domingo, 26 de março de 2023

Capítulo 1

Reino de Castela – 1503.

As chuvas haviam vindo com força para anunciar o início da estação mais quente do reino de Castela. O frio do inverno já havia passado e levado consigo a neve, o vento frio e o clima de solidão e desespero que havia caído sobre o reino, que, caso não fosse suficiente, enfrentar um inverno rigoroso ainda precisou lidar com muitas perdas entre a monarquia que era tão querida pelo povo. Ao contrário das outras monarquias, a dinastia Cullen não pensava ser o centro do mundo e cuidava com o máximo de carinho que conseguiam da sua população, que não tinha o que reclamar de seus reis e príncipes.

O verão chegou, e o calor não veio trazendo as alegrias que o acompanhavam, o reino ainda sentia tanto a perda de seu rei quanto de sua princesa regente, que havia partido sem deixar um herdeiro. Da família real os únicos que sobraram haviam sido a rainha regente e o príncipe herdeiro, que não bastava ter perdido o pai, também havia perdido a jovem esposa. A vida tentava voltar ao eixo dentro do castelo e da monarquia, mal o pai havia sido enterrado e o filho já havia ascendido ao posto de rei do reino de Castela, pelo menos ele ainda tinha sua mãe para lhe ajudar a escolher uma nova esposa.

O novo rei estava em seu escritório, analisando a papelada sobre a colheita e sobre o gado da região, com o inverno rigoroso muitos animais de gado haviam morrido devido ao frio, e muitas safras haviam se perdido devido a neve e o frio. Era hora de recomeçar, ele só não esperava que o calor chegaria junto com uma longa tempestade, que havia chegado há três dias, que ainda não havia ido embora e não dava sinal de que iria tão cedo. A rainha mãe seguiu quase que saltitante em direção a sala que agora pertencia ao seu filho, ele tinha excelentes noticias em mãos e queria contar a ele o mais rápido possível. Ela mal esperou o valete abrir a porta e já estava entrando no escritório.

— Filho. – ela o chamou cantarolando animada, a primeira vez que seu filho a via animada desde a morte do pai.

— Oi mãe. – ele a olhou sorrindo. Ele estava feliz por ver a mãe sorrindo mais uma vez.

— Tenho excelentes notícias. – ela sentou-se na cadeira ao lado do filho sem esperar que o valete que se encontrava dentro da sala, se aproximasse e puxasse a cadeira, ou então que seu filho fizesse o mesmo, já que ela havia o educado para ser um exímio cavalheiro. – Saia, por favor. – pediu olhando para o valete, que ao fazer uma reverência aos dois, saiu da sala. – Tomei a liberdade e entrei em contato com o amigo do seu pai, o duque de Granada. – o jovem rei olhava atentamente para a sua mãe, aguardando-a terminar de falar. – Ele tem uma filha, Isabella, tem por volta dos dezessete anos e ainda não tem um pretendente. –

— Entendi. – ele entrelaçou seus dedos uns nos outros e apoiou os braços em cima de sua mesa, arqueando um pouco as costas para a mesa, aproximando-se um pouco mais de sua mãe. – A senhora acha mesmo que está na hora de eu me casar de novo? – questionou.

— Filho. – ela apoiou a mão sobre as mãos de seu filho. – Eu sei que tem pouco tempo que perdemos a Kate. – suspirou ela, ao recordar da morte da nora. – Mas se tem uma coisa que aprendemos nos últimos meses e que não podemos perder tempo. Seu pai e Kate morreram de repente, ninguém esperava isso, eles não sentiram nada antes de falecer. Não podemos correr o risco de perder de repente você também. Não temos outra pessoa para assumir o trono caso ocorra alguma coisa com você. E eu me recuso a passar o trono para o seu primo. – reclamou torcendo o nariz. Todos sabiam que o sobrinho do antigo rei não era flor que se cheirasse.

— Se a senhora acha que esse é o momento certo, pode marcar uma visita a Charlie, não quero que ocorra como foi com Kate, que a conheci no dia do casamento. Quero conhecê-la antes de me casar. –

— Não será possível no momento. – respondeu. – Ele disse que Isabella está em Londres, é dama de companhia da princesa inglesa, mas que enviará uma carta para que ela volte imediatamente para Granada e quando ela chegar enviaria um mensageiro. Mas... – ela pegou dentro da pequena caixinha que levava consigo uma pequena tela quadrada. – Charlie mandou essa pintura de sua filha, ela é bem bonita. – ela estendeu a pintura ao seu filho.

