domingo, 5 de fevereiro de 2023

Capítulo 1

                                                                  Adhara – Continente de Andrômeda – 101 Depois da Conquista.

Pov. Edward.

O dia havia amanhecido de forma bastante agitada, principalmente para mim. O bordel Seda Vermelha, o melhor que podia existir na rua da Seda, ainda estava aberto e não tinha hora para fechar. Hoje era o meu aniversário e eu não pretendia parar de comemorar tão cedo. Eu havia decidido pagar a conta de todos os meus amigos, amigos... Bajuladores, um príncipe não tinha amigos. A prostituta que estava de quatro a minha frente, gemia alto a cada estocada forte minha, eu estava prestes a gozar quando uma batida forte soou na porta do quarto.

- O que é? – perguntei rosnando ao me aliviar na prostituta.

- Alteza. O rei Marcus está reunindo todos os moradores e lordes do castelo, e ordena a vossa presença. –

- Eu já vou. – respondi simplesmente. Eu saí da cama, deixando a prostituta, a qual eu nem fazia ideia do nome, e que também pouco me importava, deitada na cama.

- O meu príncipe já vai? – questionou fazendo uma voz manhosa ao se ajeitar na cama.

- Eu tenho que ir. – respondi simplesmente e de forma seca. – Mesmo eu não querendo. – eu realmente não queria ir. Eu peguei a minha calça no chão a vestindo. – Meu avô vai decidir quem vai sucedê-lo, e mesmo sabendo que as chances estão completamente a favor do meu irmão... – resmunguei calçando as minhas botas. – Vai que o velho pensa melhor e me dá a coroa?! – ironizei, sabendo que era impossível. Até porque todo mundo já sabia que ele e o grande conselho tinham escolhido Carlisle, até porque, na linha de sucessão ele estava a minha frente.

- Mas se eu não estou enganada. A princesa Gianna é a filha do filho mais velho do rei. Do falecido príncipe Peter. –

- Gianna é mulher! – bufei sentado na ponta da cama para amarrar as minhas botas. – Meu avô está velho e moribundo, mas não louco a ponto de permitir que uma mulher sente no trono. – ralhei pegando a minha camisa. – Muito bem. – eu peguei um saquinho de dinheiro do bolso da minha jaqueta e tirei algumas moedas lá de dentro. – Caso a notícia seja boa ou não, mais tarde eu volto para continuarmos com a comemoração do meu aniversário. – comentei colocando as moedas, que eu tinha separado, em cima da cama ao seu lado, pagando pelos seus serviços.

Eu vesti a minha jaqueta e apanhei a minha capa, deixando o quarto. Enquanto eu passava pelo salão do bordel, eu via alguns amigos deitados no chão, completamente apagados nus em meio a várias prostitutas também nuas, com copos de cerveja derramados pelo chão. Deixei o bordel, sentindo a luz do sol forte que brilhava no céu de Adhara, e precisei cobrir meu rosto com o antebraço até que os meus olhos se acostumassem com o brilho forte, já que dentro do bordel estava completamente escuro, até porque sobravam pouquíssimas velas ou lamparinas iluminando o salão.

Alguns guardas do rei estavam me esperando próximo ao meu cavalo, no pequeno estabulo do bordel. O chefe da guarda do rei tentou falar alguma coisa, mas eu simplesmente montei em Belfast, e não dando tempo de ele falar, esporrei o meu cavalo, seguindo para a rua que levava até a fortaleza de Adhara. Eu conseguia ouvir, por cima do som do cavalgar de Belfast, os cascos dos cavalos do guardas vindo bem trás de mim.

Enquanto eu me aproximava do castelo, eu ouvi uma batida forte de asas sobre a minha cabeça. E ao olhar para cima, eu vi Syrax voando pelo céu, provavelmente a pequena princesa Rosalie estava dando uma volta em seu dragão. Syrax era um dos dragões mais bonitos que tinham no Fosso do Dragão, contudo não era um dos mais ferozes e bom em batalha, até porque até o momento não tinha enfrentado nenhuma, mas ela era linda. As suas escamas douradas brilhavam quando o sol batia nela.

Eu esporei Belfast mais uma vez, para que ele cavalgasse mais rápido na direção do castelo. Eu desci do cavalo, mal ele parou direito, e eu entreguei as rédeas para um dos criados dos estábulos e subi a enorme escadaria para adentrar o castelo, eu estava cruzando o arco da porta do castelo quando esbarrei em alguém pequeno, quer dizer, menor do que eu.

- Perdoe-me. – eu ouvi a voz doce e suave da jovem Isabella Hightower, e eu senti o cheiro de flores que saia de seus cabelos, impregnando as minhas narinas. Por impulso eu tinha segurando-a, para que ela não caísse. – Oh alteza, me perdoe. – pediu mais uma vez, deixando os meus braços, antes que alguém visse e entendesse algo que não era verdade, e se ajeitando.

