sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Capítulo 11

 Isabella não conseguia acreditar muito bem no fato de que a sua irmã também teve a tamanha cara de pau de aparecer em Castela depois de ter ajudado ao pai a enganar Edward. Isabella sustentou o olhar para com a irmã, algo que a mesma não conseguiu e desviou os olhos para o chão e limpando a garganta sem jeito.

- Olá Isabella. –

- Admito que não era essa recepção que eu esperava entre a família depois de tanto tempo. – o homem moreno com a coroa dourada na cabeça se aproximou com uma taça de vinho em mãos e um sorriso brincalhão no rosto. – Sua esposa, penso eu, Edward? –

- Sim Seth. Está é Isabella. Isabella este é Seth, o rei inglês. –

- É um prazer majestade. –

- O prazer é meu! – ele pegou a mão de Isabella, sem a permissão da mesma, e lhe beijou as costas de sua mão, o que fez que Isabella sentisse como uma pressão lhe puxando para trás, mesmo que o seu corpo não tivesse saído do lugar.

Ela piscou os olhos com força e não se via mais no salão de jantar no castelo de Castela, seu marido e sua sogra não estavam mais ali e ela estava um pouco arfante. Ela sabia o que era aquilo, era uma visão, bem vivida por sinal, algo que ela não tinha desde que havia deixado Paris a muitos anos. Na sua frente ela conseguia reconhecer duas pessoas. Seu pai e Seth, sentados em uma pequena sala de jantar com o rei britânico furioso e o seu pai acuado em sua cadeira.

- Você tem noção dos problemas que isso me trouxe, Charlie? – Seth gritou se pondo de pé e quase derrubando a sua cadeira, devido ao fato de ter se levantado de supetão. – Você me garantiu que eu teria um varão e até agora Jane sequer engravidou, imagine a minha surpresa quando o meu médico diz que ela é estéril! –

- O médico pode ter errado! –

- Ele não errou! Já tem um pouco mais de cinco anos que você está aqui, um pouco mais de cinco anos que eu durmo com a sua filha e até agora ela não engravidou e você vem me dizer que o médico está errado? –

- Majestade, eu só quero dizer que... Perdoe-me, mas a vossa esposa e nem as outras amantes engravidaram também. –

- Está querendo dizer então que o problema sou eu? – gritou furioso.

- Jamais! O problema jamais seria o senhor e... – 

- Me explique agora o que eu faço! – ele se sentou em sua cadeira de novo. – Eu não tenho mais o apoio de Roma, eu me casei com Emily por influencia sua, eu estou preso nessa merda desse casamento por sua culpa! Eu não tenho aliados, eu não tenho influencia e você disse que com um filho de uma católica o Papa iria me apoiar de novo e cadê a porra desse filho? – ele berrou fazendo Charlie se amuar mais um pouco na cadeira.

- Majestade, eu tenho um plano para o senhor ampliar o seu poder! –

- Ah é mesmo? Conte-me mais! –

- A minha filha mais velha, Isabella... –

- Bella? Isabella? – Bella foi tirada de sua visão ao ouvir um leve aperto no interior de seu braço dado pelo seu marido e ao piscar os olhos de novo ela estava de novo em Castela e com o seu marido ao seu lado, lhe olhando preocupado. Ela respirava pela boca, já tinha anos que ela não tinha nenhuma visão tão vivida quanto aquela, ela sentiu um aperto em sua mão e viu que Seth ainda segurava a mão de Isabella, que fez questão de puxar a sua mão, de uma forma um pouco brusca demais, por mais que a visão de Isabella possa ter demorado cerca de alguns minutos, em Castela, não havia se passado nem cinco segundos. – Você está bem? – ela apenas assentiu temendo que a sua voz falhasse. Demorou alguns segundos para ela entender que o que ela viu, não iria acontecer ainda, pelo contrário, já havia acontecido! Não tinha sido uma visão e sim uma regressão e tinha anos que isso não acontecia.

