domingo, 12 de março de 2023

Capítulo 33.

 Tulsa – Oklahoma.

2019.

Bella.

Enquanto Edward terminava a minha loja o mais rápido que ele e os seus funcionários conseguissem, principalmente porque ele tinha que terminar os prédios da cidade, eu e as meninas começamos e terminamos de arrumar a casa, colocando tudo no devido lugar e de um jeito que agradece os quatro, já que agora eu não moraria mais sozinha. A casa já estava toda arrumada, as meninas quase não tinham roupas “normais” digo, roupas para o dia a dia e para o pequeno desespero de Macária, nós tivemos que voltar ao shopping, por mais que muitas roupas dessem para ser compradas na boutique de Alice, não eram todas que ela vendia.

Demorou quase uma semana até tudo estar pronto. A casa devidamente arrumada, a despensa, para quatro, estava cheia e as meninas tinham diversas opções de roupa para que pudessem se misturar entre os moradoras de Tulsa. No sábado, Edward já tinha trazido as suas coisas para cá, e colocado oficialmente a sua casa a venda ao mesmo tempo em que me entregou as chaves da minha floricultura reformada, pela segunda vez em pouquíssimos meses. Segunda feira iriam fazer a entrega dos vasos que eu tinha comprado e eu finalmente podia reabrir, de novo, a minha loja.

Durante o final de semana, Edward ajeitou o cômodo que ficou de acordo que seria o seu escritório, com aquele bendito cetro pendurado atrás da mesa. A partir de segunda Edward iria começar o projeto da prefeitura, finalmente para a felicidade do prefeito. Domingo a tarde, nós acabamos ficando quase que a tarde inteira sentados na sala vendo alguns filmes.

Quando segunda amanheceu, eu acordei cedo, como era de costume. Eu tinha que colher as flores para levar para a floricultura. Na verdade, eu havia tentado levantar cedo, mas Edward não havia colaborado muito, me impedindo de me levantar, prendendo o meu corpo entre os seus braços e as suas pernas entre as minhas, me fazendo rir. O meu riso foi interrompido quando ele roçou os seus lábios contra os meus, a minha mão estava apoiada em sua bochecha, sentindo a sua barba, que começava a crescer, contra a palma da minha mão. Edward aprofundou o beijo e apertou mais o meu corpo contra o dele enquanto descia com a mão para o meu quadril, espalmando-a em minha bunda.

Ele deslizou os dedos mais um pouco para baixo, e devagar, começou a me estimular, por cima da calcinha. Eu já conseguia sentir a minha calcinha ficando úmida conforme ele continuava a me masturbar. Edward parou por alguns segundos, apenas para pegar uma camisinha na mesinha de cabeceira, atrás dele, e para abaixar a sua calça e vestir a camisinha, ele colocou a minha perna por cima da sua cintura e colocou a minha calcinha para o lado, me preenchendo e fazendo que o nosso beijo foi interrompido por um gemido.

Ele ficou segurando a minha calcinha para o lado enquanto investia o seu quadril contra o meu. Depois que o beijo foi interrompido, ele não foi aprofundando de novo, os nossos gemidos impediam isso. Eu nos virei na cama, fazendo-o deitar de costas na mesma e ficando por cima dele. Apoiei as minhas mãos em seu peito enquanto as suas mãos seguravam o meu quadril, me ajudando a cavalgar em seu pênis, no ritmo que eu queria. Não demorou e eu senti a minha buceta apertando o seu pênis e eu gozei logo em seguida. Edward não nos virou na cama, ele apenas continuou a impulsionar o meu quadril contra o dele, até que ele gozasse também. E sentindo o meu corpo um pouco mole, eu deitei o meu corpo contra o seu, roçando o nariz contra o dele, antes de beijar os seus lábios.

Nós acabamos ficando mais um pouco na cama, até que acabou ficando tarde demais e todo mundo iria acabar se atrasando. Sabendo que, caso Edward entrasse no banheiro para tomar um banho comigo, nós não iriamos sair desse banheiro tão cedo, eu o impedi de entrar, trancando a porta e o ouvindo rir. Eu tomei o meu banho e deixei o banheiro já vestida, indo para o andar debaixo da casa.