- Não se preocupe Lady Isabella. Machucou-se? –

- Não. Eu estou bem. – garantiu sorrindo e eu não pude evitar o sorriso também. – Oh. A propósito, feliz aniversário, alteza! –

- Muito obrigada, senhorita. Permita-me perguntar... Para onde vais com tanta pressa? –

- A princesa Rosalie está regressando da sua volta com Syrax e a princesa Esme pediu para que eu vá busca-la e que a traga imediatamente. – respondeu entrelaçando os dedos na frente do corpo.

- Bom. Nesse caso, a senhorita deve se apressar mesmo. Vi Syrax sobrevoando a cidade na direção do Fosso. –

- Então eu devo correr, não posso deixar a princesa esperando. – ela sorriu delicadamente. – Nós nos vemos mais tarde, alteza. Com licença. – educadamente, ela segurou a saia de seu vestido azul claro e fez uma reverência, tentando passar por mim, e eu segurei-a pelo pulso, fazendo-a me encarar confusa. – Sim? –

- Perdoe-me pela pergunta, mas, quantos anos a senhorita tem mesmo? –

- Doze, alteza. – respondeu sem ter entendido muito sobre a minha pergunta. – Farei treze daqui a três meses. –

- Doze anos! Nova demais ainda. – suspirei baixo e mais confusa ainda ela me encarou. – Pode ir, senhorita. Não deve deixar a princesa e nem Esme esperando. – ela apenas assentiu sorrindo e desceu as escadas segurando a saia de seu vestido.

- Pare de olhar para a menina assim. – ouvi a voz de meu irmão vindo de trás de mim, ao mesmo tempo em que via a jovem Isabella entrando na carruagem de minha sobrinha. – Ela é uma criança ainda! –

- Criança. – bufei. – Se eu me lembro bem, quando você se casou com Esme ela tinha quase a mesma idade que a sua filha e Isabella tem agora. – lembrei-o. – E você ainda era mais velho do que eu sou agora. –

- Pode até ser, mas a grande diferença é que o pai de Esme gostava de mim, não podemos dizer o mesmo sobre o lorde Hightower. – bufei ao ouvir a sua menção ao pai de Isabella.

- Anote o que eu estou dizendo, meu irmão. – olhei mais uma vez para a carruagem, que se afastava do castelo. – Eu ainda vou me casar com Isabella Hightower. Ela vai gostar de mim! –

- Ao invés de cobiçar outras mulheres, você deveria olhar mais para a sua esposa. A propósito, onde está Nettie? – perguntou quando eu me virei de frente para ele.

- Em casa. No Vallis. Onde mais ela estaria? – ele me olhou furioso. – Com licença, eu vou para o meu quarto esperar pelo conselho. –

- Aproveite e tome um banho. Estais fedendo as prostitutas da rua da Seda. – resmungou alto enquanto eu subia as escadas para os andares superiores do castelo.

Eu subi para o meu quarto, pedindo ao valete, que estava a postos na porta, para que pedissem as criadas para trazerem um pouco de água bem quente para que eu pudesse tomar um banho. Enquanto eu aguardava a minha água quente, eu andava pelo quarto, eu não sabia ao certo o que eu procurava, mas eu procurava por algo.

Parado em uma cômoda, eu abri uma das gavetas encontrando uma caixinha de joias que pertencia a minha mãe. Quando ela morrera, nosso avô decidiu dividir as joias de minha mãe entre Carlisle e eu, e que nós decidiríamos o que faríamos com elas. Um colar de pérolas com safira me chamou atenção. Eu sabia que aquele colar era bem antigo e bem delicado, meus lábios se repuxaram em um sorriso ao notar que a sensação de que eu procurava algo havia sumido. Uma batida soou na porta, seguida pela voz do valete anunciando que a criada havia chegado com a água quente.

Eu autorizei a entrada e enquanto as criadas entraram com as jarras de água quente, eu enrolei a joia em um pano e guardei tudo de novo. Quando as criadas deixaram o quarto, fechando a porta assim que elas passaram, eu me despi e entrei na água fumegante. Para qualquer outra pessoa, essa água incomodaria ou machucaria a pele, mas eu era um dragão, filho e neto de outro dragão, o fogo não podia me machucar, pelo contrário, o calor me agradava demais.

Após a noite e uma boa parte da manhã toda em claro, eu acabei tirando um cochilo na tina, sendo acordado um tempo depois, Eu não sabia ao certo de quanto tempo, com uma batida na porta, sendo seguida de uma voz anunciando que eu estava atrasado e que todos tinham começado a se reunir na sala do trono. Á água já estava completamente fria, e puxando uma toalha do banco próximo a tina, eu deixei a mesma e me sequei. Eu tinha que me vestir o mais rápido possível, meu avô era insuportável quando o assunto era pontualidade! Me vesti o mais rápido que consegui, e abrindo a gaveta, peguei a joia embrulhada no pano, e guardei no bolso, para o caso de eu ter a oportunidade de dar a quem eu queria. Pronto, eu deixei o quarto correndo para a sala do trono.