- Perdoe-me pela minha nora, Seth, ela... – Esme suspirou. – Ela perdeu um bebê recentemente e ainda não se recuperou do banque. – mentiu. – E como ela está a tantos anos sem ver o pai e a irmã, foi uma emoção muito grande, não é meu bem? – Esme apenas afagou os cabelos da nora.

- Oh, eu sinto muito majestade. – ele tentou segurar a mão de Bella de novo em sinal de conforto e ela apenas segurou o braço de Edward, temendo ser levada para uma visão tão vivida de novo.

- Está... – ela limpou a garganta respirando fundo. – Está tudo bem... Eu... Dê uns segundos, por favor... Sentem-se... Eu já volto, vou apenas... Apenas pegar um ar! Com licença. – apressada, ela soltou o braço de Edward e saiu da sala rápido, em busca de alguma porta que a levaria até o jardim.

- Com licença, verei como a minha esposa está! – ela ouviu a voz de Edward ao sair da sala e o ouviu saindo atrás dela. – Bella... Bella... – ela não parou ao ouvir a voz do marido e apenas saiu pela porta que dava ao jardim, e ela apenas abriu se apoiou na mureta da fonte, puxando o colar de seu pescoço, fazendo com que o laço que o prendia em sua nuca se desfizesse e como mesmo assim, ela ainda sentia um pouco de falta de ar, ela desfez as amarras do corpete do seu vestido. – O que houve? – Edward perguntou parando a sua frente.

- Tem... Anos que isso... Não acontece! –

- O que? –

- Regressão! Eu nunca tive uma regressão tão vivida quanto essa! –

- Regressão? O que é isso? – perguntou confuso.

- É como uma visão, só que ao invés de eu ver o que ainda vai acontecer, eu vejo algo que já aconteceu! – explicou.

- Meu amor... Me explica com calma o que aconteceu? –

- Majestade... – um valete se aproximou com uma bandeja e duas taças em mãos. – A Rainha-Mãe pediu que eu trouxesse algo para a rainha beber e se acalmar... – Bella não falou nada apenas pegou a taça e virou-a toda de uma única vez sentindo o doce do vinho descendo de uma vez pela sua garganta.

- Obrigado. Pode ir! – o rei o dispensou quando Bella colocou a taça de volta na bandeja e pegou a outra, que deveria ser de Edward e bebeu um gole da mesma. – Explique. – pediu quando ficaram sozinhos.

- Quando Seth segurou e beijou a minha mão eu vi uma coisa que já aconteceu e que pelo visto envolve a vinda deles aqui! –

- O que você viu? –

- Meu pai deu Jane para Seth para que ela lhe desse um filho homem católico para que ele caísse nas graças da Igreja de novo. E ela não engravidou em momento algum! – Edward respirou fundo.

- Desde que ele se divorciou da rainha austríaca e dos boatos de que a amante dele e que depois se tornou esposa causou a morte de Anna, ele perdeu completamente o apoio do Papa. –

- Pelo que eu ouvi, ele se casou de novo com uma tal de Emily! E ele foi influenciado pelo meu pai! Pois meu pai disse que se ele tivesse um filho varão fruto de um relacionamento com uma católica, o Papa voltaria a apoia-lo. Só que ele não tem filho, não tem apoio e nem influencia e ele disse que o médico dele disse que Jane era estéril! Meu pai garantiu que não era e chegou a mencionar o fato de que nenhuma esposa de Seth engravidou, nem as amantes, mas quando Seth questionou se isso queria dizer que o problema era dele, meu pai logo desconversou e disse que tinha um plano para ele aumentar o poder, e disse, que ele tinha uma filha mais velha se chamada Isabella... E você me tirou da regressão! – ela bebeu um gole grande do vinho.

