Adhara – Continente de Andrômeda –114 Depois da Conquista.
Pov. Edward.
Quase quatro anos haviam se passado desde que eu havia deixado Isabella em Adhara sozinha, com Rose na verdade. Eu havia tentado acabar com essa guerra um milhão de vezes, mas com aquele merda escondido dentro da caverna, os nossos dragões não eram muito uteis, e isso resultou em perdermos uma boa parte do nosso exército! Eu havia recebido um mensageiro de Carlisle depois de três anos, anunciando que estava enviando alguns homens, e aquilo me causou um ódio tão grande em meu peito. Essa guerra já teria acabado a anos se ele não fosse cabeça dura desde o início e enviado a porra do seu exército. Eu havia perdido três anos do meu casamento por causa dele!
Eu havia decidido que daria um jeito de acabar com aquela guerra sem a ajuda do meu irmão, eu iria provar de que não precisaria dele. E reunindo Alec, Jacob e Ephraim, irmão de Jacob, nós bolamos um plano. Eu me “renderia”, e quando o exército e o próprio engorda caranguejo, saíssem da caverna, o exército, que estaria escondido, apareceria, junto com Alec montado em Seasmoke. E eu havia ficado muito surpreso por tal plano ter dado certo, e eu ter terminado aquela guerra, com a cabeça daquele filho da puta em minhas mãos!
Quando os homens de meu irmão chegaram, nós estávamos recolhendo as coisas do nosso acampamento para irmos embora, pois já tínhamos aniquilado a Triarquia que estava tomando conta das ilhas e o engorda caranguejo estava devidamente morto! E finalmente, eu poderia voltar para casa! Eu poderia voltar para a minha esposa!
Eu havia montado em Caraxes e chegado em Adhara no início da noite. Ao verem a sombra do dragão voado pelos céus escuros de Adhara, os lordes que moravam no castelo haviam se juntado na sala do trono, junto ao pequeno conselho e o meu irmão. Não era possível que ele pensava que o seu exército havia sido decisivo, até porque eles sequer participaram, chegaram quando a “festa” tinha acabado. Eu entrei na sala carregando o machado do líder da Triarquia em mãos, e enquanto eu me aproximava de meu irmão, eu percorria os olhos pelo salão, e no meio de todas aquelas pessoas, eu não achava a única que eu queria ver!
Ao me aproximar do trono, eu percebi que Isabella também não estava ali com a amiga, eu fui tirada dos meus devaneios, quando a guarda real fechou o meu caminho. Eu era um traidor, não duvidava nada disso. Contudo, eu apenas levantei o machado, mostrando-o, e passando o braço por cima dos braços dos soldados, eu joguei a arma no chão, fazendo o barulho do ferro soar alto pelo salão silencioso.
- Adicione ao trono! – respondi simplesmente, apoiando as mãos no pomo da minha espada.
- Que coroa é essa? – perguntou se levantando e o guarda o deu passagem.
- Isso aqui? – perguntei, tirando a coroa da minha cabeça, como se não significasse nada. – Depois que eu matei o engorda caranguejo e o seu exército foi aniquilado, não graças aos vossos homens, pois quando eles chegaram a guerra já tinha acabado... – comentei. – Os homens me coroaram rei do mar estreito! – expliquei dando de ombros.
- E cadê o Jacob? – questionou olhando por sobre o meu ombro.
- Foi para Driftmark. – respondi simplesmente e tirando a coroa da minha cabeça. – Tome. – ele olhou para a coroa em minha mão e depois para mim. – Você é o rei! – eu me ajoelhei no chão, me apoiando em apenas um dos joelhos. – É sua! – ele esticou a mão para pega-la, e eu afastei a minha da dele. – Mas eu vou cobrar! – ele apenas assentiu, e eu deixei a coroa cair sobre a sua mão coberta pela luva.
- Bem vindo de volta, meu irmão! – ele entregou a coroa para o seu valete, enquanto eu me levantava, e passou os braços pelos meus ombros me puxando para um abraço. – Você fez falta! O reino tem uma dívida com você... E eu também! –
- Cadê a minha esposa? – perguntei simplesmente quando ele me soltou.
- A sua esposa? Pergunte a ele! – ele apontou de forma divertida para o Charlie.
- Cadê a minha esposa? – questionei entre os dentes quando ele se aproximou.
- Você conseguiu estragar a minha filha! Ela está completamente irreconhecível! – reclamou furioso.
- Eu não vou perguntar de novo! – avisei.
- Ela está trancada no quarto! – respondeu baixo enquanto eu ouvia a pequena multidão atrás de mim se dispersar. – Por escolha própria. – se apressou em dizer antes que eu partisse para cima dele. – A única pessoa que ela permite a entrada é a princesa! –
- A minha esposa está trancada em um quarto há três anos e ninguém me fala absolutamente nada? –
- Tecnicamente tem menos de três meses! – meu irmão respondeu, como se isso amenizasse a situação. – Se bem que ela passou quase que um mês fora com a Rosalie, recentemente, na verdade, era para elas estarem fora e voltarem apenas daqui a dois meses, mas voltaram hoje. Eu não sei qual das duas está pior! Se é a Rosalie ou a Isabella! – meu irmão resmungou.
- O que você fez a ela? – perguntei encarando a Charlie.
- O que eu fiz? Eu? – rebateu indignado. – O que eu fiz foi dar a ela uma eximia educação, o que eu fiz foi cria-la para ser uma verdadeira dama, e estava me saindo muito bem até você aparecer e estragar tudo. Agora Isabella se tornou uma completa de uma irresponsável e tudo isso, graças a você! Saí com a Rosalie a hora que for e nenhuma das duas avisam, ficam horas montadas naquelas bestas, passaram quase dois anos em Dragonstone sozinhas... Ela voltou de Oldtown sozinha só com os guardas do manto dourado, isso sem falar que ela teve a audácia de usar as cores da sua casa no casamento do irmão... Ela está pensando o que? E última... – ele debochou, mas eu sentia o nervosismo em sua voz. – A melhor de todas! Essa foi simplesmente sensacional... Após ofender a própria tia na frente da corte inteira e de me ofender falando que eu estava feliz porque você não estava aqui e porque ela não tinha tido um filho, as duas simplesmente passaram uma noite inteira, sozinhas, na floresta do rei e voltaram machucadas e banhadas em sangue! – eu havia me perdido em tanta informação.
- Espera. – pedi. – Que história é essa de montadas? Isabella não sabe montar em Tessarion e Syrax é pequena demais para aguentar duas! –
- Ela já sabe! – respondeu entre os dentes. – Já tem mais de um ano que alguém teve a brilhante ideia de colocar uma sela naquele animal e ensinar a minha filha a montar! –
- Entendido... Agora me expliquem... Há três meses, a minha esposa e a minha sobrinha passam a noite na floresta, voltam sujas de sangue e vocês além de não mandarem os guardas atrás delas, ninguém me avisa? – questionei entre os dentes, quase berrando a última parte.
- Nós mandamos quase toda a guarda que estava no acampamento conosco, e nenhum as encontraram. – meu irmão se defendeu.