O grande salão era algo monstruoso, que havia sido projetado pelo próprio Henry I, com uma aparência cavernosa, ele abriga tranquila mil pessoas para um banquete. Orientado de norte a sul, com janelas bem altas e estreitas nas paredes leste e oeste. Crânios de todos os dragões Swan já mortos, com exceção do majestoso Balerion, que tinha uma sala apenas para ele, adornava as paredes avermelhadas. Marcando o meio do salão, um longo tapete avermelhado seguia das grandes portas de carvalho e bronze até o imponente Trono de Ferro, que ficava em um estrado de ferro, elevado com degraus altos e estreitos.

Se o salão já era algo monstruoso, o trono não ficava atrás. Ele era uma monstruosidade assimétrica de espinhos e bordas irregulares de metais retorcidos. Construído por Henry I a partir das lâminas derretidas, torcidas entregues ou arrancadas das mãos de seus inimigos que caíram perante a ele. Canções eram entoadas de que foram necessárias mil lâminas para que ele fosse forjado pela chama de Balerion. Devido as espadas presas nas costas do trono, era impossível se recostar no assento, ele havia sido criado para ser desconfortável, já que Henry acreditava que um rei nunca deveria sentar-se de forma confortável. Mesmo após tanto tempo após a sua construção, algumas lâminas continuavam afiadas o suficiente para cortar.

Uma lenda assombrava o trono, quando a pessoa que se sentava nele, e apenas o rei, ou em sua ausência, a Mão do Rei, jamais a rainha ou mãe regente, começava a se cortar nas lâminas, acreditava que o trono estaria rejeitando a pessoa. Tanto que o rei Tyler I, conhecido como O Cruel, filho de Henry I com a sua esposa-irmã Sulpicia, havia sido morto pelo trono, já que o mesmo havia sido encontrado no trono com os braços abertos do pulso ao cotovelo em farpas irregulares, e com uma das lâminas atravessada no pescoço, emergindo sob o queixo. Por mais que vários culpados tenham sido considerados como sendo o possível assassinado de Tyler, muitos ainda acreditavam que o rei foi morto pelo próprio trono.

Para a minha sorte, o rei, meu avô, não tinha chegado ainda ao seu assento quando eu adentrei a sala, mas o meu irmão já estava com a esposa, grávida de seu quinto filho, sendo que apenas uma havia sobrevivido, a princesa Rosalie, que estava parada entre os dois. Do outro lado do trono estava a minha prima Gianna, com o seu marido Jacob Black, outra família que havia vindo junto aos Swan da Cária, com os seus dois filhos, Alec e Jane. Enquanto eu caminhava pelos tapetes andando para o meu lugar próximo ao meu irmão, eu notei as caras e bocas que Rosalie fazia para alguém enquanto aguardava pacientemente de pé em frente ao pai. Ao seguir o seu olhar, eu encontrei, nas primeiras filhas, o lorde Hightower com os seus dois filhos ao lado. O mais velho Mike e a mais nova a Isabella. O lorde conversava com o seu herdeiro e Isabella respondia a conversa silenciosa de Rosalie, sua melhor amiga, as duas viviam grudadas desde que ela chegara à corte por volta dos seus seis anos e não haviam se separado mais. Para a maioria dos lugares que uma ia, a outra ia atrás, e meu irmão e minha cunhada jamais se importaram com isso. A amizade de Isabella e Rosalie me fazia pensar duas vezes se o fato de um monarca ter amigos de verdade era falso.

A conversa entre as duas cessou por um instante quando eu passei a frente do seu campo de visão. Notei com o canto dos olhos que ela desvira os olhos da amiga e me olhou sorrindo. Desde que Isabella chegara à corte, eu notara que ela sempre fora educada e amorosa com qualquer um, você podia ofendê-la, que ela continuaria sendo educada e amorosa com você. Eu pisquei um dos meus olhos para ela e vi seu rosto ser consumido por um tom de vermelho vivo, como se tivesse ficado próximo demais de um dragão enquanto ele cuspia fogo, e desviou os olhos para frente envergonhada. Notei também que seu pai a olhou, e ao ver o tom avermelhado no rosto da filha, olhou para o corredor, me vendo e me encarando feio enquanto puxava a filha para o seu outro lado, trocando-a de lugar com o seu filho mais velho.

Assumi o meu lugar ao lado de meu irmão e eu apertei uma das bochechas de Rosalie, fazendo a rir, e Esme, amorosa como sempre, me olhou sorrindo. Pouco tempo depois, os arautos anunciaram que o rei estava entrando na sala, e logo em seguida ele foi aparecendo em nosso campo de visão, andando apoiado em uma bengala e com a ajuda de três vassalos, com certeza as suas joias pesavam, se bobear mais do que ele próprio. Com a ajuda dos vassalos, ele subiu as escadas e se sentou no trono, ajeitando-se para ficar o menos desconfortável possível, e eu notei um pequeno pergaminho em suas mãos.