Enquanto eu tomava o meu banho e me arrumava, ele tinha descido e feito café. Eu enchi uma xícara com café quente e fresco e saí para o jardim pela porta da cozinha, e liberando o quintal, principalmente, uma pequena área que Edward havia deixado pré separado para Cerberus pudesse fazer as suas necessidades. Ele podia ser um cão imortal, gigante e de três cabeças, pelo menos no submundo, mas ele ainda era um cachorro que tinha necessidades.

Eu não entendia o motivo, mas enquanto eu colhia as minhas flores para levar para a floricultura, eu sentia uma sensação horrível de estar sendo observada. Não tinha mais casa naquela quadra, já que Edward havia comprado e demolido todas as casas dos meus vizinhos. Olhei para a janela do quarto das meninas, que era o único quarto que tinha visão para o jardim, e as janelas e as cortinas continuavam fechadas, elas provavelmente ainda estavam dormindo, e ao olhar para as janelas e porta da cozinha, não tinha ninguém ali também, e isso só piorava a sensação de estar sendo observada.

Tentei ignorar isso e continuar a colher as flores, quando uma brisa fresca passou por mim e um cheiro de enxofre, muito forte, entrou em minhas narinas, fazendo-as arder. Depois que eu havia tomado a ambrosia, que Edward havia me dado, eu passei a sentir um leve odor de enxofre vindo dele e das meninas, mas era fraco, bem fraco, provavelmente porque eles estavam passando tempo demais fora do submundo, mas não era um cheiro que me incomodasse ou que ardesse o meu nariz e os meus olhos, mas o que eu sentia agora era absurdamente incomodo.

- Bella? – ouvi a voz de Edward vindo de trás de mim e acabei me sobressaltando com ela. – O que houve? Você está estranha! –

- Eu... Eu quero te fazer uma pergunta um pouco estranha. –

- Faça. – respondeu bebendo um gole de seu café.

- Tem alguém nesse quintal, sem ser nós dois e o Cerberus? –

- Por que a pergunta? – rebateu confuso, e sem me responder.

- Porque eu estou com uma sensação horrível de estar sendo observada, de um jeito que eu nunca senti na vida, além do fato de eu estar sentindo o cheiro de enxofre tão forte que está ardendo o meu nariz e os meus olhos. – respondi. Ele continuou sem me responder e apenas olhou em volta do jardim, até fincar os seus olhos no telhado em cima da casa. – Edward... O que foi? – perguntei quando ele ficou em silêncio por longos segundos olhando para o telhado.

- A sua sensação horrível de estar sendo observada é porque praticamente a morte está te observando. – respondeu sem desviar os olhos de onde olhava, mas bebeu mais um gole de café.

- Como assim? Você disse que depois de eu ter bebido a ambrosia eu era imortal. – comentei deixando a minha tesoura em cima da minha cesta e me levantando.

- Exatamente. –

- Então, como assim a morte está me observando? –

- Tem três harpias em cima da casa. Elas só são vistas por moribundos e moradores do submundo. Mas a partir do momento em que, agora, você é imortal, você sente a presença delas mais forte do que os mortais. Depois que você passar uma temporada no mundo inferior você vai passar a vê-las. –

- E o que elas fazem aqui? – perguntei.

- Eu não sei. – respondeu simplesmente e bebendo outro gole do café. - Pode descer Celeno. – ele falou tranquilamente e com a voz normal, como se tivesse falando comigo, que estava ao seu lado. Ele abaixou a cabeça, olhando para frente, na minha visão não tinha nada ali, absolutamente nada ali, mais uma rajada de ar me atingiu. – O que vocês estão fazendo aqui? Não mandei vocês ficarem cuidando do mundo inferior até alguém descer? – ele perguntou e eu obtive um silêncio em resposta, e a serenidade que Edward tinha em seu rosto sumiu em poucos segundos. – Quem fez isso? – perguntou furioso e mais um silêncio. – Como vocês permitiram isso? – ele perguntou furioso e com a voz subindo duas oitavas.

