sexta-feira, 31 de março de 2023

Capítulo 34.

                                                                           Tulsa – Oklahoma.

2019.

Bella.

Os meses foram se passando e tudo aconteceu na mais completa paz. Edward vendeu em menos de duas semanas a sua casa para o prefeito, que prontamente colocou a dele a venda. Para que ele não precisasse viajar para resolver problemas da empresa, caso surgisse, ele resolveu abrir uma pequena filial na cidade, o que fez o prefeito entender que Edward passaria a "morar" aqui, e eu não duvidava nada de que na cabeça dele, ele teria um arquiteto a disposição a qualquer hora do dia.

Assim que eles terminaram de se mudar para antiga casa de Edward, eu fui praticamente intimada a ir até lá e dar vida aquele quintal, o que me ocupou dois dias inteiros, mas eu dei vida aquele jardim, uma coisa que eu queria fazer desde que havia visto aquela casa a primeira vez.

O verão estava acabando, faltavam dez dias para o outono começar e com isso a minha ida para o submundo, eu estava nervosa, arrependida não, mas nervosa eu estava e muito, eu não via as garotas e nem Cerberus desde a confusão com o semideus, filho de Zeus, e eu estava com saudades dos três. Edward havia descido algumas vezes nesse meio tempo, mas não passava mais do que três dias fora de casa.

Nós iríamos, assim que amanhecesse para a Grécia, por mais que ainda faltassem dez dias para descermos, Edward não havia desistido da ideia de abrirmos a loja em Atenas, e não era nenhuma novidade de que ele já havia deixado tudo pronto e agora só teríamos que arrumar as coisas e nos acostumarmos com o lugar.

Eram por volta das três da manhã e eu não conseguia dormir. Não tinha mais nada para fazer, eu já havia arrumado, não apenas uma, mais duas pessoas para trabalhar na floricultura enquanto eu estava fora e para ajudar a Bree, mesmo ela ainda sendo bem nova, seria ela quem ficaria encarregada da loja e a única que teria acesso ao meu quintal, principalmente por ela ser a única que eu confiava plenamente para vir até a minha casa. Edward me convenceu a colocar o contador da sua empresa para tomar conta da floricultura, e do mesmo modo, colocou o contador para cuidar da loja de Alice, que também havia arrumado umas duas pessoas para cuidar da loja, e estava pensando em arrumar mais uma ou duas.

Eu estava sentada em meu jardim, na cadeira que tinha ali debaixo da Bougainville, uma xícara de café quente estava parada na mesa a minha frente e meu cotovelo estava apoiado na mesa e meu rosto apoiado em minha mão, enquanto eu tamborilava a ponta dos meus dedos na porcelana da caneca. Senti algumas mechas do meu cabelo sendo colocadas para o lado e antes que tivesse tempo de virar o rosto e confirmar quem estava ali atrás, eu senti o rosto de Edward encostando em meu pescoço e ele respirou fundo, fazendo a sua pele batendo em minha pele e me causando um leve arrepio.

- O que está fazendo acordada a essa hora? – questionou beijando o meu pescoço antes de sair detrás de ir e sentar na cadeira ao meu lado.

- Eu perdi o sono! – admiti.

- E isso tem haver com a nossa viagem de amanhã? – perguntou e eu notei que ele tinha se sentado ao meu lado trajando apenas uma calça de moletom, por mais que estivéssemos nos aproximando do outono, e os dias começavam a ficar mais curtos e mais frios, ele não parecia se importar com isso.

- Acho que sim! – admiti.

- Já disse que se não quiser ficar no mundo inferior, é só não ficar! –

- Não é essa a questão! – me apressei em dizer e ele ergueu a sobrancelha, esperando que eu terminasse de falar. – É questão de no final das contas não... Não haver uma adaptação. –

- Uma adaptação sua no submundo? –

- Ou uma adaptação do submundo comigo lá! – ele levou a mão ao rosto rindo. – Eu estou falando sério! –

- Amor. A sua vida no submundo não vai interferir em nada, se fosse na época da Perséfone, até iria, mas com você não! –

- E as garotas, vão se adaptar ao fato de eu do nada passar a ficar durante seis meses direto lá embaixo? – ele balançou a cabeça sorrindo. – Qual é a graça? –

- É que você não escuta... Mas as duas estão me enlouquecendo querendo saber quando você desce! Então, sim, elas vão se adaptar ao fato de você ficar seis meses lá embaixo. Elas estão bem ansiosas para isso! –

- E quanto aos outros moradores no submundo? –

- O que tem? –

- Eles estão ansiosas para a minha ida? –

- E quem liga para eles? Eles não palpitam em nada, e tampouco morando no castelo, portanto, as chances de você vê-los serão praticamente nulas. – eu bufei. – Agora, já que a senhorita, não quer dormir, faltam poucos dias para o seu aniversário! –

- E vocês comemoram aniversário? – ele revirou os olhos.

- Não é só porque nós não comemoramos, que você não comemora. –

- Eu não ligo para isso! Então, não precisa fazer nada. –

- Nada... Ou você simplesmente não quer que eu te dê nenhum presente? –

- Eu realmente não quero! Eu não ligo! Já sabe que eu só tinha a Alice de amiga, então os meus aniversários sempre eram a mesma coisa todo ano. Pizza, cinema e no final um bolo de chocolate. Eu realmente não ligo! Se quiser sair para jantar, podemos, mas apenas isso! Sem bolo e principalmente sem presentes! –

- Tudo bem! Estaremos em Atenas, eu sei um lugar que você vai adorar. –

- E se quiser cozinhar para mim, não vou reclamar... Principalmente se estiver fazendo isso sem roupa! –

- As suas filhas querem participar. –

- Eu aceito vestido! – ele balançou a cabeça rindo.

- Venha amor, vamos dormir, que daqui a pouco temos um avião para pegar. –

- Eu estou sem sono. – admiti quando ele se levantou e esticou a mão para mim.

- Vem! – ele me chamou com a mão de novo e eu segurei a sua mão.

Eu me levantei da cadeira, e ele pegou a minha caneca, que ainda tinha um pouco de café, agora frio, e foi me guiando para dentro de casa, pela porta da cozinha. A minha xicara foi colocada dentro da pia e eu tranquei a porta que dava para o jardim dos fundos, e ele foi me guiando até o quarto, me livrei de meus chinelos e me deitei na cama, com ele ao meu lado. Deitei a cabeça em seu peito desnudo e ele me abraçou forte, devagar, com a ponta dos dedos, ele foi massageando o meu couro cabeludo, eu não sabia se era o cansaço, já que eu estava cansada, mas sem sono, mas aos poucos, devido ao cafuné, o sono foi aparecendo, até eu ter dormido com a cabeça em seu peito.

Quando amanheceu, eu despertei de novo com um cafuné em minha cabeça, aninhei a minha cabeça contra o peito de Edward de novo e recebi um beijo em minha testa. Nós ficamos assim, comigo recebendo carinho por mais alguns minutos, até termos que levantar e irmos embora. Ele desceu, avisando que iria preparar algo para comermos no café da manhã e eu fui tomar um banho e colocar uma roupa confortável para ficar mais de meio dia dentro de um avião, por mais confortável que o jato que Edward tinha, ainda assim cansava ficar dentro de um por tanto tempo.

