Pov. Edward.
Bip...bip...bip… Em pleno domingo e eu acordo com o
despertador, como eu pude esquecer de desligá-lo? Após socar o botão para
desligá-lo, eu virei na cama para tentar dormir, mas era em vão, eu não iria
conseguir voltar a dormir. Levantei-me de vez e após ajeitar a minha cama eu
segui para o banheiro, após ter feito minha higiene, eu desci para o primeiro
andar e encontrando com a minha mãe na cozinha.
Sim, eu sou um homem de 25 anos que ainda mora com a mãe. Mas é por um
bom motivo, eu dava aula na escola aqui perto e bom, não tem apartamentos em
Forks e seria complicado eu ficar indo e voltando de Port Angeles ou de Seattle
todos os dias.
- Bom dia mãe. - disse dando um beijo em sua bochecha.
- Bom dia meu filho. - dona Esme me entregou uma xícara de café fresco
e seguiu para se sentar ao lado de meu pai na pequena mesa da cozinha onde se
faziam a maioria das refeições.
- Bom dia, pai. -
- Bom dia meu filho… Então, quais são os seus planos para o domingo? -
- Ficar em casa e planejar a minha aula de no mínimo amanhã e no máximo
da semana inteira. - respondi e ele me encarou. - Que foi? -
- Filho, por Deus, você tem 25 anos e só quer saber de trabalhar e
trabalhar. Não acha que está na hora de conhecer pessoas novas, se apaixonar e
se casar?! -
- Conhecer pessoas novas? Em Forks? - perguntei-lhe e ele ponderou um
pouco antes de responder.
- Tem razão. -
É claro que eu tinha razão, eu não queria ser presunçoso nem nada, mas
estamos falando de Forks, não chega ninguém novo aqui nunca, quer dizer, apenas
quem se perde ou vem acampar no Olympic National Park, fora isso ninguém vinha
para cá. Forks era uma cidade pequena e 90% da população foge de cidades
pequenas.
Não me entendam mal, Forks não é de tudo ruim, é uma cidade pequena e
calma, eu preferia a tranquilidade de Forks a uma metrópole agitada. A verdade
é que a única coisa que me incomodava mesmo era a chuva constante, já que Forks
fica abaixo de uma constante camada de chuva, que some em torno de cinco vezes
ao ano, ou talvez até menos.
Aqui todo mundo se conhecia desde vigésima geração. É capaz de meus
bisavôs terem brincado com todos os bisavôs dessa cidade. E eram poucas as
pessoas que vinham de fora para fixar residência aqui. Eu acho que não chega
ninguém novo nesta cidade há uns dez anos.
- Bem que podia chegar uma cara nova para animar esse lugar. - minha
mãe comentou levando a xícara delicadamente até lábios. - E aí talvez você
acabe se interessando pela pessoa nova. - sorriu ao beber um gole do café.
- Que foi? Hoje é o dia de ficar em cima de mim? -
- Não pode ser todo dia, o dia de ficar em cima de seu irmão. - meu pai
brincou. - E Edward até o Emmett está namorando… O Emmett algo que eu nunca
achei que fosse acontecer. -
- Existe gosto para tudo. - apontei.
- Bom nós já vamos, que temos plantão no hospital. - papai disse ao
terminar de tomar seu café e se levantou.
- Lembre ao seu irmão que ele ficou de ir até os Brandon para fazer
algum trabalho da escola com a Alice. - mamãe disse
- Sim senhora. - ela se levantou e deu um beijo em minha cabeça e saiu
junto com o meu pai.
Eu terminei o meu café e limpei a bagunça voltando para o meu quarto e
começando a planejar a minha aula de amanhã. Eu fiquei a manhã toda no quarto e
finalmente fiz o meu programa de aula para a semana toda.
- Irmãozinho… - Emmett entrou em meu quarto e eu olhei em meu celular
vendo que já era uma da tarde.
- Você tem que ir fazer um trabalho da escola. - disse simplesmente. -
Vai logo. -
- Tecnicamente eu tinha. - disse sentando em minha cama.
- Não, você tem! - virei a cadeira para frente dele. Ele adorava
cabular aulas e fingir que se esqueceu dos trabalhos.
- Eu sei, mas a Alice avisou ontem que não ia estar em casa. -
- Por quê? -
- Ela foi com os pais buscar a prima no aeroporto. -
- Que prima? - deu de ombros. Eu não sabia que Alice tinha primos.
- Só sei que mora fora e que é filha da irmã da tia Renata. -
- Tá se mudando ou são apenas férias? -
- Alice não explicou. Ela estava muito estranha essas duas últimas
semanas, mas não se abriu com ninguém, nem com o Jasper que é o namorado dela e
nem com a ursinha que é a melhor amiga. -
- Eu notei que ela estava avoada nas aulas. - olhei para o meu irmão
mais novo sentado a minha cama. - E o que você quer? -
- Eu estou com fome. -
- E eu com isso? -
- Mamãe disse que eu não posso mexer no fogão que é capaz de eu
explodir a casa. - é, meu irmão tem dezesseis anos e não sabe fazer nada no
quesito culinária e nem ligar um fogão ele sabe.
- Vamos descer. - disse me levantando da cadeira e ele basicamente
correu para fora do quarto. - É uma criança gigante. - comentei comigo mesmo.
Desci e fiz um almoço rápido para mim e para Emmett e após deixá-lo lavando a
louça, a única coisa que ele sabe fazer, voltei para o meu quarto para
descansar um pouco.
