Olimpo - Grécia.
2019.
Bella.
Eu havia decidido que iria a essa confraternização no Olimpo, mas por Alice do que por outra coisa, ninguém do mundo inferior queria ir, nem as garotas e nem Edward, iriam mesmo por minha causa, que consequentemente iria por causa de Alice. Pelas reclamações, se é que poderíamos chamar dessa forma, nem mesmo os deuses que habitavam o Olimpo queriam ir, pelo visto ninguém aguentava mais essas confraternizações criadas por Zeus, ou então as consequências delas, já que pelas histórias, cada confraternização resultou em uma guerra em algum momento diferente!
Quando o dia amanheceu e nós precisamos sair da cama para termos que nos vestir para subir, Edward me mostrou algumas túnicas brancas, que ele ainda tinha guardado da época que Perséfone tinha que subir durante os seus meses para o mundo superior, informando-me que, caso eu quisesse, poderia usar uma roupa branca como os outros deuses, mas ao olhar para aquelas túnicas brancas, eu não sabia ao certo, mas uma sensação estranha havia me preenchido, na verdade havia sido apenas lembranças ruins dos meses que Perséfone havia passado com a sua mãe no Olimpo, cujas lembranças eu fiz questão de afastar para longe o mais rápido que eu havia conseguido.
Eu havia optado pelo preto, era melhor, eu não era nenhuma moradora do Olimpo para usar qualquer outro tipo de roupa, no caso o branco, e assim eu me sentia melhor. Até porque segundo o próprio Edward nós não ficaríamos muito tempo lá em cima, e eu agradecia.
Depois de pronta, e de Edward ter dito que as meninas iriam para lá mais tarde, ele apenas segurou a minha mão e mais uma vez se dissipou em uma nevoa escura, me levando junto com ele e quando a nevoa se dissipou eu me encontrei temporariamente cega devido a tamanha claridade do local.
- Onde estamos? – perguntei com a mão em cima dos olhos para cobrir um pouco da claridade.
- No topo do monte Olimpo. – Edward respondeu. – Eu te entendo, passamos tempo demais na escuridão que quando subimos ficamos cegos. – eu não reclamei. – Daqui a pouco os seus olhos se acostumam. –
- Não era assim que eu imaginava. – comentei vendo que nós estávamos em um pátio feito de mármore branco, com uma enorme fonte que jorrava água cristalina e logo atrás se estendia uma enorme escadaria, que levava a algo que remetia a uma pequena cidade, até chegar ao topo em um enorme e esplendido castelo de mármore branco.
- Imaginava como sendo igual ao Olimpo da animação da Disney? – questionou sorrindo.
- Eu gosto daquele filme, dá para parar de tirar sarro com ele? – reclamei e ele riu.
- Aquele filme é um dos piores filmes sobre a história de Hércules que já foi feito, mesmo que tenha sido uma animação para crianças. –
- Também não vou te contar qual era o meu personagem favorito no filme. – rebati e ele me encarou. – E não, não era o Hércules! –
- Você chegou... – eu fui surpreendida por Alice que havia se jogado em cima de mim, quase me derrubando no chão. - Graças a Deus, estava quase enlouquecendo... –
- Quem tem que agradecer sou eu, eu não estava mais aguentando Alice reclamar. – Jasper comentou parado atrás dela.
- Alice... - Edward a chamou ainda me encarando.
- Diga. –
- Qual era o personagem favorito da Bella na animação da Disney sobre Hércules? –
- Jogando baixo desse jeito, deus dos mortos? – ironizei e ele apenas encarou Alice.
- O mesmo que o meu, o melhor personagem do filme... –
- Cala a boca Alice! – falei baixo.
- Quem? – ele insistiu.
- Cala a boca Alice! – falei de novo.
- Você! – ela respondeu me ignorando e Edward me encarou. – Era simplesmente o melhor personagem com as frases sarcásticas, sabíamos todas e ficávamos repetindo... Ahhhh. – Alice me encarou. – Agora tudo faz sentido! Agora faz sentido o motivo da tia Renée surtar sempre que nós falávamos que Hades era o melhor personagem do filme... – Jasper apenas riu da confirmação que Alice havia feito.
