Adhara – Continente de Andrômeda –126 Depois da Conquista.
Pov. Edward.
Dois anos tinham se passado desde que tínhamos voltado de Walano, que Jane tinha falecido e Alec fingido um assassinato. Alguns meses depois da morte do mesmo, Emmett se recuperou e foi para Dragonstone e poucas semanas depois, um anuncio chegou do casamento de Rosalie e Emmett, algo que ninguém tinha gostado, além de ser acusada de ter tido filhos bastardos, Rosalie agora era acusada de ter ordenado a morte do marido, e no fundo eles não estavam errados!
Nós tínhamos ficado nem um mês direito em Dragonstone, até eu ter recebido a mensagem de Charlie dizendo que tinha conseguido uma casa em Rosby, perto da praia e a casa já estava pronta para mudança e logo fomos para lá. Era um lugar agradável, chegava a lembrar bem fracamente Walano. Uma praia perto da praia e tendo nos fundos um campo de macieiras.
Alguns meses depois de termos nos estabelecido em Rosby, nós fomos surpreendidos com a visita de Charlie, na verdade, a visita de Charlie não havia sido nenhuma surpresa, ele volta e meia aparecia aqui para ver os netos e a filha, a surpresa tinha sido a vinda de Carlisle junto, e seguindo o pedido de minha esposa, eu sentei, apenas eu e Carlisle, e nós conversamos e mais uma vez ele me convidou a voltar para Adhara, e eu disse apenas que pensaria, sem dar nenhuma garantia, as crianças estavam começando a se adaptar a Rosby para eu leva-las para Adhara.
Nós já tínhamos mandado corvos a Anna, ela continuava querendo vir morar conosco, mas Gianna não permitia. Primeiro, porque ela achava que eu e Isabella estávamos envolvidos na morte de Alec, isso se ela não pensasse que estávamos envolvidos na morte de Jane também, e em segundo lugar, porque Jacob tinha partido para Stepstones e ela não queria ficar sozinha em Driftmark.
Um ano depois de termos chegado, nós voltamos a Adhara, principalmente após Carlisle concordar com as minhas condições.
1º - Eu queria Jéssica longe dos meus filhos e de Isabella.
2º - Eu queria Henry e Jasper longe dos meus filhos e de Isabella, eu não tinha nada contra Alice, e para uma grande surpresa, ela e Arthur tinham se dado bem e passavam muito tempo juntos na biblioteca.
3º - Riley não treinaria os meus filhos! Eles seriam treinados por mim! E isso foi escolhido depois que o vi ensinando a Henry e Jasper a trapacearem.
4º e último – Se Jéssica, Henry ou Jasper fizessem algo com os meninos, eu faria pior com quem tivesse feito e não me importaria se era a rainha ou os príncipes.
Carlisle havia aceitado sem pensar duas vezes, e incluiu a ordem que nenhum dos três deveriam ir para a torre onde ficava o meu quarto e consequentemente os quartos das crianças. E ele me devolveu o comando dos mantos dourados.
Faltando algumas luas para completarmos um ano de volta em Adhara, Bella anunciou a mim que estava gravida, mais uma vez e faltava pouco tempo para nascer. Mas essa gestação estava diferente das outras, a própria Isabella sentia e falava isso, ela não sabia explicar, só dizia ser diferente.
- Alteza. – um guarda me parou quando eu voltei para dentro do castelo.
- O que é? –
- Essa senhorita está procurando o senhor. – disse dando um passo para o lado.
- Anna? – questionei confuso. – O que faz aqui? – a jovem, de agora, doze anos, se aproximou de mim, com o seu dragão pequeno deitado sobre os seus ombros.
- Eu… Eu vim morar com vocês. – respondeu sem jeito.
- Pode ir. – falei ao guarda, que apenas assentiu e se afastou. – Gianna sabe que você está aqui? – ela apenas assentiu. – E ela deixou você vir? –
- Ela deixou, porque segundo ela, eu estava a deixando louca querendo vir! – ela sorriu. – Então, ela deixou vir passar um tempo com vocês! Se eu puder ficar! –
- Vem, eu vou te levar até a Bella, porque eu tenho que voltar a cidade. –
- Como ela está? – perguntou subindo as escadas ao meu lado.
