Tulsa – Oklahoma.
2019.
Bella.
Os meses foram se passando e tudo aconteceu na mais completa paz. Edward vendeu em menos de duas semanas a sua casa para o prefeito, que prontamente colocou a dele a venda. Para que ele não precisasse viajar para resolver problemas da empresa, caso surgisse, ele resolveu abrir uma pequena filial na cidade, o que fez o prefeito entender que Edward passaria a "morar" aqui, e eu não duvidava nada de que na cabeça dele, ele teria um arquiteto a disposição a qualquer hora do dia.
Assim que eles terminaram de se mudar para antiga casa de Edward, eu fui praticamente intimada a ir até lá e dar vida aquele quintal, o que me ocupou dois dias inteiros, mas eu dei vida aquele jardim, uma coisa que eu queria fazer desde que havia visto aquela casa a primeira vez.
O verão estava acabando, faltavam dez dias para o outono começar e com isso a minha ida para o submundo, eu estava nervosa, arrependida não, mas nervosa eu estava e muito, eu não via as garotas e nem Cerberus desde a confusão com o semideus, filho de Zeus, e eu estava com saudades dos três. Edward havia descido algumas vezes nesse meio tempo, mas não passava mais do que três dias fora de casa.
Nós iríamos, assim que amanhecesse para a Grécia, por mais que ainda faltassem dez dias para descermos, Edward não havia desistido da ideia de abrirmos a loja em Atenas, e não era nenhuma novidade de que ele já havia deixado tudo pronto e agora só teríamos que arrumar as coisas e nos acostumarmos com o lugar.
Eram por volta das três da manhã e eu não conseguia dormir. Não tinha mais nada para fazer, eu já havia arrumado, não apenas uma, mais duas pessoas para trabalhar na floricultura enquanto eu estava fora e para ajudar a Bree, mesmo ela ainda sendo bem nova, seria ela quem ficaria encarregada da loja e a única que teria acesso ao meu quintal, principalmente por ela ser a única que eu confiava plenamente para vir até a minha casa. Edward me convenceu a colocar o contador da sua empresa para tomar conta da floricultura, e do mesmo modo, colocou o contador para cuidar da loja de Alice, que também havia arrumado umas duas pessoas para cuidar da loja, e estava pensando em arrumar mais uma ou duas.
Eu estava sentada em meu jardim, na cadeira que tinha ali debaixo da Bougainville, uma xícara de café quente estava parada na mesa a minha frente e meu cotovelo estava apoiado na mesa e meu rosto apoiado em minha mão, enquanto eu tamborilava a ponta dos meus dedos na porcelana da caneca. Senti algumas mechas do meu cabelo sendo colocadas para o lado e antes que tivesse tempo de virar o rosto e confirmar quem estava ali atrás, eu senti o rosto de Edward encostando em meu pescoço e ele respirou fundo, fazendo a sua pele batendo em minha pele e me causando um leve arrepio.
- O que está fazendo acordada a essa hora? – questionou beijando o meu pescoço antes de sair detrás de ir e sentar na cadeira ao meu lado.
- Eu perdi o sono! – admiti.
- E isso tem haver com a nossa viagem de amanhã? – perguntou e eu notei que ele tinha se sentado ao meu lado trajando apenas uma calça de moletom, por mais que estivéssemos nos aproximando do outono, e os dias começavam a ficar mais curtos e mais frios, ele não parecia se importar com isso.
- Acho que sim! – admiti.
- Já disse que se não quiser ficar no mundo inferior, é só não ficar! –
- Não é essa a questão! – me apressei em dizer e ele ergueu a sobrancelha, esperando que eu terminasse de falar. – É questão de no final das contas não... Não haver uma adaptação. –
- Uma adaptação sua no submundo? –
- Ou uma adaptação do submundo comigo lá! – ele levou a mão ao rosto rindo. – Eu estou falando sério! –
- Amor. A sua vida no submundo não vai interferir em nada, se fosse na época da Perséfone, até iria, mas com você não! –
- E as garotas, vão se adaptar ao fato de eu do nada passar a ficar durante seis meses direto lá embaixo? – ele balançou a cabeça sorrindo. – Qual é a graça? –
- É que você não escuta... Mas as duas estão me enlouquecendo querendo saber quando você desce! Então, sim, elas vão se adaptar ao fato de você ficar seis meses lá embaixo. Elas estão bem ansiosas para isso! –
- E quanto aos outros moradores no submundo? –
- O que tem? –
- Eles estão ansiosas para a minha ida? –
- E quem liga para eles? Eles não palpitam em nada, e tampouco morando no castelo, portanto, as chances de você vê-los serão praticamente nulas. – eu bufei. – Agora, já que a senhorita, não quer dormir, faltam poucos dias para o seu aniversário! –
- E vocês comemoram aniversário? – ele revirou os olhos.