No dia seguinte acordei com o barulho do despertador, levantei da cama
sem perder tempo e fui direito para o banheiro fazer minha higiene. Ao me
vestir, desci para tomar café e encontrei com Emmett se arrastando escadas
abaixo. Tomei meu café e subi para escovar os dentes e pegar as minhas coisas e
fiquei vinte minutos parado aos pés da escada, apressando o Emmett, que era uma
lesma para se vestir.
Eu detestava ter que levá-lo para a escola, ele sempre me atrasava. E
como sempre hoje não foi diferente, tive que meter o pé no acelerador. As aulas
começavam às 9h, mas era às 9h na sala de aula, eu tinha que chegar no mínimo
meia hora mais cedo para assinar o meu ponto e arrumar as coisas. Mas não,
Emmett queria sair de casa, faltando dez minutos para a aula começar. Eu vou
parar de levá-lo para a escola.
Deixei o carro no estacionamento e Emmett saltou direto para a direção
que sua namorada e cunhado estava e eu tratei de sair correndo, apenas acenando
com a mão, devido ao meu atraso proporcionado pro Emmett.
Mal o sinal tocou e as fofocas sobre a nova garota que chegou junto com
Alice começaram, bom essa garota deveria ser a prima dela, e para ela ter vindo
para a escola é porque vai morar aqui. É não é que realmente veio alguém de
fora se mudar para cá.
Eu dei minha aula ouvindo as fofocas, os alunos estavam mais focados na
fofoca do que na aula em si, e em até certo ponto, eu não os culpava, não vinha
ninguém de fora se mudar para cá há anos, era compreensivo a animação de uns.
Eu captei algumas informações sobre a menina nova, segundo os alunos, era ela bonita, gostosa, parecida com Alice, e
um ainda soltou a idiotice de falar que se tivesse chance pagaria as duas. Já as alunas disseram coisas diferentes, ar de esnobe, metida, nem tão bonita assim.
Era compreensivo eles discordarem sobre isso, mulheres odeiam concorrência
e sabem que muitos iriam babar em cima da aula nova por ser “carne nova”. Mas
eles concordavam em uma coisa, ela se enrolava com o inglês. Bom, ela era de
fora, talvez o inglês não fosse sua língua fluente.
- Irmãozinho. - Emmett gritou entrando na sala cinco minutos antes do
sinal tocar para a minha penúltima aula, a aula que eu dava para Emmett e seus
amigos.
- Que foi? - eu já me rendido a batalha de pedir para ele não me chamar
assim na escola, era algo em vão.
- Olha a prima da Alice. - disse e eu levantei a cabeça ao mesmo tempo
em que ele quase que jogou uma menina em cima de mim.
- EMMETT CULLEN. - Alice gritou entrando na sala. - Não faz isso,
cacete, já pedi. - ela se aproximou da prima, afastando Emmett dela. - Você
está bem? -
- Sì, Alice, sto bene, ho appena avuto le vertigini. - ela respondeu a prima em italiano. Por que ela está falando italiano?
- Não é sexy? - Emmett perguntou baixo ao meu lado. - Ela é italiana,
cara, sexo selvagem europeu. - revirei os olhos para a imbecilidade de meu
irmão.
- Passou? - Alice perguntou segurando o rosto da prima, que apenas
assentiu, e ela se voltou para Emmett. - Ou sua anta, se você sair puxando a
minha prima de novo eu vou te espancar. Já pedi para não fazer isso que ela
fica tonta. -
- Desculpa, foi sem querer. - nem parecia que eu estava na sala. O fato
é que eles achavam que o simples fato de eu ser apenas alguns poucos anos
mais velho que meus alunos, lhes dava permissão para xingar e se matar a minha
frente.
- Ótimo. Agora ela está melhor. Oi Edward. - Alice disse como se pela
primeira vez tivesse me visto ali.
- Oi Alice. -
- Me deixa apresentar você a minha priminha linda. - com cuidado ela
virou a garota de frente para mim e eu engoli em seco. Agora eu entendia o que
os garotos falavam.
Ela era linda. Baixa, poucos centímetros mais alta que Alice, corpo
esguio, pele alva, que contrastava com o seu longo e levemente ondulado cabelo
castanho escuro. Seu rosto era de uma delicadeza impressionante, grandes olhos
castanhos, que mais pareciam com um mar de chocolate derretido, onde eu poderia
me afogar que não reclamaria, nariz pequeno e bochechas levemente proeminentes,
talvez desse vontade a muita gente de apertá-las ou mordê-las, lábios levemente
finos mas ao mesmo tempo cheios e com um toque avermelhado, talvez algum batom
ou algo do tipo. A roupa lhe caia perfeitamente, era como se tivesse sido feita
para ela. A calça jeans de lavagem escura torneava perfeitamente o seu quadril
e suas pernas, a blusa roxa definia a sua cintura fina e revelava que ela
possuía um belo par de seios, não eram grandes e nem pequenos, mas pareciam,
por baixo da blusa, que eram lindos. O cardigan de crochê claro terminava um
pouco abaixo de seu quadril, e tênis também claros terminavam de monta-la. Ela
era linda, agora eu entendia os comentários dos garotos e das garotas.
- Limpa a baba irmãozinho, porque está escorrendo. - Emmett disse
próximo ao meu ouvido e eu saí do meu transe.
