que não cabia na minha boca. Eu ouvia meu nome saindo da boca de Edward e volta e meia, ele colocava meu cabelo para trás. Comecei a chupa-lo mais forte e vi com o canto dos olhos que suas mãos apertavam a beirada do meu sofá, e erguendo os olhos, olhando por sobre os meus cílios e ele tinha a cabeça toda jogada para trás e seu peito subia e descia rapidamente. Eu sentia seu pênis bem duro na minha boca e já sentia o leve gosto do seu liquido pré ejaculatório, ele estava quase gozando e parece que dessa vez ele não iria me parar.

Ele ia gozar quando a campainha tocou duas vezes e ao olhar com o canto dos olhos para o celular jogado no sofá, anunciava que o seu pedido de comida japonesa já havia saído, o que significava que provavelmente era o entregador na porta. Eu tirei a boca do seu pênis sem ele ter gozado, era só o que nos faltava, deixar o entregador esperando na porta porque ele estava quase gozando, e ele também não pareceu se importar com isso, apenas levantou a sua cueca e a sua calça e foi até a porta, enquanto eu continuava sentada no chão, e bebia um gole da cerveja.

Edward não demorou nem dois minutos na porta e voltou com uma barca média e a colocou na mesinha a minha frente. Ele se sentou ao meu lado e tirou seus sapatos, eu já estava descalça a tempos e agora ele também. Antes qualquer coisa, ele tomou meus lábios em um beijo rápido, e ao encerrar o beijo ele me entregou um pacotinho com hashi dentro dele, mal eu tinha pego os meus hashi ele já estava levando um sashimi aos meus lábios.

Nós comemos a barca e alguns bombons que ele havia me dado também foram comidos antes que pudéssemos nos atracar mais uma vez, no chão da minha sala. Ele me virou no chão e sem cerimônia ele tirou meu short e a minha calcinha e seguiu direto com a boca para o meio das minhas pernas. A noite havia começado no sofá da minha sala e terminaria na minha cama, no meu quarto comigo gemendo seu nome alto ao atingir o meu ápice. Ele deitou a cabeça em meu peito, após gozar também e ainda dentro de mim, e eu comecei a fazer cafuné na sua cabeça.

Seu rosto estava escondido no vão dos meus seios, o quarto estava quieto e com um cheiro gostoso de sexo no ar. Minhas pernas estavam entrelaçadas as dele e eu não conseguia entender o motivo, mas eu senti que uma sensação de paz havia tomado conta do meu corpo. Edward beijou o vão dos meus seios antes de sair de dentro de mim e cair na cama ao meu lado. Ele retirou a camisinha usada de seu pênis, e após amarrar a pontinha colocou em cima da embalagem rasgada na minha mesinha de cabeceira e aninhei a minha cabeça em seu ombro e ele me abraçou, apoiando a cabeça próxima a minha e eu tratei de ir dormir.

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