Como eu iria ficar a maior parte do tempo no mundo inferior, eu não iria levar tantas roupas assim, mas de qualquer forma as poucas malas que eu iria levar, já estavam no andar debaixo da casa. Enquanto tomávamos café, eu mandei uma mensagem a Alice, perguntando se ela já estava pronta, ou se ainda iria demorar muito, e não foi nenhuma surpresa ela falar que tinha acabado de acordar, e com o barulho da minha mensagem. Jasper não estava em Tulsa, na verdade já tinha quase dois meses que ele estava na Grécia, eu havia chamado e insistido para que ela dormisse aqui em casa, mas ela recusou, ainda não tinha terminado de arrumar as suas coisas.

Terminamos de tomar café e Edward foi se trocar e enquanto eu lavava a louça, eu ia apressando Alice por mensagens no Whatzapp. Com a louça lavada, seca e guardada, eu subi para o quarto de novo para terminar de me arrumar. Enquanto Edward levava as poucas malas que iriamos levar, para o carro, eu fui verificando janela por janela, para ter certeza de que elas estavam fechadas e bem trancadas, e terminando pelas portas, tanto a que dava para o quintal dos fundos e terminando na porta da frente, trancando-a bem. Bree havia se oferecido para ficar de olho na minha casa, enquanto ela viria colher as flores no meu jardim, e de vez enquanto ela abriria um pouco as janelas apenas para arejar a mesma, e se ofereceu para fazer o mesmo com a casa de Alice sempre que desse.

Eu já tinha feito uma cópia para Bree, tanto do portão de casa, para que ela pudesse ir até o meu jardim, e da porta dos fundos, caso ela precisasse pegar algo lá dentro ou então arejar a casa do jeito que ela havia dito. A chave da loja ela já tinha há bastante tempo. Com a casa toda trancada e entramos no carro e eu continuei apressando Alice enquanto Edward ia dirigindo até a sua casa. Depois de chegarmos lá, ainda tivemos que ficar esperando pela mesma.

Depois de meia hora, nós seguimos para o pequeno aeroporto de Tulsa, para que pudéssemos embarcar no jato que já estava pronto e a postos esperando por nós.

...

Nós chegamos em Atenas bem tarde, no meio da madrugada, eu e Alice estávamos exaustas, eu queria apenas um banho morno e dormir, mas Edward não permitiu que nós dormíssemos, até comermos alguma coisa. Eu não podia negar que estava com fome, mas o cansaço era maior que a fome. Nós comemos um lanche, feito por Edward, enquanto eu tomava um banho e colocava um pijama confortável. No dia seguinte nós não saímos do apartamento, iriamos tirar o dia para descansar.  

No nosso segundo dia na cidade, Edward perguntou se iriamos querer conhecer as lojas que ele havia arrumado para nós duas. Ao contrário de Tulsa, as duas ficavam lado a lado na mesma rua. Nós deixamos o apartamento um pouco depois do café da manhã, as lojas ficavam bem no centro de Atenas. Eu pensava que entendia o motivo de Edward ter sugerido tanto termos ficado no centro do capital, tirando as ruas ao redores dos pontos turísticos, era o centro de uma capital igual ao todos os outros, o que até lembrava um pouco o centro de Tulsa, só um pouco mais caótico.

As duas lojas ficavam levemente afastadas do centro da cidade, ficando no bairro de Plaka, um dos bairros turísticos de Atenas, onde ficavam as lojas de grife e coisas do tipo. Naquele bairro não passavam carros, as ruas eram estreitas demais para os carros, principalmente com manequins e prateleiras sendo colocadas nas portas das lojas. As duas lojas eram as mais visíveis quanto a reformas das fachadas, por mais que todas estivem impecáveis, era visível que Edward tinha mexido nas lojas antes de virmos, e provavelmente já tinha deixado tudo pronto, para que quando chegássemos só colocássemos, ou as roupas da Alice, ou as flores, no meu caso.

Ele destrancou primeiro a loja de Alice, ela havia sido feita quase do mesmo jeito que havia sido feita em Tulsa, com a mesma disposição das prateleiras e manequins. As vitrines, que ocupavam uma grande parte da parede frontal da loja, estavam cobertas com um papel preto, para que ninguém ficasse de olho do lado de dentro. Com Alice olhando e começando a analisar a disposição de sua loja, Edward segurou-me pela mão e me levou para a loja ao lado, ele abriu a porta para que pudéssemos entrar. E diferente da loja da Alice, a minha estava completamente diferente da minha em Tulsa, e o comentário que Edward havia feito na primeira vez que havia reformado a minha loja eu tinha ideias de fazer outra coisa, caso a loja fosse maior, e provavelmente havia sido isso o que ele fez. Nos fundos da loja tinha um depósito, ou galpão, enorme cheio de flores, as mesmas, ou a maioria, que eu tinha em Tulsa.

- Como isso é possível? – perguntei andando pelos caminhos que separavam os canteiros de flores.

- Eu disse. Zeus está te recompensando por tudo o que ele fez, ou melhor dizendo, pelo que ele permitiu acontecer. –

- Então ele praticamente criou uma espécie de estufa enorme onde brota e nasce tudo que eu plantar? –

- Praticamente! – eu ergui uma sobrancelha. – Digamos apenas que o solo desse depósito é um solo sagrado, então qualquer coisa que você plantar, vai nascer, e um tempo mais rápido do que se fosse plantado em um lugar normal. –

- E ninguém vai achar estranho, em pleno inverno grego ter uma floricultura aberta? –

- Não! – respondeu simplesmente me fazendo rir.

- Vocês são loucos! –

- Somos imortais com mais de quatro mil anos, se mantivéssemos a nossa sanidade seria algo épico! – ele riu e eu balancei a cabeça rindo, e ouvi uma musiquinha baixa tocando, Edward pegou o telefone do bolso e fechou os olhos respirando fundo. – E fica mais difícil ainda manter a sanidade depois de ter dado o telefone pro O’Brien. –

- O que ele quer? Você não terminou toda a reforma? –

- Sim! – resmungou atendendo o telefone. – Oi. – ele afastou o telefone um pouco da boca. – Eu já volto. – eu apenas assenti e ele se afastou, voltando para a porta da frente da loja. – Não vai ser possível, eu estou fora do país e só devo voltar daqui a seis meses! – eu ouvia a voz dele vinda da loja enquanto eu andava pelo galpão. – A Bella está comigo, e ela também só volta daqui a seis meses! –

Conforme eu ia andando pelo galpão a voz de Edward foi ficando mais baixa, até que eu mal o ouvia. Eu havia adorado esse depósito, por ele ser completamente fechado, com apenas alguns pequenos basculantes nas paredes, altos, próximos ao teto, de onde entravam pouquíssima claridade, aquele lugar parecia quase que uma perfumaria devido aos diferentes cheiros e aromas vindos das flores. Eu estava tão absorta olhando as flores, que eu nem ouvia mais a voz de Edward ou o barulho que vinha das ruas.