- Eu odeio você! – falei para Alice que riu.
- Por que? Realizou o sonho de mais da metade da população do mundo, casou com o seu crush da infância. –
- O Hades do desenho da Disney não era o meu crush de infância... Até porque ele era esteticamente estranho! –
- O mesmo pode ser dito quanto ao Hades do seriado da Xena e do Hércules? – eu a encarei pensando um pouco.
- Não... Eu adorava esse Hades... O problema e nesses dois seriados em questão eu gostava tanto do Hades quanto do Ares... –
- Como Demeter deixava você assistir isso? – Jasper perguntou, agora parado do lado de Edward, que me encarava de forma divertida.
- Ela não deixava! – respondi sinceramente. – Dizia que era brutal demais! -
- É, nós duas mentíamos que tínhamos trabalho para fazer depois da escola, e como a minha casa era mais perto que a de Bella, nós íamos para lá, e ficávamos trancadas no meu quarto assistindo! Até que a minha mãe me proibiu de continuar assistindo porque eu estava deixando-a maluca. –
- Por quê? –
- Por nada! –
- Porque chegou o halloween e ela resolveu se fantasiar de Xena e ficou mais de um mês treinando o grito que a Xena dava nos episódios, só que ela não imitava baixo... Ela gritava mesmo e os vizinhos reclamaram e a tia Lillian a proibiu de continuar assistindo! –
- Eu te odeio! – Alice repetiu para mim o que eu havia dito a ela a minutos antes, me fazendo rir.
- E eu tenho um vídeo no meu computador em Tulsa para provar. –
- Você disse que tinha apagado! –
- Eu menti! Eu sabia que aquilo ia ser útil quando você me fizesse passar vergonha! –
- Tá vendo? Não podemos nem mais confiar nas melhores amigas... Oh... Duas palavras para você Isabella... Para Béns. – ela reclamava me fazendo rir mais ainda. – Pode ir embora, não quero mais a sua companhia... –
- Quer aturar os deuses sozinha mesmo? Tá bom então. – eu dei um passo na direção de Edward.
- Não. – ela me abraçou pelos ombros me puxando para mais perto dela. – Pelo amor de Deus, não, tudo menos isso! – falou desesperada e Edward e Jasper riram junto comigo.
- Amiga... – eu tirei os braços dela do meu ombro e me virei de frente para ela. – Seja sincera, você está sendo torturada aqui em cima, para estar nesse desespero todo? – ela não respondeu e eu abracei. – Amor... Semana que vem ela desce comigo pro mundo inferior! Tadinha dela! Está sofrendo... – ironizei e olhei para Jasper. – Ela já conheceu a sogra? –
- Hera não é a minha mãe. – Jasper respondeu. – Mas sim, e para a ironia do destino, minha mãe e Hera se dão bem! –
- Pena de você, Alice... Eu não tenho sogra para conhecer. –
- Minha mãe não era o problema... O problema era o meu pai! – Edward comentou.
- Eu não tenho nenhum dos dois para conhecer! –
- Idiota. – Alice me empurrou me fazendo rir.
- Chegamos! – Macária e Melinoe apareceram de repente ao nosso lado. – Qual é a graça? –
- Nenhuma! – Edward respondeu simplesmente.
- Vamos acabar logo com isso, pois, quanto mais rápido formos mais rápido iremos embora! – Melinoe apontou e enlaçou o braço ao da irmã, e se aproximaram da escada.
- Quando voltarmos para Tulsa, eu quero ver esse vídeo! – Jasper falou me encarando.
- Quer ver porra nenhuma! – Alice deu uma tapa nele, que se esquivou rindo. Eu tentei segui-los, mas os braços se Edward se enroscaram como uma cobra em minha cintura e me puxou para trás, fazendo as minhas costas encostarem em seu peito.