- Não é só porque nós não comemoramos, que você não comemora. –
- Eu não ligo para isso! Então, não precisa fazer nada. –
- Nada... Ou você simplesmente não quer que eu te dê nenhum presente? –
- Eu realmente não quero! Eu não ligo! Já sabe que eu só tinha a Alice de amiga, então os meus aniversários sempre eram a mesma coisa todo ano. Pizza, cinema e no final um bolo de chocolate. Eu realmente não ligo! Se quiser sair para jantar, podemos, mas apenas isso! Sem bolo e principalmente sem presentes! –
- Tudo bem! Estaremos em Atenas, eu sei um lugar que você vai adorar. –
- E se quiser cozinhar para mim, não vou reclamar... Principalmente se estiver fazendo isso sem roupa! –
- As suas filhas querem participar. –
- Eu aceito vestido! – ele balançou a cabeça rindo.
- Venha amor, vamos dormir, que daqui a pouco temos um avião para pegar. –
- Eu estou sem sono. – admiti quando ele se levantou e esticou a mão para mim.
- Vem! – ele me chamou com a mão de novo e eu segurei a sua mão.
Eu me levantei da cadeira, e ele pegou a minha caneca, que ainda tinha um pouco de café, agora frio, e foi me guiando para dentro de casa, pela porta da cozinha. A minha xicara foi colocada dentro da pia e eu tranquei a porta que dava para o jardim dos fundos, e ele foi me guiando até o quarto, me livrei de meus chinelos e me deitei na cama, com ele ao meu lado. Deitei a cabeça em seu peito desnudo e ele me abraçou forte, devagar, com a ponta dos dedos, ele foi massageando o meu couro cabeludo, eu não sabia se era o cansaço, já que eu estava cansada, mas sem sono, mas aos poucos, devido ao cafuné, o sono foi aparecendo, até eu ter dormido com a cabeça em seu peito.
Quando amanheceu, eu despertei de novo com um cafuné em minha cabeça, aninhei a minha cabeça contra o peito de Edward de novo e recebi um beijo em minha testa. Nós ficamos assim, comigo recebendo carinho por mais alguns minutos, até termos que levantar e irmos embora. Ele desceu, avisando que iria preparar algo para comermos no café da manhã e eu fui tomar um banho e colocar uma roupa confortável para ficar mais de meio dia dentro de um avião, por mais confortável que o jato que Edward tinha, ainda assim cansava ficar dentro de um por tanto tempo.
Como eu iria ficar a maior parte do tempo no mundo inferior, eu não iria levar tantas roupas assim, mas de qualquer forma as poucas malas que eu iria levar, já estavam no andar debaixo da casa. Enquanto tomávamos café, eu mandei uma mensagem a Alice, perguntando se ela já estava pronta, ou se ainda iria demorar muito, e não foi nenhuma surpresa ela falar que tinha acabado de acordar, e com o barulho da minha mensagem. Jasper não estava em Tulsa, na verdade já tinha quase dois meses que ele estava na Grécia, eu havia chamado e insistido para que ela dormisse aqui em casa, mas ela recusou, ainda não tinha terminado de arrumar as suas coisas.
Terminamos de tomar café e Edward foi se trocar e enquanto eu lavava a louça, eu ia apressando Alice por mensagens no Whatzapp. Com a louça lavada, seca e guardada, eu subi para o quarto de novo para terminar de me arrumar. Enquanto Edward levava as poucas malas que iriamos levar, para o carro, eu fui verificando janela por janela, para ter certeza de que elas estavam fechadas e bem trancadas, e terminando pelas portas, tanto a que dava para o quintal dos fundos e terminando na porta da frente, trancando-a bem. Bree havia se oferecido para ficar de olho na minha casa, enquanto ela viria colher as flores no meu jardim, e de vez enquanto ela abriria um pouco as janelas apenas para arejar a mesma, e se ofereceu para fazer o mesmo com a casa de Alice sempre que desse.