- Sabe que ela está grávida, não sabe? – ela assentiu. – Ela está bem, falta poucas luas para o bebê nascer. – expliquei. – Alias, quero te pedir um favor. Como os meninos ficam a maior parte do tempo ou treinando ou estudando, eu queria que você ficasse com a Bella, para o caso de algo acontecer, você me avisar! – ela balançou a cabeça assentindo mais uma vez.
- Mas eu queria pedir uma coisa. –
- Peça. – ela parou de andar e começou a apertar os dedos um contra os olhos, como se não soubesse exatamente como falar.
- Eu… Eu queria aprender a lutar! –
- Enlouqueceu? –
- Todo mundo falou que eu tenho um bom soco de direita pelo soco que eu dei no Jasper. – disse baixo para que os guardas que passaram por nós não ouvissem. – Eu só quero saber me defender! Eu não quero saber usar uma espada, seria útil, mas eu só quero saber me defender! –
- Aconteceu algo em Driftmark? –
- Não exatamente! Na verdade… o lorde Ephraim está enlouquecendo a minha avó, desde que meu avô partiu para Stepstones. –
- Por que? – ela não respondeu devido aos passos que nós ouvimos, e Jéssica descia as escadas com a filha e com Riley a seguindo, e tanto Jéssica quanto Alice tinham um véu um mãos.
- Lady Anna? O que faz aqui? –
- Venha, eu vou te levar até Isabella. – disse simplesmente e sem deixa-la responder. – Na minha frente. – pedi e ela subiu as escadas e eu fui subindo logo atrás. Agora com Anna aqui eu teria que reforçar as condições com meu irmão, agora Anna teria que entrar na lista de quem eu queria que Jéssica ou os filhos longe.
- Eu já falei que não! – ouvi a voz da Bella ao abrir a porta do quarto.
- Mas mãe, eu já tenho quatorze anos! – Arthur reclamou.
- E dai? Só por que tem quatorze anos acha que já pode fazer o que quiser? –
- O que está havendo? – eu me fiz presente. – Arthur, eu pedi para você e os seus irmãos não estressarem a mãe de vocês! –
- Eu só vim pedir uma coisa e ela disse que não! – se defendeu.
- O que você quer? –
- Eu quero montar em Tyraxes! – disse. – O guardião disse que ele já me aguenta, que já me aguenta a bastante tempo! –
- Depois vemos isso! – pedi simplesmente. – Temos visitas, mais ou menos. –
- Quem? – eu dei um passo para o lado e Anna entrou no quarto. – Anna? O que faz aqui? –
- Eu estava… eu estava perturbando a minha avó querendo vir para cá e ela me deixou vir e passar um tempo, se vocês deixarem! Posso? –
- Claro que pode. – ela caminhou para perto da Bella e abraçou.
- Eu vou avisar ao seu pai para separar um quarto para ela. – avisei a Bella. - Enquanto isso, você fica aqui. – disse a Anna. – Vou colocar você para ter as aulas junto com os meninos. – eu me aproximei de Bella. – Você está bem? – perguntei apoiando a mão em sua barriga e ela assentiu. – Eu vim apenas ver como estava e já vou voltar para a patrulha. – eu afaguei a sua barriga e senti um chute contra a minha mão. – Daqui a pouco eu volto, qualquer coisa manda me chamar. – eu aproximei a minha cabeça da dela. – Manda um corvo para Gianna e confirma essa história! –
- Imaginei! – respondeu simplesmente.
- E pergunte também se ela permite que eu… treine a neta dela. – Isabella piscou os olhos sem entender. – Ela pediu para que eu a ensine a se defender, mas eu só vou fazer isso se Gianna permitir. – ela assentiu e eu lhe dei um beijo nos lábios e me voltei para Arthur. – Você vem comigo, depois eu converso com a sua mãe sobre Tyraxes. – eu parei ao lado de Anna. – A noite você me explica essa história do Ephraim e qualquer coisa, peça ao guarda ou a valete na porta para me avisar ou avisar o lorde Hightower. –
- Sim senhor! – eu saí do quarto e Arthur veio atrás de mim.