- Oi mãe! – eu ouvi uma voz bem ao meu lado, que me faz dar um pulo e soltar um pequeno grito, devido ao susto. Eu me encostei na parede atrás de mim, enquanto sentia o meu coração bater aceleradamente dentro do meu peito.

- O que houve? – Edward apareceu na porta do galpão, cobrindo o telefone com a mão. – Melinoe, não assusta a sua mãe! –

- Foi sem querer! – pediu, mas eu ouvi o tom de diversão em sua voz.

- Eu nunca vou me acostumar com isso! – reclamei ainda encostada na parede, enquanto Edward se afastava de novo e Meli ria. – Pelo amor de Deus, menina, quase infartei! – reclamei de novo e ela gargalhou.  

- Oi mãe. – ela se aproximou de mim, praticamente saltitando e com os braços abertos.

- Oi Meli. – eu a abracei e ela retribuiu o abraço apertado e forte, muito forte. – Meli... Está... Machucando. –

- Oh desculpa. – ela me soltou, levemente constrangida.

- Como você está? Como passou esses meses? –

- Bem! –

- Achei que tivesse dito que não era para nenhuma das duas deixaram o mundo inferior até eu voltar. – Edward falou, se fazendo presente, enquanto se aproximava de nós guardando o telefone no bolso de sua calça.

- Tecnicamente o senhor disse que não era para nenhuma de nós duas deixarmos o mundo inferior e irmos para Tulsa, até o senhor voltar. – rebateu ela e Edward apenas ergueu uma das sobrancelhas. – O senhor nunca disse nada sobre subir quando vocês chegassem em Atenas. –

- Engraçadinha, você em... – ironizou e ela riu. – Está tudo bem lá embaixo? –

- Sim. Não tivemos nenhum problema, ninguém tentando fugir, nenhum semideus idiota tentando entrar, tudo na completa paz da morte! –

- Se tem uma coisa que, mais de oitenta por cento das pessoas que estão no mundo inferior, não tem é a completa paz da morte! – Edward ironizou. – E sua irmã? –

- Lá embaixo. Nem sabe que eu subi! –

- Qual é a dificuldade que você tem de obedecer a sua irmã? –

- Ela é pior que o senhor! – respondeu e eu me controlei para não rir e ele me encarou.

- Pois bem. Já viu a sua mãe. Agora volte para os seus afazeres que em menos de uma semana ela está lá embaixo. –

- Tá bom... Tá bom... – resmungou ela, me abraçando forte de novo, dessa vez maneirando um pouco na força para não me machucar. Eu retribuí o seu abraço e beijei a sua cabeça e ela sumiu de novo.

- Eu, definitivamente, nunca vou me acostumar com isso. – comentei. – E o que o prefeito queria? – perguntei me aproximando dele e abraçando-o pelo pescoço, e ele passou os braços pela minha cintura.

- Perturbar! Só que dessa vez queriam perturbar você também! –

- Estou de férias! – brinquei e ele riu.

- Foi o que eu disse. E ainda tive que ouvir um e quem tira seis meses de férias? – ele revirou os olhos.

- Então... Quais são os planos agora? –

- Irmos almoçar. –

- É uma boa ideia, estou começando a ficar com fome. –

- Então, nós vamos almoçar, daqui a dois dias é o seu aniversário e semana que vem nós vamos para o submundo e Alice vai tentar passar alguns dias no Olimpo. E eu apostei com o Jasper que ela vai pedir para descer antes mesmo de completar vinte e quatro horas. – comentou e eu balancei a cabeça rindo. – Alice não vai aguentar Hera. Talvez ela se dê bem com Afrodite, mas com as outras, eu duvido muito! –

- Mas ela vai ficar o dia inteiro lá? Tipo, direto? –

- Não sei. Jasper está pensando primeiro em ver o quanto ela aguenta por algumas horas, até pensar em deixar o dia inteiro. E ele está pensando em pedir para você ficar algumas horas com ela lá em cima, e eu estou tentando a não deixar! –

- E você tem que deixar? – perguntei.

- Tenho! – eu levantei, não apenas uma, mas as duas sobrancelhas para ele. – Até porque Hera, nunca gostou de Perséfone e também não está feliz por termos te dado a ambrosia, e tecnicamente a lei de não ferir nenhum outro deus, não aplica a você, e porque eu tenho certeza que se você ficar dois minutos lá em cima você se arrepende de ter tomado a ambrosia e resolve voltar para Tulsa. –

- Por que as pessoas odiavam Perséfone? –

- Basicamente é só a Hera, do mesmo jeito que ela odiava e odeia todos os filhos que Zeus teve com outras mulheres... E matou a maioria dos semideuses. –

- Quero subir mais não! – ele riu me abraçando a minha cintura mais forte.

- Mas não se preocupe. Terá outras oportunidades de você ir até o Olimpo, ou de conviver com eles. –

- Eu... Eu já convivi uma vez, não é?! Não sabia, mas não teve nada demais e... –

- E você conviveu com eles fingindo ser mortais. Não com eles sendo eles mesmos! –

- Será você quem vai me fazer com que eu me arrependa. – brinquei e ele riu.

- Estou apenas sendo sincero! –

- Vamos almoçar logo... – ele me abraçou forte e deu um beijo em minha testa antes de deixarmos o galpão. – Deixa eu perguntar, se bem que eu tenho até um pouco de medo, mas que cortina é essa bem no meio da parede? – questionei apontando para as duas cortinas preta que ficava no meio da parede que dividia a minha loja da loja da Alice.

- Bom... – ele soltou a minha mão e se aproximou das cortinas. - Eu conheço você e a Alice, e sei o que mais vai ter nesses seis meses aqui serão as fofocas edificantes das duas... – brincou e eu ri. – E para que vocês possam conversar à vontade, e se ajudarem a vontade... – ele afastou os dois panos revelando uma porta francesa de vidro, que ao abrir formava uma passagem para a loja ao lado.

- Inacreditável. – comentei rindo ao ver a cara de espanto de Alice do outro lado da porta.

- Que isso? – ela perguntou quando ele abriu as portas.

- Ele fez uma passagem para a gente fofocar sem termos que deixarmos as lojas. – respondi rindo e ela me acompanhou na risada.

- Melhor parte. Todo mundo sabe que as pessoas não sobrevivem sem fofocas! –

- Alice... – Edward a chamou e ela apenas parou de rir o encarando. – Fecha a loja e vamos almoçar. –

- Vamos. –

- E Jasper? – perguntei quando ele fechou as portas e a cortina de novo.

- Disse que chega hoje à noite. – respondeu quando deixamos a floricultura e ele trancou a porta atrás de nós e me entregou a chave, ao mesmo tempo em que, Alice fechou a dela.

Eu guardei as chaves dentro da minha pequena bolsa, que estava pendurada em meu ombro e ele passou o braço por cima de meus ombros. Edward nos guiou até um restaurante, escolhendo uma mesa na calçada, o outono ainda não havia chegado de fato, portanto o clima ainda estava gostoso para ficar do lado de fora do restaurante.