- Então Edward, está é a minha prima Isabella Swan… - a bela morena
olhou para a prima. - Quer dizer, é Isabella, mas ela é chata e prefere ser
chamada apenas de Bella. - explicou. - E Bee
este é o nosso professor de biologia e, ninguém sabe como ainda, irmão de
Emmett, talvez ele tenha puxado todo o cérebro da família e não deixou nada
para o irmão, Edward Cullen. - apresentou.
- É que eu não esperava um irmão mais novo. - brinquei. - É um prazer
senhorita Swan. -
- Solo Bella. - pediu olhando para os meus. - È un piacere, professore. -
- Ela disse que… - Alice foi traduzir.
- Eu entendi Alice, eu falo italiano. -
- É Alice, ele é metido a troglodita. - bati a mão na testa, não acreditava
que Emmett havia dito aquilo.
- Troglodita? - Bella fez a cara de confusão mais linda que eu já havia visto na
vida. - Lui non intendeva poliglotta o
bilingue?
- Sim, Bee, a besta quis
dizer poliglota ou bilíngue, mas como eu disse, o cérebro ficou com o mais
velho. -
- É Bee, como dizem, um fica com a inteligência e o outro com a beleza…
E como pode ver, eu sou lindo. - Emmett disse.
- Oh Emmett, a única que pode chama-la de Bee, sou eu! - disse firme.
- Alice. - sua prima
chamou a sua atenção. - Lui è ritardato,
no? Alice, per favore, non mi presentarsi più amici ritardati. - sorri e
Alice olhou para a prima confusa.
- Bee eu já disse que não entendo tudo o que você fala em italiano. Eu
não entendi quase nada. -
- Ela perguntou se o Emmett é retardado. E pediu para você não
apresentar a ela mais nenhum amigo retardado. - expliquei. - E rispondendo alla tua domanda. Sì, lui è ritardato. - respondi e ela sorriu
linda e timidamente. - E da quale regione
d'Italia? -
- Toscana! -
- Toscana! La Toscana è bella, specialmente in primavera e in autunno. - ( A Toscana é linda,
principalmente na primavera e no outono.)
- Conosci la Toscana? – perguntou com uma fofa expressão de confusão,
mas ao mesmo tempo sorrindo.
- Sì. Ho studiato biologia a Milano, e ogni volta che sorgono delle
opportunità, io ho viaggiato attraverso l'Italia. - expliquei e ela sorriu
mais ainda. - Da che comune vieni? -
- Siena. -
- Purtroppo non ho mai avuto l'opportunità di incontrarci. -
- È una città bellissima. -
- Credo!
-
- Alguém sabe onde eu aperto a tecla SAP? - Emmett perguntou e eu
revirei os olhos, Bella sorriu e logo o seu sorriso sumiu e ela levou a mão a
testa e foi quando eu notei, pela primeira vez, que uma faixa branca circundava
a sua cabeça.
- Que foi? - Alice perguntou segurando o cotovelo da prima.
- Mal di testa. Ho sentito una fitta. -
- Vem, senta e, por favor, fala em inglês, que meu italiano está
péssimo. -
- Tá bom Alice. - ela reclamou em inglês quando a prima a ajudou a
sentar ao lado se sua cadeira, e como se fosse possível, a sua voz ficava mais
bonita ainda com ela falando em inglês com o sotaque italiano.
Antes mesmo que eu pudesse perguntar algo, o sinal tocou e vários
alunos entraram na sala. Rosalie, pelo visto já sabendo que Alice se sentaria
com a prima, puxou uma cadeira e sentou no meio do primo e do irmão.
- Boa tarde pessoal. Como já devem ter notado temos uma aluna nova, e
não, eu não vou fazê-la se levantar e se apresentar. Essa não é a primeira
aula, então eu acho que todo mundo aqui já sabe quem ela é. -
- Grazie a Dio! - mal
terminei de falar e ouvi Bella agradecendo baixinho a minha frente, já que eu
estava parado a poucos passos de sua cadeira.
- Obrigada. - Alice mexeu os lábios para mim enquanto mexia no cabelo
da prima.
- De nada. - mexi os lábios para ela. - Vamos lá. Abram o livro na
página 27 e façam os deveres do número 5 ao 10. Qualquer coisa é só chamar. -
falei e enquanto os via pegando os livros e abrindo eu me sentei na cadeira.
Alice ainda não havia aberto o seu livro, ela conversava com a prima, baixo,
muito baixo. Resolvi levantar e dar uma circulada pela sala e tentar entender o
que elas falavam.
- Se quiser eu falo com e te levo na enfermaria. -
- Non. Estou bem. É só a minha cabeça que ainda dói. -
- Eu sei, mas se quiser… - Bella interrompeu a prima negando mais uma
vez.
- Está tudo bem? - perguntei.
- Sim, não é nada. - Alice disse abrindo o livro e eu voltei a circular
pela sala e depois sentei-me novamente na cadeira.
Já estávamos no final da aula quando algo me chamou a atenção. Bella
olhava fixamente para a janela, eu podia ver que seus belos olhos castanhos
estavam apavorados e sua mão tremia de leve. Olhei pela janela, não tinha nada
lá fora, apenas a neblina cobrindo a cidade, algo normal, ela logo iria se
acostumar. O sinal tocou e fez com que ela desse um pulo na cadeira e Alice se
aproximou dela preocupada.