- Quer dizer que a senhorita gostava de mim desde criança... Interessante. –
- Eu gostava do personagem e do ator! Como você mesmo disse, você não lembra em nada as suas representações artísticas. –
- Devo admitir que o humor sarcástico e sórdido do meu personagem na animação da Disney conseguiu me arrancar alguns risos! – comentou apoiando o queixo em meu ombro enquanto víamos os quatro a nossa frente subindo pela escadaria.
- De qualquer forma, eu prefiro a versão original! – respondi e ele apertou os braços mais forte contra o meu corpo. – Eu te amo! –
- Eu também te amo! – ele me deu um beijo na bochecha e me soltou, segurando apenas a minha mão.
– Na verdade, voltando ao assunto original, de certa forma isso aqui me lembra um pouco de Santorini. As casas surgindo na encosta da montanha. –
- Ele foi realmente projetado para ser uma espécie de cidade, por assim dizer, e por ter sido construída literalmente no pico do monte, não tinha outra forma de ela ser erguida. –
- Achei que apenas os doze olimpianos morassem no Olimpo. –
- Lá em cima sim! – ele apontou para o topo, para o que parecia com um palácio de mármore. – Você morava lá em cima. Essas casas são para os deuses menores e algumas criaturas que foram escolhidas para guardar e proteger o Olimpo. Algumas ninfas, sátiros e essas criaturas. – respondeu.
- Sei que um dos principais motivos de Perséfone não gostar daqui de cima era a mãe, mas fora isso, não parece ser tão ruim! –
- Você ainda não conheceu a Hera! – ele falou em meu ouvido.
- Vocês falam muito! –
- E Alice? –
- Alice é exagerada. – ao invés de ele continuar seguindo as escadarias até o topo, ele passou por uma pequena passagem dentro da montanha, que era coberta pelo outro lado por uma cortina de trepadeira. – Achei que era lá em cima... –
- As confraternizações que Zeus faz é sempre no jardim! – explicou empurrando para o lado um pedaço da trepadeira para que pudéssemos passar e adentrar ao jardim.
E que jardim! Era um jardim maravilhoso, o chão era todo feito de grama bem aparada e com diversos tipos de árvores o serpenteava, desde árvores frutíferas ou não. Canteiros com várias flores de diversos tipos, cores e formas. Eu conseguia ouvir o cantar de alguns pássaros e eu via alguns coelhos pulando entre as moitas e flores. Em um canto mais afastado tinha um pequeno lago com uma pequena cachoeira caindo nele, onde alguns patos, gansos e cisnes nadavam.
- Um pequeno paraíso? – Edward perguntou no meu ouvido.
- Esse lugar é lindo! –
- O que estraga é aquilo ali. – ele apontou para o lado oposto de onde nós estávamos, onde tinha uma tenda grande, enorme, e dourada onde todos os deuses do monte Olimpo estavam, a maioria eu reconhecia da festa em Milos e os outros que eu jamais havia visto.
- Vocês vieram! – Carlisle apareceu na minha frente e eu acabei dando um sobressalto.
- Tem necessidade disso? – Edward perguntou ao irmão.
- Desculpe! – pediu e eu o encarei. Carlisle tinha a mesma fisionomia da vez que eu o conheci em Milos, a primeira vez que eu o vi, contudo era mais novo, tinha a aparência de ser mais novo, e ao contrário do que eu via os outros deuses, ele gostava de andar quase que seminu. Ele usava uma túnica, que era na verdade apenas uma saia com uma única tira de pano trespassando o seu peito. – Convidei nossa mãe, e como sempre, sem respostas! – comentou e eu olhei para Edward confusa.
- Isso ainda te surpreende? Quando foi a última vez que ela apareceu? – Edward rebateu e Carlisle apenas deu de ombros.
- Bom... Seja bem vinda a sua casa, qualquer coisa, se alguém tentar algo, me avise! – ele se dirigiu a mim.
- Não se preocupe! – disse simplesmente.