- Como duas garotas conseguem se esconder em uma floresta e os seus guardas de caça, treinados, não consegue encontra-las? Conseguem rastrear cervos, mas não conseguem rastrear duas garotas que não tem a mínima noção de como se proteger em uma floresta cheia de animais selvagens? – eu não dei tempo de nenhum dos dois falarem mais nada e deixei o salão, indo na direção das escadas.
- Alteza. –
- Agora não, Calleb... – o interrompi. – Depois eu vou falar com você sobre o fato de a minha esposa passar a noite na floresta e você não ter feito a única coisa que eu mandei você fazer, que era ficar de olho nela! –
- Mas eu fiquei, alteza. – ele se defendeu e eu continuei subindo as escadas, e eu ouvi me seguindo. – Em partes. Eu estava de olho nelas, eu e John. Lady Isabella estava discutindo com o pai e a princesa estava discutindo com rei, cada uma em canto diferente do acampamento. E em questão de segundos as duas pegaram os cavalos e entraram na floresta. – ele foi contando enquanto subíamos as escadas. – Os guardas foram atrás e eu o John também. Só que as duas são loucas. – eu parei e o encarei. – Com todo o respeito! – se apressou em dizer. - Mas as duas se lançaram em um rio fundo e com correnteza para fugir dos guardas. Continuamos a procura-las, e quando as encontramos... Bom, o animal já estava morto! –
- Qual animal? –
- O sangue que as sujava era de um javali, o mesmo animal que machucou a sua esposa. – ele disse meio sem jeito. – E como mandou, continuamos a observando de longe enquanto elas ficavam na floresta e a seguimos de volta para o acampamento, elas não nos viram! – explicou e eu voltei a subir as escadas. – Devo dizer também que a senhora sua esposa descobriu que o senhor havia me colocado de olho nela no mesmo dia em que partistes. –
- Abre. – mandei ao valete que estava na porta do meu quarto, ele tentou, mas a porta não abria, estava trancada, mas mesmo assim ele a forçava.
- Elas não estão no castelo. – Calleb falou baixo próximo ao meu ouvido, para o valete não ouvir.
- Carlisle disse que elas já tinham chegado! – ele não falou mais nada e apenas olhou para o valete. – Saia. – ele assentiu. – Cadê elas? –
- No mesmo lugar que elas vão quase toda semana desde que o senhor partiu. Na baixada das pulgas! –
- É o que? –
- O senhor disse que a vossa esposa conhecia as passagens, então enquanto eu ficava de guarda aqui na porta, o John ficava de olho na saída da passagem, escondido, e ele viu a primeira vez que elas saíram, foi no dia do casamento do rei! As duas, além de loucas, com todo o respeito, são bastante inteligentes, fiquei surpreso. Elas simplesmente iluminaram o caminho para sair da fortaleza, e do caminho que leva para o quarto uma da outra, e eu tenho certeza que, desde que ela se trancou no quarto, ela ficava indo para os aposentos da princesa pelas passagens e vice e versa, pois já cansei de ouvir as risadas das duas durante a madrugada, sendo que a porta sequer tinha sido aberta! – ele ia explicando com calma e com a voz baixa. – Então, duas ou três vezes na semana elas deixavam o castelo, pelas passagens secretas, vestidas de pajem e ficavam toda a noite sentadas na muralha, próximo ao portão de ferro, conversando e bebendo vinho, e quando começava a amanhecer elas voltavam. O máximo de diferente que elas fizeram foram ficar jogando com as garçonetes e os bêbados do bar, jogando adagas em um pedaço de madeira, e isso quando chovia. Elas têm uma boa pontaria, mas estavam jogando contra bêbados! – comentou. – Eu passei a perceber um padrão. Elas costumavam ir quando algo as chateava. Quando a vossa esposa brigava com o pai ou a princesa brigava com rei ou com a rainha, era nessas ocasiões que elas deixavam o castelo. Mas, nos últimos dias, elas passaram a sair com mais frequência, brigando ou não com alguém! –
- Elas sabem? –
- Não. Elas sabem que o senhor colocou o John e eu de olho na senhora Isabella, mas quanto as saídas para a muralha, elas não sabem! Sequer desconfiam! –
- Elas estão lá agora? –
- Sim senhor! John está de olho nelas. Devo dizer, elas são bem discretas, olham sempre em volta para ver se alguém desconfiava delas, ou se estavam sendo seguidas, ou algo do tipo, mas elas jamais perceberam eu ou o John. – respondeu.
- Eu vou busca-las. Amanhã nós vamos conversar. Eu quero saber da história sobre Oldtown e todas as outras. –
- Alteza... Quanto aos problemas de Oldtown, aos problemas envolvendo o lorde Hightower e a Lady Stone... O melhor é a sua própria esposa responder! Porque... – ele fez uma careta. – Foi pesado! Muito pesado! Nunca vi um pai e uns tios tratarem alguém da própria família do jeito que eu vi fazerem com a senhora Isabella. – eu suspirei.
- Eu vou conversar com ela, e depois você vai me contar, conhecendo a esposa que eu tenho, ela vai amenizar ou não vai me contar tudo! –
- Duvido! O que ela mais queria era que o senhor voltasse para resolver esse problema! – eu apenas assenti.
- Vou busca-las, podem ir, amanhã nós vamos conversar com calma. –
Eu deixei o castelo pela porta da frente não me importava que era tarde ou se alguém veria, eu não me importava com a opinião dos outros. Eu sabia muito bem qual era a parte da muralha que elas estavam, era a que eu costumava levar Bella antes de nos casarmos na parte da muralha que era a mais escura, e que não passava nenhum guarda de vigia. A baixada das pulgas estava bem polvorosa hoje, parecia que algum casamento estava acontecendo por ali, o que deixava as pessoas bem comportadas. De longe, eu conseguia ver dois vultos sentados na parte mais escura da muralha.
Eu me aproximei da entrada da muralha, e nas sombras e vi o John ali parado, encostado na parede, ele estava atento para o caso de alguém se aproximar delas, mas longe o suficiente para lhes da privacidade para conversar. Ao me ver, ele voltou a sua posição de guarda.
- Alteza. –
- Há quanto tempo elas estão lá em cima? – perguntei baixo para não correr o risco de elas ouvirem.
- Pouco tempo, elas saíram mal à noite caiu! Não deve ter nem três horas! – eu assenti.
- Pode ir, eu levo as duas. – ele assentiu.
- Estive pensando em uma coisa! – eu ouvi a voz de Rosalie ao chegar no topo da muralha.
- No que? –
- Uma segunda opção para o casamento com o Alec! –
- Vai falar em abrir mão do trono de novo? – Rosalie estava sentada no parapeito e Bella deitada no mesmo com a cabeça no colo da amiga.