Quando a noite chegou, e nós estávamos terminando de nos arrumar para sair, na verdade, estávamos esperando por Alice, a campainha tocou e quando eu abri dei de cara com Jasper, Edward já havia avisado que ele chegaria hoje à noite, portanto não foi nenhuma surpresa encontra-lo ali. Sabendo muito bem, que caso ele fosse chamar por Alice no quarto, eles não sairiam de lá hoje, eu o deixei na sala, com Edward, que tinha um copo de uísque em mãos, e fui, mais uma vez, apressar Alice, que ao saber que Jasper já havia chegado, ela se apressou.

...

O meu aniversário chegou, e até o momento todo mundo havia respeitado o meu pedido, sem festa, sem bolo, sem parabéns e sem presentes. Edward havia permitido a saída das meninas do mundo inferior para que pudesse passar o dia aqui em cima comigo, e sair para jantar conosco. Eu estava no quarto, terminando de me arrumar, quando ouvi a porta do mesmo abrindo e ao olhar pelo espelho eu vi Edward entrando no quarto, com aquele maldito terno preto que me deixava doida.

- Você não deveria aparecer assim na minha frente. – comentei perdendo um brinco na minha orelha.

- Por que? –

- Porque a vontade que eu tenho é de trancar a porta do quarto e não sair daqui e não te deixar sair. – respondi colocando o outro brinco e ele riu.

- Acredite que eu não vou me opor caso faça isso! – ele parou atrás de mim, passando os braços pela minha cintura, me abraçando forte e apoiando o queixo em meu ombro.

- Se as meninas não estivessem aí eu realmente faria, porque eu sei que, com certeza, Alice e tampouco Jasper iria se importar. –

- Se quiser mando as meninas descerem de novo. –

- Para! – reclamei e ele riu. – Não vai mandar ninguém descer! – ele escondeu o rosto em meu pescoço ainda rindo. – Até porque quando voltarmos e todo mundo dormir, no caso, quando as duas dormirem, nada irá nos impedir de trancar a porta e não sairmos daqui. – comentei me virando de frente para ele, e passando os meus braços pelos seus ombros, entrelaçando os meus dedos atrás de sua nuca.

- Então vamos embora logo, para voltarmos o mais rápido possível! – sugeriu me fazendo rir. – O melhor é que quando você descer, não vai ter ninguém para nos atrapalhar... – meus lábios se repuxaram em um sorriso.

- Já está planejando o próximo filho, é? – brinquei e ele sorriu torto para mim.

- Bom, se você já se sentir pronta para isso, acredite que não irei reclamar. –

- Calma, vamos com calma! – pedi e ele apenas assentiu concordando. Eu tirei as mãos de trás de sua nuca, descendo-a pelo seu peito ajeitando a lapela de seu paletó e eu senti algo pequeno e quadrado dentro do bolso do mesmo. – O que é isso? – questionei.

- Nada! – disse simplesmente e tirando a minha mão dali.

- Nada? –

- Pare de ser apressada, senhorita! –

- Eu não sou apressada, eu sou curiosa e ansiosa! – corrigi e ele riu, Edward e nem eu tivemos tempo de falar algo e uma batida soou na porta. – Entra. –

- Mãe... Pai... – Macária entrou no quarto.

- Fala. –

- Estamos todos prontos. E a tia Afrodite e o tio Hefesto estão aí. –

- Não me surpreende! – ele suspirou. – Estamos indo! – ela apenas assentiu e deixou o quarto.

- É a primeira vez que ela me chama de mãe. – falei com a voz baixa, enquanto eu encarava a porta pela qual ela havia passado, ele levou os lábios até o meu ouvido.

- Na sua frente! – comentou e deu um beijo em minha têmpora. – Eu te amo. – eu virei meu rosto na direção dele.

- Eu também te amo. – Edward roçou o nariz contra o meu, antes de me dar um beijo.

Ele apertou os seus braços, um pouco mais forte, contra a minha cintura, e me prensando contra o seu corpo, e eu apoiei as minhas mãos em seu pescoço, enquanto eu sentia a sua língua deslizando pelos meus lábios, que se entreabriram para ele, fazendo com que a mesma se enroscasse a minha. Edward aprofundou mais o beijo enquanto eu sentia uma de suas mãos descendo pela minha cintura, até o meu quadril. Ele espalmou a mão em minha bunda, e a apertou com força, fazendo com que um gemido alto escapasse da minha boca e fosse abafado pela dele.

- Desgraçado. – xinguei quando o beijo foi interrompido e eu vi os seus lábios se repuxado em um sorriso torto.

Ele não falou mais nada, apenas me deu um beijo de novo e segurou a minha mão, me puxando para fora do quarto. Mal chegamos à sala e ouvimos Rosalie resmungando se nós achávamos mesmo que iriamos sair para comemorar alguma coisa, e ela não iria junto. Eu vi Emmett passando discretamente, mas não muito, uma pequena caixa quadrada e fina ara Edward, que soltou a minha mão e levou a caixa até o quarto, e em poucos segundos ele voltou para perto de nós.

Nós deixamos o apartamento e seguimos para um restaurante aqui perto, que ficava no terraço de um hotel, que tinha uma vista simplesmente magnifica para a acrópole. Durante o jantar, ou melhor, enquanto aguardávamos pelo jantar, eu sentia a mão de Edward apoiada em minha coxa, por baixo do vestido, deslizando devagar a ponta dos dedos pela minha coxa, enquanto ouvia Emmett reclamando de alguma coisa que havia acontecido no Olimpo recentemente.

Rosalie e Emmett voltaram para o Olimpo, as meninas voltaram para o mundo inferior e nós voltamos para o apartamento. A porta foi trancada e as janelas foram conferidas para ver se estavam bem trancadas, e eu fui me livrando de meus saltos enquanto caminhava para o quarto.

- Abre para mim, por favor. – pedi a Edward, quando a porta se fechou.

- Quer tomar um banho primeiro? – ele perguntou após abrir o zíper do meu vestido e abraçando a minha cintura e dando um beijo lento em meu pescoço.

- Primeiro do que? – questionei. Edward não me respondeu, apenas deslizou a mão que estava em minha cintura para o meio de minhas pernas, colocando-a para debaixo de meu vestido, e a infiltrando em minha calcinha e tocando em minha buceta.

Ele deslizou os dedos até a minha entrada e me penetrou com um dedo devagar e começou um vai e vem lento e gostoso, Edward me penetrou algumas vezes com um dedo só, antes de tira-lo e me penetrar de novo com dois, fazendo os meus gemidos saírem um pouco alto, enquanto ele beijava o meu pescoço, dando leve chupadas no mesmo, e me causando leves arrepios em minha pele.

- Nós... – minha fala foi interrompida devido um gemido. – Nós podemos ter uma rapidinha, depois... – outro gemido quando ele, além de me penetrar, começou a me estimular com o polegar. – Depois um banho e depois podemos ter outra rapidinha. – sugeri.

- Eu gostei da ideia. – o infeliz, falou com a voz rouca em meu ouvido, e ganhou um gemido de frustação, ao tirar os dedos de dentro de mim, e a mão de dentro da minha calcinha.

Eu mal tive tempo de reclamar e ele me virou de frente para ele, chocando a boca contra a minha. Com o beijo aprofundado ele foi andando para frente, e me fazendo andar para trás, até que as minhas pernas encontraram a cama, e eu ia me livrando de seu paletó e da sua camisa, ele me deitou sobre o colchão, deitando-se por cima de mim. Com a sua mão em minha cintura, ele me puxou mais para o meio da cama e sem separar os nossos lábios, ele começou a puxar o meu vestido para baixo.