- Calma! Emily? – perguntou confuso e Bella apenas assentiu. – Não... Seth havia se casado com a amante chamada Claire! –

- Ele está casado com alguém chamado Emily e deixou bem claro que o casamento é uma merda! –

- Desculpe por ter te tirado dessa... Dessa tal de regressão... Eu fiquei preocupado, do nada você travou e... –

- Isso nunca tinha acontecido dessa forma! A última regressão foi em Paris e foi como uma visão normal... Dessa vez não, era como se eu estivesse ali vendo, sentindo o cheiro, só eles que não podiam me ver! Isso é horrível! –

- Isso só comprova o meu pensamento de que ele veio querer um casamento com as nossas filhas! –

- Com quem se ele não tem filhos? – Isabella questionou.

- Não sei, meu amor, eu não sei! – Edward comentou suspirando e apoiando as mãos no pescoço da esposa e mal Isabella terminou de virar o vinho e sentiu o seu estomago revirando.

- De onde a sua mãe tirou aquela história de que eu perdi um bebê? –

- Eu não sei, amor, ela deve ter dito a primeira coisa que passou pela cabeça dela. Eu disse, você nos deixou preocupado, começou a arfar do nada. – Edward respirou fundo bem mais calmo. – Faz o seguinte meu amor, vai para o quarto e descansa eu digo a eles que você não está se sentindo bem e que amanhã você vai fazer parte da conversa. – Bella respirou fundo quando um vento fresco passou entre eles e sentindo o seu estômago revirar mais ainda.

- Anastásia ouviu alguém falar que o avô dela está aqui! Acabe com esse falatório eu não quero o meu pai perto delas e nem que elas o chamem de avô! –

- Não se preocupe! Vai para o quarto e descansa eu vou ficar com você logo! –

- Tá... Tá bom... – Edward tentou se aproximar para dar um beijo em sua esposa. – Se afasta. – ela pediu sentindo a bile se aproximando de sua garganta.

- O que houve agora? –

- Se afasta! – pediu de novo.

- Bella, qual é o problema? – Bella não respondeu, apenas empurrou o marido para trás e vomitou a sua frente, sujando a saia de seu vestido e os sapatos do Edward.

- Eu pedi para se afastar. – falou respirando fundo antes que ela tivesse a chance de vomitar de novo.

- Você está bem? – Edward pegou um lenço no bolso de sua jaqueta e entregou a esposa que limpou a boca levantando a coluna de novo. Isabella apenas negou com a cabeça ainda sentindo o estômago embrulhado. – Vem, eu vou te acompanhar até o quarto e me trocar. –

Edward passou o braço pela cintura da esposa para lhe sustentar o peso e ajudou a subir até o quarto, passando antes pelo guarda e pedindo que avisassem aos criados que era para limpar o jardim próximo a fonte e que era para avisar a Rainha-Mãe que ele já iria jantar. O guarda assentiu e foi seguir as ordens do rei e ele apenas continuou o seu caminho até com quarto com a esposa.

Dentro da proteção de seu quarto, e preferindo não chamar ninguém, ele terminou de desfazer os nós no corpete do vestido da esposa, que apenas se livrou do vestido sujo, o jogando no quarto e subiu na cama após vestir uma camisola. Edward se trocou, se livrando da roupa suja e chamando a criada para vir recolher as roupas para limpar e se sentou na ponta da cama. Bella estava um pouco pálida, não estava febril e tampouco com feições de que vomitaria de novo. Ela ficaria bem, a mesma havia garantido isso. Ao negar o jantar que o marido ofereceu, ele apenas lhe beijou a testa e ao conferir que a lareira estava acessa, ele afagou a bochecha da esposa e saiu do quarto.

- Perdoe-me pela demora, minha esposa não está se sentindo bem! – ele disse chamando a atenção ao entrar no salão de jantar e vendo que o mesmo ainda não havia sido servido.

- O que ela tem meu filho? –

- Eu... Eu não sei! Ela não quis que eu chamasse um médico, está um pouco enjoada e indisposta! –

- Nossa, mal perdeu um bebê e já está esperando outro? – Seth perguntou sem pudor e de forma divertida.

- Eu não sei Seth... Nós já tivemos quatro filhas lindas e se quiser vir a quinta, eu não vou me opor..., mas e você, e seus filhos? – perguntou sabendo da resposta enquanto as criadas serviam o jantar.