- É! Ninguém ali se importa, você vê o que o povo finge que nem está me vendo, o povo agora só tem olhos para o Henry. Você ouviu o que todos falaram em Cervus, seus castelos, seus palácios, todo mundo tem certeza que em algum momento o meu pai var dar o trono para Henry e eu não ficarei tão triste se eu tiver um castelo mais bonito em compensação. – ela bufou. – Vamos pegar as garotas e irmos embora só nós duas! Para Saggita ou para as ilhas, se bem que eu tendo a preferir as ilhas, sempre tive vontade de conhecer. E depois, quando o meu tio chegar, ele encontra a gente. – ouvi a Bella rindo e eu não consegui evitar de sorrir, eu havia sentido falta dessa risada. – Eu já falei, eu vou ficar tão quietinha que vocês nem vão perceber que eu vou estar junto! –
- Você pode até ficar quieta, mas eu não pretendo ficar quieto! – eu me fiz presente e Rosalie foi a primeira que virou a cabeça na minha direção, Bella se levantou me vendo. Estava bem escuro, mas mesmo assim eu conseguia vê-la sorrindo. Bella desceu da muralha e correu na minha direção e eu a recebi em meus braços, pegando-a no colo, abraçando-a forte, o mais forte que eu conseguia, sem machuca-la, e enfiando o meu rosto em seus cabelos soltos.
- Você voltou! – ela falou baixo.
- Eu sempre vou voltar para você! – ela virou a cabeça na minha direção e uniu seus lábios aos meus.
- Oi para você também tio. – eu coloquei a Bella no chão, beijando seus lábios antes de olhar para Rosalie.
- Oi princesa. – eu beijei seus lábios de novo. – Bora, vamos voltar para o castelo! –
- Ah tio... –
- Bora Rosalie. – mandei. – Eu estou há três anos sem ver a minha esposa! –
- Eu só vou pela minha amiga! – resmungou descendo da muralha. – Só porque eu sei o quanto ela me enlouqueceu nesses três anos. – Bella encarou a amiga.
- A ameaça de te jogar daqui de cima ainda vale, mesmo tempos de três anos! – falou para a amiga, que riu.
- Amanhã, nós três vamos sentar e conversar! Conversar sério! – avisei.
Eu segurei a mão de Bella, e fazendo Rosalie andar a minha frente, nós voltamos para o castelo, ao entrar nas passagens secretas, eu passei a guiar o caminho, eu conhecia todas aquelas passagens como a palma da minha mão, e havia ficado realmente surpreso pelo “trabalho bem feito” que as duas fizeram ao iluminarem, apenas, o caminho que levava para fora e para o quarto de uma para a outra. Eu deixei Isabella em nosso quarto, antes de seguir até o quarto da princesa, deixando-a lá, e voltei quase que correndo para o meu quarto, pegando Bella no colo e deitando-a na cama ficando por cima dela, fazendo-a rir.
- Que falta eu senti de você. – falei baixo, beijando o seu rosto. – Do seu cheiro. – eu ia descendo com a boca pelo seu pescoço. – Do seu corpo... – mal eu cheguei na altura de sua barriga e ela puxou a minha cabeça para perto da dela.
- Três anos, não me tortura hoje, por favor! – pediu, suas mãos desceram até a minha calça, abrindo-a. Eu beijei-lhe os lábios antes de me ajoelhar na cama, para me livrar de suas calças. Me ajeitei entre as suas pernas, que se abriram para mim, e chupei meus dedos, levei-os até a sua buceta, estimulando-a e seus olhos se fecharam e um gemido escapou de seus lábios avermelhados, que haviam se repuxado em um sorriso.
Abaixei as minhas calças ao tirar os meus dedos do meio de suas pernas, e devagar eu fui penetrando-a, e um gemido de alívio escapou da boca de ambos, quando eu a preenchi por completo. Apoiei a testa contra a dela, apoiando os meus braços ao lado de sua cabeça, enquanto começava a investir o meu quadril contra o dela devagar. Uma de suas pernas abraçou a minha cintura e eu beijei a ponta do seu nariz, antes de descer com a minha boca para o seu pescoço, apoiando a minha mão em sua bochecha.
Com a mão livre, levei a outra perna de Bella para o meu quadril, e a mão que estava em sua bochecha subiu para os seus cabelos, e a outra eu passei por baixo de sua cintura, a pegando no colo, enquanto me sentava na cama. Suas mãos foram para a gola da minha camisa, tirando-a, e logo em seguida ela se livrou da sua, expondo os seus seios, e levando as minhas mãos para o seu quadril, para ajuda-la a se mexer em meu colo, a minha boca foi direta para os seus seios, arrancando um gemido mais alto dela.
Eu abocanhei um de seus seios circulando a aréola com a minha língua, antes de puxar o bico entre os meus lábios, fazendo-a arfar. Mais rápido, ela pediu quando eu comecei a sentir a sua buceta apertando o meu pênis. Eu a fazia sentar em colo um pouco mais rápido, ouvindo os seus gemidos ficarem mais altos, enquanto os meus eram abafados pelos seus seios. Bella gozou arranhando a minha nuca conforme ia relaxando em meu colo. Deitei-a na cama e investindo meu quadril contra o dela até gozar, apoiando o meu peso em meus braços, apoiados na cama, ao lado de seu corpo, eu deitei sobre seu corpo, apoiando a cabeça no vão de seus seios, ouvindo o seu coração batendo rápido contra o meu ouvido, e sentindo-a me abraçando.
- Por que cortou os cabelos? – perguntou após alguns segundos em silêncio, onde eu sentia seus dedos mexendo em meus cabelos, agora curtos.
- Digamos apenas que ele ficou sujo em um ninguém que água nenhuma iria limpar! –
- Devo perguntar sujo de que? –
- Sangue! – respondi aninhando minha cabeça mais contra os seus seios. – Não meu e nem de ninguém inocente! – garanti.
- Eu gostei. – eu sorri contra a pele de seu peito, enquanto sentia seus dedos fazendo um cafuné. – Gostava dele cumprido, mas eu gostei dele assim! – eu abri os olhos e vi uma tala enrolada em seu antebraço, e me lembrei da história da floresta, do javali e do ferimento.
- O que foi isso? – perguntei segurando a sua mão e tirando a cabeça de seus seios.
- Não foi nada demais! – respondeu e eu olhei sério para ela, fazendo a suspirar. – O que o meu pai te falou? – perguntou puxando a minha cabeça para deitar em seus seios de novo.
- Não importa o que seu pai disse, eu quero saber o que aconteceu pela sua boca! – ela respirou fundo.
- Há uns meses o rei fez uma enorme festa para o aniversário de dois anos de Henry. –
- Quem é Henry? Já ouvi esse nome cerca de três vezes, mas ninguém fala quem ele é! –
- O filho mais velho do rei com a Jéssica. Há alguns meses, não lembro ao certo de quanto tempo, eles tiveram uma menina, Alice, se não me engano! – explicou.