Eu já tinha feito uma cópia para Bree, tanto do portão de casa, para que ela pudesse ir até o meu jardim, e da porta dos fundos, caso ela precisasse pegar algo lá dentro ou então arejar a casa do jeito que ela havia dito. A chave da loja ela já tinha há bastante tempo. Com a casa toda trancada e entramos no carro e eu continuei apressando Alice enquanto Edward ia dirigindo até a sua casa. Depois de chegarmos lá, ainda tivemos que ficar esperando pela mesma.
Depois de meia hora, nós seguimos para o pequeno aeroporto de Tulsa, para que pudéssemos embarcar no jato que já estava pronto e a postos esperando por nós.
...
Nós chegamos em Atenas bem tarde, no meio da madrugada, eu e Alice estávamos exaustas, eu queria apenas um banho morno e dormir, mas Edward não permitiu que nós dormíssemos, até comermos alguma coisa. Eu não podia negar que estava com fome, mas o cansaço era maior que a fome. Nós comemos um lanche, feito por Edward, enquanto eu tomava um banho e colocava um pijama confortável. No dia seguinte nós não saímos do apartamento, iriamos tirar o dia para descansar.
No nosso segundo dia na cidade, Edward perguntou se iriamos querer conhecer as lojas que ele havia arrumado para nós duas. Ao contrário de Tulsa, as duas ficavam lado a lado na mesma rua. Nós deixamos o apartamento um pouco depois do café da manhã, as lojas ficavam bem no centro de Atenas. Eu pensava que entendia o motivo de Edward ter sugerido tanto termos ficado no centro do capital, tirando as ruas ao redores dos pontos turísticos, era o centro de uma capital igual ao todos os outros, o que até lembrava um pouco o centro de Tulsa, só um pouco mais caótico.
As duas lojas ficavam levemente afastadas do centro da cidade, ficando no bairro de Plaka, um dos bairros turísticos de Atenas, onde ficavam as lojas de grife e coisas do tipo. Naquele bairro não passavam carros, as ruas eram estreitas demais para os carros, principalmente com manequins e prateleiras sendo colocadas nas portas das lojas. As duas lojas eram as mais visíveis quanto a reformas das fachadas, por mais que todas estivem impecáveis, era visível que Edward tinha mexido nas lojas antes de virmos, e provavelmente já tinha deixado tudo pronto, para que quando chegássemos só colocássemos, ou as roupas da Alice, ou as flores, no meu caso.
Ele destrancou primeiro a loja de Alice, ela havia sido feita quase do mesmo jeito que havia sido feita em Tulsa, com a mesma disposição das prateleiras e manequins. As vitrines, que ocupavam uma grande parte da parede frontal da loja, estavam cobertas com um papel preto, para que ninguém ficasse de olho do lado de dentro. Com Alice olhando e começando a analisar a disposição de sua loja, Edward segurou-me pela mão e me levou para a loja ao lado, ele abriu a porta para que pudéssemos entrar. E diferente da loja da Alice, a minha estava completamente diferente da minha em Tulsa, e o comentário que Edward havia feito na primeira vez que havia reformado a minha loja eu tinha ideias de fazer outra coisa, caso a loja fosse maior, e provavelmente havia sido isso o que ele fez. Nos fundos da loja tinha um depósito, ou galpão, enorme cheio de flores, as mesmas, ou a maioria, que eu tinha em Tulsa.
- Como isso é possível? – perguntei andando pelos caminhos que separavam os canteiros de flores.
- Eu disse. Zeus está te recompensando por tudo o que ele fez, ou melhor dizendo, pelo que ele permitiu acontecer. –
- Então ele praticamente criou uma espécie de estufa enorme onde brota e nasce tudo que eu plantar? –
- Praticamente! – eu ergui uma sobrancelha. – Digamos apenas que o solo desse depósito é um solo sagrado, então qualquer coisa que você plantar, vai nascer, e um tempo mais rápido do que se fosse plantado em um lugar normal. –
- E ninguém vai achar estranho, em pleno inverno grego ter uma floricultura aberta? –
- Não! – respondeu simplesmente me fazendo rir.