- Eu não vim perturbar ou estressar a mamãe. – ele começou a defender quando eu fechei a porta. – Eu só vim pedir para montar em Tyraxes! O senhor montou mais novo do que eu e a tia Rose mais nova ainda que o senhor. –
- O problema, Arthur, é que o fato de você querer montar em Tyraxes, significa que Harry também vai querer montar em Vermax, e Liam vai querer a mesma coisa. E o Liam ainda é novo demais para isso! Eu já estava começando a implantar a ideia na cabeça dela de deixar pelo menos você e Harry montar, se vocês ficarem insistindo, ela não vai deixar. – avisei. – E de qualquer forma, vai ter que esperar, as selas que eu encomendei para Tyraxes e Vermax ainda não chegaram. Quando elas chegarem e forem postas nos dragões, eu mesmo vou levar vocês para montarem! – contei descendo as escadas com ele ao meu lado. – Sua mãe pode negar, mas ela tem um certo trauma. Pelo que soube, Tessarion se jogou de um penhasco com ela na primeira vez que ela voou. –
- Pelos deuses! É um bom motivo. – admitiu rindo quando passamos por Charlie que saía de um dos corredores do castelo.
- Hightower. – o chamei e ele levantou a cabeça.
- Oi garoto. – ele se aproximou e bagunçou os cabelos soltos e curtos, que Arthur tinha cortado a pouco tempo, do neto.
- Oi vô. –
- Algo com a Isabella? – questionou me encarando.
- Não. Pode pedir para arrumarem um quarto para mim e mais dois guardas e um valete? –
- O que houve? –
- Anna! Chegou agora a pouco para passar um tempo aqui comigo e com a Bella. –
- Gianna sabe? –
- Ela disse que sabe, mas Isabella vai enviar um corvo a ela confirmando a história. Sendo filha da Jane, eu não duvido nada que tenha fugido sem falar nada! – ele assentiu concordando. – Tem alguma noticia de Driftmark ou Stepstones? – negou. – Anna disse que Ephraim está enlouquecendo Gianna com algo sobre Stepstones. –
- Não chegou nada para o rei. Todos corvos que chegam para ele, passam por mim primeiro. Na verdade, a única coisa que chegou até o momento foi um corvo vindo pedido provisões e homens, os quais todos já foram enviados, fora isso não temos nenhuma noticias do lorde Black. Quer que um mande um corvo? – neguei.
- A noite eu vou conversar com a Anna e dependendo do que ela falar, eu lhe aviso. –
- Certo. Veio apenas ela ou a irmã veio junto? –
- Só ela! Vou avisar ao rei, suponho eu que ela entre na lista de pessoas que a rainha e os filhos devem ficar longe! –
- É óbvio! –
- Certo! Ah… Já ia me esquecendo. – ele tirou um pergaminho do bolso da jaqueta. – Mike mandou um corvo para mim, mas entregue a irmã, tem noticias para ela e ele quer noticias dela! – eu apontei com a cabeça para Arthur. – Entregue a sua mãe, por favor. –
- Sim senhor. –
- Preciso ir. Depois nos vemos, garoto. – ele bagunçou de novo o cabelo dos netos e seguiu pelo corredor.
- Eu não entendo. Todo mundo fala que o senhor e o vovô não se davam bem! –
- E não nos dávamos! Nem um pouco! Nós praticamente só começamos a nos dar bem, poucas luas antes de você nascer! É uma trégua que já vem perdurando há quatorze anos em prol de você e seus irmãos e principalmente em prol da sua mãe! –
- Só por que a mamãe fugiu com o senhor? –
- Quem te contou isso? –
- As pessoas falam demais aqui em Adhara e a mamãe confirmou, rindo, alias! –
- Um dos motivos para ele não gostar de mim! Vai lá, você tem aula daqui a pouco. Se a Anna estiver disposta, leve-a com vocês para a aula de cariano e não incomode a sua mãe sobre esse assunto de voar de novo e peça para Harry também não a incomodar com isso! –
- Sim senhor! –
- Cadê os seus irmãos? –
- Estavam no quarto! –
- Vai. Eu tenho que voltar para a patrulha. Qualquer coisa mande me chamar! – ele assentiu e voltou a subir as escadas e eu saí da fortaleza.
Eu só voltei ao pisar no castelo depois que o sol começou a se por, e fui direto para o meu quarto. Eu precisava de um banho urgente! Ao adentrar o mesmo, o quarto estava vazio, Bella não estava ali e enquanto eu me livrava da minha armadura, as criadas iam enchendo a tina.
- Oi. – Bella disse entrando no quarto, enquanto eu terminava de me vestir após um banho.
- Onde estava? – perguntei quando ela se aproximou para me dar um beijo.
- Com a Anna, estava conversando com ela e ajudando-a a ajeitar o quarto. –
- E você está bem? – questionei levando as mãos para a sua barriga.