— Sim, parece ser bem bonita. – concordou ele ao segurar a pintura entre os dedos. A filha do duque de Granada era bem bonita, talvez parecesse um pouco nova demais para uma moça de dezessete anos, longos cabelos aloirados caiam como cascata, eles pareciam longos, mas não dava para ter muita certeza porque a pintura só mostrava da altura do busto para cima, olhos de um azul profundo como um oceano revolto e uma pele alva cobria seu rosto, tendo um pequeno tom de destaque em seus lábios carnudos e avermelhados, e um pelo realce rosado em suas bochechas, deixando-as coradas. – Concordo que ela é bonita, mas precisamos concordar, mãe, que pintores já foram pagos para pintar uma pessoa que não existe de verdade. – sua mãe soltou apenas um muxoxo sem querer concordar com o filho, mas sabendo que isso realmente acontecia, enquanto guardava a pintura dentro da caixa novamente. – E outra, não acha isso um pouco estranho? –

— O que? – ela questionou olhando para o filho sem compreender o que ele queria dizer.

— Charlie tem os olhos e os cabelos mais escuros que já vi em toda Castela. A filha dele é loira de olhos azuis. – a rainha mãe bufou.

— E daí? Seu pai era loiro e você puxou meus cabelos ruivos. –

— Mãe. É diferente. Quando eu era criança, o meu cabelo era claro igual ao papai, e o meu pai também tinha ruivos na família. Mas os cabelos e os olhos do Charlie, eram mais negros que uma noite sem lua. –

— Você não teve a oportunidade de conhecer Renée. Ela era loira dos olhos azuis. Isabella puxou a mãe, simples assim. – deu de ombros.

— Se a senhora diz. – respirou fundo. – Quando eu puder ir até Granada a senhora me avisa. –

— Tudo bem. – ela se levantou da cadeira. – Quando for leve um presente para ela. –

— Sim senhora. – ela se abaixou um pouco dando um beijo na bochecha do filho.

— Lhe deixarei trabalhar. –

A rainha mãe deixou o escritório do filho e voltou para a sua sala. Ela queria enviar ainda hoje mesmo uma carta a Charlie anunciando que seu filho havia se interessado por Isabella e assim que ela chegasse a Granada para lhe avisar imediatamente. Quando a rainha acabou de escrever a carta, a chuva havia apertado mais ainda e simplesmente resolveu que a enviaria amanhã, caso a chuva desse uma apaziguada.

Demorou cerca de dois dias até que a rainha mãe tivesse conseguido enviar a carta até Granada, e cerca de uma semana depois recebeu uma resposta de Charlie dizendo que já havia enviado o pedido para que Isabella deixasse Londres. A Rainha mãe estava completamente animada, adorava Kate, mas sentia que a vida deveria continuar, seu filho era novo e tinha que se casar novamente e ela estava animada por preparar um novo casamento.

Após quase dois meses chegou ao castelo uma carta de Charlie anunciando que sua filha já se encontrava nas terras de Granada, que ele apenas esperou um tempo para que ela pudesse descansar um pouco após a longa viagem e a rainha, praticamente, esqueceu de toda as regras de etiqueta que possuía e correu até o filho anunciando a boa nova. Com o aval do filho, ela respondeu a Charlie anunciando uma visita dentro de alguns dias.

Ela era quem estava mais ansiosa para isso e fez questão de arrumar tudo sozinha, desde a escolher a roupa do filho até o presente que ele ofereceria a jovem Isabella. Três dias foram o necessário para que o rei deixasse a corte em ordens para que pudesse se ausentar por alguns dias sem se preocupar com o caos surgindo. No quarto dia eles partiram logo após o café da manhã, a viagem seria longa, eles só chegariam em Granada daqui a dois dias. A rainha mãe entrou na carruagem e de inicio seu filho resolveu que iria montando no cavalo.

Quando o sol começou a se pôr a pequena comitiva parou para passar a noite na casa de um nobre que ficava no meio do caminho em Madri e Granada. E mal o dia seguinte havia amanhecido e eles voltaram para a sua viagem, chegando à propriedade de Charlie Swan algumas horas antes do fim do dia. Com a aproximação da propriedade, um valete a cavalo partiu na frente para anunciar a chegada da comitiva, para que Charlie não fosse pego de surpresa. Os Swan já estavam esperando pelo rei e pela rainha mãe quando eles chegaram, o rei esperou pela carruagem de sua mãe antes de descer do cavalo, tinha muito tempo que ele não via Charlie, ele ainda era uma criança da última vez que viu o duque, que não havia conseguido comparecer nem ao velório do rei quanto a coroação do novo rei, por estar, segundo o próprio, viajando até Londres para visitar a filha.