- Está tudo bem no mundo inferior? –
- Sim, na completa paz! –
- Ela sempre esteve melhor lá embaixo do que aqui em cima. – Edward provocou passando os braços pela minha cintura. – E você sempre soube disso! –
- Eu sei! – Zeus suspirou.
- Fiquem à vontade. E é bom te ver aqui em cima depois de tanto tempo, irmão! – ele se virou e se afastou. Eu apoiei a cabeça no ombro de Edward, levantando-a para falar perto do seu ouvido.
- Eu podia viver sem ver o seu irmão seminu. – reclamei e ele riu, me dando um beijo em sua minha bochecha.
- Vamos... – ele me soltou e segurou a minha mão de novo e nos aproximamos da tenda.
- E não é que ela aceitou voltar lá para baixo? – Esme ironizou sentada em uma cadeira com uma taça de ouro em suas mãos. – Continua tudo do jeito que você lembrava? – debochou.
- Hera, não começa! – Edward disse simplesmente quando eu me sentei ao lado de Alice.
- Irmãozinho você sempre foi temperamental! –
- Eu fui temperamental? – ele apoiou os braços no encosto da cadeira ao meu lado. – Não fui eu que praticamente começou uma guerra porque não ganhou uma porcaria de maçã. –
- Não comecem vocês dois! – Zeus falou assumindo um pequeno trono, que estava posicionado na ponta da mesa.
- Desde quando é permitido mortais entre nós? – Hera apenas olhou para o marido.
- Desde quando eu permito! E elas não são mais mortais! E sabe muito bem que, tecnicamente, Perséfone é minha filha... Quer dizer... – ele estalou os dedos. - Hades? –
- Isabella! – ele respondeu já sentado ao seu lado.
- Isso. Isabella! Você sabe muito bem que Isabella é minha filha! – eu aproximei o meu corpo de Edward.
- Já se arrependeu? –
- E Rosalie? – perguntei sem lhe responder.
- Cadê Afrodite? – ele perguntou alto para todo mundo ouvir.
- Aqui. – ela apareceu rindo atrás de nós. – Finalmente você saiu lá de baixo garota... Vem... – ela segurou a minha mão e me puxou para levantar quase me derrubando da cadeira.
- Cuidado Afrodite. –
- Olá tio. E vem você também! – ela puxou Alice também e se dissipou conosco em uma nuvem que aparentava ser bolhas.
Afrodite voltou a se materializar em um quarto, enorme, digno de uma princesa e se jogou na cama comigo e com Alice, dizendo que era muito melhor lá dentro do que aturando aquelas pessoas lá fora. Durante uma boa parte da conversa ela foi perguntando como estava sendo as coisas no submundo e comentou sobre Hera provocando Alice quanto ao fato de uma mortal estar vivendo no Olimpo e que isso era um absurdo!
Comida havia surgido no quarto de Afrodite e ela nos prendeu lá em dentro durante horas conversando. No meio da tarde um pequeno tremor percorreu o Olimpo e ela apenas bufou dizendo que Ares e Apolo estavam arrumando confusão. O sol estava começando a se pôr quando ela disse que estavam chamando-a no mundo dos mortais e que era para eu e Alice a esperarmos ali que ela já voltava. Eu e Alice aproveitamos para fugir!
Eu não conhecia aquele lugar e ia seguindo o caminho que Alice fazia, não sabia ao certo o motivo, pois Alice era perfeita em se perder! E ao invés de sairmos do palácio, nós chegamos à sala dos tronos, uma lembrança perfeita das recordações de Perséfone. No fundo da sala, uma mulher estava sentada no chão sobre as suas pernas, mexendo em uma lareira com um pedaço de graveto.
- É Héstia. Eu não a vi longe daquela fogueira desde que eu cheguei aqui! – Alice falou quase que murmurando para mim.
- Eu não posso sair daqui, crianças! – ela se virou e eu percebi que os seus olhos eram formados pela cor da lareira em sua frente. – Eu não posso permitir que essa lareira se apague. –
- Por quê? – perguntei baixo, mesmo sabendo que ela tinha me ouvido.