- Eu vou levar você para casa. - disse simplesmente e ignorando o fato
de que elas ainda teriam educação física, assim que saíssem daqui. Alice falou
algo rápido e baixo para o namorado e basicamente saiu puxando a prima da sala.
Um a um os alunos foram saindo e logo em seguida a minha última turma entrando.
Ao final do expediente, fui para casa e deixei Emmett com Rosalie, eles
iriam a lanchonete antes de voltar para casa. E eu não conseguia parar de
pensar em Isabella, tinha algo de esquisito em volta dela, que eu não sabia o
que era, e queria muito saber o que era.
- Mãe. Pai. Vocês não sabem. - Emmett disse ao se sentar a mesa de
jantar a noite.
- O que? - perguntaram juntos enquanto se serviam.
- A prima de Alice se mudou para cá. -
- Não sabia que ela tinha uma prima. -
- É filha da irmã da tia Renata. - explicou. - Ela é linda. E tem um sotaque
italiano… E é divertido... Ela se enrola no inglês e coloca o italiano em cima
e eu acho que ela usou o francês e alemão na aula de História. Foi engraçado. -
revirei os olhos quieto na minha.
- E a Rosalie? Já desapaixonou? - meu pai perguntou rindo.
- Não. Estou apenas comentando. -
- E os pais delas? Também vieram? -
- Não. Ela veio por causa deles mesmo.
-
- Não entendi. - meu pai disse.
- Os pais dela faleceram há duas semanas. - ele disse sem o tom de
brincadeira e eu o encarei. - Os três estavam voltando acho que de Turim,
quando um caminhoneiro bêbado bateu com o caminhão todo em cima do carro deles.
- minha mãe arregalou os olhos.
- Por isso a tala na cabeça? - perguntei pela primeira vez desde que me
sentei a mesa.
- É. Alice não soube explicar. Mas parece que o tio morreu na hora. A
tia na mesa de cirurgia e a Bella sofreu apenas uma concussão forte e machucou
o tornozelo, fora alguns hematomas pelo corpo. - explicou. - A parte de trás do
carro ficou quase que toda intacta, o impacto foi mais na frente. Por isso
Alice estava preocupada com a prima. Ela estava sentindo muita dor de cabeça e
tontura. Por isso que assim que a sua aula acabou ela a levou para a casa. -
- Tadinha... - minha mãe disse.
- E pelo que Alice contou, ela está com pavor de entrar em um carro de
novo. Disse que para vir de Seattle a tia Renata teve que dar um calmante forte
para ela. Tanto que a Alice foi e voltou da escola a pé. A Bella não quer
entrar em um carro de jeito maneira… O que é meio irônico. – comentou sem
jeito.
- Por quê? - perguntei. Não havia nada de irônico nisso, ela sofreu um
acidente de carro grave, onde perdeu os pais, era normal ela ficar com medo de
carros.
- Porque o pai dela era o dono da Ferrari. - Emmett disse e meu pai se
engasgou com o suco.
- Como é? -
- A Isabella é herdeira da Ferrari. A marca de carros italiana. O tataravô
dela fundou a Ferrari. - sim, isso é muito irônico mesmo.
- Emmett, fale com Alice, para ela falar para Renata, que se ela quiser
levar a menina a um psicólogo, tem um ótimo no hospital. - minha mãe disse.
- Tá mãe. -
- Uma coisa não faz sentido. Nenhum dos três deixou a cidade. - meu pai
comentou.
- Eles não foram ao enterro. Segundo Alice no dia que eles iam a pista
do aeroporto de Seattle fechou, foi quando caiu aquela tempestade de neve. Eles
não puderam ir, depois que a Bella saiu do hospital, ela ficou na casa de uma
amiga da família até vir para cá. A única parente que ela tem é a mãe da Alice.
- Emmett explicou. - Ela vai ficar aqui até os dezoito anos, e ela vai completar
dezesseis em setembro, até lá o controle dos bens dela, incluindo a empresa,
fica nas mãos de Caius e Renata. Pelo que eu entendi um amigo do pai dela, vai
comandar de lá até ela ter idade para assumir, mas para decisões mais
importantes, ele vai ligar para cá. -
Emmett ficou falando de Bella se enrolando enquanto misturava o inglês,
com italiano, francês e alemão e eu ficava apenas na minha divagando. Eu sabia
que algo estranho e ruim havia acontecido com ela, mas eu não sabia que era a
tal ponto. Ao terminar o jantar, eu segui para o quarto para dormir, amanhã
seria outro longo dia de aula.
(...)
- Boa tarde. - falei entrando na turma de meu irmão, o sinal ainda não
havia tocado, e a única pessoa que estava na sala era Bella, que tinha a cabeça
apoiada na bancada e levantou-a quando eu falei.
- Buon… - ela soltou um ruído de raiva. - Boa tarde. - ela lutava
contra ela mesma para falar em inglês.
- Cadê Alice? -
- Banheiro. - disse simplesmente fintando a mesa e eu pude ver enormes
manchas roxas ao redor dos olhos. Olheiras, pelo visto ela não dormia nada há
tempos. O sinal tocou e ela levou as mãos à cabeça, voltando a colocar o rosto
contra a pedra de mármore fria da sua bancada.
Os alunos entraram e eu comecei a minha aula, sempre que algum barulho alto
soava pela sala, Bella levava as mãos à cabeça, como se tentasse se proteger do
barulho. Se o estado dela estava tão ruim assim, por que ela não fica em casa
descansando?