- Agora entendi o que a Rosalie estava dizendo de abdicar do trono! – suspirei. – Continua. –
- O lorde Masen do conselho do seu irmão contou que vocês estavam com problemas em Stepstones e o seu irmão não se importou, ele não se importou em momento algum desses três anos, as palavras exatas foram que a guerra está durando há três anos, ela pode esperar mais três dias! O lorde Strong, que está agindo mais como Mão do Rei do que o meu próprio pai, começou a falar que o rei não podia mandar ajuda porque essa guerra havia sido iniciada por dois descontentes... Talvez eu tenha me estressado! Ao mesmo tempo em que Rosalie se estressou com Jéssica, que adora ficar nos provocando e nos estressando. Minha tia começou a falar um monte de merda na frente de todas as damas da corte, falando que o reino todo estava em guerra por sua culpa, e talvez eu a tenha chamado de fofoqueira e dito que era melhor parecer com você do que com uma fofoqueira igual a ela? Talvez! – comentou e eu acabei rindo. – Aí ela para me provocar mais ainda disse que ela rezava todos os dias aos deuses para você não voltar, pois assim o meu pai poderia me casar com alguém muito melhor, e na mesma hora eu o vi conversando com o lorde de Eridanus. – suspirou. – O irmão gêmeo do Masen foi cortejar a Rose, e começou a dizer o quanto o castelo dele era tão grande o bonito e que tinha todos os meios e recursos para construir um fosse para Syrax. Nisso meu pai veio tirar satisfação por eu ter destratado a minha tia e eu briguei com ele, ao mesmo tempo em que Rosalie estava discutindo com o pai dentro da tenda, e nós saímos do acampamento, e talvez nós tenhamos passado a noite na floresta! –
- Talvez? – questionei.
- Parecia mais calma, menos podre e mais segura do que aquele acampamento! – ela deu de ombros. – Só que nenhuma das duas esperava o javali. – ela falou baixo e eu levantei a cabeça.
- Que javali? –
- Um que apareceu e a Rose matou, depois de ele ter feito um leve arranhão em meu braço e feito com que nós duas voltássemos no dia seguinte sujas de sangue da cabeça aos pés! Só talvez! – eu suspirei com os meus olhos fincados aos dela.
- Isso não foi nem um pouco seguro. – comentei saindo de cima de seu colo e de dentro dela. – As duas podiam ter se perdido, encontrado um animal pior do que um javali, ou pior, terem morrido! E caso isso acontecesse eu seria obrigado a matar o seu pai.
- Mas nós estamos aqui, vivas e bem! –
- E que história é essa de ficar trancada no quarto? Se bem que eu já sei que as chances de você ter ficado realmente trancada no quarto são nulas. – ela sorriu.
- Eu não quero falar com o meu pai. Então eu falei que não iria sair daqui de dentro até você voltar! – suspirou apoiando as mãos em sua barriga. – Nós dois tínhamos nos entendido depois que você foi embora, até que eu notei nos olhos dele que ele estava completamente feliz por você não estar aqui e não dar notícias. E ele ficava insuportável quando meu tio estava junto! Dois falando mal de você é mais do que eu consigo aguentar. E depois que fomos para Hightower para o casamento do meu irmão, todo o progresso que nós dois tivemos foi por água a baixo e ele nunca sequer pensou em me pedir desculpas pelo que ele fez. – ela suspirou de novo se ajeitando na cama, incomodada. – Isso sem falar que ele não podia me ver que começava a me pressionar para convencer a Rosalie a se casar com alguém. Se você quer a sua amiga no trono fala para ela arrumar juízo! – bufou. – Ele é mais um que quer que o rei dê o trono para Henry. Além de ter me culpado por estar perdendo as graças do rei, porque segundo ele, ele ficava te mandando corvos toda hora para saber como você estava, mesmo com o rei proibindo. Eu comecei a achar estranho o fato de que, de três corvos que ele mandava por mês, a sua resposta nunca chegava. – eu respirei fundo sem falar nada. – Até que eu comecei a enviar corvos para você através de Calleb. – eu apenas aproximei a cabeça da dela, dando um beijo em sua bochecha. – Ah e não podemos deixar de fora o fato de todo mundo nesse castelo me culpar por você ter renunciado o trono! –
- Tem mais algo que queira me contar? –
- Jane reivindicou a Vhagar! – contou e eu pisquei os olhos para ela.
- É o que? –
- Ela a encontrou em uma das cavernas do Vallis, em uma ilha das Três Irmãs, e foi até lá e a reivindicou! Ela é linda, assustadoramente linda! E enorme! –
- Jacob e Alec terão uma enorme surpresa quando chegar a Driftmark. – comentei sorrindo e voltei a prender os olhos nela. – E mais o que? –
- Meu pai já te falou. – acusou.
- Não importa! Eu quero ouvir da sua boca! – rebati.
- Eu montei em Tessarion! E foi tão divertido! – comentou rindo e se virando vindo para o meu colo. – No início foi assustador, porque ela se jogou em um penhasco, mas depois foi tão... Incrível! Eu completamente entendo o motivo de vocês gostarem tanto de voar em dragões! – eu abracei seu corpo acompanhando-a na risada.
- Qual é o tamanho dela? – perguntei me ajeitando na cama, e ajeitando o seu corpo nu sobre o meu.
- Bom... Ano passado, quando estávamos em Dragonstone, ela estava com quase dez metros! Teria crescido mais, só que nesses três anos, ela ficou muito tempo presa dentro do fosso, mesmo eu e Rosalie tirando ela e a Syrax de lá quase todos os dias, ela só voltou a crescer quando fomos para Dragonstone. –
- Quem pôs a sela? –
- Rose chamou sua prima Gianna, e ela levou uma sela para Dragonstone e os guardiões a colocaram. –
- Então já que a minha menina já monta, eu vou mandar fazerem uma sela para você! – comentei roçando meus lábios aos dela.
- Eu... Eu quero pedir uma coisa. –
- Tudo o que quiser... –
- Eu quero ir embora daqui! – pediu. – Para qualquer lugar, eu só quero deixar Adhara! Eu sempre disse que queria ver a Rose no trono, mas ver o jeito que as pessoas estão a tratando... Principalmente depois que Henry nasceu... –
- O que Carlisle diz sobre isso? –
- Diz apenas que jamais iria voltar atrás em sua decisão, mas é o primeiro que a ignora quando Jéssica chega em algum lugar com o garoto! Fica perguntando onde ela está, mas quando ela está perto, sequer olha para ela! Isso sem falar que nas duas vezes que Jéssica engravidou, ficou provocando-a em relação a rainha Esme, que não entendia porque ela reclamava tanto de ficar grávida, pois era algo tão tranquilo! – ela comentava com o queixo apoiado em meu peito, mas com o olhar longe, e eu apenas deslizava a ponta dos dedos pelas suas costas. – Depois que aquela coroa repousou na cabeça dela, ela colocou as garras para fora, e o rei é o único que não vê isso! – contou. – Aliás, como soube onde eu estava? – questionei.
- Calleb. – respondi simplesmente e ela me encarou confusa. - As ordens eram te seguir, eu disse que você sabia das passagens, ele e John também sabiam, eu disse que era para eles deixarem você fazer o que bem entendesse e só interferir caso visse algo de errado acontecesse. – expliquei. – Segundo ele, ele e John estavam de olho em vocês duas, quando passaram a noite na floresta, só que eles só acharam vocês depois do ataque do javali. – contei. - E quanto ao que aconteceu em Hightower, há três anos eu estou esperando a sua resposta pelo que a sua tia fez quando foi para o casamento do seu irmão... –
- Meu amor... Tem três anos que fostes embora... Eu realmente não quero conversar sobre a minha tia agora, até porque eu sei que o Calleb te contou, eu sei, sempre soube, que tinha colocado os mantos dourados de olho em mim, até porque surpresa seria se não tivesse feito isso. – ironizou e eu sorri de lado.