- Todo mundo tem proteção ao se aproximar de uma lareira! – respondeu. – Essa lareira é quem dá vida a tudo e todos, se ela apagar, tudo cai em ruínas! – explicou.
- Nós estamos procurando a saída que leva para o jardim! – comentei e ela olhou para nós novamente sorrindo amavelmente.
- Siga por essa porta e vire à esquerda, desça as escadas e vire à esquerda novamente e entrem no túnel. –
- Obrigada. –
- Disponha! Ah... Isabella, foi um prazer lhe conhecer oficialmente! Nos veremos de novo em alguns meses! –
- É um prazer, Héstia! – ela voltou a sua atenção a sua lareira novamente e Alice e eu seguimos pelo caminho que ela tinha indicado.
- Por que vocês duas só se verão daqui a alguns meses? –
- Pergunte a ela e não a mim! – rebati e Alice riu.
Nós seguimos pelo caminho indicado e conseguimos voltar ao jardim, que agora era iluminado por algumas tochas. Edward continuava sentado onde eu tinha deixado ele e ele ria de alguma coisa que falavam. Eu me aproximei por trás dele, apoiando as minhas mãos em seus ombros e descendo pelo seu peito e apoiando o meu queixo em seus ombros.
- Afrodite já te largou? –
- Na verdade ela foi chamada lá embaixo e nós duas fugimos dela! – respondi e ele riu. - Cadê as meninas? – perguntei ao olhar em volta e vendo que Macária e Melinoe não estavam ali.
- Desceram! –
- E nos dois? – perguntei baixo em seu ouvido. – Tinha me prometido que me levaria de novo aquela praia. – ele terminou de beber o seu vinho.
- Nós já vamos! –
- Mas já? –
- Já Poseidon. Amanhã Bella volta para Atenas e já está tarde. – ele se levantou.
Eu me despedi de Alice e de Jasper e desci para o mundo inferior com Edward, que ao invés de ir para o seu castelo me levou direto para a Ilha dos Afortunados que ele tinha me levado no dia anterior.
- Me explica uma coisa... – a noite já tinha caído naquela praia e nós estávamos deitados a beira do mar, eu havia vestido de novo a minha túnica preta que estava completamente molhada e grudada em meu corpo e Edward só com a sua calça, enquanto sentíamos as ondas quebrando contra as nossas pernas.
- O que quiser. – ele estava deitado de barriga para cima com um dos braços atras da cabeça e eu me encontrava de bruços, fazendo carinho na cabeça de um coelhinho branco que havia se aproximado de mim vindo de um dos arbustos da ilha, achava eu que essa era a primeira vez que um coelho havia se aproximado tanto assim de mim e que não havia fugido.
- O que Zeus quis dizer com convidei a nossa mãe? Na primeira vez que me trouxe a Grécia tinha dito que os seus pais tinham morrido! –
- Era mais fácil dizer que os dois estavam mortos do que explicar onde ela está, principalmente porque você ainda não sabia de nada. –
- Então explica agora! – pedi.