- Devo levar o jantar a rainha, majestade? – a criada perguntou parada ao lado do rei.

- Não, ela não quer comer nada. – a criada assentiu e deu um passo para trás. – Mas... Leve ao quarto uma jarra com água e umas frutas, algo leve, para o caso de ela acordar e sentir vontade de comer algo e não querer o jantar. –

- Sim senhor... Com licença! – ela saiu.

- Infelizmente Edward, eu ainda não fui agraciado com filhos! –

- E Claire, por que não veio? – perguntou levando um pedaço do pernil a boca e viu Seth respirando fundo.

- Não estou mais com Claire... E digamos que ela também não está mais nesse mundo. –

- Como a pobrezinha morreu? – Esme perguntou.

- Ela foi acusada de traição e quando ela admitiu... Bom... A senhora sabe quais são as leis! – disse simplesmente e mãe e filho se entreolharam discretamente. – Mas já casei-me de novo, Emily, filha de um duque, infelizmente não pode vir conosco. – o rei britânico mentiu e Edward sabia, a pouco a sua própria esposa disse que Seth havia dito que o casamento era uma merda.

- Papai... – Jane chamou a atenção de Charlie, ela falava baixo, mas como Seth havia se calado, todos os presentes conseguiram ouvir.

- O que foi? –

- O senhor permite que eu me retire? Eu ainda estou um pouco cansada da viagem! –

- Claro Jane, pode ir. –

- Com licença, majestades. – ela se levantou e ao invés de sair pela porta próxima onde ela estava, tendo apenas que passar por trás de Seth, ela fez questão de passar por trás de Charlie, e fingiu um tropeço ao se aproximar de Edward, praticamente caindo por cima do rei. – Ai meu Deus, perdoe-me majestade. –

- A senhorita está bem? – Edward perguntou ao se pôr de pé e lhe ajudando a ficar de pé também.

- Sim senhor, perdoe-me... – ela passou um pequeno papel para a mão do rei de Castela e a olhou estranho, mas viu algo como medo passando pelos olhos da cunhada. – Eu sou muito desastrada e acabei pisando na barra do vestido.

- Estais bem, filha? – Charlie perguntou se aproximando dela.

- Sim, papai, me perdoe. Como eu disse, estou cansada e acabei pisando na barra do vestido... Perdoe-me, ai meu Deus, que vergonha. Com licença... –

- Bom, vamos voltar ao jantar... – Charlie disse quando a filha deixou o salão de jantar.

Edward havia percebido que o “tropeço” havia sido falso, apenas para que ela lhe entregasse tal papel, ele não leria agora, não queria que ninguém desconfiasse e queria que a sua esposa soubesse, antes que alguém desconfiasse de algo. Portanto, discretamente, ele guardou o papel no bolso de sua jaqueta e voltou a jantar enquanto Seth mentia sobre o quanto a Inglaterra estava prosperando, algo que Edward não precisaria da esposa para saber que era mentira.

Ao terminar de jantar, a rainha-mãe pediu licença e se retirou para dormir e em poucos minutos Edward também pediu licença para se retirar, usando como desculpa que queria ver como a esposa estava e que no dia seguinte, eles almoçariam juntos e finalmente Seth poderia conhecer Isabella, isso, claro se ela estivesse se sentindo bem.

Edward foi para o seu quarto, o mesmo que dividia com a esposa, e ao entrar encontrou a bandeja com as coisas que havia pedido a criada, na mesinha de cabeceira ao lado da cama de onde Isabella ainda dormia, a bandeja estava intocada, o que significava que Bella não havia acordado ainda. Ele se aproximou da esposa e levou a mão a sua testa, e conferiu que ela continuava normal, ela não estava febril, abaixou-se um pouco apenas para beijar-lhe a testa e a mesma se mexeu na cama, deitando de barriga para cima, com um braço sobre a barriga.