Edward interrompeu o beijo, e conforme ia abaixando o meu vestido, ele foi descendo com a boca pelo meu corpo. Devagar, ele foi beijando meu corpo, desde o meu colo, passando pelo topo dos meus seios, e seguiu pela minha barriga, até chegar ao meio de minhas pernas, ele terminou de tirar o meu vestido e em um puxão ele rasgou a minha calcinha, e ajoelhou no chão, fora da cama, puxando o meu quadril para a beirada da cama, se ajeitando no meio das minhas pernas.

Um gemido escapou dos meus lábios, ao sentir a língua de Edward passando pela minha buceta. Ele me segurava pelas coxas, enquanto me chupava, intercalando as chupadas com lambidas e sugadas, enquanto eu puxava os seus cabelos a cada sugada em meu clitóris. Eu já estava bem excitada, já que ele havia me estimulado com os dedos a poucos minutos, então não demorou muito e eu gozei em seus lábios. Ele foi subindo pelo meu corpo, refazendo o caminho de volta a minha boca.

Com o beijo intenso, eu levei as mãos para as suas calças, abrindo o botão e o zíper, abaixando-as junto com a sua cueca. Ele interrompeu o beijo um pouco, apenas para pegar uma camisinha na cômoda, e voltou a recomeçar o beijo, enquanto vestia a camisinha. Edward estava ajoelhado na beirada da cama, acomodado entre as minhas pernas e lentamente, ele foi me penetrando, até se alojar todo dentro de mim, e arrancando um gemido de ambos.

Devagar, ele começou um vai e vem lento. Apoiando os dois braços no colchão ao meu lado, enquanto tinha a testa apoiada na minha. Os nossos olhos estavam presos um no do outro, conforme ia aumentando o ritmo e a intensidade das investidas de seu quadril contra o meu.

Eu apoiei as minhas mãos em seu rosto e uni os nossos lábios em um beijo, abafando o nosso gemido, conforme sentia uma de suas mãos, que havia saído de perto da minha cabeça, e deslizava pela minha coxa, que estava presa em volta da sua cintura, dando alguns apertões firmes. Não demorou muito e eu atingi o meu êxtase e ele veio em seguida. Os dois estávamos arfantes, então o beijo acabou sendo interrompido e soltando a minha perna, fazendo-a cair no colchão, enquanto escondia o rosto em meu pescoço, respirando fundo.

...

Já estávamos no início da madrugada e ainda não havíamos ido dormir. Na verdade, estávamos na banheira há quase uma hora, a água já estava fria, e as pontas de nossos dedos, enrugados, mas de qualquer forma, nenhum dos dois queríamos sair dali. Eu tinha as costas apoiadas no peito de Edward, enquanto sentia uma de sua mão, fazendo um cafuné em meus cabelos, que agora estavam mais para úmidos do que para molhados, e de vez em quando, um beijo era dado, ora em minha cabeça, ora em minha têmpora, ora em minha bochecha.

Já havíamos feito amor ou sexo cerca de duas vezes mais, e o cansaço começava aparecer, e o cafuné gostoso que Edward fazia ajudava e muito ao sono que se aproximava, eu tinha certeza de que não demoraria muito e eu estaria dormindo profundamente. Ele parou o cafuné em meus cabelos, e me abraçou com os seus dois braços, e beijou a minha bochecha, descendo pela minha mandíbula até o meu pescoço, onde ele inalou fundo, o cheiro, antes de beijar mais uma vez.

- Vamos dormir? – perguntou levando a boca de volta ao meu ouvido.

- Admito que caso não tivesse parado o cafuné, eu estaria dormindo em menos de cinco minutos. –

- Eu sei! – respondeu e eu senti os seus lábios se repuxando em um sorriso contra a minha orelha. – Vamos... Vamos para a casa, porque o peixe da família não sou eu! – brincou me fazendo rir.

Eu me afastei dele, apenas o necessário para que ele pudesse se levantar e sair da banheira, pegando uma toalha e enrolando-a em volta da cintura. Ele pegou uma toalha para mim, e eu me levantei, saindo da banheira e me enrolei na toalha que ele me entregou. Usando apenas uma calça de moletom, ele saiu do quarto, comunicando que iria até a cozinha pegar água e que já voltava, e enquanto ele ia, eu me sequei e coloquei apenas uma camiseta de Edward e uma calcinha.

No chão do quarto as nossas roupas estavam jogadas e espalhadas pelo chão. Eu comecei a recolher as roupas e coloca-las no canto, para que amanhã as colocasse para lavar, e os meus saltos e os sapatos de Edward eu coloquei no canto do armário. A última peça de roupa que faltava tirar do chão, era o paletó de Edward. Eu o peguei na mão e ouvi o barulho de algo caindo no chão, e ao olhar para o mesmo, eu vi uma pequena caixinha quadrada e preta no chão, me agachei o mínimo possível apenas para pegar a caixa no chão, ela era leve e era uma caixinha de uma joalheria, não tinha nome, mas eu sabia que era uma caixinha de uma joalheria e pelo tamanho, era a caixinha de um anel.

- Abriu? – eu me sobressaltei com a voz de Edward vindo detrás de mim.

- Não! Não é meu, por que abriria? – perguntei quando ele passou os braços pela minha cintura. – O que é isso? – ele tirou uma das mãos da minha cintura e abriu a caixinha que estava em minhas mãos, revelando, o que eu já suspeitava, um anel. Uma grande pedra preta e quadrada, uma ônix, ficava no centro do anel, com três pequenos diamantes, em formato de pétalas nas duas laterais do anel, e a argola feita na cor rose gold. – Para que isso? – perguntei com a voz baixa.


Ele não respondeu de imediato, apenas levou o rosto até o meu pescoço e inalou o meu cheiro, dando um beijo no mesmo, causando um leve arrepio em minha pele, antes de subir com a boca na direção da minha orelha. Edward beijou-me a bochecha e deslizou com a ponta de seu nariz da minha bochecha até a minha orelha de novo.

- Quer casar comigo? -

domingo, 26 de março de 2023

Capítulo 1

Reino de Castela – 1503.

As chuvas haviam vindo com força para anunciar o início da estação mais quente do reino de Castela. O frio do inverno já havia passado e levado consigo a neve, o vento frio e o clima de solidão e desespero que havia caído sobre o reino, que, caso não fosse suficiente, enfrentar um inverno rigoroso ainda precisou lidar com muitas perdas entre a monarquia que era tão querida pelo povo. Ao contrário das outras monarquias, a dinastia Cullen não pensava ser o centro do mundo e cuidava com o máximo de carinho que conseguiam da sua população, que não tinha o que reclamar de seus reis e príncipes.

O verão chegou, e o calor não veio trazendo as alegrias que o acompanhavam, o reino ainda sentia tanto a perda de seu rei quanto de sua princesa regente, que havia partido sem deixar um herdeiro. Da família real os únicos que sobraram haviam sido a rainha regente e o príncipe herdeiro, que não bastava ter perdido o pai, também havia perdido a jovem esposa. A vida tentava voltar ao eixo dentro do castelo e da monarquia, mal o pai havia sido enterrado e o filho já havia ascendido ao posto de rei do reino de Castela, pelo menos ele ainda tinha sua mãe para lhe ajudar a escolher uma nova esposa.