- Lembra das suas aulas de história que falava que Cronos devorou os filhos com medo de eles o destronar? –
- Lembro, o único que não foi engolido foi Zeus, que, não lembro o nome da mão dele, o substitui por uma pedra. –
- Isso mesmo! Reia! Nossa mãe deu uma pedra ao nosso pai para impedir que Zeus fosse engolido e o escondeu no topo de uma árvore, onde os poderes de Cronos não chegava. Ele cresceu e foi sendo treinado para derrotar o nosso pai, quando ele se sentiu forte o suficiente, nossa mãe o incentivou a se transformar em um jovem titã que queria trabalhar como copeiro para Cronos e em pouco tempo conseguiu a confiança do nosso pai. Certa noite, Zeus fez uma mistura de bebidas e entregou a Cronos, que após se embebedar, acabou vomitando tudo o que tinha no estômago, o que nos incluía! Nos escondemos de Cronos e Reia veio conosco, era visível o quanto ela estava feliz por estarmos juntos, soltos! Mas eu não menti quando disse que ela tomou partido do mais novo, pois ela tomou. Pelas leis antigas, o Olimpo deveria ser meu e o Mundo Inferior deveria ser do mais novo, no caso de Zeus! Conforme nos preparávamos para a guerra que estava batendo em nossa porta, nossa mãe nos convenceu a aceitar a liderança de Zeus para derrotarmos Cronos finalmente. Ela nos convenceu a libertar os ciclopes anciões e os Hecatônquiros para que eles pudessem fazer as armas para nós, eles são exímios ferreiros, que foram condenados ao Tártaro devido ao barulho do seu trabalho. Fui cordialmente convencido a ir até o Tártaro fazer todos eles nos ajudarem, e não foi difícil, ninguém gostava de Cronos, e armados Zeus declarou guerra ao nosso pai! Nossa mãe estava ao nosso lado, ao lado de Zeus, sendo a sua conselheira, e uma parte dos Titãs ficaram ao nosso lado. Nosso tio mais velho Oceanus e a outra metade dos titãs ficaram neutros, o único que se recusou abertamente foi o Atlas. – ele suspirou, ele continuava com os olhos fechados e calmo. – A guerra durou dez anos, dez longos anos e no inicio os titãs estavam se dando bem, até que os ciclopes e os Hecatônquiros chegaram com armas novas e mais poderosas do que os dos titãs. O Raio Mestre de Zeus, o Tridente de Poseidon, o meu cetro e o meu Elmo das Trevas e depois de mais uns anos de guerra, nós tomamos o Olimpo e derrubamos Cronos. Com Cronos derrotado, invadimos o monte Ótris, a morada dele, Zeus pegou a foice do nosso pai e o cortou em pedaços, do mesmo jeito que nosso pai tinha feito com Urano, o nosso avô! Nossa mãe o convenceu a punir Atlas, fazendo-o suportar o peso do céu e os outros titãs que se envolveram diretamente na guerra, foram banidos para as profundezas do Tártaro. Os pedaços de Cronos foram presos nas paredes do Tártaro, não sabemos como, mas ele meio que se reconstruiu, mas se Zeus, Poseidon e eu não cairmos, as paredes não caem, elas chegam a falhar em algum momento, mas não caem! –
- Por isso os livros de mapas se chamam Atlas. – apontei.
- É! – ele apenas suspirou.
- E no final da guerra a sua mãe convenceu o seu irmão a assumir o Olimpo no seu lugar? –
- De certa forma! Ela dizia que a profecia era que quem destronasse Cronos seria quem se sentaria no trono, e que nesse caso a profecia estava acima da hierarquia, da primogenitura. Se a primogenitura fosse levada a sério era para Héstia ter herdado o trono, mas o machismo já existia a muito antes de a palavra existir e jamais permitiriam que uma mulher governasse tudo, e Héstia também não queria! Héstia sempre foi o ser mais calmo e doce entre os seis, era até confortável ficar com ela dentro da barriga de Cronos, o problema era Deméter e Hera... Poseidon também não ficava muito atrás, era insuportável! – reclamou. – Entre as mulheres, nossa mãe dividiu os ofícios do jeito que elas queriam. Héstia queria a fogueira e impedir que ela se apagasse, Deméter queria semear e Hera queria o mais fácil, até porque ele já estava casada com Zeus, com as mulheres arrumadas ela veio para nós, os homens, aconselhou Poseidon a ir explorar os mares e ele adorou aquele lugar e então ela veio falar comigo. Uma parte de mim ainda tinha esperanças de ficar no Olimpo, mas quando ela veio falar comigo enquanto as ninfas literalmente babavam em cima de Zeus, eu sabia que ela iria me condenar ao Tártaro. Eu era mais controlado do que Zeus e seria perfeito para controlar o submundo e os mortos, mais infelizmente isso significava que eu não pisaria mais e não tomaria nenhuma decisão sobre os mortais, e eu sabia se eu confrontasse Zeus quanto ao trono, ele iria me destruir igual fez com o nosso pai! –