Enquanto eu passava a matéria no quadro eu ouvia os alunos fazendo
escândalo, e via por sobre os ombros a Bella com as mãos pressionadas contra a
cabeça e só as tirou de lá quando eu mandei que ficassem quietos. Faltando
poucos segundos para o sinal tocar, Alice cutucou levemente a prima, que tampou
os ouvidos para abafar o som do alarme.
- Bella, eu posso falar com você rapidinho? - falei depois que todo
mundo, menos ela, a prima, meu irmão e Rosalie e Jasper, ter saído. E ela
simplesmente assentiu, voltando a se sentar. - Pode ir Alice. - antes de ir ela
sussurrou algo no ouvido da prima e deu um beijo em sua testa e saiu andando,
deixando nós dois sozinhos. Hoje eu não teria a última aula, o professor de
literatura havia pedido o meu tempo para terminar de passar um filme aos alunos
e eu cedi. Caminhei até a porta a fechando e fazendo o mínimo de barulho
possível, coloquei uma cadeira a sua frente, com a bancada nos separando. -
Bella. - a chamei baixo e ela ergueu a cabeça. - Como você está? -
- Bene… Quer dizer, bem! -
- Emmett me contou ontem sobre o motivo que levou a você se mudar para
cá. - ela engoliu em seco. - Eu sinto muito pelos seus pais. -
- Grazie. -
- Agora me permita perguntar de novo… Você está bem? -
- É só a minha cabeça. Dói muito, principalmente com barulhos altos. -
- Por que não fica em casa? Descansando? -
- Perché… - ela passou a mão pelos olhos castanhos. - Porque io não quero ficar
sozinha. - disse e eu vi pequenas gotas transparentes escorrendo de seus belos
olhos.
- Tem pesadelos com o acidente? - ela assentiu. - Lembra-se de algo? -
perguntei passando o polegar por debaixo de seus olhos e sentindo o quanto era
macia a pele de seu rosto.
- Non. Quase nada. Só que estávamos voltando de Turim, era feriado, io
acho, mio babbo dirigia e mia mamma estava ao seu lado e io no
meio do banco de trás. - contou. - Io estava jogando palavras quebradas no
celular e ouvi um barulho de… De derrapagem, levantei a cabeça e vi uma luz
forte e branca e não me lembro de mais nada, só de acordar alguns dias depois
no hospital com o advogado de mio babbo
me encarando. - as lágrimas continuavam a cair e eu as limpava mal elas
chegavam a sua bochecha. - Io nem lembro o que fizemos em Turim, direito, era
algo como um jogo da Juventus no Juventus Stadium, acho que foi só isso. -
- Não lembra contra quem? Placar? - ela negou.
- Non. - era normal para alguém que sofreu uma concussão seria não se
lembrar do acidente ou do que ocorreu no dia do acidente. - Io… Io tento
lembrar, mas… -
- Não. - a interrompi. - Não faz isso. Não tente forçar a sua cabeça
para lembrar, a recuperação vai demorar mais e vai doer. - segurei
delicadamente seu rosto entre as minhas mãos, sentindo uma pequena queimação em
minhas palmas e passei os polegares pelos seus olhos castanhos limpando as
lágrimas. - Se for algo que seu cérebro queira lembrar, você vai. - disse e ela
repousou a cabeça em minhas mãos. - Meu expediente acabou, quer que eu te leve
para casa? Assim não tem que esperar a Alice? - negou.
- Non grazie. - e ela soltou
o mesmo gemido de insatisfação de mais cedo. - Io quis… -
- Eu sei o que você quis dizer. O seu inglês não é fluente? -
- É. - ela garantiu. - É que a vida inteira falando em italiano, il mio cérebro pensa em italiano e
demora para traduzir. - brincou. - Alice, tem razão, io tenho que parar de
falar o italiano. -
- Hey. Comigo, se quiser, pode se sentir à vontade para falar apenas em
italiano. - soltei seu rosto e segurei suas mãos firmes dentro das minhas. -
Você já sabe que eu falo italiano, talvez não tão bem quanto você, mas falo. -
- Grazie. -
- De Nulla! -
- Acho melhor, esperar Alice lá fora. - disse se levantando e puxando a
mochila e colocando no ombro e eu me levantei também. Bella contornou a bancada
e parou a minha frente. - Grazie Mille. -
- Por? -
- Por ser o único que não me tratou com uma bambola di porcellana. - ela olhou para a sala vazia. - Ou como un pezzo di carne. – suspirou.
- Adolescente são idiotas. Não ligue para o que eles falam. Vai ver que
dentro de algum tempo, eles vão “esquecer” você. - eu entendia o que ela queria
dizer. Provavelmente Alice e sua família cuidavam tanto dela com medo que ela
se quebrasse, e já os garotos dessa escola, a tratavam como se ela fosse apenas
a carne nova da área, ou seja, como um pedaço de carne.
- Mesmo assim. Io não estou acostumada a ser o centro das atenções. -
- Jura? - assentiu. - Emmett me contou quem era o seu pai… -
- Se aproximavam de mim apenas por causa disso e quando viam que não
iriam conseguir nada me ignoravam. E io preferia assim… Odeio ser o centro das
atenções. - ela colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e suspirou. -
Io já vou, até amanhã. -
- Até amanhã, Bella. - para a minha surpresa, Bella não foi embora, ela
me abraçou forte, escondendo o rosto em meu peito, meio sem jeito, eu retribui
o abraço e notei que ela cabia ali, perfeitamente e notei também que meus
braços gostaram de abraça-la. Sem pensar muito dei um beijo em sua cabeça e ela
me soltou.