— Charlie... – a rainha mãe se aproximou dele animada, ele não era só amigo de seu ex marido, mas dela também.

— Majestade. – ele fez uma reverência quando a mesma se aproximou o suficiente dele. – Caso me permitas dizer... Estais belíssima. –

— Oh Charlie, tão bajulador como sempre. – agradeceu ao elogio rindo. – Lembra-se de meu filho? –

— Com toda a certeza... Se bem que a última vez que o vi, majestade, eras bem menor que eu... – o rei balançou a cabeça rindo. – Vejas agora, estais mais alto que eu. –

— É muito bom vê-lo novamente, Charlie. –

— Digo mesmo, majestade. Eu já havia enviado minhas condolências a rainha, mas repito. Sinto muitíssimo pelo rei e pela vossa esposa. E minhas felicitações pela ascensão, por mais que não tenha vindo no melhor momento. –

— Muito obrigado, Charlie. Eras um dos melhores amigos do meu pai, se não era o único verdadeiro, espero que essa amizade continue por muitos anos mais. –

— E espero que não fique apenas na amizade, mas que passemos a ser uma família com o casamento de nossos filhos. – a rainha mãe comentou animada, querendo deixar o assunto fúnebre para trás.

— E por falar nela... – ele se virou para trás. – Filha. – ele chamou com a mão a jovem que estava parada próxima a entrada de casa. Ela era quase que idêntica a pintura que haviam feito dela, alguns traços ou outros haviam sido refinados e seus olhos azuis eram um pouco mais escuros do que na pintura. – Majestades, essa é minha filha, Isabella. – a jovem que encarava os reis sorridente, olhou para o pai um pouco confusa, com a sobrancelha levemente arqueada, cuja expressão sumiu dentro de segundos ao sentir um beliscão na parte de dentro de seu braço. – Isabella, essa é a Rainha mãe, Esme, e seu filho, nosso novo Rei, Edward. –

— É um imenso prazer lhes conhecer, majestades. – mesmo sem entender o que pai fazia, a jovem segurou a saia do vestido e curvou-se em uma reverência.

— O prazer é meu, menina. Seu pai me falou tão bem da senhorita. – Esme comentou sorrindo com um olhar de aprovação para a menina. – Ah proposito... – ela chamou uma das criadas que havia ido com ela, que se aproximou com uma pequena caixa preta em mãos. – Espero que não se importe e não ache uma falta de respeito, mas meu filho trouxe um presente para Isabella. – comentou entregando a caixa ao filho e dando uma cotovelada discreta no filho para que ele entregasse o presente a jovem.

— Não se importa, não é mesmo, Charlie? –

— Mas é claro que não, majestade, mas não precisava. –

— Ele faz questão. – Esme falava antes mesmo que seu filho tivesse a oportunidade de comentar algo, e deu outra cotovelada no mesmo para que ele entregasse o presente.

— Senhorita Swan. Espero que seja do seu agrado. – ele entregou a caixa a jovem.

— Tenho certeza, majestade, que será. E como disse meu pai, não precisava. –

— Abra-o, querida. – Isabella abriu a caixa revelando tanto a ela quanto ao pai o que havia dentro da caixa, no centro dela, repousado sobre um pedaço de cetim branco repousava um broche dourado, possivelmente ouro, com três pérolas lapidadas no formato de gotas e adornado com algumas pedras retangulares feitas em cristal.

— É... É simplesmente maravilhoso, muito obrigada majestade. –

— Fico tão feliz que tenha gostado. – Esme comentou sorrindo. – Foi o próprio Edward quem escolheu. –

— Acho que deverias usar na festa de amanhã, minha filha. – Charlie sugeriu.

— Ótima ideia, papai. –

— Pois bem. Vamos entrar, com certeza a viagem foi longa e os senhores desejam descansar e comer algo. Filha, guarde no quarto o presente, e venha se encontrar conosco na sala de jantar. –

— Sim senhor, com licença majestades. – Isabella fez mais uma reverência e entrou em casa.

— Vamos entrar, sim. – Charlie fez menção para que os reis entrassem na frente, mas Edward refez a menção só que para que o duque entrasse primeiro, e ele assim o fez.