- Amor... – eu me aproximei dele e ele virou o rosto me encarando. – Eu vou repetir a mesma coisa quando você me contou essa história só que com a arquitetura, por mais horrível que aquilo possa ser, você é maravilhoso no que faz. –
- Eu reclamava muito, até que eu entendi que para tudo existe um porquê. Se Zeus fosse enviado para o mundo mortos, você não existiria e eu não seria feliz, então no final, foi até bom. Eu não tenho milhares de mortais berrando em meu ouvido em busca de ajuda, eu não tenho que lidar com problemas que os mortais arrumam, não tenho que separar brigas de meio mundo. Por muito tempo eu achei que vivia no inferno, mas na verdade eu estava no paraíso, Melinoe tem razão, aqui em baixo é tudo na completa paz da morte! –
- E desde que desceu nunca mais viu a sua mãe? –
- Algumas poucas vezes, a última notícia que tínhamos era que ela morava em algum lugar na antiga Frígia. – eu o encarei confusa. – Turquia! – ele se ajeitou na areia. – A última vez que vi minha mãe foi quando você desceu comigo pro submundo, eu não te mostrei isso nas lembranças, era desnecessário! Deméter foi até a nossa mãe pedir para interceder a favor dela, para que você não descesse e que eu te liberasse! Quando ela conversou com você e viu que você estava ali porque queria, ela foi embora! Depois disso, não vi mais a minha mãe! – deu de ombros. Eu aproximei o meu corpo do dele e dei um beijo em seus lábios e ele prontamente retribuiu. – Mais alguma pergunta? – eu apenas neguei. – Então vamos para o quarto? –
- Eu gosto de ir para o quarto com você! – comentei e ele riu.
- Você é insaciável, mulher! –
- Insaciável não! Amanhã eu volto la para cima e quando eu vou ver você de novo? Ou então ter você dentro de mim de novo? –
- Quando quiser! É só me chamar que eu chego em pouquíssimos segundos, sabe disso! – ele falou com a voz baixa e rouca e beijando-me os lábios. Eu aprofundei o beijo e o puxei para cima de mim. Eu nos ajeitei sobre a areia fofa, o trazendo para cima de mim e ele se ajeitou entre as minhas pernas. – Amor... – ele falou baixo contra a minha boca quando eu comecei a abaixar as suas calças. – Deixa eu pegar um preservativo. –
- Não precisa! – eu o ajeitei em minha buceta e abracei o seu pescoço. Devagar Edward foi deslizando para dentro de mim e começou um vai e vem devagar.
As mãos de Edward apertavam com vontade e força o meu quadril a cada nova investida de seu quadril contra o meu. Com o aumento de sua intensidade e consequentemente dos nossos gemidos o nosso beijo foi interrompido e ele apoiou a testa contra a minha, eu arranhei as costas de Edward quando eu gozei e ele se derramou, pela primeira vez, dentro de mim. ele relaxou o seu corpo sobre o meu, sem sair de dentro de mim, e apoiou o seu peso em seus braços ao lado do meu corpo, e deitou a cabeça contra os meus seios, bem em cima do meu coração que batia acelerado.
- Estou exausta! – admiti em um fio de voz.
- Me abraça e não me solta! – pediu. Eu tirei os meus braços da areia e o abracei forte.
Ouvi um farfalhar do vento e nevoa negra, a qual eu já estava me acostumando, aos poucos foi tomando conta de nós, subindo pelos nossos pés até cobrir as nossas cabeças e quando ela sumiu, ao invés de estarmos deitados na areia fofa daquela praia, nós estávamos em sua cama macia, no meio daqueles lençóis pretos. Edward saiu de dentro de mim, ganhando um muxoxo de retribuição e deitou-se ao meu lado, e eu fui para perto do seu corpo, aninhando a minha cabeça contra o seu peito e ele me abraçou forte, começando a fazer um cafuné em meus cabelos e eu dormi rapidamente contra o seu peito e em seus braços!
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