- Está pesada demais, não está normal! – eu abaixei a coluna e lhe dei um beijo no ventre.
- Então descansa! Sossegue um pouco e descansa. Se quiser eu deixo a patrulha com os outros e passo mais um tempo com você. – negou.
- Não precisa! Ainda falta uns bons meses para o bebê nascer, pelas contas, porque pelo tamanho da barriga… - suspirou. – Mandei um corvo a Gianna com as duas perguntas que você pediu para eu fazer… falta apenas saber se vai me responder. E… - ela coçou a testa. – Agora a pouco chegou um corvo da Rosalie. Está grávida de novo! –
- Arthur te enviou o corvo do seu irmão? – perguntei e ela assentiu.
- Sim. Ele quer marcar para vir aqui conhecer os meninos e para que conheçamos os filhos dele e da Ângela. – respondeu se sentando na cama e respirando aliviada ao não precisar mais sustentar o peso da barriga de pé.
- Você está bem mesmo? – perguntei quando ela encostou as costas nos travesseiros apoiados na cabeceira da cama e colocando os pés em cima da cama.
- Estou, Edward, pelo amor dos deuses, eu estou bem! –
- Precisamos conversar! O Arthur já tem quatorze anos. – me sentei ao lado de seu corpo. – Já conversamos, sabe que eu montei em Caraxes aos onze… A própria Rosalie montou em Syrax aos sete… E eu te avisei que iria pedir as selas dos três! –
- Continuo não gostando dessa história… estou parecendo o meu, eu sei disso! – apontou com as mãos apoiadas na barriga. – Só que os quatro são inexperientes. Tanto os meninos quanto os dois dragões, o fato de o primeiro voo com montador do Vermax e do Tyraxes serem justamente com os meninos, me deixa nervosa. –
- Você foi a primeira a montar em Tessarion! – lembrei-a.
- E meu coração quase parou de bater quando ela se jogou naquele penhasco. Eu sei do que eu estou falando! – eu balancei a cabeça rindo. – Quem vai ensina-los a montar? –
- Eu! –
- Eu não os quero montando sozinhos e sem supervisão! –
- Certo. Eu aviso a eles! – eu debrucei o meu corpo contra o dela e lhe beijei a sua barriga ao mesmo tempo em que uma batida soou na porta. – Entra. –
- Com licença. – Anna entrou no quarto e eu me ajeitei na cama. – Quer que eu explique a questão do lorde Ephraim agora ou depois? –
- Pega uma cadeira e senta aí. – ela puxou a cadeira de perto da pequena mesa de jantar próxima a janela e a colocou perto de nós. – O que o Ephraim está fazendo? –
- Bom, desde que o vovô foi para Stepstones, a vovó está tomando conta de Driftmark. – eu apenas assenti, era o mais normal a se fazer. – Ele ficou um pouco mais de um ano sem mandar notícias e os corvos que a vovó mandava, não eram respondidas. Então ele começou a insistir que a minha avó deveria declara-lo logo como o novo senhor de Driftmark. –
- Se ela fizer isso ela declara Lucien como bastardo. – Bella apontou.
- O que a princesa Gianna diz sobre isso? –
- Diz que o marido ainda está vivo e que então não tiver nenhuma confirmação de que o lorde Black não está mais vivo, ela não irá escolher nenhum sucessor ao trono de madeira. E que, de qualquer forma, meu avô já tinha escolhido o Lucien como sucessor depois que o tio Alec faleceu, e que antes do lorde Ephraim tem eu e a Emma, e que ela não pensaria duas vezes antes de dar o trono de madeira para mim ou para a minha irmã. –
- Tem alguma notícia de Jacob? –
- Chegou um corvo um pouco antes de eu vir para cá, ele está bem, está tudo bem na medida do possível, palavras dele e pediu mais mantimentos, apenas isso! A vovó ficou de contar ao marido o que o irmão dele quer, mas eu vim antes de chegar algum outro corvo. Mas a vovó já garantiu que enquanto meu avô estiver vivo, ela vai cuidar de Driftmark e que caso ele parta, ela vai seguir à vontade dele. –
- E não duvido nada de que Ephraim não gostou nem um pouco disso. – ela apenas negou. – Sabe se ele conversa ou manda corvos para alguém daqui da capital? – negou de novo.