- Edward... O que está havendo? – perguntei tocando em seu braço.

- Desce que eu já vou resolver isso. Ninguém entra ou saí do submundo até eu chegar lá. – ele mandou e mais uma vez, uma rajada de ar me atingiu, dessa vez um pouco mais forte. – Eu vou precisar descer e provavelmente levar as meninas e o Cerberus comigo. –

- O que houve? – ele suspirou.

- Alguém, provavelmente Zeus, teve outro filho, e o infeliz invadiu o submundo. –

- Para que? –

- Pelo que elas falaram, quer tirar alguém dos Asfódelos, mas ele se escondeu, então eu tenho que levar todo mundo lá para baixo. – ele suspirou passando a mão pela testa. – Cerberus vai ter que voltar e ficar um tempo lá cuidando da entrada de novo para impedir que esses idiotas entrem! –

- Se alguém perguntar sobre você o que eu falo? – ele ficou alguns segundos em silêncio.

- Quem vai perguntar deve ser o prefeito, se ele perguntar fala que eu fui até a cidade vizinha resolver uns problemas com os materiais que estão atrasados, eu movimentando todo o submundo eu devo voltar ainda essa noite! Isso se Zeus não atrapalhar. – eu apenas assenti e ele segurou o meu rosto entre as suas mãos. – Eu te amo e qualquer coisa me liga. –

- Não se preocupa. Eu também te amo. – eu fiquei na ponta dos pés e beijei os seus lábios. Edward retribuiu o beijo, roçou a ponta do nariz ao meu e beijou a minha testa.

- Se despede do Cerberus, enquanto eu vou chamar as meninas, porque ele vai precisar ficar um tempo lá embaixo. – eu apenas assenti de novo e ele beijou mais uma vez os meus lábios antes de voltar para dentro de casa.

Como se tivesse entendido, Cerberus veio até mim com as orelhas abaixadas. Eu me sentei no chão, sobre as minhas pernas e levei as minhas mãos até a sua cabeça, coçando atrás de suas orelhas, e mesmo cabisbaixo, ele balançou o rabo ao receber o carinho. Ele se levantou, se sentando nas patas traseiras e apoiou as dianteiras em meus ombros como se me desse um abraço, eu o abracei apertado.

Não demorou muito e as meninas também apareceram no jardim, era capaz de Edward também deixar uma delas, ou as duas, no submundo junto a Cerberus, e ele próprio ficaria se não tivesse com o prefeito o perturbando querendo que ele terminasse as reformas. Eu dei um abraço e um beijo em cada uma, antes de elas irem embora com o pai e o Cerberus.

Eles foram embora e eu voltei ao meu trabalho suspirando. Eu colhi tudo o que eu precisaria, e que dessa vez tinha que ser quase o triplo do que o costume, já que a minha loja estava completamente vazia. Eu tomei um café da manhã rápido e fui embora para a floricultura. Com a loja ainda fechada eu arrumei tudo o que eu precisava arrumar e finalmente eu pude abri-la de novo.

...

- Bella... – a voz da primeira dama invadiu os meus tímpanos. Já era de tarde e eu praticamente tinha acabado de almoçar e Bree já estava aqui me ajudando, arrumando um arranjo, que seria entregue no final do dia.

- Oi senhora O’Brien. Deseja algo? –

- Sim. – ela se aproximou do balcão colocando a bolsa ao lado e apoiando as mãos no mesmo. – Estamos ligando para o Edward, mas o telefone só da fora de área. Esperava que você tivesse noticias dele. –

- Então, ele saiu hoje de manhã, disse que teve que ir até a cidade vizinha, o fornecedor dele não entregou ainda o material para o resto da reforma e ele foi até lá. – respondi, usando a desculpa que Edward havia dito.

- Ah que pena... –

- Mas dependendo do que precisar dele, talvez eu possa ajudar. –

- É verdade que o Edward está vendendo a casa dele? –

- Sim. – respondi.