- Boa... – ele limpou a garganta. – Boa noite. – ele fez a sua voz reverberar por todo o salão.

- Boa noite. – todos os convidados falaram em uníssono, fazendo o som reverberar por entre as paredes e os crânios de dragões mortos.

- Nós nos reunimos aqui esta noite, porque eu e o grande conselho decidimos quem irá herdar o reino de Andrômeda. – comentou. – Como todos sabem, meus dois filhos homens faleceram antes de mim, causando um pequeno tumulto na linha de sucessão. – ele limpou a garganta mais uma vez. – Mas antes de anunciar quem irá me suceder... Edward... – ele me chamou e eu virei o rosto na sua direção confuso.

- Majestade. – fiz uma reverência com a cabeça para ele.

- Parabéns pelos seus vinte e cinco anos, meu neto. – eu sorri para ele. – Que os sete continuem te abençoando e que coloquem um pouco de juízo na sua cabeça. – ralhou no final da frase e eu apenas sorri enquanto ouvi o meu irmão e prima gargalharem.

- Muito obrigado, meu avô. Muito gentil da vossa parte. –

- Agora, vamos ao que realmente importa... – sua coroa deslizou um pouco para o lado, caindo da sua cabeça, e um dos valetes se aproximou para ajeita-la. – Eu e os conselheiros nos reunimos e após muitas deliberações, nós decidimos quem irá ascender a rei de Andrômeda após a minha morte. – eu sabia que as chances de eu assumir eram nulas, principalmente tendo Carlisle a cima de mim, portanto eu não estava animado e tampouco ansioso, eu sempre soube que estava entre Gianna e Carlisle, sendo que eu já sabia que o próximo rei seria justamente o meu irmão, o conselho jamais permitiria que uma mulher ascendesse ao trono. – Quem irá me suceder no trono de Andrômeda... – ele olhou para todos os seus súditos parados a sua frente. Com toda a certeza, todo mundo ali já sabia quem iria herdar o trono de ferro. – Será Carlisle. – respondeu apontando para o meu irmão.

- É o que? – Gianna perguntou confusa ao ouvir a voz do nosso avô, em seu rosto estava anunciado que ela queria contra argumentar, mas um beliscão dado pelo seu marido, de forma bem leve e discreta em seu antebraço a fez se calar.

- Todos os lideres das casas presentes neste salão, devem, agora, jurar fidelidade ao meu herdeiro. – ordenou.

Um a um, o arauto ia lendo os nomes em seu grande pergaminho e chamando o líder de cada casa, para que ele viesse até a frente do trono, onde meu irmão se postou entre o povo e nosso avô sentado no trono. Um a um, eles se ajoelhavam no chão e juravam a sua fidelidade. Eram diversos lordes que estavam aqui, e nem estavam todos os lordes de Andrômeda, caso contrário, não caberia todos neste salão, de qualquer forma, isso demoraria muito tempo até acabar.

- Eu, Charlie Hightower... – ao ouvir a voz do pai de Isabella, eu abri os meus olhos, que eu nem sabia que tinha fechado, eu já tinha perdido as contas de quantas pessoas haviam jurado a sua fidelidade, mas sabia que ainda faltavam muitos. – E os meus filhos e toda a minha descendência, juramos fidelidade ao herdeiro escolhido do rei Marcus I Swan, declarando apoio ao futuro rei, Carlisle Swan, e a toda a sua família, em qualquer batalha ou conflito, passando por cima dos nossos próprios interesses. – eu tinha os meus olhos presos em Isabella, que ainda estava parada de pé, ao lado do irmão mais velho, enquanto o pai jurava fidelidade ao meu irmão. Após o lorde Hightower ter se levantado, mais um se ajoelhou e eu suspirei voltando para o meu martírio.

x.x.x

No dia seguinte uma justa foi organizada de última hora, e eu obviamente iria competir, não tinha ninguém que conseguia me derrotar em uma luta ou em uma justa. Os cavaleiros já estavam ficando a postos enquanto eu andava pela arena com a minha armadura negra, que era montada nos braços parecendo como escamas de dragões, e o símbolo da família, um dragão de três cabeças incrustado no peito. Eu tinha entregado a minha espada, a irmã sombria, presenteada a mim pelo meu avô na época do meu casamento, aquilo tinha sido a única coisa boa que o casamento havia me trazido.

Eu andava pelas tendas com o meu elmo em mãos enquanto observava os meus concorrentes. E tive a minha mente distraída ao sentir um cheiro de flores, não era normal sentir cheiro de flores no meio de tantos homens, mas a voz doce e suave, me provou, antes mesmo que eu olhasse, que não era um homem que exalava aquele cheiro maravilhoso de flores.

- Você precisa ser mais organizado com as suas coisas. – eu me virei e vi Isabella, parada próxima ao irmão mais velho, segurando o seu elmo entre as mãos. – O seu quarto está pior do que um chiqueiro. – ralhou com ele, o que me fez rir.