- Todos os corvos que chegavam para ele ou que ele mandava, eram das mãos dele para as mãos do meistre e das mãos do meistre para as mãos dele. Ele não deixava ninguém ver as mensagens que recebia ou escrevia, nem mesmo o meistre lia! –
- Acha que ele está se comunicando com os Strong? – Bella questionou.
- Ele está insistindo e muito em pegar o trono de madeira sabendo no que isso resultaria. Então sim, eu tenho quase cem por cento de certeza de que ele está se comunicando com o Strong. – suspirei e me voltei para Anna. – Ela mandou um corvo para a sua avó. – avisei apontando para a Bella. – Se você mentiu e Gianna não sabe que você está aqui, eu mesmo te levo de volta. –
- Ela sabe! –
- Você é filha da sua mãe. Eu sei muito bem como Jane era! – Bella acabou rindo do meu comentário. – E pedi a permissão dela para te ensinar o que você pediu, de te ensinar a se defender. – ela assentiu. – Contudo, com você ficando aqui, já te aviso, quando a Moondancer crescer mais um pouco, ela vai ter que ir para o fosso e isso vai atrasar e muito o crescimento dela. –
- Mas a Vaghar ficava solta. A Meleys fica solta. –
- Eu sei! Mas aqui não pode, a única que fica solta é Vaghar, porque ela não cabe no fosso, mas ela fica longe da cidade, bem longe da cidade. E em Driftmark não tem um fosso. Caraxes, Tessarion e os dragões dos meninos estão todos no fosso. – ela suspirou. – E para evitar que matem pessoas sem querer quando estão com fome. – avisei, mas ela apenas assentiu. – Vai lá jantar com os meninos, nós não vamos sair do quarto, eu quero que ela descanse! - ouvi Bella bufando.
- Tá bom. – ela se levantou e colocou a cadeira no lugar.
- Qualquer coisa chama. – Bella disse simplesmente e ela assentiu.
- Boa noite. –
- Boa noite. – ela foi embora.
Três dias depois que Anna chegou em Adhara um corvo de resposta de Gianna chegou. Ela sabia e tinha permitido que a neta viesse, que ofereceu para que Emma viesse junto, mas ela queria ficar em Driftmark com a avó e tinha permitido que eu ensinasse a neta a se defender, desde que eu pegasse leve com ela.
Anna estava se dando bem em Adhara, frequentava as aulas com os meninos e se divertia quando ia para os treinamentos, e isso me divertia também, eu nunca sequer tinha treinado uma garota e tampouco lutado contra uma, era algo diferente e eu precisava me cuidar e tomar cuidado para pegar bem leve com ela, mas acabava sendo divertido.
Pouco tempo depois que ela chegou, Jéssica começou a reclamar que Moondancer já era grande o suficiente para ir para o fosso e Carlisle ordenou que ela fosse levada. Quase duas luas depois da chegada de Anna as selas que eu tinha encomendado para os dragões dos meninos chegaram e os guardiões as colocaram nos animais.
Hoje o dia estava bom e tranquilo. O céu estava limpo e com uma brisa fraca e fresca, um bom dia para ensinar os meninos a montarem em seus respectivos dragões. Eu tinha conseguido convencer a Bella a deixar Arthur e Harry, Liam, que tinha sete anos, chiou, mas com apenas um olhar da mãe, ele se aquietou. Bella ficou em Adhara com Liam e com Anna, Charlie ficaria de olho nela, enquanto eu estivesse fora. Prometi, tanto a Liam quanto a Anna, que eu separar um dia para leva-los até uma campina para que soltassem o Arrax e a Moondancer, mas hoje eu iria me preocupar apenas com duas crianças e com dois dragões.
Na noite anterior os guardiões tinham alimentado Tyraxes, Arrax e Caraxes, o que significava que eles, principalmente os dois mais novos estavam satisfeitos e não iriam tentar ir atrás de nenhum gado para comer enquanto estivessem com os meninos sobre o seu dorso.