- Não! Quanto a isso ele não me contou! Disse que o que tinha acontecido havia sido pesado demais para ele me contar! E que você queria que eu resolvesse. –
- Sim, na época eu queria que você resolvesse, mas agora não vale a pena! Os meus tios não valem a pena! –
- Não valem a pena? Pelo que Calleb comentou foi algo simplesmente absurdo o que o seu pai e tios fizeram e você diz que não vale a pena? – eu tentei me levantar, mas ela apoiou as duas em meu peito, me forçando a deitar na cama, se sentando em meu colo.
- Você está a três anos longe de mim. Não vale a pena gastarmos o nosso reencontro falando sobre eles! Depois você quer ir atrás deles e lhes arrancar as línguas, os olhos... Não me importo com o que... Podes ir! Mas hoje, eu não vou conversar sobre isso! Foram três, quase quatro, anos de pura agonia. – ela segurava o meu queixo e me forçava a olhar para ela. – Hoje, se eu for abri a minha boca de novo... – ela falava baixo, aproximando a sua cabeça da minha. – Vai ser para gemer o nome do meu marido, e para mais nada! Entendeu? – questionou e eu, que tinha a mão em sua cintura, deslizei pelo seu corpo, até alcançar a sua bunda e dando um tabefe na mesma, fazendo-a soltar um gemido baixo.
- Entendi. – respondi lhe dando outro tabefe na bunda, e ela tomou os meus lábios em um beijo ávido, enquanto eu ajeitava em colo, para que eu pudesse penetra-la de novo.
Nós dois não havíamos dormido nada a noite passada, o cansaço só venceu quando o sol estava começando a nascer no horizonte, Bella foi a primeira a adormecer em meus braços, e... Pelos deuses, a quanto tempo eu desejava essa sensação de ter de novo esse corpo quente contra os meus braços. Eu aninhei a minha cabeça contra a dela para tentar dormir um pouco, mas antes que eu conseguisse uma batida soou pela porta do quarto. Eu tentei ignorar a batida e voltar a afundar o meu rosto contra o seu cabelo, e abraça-la mais forte, mas outra batida soou na porta.
- Mande-o embora! – Bella resmungou com a voz carregada de sono, e se virou de costas para mim, tirando-a cabeça do meu peito.
- Eu vou matar o desgraçado! – reclamei me levantando. Enquanto eu vestia as minhas calças, e puxava as cobertas para cobrir o corpo nu de Isabella, as batidas continuavam incessantes e irritantes contra a porta de madeira. Eu me aproximei dela, destrancando a porta e a abrindo. – O que foi, cacete? – perguntei irritado e dando de cara com uma mulher que me encarou assombrada.
- Bom dia, príncipe Edward... – ela limpou a garganta e colocou um sorriso no rosto. – Como está? –
- Quem é você? – questionei irritado.
- Jéssica Strong, esposa do rei! – respondeu e eu notei uma centelha de raiva em sua voz.
- O que quer? –
- O rei planeja fazer uma pequena confraternização para comemorar a vossa volta e a vitória em Stepstones. –
- E? – eu estava muito afim de fechar a porta contra o seu rosto e voltar para a cama.
- E que o senhor é o convidado de honra, já que o Serpente Marinha não veio para a capital! –
- Majestade, dê um recado ao meu irmão. Eu estou a três anos sem ver a minha esposa. Eu não pretendo sair deste quarto tão cedo! –
- Mas também está a três anos sem ver o vosso irmão... Sem falar que não conhece os vossos novos sobrinhos e... –
- E como foi que o meu irmão disse mesmo? – a interrompi. – Oh... A guerra de Stepstones já está acontecendo há três anos, ela pode esperar mais três dias, não foi? Pois então, fazendo das palavras do meu irmão as minhas: Eu estou há três anos sem ver o meu irmão ou sem conhecer os meus novos sobrinhos... Eles podem esperar mais três dias! Passar bem! – eu fechei a porta, voltando para o quarto. Eu fechei as janelas e as cortinas deixando o quarto bem escuro, e me livrei de minhas calças, antes de voltar para a cama, aninhando o meu corpo contra o dela. Eu passei o braço por cima de seu corpo, puxando-o para mais perto de mim, entrelaçando os meus dedos aos dela, sentindo-a aninhando o corpo mais contra o meu.
Eu despertei um tempo depois sentindo um leve roçar de dedos em meu rosto. Eu já estava desperto, mas não tinha aberto os meus olhos. As pontas dos dedos de Bella desceram pelo meu nariz, até chegar aos meus lábios, contornando-os bem devagar. Eu beijei os seus dedos, sentindo-o subindo pela minha mandíbula e a ponta do seu nariz roçou contra o meu, enquanto sentia os seus lábios beijando os meus.
- Bom dia. –
- Bom dia, minha princesa. – falei apertando o braço que abraçava a sua cintura, puxando-a para mais perto de mim. – Dormiu bem? –
- Pela primeira vez em muito tempo! –
- Eu que o diga. – ela beijou os meus lábios de novo. Eu passei a ponta da minha língua pelos seus lábios, adentrando em sua boca e sua perna abraçou a minha cintura.
Bella deslizou uma de suas mãos pela barriga até o meu pênis, masturbando-o um pouco antes de encaixa-lo em sua buceta. Comigo todo dentro dela, ela subiu com a mão de novo, enquanto se ajeitava sobre o meu colo. Eu desci com a mão de sua cintura para o seu quadril, espalmando-a em sua bunda, e apertando-a com um pouco de força, enquanto começava a mexer o seu quadril contra o meu.
O beijo foi interrompido pelos gemidos que escapavam dos nossos lábios. Eu me sentei na cama, e ela infiltrou os seus dedos em meus cabelos, conforme a minha boca descia para o seu pescoço, chupando-o de leve. Ela puxou de leve os meus cabelos, levantando a minha cabeça e tirando-a de seu pescoço, enquanto continuava a subir e a descer devagar contra o meu pênis. Eu nos virei na cama, deixando-a por baixo de mim, apoiando as minhas mãos no colchão para buscar apoio.
Eu me movimentava para frente e para trás, impulsionando o meu quadril contra o dela devagar, mas forte. As suas mãos macias deslizavam pelas minhas costas, ficando as unhas em minha pele a cada investida de meu quadril conta o dela. Quando a sua buceta começou a apertar o meu pau, eu passei a ir com um pouco mais de força, tomando os seus lábios em um beijo para abafar os eu gemido alto quando gozou, e eu acabei soltando um gemido baixo ao sentir o seu gozo quente escorrendo pelo meu pau. Eu investi o meu quadril mais ainda algumas vezes até gozar dentro dela.
- Eu te amo. – ela falou baixo, roçando o nariz contra o meu.
- Eu te amo. – eu beijei os seus lábios e igual a ontem, eu apoiei o meu peso em cima de meus braços, apoiados na cama, e deitei a cabeça contra os seus seios, sentindo os seus dedos deslizando pelos meus cabelos.