— Não acha que exagerou naquele presente, mãe? – Edward questionou baixo para que apenas a mãe escutasse. – Aquele broche deve ter sido muito caro. –

— Você é o rei, Edward. Todos esperam que você dê presentes dignos da sua posição. – retrucou sua mãe. – E além do que, está quase tudo confirmado para ela ser sua esposa. Agora vamos entrar e corteje a dama. –

Os dois entraram em casa e acompanharam Charlie, que os levou diretamente para a sala de jantar onde o jantar já estava sendo servido e em poucos segundos Isabella chegou à cozinha. Durante o jantar a conversa rolou, e ao contrário do que Edward e Esme esperavam, Isabella se intrometeu em algumas conversas que o rei tinha com Charlie. Ela deveria ser um pouco mais educada e não se intrometer em conversas de homens, mas mesmo assim Esme não comentou nada, e Charlie, da forma mais discreta possível tentava fazer com que sua filha parasse de interrompe-los, mas foi algo em vão. Esme não se preocupou tanto com isso, tinha coisas piores que ela não poderia fazer, isso de se intrometer na conversa de homens era algo que ela poderia consertar sem problemas com o casamento.

No dia seguinte, Charlie deu um baquete para comemorar a vinda dos reis, e Isabella havia feito questão de seguir o conselho de seu pai e usar o broche, contudo seu pai não havia aconselhado a filha a gabar-se do presente. Esme apenas anotou isso mentalmente para consertar isso mais tarde também. Eram dois erros, mas ela não queria perder a melhor candidata, a ser esposa de seu filho, que havia aparecido.

— Lady Swan. – Edward se aproximou de Isabella, que estava próxima a algumas amigas gabando-se do presente.

— Olá majestade. Desejas alguma coisa? –

— Gostaria de saber se aceitarias dar uma volta comigo, para conversamos um pouco. –

— Por quê? – questionou ela com a sobrancelha arqueada.

— Desejo conhecer um pouco mais a senhorita. –

— Oh claro. Eu volto depois meninas. – andando lado a lado os dois se afastaram um pouco de onde ocorria o banquete e seguiram para o jardim onde estava um pouco mais vazio e silencioso.

— Então Lady Swan, como foi o tempo que passou em Londres? –

— Muito bom, majestade. A princesa Mary é muito boa e seus pais também. Eu me sentia em casa. –

E no mesmo segundo Edward se arrependeu da pergunta que fez, já que Isabella não parava de falar sobre a corte inglesa, dando todo e qualquer detalhe sobre o castelo e pessoas. Reclamava por sentir falta dos amigos que havia feito. Ele precisava ser educado, ele queria conversar outras coisas com a jovem, mas ela não parava de contar tudo o que acontecia na corte inglesa, delicadamente ele até tentou mudar de assunto algumas vezes, mas ela sempre voltava ao assunto de Londres, ela agia como se eles fossem iguais, amigos íntimos, porque não tinha outro motivo para ela contar da vez que pegou um dos ministros do rei quase fazendo sexo no corredor com um coroinha da igreja que tinha dentro do castelo.

Com toda a educação que sua mãe o havia dado, Edward mentiu sobre ouvir Charlie os chamando de volta para a festa, e logo em seguida se afastou da menina indo se encontrar com a mãe. À noite, após todos irem embora, Edward estava no quarto de sua mãe conversando sobre a menina, Esme não queria dar o braço a torcer sobre a jovem Swan e disse apenas que essas pequenas coisas poderiam ser muito bem resolvidas durante os primeiros meses de casamento.

Passados alguns dias, eles voltaram para a corte e surpreendeu-se muito quando após um mês recebeu uma carta de Isabella, onde dizia que seu pai não fazia ideia de que ela estava escrevendo ao rei, e que pedia desculpas pela forma que havia agido durante a visita real a Granada, que ela não era acostumada a conversar com outros homens e acabou falando mais do que o necessário, e que se tivesse outra oportunidade ela faria diferente. Edward amostrou a carta a sua mãe, que o aconselhou a responde-la, ela era jovem e ainda não tinha muita maturidade principalmente para conversar com alguém tipo Edward, e seguindo o conselho da mãe, ele a respondeu.

Essa simples resposta dele, começou a render diversas trocas de cartas entre os dois. Eles conversavam bastante entre as cartas, e Edward passou a perceber entre as palavras que a jovem escrevia que ela era muito parecida com ele, pelo menos em alguns gostos, até mesmo pela leitura, algo que era muito difícil de ver uma mulher dizer, contudo ele não sabia dizer o motivo de ela não ficar muito feliz quando ele a presenteava com algum livro.