- Arruma ele para mim se você está incomodada. – usando o elmo, ela bateu na lateral da cabeça do irmão, e eu precisei morder o lado de dentro da minha bochecha para não gargalhar. – Desculpa. –

- Idiota. – ela xingou o irmão que terminava de se vestir com a ajuda de um valete que também se controlava para não rir. Das duas uma, ou Mike Hightower era fraco demais para apanhar de uma menina de doze anos, ou então lorde Hightower, fez algo que preste e ensinou o seu filho a não levantar a mão para uma mulher! Ela colocou o elmo sobre a cabeça do irmão, e por um milésimo de segundo eu senti inveja por não ter ninguém para fazer isso em mim, na verdade, eu não a tinha para fazer isso em mim.

O elmo de Mike cobria perfeitamente a sua cabeça e tinha uma torre incrustado no elmo, e a crina de penas azuis da cor da sua casa. Ouvi Isabella lhe desejar boa sorte, enquanto ajeitava o seu elmo e ele deixou a tenda indo para a arena e sua irmã caminhou para fora da mesma. O arauto anunciou o inicio da justa, e eu não tive tempo de ir atrás de Isabella, eu apenas peguei meu elmo e o coloquei sobre a cabeça. Como o do Hightower, que deixava exposto a casa que ele pertencia, o meu também, que além de ter a cabeça de um dragão incrustado na frente, tinha um par de asas de dragão abertas, além da crina comprida e vermelha.

Eu via o palanque principal, que ficava no meio da arquibancada, onde estava o meu avô, no centro, cercado pelos seus conselheiros em volta. Charlie estava sentado ao lado de Charlie e Jacob, na fileira abaixo de nosso avô, Jacob tinha ao seu outro lado a sua esposa, a minha prima Gianna. Charlie era viúvo, a um bom tempo, pelo que eu me lembrava e jamais havia se casado novamente, já Esme, jamais gostara desse tipo de esporte, achava que era uma violência gratuita e ela preferia não assistir. Na fileira abaixo estava as crianças. Rosalie e Isabella, estavam sentados cada uma na frente de seus respectivos pais, e Alec e Jane sentados a frente de seus pais também.

Havia chegado a minha vez de escolher com que eu iria duelar, e eu não pude deixar de escolher outra pessoa além do próprio Hightower. Eu gostava de provocar Charlie, como dizia o meu irmão, era o meu esporte favorito, e eu não podia negar. Eu avisei ao arauto quem eu estava desafiando e montei em meu cavalo.

- Para o seu primeiro desafio, o príncipe Edward Swan, escolhe sor Mike Hightower. O filho mais velho do lorde Charlie Hightower. – obviamente era o seu filho mais velho, até porque eu jamais desafiaria Isabella a uma justa. Meus olhos foram para o palanque, e vi Charlie me olhando furioso, ele sabia que eu havia escolhido o seu filho de propósito e que ele não tinha condições de me vencer, provavelmente temia que eu acabasse matando o seu filho, mas não. Mike duelaria comigo e sairia vivo, ele não morreria pelas minhas mãos.

Em cima de Belfast, e peguei com o escudeiro a lança de madeira de ponta oval, apenas para que derrubasse o meu oponente e não o perfurasse. ajeitei o cabo da lança debaixo de meu braço enquanto observava Mike, do outro lado da pista, terminando de se ajeitar. Com ele pronto, o arauto permitiu o início da justa e eu esporei Belfast para que corresse para frente, na mesma direção que Mike vinha até o meu encontro. Ao mesmo tempo em que a minha lança acertou em cheio o peito de Mike, partindo-se ao meio, a sua também me acertou, e nenhum dos dois caíram no chão, o que configurava que havia mais uma disputa. Ao chegar ao final da pista, o escudeiro já estava pronto para me entregar outra lança.

Eu nunca soube perder, e não perderia justamente para um Hightower, que dizer, a única que eu aceitava perder seria para Isabella, e para nenhum outro. Na justa não haviam regras, portanto, era normal trapaças. E ao me aproximar mais uma vez de Mike, ao invés de mirar a lança em seu peito, eu abaixei a coluna, acertando as pernas dianteiras de seu cavalo, fazendo com que os dois caíssem no chão. A única regra da justa era que o cavaleiro que caísse no chão primeiro perderia. E Mike caíra no chão, e de cara ainda.

Eu ouvi as exclamações de nervoso da plateia ao chegar no final da pista. Eu parei Belfast e o virei de frente para a arena e vi que dois escudeiros estavam agachados ao lado de Mike, enquanto um terceiro segurava e tentava acalmar o seu cavalo. Meus olhos foram imediatamente guiados até o palanque, encontrando tanto Isabella quando o lorde Hightower de pé, e a preocupação da menina para com o irmão era palpável. Muito inteligente, Edward, como você quer que a garota goste de você, se você quase mata o irmão dela? Perguntei mentalmente enquanto engolia em seco, vendo a demora de Mike de se levantar do chão.