- Nós queríamos ver a casa, por dentro... Tem como você nos mostrar a casa? –

- Eu ainda tenho a chave, se quiser marcar no final do expediente na casa, eu posso mostrar para a senhora. –

- Você é um anjo, Bella! – exclamou de forma exagerada me fazendo rir. – Às seis te encontro lá. –

- Tudo bem. – eu apenas assenti. – Deseja mais algo? – perguntei e ela olhou para a loja em volta.

- Um arranjo de dálias, por favor. – pediu e eu acabei rindo. – Bem colorido. – eu assenti. – Daqui a pouco eu venho pegar, tenho que ir almoçar com a mamãe. – me contentei apenas em assentir e ela deixou a loja.

- Essa mulher não é normal! – Bree que ficou a conversa inteira em silêncio comentou.

- Você só convive com ela a pouco tempo. – resmunguei e ela riu. – Bree... Eu tenho que conversar uma coisa com você! –

- Eu não fiz nada! –

- Eu sei, Bree, eu sei. Relaxa! Tem haver com você, mas de certo modo não tem! – ela me olhou confusa enquanto largava o arranjo que fazia. – Eu e o Edward decidimos dividir o nosso ano em dois lugares! Ele só está na cidade pela minha causa, principalmente, e devido as reformar que ele está fazendo para o prefeito. – expliquei. – A questão é que ele tem a empresa dele, e ele não pode deixa-la... Abandonada o ano todo. Então nós decidimos passar seis meses aqui em Tulsa e seis meses na casa dele. –

- E onde ele mora? –

- A empresa dele é em Londres, mas ele está de mudança para Atenas, por isso que ele vivia viajando. – expliquei.

- Isso é do outro lado do mundo. – comentei.

- Eu sei! –

- E a floricultura? Vai acabar com ela? –

- Não, por isso nós vamos passar seis meses aqui em Tulsa, porque eu não quero deixar a loja e de certa forma a cidade. –

- E quem vai cuidar dela? –

- Pensei que você poderia cuidar dela. Obviamente eu teria que arrumar outra pessoa para te ajudar, principalmente devido a sua escola, mas pensei que você podia cuidar dela. Será durante o inverno, não terá muito movimento! –

- Eu não sei se eu tenho capacidade de cuidar de uma loja sozinha por seis meses. – comentou com a voz baixa.

- Claro que pode. Você cuidou enquanto eu estava viajando. E eu posso te ensinar tudo o que você precisa saber. – respirei fundo. – Alice também vai! Jasper também vai voltar para Atenas, junto com Edward, e Alice também vai, então do mesmo jeito que eu vou ter que procurar mais alguém para te ajudar aqui, Alice também tem. – explique. – Se você tiver alguém para indiciar, será melhor! – eu afaguei o seu braço. – E não se preocupe, porque qualquer coisa que acontecer eu venho rapidinho resolver! –

- Tudo bem! – eu afaguei o seu braço de novo e me afastei para fazer o arranjo que a senhora O’Brien tinha pedido.

Eu comecei a andar pela loja para escolher as dálias mais coloridas que eu tinha, e outras flores para ornamentar também. Com o vaso escolhido, eu comecei a montar o arranjo enquanto Bree ia atendendo quem chegava na loja para querer algo mais simples ou mais rápido de fazer. Quase duas horas depois a senhora O’Brien veio pegar o seu arranjo e pagá-lo e foi logo embora, reforçando que às seis iria nos encontrar em frente a antiga casa de Edward. Menos de dois minutos depois que ela saiu, eu ouvi o sininho da porta tocando, quando a mesma foi aberta, eu levantei a cabeça do caixa, que eu guardava o dinheiro do arranjo que a senhora O’Brien tinha acabado de levar.

- Boa tarde. Em que posso ajudá-lo? – perguntei vendo um homem, com um uniforme de entregador, entrando na loja com uma prancheta em mãos.

- Estamos procurando pela senhorita Isabella Swan. – respondeu lendo, provavelmente, o meu nome no papel em sua mão.

- Sou eu. –

- Temos algumas entregas para a senhorita. – explicou.