Eles trocaram cartas durante um ano, e Edward acabou apaixonando-se por ela. Ela tinha alguns defeitos, contudo ele também não era perfeito. Ele também tentava visita-la o máximo que conseguia enquanto o casamento não era marcado, e ele não fazia a mínima ideia do motivo que Charlie enrolava para marcar a data. Durante uma das visitas, o rei acabou admitindo que havia se apaixonado por ela, e eles trocaram um beijo apaixonado e no mesmo dia ele começou a insistir para que Charlie desse o aval para a data ser marcada e mais uma vez, uma desculpa foi dada e acabou ficando por isso mesmo.

Finalmente, após um longo ano, a data havia sido marcada e ele finalmente se casaria por quem havia se apaixonado e por quem havia se apaixonado por ele, ignorando a coroa que pairava sobre sua cabeça. O casamento aconteceria hoje, e ele havia começado a comemorar cedo com os amigos, e se não fosse por sua mãe, ele chegaria na igreja bêbado, e ele não queria que isso acontecesse, ele queria que esse dia fosse especial, até havia mandado fazer uma coroa para que Isabella pudesse usar durante o casamento, feita com safiras, que combinam com as cores dos seus olhos, na verdade, ao longo daquele ano ele o havia dado alguns presentes, joias, feitas de safira.

Quando os coroinhas começaram a cantar a entrada nupcial, anunciando que sua noiva se aproximava dele próximo ao altar. Ele estava eufórico quando ela parou ao seu lado, com um véu branco e denso cobrindo seu rosto, ele não conseguia ver seu rosto de novo, mas era costume, o costume era apenas o noivo ver o rosto da noiva, após o padre casa-los. A mão da menina repousava sobre a dele enquanto ouviam o padre dar inicio ao casamento, e ele notou a mão dela tremendo muito sobre a sua, e ele apenas julgou ser nervosismo devido ao casamento.

O padre anunciou que os dois estavam oficialmente casados, e por cima do véu, ainda, ele segurou seu rosto e deu-lhe um beijo sobre seus lábios, sentindo o tecido do véu úmido, como se ela estivesse chorando de emoção por debaixo dele. Edward esperava que ela tirasse o véu quando fossem para o banquete de casamento, mas ela não retirou e se afastou dele, o máximo que pode indo falar com seu pai, ao mesmo tempo em que havia sido puxado pelos seus amigos, que já entornaram vinho em sua taça. Edward continuou o que havia feito mais cedo, bebeu. Ganhando um esporro de sua mãe por estar em um estado lamentável, tendo que se apoiar em seu amigo para que pudesse conseguir subir as escadas sem cair com o rosto na mesma.

No meio das escadas, o agora seu sogro, Charlie, havia aparecido dizendo que desejava trocar algumas palavrinhas com o rei, levou-o ao quarto indicado, deixando o amigo dele para trás. Ele abriu a porta entrando no quarto e encontrando Isabella sentada na ponta da cama, usando uma camisola branca e com uma coberta sobre seus ombros. Seus olhos estavam vermelhos devido ao choro e ao ouvir a porta se abrindo, ela virou o rosto e deu de cara com o pai carregando seu marido, e seus olhos faiscaram de raiva.

— Muito bem, majestade. Espero que tenhas uma ótima noite, que seja a melhor da sua vida. – comentou sorrindo.

— E será, é claro que será, ao lado dessa bela dama. –

— Divirtam-se. – os olhos de Isabella faiscaram mais forte ainda para seu pai, que ver que Edward havia se apoiado na mesinha de cabeceira ao lado da cama, saiu do quarto rindo.

— Você não faz ideia de quanto tempo eu estava com vontade de ter você aqui comigo. – comentou sentando-se na cama e se arrastando para perto de onde ela estava.

— Vo... Você tem certeza disso? – perguntou dando uma leve gaguejada, e limpando a garganta logo em seguida para engolir o choro.

— Mas é claro. Você não? – retrucou ele dando um beijo no ombro da menina, que queria se afastar dele.

— É que o senhor não parece estar muito bem. – comentou a jovem tentando se afastar um pouco mais dele, sem sucesso.

— Talvez um pouco alterado pela cerveja e vinho, mas nada que fará muita diferença. – o rei deu de ombros. –

— Mas é que... Antes de acontecer alguma coisa eu queria falar com o senhor. É importante! –

— A conversa pode ficar para amanhã. – Edward subiu com a mão até o pescoço da jovem virando o rosto dela na direção dele. – Lembra das inúmeras vezes em que falamos que mal podíamos esperar por essa noite... –

— Eu nunca falei isso. O senhor está tão bêbado que não nota a diferença e... – a fala da Isabella foi interrompida por Edward unindo seus lábios aos dela e deitando sobre a mesma, fazendo com que ela deitasse suas costas na cama

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