Eu havia prometido a mim mesmo que Mike não morreria em minhas mãos, mas o meu ato poderia tê-lo feito cair de mal jeito e quebrado o pescoço, e se isso tivesse acontecido, eu tinha certeza de que ela jamais olharia para mim de novo.

Com a ajuda dos escudeiros, Mike se levantou, vivo enquanto tirava o elmo. Eu tentei ser o mais discreto possível ao suspirar aliviado ao ver o garoto vivo. Seu rosto estava completamente vermelho e ele estava arfante, mas estava vivo! Seus olhos percorreram a arena, provavelmente me procurando, ao me encontrar, ele apontou na minha direção, e mesmo que estivesse arfante, ele riu.

- Eu quero uma revanche! – ele berrou para que eu pudesse ouvi-lo.

- Mike. – a voz de Charlie soou grossa e furiosa enquanto ele repreendia o filho, que o ignorou e continuou rindo.

- Quando quiser! – berrei para ele de volta, e enquanto ele deixava a arena capengando e com a ajuda dos escudeiros. Eu olhei para Isabella de novo, ela permanecia de pé, mas era palpável o quanto ela estava mais calma e aliviada ao ver que irmão estava bem.

Ela voltou a se sentar ao lado de Rosalie e eu deixei a arena, voltando para as tendas onde os cavaleiros esperavam. De lá eu conseguia ver diversas coisas. Eu vi o cavaleiro dos Stewart pedindo a prenda a minha prima Gianna. O cavaleiro dos Webber pediu a prenda a Rosalie, e a cada cavaleiro morto, eu via que Isabella virava o rosto para não ver, e ficava com o rosto virado ou com os olhos fechados até que o corpo fosse removido e mais serragem colocada em cima da poça de sangue que se formara. Eu só não sabia se ela não olhava era de nervoso ou de nojo pelas mortes. Próximo ao final do torneio, a serragem do chão da arena, era mais sangue do que outra coisa, e realmente, aquilo estava ficando muito nojento.

- E desafiando o príncipe Edward... – ao ouvir o meu nome, eu desviei os olhos de Isabella e olhei para o arauto. – O sor Eric Webber de Cygnus. – eu peguei o meu elmo e caminhando até o meu cavalo, onde o escudeiro segurava as rédeas de Belfast e a minha lança.

Eu subi em meu cavalo, colocando o meu elmo e peguei a lança de um dos escudeiros, e antes de assumir o meu posto em um dos pontos da pista, eu trotei com o meu cavalo até o palanque, minha sobrinha fora a primeira a se levantar, até porque de onde ela se sentava, com a amiga, ela não conseguia ver quem estava debaixo do palanque, onde eu estava.

- Lady Hightower. – eu a chamei e em pouquíssimos segundos ela apareceu no meu campo de visão, ao lado da minha sobrinha. – A senhorita me dá a honra de carregar a vossa prenda? – perguntei esticando a ponta da lança. Ela sorriu antes de se virar de costas, ela demorou um tempo antes de voltar de frente para mim, provavelmente havia visto nos olhos de seu pai a repreensão de forma discreta, mas ele sabia melhor do que ninguém que uma prenda jamais era negada a um cavaleiro.

- Boa sorte, alteza. – desejou colocando a coroa de flores e fitas azuis, na ponta da lança, que deslizou até a base.

- Com a vossa prenda, tenha certeza de que terei muita boa sorte. – eu ajeitei a lança em meu braço e voltei ao meu lugar.

O arauto deu início a justa e eu ajeitei mais uma vez a lança debaixo de meu braço. O cavalo do Webber avançou na minha direção, e eu esporei o meu na sua, ao nos encontramos no meio da arena a ponta da minha lança acertou primeiro o peito do cavaleiro Webber, e com um único e limpo golpe, ele caiu de costas no chão, enquanto o seu cavalo continuava em disparada até o final da arena, onde os escudeiros o seguravam.

Furioso, ele se ergueu do chão, jogando o elmo longe sobre os sons dos aplausos e assobios da plateia, e no palanque Rosalie e Isabella estavam de pé aplaudindo junto com a multidão.

x.x.x

Alguns dias tinham se passado depois das justas, e eu ainda não havia conseguido dar o colar a quem eu desejava, ainda não tinha conseguido estar sozinho com ela de novo. Eu estava andando pelo castelo quando encontrei Isabella andando sozinha pelos corredores, eu achava que era a primeira vez que a via sem Rosalie ao seu encalço. Eu notei que o filho mais velho do lorde Strong, andando a alguns passos atrás dela. O lorde Strong e nenhum de seus filhos jamais me cheiraram bem, e seguindo a minha intuição, eu segui os dois discretamente.