O rei de Castela se trocou, esquecendo-se do papel em sua jaqueta, e subiu na cama deitando ao lado da esposa. Ele não dormiu de imediato e ficou com as costas apoiadas na cabeceira da cama e ficou fazendo um lento cafuné nos cabelos castanhos e macios de Bella. E por um momento os seus olhos foram atraídos para o ventre de Isabella, ela não estaria grávida de novo como Seth havia dado a sugerir, ou estava? Ela era sempre a primeira a descobrir e não havia dito nada ainda, bom, eles tinham a vida dentro do quarto bem ativa, e ele não sabia se ela estava se cuidando, como a mesma disse que faria, depois que as gêmeas nasceram e ela disse que não teriam mais filhos, que quatro era o suficiente, mas de qualquer forma, ele não havia mentido, eles já tinham quatro filhas lindas e se viesse mais uma, ele ficaria feliz do mesmo jeito.

Edward deitou na cama, passando o baço por sobre o corpo da esposa e o puxou para mais perto de si, Bella se mexeu na cama, se aninhando de lado mais uma vez e grudando o seu corpo ao do marido que apoiou a mão por sobre o ventre da esposa, ele comentaria sobre essa suspeita amanhã com a mesma, e se essa suspeita se confirmasse, ele iria ter o triplo de cuidado com ela enquanto as a comitiva inglesa estivesse aqui.

...

- Como foi o jantar? – Bella perguntou sentada na cama, sem ter trocado de roupa, enquanto via o marido se vestir.

- Normal! Seth mentiu o jantar inteiro, mas quanto a isso eu já estou acostumado. – deu de ombros fechando a sua calça. – Como se sente? –

- Melhor. – ela respondeu. – Eu só não quero dar de cara com meu pai ou Jane. – ao ouvir o nome da cunhada, ele se lembrou do papel que havia sido entregue a ele noite passada.

- Que merda! – praguejou indo atrás da jaqueta que ele havia pendurado atrás da cadeia.

- O que houve? – Bella questionou.

- Ontem, um pouco depois que eu cheguei e o jantar foi servido a sua irmã pediu para se retirar e ao sair, ela fingiu um tropeço, para cair em cima de mim e me entregou um papel, eu esqueci de ler quando cheguei no quarto. – respondeu pegando o papel e o abrindo.

- O que está escrito? –

- Ela quer falar com você. – respondeu ao ler a letra cursiva no papel branco. – Ela praticamente está implorando para você conversar com ela! E pediu desculpas pelo que aconteceu quando eu a conheci. –

- Acredita nela? –

- Ela tinha uma expressão de puro medo quando me entregou esse papel ontem, então eu não sei. Vindo do seu pai, meu amor, não duvido nada que Jane seja outra vítima! – comentou colocando a sua camisa.

- Venha aqui... – Isabella pediu dando uma tapa no colchão ao seu lado. Edward se aproximou da esposa e se sentou ao seu lado e ela apenas desencostou as costas dos travesseiros e ajeitou a gola da camisa do marido. – Se não sou eu para te ajeitar, o que seria de você? – ironizou e ele sorriu.

- Deixa eu te perguntar uma coisa, meu amor. – ele falou quando ela começou a fechar os botões da camisa do marido. – Você... Você está gravida de novo? –

- Por que a pergunta? – questionou ela parando de abotoar a camisa.

- Comentei com a minha mãe que você estava enjoada ontem e Seth ironizou que mal perdestes um bebê, o que sabemos que é mentira, e já engravidou de novo e eu acabei pensativo quanto a isso! Você disse que iria passar a se cuidar depois que as gêmeas nasceram e eu não sei se você está fazendo isso e bom, continuamos dormindo juntos! –

- Não, eu não estou me cuidado, eu esqueço, eu tomo o chá durante uns dias e depois eu esqueço. Admito! Eu não sei se estou grávida de novo, e eu sei que temos continuado a dormir juntos, e que da última vez, nem esperamos o resguardo acabar completamente e... –

- Nem esperamos? – Edward perguntou fazendo a esposa rir. – Perdoe-me meu amor, mas foi você quem me acordou de madrugada querendo dormir comigo, um mês depois que as gêmeas nasceram! – Bella sorriu e voltou a abotoar a camisa de Edward.