- Eu... Eu não pedi nada. – ele olhou para o papel de novo, e eu saí detrás do balcão, e me aproximando dele.

- A compra está no nome de... – ele virou a folha para ver a outra. – Edward Cullen. – eu olhei para o nome da empresa bordado no bolso de sua roupa. Jenny’s Garden.

- O que esse homem comprou? – perguntei.

- Assine aqui, por favor, e me diga onde podemos descarregar. – pediu me entregando a prancheta e uma caneta.

Ao invés de assinar a entrega, eu fui até a descrição ler o que tinha ali. 3 vasos de rosas do deserto adultas. 20 mudas de rosas do deserto variadas. Eu vou matar esse homem! Eu assinei a entrega e pedi a ele, para que eu pudesse ver as plantas para que pudesse ver onde seria descarregada. Ele me guiou para o lado de fora da loja, onde tinha um caminhão pequeno e ele abriu as portas. Eu respirei fundo vendo o tamanho daquelas plantas, eu sempre soube que elas podiam ficar enormes, eu só não sabia que Edward era maluco a esse ponto, quando eu contei a ele que sempre quis uma rosa dessas.

Eu escolhi um dos vasos, o que estava menos oval e mais cumprida para o alto, e pedi para colocarem na porta da loja. Aquele vaso era absurdamente pesado e aquela planta precisava de sol, o máximo de sol possível, e o mínimo de água possível, o seu nome era autoexplicativo rosa do deserto, lugar com muito sol e pouca água. As flores era das cor de rosa escuro, com o miolo mais esbranquiçado e ela estava muito, muito florida. Com aquele vaso no lugar escolhido, eu pedi para que eles levassem o resto até a minha casa, eu não iria ficar com vinte mudas na minha loja e nem com três vasos enormes, eles iriam ocupar todo o espaço. Pedi para que Bree fechasse a loja para mim, do jeito que ela já havia feito diversas vezes, e peguei o meu carro indo para a minha casa, guiando o caminhão até lá.

Escolhi os lugares onde as outras duas adultas, uma cor de rosa com branco, só que mais clara que a qual ficou na floricultura, e a outra um tom de rosa mais claro ainda. Eles colocaram no lugar e deixaram as mudas na entrada do meu jardim, que eu arrumaria depois. Eu lhes paguei uma gorjeta e eles foram embora e eu comecei a procurar lugar para locar as mudas e, finalmente, havia entendido o motivo de ter um espaço, relativamente grande, sem nenhuma árvore cobrindo, com luz do sol quase que o dia inteiro, nos fundos do quintal, próximo ao muro.

- Oi Bella... – Alice apareceu no meu jardim enquanto eu terminava de levar os últimos vasos com as rosas para a área mais ensolarada do quintal.

- Oi Allie. –

– Passei na sua loja para irmos, sei lá, comer uma pizza nós duas hoje à noite, e a Bree falou que você tinha vindo para casa. O que houve? –

- Olha isso. – apontei para os dois vasos com as enormes rosas do deserto.

- Lindas. Como você as comprou? Já cansou de dizer que teria que vender os rins para comprar uma e... – eu apenas ergui uma sobrancelha e ela balançou a cabeça rindo. – Edward... –

- E não contente com uma... Ele comprou três dessas enormes e mais vinte mudas! – resmunguei.

- Eu até vi a da frente da sua loja e nem tinha me ligado nela. – admitiu.

- Edward é maluco. Sinceramente! Tenho medo do que verei pelo fim dos meus dias... – comentei pegando mais dois vasos do chão. – Corrigindo. Pelo fim dos tempos. –

- É dai para pior! – disse simplesmente dando de ombros e me seguindo para os fundos do quintal. – E aí, topa a pizza? –

- Cadê o Jasper? – ela suspirou.