- Aquietem-se. – mandei na campina com os dragões pousados na grama perto de nós. – Normalmente, principalmente quando é o primeiro montador do dragão, e quando a ligação entre montaria e montador é uma ligação desde a infância, tanto a montador quanto a do dragão, eles costumam sentir o que montador sentem. Então, se vocês ficarem agitados, eles vão ficar agitados e acidentes poderão acontecer, e eu prometi a mãe de vocês que eu iria leva-los vivos e inteiros de volta a fortaleza. – avisei e eles sossegaram. - Vocês sabem montar em um cavalo, sabem controlar um cavalo e usar as rédeas. – eles assentiram. – É a mesma coisa, com exceção de que são maiores, mais pesados, mais temperamentais e principalmente porque estão voando. Vocês vão sobrevoar a baía da água negra, e vão voar baixo. Ouviram? – eles assentiram. – Montem. – mandei. – Um de cada vez. Vai lá Harry, Arrax é menor que o Tyraxes, se apoie na sela e monta como se estivesse montando em um cavalo, e tomem cuidado com os espinhos e cristas. –
Harry se aproximou de seu dragão, que estava deitado debaixo da sombra de uma árvore. Arrax era grande em comparação a maioria dos dragões que viviam no fosso, passou a vida inteira solto e foi preso há menos de um ano, ele era um pouco maior do que um cavalo, era do mesmo tamanho que Vermax, dragão de Liam, já que os dois nasceram com duas semanas de diferença. Harry chegou perto de seu dragão que levantou a cabeça e mostrou os dentes.
- Acalme-o Harry. – mandei.
- Calma, Arrax. – o dragão mostrou mais ainda os dentes.
- Seja firme com ele, Harry. –
- Calma, Arrax. Calma. – mandou. – Calma Arrax. – o dragão voltou a deitar a cabeça no chão, se acalmando.
- Segure firme na sela e monta. –
E igual se fazia com um cavalo, ele se segurou no ponto de apoio de ferro da sela e fazendo impulso para cima ele subiu na sela se sentando, Arrax continuava quieto e deitado no chão.
- Está vendo o tira de couro com corrente presa na parte de trás da sela? –
- Estou? –
- Passe-a pela sua cintura e prenda-a na parte de trás do lado direito da sela. –
- Prendi. –
- Agora faça o mesmo com a sela presa a sua frente, passe por trás do seu corpo e prenda na frente. –
- Pronto. –
- Esses são os cintos da sela, nunca voe se esses cintos não estiverem presos. São eles quem vão te impedir de cair. – avisei. – Já está com as luvas? – ele assentiu. – Segure as rédeas. Um dragão é um pouco mais brusco do que um cavalo, o que significa que sempre que ele se levantar ou pousar, isso vai te sacudir, e dependendo da sacolejada, o cinto pode soltar e você pode cair, portanto, segure firme na rédea, não é forte, é firme, por isso as luvas de couro grossa, para não machucar as mãos e para não suar. Está segurando firme? –
- Estou. –
- Mande-o levantar. –
- Arrax, levanta! – mandou e o dragão se levantou, e como eu já tinha anunciando, de forma brusca, e como eu suspeitava, Harry não se segurava direito e se ele não estivesse preso, ele teria caído de tanto que ele tinha balançado de forma brusca.
- Eu disse para se segurar com firmeza. – lembrei e vi que Harry respirava pela boca, ele estava assustado e nervoso. – Quer descer? – ele apenas balançou a cabeça negando. – Quer descer? –
- Não, senhor. – respondeu.
- Mande-o andar e quando você se sentir firme e confiante, mande-o voar. –
Demorou alguns segundos até que ele respirou fundo de novo e mandou o dragão andar. Arrax, usando as pernas traseiras e as asas, andou para longe da árvore, como estávamos em uma campina plana, para não correr o risco de nenhum dos dois fazerem o mesmo que Tessarion havia feito, Arrax caminhou para uma parte mais aberta, a cada passo que o dragão dava, Harry apertava mais ainda as rédeas contra as palmas de suas mãos. Ele provavelmente tinha mandado o dragão voar, eu não tinha ouvido, mas Arrax se apoiou nas patas traseiras, abrindo as asas cor de laranja claro, em comparação com o restante do corpo que era todo na cor de verde oliva. Batendo as asas, devagar ele foi saindo do chão, com as suas patas se desencostando da grama. Ele era um pouco instável para voar, era a primeira vez que estava voando com um peso extra, no caso Harry, e teve um pouco de dificuldade em subir e começar a planar, mas logo ele estava estável no céu azul e limpo.
Com Harry e Vermax estabilizados no céu, eu apontei para Tyraxes para Arthur. Por seu dragão ser maior do que o do irmão, por ter nascido quase sete anos antes de Vermax, não tinha como ele subir igual montava em um cavalo, ele era maior do que um cavalo, bem maior do que um. Ensinei-o a subir, segurando pela corrente e de sua cela e praticamente escalar a lateral do dragão, já que ao tentar subir pela asa do mesmo, Tyraxes chiou como se não quisesse que ninguém pisasse em suas asas.