- Ciao! -
- Ciao! -
Ela saiu e me deixou sozinho na sala e um sentimento estranho tomou
conta de mim, meus braços formigaram, como se eles ainda quisessem sentir o
corpo de Bella entre eles de novo e eu balancei a cabeça espantando isso. Para
Edward, para com isso, ela é a sua aluna. PARA!! Gritei para mim mesmo.
Recolhi minhas coisas e saí da sala, indo para a secretária para
assinar a minha saída e segui para o estacionamento, como Emmett iria embora
com a namorada, abri a porta do banco do carona e joguei as coisas lá, estava
dando a volta no carro quando algo me chamou a atenção em um dos bancos de
madeira perto do estacionamento, Bella estava nele com um livro em mãos, bem
absorta no que estava lendo.
Minhas pernas queriam caminhar até lá e oferecer carona mais uma vez ou
então companhia até que Alice chegasse, mas meu cérebro gritava para eu me
afastar. Ela era a minha aluna, e se me vissem com ela poderia causar problemas
tanto para mim quanto para ela. Contrariando as minhas pernas, eu entrei no meu
carro e tratei de sair dali antes que fosse até lá.
Uma semana se passou desde que a Bella chegou, ela ainda se enrolava um
pouco com o idioma, mas fora isso ela estava bem, Alice não deixava que a
menina fizesse amizade com mais ninguém da escola, provavelmente ela ouvia o
que ainda falavam sobre a prima, e eu não lhe tirava a razão. As meninas podiam
se maldosas quando queriam, principalmente porque os garotos ainda caiam em
cima dela.
Nesse final de semana teria um baile na escola e eu via que sempre que
Alice deixava a prima sozinha por alguns minutos, os garotos iam para cima dela
querendo convidá-la para o baile, cujo baile quem chamava eram as garotas. E
Bella sempre fugia, ou entrando no banheiro, ou se aproximando de Jasper,
Emmett ou Rosalie, ou até mesmo de mim.
Eu havia passado alguns exercícios simples sobre a Histologia da Pele, o exercício não era fácil e nem difícil, e eu
podia ver que algumas pessoas estavam com leves problemas nos exercícios. Alice
havia se virado para pedir ajuda a Rosalie ou ao namorado e deixou a prima
sozinha tentando fazer o exercício.
- Qual è il problema? -
perguntei me abaixando a sua frente, enquanto ela mordia, tentadora e
inocentemente a ponta do lápis. Desde que eu havia dito a Bella que ela podia
falar em italiano comigo, nós conversamos apenas em italiano, menos na frente
dos outros.
- Non capisco la quinta domanda.
- li a questão e ela não era difícil.
- Bella, qual foi a última matéria que estudou em Siena? - perguntei em
inglês.
- Fisiologia Animal. Sistema nervoso. -
- Você está sete matérias atrasadas. - comentei. - Não vai conseguir
fazer a prova no final do mês. – e ela suspirou - Se quiser eu posso te dar
algumas aulas particulares para que fiquei no mesmo ritmo da turma. -
- Pode ser. -
- Quando é o melhor dia para você? -
- Por mim, poderia ser no sábado. -
- Não vai à festa da escola? - negou. - Por quê? -
- Porque io não quero ir com ninguém e também não quero ir… Se por
acaso estiver bem para o senhor. -
- Por mim está e eu já disse para não me chamar de senhor. Eu me sinto
velho. -
- Perdono. - disse abaixando
a cabeça e ficando com as bochechas rubras.
- Deixa eu te explicar a questão agora. - apoiei meus braços no balcão
e ela virou o livro para mim.
Eu tentei explicar o máximo possível, levando em consideração o fato de
que ela não havia iniciado essa matéria ainda, e expliquei em italiano para
ela. Não demorou muito e Alice se intrometeu na explicação pedindo para que eu
explicasse em inglês porque ela também não havia entendido.
Primeiro eu terminei de explicar a Bella a questão para depois explicar
a Alice. Depois de terminar de explicar a ela e ela continuar com a cara que
não havia entendido nada, mas mesmo assim disse que entendeu e discretamente,
não tão discreta, copiou a resposta da prima. Eu esperei mais cinco minutos e
comecei a corrigir as questões.
Sábado chegou. O sábado do baile na escola, o qual eu não tinha a menor
vontade de ir e ficar vigiando ninguém, principalmente ficar vigiando o meu
irmão. Eu separei algumas coisas que iria precisar para atualizar a Bella no
espaço e tempo de minha aula e deixei Emmett se arrumando sozinho e segui para
a casa dos Brandon.
Era menos de quinze minutos de carro de onde eu morava até a casa dos
pais de Alice, tanto que não demorou muito e eu estava parando em seu meio fio
e batendo na porta. Caius, o pai de Alice e um grande amigo de meu pai, abriu a
porta.
- Edward. -
- Oi Caius. -
- Veio ver minha segunda menina, não é? -
- Vim dar aula para ela. -
- Eu sei, entra. - deu passagem.
- O senhor vai sair? - perguntei ao vê-lo bem arrumado.