– Vai ter que ficar algumas semanas na Grécia, disse que estão resmungando que ele não está fazendo o trabalho dele! –

- Hoje acho que não dá. Só se for mais tarde! Fiquei de me encontrar com os O’Brien na antiga casa do Edward, eles querem vê-la. –

- Para que? A casa deles já é enorme! – apenas dei de ombros. – E por que o Edward não leva? –

- Ele foi hoje pela manhã para o submundo com as meninas e o Cerberus. Alguém entrou no submundo e ele teve que ir atrás dele... – ela abriu a boca. – Nem pergunta, porque nem eu entendi direito! Pelo que ele falou, algum semideus filho de Zeus! –

- Tecnicamente você tem quantos meio irmãos? –

- O mundo inteiro? – rebati e ela balançou a cabeça gargalhando quando eu coloquei os dois vasos no chão para que pegassem bastante sol, do resto do dia.

- Tudo bem. Que horas você tem que ir se encontrar com o prefeito? –

- Às seis! –

- Então pronto. Eu vou com você e assim que eles forem embora, nós voltamos para cá e pedimos uma pizza! Eu não quero ficar sozinha. –

- Tudo bem! –

- E a gente aproveita e conversa sobre o que o Jasper disse e que provavelmente você sabe... –

- Sobre as lojas em Atenas? – ela assentiu. – Tudo bem. –

- Daqui a pouco eu volto, tenho que voltar a loja, tinha dado uma saída apenas para tomar um café e falar com você! –

- Tudo bem. Quando fechar a loja passa aqui para me buscar. –

- Tá bom! – ela gritou saindo do meu quintal e me deixando sozinha.

Quando faltava uns vinte minutos para as seis, Alice buzinou na frente da minha casa e eu fui me encontrar com ela, para que fossemos na direção da antiga casa de Edward. Eu ainda tinha a chave de lá. Eu e Alice ficamos no carro, com ela olhando o cardápio de todas as, poucas, pizzarias de Tulsa, escolhendo a pizza que ela queria, sem nunca escolher uma de fato, e eu sabia que no final, ela iria escolher a mesma de sempre!

Os O’Brien chegaram e Alice escolheu continuar no carro escolhendo e pedindo a pizza, e eu fui me encontrar com eles na porta de casa. Com a minha chave, eu destranquei a porta e entrei na frente deles para ir ligando as luzes. Era estranho entrar naquela casa de novo e encontra-la completamente vazia, quer dizer, não completamente vazia, já que Edward iria vender a casa com todos os moveis, que estavam cobertos por pano pretos, mas mesmo assim ela parecia vazia sem as coisas pessoas de Edward ou sem Cerberus andando pelos corredores. Os O’Brien olharam canto por canto da casa e eu ouvia os dois fazem mil planos, e já até planejava usar o quintal da frente e dos fundos para criar um jardim enorme, no caso, eu criar um jardim enorme ali.

Decididos a falar com o Edward no dia seguinte, porque eles queriam comprar aquela casa, eles foram embora, com ela pedindo para que eu começasse a planejar o seu novo jardim. Eu entrei no carro onde Alice estava, e fui recebida por um desisti da pizza e pedi comida chinesa. Ela dirigiu para a minha casa e enquanto ela ficava na sala esperando pela comida, eu fui até o meu quarto para tomar um banho e me trocar.

A comida chegou ao mesmo tempo em que eu desci após tomar um banho fresco e com uma roupa mais confortável. Nós nos sentamos no chão da sala para comer enquanto ela comentava sobre o que Jasper havia dito sobre abrir a loja em Atenas. De certa forma ela havia gostado da ideia, por mais que ficássemos na cidade durante o inverno, mas concordava comigo que o fato de abrir uma floricultura durante o inverno não era uma boa ideia, mesmo após eu ter explicado como todo o meu jardim havia florido em uma noite e que era assim que era a ideia de Edward de eu ter uma floricultura em pleno inverno grego.

Nós ficamos conversando durante uma boa parte da noite e inicio da madrugada até que ela foi dormir no quarto de hóspedes e eu em meu quarto. Durante a madrugada, o meio da madrugada, eu dei uma leve despertada ao respirar um cheiro fraco e discreto de enxofre preenchendo as minhas narinas e logo em seguida sentido um braço passando pela minha cintura e me puxando um pouco para trás, sentindo as minhas costas encostando em outro corpo.