O novo rei estava em seu escritório, analisando a papelada sobre a colheita e sobre o gado da região, com o inverno rigoroso muitos animais de gado haviam morrido devido ao frio, e muitas safras haviam se perdido devido a neve e o frio. Era hora de recomeçar, ele só não esperava que o calor chegaria junto com uma longa tempestade, que havia chegado há três dias, que ainda não havia ido embora e não dava sinal de que iria tão cedo. A rainha mãe seguiu quase que saltitante em direção a sala que agora pertencia ao seu filho, ele tinha excelentes noticias em mãos e queria contar a ele o mais rápido possível. Ela mal esperou o valete abrir a porta e já estava entrando no escritório.

— Filho. – ela o chamou cantarolando animada, a primeira vez que seu filho a via animada desde a morte do pai.

— Oi mãe. – ele a olhou sorrindo. Ele estava feliz por ver a mãe sorrindo mais uma vez.

— Tenho excelentes notícias. – ela sentou-se na cadeira ao lado do filho sem esperar que o valete que se encontrava dentro da sala, se aproximasse e puxasse a cadeira, ou então que seu filho fizesse o mesmo, já que ela havia o educado para ser um exímio cavalheiro. – Saia, por favor. – pediu olhando para o valete, que ao fazer uma reverência aos dois, saiu da sala. – Tomei a liberdade e entrei em contato com o amigo do seu pai, o duque de Granada. – o jovem rei olhava atentamente para a sua mãe, aguardando-a terminar de falar. – Ele tem uma filha, Isabella, tem por volta dos dezessete anos e ainda não tem um pretendente. –

— Entendi. – ele entrelaçou seus dedos uns nos outros e apoiou os braços em cima de sua mesa, arqueando um pouco as costas para a mesa, aproximando-se um pouco mais de sua mãe. – A senhora acha mesmo que está na hora de eu me casar de novo? – questionou.

— Filho. – ela apoiou a mão sobre as mãos de seu filho. – Eu sei que tem pouco tempo que perdemos a Kate. – suspirou ela, ao recordar da morte da nora. – Mas se tem uma coisa que aprendemos nos últimos meses e que não podemos perder tempo. Seu pai e Kate morreram de repente, ninguém esperava isso, eles não sentiram nada antes de falecer. Não podemos correr o risco de perder de repente você também. Não temos outra pessoa para assumir o trono caso ocorra alguma coisa com você. E eu me recuso a passar o trono para o seu primo. – reclamou torcendo o nariz. Todos sabiam que o sobrinho do antigo rei não era flor que se cheirasse.

— Se a senhora acha que esse é o momento certo, pode marcar uma visita a Charlie, não quero que ocorra como foi com Kate, que a conheci no dia do casamento. Quero conhecê-la antes de me casar. –

— Não será possível no momento. – respondeu. – Ele disse que Isabella está em Londres, é dama de companhia da princesa inglesa, mas que enviará uma carta para que ela volte imediatamente para Granada e quando ela chegar enviaria um mensageiro. Mas... – ela pegou dentro da pequena caixinha que levava consigo uma pequena tela quadrada. – Charlie mandou essa pintura de sua filha, ela é bem bonita. – ela estendeu a pintura ao seu filho.

— Sim, parece ser bem bonita. – concordou ele ao segurar a pintura entre os dedos. A filha do duque de Granada era bem bonita, talvez parecesse um pouco nova demais para uma moça de dezessete anos, longos cabelos aloirados caiam como cascata, eles pareciam longos, mas não dava para ter muita certeza porque a pintura só mostrava da altura do busto para cima, olhos de um azul profundo como um oceano revolto e uma pele alva cobria seu rosto, tendo um pequeno tom de destaque em seus lábios carnudos e avermelhados, e um pelo realce rosado em suas bochechas, deixando-as coradas. – Concordo que ela é bonita, mas precisamos concordar, mãe, que pintores já foram pagos para pintar uma pessoa que não existe de verdade. – sua mãe soltou apenas um muxoxo sem querer concordar com o filho, mas sabendo que isso realmente acontecia, enquanto guardava a pintura dentro da caixa novamente. – E outra, não acha isso um pouco estranho? –

— O que? – ela questionou olhando para o filho sem compreender o que ele queria dizer.

— Charlie tem os olhos e os cabelos mais escuros que já vi em toda Castela. A filha dele é loira de olhos azuis. – a rainha mãe bufou.

— E daí? Seu pai era loiro e você puxou meus cabelos ruivos. –

— Mãe. É diferente. Quando eu era criança, o meu cabelo era claro igual ao papai, e o meu pai também tinha ruivos na família. Mas os cabelos e os olhos do Charlie, eram mais negros que uma noite sem lua. –

— Você não teve a oportunidade de conhecer Renée. Ela era loira dos olhos azuis. Isabella puxou a mãe, simples assim. – deu de ombros.

— Se a senhora diz. – respirou fundo. – Quando eu puder ir até Granada a senhora me avisa. –

— Tudo bem. – ela se levantou da cadeira. – Quando for leve um presente para ela. –

— Sim senhora. – ela se abaixou um pouco dando um beijo na bochecha do filho.

— Lhe deixarei trabalhar. –

A rainha mãe deixou o escritório do filho e voltou para a sua sala. Ela queria enviar ainda hoje mesmo uma carta a Charlie anunciando que seu filho havia se interessado por Isabella e assim que ela chegasse a Granada para lhe avisar imediatamente. Quando a rainha acabou de escrever a carta, a chuva havia apertado mais ainda e simplesmente resolveu que a enviaria amanhã, caso a chuva desse uma apaziguada.

Demorou cerca de dois dias até que a rainha mãe tivesse conseguido enviar a carta até Granada, e cerca de uma semana depois recebeu uma resposta de Charlie dizendo que já havia enviado o pedido para que Isabella deixasse Londres. A Rainha mãe estava completamente animada, adorava Kate, mas sentia que a vida deveria continuar, seu filho era novo e tinha que se casar novamente e ela estava animada por preparar um novo casamento.

Após quase dois meses chegou ao castelo uma carta de Charlie anunciando que sua filha já se encontrava nas terras de Granada, que ele apenas esperou um tempo para que ela pudesse descansar um pouco após a longa viagem e a rainha, praticamente, esqueceu de toda as regras de etiqueta que possuía e correu até o filho anunciando a boa nova. Com o aval do filho, ela respondeu a Charlie anunciando uma visita dentro de alguns dias.

Ela era quem estava mais ansiosa para isso e fez questão de arrumar tudo sozinha, desde a escolher a roupa do filho até o presente que ele ofereceria a jovem Isabella. Três dias foram o necessário para que o rei deixasse a corte em ordens para que pudesse se ausentar por alguns dias sem se preocupar com o caos surgindo. No quarto dia eles partiram logo após o café da manhã, a viagem seria longa, eles só chegariam em Granada daqui a dois dias. A rainha mãe entrou na carruagem e de inicio seu filho resolveu que iria montando no cavalo.