- Vocês são loucos! –
- Somos imortais com mais de quatro mil anos, se mantivéssemos a nossa sanidade seria algo épico! – ele riu e eu balancei a cabeça rindo, e ouvi uma musiquinha baixa tocando, Edward pegou o telefone do bolso e fechou os olhos respirando fundo. – E fica mais difícil ainda manter a sanidade depois de ter dado o telefone pro O’Brien. –
- O que ele quer? Você não terminou toda a reforma? –
- Sim! – resmungou atendendo o telefone. – Oi. – ele afastou o telefone um pouco da boca. – Eu já volto. – eu apenas assenti e ele se afastou, voltando para a porta da frente da loja. – Não vai ser possível, eu estou fora do país e só devo voltar daqui a seis meses! – eu ouvia a voz dele vinda da loja enquanto eu andava pelo galpão. – A Bella está comigo, e ela também só volta daqui a seis meses! –
Conforme eu ia andando pelo galpão a voz de Edward foi ficando mais baixa, até que eu mal o ouvia. Eu havia adorado esse depósito, por ele ser completamente fechado, com apenas alguns pequenos basculantes nas paredes, altos, próximos ao teto, de onde entravam pouquíssima claridade, aquele lugar parecia quase que uma perfumaria devido aos diferentes cheiros e aromas vindos das flores. Eu estava tão absorta olhando as flores, que eu nem ouvia mais a voz de Edward ou o barulho que vinha das ruas.
- Oi mãe! – eu ouvi uma voz bem ao meu lado, que me faz dar um pulo e soltar um pequeno grito, devido ao susto. Eu me encostei na parede atrás de mim, enquanto sentia o meu coração bater aceleradamente dentro do meu peito.
- O que houve? – Edward apareceu na porta do galpão, cobrindo o telefone com a mão. – Melinoe, não assusta a sua mãe! –
- Foi sem querer! – pediu, mas eu ouvi o tom de diversão em sua voz.
- Eu nunca vou me acostumar com isso! – reclamei ainda encostada na parede, enquanto Edward se afastava de novo e Meli ria. – Pelo amor de Deus, menina, quase infartei! – reclamei de novo e ela gargalhou.
- Oi mãe. – ela se aproximou de mim, praticamente saltitando e com os braços abertos.
- Oi Meli. – eu a abracei e ela retribuiu o abraço apertado e forte, muito forte. – Meli... Está... Machucando. –
- Oh desculpa. – ela me soltou, levemente constrangida.
- Como você está? Como passou esses meses? –
- Bem! –
- Achei que tivesse dito que não era para nenhuma das duas deixaram o mundo inferior até eu voltar. – Edward falou, se fazendo presente, enquanto se aproximava de nós guardando o telefone no bolso de sua calça.
- Tecnicamente o senhor disse que não era para nenhuma de nós duas deixarmos o mundo inferior e irmos para Tulsa, até o senhor voltar. – rebateu ela e Edward apenas ergueu uma das sobrancelhas. – O senhor nunca disse nada sobre subir quando vocês chegassem em Atenas. –
- Engraçadinha, você em... – ironizou e ela riu. – Está tudo bem lá embaixo? –
- Sim. Não tivemos nenhum problema, ninguém tentando fugir, nenhum semideus idiota tentando entrar, tudo na completa paz da morte! –
- Se tem uma coisa que, mais de oitenta por cento das pessoas que estão no mundo inferior, não tem é a completa paz da morte! – Edward ironizou. – E sua irmã? –
- Lá embaixo. Nem sabe que eu subi! –
- Qual é a dificuldade que você tem de obedecer a sua irmã? –
- Ela é pior que o senhor! – respondeu e eu me controlei para não rir e ele me encarou.
- Pois bem. Já viu a sua mãe. Agora volte para os seus afazeres que em menos de uma semana ela está lá embaixo. –
- Tá bom... Tá bom... – resmungou ela, me abraçando forte de novo, dessa vez maneirando um pouco na força para não me machucar. Eu retribuí o seu abraço e beijei a sua cabeça e ela sumiu de novo.
- Eu, definitivamente, nunca vou me acostumar com isso. – comentei. – E o que o prefeito queria? – perguntei me aproximando dele e abraçando-o pelo pescoço, e ele passou os braços pela minha cintura.
- Perturbar! Só que dessa vez queriam perturbar você também! –
- Estou de férias! – brinquei e ele riu.
- Foi o que eu disse. E ainda tive que ouvir um e quem tira seis meses de férias? – ele revirou os olhos.