- Resolveu o problema? – perguntei baixo, quando o seu braço se retesou mais forte na minha cintura.

- Resolvi, mas as meninas e o Cerberus ficarão um tempinho no submundo. – explicou com a voz baixa enquanto apoiava a cabeça próxima a minha. – O submundo não vai mais poder ficar completamente sozinho! – suspirou e beijou a minha cabeça. – Agora vamos dormir que ainda temos algumas horas de madrugada pela frente. –

- Duas coisas. – comentei me aninhando meu corpo mais perto do dele. – Primeiro. Você é inacreditável! –

- Com o que? – questionou.

- Chegou hoje as flores que você comprou. – ele soltou uma risada baixa. – Inacreditável. Uma daquelas já é cara para caramba, e você não contente com uma, comprou três! –

- Acostume-se! – respondeu simplesmente. – E a segunda coisa? –

- Os O’Brien querem comprar a sua casa! – contei. – Eles foram vê-la hoje e querem falar com você amanhã para compra-la logo. –

- Para que eles querem a casa? Já tem uma! –

- A sua é a maior e mais cara da cidade, eles obviamente vão quere-la. –

- Eu ligo para eles durante a manhã. Agora vamos dormir. – disse simplesmente.

Eu me virei na cama, de frente para ele e passando o meu braço pela sua cintura o abraçando e ele apertou o abraço em meu corpo. Voltei a dormir em poucos segundos enquanto sentia os seus dedos deslizando pelo meu coro cabeludo até que eu apaguei de novo.

Quando amanheceu, eu estava sozinha na cama. Eu me levantei e fui tomar um banho e colocar uma roupa fresca antes de descer para tomar café. Edward estava na cozinha, preparando o café da manhã, e Alice também já tinha acordado, e estava sentada em uma das cadeiras com uma xícara de café em mãos.

- Bom dia. – eu me fiz presente na cozinha.

- Bom dia amor. – ele me entregou uma xícara com café quente, quando eu me aproximei dele e ele beijou-me os lábios.

- Bom dia Alice. –

- Bom dia Bee. – desejou quando eu me sentei na cadeira a sua frente. – Bom... Eu tenho uma loja para abrir, e ainda preciso passar em casa. – ela bebeu o resto do café. – Te vejo depois, Bee. –

- Tchau Allie. – ela se despediu de Edward e deixou a minha casa, ao mesmo tempo em que ele se sentou ao meu lado colocando um prato com panquecas de chocolate com morangos a minha frente. – Obrigada. –

- De nada meu amor. – mal ele pegou a sua xícara de café e o seu telefone tocou em cima da mesa, e eu vi o nome Prefeito O’Brien aparecendo na tela. – Homem insuportável! Não vejo a hora de acabar a merda dessa reforma para ele me deixar em paz! – ele pegou o telefone e atendeu. – Bom dia senhor O’Brien... Eu soube a Bella me contou... São sete e meia da manhã, senhor O’Brien. Eu acabei de acordar! – ele falou tentando se controlar e apertando a ponte do nariz. – Eu entendo que a sua esposa está eufórica querendo a casa, mas de qualquer forma, o meu advogado precisa vir também para fazer o contrato de compra e venda da mesma. Portanto não tem motivo para toda essa pressa! – eu passei um morango pelo chocolate derretido e levei até a boca de Edward, que apenas abriu a boca e mordeu um pedaço. – Não se preocupe. Eu vou ligar hoje mesmo para o meu advogado e assim que o contrato estiver pronto eu aviso. – comentou engolindo o morango. – Eu digo a ele que é urgente! E até o final desse mês eu termino as reformas. Tudo bem. Tenha um bom dia! – ele desligou o telefone jogando-o na mesa. – Finalmente eu acabo essa merda e me livro desse homem! –

- Deixa eu te dar uma notícia triste! – ele me encarou pelo canto dos olhos enquanto levava a xícara a boca. – Você vai passar seis meses morando em Tulsa, ele nunca vai te deixar em paz! – ele apenas fechou os olhos respirando fundo.