Quando o sol começou a se pôr a pequena comitiva parou para passar a noite na casa de um nobre que ficava no meio do caminho em Madri e Granada. E mal o dia seguinte havia amanhecido e eles voltaram para a sua viagem, chegando à propriedade de Charlie Swan algumas horas antes do fim do dia. Com a aproximação da propriedade, um valete a cavalo partiu na frente para anunciar a chegada da comitiva, para que Charlie não fosse pego de surpresa. Os Swan já estavam esperando pelo rei e pela rainha mãe quando eles chegaram, o rei esperou pela carruagem de sua mãe antes de descer do cavalo, tinha muito tempo que ele não via Charlie, ele ainda era uma criança da última vez que viu o duque, que não havia conseguido comparecer nem ao velório do rei quanto a coroação do novo rei, por estar, segundo o próprio, viajando até Londres para visitar a filha.

— Charlie... – a rainha mãe se aproximou dele animada, ele não era só amigo de seu ex marido, mas dela também.

— Majestade. – ele fez uma reverência quando a mesma se aproximou o suficiente dele. – Caso me permitas dizer... Estais belíssima. –

— Oh Charlie, tão bajulador como sempre. – agradeceu ao elogio rindo. – Lembra-se de meu filho? –

— Com toda a certeza... Se bem que a última vez que o vi, majestade, eras bem menor que eu... – o rei balançou a cabeça rindo. – Vejas agora, estais mais alto que eu. –

— É muito bom vê-lo novamente, Charlie. –

— Digo mesmo, majestade. Eu já havia enviado minhas condolências a rainha, mas repito. Sinto muitíssimo pelo rei e pela vossa esposa. E minhas felicitações pela ascensão, por mais que não tenha vindo no melhor momento. –

— Muito obrigado, Charlie. Eras um dos melhores amigos do meu pai, se não era o único verdadeiro, espero que essa amizade continue por muitos anos mais. –

— E espero que não fique apenas na amizade, mas que passemos a ser uma família com o casamento de nossos filhos. – a rainha mãe comentou animada, querendo deixar o assunto fúnebre para trás.

— E por falar nela... – ele se virou para trás. – Filha. – ele chamou com a mão a jovem que estava parada próxima a entrada de casa. Ela era quase que idêntica a pintura que haviam feito dela, alguns traços ou outros haviam sido refinados e seus olhos azuis eram um pouco mais escuros do que na pintura. – Majestades, essa é minha filha, Isabella. – a jovem que encarava os reis sorridente, olhou para o pai um pouco confusa, com a sobrancelha levemente arqueada, cuja expressão sumiu dentro de segundos ao sentir um beliscão na parte de dentro de seu braço. – Isabella, essa é a Rainha mãe, Esme, e seu filho, nosso novo Rei, Edward. –

— É um imenso prazer lhes conhecer, majestades. – mesmo sem entender o que pai fazia, a jovem segurou a saia do vestido e curvou-se em uma reverência.

— O prazer é meu, menina. Seu pai me falou tão bem da senhorita. – Esme comentou sorrindo com um olhar de aprovação para a menina. – Ah proposito... – ela chamou uma das criadas que havia ido com ela, que se aproximou com uma pequena caixa preta em mãos. – Espero que não se importe e não ache uma falta de respeito, mas meu filho trouxe um presente para Isabella. – comentou entregando a caixa ao filho e dando uma cotovelada discreta no filho para que ele entregasse o presente a jovem.

— Não se importa, não é mesmo, Charlie? –

— Mas é claro que não, majestade, mas não precisava. –

— Ele faz questão. – Esme falava antes mesmo que seu filho tivesse a oportunidade de comentar algo, e deu outra cotovelada no mesmo para que ele entregasse o presente.

— Senhorita Swan. Espero que seja do seu agrado. – ele entregou a caixa a jovem.

— Tenho certeza, majestade, que será. E como disse meu pai, não precisava. –

— Abra-o, querida. – Isabella abriu a caixa revelando tanto a ela quanto ao pai o que havia dentro da caixa, no centro dela, repousado sobre um pedaço de cetim branco repousava um broche dourado, possivelmente ouro, com três pérolas lapidadas no formato de gotas e adornado com algumas pedras retangulares feitas em cristal.

— É... É simplesmente maravilhoso, muito obrigada majestade. –

— Fico tão feliz que tenha gostado. – Esme comentou sorrindo. – Foi o próprio Edward quem escolheu. –

— Acho que deverias usar na festa de amanhã, minha filha. – Charlie sugeriu.

— Ótima ideia, papai. –

— Pois bem. Vamos entrar, com certeza a viagem foi longa e os senhores desejam descansar e comer algo. Filha, guarde no quarto o presente, e venha se encontrar conosco na sala de jantar. –

— Sim senhor, com licença majestades. – Isabella fez mais uma reverência e entrou em casa.

— Vamos entrar, sim. – Charlie fez menção para que os reis entrassem na frente, mas Edward refez a menção só que para que o duque entrasse primeiro, e ele assim o fez.

— Não acha que exagerou naquele presente, mãe? – Edward questionou baixo para que apenas a mãe escutasse. – Aquele broche deve ter sido muito caro. –

— Você é o rei, Edward. Todos esperam que você dê presentes dignos da sua posição. – retrucou sua mãe. – E além do que, está quase tudo confirmado para ela ser sua esposa. Agora vamos entrar e corteje a dama. –

Os dois entraram em casa e acompanharam Charlie, que os levou diretamente para a sala de jantar onde o jantar já estava sendo servido e em poucos segundos Isabella chegou à cozinha. Durante o jantar a conversa rolou, e ao contrário do que Edward e Esme esperavam, Isabella se intrometeu em algumas conversas que o rei tinha com Charlie. Ela deveria ser um pouco mais educada e não se intrometer em conversas de homens, mas mesmo assim Esme não comentou nada, e Charlie, da forma mais discreta possível tentava fazer com que sua filha parasse de interrompe-los, mas foi algo em vão. Esme não se preocupou tanto com isso, tinha coisas piores que ela não poderia fazer, isso de se intrometer na conversa de homens era algo que ela poderia consertar sem problemas com o casamento.

No dia seguinte, Charlie deu um baquete para comemorar a vinda dos reis, e Isabella havia feito questão de seguir o conselho de seu pai e usar o broche, contudo seu pai não havia aconselhado a filha a gabar-se do presente. Esme apenas anotou isso mentalmente para consertar isso mais tarde também. Eram dois erros, mas ela não queria perder a melhor candidata, a ser esposa de seu filho, que havia aparecido.

— Lady Swan. – Edward se aproximou de Isabella, que estava próxima a algumas amigas gabando-se do presente.

— Olá majestade. Desejas alguma coisa? –

— Gostaria de saber se aceitarias dar uma volta comigo, para conversamos um pouco. –

— Por quê? – questionou ela com a sobrancelha arqueada.

— Desejo conhecer um pouco mais a senhorita. –

— Oh claro. Eu volto depois meninas. – andando lado a lado os dois se afastaram um pouco de onde ocorria o banquete e seguiram para o jardim onde estava um pouco mais vazio e silencioso.