Isabella andava pelos corredores bem absorta em seu caminho, eu notei que ela caminhava até o Septo. Ela nem deveria notar que alguém a estava seguindo, mais o filho do Strong, sabia que estava fazendo algo de errado, pois volta e meia, olhava para trás, e eu conseguia me esconder entre as armaduras, corredores e passagens antes que ele visse que eu o seguia. A filha do Hightower chegou ao pequeno septo que estava vazio e caminhou até o altar da Mãe. O filho do Strong olhou para trás mais uma vez, vendo que não tinha ninguém atrás dele e tentou entrar no septo, e eu o puxei para fora, pelo colarinho da blusa, o pressionando atrás da porta de madeira grossa onde ninguém conseguiria nos ver.

- Eu posso saber o que você pensa que está fazendo? – questionei com a voz baixa para que ela reverberasse pelas paredes e fizesse eco que chegasse até Isabella.

- Nada... – respondeu com a voz gaguejando e em seus olhos eu via o puro desespero por ter sido pego. – Eu apenas vinha acender uma vela. –

- Ah é mesmo? Eu nunca vi ou soube de você vindo até o septo. – ironizei, ele tentou falar algo, e eu o pressionei mais ainda contra a parede. – Acha que eu sou idiota? –

- O senhor? Claro... Claro que não alteza, muito longe disso. –

- Então não me tome por um. Eu vi você seguindo a senhorita Hightower e eu quero saber o motivo! – ele abriu e fechou a boca algumas vezes. – Caso queira, eu posso chamar o lorde Hightower e você explica a ele o motivo de estar seguindo a filha dele. – sugeri e ele continuou sem me responder. – Presta bastante atenção no que eu vou te falar, porque eu vou falar apenas uma vez. – alertei. – Eu não ligo se o seu pai é um membro do pequeno conselho do meu avô, e tampouco me importo com o fato de seu pai ser amigo do meu irmão e provavelmente continuar no pequeno conselho quando ele assumir. Se eu vir você perto dela de novo... – eu pressionei o pomo da minha espada, que estava presa em minha cintura, contra a sua barriga. – Eu corto a sua cabeça fora. – falei entre os dentes e ele engoliu em seco. – Entendeu? – ele apenas balançou a cabeça repetidas vezes concordando. – Ótimo. Conte ao seu pai se quiser, ao rei, ao meu irmão. Conte a quem quiser, e eu corto a sua cabeça do mesmo jeito. – eu o soltei. – Some daqui. – mandei me afastando e ele tratou de correr para longe de mim, contudo, acabou tropeçando em seus próprios pés e derrubando um castiçal que tinha as velas apagadas, fazendo o barulho ecoar por todo o corredor e pelo septo.

- Quem está aí? – eu ouvi a voz de Isabella vindo lá de dentro e eu saí de detrás da porta aparecendo em seu campo de visão. – Alteza... O que houve? – questionou.

- Nada. – respondi me aproximando e notei que ela tentou se afastar alguns passos discretamente. Ótimo, agora ela acha que eu estava seguindo-a e vigiando-a. – O... – suspirei sem saber se deveria ou não contar a ela, resolvi contar. – O filho do lorde Strong estava te seguindo. – ela suspirou se sentando no banco que tinha em frente ao altar da mãe, com diversas velas acesas. – Eu... Eu senti algo estranho e vim atrás e o mandei embora. –

- Obrigada. – ela agradeceu. – Mesmo eu sabendo que não irá adiantar muito. –

- Como assim? –

- Não é a primeira vez! – respondeu em um fio de voz. – Eu já falei com o meu pai, o pai dele já mandou ele parar, e ele não para. – explicou.

- Com licença. – pedi, ajeitando a bainha da minha espada ao me sentar ao seu lado. – O que ele quer? –

- Quer que eu aceite a proposta dele. Mesmo meu pai já tendo negado. – deu de ombros. – Ele fica tentando me convencer a fazê-lo mudar de ideia. Quer dizer... Ele fica me ameaçado a convencer o meu pai mudar de ideia. –

- Mas a senhorita quer... – perguntei temendo a resposta.

- Que a Mãe me livre. – interrompeu-me apontando com a cabeça para a estatua da Mãe a nossa frente.

- Bom. – não consegui evitar um sorriso. – Tenha certeza que agora ele não irá se reaproximar. Talvez eu tenha o ameaçado e dito que caso ele se reaproxime eu... Corto a cabeça dele.  – respondi sem jeito e ela riu.

- Talvez? – provocou. – O senhor sabe quem é o meu pai, não sabe? – perguntou e eu olhei para ela sem entender. – Ele adora falar mal do senhor. – quem rira agora fora eu. – É o esporte dele. –

- E o meu é provoca-lo. – rebati e ela sorriu ficando com as bochechas coradas. – O que veio fazer aqui? – perguntei e ela suspirou e eu notei que ela tinha uma vela apagada em mãos.