Quando a noite chegou, nós ainda não tínhamos deixado o quarto, e mal havíamos nos vestido, por mais que não fizéssemos amor igual a um par de coelhos, até porque eu não queria que a buceta de Isabella ficasse sensível demais, e consequentemente machucada, só de sentir o corpo quente e nu de Bella contra o meu era bom demais!
- Está com fome? – perguntei atraindo a sua atenção. Eu tinha acabado de sair do banheiro, de tomar um banho, e tinha a toalha enrolada em minha cintura, e ela deitada na cama, usando apenas um robe, Bella já tinha tomado um banho, resolvemos toma-lo sozinhos, pois sabíamos que não sairíamos de lá tão cedo.
- Morrendo! – comentou aninhando a cabeça contra o travesseiro.
- Vou pedir algo para comermos... – me aproximei da porta.
- Hey... Onde pensas que vai assim? – questionou quando eu a encarei. – Vista-se! – mandou. – Não quero meu marido aparecendo para qualquer uma apenas de toalha. –
- Ciúmes, lady Hightower? – provoquei e ela riu se sentando na cama.
- Entenda uma coisa, Edward Swan... – ela se aproximou da ponta da cama. – Os seus dias de farra pelos corredores da fortaleza vermelha acabaram a cinco anos. – ela abraçou o meu pescoço. – Você é meu! – ela encostou a testa contra a minha. – E eu não sou idiota, eu vejo as ladies dessa corte te comendo com os olhos! Então, eu não quero o senhor aparecendo nesses trajes para mais ninguém além de mim! – ela beijou os meus lábios, puxando o inferior entre os seus dentes.
- Deixe-as me comerem com os olhos a vontade... A única mulher que eu quero comer pelo resto da minha vida, é você. Não tem com o que se preocupar! –
- Então, deixe que eu peça o nosso jantar com o que eu estou trajando! – sugeriu.
- Nem morta! – eu ergui a sobrancelha. – Eu vou me vestir! – disse dando um beijo em seus lábios.
- Ótimo. – ela se afastou de mim, e eu dei uma tapa em sua bunda a fazendo rir, ao se deitar na cama de novo.
Eu me vesti e fui até a porta falar com o valete. Eu pedi para trazer o nosso jantar e o mesmo disse que o meu irmão estava esperando por mim para jantar no salão de jantar. Dizendo apenas que era para ele continuar esperando, pois eu não iria sair do quarto ainda, ele foi buscar o jantar que eu havia pedido.
- Eu realmente não entendo o seu irmão! – Bella reclamou saindo da cama. – E depois o meu pai fica com raiva quando eu falo que a atitude dele é de um hipócrita! –
- Ele sempre foi assim! – resmunguei quando ela se sentou na frente da penteadeira para desembaraçar os seus cabelos um pouco úmidos ainda. – Ele sempre ia contra as coisas que eu fazia, e quando eu voltava, ele agia como se a ideia fosse dele, ou como se eu tivesse ido porque ele pediu... Do mesmo jeito que ele tentou fazer agora em Stepstones, mandando alguns homens para, caso ganhássemos, se vangloriar por ter nos salvado. –
- Rose disse que ele mandou em torno de uns dez navios! –
- Ele mandou vinte homens, Isabella. – rebati e ela me encarou pelo espelho.
- Vinte homens? – questionou incrédula e eu apenas assenti. – E a cada segundo que passa a vontade de eu ir embora fica maior ainda! –
- Nós vamos, não se preocupe... – garanti. – Mas antes de irmos... – eu peguei a cadeira da pequena mesa de jantar e coloquei perto do banco de sua penteadeira. – Agora eu quero que fale exatamente o que aconteceu em Hightower. –
- Vai se chatear... –
- Isabella, para de enrolar! O que aconteceu em Hightower? – questionei apoiando uma perna em cima do meu joelho e esperando.
- Quer que eu comece por quem? Meu pai ou meus tios? – rebateu largando a escova.
- Eu quero que comece pelo primeiro desgraçado que fez algo! – ela apenas assentiu. Bella se virou de frente para mim, apoiando os pés descalços em seu banco, e apoiando os braços em seus joelhos.
- Tudo começou no dia seguinte após o casamento do seu irmão. Rose fingiu passar mal e nós fomos pela primeira vez para a muralha. Quando voltamos, mal deitamos na cama e o rei entrou, sendo seguido pelo meu pai. Meu pai disse que tinha notícias importantes vindas de você, e o seu irmão disse que não queria que nenhum corvo de Stepstones chegasse ao castelo, durante três meses eu fiquei pensando que você não tinha me mandando nenhum corvo, sendo que o seu irmão os confiscava. Quando perguntei ao meu pai se ele tinha alguma notícia sua a resposta que eu recebi era que você tinha coisas muito mais importantes que eu para se preocupar no momento! No mesmo dia eu avisei que iria levar Tessarion comigo e ele não gostou! Alguns dias antes da viagem, ele começou a querer proibir a ida de Calleb e John nessa viagem, e eu disse que as suas ordens estavam acima das dele, e como conheces o meu pai, ele não gostou nem um pouco disso, mas aceitou. Nesse meio tempo, Calleb já tinha enviado o primeiro corvo para você, mas a resposta ainda não tinha chegado. – ela se ajeitou na cadeira, respirando fundo antes de continuar. – Na verdade eu queria levar Rose, mas seu irmão não deixou, e só me deixou levar a Tessarion porque eu prometi a ele, que, caso ela fizesse algo, eu a perderia! A viagem em si foi bem tranquila, um pouco mais longa que eu me lembrava, e as estradas então não se falam..., mas foi uma viagem tranquila. No meio dessa viagem que o Calleb me entregou o seu corvo. Quando chegamos em Hightower... Meu pai estava completamente eufórico, ele simplesmente fez a comitiva parar em um penhasco só para me mostrar a cidade. Ele estava eufórico de um jeito que eu nunca tinha visto, aquela ali pareceu ser a primeira e única vez que eu vi o meu pai feliz de verdade! – ela suspirou. – Os problemas começaram quando chegamos de fato em Hightower. Sinceramente, eu acho que os problemas com o meu pai só existiram porque os meus tios estavam perto, porque tudo o que ele vinha falar para mim, vinha carregado da frase o seu tio ou a sua tia sendo seguido por viu, ouviu... – ela deu de ombros.