- Vale a pena. Vale a pena... – ele repetiu para si mesmo e eu balancei a cabeça rindo. – Eu estou estressado devido a esse homem. –

- Bom... Podemos aproveitar que estamos em casa sozinhos e sairmos do trabalho um pouco mais cedo e passarmos um tempo sozinhos... Só nós dois... – sugeri. – Sem roupa... – ele me encarou com o canto dos olhos. – Nos divertir um pouquinho e se desestressar. –

- Não me dê ideias, porque caso contrário não saí ninguém de casa hoje. – comentou e eu balancei a cabeça sorrindo.

- Oh... A Alice comentou com você que nós concordamos com a ideia que você e Jasper tiveram? –

- Das lojas? Comentou! O que me faz imaginar  que vamos ficar em Atenas! –

- Sugere outro lugar? –

- Não. Atenas é um bom lugar para morar, mas a questão é... Vai querer ficar no apartamento? –

- Eu tinha pensado, ou melhor, entendido, que eu só sairia do mundo inferior quando fosse ir para a loja e depois voltaria para baixo. –

- Talvez... Só talvez Jasper tenha traumatizado Alice um pouco quanto a viver no Olimpo com os outros deuses, algo completamente compreensível, é horrível! E ela não vai poder morar no submundo, e você sabe dos motivos. – eu apenas assenti. – Eles decidiram tentar ficar no Olimpo, ela não vai aguentar dois dias, e caso não dê certo decidiram morar juntos em Atenas, ele sobe para trabalhar e depois desce para ficar com ela. Pensei que fosse querer ficar com a sua amiga... –

- Eu vou ficar o dia inteiro com ela, Edward, pelo menos a noite eu quero ficar com você! – garanti me aproximando um pouco dele. – Claro que, caso ela for ficar uns dias sozinhas, eu fico com ela, caso contrário, eu quero ficar com você! – ele encurtou o espaço entre nós e beijou-me os lábios.

- A propósito, quanto a ficar lá embaixo, eu fui lembrado de que, quando você descer, deverá comer, de novo, seis caroços de romã. – contou. – Na verdade de qualquer coisa, mas a romã é mais fácil de contar os seis meses, por assim dizer. –

- Eu já suspeitava disso. – comentei. – Não se preocupe! – falei e o seu telefone tocou de novo.

- Se for o O’Brien eu vou mata-lo. – comentou fechando os olhos e respirando pela boca, eu olhei para o seu telefone vendo o nome Carlisle.

- Seu irmão. – comentei e ele abriu os olhos.

- Não sei qual dos dois é pior! – resmungou pegando o telefone. – O que você quer? – perguntou irritado ao atender o telefone. Eu comi o último pedaço da panqueca. – Deixa ai que eu lavo. – ele falou. – Não, não estou falando com você, estou falando com a Bella. – eu me levantei da cadeira, afastando o telefone de seu ouvido.

- Eu vou me arrumar para ir trabalhar. Tente não se estressar ao ponto de destruir, de novo, a minha casa. – ele apenas assentiu. – Se eu não te ver de novo quando eu descer... Eu te vejo a noite. –

- Até a noite... – ele me deu um beijo. – Eu te amo. –

- Eu te amo. – beijei os seus lábios e deixei a cozinha.

- Infelizmente... Infelizmente eu estou te ouvindo. –

Eu subi para o segundo andar da casa. Eu me troquei, colocando um vestido fresco para o calor que faria hoje e arrumei a minha bolsa, descendo de novo. Eu ouvia Edward andando pelo seu escritório e discutindo com o seu irmão, eu ouvia por alto, era sobre o filho de Zeus ter invadido o submundo, e mesmo eu não sabendo o que foi feito com o garoto, pelo que eu entendia, Zeus não estava feliz com isso. Colhi algumas flores e frutas rapidinho e as guardei no carro, antes de dar uma corridinha até o escritório e da porta mesmo, eu mandei um beijo para Edward, que me mandou outro de volta, antes de voltar a discutir com o seu irmão, e deixando a casa, eu segui para a floricultura para abri-la.

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