— Então Lady Swan, como foi o tempo que passou em Londres? –

— Muito bom, majestade. A princesa Mary é muito boa e seus pais também. Eu me sentia em casa. –

E no mesmo segundo Edward se arrependeu da pergunta que fez, já que Isabella não parava de falar sobre a corte inglesa, dando todo e qualquer detalhe sobre o castelo e pessoas. Reclamava por sentir falta dos amigos que havia feito. Ele precisava ser educado, ele queria conversar outras coisas com a jovem, mas ela não parava de contar tudo o que acontecia na corte inglesa, delicadamente ele até tentou mudar de assunto algumas vezes, mas ela sempre voltava ao assunto de Londres, ela agia como se eles fossem iguais, amigos íntimos, porque não tinha outro motivo para ela contar da vez que pegou um dos ministros do rei quase fazendo sexo no corredor com um coroinha da igreja que tinha dentro do castelo.

Com toda a educação que sua mãe o havia dado, Edward mentiu sobre ouvir Charlie os chamando de volta para a festa, e logo em seguida se afastou da menina indo se encontrar com a mãe. À noite, após todos irem embora, Edward estava no quarto de sua mãe conversando sobre a menina, Esme não queria dar o braço a torcer sobre a jovem Swan e disse apenas que essas pequenas coisas poderiam ser muito bem resolvidas durante os primeiros meses de casamento.

Passados alguns dias, eles voltaram para a corte e surpreendeu-se muito quando após um mês recebeu uma carta de Isabella, onde dizia que seu pai não fazia ideia de que ela estava escrevendo ao rei, e que pedia desculpas pela forma que havia agido durante a visita real a Granada, que ela não era acostumada a conversar com outros homens e acabou falando mais do que o necessário, e que se tivesse outra oportunidade ela faria diferente. Edward amostrou a carta a sua mãe, que o aconselhou a responde-la, ela era jovem e ainda não tinha muita maturidade principalmente para conversar com alguém tipo Edward, e seguindo o conselho da mãe, ele a respondeu.

Essa simples resposta dele, começou a render diversas trocas de cartas entre os dois. Eles conversavam bastante entre as cartas, e Edward passou a perceber entre as palavras que a jovem escrevia que ela era muito parecida com ele, pelo menos em alguns gostos, até mesmo pela leitura, algo que era muito difícil de ver uma mulher dizer, contudo ele não sabia dizer o motivo de ela não ficar muito feliz quando ele a presenteava com algum livro.

Eles trocaram cartas durante um ano, e Edward acabou apaixonando-se por ela. Ela tinha alguns defeitos, contudo ele também não era perfeito. Ele também tentava visita-la o máximo que conseguia enquanto o casamento não era marcado, e ele não fazia a mínima ideia do motivo que Charlie enrolava para marcar a data. Durante uma das visitas, o rei acabou admitindo que havia se apaixonado por ela, e eles trocaram um beijo apaixonado e no mesmo dia ele começou a insistir para que Charlie desse o aval para a data ser marcada e mais uma vez, uma desculpa foi dada e acabou ficando por isso mesmo.

Finalmente, após um longo ano, a data havia sido marcada e ele finalmente se casaria por quem havia se apaixonado e por quem havia se apaixonado por ele, ignorando a coroa que pairava sobre sua cabeça. O casamento aconteceria hoje, e ele havia começado a comemorar cedo com os amigos, e se não fosse por sua mãe, ele chegaria na igreja bêbado, e ele não queria que isso acontecesse, ele queria que esse dia fosse especial, até havia mandado fazer uma coroa para que Isabella pudesse usar durante o casamento, feita com safiras, que combinam com as cores dos seus olhos, na verdade, ao longo daquele ano ele o havia dado alguns presentes, joias, feitas de safira.

Quando os coroinhas começaram a cantar a entrada nupcial, anunciando que sua noiva se aproximava dele próximo ao altar. Ele estava eufórico quando ela parou ao seu lado, com um véu branco e denso cobrindo seu rosto, ele não conseguia ver seu rosto de novo, mas era costume, o costume era apenas o noivo ver o rosto da noiva, após o padre casa-los. A mão da menina repousava sobre a dele enquanto ouviam o padre dar inicio ao casamento, e ele notou a mão dela tremendo muito sobre a sua, e ele apenas julgou ser nervosismo devido ao casamento.

O padre anunciou que os dois estavam oficialmente casados, e por cima do véu, ainda, ele segurou seu rosto e deu-lhe um beijo sobre seus lábios, sentindo o tecido do véu úmido, como se ela estivesse chorando de emoção por debaixo dele. Edward esperava que ela tirasse o véu quando fossem para o banquete de casamento, mas ela não retirou e se afastou dele, o máximo que pode indo falar com seu pai, ao mesmo tempo em que havia sido puxado pelos seus amigos, que já entornaram vinho em sua taça. Edward continuou o que havia feito mais cedo, bebeu. Ganhando um esporro de sua mãe por estar em um estado lamentável, tendo que se apoiar em seu amigo para que pudesse conseguir subir as escadas sem cair com o rosto na mesma.

No meio das escadas, o agora seu sogro, Charlie, havia aparecido dizendo que desejava trocar algumas palavrinhas com o rei, levou-o ao quarto indicado, deixando o amigo dele para trás. Ele abriu a porta entrando no quarto e encontrando Isabella sentada na ponta da cama, usando uma camisola branca e com uma coberta sobre seus ombros. Seus olhos estavam vermelhos devido ao choro e ao ouvir a porta se abrindo, ela virou o rosto e deu de cara com o pai carregando seu marido, e seus olhos faiscaram de raiva.

— Muito bem, majestade. Espero que tenhas uma ótima noite, que seja a melhor da sua vida. – comentou sorrindo.

— E será, é claro que será, ao lado dessa bela dama. –

— Divirtam-se. – os olhos de Isabella faiscaram mais forte ainda para seu pai, que ver que Edward havia se apoiado na mesinha de cabeceira ao lado da cama, saiu do quarto rindo.

— Você não faz ideia de quanto tempo eu estava com vontade de ter você aqui comigo. – comentou sentando-se na cama e se arrastando para perto de onde ela estava.

— Vo... Você tem certeza disso? – perguntou dando uma leve gaguejada, e limpando a garganta logo em seguida para engolir o choro.

— Mas é claro. Você não? – retrucou ele dando um beijo no ombro da menina, que queria se afastar dele.

— É que o senhor não parece estar muito bem. – comentou a jovem tentando se afastar um pouco mais dele, sem sucesso.

— Talvez um pouco alterado pela cerveja e vinho, mas nada que fará muita diferença. – o rei deu de ombros. –

— Mas é que... Antes de acontecer alguma coisa eu queria falar com o senhor. É importante! –

— A conversa pode ficar para amanhã. – Edward subiu com a mão até o pescoço da jovem virando o rosto dela na direção dele. – Lembra das inúmeras vezes em que falamos que mal podíamos esperar por essa noite... –

— Eu nunca falei isso. O senhor está tão bêbado que não nota a diferença e... – a fala da Isabella foi interrompida por Edward unindo seus lábios aos dela e deitando sobre a mesma, fazendo com que ela deitasse suas costas na cama