- Vou levar Renata para jantar em Port Angeles, mas não se preocupe. -
disse simplesmente. - Bella? -
- Cucina. - a voz de Bella soou do interior da casa.
- Cozinha, querido. - sendo seguida pela voz de Renata. E ele seguiu
para lá e fez menção para que eu o seguisse.
- Bella, se esqueceu que eu não entendo nenhuma palavra que você fala?!
- Caius perguntou entrando na cozinha e vendo Renata de pé na pia e Bella
sentada no balcão perto da tia, com uma caneca em mãos, de onde saía fumaça.
- Perdono. - Bella sorriu levando a caneca aos lábios.
- Ela disse… - Renata começou.
- Eu entendi. Essa eu já gravei. Essa mais umas três. -
- Então não diga que não entende nem uma palavra que ela fala. - Renata
ralhou com ele sorrindo. - Oi querido. - e ela me viu e veio de abraçar. - Como
está? E a sua mãe? Eu tenho que falar para ela para te alimentar direito está
tão magrinho. -
- Eu estou bem. Ela está bem. E
estou comendo bem muito bem. E a senhora, como está? -
- Ótima... Ótima. - disse. - Veja bem, Alice vai para o baile na escola
com Jasper, o bichinho do mato ali. - ela apontou para sobrinha. - Não quis ir.
Eu vou sair com o Caius, vocês dois vão ficar sozinhos, algum problema? -
- Por mim não. Mas não prefere que eu volte quando tiver alguém em
casa? -
- Ah Edward, por favor, você é basicamente da família. - reclamou. - Eu
vou apenas pegar minha bolsa e estou pronta, querido… - ela seguiu para a
cozinha, mas voltou dois minutos depois. - Ah, se por acaso a Bella quiser
comer algo, ou pedir algo, pode pedir, e se você ainda estiver aqui lá pelas
nove horas, lembre-a de tomar o remédio. Se ela não lembrar qual é, tem anotado
os nomes e os horários na geladeira. -
- Sim senhora. - e ela subiu.
- Vamos descer daí baixinha? - Caius foi para a perto da sobrinha e a
segurou pela cintura fina a colocando no chão. Bella estava fofa com usando apenas
uma calça legging preta e um moletom cinza e um pouco largo e botas para
esquentar os pés e os cabelos soltos e levemente revoltos. Eu nunca vi nenhuma
mulher ou garota ficar assim tão descontraída. - Toma conta dela? -
- Com certeza. -
- Amor, eu estou pronta. - Renata desceu as escadas e veio para a
cozinha. - Mais uma coisa querido, de vez em quando, a Bella ainda tem passado
mal, sabe, tontura, enjoo e até vômito, o médico disse que é “normal” devido a
concussão e que vai passando com o tempo. Você sabe disso cursou biologia e seu
pai é médico. Mas qualquer coisa… -
- Eu ligo, chamo meu pai ou a levo para o hospital. -
- Isso querido. - ela apertou a minha bochecha. - Ciao mia principessa. - ela foi para perto da sobrinha e segurou
seu rosto. - Qualquer coisa me liga. -
- Ok. - Renata deu um beijo na testa da sobrinha e saiu com o marido.
- Pois bem, vamos começar? - assentiu. - Aonde? -
- Sala? -
- Pode ser, vamos. - ela passou por mim, ajeitando o cabelo e seu
cheiro atingiu em cheio as minhas narinas, ela cheira a morangos silvestres,
era algo delicioso. Ela caminhou até a sala e após colocar uma almofada no
chão, se sentou em frente a uma mesinha de centro onde já tinha dois cadernos
em cima. - Vamos começar… - antes mesmo que eu pudesse pedir o caderno dela a
campainha tocou.
- Eu atendo, eu atendo, eu atendo. - e Alice gritou descendo as
escadas.
- Non volevo nemmeno alzarmi. - Bella disse simplesmente levando a caneca
aos lábios.
- Eu entendi tá mocinha?! - Alice reclamou abrindo a porta. - Oi baby.
- mal ela ouviu a prima e Bella fez careta como se toda aquela melação fosse
fazê-la vomitar e eu sorri.
- Oi gatinha. -
- Entra. -
- Edward, o que está fazendo aqui? - perguntou Jasper ao chegar à sala.
- Aula particular. - expliquei mostrando os livros sobre a mesa.
- Bom, eu estou pronta… Bee, não quer ir mesmo? - Bella nem olhou para
prima apenas negou com a cabeça enquanto bebia mais um gole do café. - Chata. -
- Alice. - a chamei após olhá-la de cima a baixo. - Tem certeza que vai
assim? - perguntei vendo que ela trajava um simples vestido branco, de saia
levemente rodada e marcado na cintura, de mangas compridas e que passava rente
ao pescoço e com uma faixa de renda preta na barra do vestido.
- Qual é o problema? -
- Você está de branco, Alice. -
- E daí? -
- Não fique perto de Emmett. - avisei.
- Ele suja meu vestido que eu o mato. - disse se aproximando de nós. -
Tchau priminha. - ela deu um beijo na bochecha da prima. - Qualquer coisa liga
que eu venho correndo. -
- Ok. Divirta-se. - Bella disse também encostando os lábios
avermelhados na bochecha da prima.
- Olho vivo nela. - Alice disse para mim e eu entendi completamente o
que a Bella quiser dizer semana passada com o fato de a tratarem feito uma
bonequinha de porcelana. Era muito cuidado para cima da menina.