- Eu não sei se estou grávida, Edward, eu não senti nada e nem vi nada quanto a isso, eu não sei se o enjoo de ontem foi devido a mais uma gravidez ou se foi devido a regressão que eu tive, de qualquer forma, eu não quero fazer o teste agora, não sei se vou conseguir me controlar na presença de meu pai, caso o teste der positivo, e eu vou ficar mais aflita ainda com a ameaça que ele fez de me entregar ao Papa, mas eu prometo que, caso eu sinta algo, ou vomite de novo eu faço o teste e você, mais uma vez, será o primeiro a saber! Se eu não sentir nada, farei quando eles forem embora. – Edward apoiou a mão na nuca da esposa.

- Eu te amo. –

- Eu te amo. – ela falou em um murmúrio e sabia que o marido tinha ouvido e ele apenas lhe beijou os lábios. – Prometi as meninas que quando eles fossem embora nós iriamos ao castelo de verão. –

- Podemos ir... –

- E se... – ela tirou o lençol de cima de seu corpo e sentou sobre o colo do marido, levando a saia da camisola até a sua cintura. – E se até lá, eu não estiver grávida... Lá é bom lugar para se fazer bebês! As gêmeas já têm dois anos... – deu de ombros.

- Pensei que depois das gêmeas não queria passar por um parto de novo. – comentou abraçando a cintura da esposa.

- O parto é só uma consequência de duas coisas maravilhosas. –

- Quais? –

- Das meninas, obviamente, elas estão em primeiro lugar, e em segundo, de nós dois na cama! – respondeu ela sorrindo.

- Se não tivessem problemas a nossa porta, nós dois estaríamos na cama agora mesmo, comigo dentro de você! –

- Não me provoca! – pediu e Edward riu. – Vai lá, meu amor, temos que tirar essas pessoas daqui o mais rápido possível! –

- Vai falar com a sua irmã? –

- Não queria! Mas... Eu vou pensar! –

Edward se levantou da cama, com a esposa no colo e lhe deu um beijo nos lábios de Isabella. Com cuidado ele a sentou no colchão e beijou-lhe os lábios mais uma vez, antes de solta-la e lhe beijou a testa. O rei se afastou da esposa e foi terminar de se aprontar para que pudesse ir trabalhar. Depois de o marido ter ido embora, Isabella levantou da cama ao mesmo tempo em que uma batida soou na porta, como sendo da criada que veio ajudar a rainha a se trocar.

Bella, depois de pronta, foi para o jardim, resolveu ir tomar o dejejum, debaixo de um enorme salgueiro perto de um pequeno lago que tinha na parte de trás do castelo. Estava quente e mormaço, e discretamente, ela mexeu com os dedos fazendo algumas nuvens aparecerem no céu claríssimo, e com isso abafando um pouco o sol e um vento fresco começou a percorrer o castelo, algo que ela sabia que as pessoas, mentalmente, agradeceriam, ela via os guardas e as criadas se abanando sempre que passava pela rainha.

- Bella? – ela estava calma e tranquila, com a cabeça apoiada no encosto da cadeira apenas sentindo o vento fresco passando por ela, mas havia sido tirada do seu momento de tranquilidade ao ouvir a voz da irmã.

- O que você quer? – questionou sem abrir os olhos.

- O Edward lhe entregou o papel? –

- Edward? – ela abriu os olhos encarando a irmã. – Quem te deu permissão para trata-lo pelo primeiro nome? – perguntou.

- Ele, quando nos conhecemos e... –

- E ele deu para a Isabella, não para você! O que você quer falar comigo? Espero que seja a notícia de que vocês irão embora em poucos dias. –

- Na verdade, eu queria pedir a sua ajuda! Não a ajuda de uma... bruxa... – ela falou em um fio de voz. – Mas uma ajuda da minha irmã e da rainha de Castela. –

- O que você quer? –

- Eu quero voltar para casa e sem o nosso pai! –

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