- Então... Quais são os planos agora? –
- Irmos almoçar. –
- É uma boa ideia, estou começando a ficar com fome. –
- Então, nós vamos almoçar, daqui a dois dias é o seu aniversário e semana que vem nós vamos para o submundo e Alice vai tentar passar alguns dias no Olimpo. E eu apostei com o Jasper que ela vai pedir para descer antes mesmo de completar vinte e quatro horas. – comentou e eu balancei a cabeça rindo. – Alice não vai aguentar Hera. Talvez ela se dê bem com Afrodite, mas com as outras, eu duvido muito! –
- Mas ela vai ficar o dia inteiro lá? Tipo, direto? –
- Não sei. Jasper está pensando primeiro em ver o quanto ela aguenta por algumas horas, até pensar em deixar o dia inteiro. E ele está pensando em pedir para você ficar algumas horas com ela lá em cima, e eu estou tentando a não deixar! –
- E você tem que deixar? – perguntei.
- Tenho! – eu levantei, não apenas uma, mas as duas sobrancelhas para ele. – Até porque Hera, nunca gostou de Perséfone e também não está feliz por termos te dado a ambrosia, e tecnicamente a lei de não ferir nenhum outro deus, não aplica a você, e porque eu tenho certeza que se você ficar dois minutos lá em cima você se arrepende de ter tomado a ambrosia e resolve voltar para Tulsa. –
- Por que as pessoas odiavam Perséfone? –
- Basicamente é só a Hera, do mesmo jeito que ela odiava e odeia todos os filhos que Zeus teve com outras mulheres... E matou a maioria dos semideuses. –
- Quero subir mais não! – ele riu me abraçando a minha cintura mais forte.
- Mas não se preocupe. Terá outras oportunidades de você ir até o Olimpo, ou de conviver com eles. –
- Eu... Eu já convivi uma vez, não é?! Não sabia, mas não teve nada demais e... –
- E você conviveu com eles fingindo ser mortais. Não com eles sendo eles mesmos! –
- Será você quem vai me fazer com que eu me arrependa. – brinquei e ele riu.
- Estou apenas sendo sincero! –
- Vamos almoçar logo... – ele me abraçou forte e deu um beijo em minha testa antes de deixarmos o galpão. – Deixa eu perguntar, se bem que eu tenho até um pouco de medo, mas que cortina é essa bem no meio da parede? – questionei apontando para as duas cortinas preta que ficava no meio da parede que dividia a minha loja da loja da Alice.
- Bom... – ele soltou a minha mão e se aproximou das cortinas. - Eu conheço você e a Alice, e sei o que mais vai ter nesses seis meses aqui serão as fofocas edificantes das duas... – brincou e eu ri. – E para que vocês possam conversar à vontade, e se ajudarem a vontade... – ele afastou os dois panos revelando uma porta francesa de vidro, que ao abrir formava uma passagem para a loja ao lado.
- Inacreditável. – comentei rindo ao ver a cara de espanto de Alice do outro lado da porta.
- Que isso? – ela perguntou quando ele abriu as portas.
- Ele fez uma passagem para a gente fofocar sem termos que deixarmos as lojas. – respondi rindo e ela me acompanhou na risada.
- Melhor parte. Todo mundo sabe que as pessoas não sobrevivem sem fofocas! –
- Alice... – Edward a chamou e ela apenas parou de rir o encarando. – Fecha a loja e vamos almoçar. –
- Vamos. –
- E Jasper? – perguntei quando ele fechou as portas e a cortina de novo.
- Disse que chega hoje à noite. – respondeu quando deixamos a floricultura e ele trancou a porta atrás de nós e me entregou a chave, ao mesmo tempo em que, Alice fechou a dela.
Eu guardei as chaves dentro da minha pequena bolsa, que estava pendurada em meu ombro e ele passou o braço por cima de meus ombros. Edward nos guiou até um restaurante, escolhendo uma mesa na calçada, o outono ainda não havia chegado de fato, portanto o clima ainda estava gostoso para ficar do lado de fora do restaurante.
Quando a noite chegou, e nós estávamos terminando de nos arrumar para sair, na verdade, estávamos esperando por Alice, a campainha tocou e quando eu abri dei de cara com Jasper, Edward já havia avisado que ele chegaria hoje à noite, portanto não foi nenhuma surpresa encontra-lo ali. Sabendo muito bem, que caso ele fosse chamar por Alice no quarto, eles não sairiam de lá hoje, eu o deixei na sala, com Edward, que tinha um copo de uísque em mãos, e fui, mais uma vez, apressar Alice, que ao saber que Jasper já havia chegado, ela se apressou.