- Seu pai não é nem um pouco influenciável, meu amor, é ele quem influencia as pessoas. –
- Eu sei, mas quando ele está perto do irmão e da cunhada, ele fica diferente. Ele para de ser o influenciador para ser o influenciável! Mas é de um jeito que... Eu não sei explicar, é como se tudo o que meu tio ou tia falassem fossem a verdade, como se um dos deuses tivesse descido pessoalmente e falado com eles! – ela ajeitou o cabelo, colocando-os para trás das orelhas. – Mike estava eufórico quando eu cheguei, eu só fui porque ele pediu, porque sinceramente, por mim eu não teria ido aturar os meus tios. E assim que o meu tio me viu... A primeira frase dele para mim foi Isabella... Quanto tempo não lhe vejo! Desde que enlouquecestes e simplesmente fugiu com aquele homem! – ela falou e eu simplesmente respirei fundo para me acalmar, porque eu imaginava o que viria a seguir. – Mike o repreendeu, disse que ele tinha prometido não tocar nesse assunto, e ele começou a reclamar, que eu tinha que arcar com as minhas inconsequências e só parou quando Tessarion pousou perto de nós, ele começou a perguntar o que aquilo significava, falava que era um monstro e perguntava o motivo do meu pai ter permitido que o animal fosse. Se eu não controlasse a Tessarion ela teria... Não sei o que ela teria feito, mas eu gostaria que ela fizesse. A resposta do meu pai foi deixe-a fazer o que quiser... O rei avisou que caso esse animal faça alguma coisa, ela o perde, e quando eu ironizei que era o que ele mais queria, meu tio começou a falar que eu não tinha educação, porque estava respondendo o meu pai e falando quando ninguém havia me dando permissão. Calleb se intrometeu e meu tio começou a reclamar, perguntando como você continuava sendo o comandante dos Mantos Dourados depois de tudo. O caos começou no segundo dia. Eu acordei tarde, estava cansada e havia passado uma boa parte da tarde alimentando Tessarion numa campina, cheguei atrasada para o jantar de noivado do meu irmão, meu pai me apresentou aos pais de Ângela, a esposa do meu irmão. – explicou. – E meu tio, mais uma vez começou a ironizar Que está terrivelmente atrasada! Ela pelo visto acredita que só porque é uma princesa, ela pode fazer todos a esperarem! O lorde Webber perguntou como eu era uma princesa e meu pai respondeu que eu era casada com você, respondeu sem muita vontade, mas com isso eu já tinha me acostumado. Lorde Webber perguntou como estavam as coisas em Stepstones, e lembrou que o meu tio dizia que o meu pai só sabia falar mal de você e queria saber como ele permitiu o casamento, e a minha tia surgiu! – ela se ajeitou no banco de novo, dobrando uma das pernas sobre o banco e colocando a outra para baixo, apoiando o pé no chão, e quando voltou a falar, tentava imitar a tia. - Ele não permitiu! Isabella é irresponsável e inconsequente e simplesmente fugiu por debaixo do nariz do meu cunhado, e se casou as escondidas. E quando perguntaram porque o casamento não foi desfeito, ela disse que nós fugimos para as Ilhas de Verão, e que tínhamos voltado a poucos meses, e com um maravilhoso comentário. – ela ironizou. – Graças aos deuses sem filhos! – eu respirei fundo me ajeitando na cadeira, trocando as pernas. – Calleb interrompeu a conversa, dizendo que o meu irmão estava me chamando, era mentira, era apenas para que eu saísse dali, e minha tia resolveu continuar falando, e piorando cada vez mais o que ela falava a cada maldita palavra eu sei que agora, maculada do jeito que ela está será difícil de arrumar um bom casamento, mas acredito que qualquer um seja melhor do que esse agora, meu pai tentou de algum modo contornar a situação, me defendendo, bem porcamente, falando que eu queria continuar casada, pois eu gostava de você, e por algum motivo desconhecido por ele, pois ele não sabia que você tinha sentimentos, você gostava de mim, e as palavras exatas do meu pai foram ela continuará casada até o momento em que ela não queria mais, ou então, que a morte o leve. E a minha tia jogou a última... Espero que isso não demore para acontecer, para que possamos tirar o nome da família Hightower da boca da ralé, que habita Adhara. –
- Eu vou matar a sua tia. – falei com calma e me afastando do encosto da cadeira, e apoiando os braços sobre os meus joelhos, colocando os dois pés no chão. – Bem devagar! –
- Calleb perguntou se eu queria que ele arrancasse a língua dela, mas o prazer estaria em deixar para que você o fizesse. -
- E então, você me mandou o corvo de Hightower com o peculiar comentário sobre a sua tia. – apontei.
- É... Depois que eu escrevi a carta, para você e outra para a Rose, eu não consegui dormir, senti aquela mesma sensação que havia sentido quando a rainha Esme faleceu, na primeira vez que deixamos a fortaleza a noite... Fui ficar com a Tessarion no celeiro e praticamente dormi ali, acordei no dia seguinte com a minha sombra me vigiando. – ironizou e eu acabei rindo. – Tudo o que ele falava era eu não quero que ele arranque os meus olhos. Eu estava quase arrancando os olhos dele! – reclamou e eu balancei a cabeça rindo mais ainda! – No dia seguinte conheci Ângela e foi tudo tranquilo, ela ficou abismada com o que a minha tia tinha dito, porém não surpresa, o que me faz pensar que a minha tia já falou muito pior de mim quando eu não estava por perto. O dia do casamento chegou e mais uma vez eu estava atrasada porque estava alimentando Tessarion e meu pai veio furioso para perto de mim, pediu para o John sair porque queria conversar em particular, e eu mandei também, sabia que ele não iria se afastar, ele e Calleb tem mais medo de você do que de qualquer outra pessoa. –
- Eles não estão errados! Se algo acontecesse a você eu iria mata-los, estou pensando em fazer algo ainda sobre o acidente com o javali! – ela me encarou feio.
- Posso continuar? – eu apenas assenti. – E você não vai fazer nada com eles! – ela ajeitou o seu cabelo de novo e voltou a contar sobre Hightower. – Meu pai, começou a insinuar que eu havia demorado demais para alimentar Tessarion, dando a entender que eu estava... Fazendo outras coisas... E começou a insinuar que eu vivia para cima e para baixo com os dois guardas, principalmente com Calleb, e que ele não desviava os olhos de mim nem por um misero segundo. –
- O que ele estava querendo insinuar? – perguntei querendo que não fosse o que eu estava pensando.
- Ele praticamente insinuou que eu estava te traindo com o John e com o Calleb. – eu me levantei da cadeira, quase derrubando-a para trás.
- Baseado apenas no fato que eles te vigiavam? – questionei parado de pé.