- Pois bem… - comecei enquanto ela prendia o cabelo em um coque mal
feito com algumas mechas soltas e eu pude ver algo escrito em seu ombro
esquerdo. - O que é isso? - perguntei. Seu moletom largo deixava seu ombro amostra
e eu levei a mão até lá. - É de verdade? - perguntei passando a ponta do dedo
por cima da letra cursiva.
- Sì. Io a fiz em novembro, io e meus pais. -
- É linda. - era uma tatuagem, simples, limpa é bem feita. Estava
escrito Ohana com um coração no final.
E Ohana significa família no idioma
havaiano. - É a única? -
- Non. Tenho mais cinco. -
- Sério? - ela assentiu.
- Madrina Renata tem aversão
a tatuagem e quando ela soube que as fazia, mamma
contava-me que ela hiperventilava. - Bella sorriu. - É de família, babbo tinha os dois braços fechados, mamma também tinha várias e quando io
fiz treze anos eles me levaram para fazer a primeira. -
- Quais são as outras? - perguntei e ela abaixou a manga do ombro
direito amostrando a parte de trás do ombro. Era um dente de leão, que soltava
e ia se transformando em pássaros, a tatuagem começava no ombro e termina em
sua nuca. Passei o dedo pelo contorno do dente de leão e vi sua pele alva se
arrepiar e ela imediatamente puxou o moletom para cima. - Han… Próxima? - ela
ergueu o punho da mão direita e em seu pulso tinha a metade de um pequeno
filtro dos sonhos, que formava a letra D e completava a palavra Dreamer. - São lindas… E as outras três?
- perguntei esperando que ela levantasse mais a manga do moletom, ou o outro
punho ou até mesmo tirasse as botas, mas ela apenas ficou corada. Muito corada.
- Que foi? -
- Non dá para mostrar. - respondeu sem jeito.
- Por quê? -
- Perché dovrei spogliarmi. -
respondeu completamente sem jeito e com o rosto completamente corado. E eu
fiquei a encarando sem entender. Spogliarmi,
eu sei que já ouvi isso em algum lugar… Aí meu Deus. Ela teria que tirar a
roupa para me amostrar. Limpei a garganta. - Vamos estudar… - mudei de assunto
rapidamente. - Caderno? - ela me encarou ainda com o rosto completamente
vermelho e ela parecia com vergonha, Deus eu podia falar que ela não precisava
sentir vergonha, mas temia que parecesse estranho. - De Siena. - especifiquei e
ela me entregou e eu o abri. A primeira página era a de dados pessoais, e ela
havia preenchido tudo.
Nome: Isabella Marie Swan.
Idade: 15 anos.
Data de Nascimento: 13 de Setembro de 1998.
Pai: Charlie Swan
Mãe: Renée Tolomei Swan
Escola: Istituto Sacro Cuore di Siena.
Sacro Cuore… Se eu não estava enganado Sacro Cuore significa Sagrado
Coração, e isso lembrava igreja. Olhei para Isabella que tinha os olhos fixos
na mesa e seu rosto voltava ao tom normal.
- Bella, onde você estudava? -
- Escola católica. - respondeu simplesmente como se já esperava que eu
perguntasse o tipo de escola.
- Católica? -
- Católica. Com padres, madres, freiras, missas, uniformes. – falou normalmente
enquanto levava a caneca aos lábios novamente.
- O que? Uniforme? - ela assentiu. Ótimo, agora vou ficar imaginando
essa menina de uniforme e onde diabos ela havia feito essas três tatuagens.
* Vocabulário.
- Sì, Alice, sto bene, ho appena
avuto le vertigini. - Sim,
Alice, estou bem, fiquei apenas um pouco tonta.
- Solo – Só/Apenas.
- È un piacere, professore. – É um prazer, professor.
- Lui non intendeva poliglotta o
bilingue? - Ele não quis dizer poliglota ou bilíngue?
- E rispondendo alla tua domanda. Sì, lui è ritardato. – E respondendo a sua
pergunta. Sim, ele é retardado.
- E da quale regione d'Italia?- (E de qual região da Itália?)
- La Toscana è bella, specialmente in primavera e in autunno. - A Toscana é linda,
principalmente na primavera e no outono.
- Conosci la Toscana? - Conhece a Toscana?
- Sì. Ho studiato biologia a Milano, e ogni volta che sorgono delle
opportunità, io ho viaggiato attraverso l'Italia. - Sim. Eu estudei biologia em Milão, e sempre que
tinha a oportunidade, eu viajava pela Itália.
- Da che comune vieni? - Veio
de qual município?
- Purtroppo non ho mai avuto l'opportunità di incontrarci. - Infelizmente eu não tive a
oportunidade de conhecer.
- È una città bellissima. - É uma cidade linda.
- Credo! - Acredito!
- Mal di testa. Ho sentito una fitta. - Dor de
cabeça. Eu senti uma pontada.
- Grazie a Dio! – Graças a Deus.
- Il – O.
- Grazie. – Obrigada.
- De Nulla! – De nada!
- Grazie Mille. – Muito obrigada.
- Bambola di porcellana. - Boneca de porcelana.
- Ou como un pezzo di carne. - Um pedaço de carne.
- Ciao – Oi/Tchau.
- Qual è il problema? – Qual é
o problema?
- Non capisco la quinta domanda. – Não entendi a quinta pergunta.
- Non volevo nemmeno alzarmi. - Eu nem pretendia levantar.
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