...
O meu aniversário chegou, e até o momento todo mundo havia respeitado o meu pedido, sem festa, sem bolo, sem parabéns e sem presentes. Edward havia permitido a saída das meninas do mundo inferior para que pudesse passar o dia aqui em cima comigo, e sair para jantar conosco. Eu estava no quarto, terminando de me arrumar, quando ouvi a porta do mesmo abrindo e ao olhar pelo espelho eu vi Edward entrando no quarto, com aquele maldito terno preto que me deixava doida.
- Você não deveria aparecer assim na minha frente. – comentei perdendo um brinco na minha orelha.
- Por que? –
- Porque a vontade que eu tenho é de trancar a porta do quarto e não sair daqui e não te deixar sair. – respondi colocando o outro brinco e ele riu.
- Acredite que eu não vou me opor caso faça isso! – ele parou atrás de mim, passando os braços pela minha cintura, me abraçando forte e apoiando o queixo em meu ombro.
- Se as meninas não estivessem aí eu realmente faria, porque eu sei que, com certeza, Alice e tampouco Jasper iria se importar. –
- Se quiser mando as meninas descerem de novo. –
- Para! – reclamei e ele riu. – Não vai mandar ninguém descer! – ele escondeu o rosto em meu pescoço ainda rindo. – Até porque quando voltarmos e todo mundo dormir, no caso, quando as duas dormirem, nada irá nos impedir de trancar a porta e não sairmos daqui. – comentei me virando de frente para ele, e passando os meus braços pelos seus ombros, entrelaçando os meus dedos atrás de sua nuca.
- Então vamos embora logo, para voltarmos o mais rápido possível! – sugeriu me fazendo rir. – O melhor é que quando você descer, não vai ter ninguém para nos atrapalhar... – meus lábios se repuxaram em um sorriso.
- Já está planejando o próximo filho, é? – brinquei e ele sorriu torto para mim.
- Bom, se você já se sentir pronta para isso, acredite que não irei reclamar. –
- Calma, vamos com calma! – pedi e ele apenas assentiu concordando. Eu tirei as mãos de trás de sua nuca, descendo-a pelo seu peito ajeitando a lapela de seu paletó e eu senti algo pequeno e quadrado dentro do bolso do mesmo. – O que é isso? – questionei.
- Nada! – disse simplesmente e tirando a minha mão dali.
- Nada? –
- Pare de ser apressada, senhorita! –
- Eu não sou apressada, eu sou curiosa e ansiosa! – corrigi e ele riu, Edward e nem eu tivemos tempo de falar algo e uma batida soou na porta. – Entra. –
- Mãe... Pai... – Macária entrou no quarto.
- Fala. –
- Estamos todos prontos. E a tia Afrodite e o tio Hefesto estão aí. –
- Não me surpreende! – ele suspirou. – Estamos indo! – ela apenas assentiu e deixou o quarto.
- É a primeira vez que ela me chama de mãe. – falei com a voz baixa, enquanto eu encarava a porta pela qual ela havia passado, ele levou os lábios até o meu ouvido.
- Na sua frente! – comentou e deu um beijo em minha têmpora. – Eu te amo. – eu virei meu rosto na direção dele.
- Eu também te amo. – Edward roçou o nariz contra o meu, antes de me dar um beijo.
Ele apertou os seus braços, um pouco mais forte, contra a minha cintura, e me prensando contra o seu corpo, e eu apoiei as minhas mãos em seu pescoço, enquanto eu sentia a sua língua deslizando pelos meus lábios, que se entreabriram para ele, fazendo com que a mesma se enroscasse a minha. Edward aprofundou mais o beijo enquanto eu sentia uma de suas mãos descendo pela minha cintura, até o meu quadril. Ele espalmou a mão em minha bunda, e a apertou com força, fazendo com que um gemido alto escapasse da minha boca e fosse abafado pela dele.
- Desgraçado. – xinguei quando o beijo foi interrompido e eu vi os seus lábios se repuxado em um sorriso torto.
Ele não falou mais nada, apenas me deu um beijo de novo e segurou a minha mão, me puxando para fora do quarto. Mal chegamos à sala e ouvimos Rosalie resmungando se nós achávamos mesmo que iriamos sair para comemorar alguma coisa, e ela não iria junto. Eu vi Emmett passando discretamente, mas não muito, uma pequena caixa quadrada e fina ara Edward, que soltou a minha mão e levou a caixa até o quarto, e em poucos segundos ele voltou para perto de nós.