- Eu gosto de vir aqui, me faz ficar um pouco mais perto da minha mãe. – respondeu olhando para as várias velas acesas no altar. – É o único momento em que somos apenas eu, ela e os deuses. –

- Então eu vou deixa-la sozinha. Não quero incomodar. –

- O senhor não incomoda. – disse quando eu fiz menção de me levantar, eu olhei para ela e via em seus lábios avermelhados um sorriso caloroso.

- De qualquer forma, eu tenho outras coisas para fazer. – eu não queria ir, mas também não queria que alguém visse e inventassem fofocas sobre ela. – A propósito... – comentei após me levantar. – Eu... Eu tenho uma coisa para a senhorita. – seu olhos castanhos piscaram confusos.

- Uma coisa para mim? – perguntou e eu assenti. – O que? – questionou se levantando do banco. Eu enfiei a mão dentro do bolso da minha jaqueta e tirei o pano, que eu carregava comigo desde o dia do meu aniversário, esperando apenas pela oportunidade de dar a ela. Ela tinha os olhos presos no pano e eu o descobri, revelando o colar. – Não! – disse simplesmente. – Não... Não... Eu... Eu não posso aceitar. –

- Por que não? –

- O que as pessoas irão dizer caso saibam que eu aceitei um... Um presente desse tipo do senhor? – rebateu. – Não... Perdoe-me, mas eu não posso. –

- Ninguém precisa saber. – respondi em um fio de voz.

- Por que o senhor está me dando isso? –

- Estava olhando as coisas que eu ganhei da minha mãe quando ela faleceu e ao ver este colar eu... Eu só consegui pensar na senhorita. – ela piscou os olhos para mim sem entender nada. – Ele combina muito com a senhorita e é uma pena ele ter que ficar trancado na minha gaveta. –

- Mas... Era da sua mãe. – comentou em um fio de voz.

- Sim, para que eu desse a quem eu quisesse. – ela continuou negando com a cabeça.

- Eram as joias de uma princesa, eu definitivamente não posso aceitar. –

- E vai deixa-lo estragar na minha gaveta? –

- Caso eu aceite, ele irá estragar na minha. Meu pai sabe toda e qualquer peça de roupa e joias que eu tenho, ele saberá que não foi ele quem me deu. – explicou. – Dê... Dê para a vossa esposa. –

- Não me lembre que eu tenho uma esposa. – pedi torcendo o nariz. – Eu quero esquecer. –

- Mas o senhor tem uma esposa! –

- Não uma que eu escolhi. E tampouco uma que eu gosto. – respondi olhando no fundo dos seus olhos. Aproveitando-me de seu momento de distração, eu dei dois passos para trás dela e repousei o colar em seu colo, deslizando delicadamente os seus cabelos macios, sentindo o cheiro de flores vindo deles, para o lado e fechando-o em sua nuca.

- Alteza... –

- Veja como um presente da casa mais antiga da Cária para a casa mais antiga de Andrômeda. – ela levou as pontas dos dedos, tocando na moldura de ouro que segurava a pedra de safira. – E qualquer coisa, diz que a princesa lhe emprestou. –

- O senhor é inacreditável. – comentou sorrindo e eu também sorri. – Muito obrigada, já que insiste! –

- Insisto e além de insistir eu posso obriga-la a aceitar. – brinquei e ela continuou sorrindo. – Não quero chegar a ponto de eu ter que obriga-la a algo. – eu olhei para o seu colo, para onde o colar repousava e se adequava perfeitamente. – Eu disse que combinaria perfeitamente com a senhorita. – ela sorriu ficando com as bochechas rubras, e eu não consegui controlar a minha mão que seguiu para as suas bochechas, acariciando-a e sentindo a quentura nelas, devido ao sangue que se acumulava, mais ainda, naquela região. – Agora eu realmente preciso ir. – ela apenas assentiu e não conseguindo controlar o meu corpo, eu abaixei um pouco a coluna e beijei sua bochecha, e com os olhos atônitos ela ficou me observando enquanto eu deixava o septo.

Eu não sabia ao certo quando foi a primeira vez que eu tinha enxergado Isabella Hightower como uma mulher e não como uma criança, eu já era casado há dois anos com a filha de um dos lordes do Vallis, um casamento completamente obrigado pelo meu avô, o qual eu havia sido convencido pelo meu irmão, mesmo que eu não compactuasse com isso e era completamente contra, mas infelizmente foi impossível evitar, e mesmo após dois anos de casamento, sem nenhum filho, eu comecei a olhar para Isabella com os mesmos olhos, eu a queria em minha vida, contudo não como uma amante ou um caso de apenas uma noite. Eu simplesmente não sabia explicar, jamais havia sentido algo desse tipo, mas eu queria Isabella pelo resto da minha vida como a minha esposa, a minha princesa. Eu sabia que Charlie jamais permitiria isso, ele jamais gostara de mim. E eu estava disposto a esperar o tempo que fosse necessário e faria o possível para impedir que o lorde Hightower a casasse com outro homem, nem que eu tivesse que matar pretendente por pretendente que aparecesse em meu caminho.

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