- Não... Porque nos viu conversando a sós, porque nos viu “trocando bilhetinhos” duas vezes, e os dois bilhetes eram os seus corvos, e que ele não foi o único que viu, que os meus tios também viram e falaram com ele. E o melhor... Porque no dia que eu dormi no celeiro, me viram entrando no castelo com o vestido amarrotado e com o cabelo sujo de feno, e com a minha sombra logo atrás. – ela respirou fundo. – Eu praticamente esfreguei na cara do meu pai o que era o tal “bilhetinho”, e contei que eu sabia que eu não tinha mensagens suas porque o rei havia proibido. Ele ficou branco quando eu contei isso e sem jeito, mas não antes de sair berrando pelas escadarias atrás de mim que eu estava fazendo uma cena, e que eu estava agindo como uma garota mimada, que não tinha como ele gostar desse casamento, já que ele tinha me transformado naquilo, que a pior coisa que aconteceu na minha vida, foi ter me aproximado de você. Mike veio ver o que estava acontecendo, e no mesmo pé que chegou foi embora! E eu e meu pai continuamos a discutir. Ele ficava se defendendo dizendo que seguiu ordens, e eu o acusando de estar feliz por você não estar aqui. Disse que ele não confiava em mim, que tudo o que acontecia ele dava um jeito de colocar a culpa em mim, e eu praticamente gritei que ele não precisava me lembrar que ele não era feliz com o meu casamento a cada segundo do dia. Mudou de assunto de repente ao querer saber como eu ouvi a conversa com rei e me repreendeu por eu chamar o seu irmão de hipócrita. Do nada, ele mudou o tom de voz e começou a falar de forma mansa que ia ver o que ele podia fazer com o rei para que eu não ficasse sem notícias suas, e quando eu disse que não precisava mais dele para isso, e que assim que o casamento com o Mike passasse eu iria embora sem ele, mais uma vez ele mudou o tom de voz, só que agora com raiva, com ironia e sacarmos, que não me dava permissão para ir embora sozinha, e quando eu disse que eu já era casada e que não precisava mais da permissão dele, começou a ironizar que você não estava ali. E no final da discussão eu ainda tinha que colocar um sorriso no rosto e um vestido para a cerimônia, e como eu estava com raiva dele e dos meus tios... –
- Você usou um vestido com as cores da minha casa, declarando uma guerra silenciosa contra o seu pai e seus tios. –
- Como sabe disso? –
- Seu pai me disse! – respondi simplesmente.
- Exatamente, fiz exatamente isso! Chamei meu irmão e perguntei se ele não se importaria, ele ou a Ângela, não queria estragar o casamento deles! O desgraçado do meu irmão estava se divertindo. – ironizou. – Mas estava do meu lado, aliás, pelo eu sei, sempre ficou do nosso lado! Quando eu desci, meu pai começou a ralhar comigo, quase que em silêncio para ninguém ouvir, mandou eu ir trocar de roupa e eu disse que não. Meu tio se intrometeu falando que eu não tinha respeito pela nossa casa... Não queria saber do resto... E eu dei a ordem ao Calleb, que se o meu tio, me faltasse com respeito novamente, que arrancasse a língua dele fora, e quando meu pai tentou intervir, eu simplesmente perguntei se ele queria que as ordens fossem estendidas a ele! Pela primeira vez eu me fiz valer pelo fato de ser uma princesa... E eu adorei! – eu acabei sorrindo para ela. Era incrível como, mesmo com todos os absurdos que ela contava, eu conseguia esbanjar um sorriso sincero com alguns comentários que ela fazia. - Quando eu cheguei a Adhara, sem o meu pai, tinha um corvo dele nas mãos do rei, querendo que o rei me proibisse de ir para Dragonstone até ele voltar. Seu irmão me chamou para conversar e eu contei tudo o que aconteceu e que eu sabia que ele tinha proibido as cartas. Pediu desculpas e ficou do meu lado. Quando meu pai chegou deu um sermão nele como eu nunca tinha visto e permitiu as cartas, as que fossem direcionadas a mim, fossem entregues a mim, contanto que meu pai, o meistre e o rei, caso ele quisesse, lessem os conteúdos para saber se nós dois não estávamos conversando sobre a guerra! – ela parou pensando um pouco. – Acho que sobre Hightower, foi apenas isso! –
- Mais nada? – insisti e ela parou pensando mais um pouco.
- Ah... Mike está enchendo o saco querendo que você pague a revanche que está devendo a ele. – eu a encarei confuso. – Da vez que você derrubou o meu irmão do cavalo de cara no chão! – lembrou-me e eu acabei rindo.
- Quando ele quiser! – ela revirou os olhos. – E quanto ao que a sua tia disse no aniversário desse tal de Henry? –
- Eu já falei. Depois que o seu irmão deu um sermão em meu pai, eu e Rose fomos para Dragonstone. Seu irmão foi lá umas três vezes, parou em Driftmark e ainda pediu para Gianna ficar de olho em nós, e foi pessoalmente contar que o príncipe Henry, o bebê conquistador, tinha nascido. – ironizou. – Meu pai foi algumas vezes, e numa dessas vezes, ele disse que por mim estava fazendo o que pudesse para ajudar vocês. Não sei se é verdade! Do nada, ele manda um corvo mandando voltarmos, e nós voltamos e começou a sugerir que se eu quisesse ver Rose trono, eu tinha que convencê-la a se casar, porque os lordes estavam se juntando para tentar convencer o rei, a dar a coroa a Henry, e que ele só não os entrega ao rei, por não ter provas. –
- Ele não precisaria de provas. Meu irmão sempre confiou nele de olhos fechados, se ele falasse, meu irmão iria acreditar! –
- Seu irmão mudou muito desde o casamento com Jéssica, meu amor, ele está sendo influenciado agora pelo Strong. – apontou. – No dia do aniversário em questão, depois de chegarmos ao acampamento, a minha tia, mais uma vez, começou a ironizar que você havia ido para essa guerra só porque foi substituído com herdeiro. Acusou-me de ficar igual a você e eu a chamei de uma mulher amargurada que não tinha outra função na vida do que fazer e inventar fofocas! E começou a dizer que já tinha três anos que você tinha ido e todos os dias ela rezava aos deuses para que você não voltasse, que eu havia me tornado uma pessoa horrível desde o nosso casamento. E que graças aos deuses o meu pai iria me casar com alguém muito melhor do que você, quando você não voltasse mais, pois você só trazia problemas por onde passava, e disse que o Denali sempre havia sido a melhor opção, e foi quando eu vi meu pai e o lorde Denali conversando. Meu pai veio tirar satisfação comigo e se fez de desentendido quando eu disse sobre a conversa de casamento com o Denali... – ela ficou olhando para o nada por alguns segundos. – Depois disso nada do que ele falava para mim era verdade, e ele começou a me culpar por estar perdendo a preferência do rei, pois por minha culpa ele ficava enviando corvos toda semana e mandando mantimentos, me chamou de ingrata por eu estar agindo do jeito que eu estava, por ele ter descumprindo ordens diretas do rei... – ela começou a falar com a voz chorosa e com os olhos se enchendo de lágrimas. – E eu não sabia de nada, eu só soube porque a Gianna me contou alguns meses antes. – ela parou de falar, fechando os olhos respirando fundo. Uma lágrima havia escapado de seus olhos e ela prontamente a limpou, engoliu o choro e abriu os olhos, voltando a falar. - Então eu simplesmente lhe virei as costas, deixei-o berrando sozinho e saí do acampamento com a Rose. Na manhã seguinte ele veio para cima de mim falando que havia ficado preocupado a noite inteira sem saber onde eu estava e como eu estava, e eu ironizei, a primeira coisa que eu vi ao chegar no acampamento foi ele e o rei comendo e bebendo como se nada tivesse acontecido. E foi quando eu decidi que não iria mais abrir a porta para mais ninguém sem ser as criadas e Rose, e desde então, não vi ou falei mais com o meu pai... Na verdade, vi de relance quando voltei ontem à tarde de Cervus. – ela respirou fundo de novo. – E foi isso o que aconteceu nesses quase quatro anos em que você passou fora. – ela voltou a falar com a voz chorosa de novo.
- Eu vou matar o seu pai. Seu tio e a sua tia! E a sua tia vai ser com o maior gosto, como eu nunca senti na vida! -
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