Nós deixamos o apartamento e seguimos para um restaurante aqui perto, que ficava no terraço de um hotel, que tinha uma vista simplesmente magnifica para a acrópole. Durante o jantar, ou melhor, enquanto aguardávamos pelo jantar, eu sentia a mão de Edward apoiada em minha coxa, por baixo do vestido, deslizando devagar a ponta dos dedos pela minha coxa, enquanto ouvia Emmett reclamando de alguma coisa que havia acontecido no Olimpo recentemente.
Rosalie e Emmett voltaram para o Olimpo, as meninas voltaram para o mundo inferior e nós voltamos para o apartamento. A porta foi trancada e as janelas foram conferidas para ver se estavam bem trancadas, e eu fui me livrando de meus saltos enquanto caminhava para o quarto.
- Abre para mim, por favor. – pedi a Edward, quando a porta se fechou.
- Quer tomar um banho primeiro? – ele perguntou após abrir o zíper do meu vestido e abraçando a minha cintura e dando um beijo lento em meu pescoço.
- Primeiro do que? – questionei. Edward não me respondeu, apenas deslizou a mão que estava em minha cintura para o meio de minhas pernas, colocando-a para debaixo de meu vestido, e a infiltrando em minha calcinha e tocando em minha buceta.
Ele deslizou os dedos até a minha entrada e me penetrou com um dedo devagar e começou um vai e vem lento e gostoso, Edward me penetrou algumas vezes com um dedo só, antes de tira-lo e me penetrar de novo com dois, fazendo os meus gemidos saírem um pouco alto, enquanto ele beijava o meu pescoço, dando leve chupadas no mesmo, e me causando leves arrepios em minha pele.
- Nós... – minha fala foi interrompida devido um gemido. – Nós podemos ter uma rapidinha, depois... – outro gemido quando ele, além de me penetrar, começou a me estimular com o polegar. – Depois um banho e depois podemos ter outra rapidinha. – sugeri.
- Eu gostei da ideia. – o infeliz, falou com a voz rouca em meu ouvido, e ganhou um gemido de frustação, ao tirar os dedos de dentro de mim, e a mão de dentro da minha calcinha.
Eu mal tive tempo de reclamar e ele me virou de frente para ele, chocando a boca contra a minha. Com o beijo aprofundado ele foi andando para frente, e me fazendo andar para trás, até que as minhas pernas encontraram a cama, e eu ia me livrando de seu paletó e da sua camisa, ele me deitou sobre o colchão, deitando-se por cima de mim. Com a sua mão em minha cintura, ele me puxou mais para o meio da cama e sem separar os nossos lábios, ele começou a puxar o meu vestido para baixo.
Edward interrompeu o beijo, e conforme ia abaixando o meu vestido, ele foi descendo com a boca pelo meu corpo. Devagar, ele foi beijando meu corpo, desde o meu colo, passando pelo topo dos meus seios, e seguiu pela minha barriga, até chegar ao meio de minhas pernas, ele terminou de tirar o meu vestido e em um puxão ele rasgou a minha calcinha, e ajoelhou no chão, fora da cama, puxando o meu quadril para a beirada da cama, se ajeitando no meio das minhas pernas.
Um gemido escapou dos meus lábios, ao sentir a língua de Edward passando pela minha buceta. Ele me segurava pelas coxas, enquanto me chupava, intercalando as chupadas com lambidas e sugadas, enquanto eu puxava os seus cabelos a cada sugada em meu clitóris. Eu já estava bem excitada, já que ele havia me estimulado com os dedos a poucos minutos, então não demorou muito e eu gozei em seus lábios. Ele foi subindo pelo meu corpo, refazendo o caminho de volta a minha boca.
Com o beijo intenso, eu levei as mãos para as suas calças, abrindo o botão e o zíper, abaixando-as junto com a sua cueca. Ele interrompeu o beijo um pouco, apenas para pegar uma camisinha na cômoda, e voltou a recomeçar o beijo, enquanto vestia a camisinha. Edward estava ajoelhado na beirada da cama, acomodado entre as minhas pernas e lentamente, ele foi me penetrando, até se alojar todo dentro de mim, e arrancando um gemido de ambos.