Tyraxes foi mais brusco do que Vermax ao se levantar, Arthur chegou a balançar, porém, bem menos do que irmão, e do mesmo jeito que o primeiro dragão teve dificuldade de alçar voo, esse aqui também teve, mas logo estava voando ao lado do irmão.
Eu tinha entendido o principal motivo para Isabella estar preocupada com os meninos montando, do jeito vacilantes que seus dragões voavam, dando umas vaciladas volta e meia, fazia o meu estômago revirar preocupado, quando você via da posição de cima do dragão, era diferente, você não via o dragão errar a batida da asa ou cambalear para algum lado, você apenas sentia a sensação de voar e do vento contra o seu rosto e isso era… incrível. Mas quando você via do solo…
Demorou uns bons minutos até que eles voassem de forma mais estabilizada e isso com isso o meu estômago parou de revirar, e eu sabia que só voltaria a revirar de novo na hora de pousar. Eles estavam estáveis e praticamente voavam em círculos e não tinham subido muito no céu azul. Eu assobiei para Caraxes que levantou do chão e eu me aproximei dele, subindo e ao prender o meu cinto, ele prontamente alçou voo completamente.
…
Com os dragões no fosso, no final do dia, nós voltamos para a fortaleza. Os dois não se calavam e eu não entendia mais da metade das coisas que eles diziam, na realidade, a única coisa que eu entendia era o fato de eles estarem famintos e não eram os únicos, eu também ficava faminto depois de voar, ainda mais por horas, em Caraxes.
- Alteza? – um criado se aproximou após eu tê-lo chamado.
- Minha esposa? – questionei.
- No bosque sagrado com o lorde Mão. – respondeu e os garotos praticamente saíram correndo na direção do bosque. – Deseja mais algo? –
- Leve água para o quarto dos meninos e para meu e quando o jantar estiver pronto também. –
- Na verdade, alteza, o lorde Hightower tinha pedido para que eu arrumasse a sala de jantar dele para essa noite e tinha pedido para por lugar na mesa para o senhor, a filha, e as crianças. –
- Ele não vai jantar com o meu irmão? –
- Eu apenas sei disso, alteza. –
- Tudo bem. Pode ir. – o dispensei e segui o caminho para o bosque sagrado encontrando Isabella com os pés apoiados na cadeira a sua frente e os dois garotos não paravam de falar. – Fiquem quietos os dois! – mandei. – Falem um por vez! –
- Foi tão legal! – Arthur a boca para falar, mas a voz que tinha saído era a de Harry, que falava animado.
- Se divertiram? – ela perguntou.
- Muito. – responderam juntos.
- Ótimo, mas espero que saiba que eu não quero vocês dois voando sem o seu pai! –
- Sim senhora. –
- Vão tomar um banho, estão fedendo a dragão. –
- Eu estou com fome. – Harry disse.
- O tempo de se limparem é o tempo necessário para o jantar ficar pronto. Então vão logo que vamos jantar com o avô de vocês essa noite. –
- Sim senhora. – eles voltaram para dentro do castelo e eu me aproximei.
- E você também! – avisou quando eu tentei lhe dar um beijo e ela se afastou.
- Você nunca reclamou do cheiro do Caraxes. – apontei.
- Seu filho nunca reclamou do cheiro. – corrigiu apontando para a sua barriga.
Eu beijei a sua cabeça e me afastei. Ao chegar em meu quarto a tina já estava cheia com a água quente que eu tinha pedido. Eu tomei um banho e ao terminar de me arrumar, Bella entrou no quarto, com as mãos na cintura, para segurar a barriga. Depois que as crianças estavam prontas, seguimos a torre da Mão do Rei.
Mais uns dias se passaram e tudo estava ocorrendo de forma tranquila. Eu tinha ido para mais uma reunião do conselho do meu irmão, e eu ainda não tinha me acostumado com o fato de Jéssica estar fazendo parte do conselho e tampouco de ela estar tendo voz ativa ali dentro.
- O próximo assunto a ser discutido… - Charlie foi interrompido pela porta sendo aberta sem alguém ter batido.
- Pai! Pai! – Arthur entrou na sala do pequeno conselho desesperado e ofegante. – A mamãe está sangrando! -
Nenhum comentário:
Postar um comentário