Devagar, ele começou um vai e vem lento. Apoiando os dois braços no colchão ao meu lado, enquanto tinha a testa apoiada na minha. Os nossos olhos estavam presos um no do outro, conforme ia aumentando o ritmo e a intensidade das investidas de seu quadril contra o meu.
Eu apoiei as minhas mãos em seu rosto e uni os nossos lábios em um beijo, abafando o nosso gemido, conforme sentia uma de suas mãos, que havia saído de perto da minha cabeça, e deslizava pela minha coxa, que estava presa em volta da sua cintura, dando alguns apertões firmes. Não demorou muito e eu atingi o meu êxtase e ele veio em seguida. Os dois estávamos arfantes, então o beijo acabou sendo interrompido e soltando a minha perna, fazendo-a cair no colchão, enquanto escondia o rosto em meu pescoço, respirando fundo.
...
Já estávamos no início da madrugada e ainda não havíamos ido dormir. Na verdade, estávamos na banheira há quase uma hora, a água já estava fria, e as pontas de nossos dedos, enrugados, mas de qualquer forma, nenhum dos dois queríamos sair dali. Eu tinha as costas apoiadas no peito de Edward, enquanto sentia uma de sua mão, fazendo um cafuné em meus cabelos, que agora estavam mais para úmidos do que para molhados, e de vez em quando, um beijo era dado, ora em minha cabeça, ora em minha têmpora, ora em minha bochecha.
Já havíamos feito amor ou sexo cerca de duas vezes mais, e o cansaço começava aparecer, e o cafuné gostoso que Edward fazia ajudava e muito ao sono que se aproximava, eu tinha certeza de que não demoraria muito e eu estaria dormindo profundamente. Ele parou o cafuné em meus cabelos, e me abraçou com os seus dois braços, e beijou a minha bochecha, descendo pela minha mandíbula até o meu pescoço, onde ele inalou fundo, o cheiro, antes de beijar mais uma vez.
- Vamos dormir? – perguntou levando a boca de volta ao meu ouvido.
- Admito que caso não tivesse parado o cafuné, eu estaria dormindo em menos de cinco minutos. –
- Eu sei! – respondeu e eu senti os seus lábios se repuxando em um sorriso contra a minha orelha. – Vamos... Vamos para a casa, porque o peixe da família não sou eu! – brincou me fazendo rir.
Eu me afastei dele, apenas o necessário para que ele pudesse se levantar e sair da banheira, pegando uma toalha e enrolando-a em volta da cintura. Ele pegou uma toalha para mim, e eu me levantei, saindo da banheira e me enrolei na toalha que ele me entregou. Usando apenas uma calça de moletom, ele saiu do quarto, comunicando que iria até a cozinha pegar água e que já voltava, e enquanto ele ia, eu me sequei e coloquei apenas uma camiseta de Edward e uma calcinha.
No chão do quarto as nossas roupas estavam jogadas e espalhadas pelo chão. Eu comecei a recolher as roupas e coloca-las no canto, para que amanhã as colocasse para lavar, e os meus saltos e os sapatos de Edward eu coloquei no canto do armário. A última peça de roupa que faltava tirar do chão, era o paletó de Edward. Eu o peguei na mão e ouvi o barulho de algo caindo no chão, e ao olhar para o mesmo, eu vi uma pequena caixinha quadrada e preta no chão, me agachei o mínimo possível apenas para pegar a caixa no chão, ela era leve e era uma caixinha de uma joalheria, não tinha nome, mas eu sabia que era uma caixinha de uma joalheria e pelo tamanho, era a caixinha de um anel.
- Abriu? – eu me sobressaltei com a voz de Edward vindo detrás de mim.
- Não! Não é meu, por que abriria? – perguntei quando ele passou os braços pela minha cintura. – O que é isso? – ele tirou uma das mãos da minha cintura e abriu a caixinha que estava em minhas mãos, revelando, o que eu já suspeitava, um anel. Uma grande pedra preta e quadrada, uma ônix, ficava no centro do anel, com três pequenos diamantes, em formato de pétalas nas duas laterais do anel, e a argola feita na cor rose gold. – Para que isso? – perguntei com a voz baixa.
Ele não respondeu de imediato, apenas levou o rosto até o meu pescoço e inalou o meu cheiro, dando um beijo no mesmo, causando um leve arrepio em minha pele, antes de subir com a boca na direção da minha orelha. Edward beijou-me a bochecha e deslizou com a ponta de seu nariz da minha bochecha até a minha orelha de novo.
- Quer casar comigo? -
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