- Controle-se. – Alice, se postou entre a amiga e lady Webber, cobrindo a visão da lady dos olhos da rainha que estavam começando a serem tomados pela nevoa verde. Ao ter a visão bloqueada do que lhe causava raiva no momento, Bella respirou fundo e se acalmou, balançando a cabeça para dissipar a nevoa de seus olhos.
- Vem comigo, Alice. – ela disse simplesmente e ignorou a presença de Webber e seguiu o seu rumo pelo corredor, e Alice precisou dar uma corridinha para alcança-la.
- O que houve? Enlouqueceu? Por que não se controlou? –
- Está ocupada? – ela ignorou a pergunta de Alice.
- Não. Os gêmeos estão dormindo e Jasper saiu com o meu pai. – explicou.
- Princesa, vai com a tia Alice, que a mamãe precisa resolver um problema? –
- Vai contar para o papai, mamãe? – perguntou baixo.
- Não. – mentiu de novo.
- Vem princesinha, vem com a tia. –
- A mamãe já te pega. –
Bella deu um beijo no topo da cabeça de Anastásia e a entregou a Alice, pedindo que a levasse para o quarto, para que ela pudesse descansar e que ficasse lá até que ela voltasse e foi pelo caminho oposto que a princesa francesa havia feito. Bella começou a andar pelo castelo, e ela apertava as mãos, uma nas outras, para tentar se controlar, mas de qualquer forma, a chuva do lado de fora se tornava cada vez mais forte. Ela ignorava todos que passavam por ela e lhe cumprimentaram, até que parou um soldado perguntando se havia visto pelo seu marido. Ela não iria se acalmar até que alguma providencia fosse tomada.
Isabella estava disposta a engolir todos os sapos que fossem jogados a ela, mas jamais aceitaria os que fossem jogados em suas filhas. Nelas não!
O guarda informou que o rei estava na sala de reuniões com o conselho e para lá, ela marchou enquanto ouvia a chuva, que se tornava, cada vez mais torrencial, caindo do lado de fora. Ela jamais havia interrompido uma reunião de Edward com o conselho, jamais, mesmo ele tendo dito diversas vezes que qualquer coisa que ela precisasse e fosse importante, era só ela entrar na sala, mas mesmo assim ela sempre esperou até que a reunião acabasse e que ele ficasse sozinho, mas hoje seria diferente, hoje ela não estava se importando com o fato de ele estar ocupado, tanto que a sua feição mostrava isso, já que mal ela se aproximou da porta e os valetes que estavam prostados ali, a abriram imediatamente.
Isabella entrou na sala e a única pessoa que continuou sentada foi Edward, todos os outros ministros haviam se levantado de suas cadeiras para a entrada da rainha, e ela ignorou cada um deles, e continuou a sua marcha até a ponta da mesa onde Edward estava. Ao chegar perto dela, ela aproximou a cabeça da dele, deixando o seu cabelo cair como uma cortina, para que ninguém visse o que eles iriam tratar naquele momento.
- Que chuva é essa? – Edward questionou apoiando a mão na cabeça da esposa.
- Ou você dar um jeito na Webber, ou eu vou dar, e ninguém aqui vai gostar do que eu vou fazer! – ele suspirou apoiando a testa contra a de Bella.
- O que ela fez? –
- Ficou falando besteira para a Anastásia e não duvido nada que tenha falado para a Victoria também. –
- Por isso ela estava chorando? – perguntou indignado e Bella apenas assentiu.
- Anastásia veio me dizer que a Webber disse que o nascimento delas foi um erro! Que era para elas serem garotos, que todos preferiam assim! – ele fechou a mão em punho, respirando fundo. – Isso sem falar das gracinhas que eu já a ouvi falando para o grupinho de cobras que ela rege. E eu não duvido nada que outras ladies compartilhem do mesmo pensamento e ato. Para mim elas podem falar o que quiserem, eu aguento, mas eu não vou permitir que ela e nem ninguém mexa com as minhas filhas! – ela falou firme para o marido. - Eu provavelmente teria feito algo se a Alice não tivesse aparecido! Então, resolva, antes que eu resolva! –
- E eu não vou permitir que ela e ninguém mexa com as minhas filhas e tampouco com a minha esposa. – falou se levantando e obrigando a Isabella a dar alguns passos para trás. – Todo mundo para fora. – ele mandou aos seus ministros. – Não acredito que eu vou ter que resolver picuinhas de suas esposas justo no dia do aniversário da minha filha! – falou irritado aos seus ministros e todos olharam imediatamente para o lorde Webber, já que todos ali, sabiam muito bem que quem começava tais picuinhas era a esposa dele. Os reis permaneceram em silêncio até que a sala estivesse completamente vazia, já que, quando os ministros saíram, Edward também ordenou a saída dos guardas, que prontamente obedeceram. – O que ela falou? – perguntou quando a esposa encostou o quadril na mesa de madeira.
- Eu já lhe disse. – respondeu simplesmente cruzando os braços sobre os seus seios.
- Disse, você me disse o que ela falou para a Anastásia. Eu quero saber o que ela falou para você! –
- Isso não importa. Eu já falei! Eu sei me defender, e talvez já tenha me defendido, acredite que ela não pegou aquela urticaria sozinha! – apontou. – O senhor tem que se preocupar com o que ela falou para as nossas filhas! –
- E eu me preocupo. Mas eu também me preocupo com o que ela fala para a minha esposa. Eu não quero que se defenda de um jeito, que possa se arrepender ou se sentir mal depois! – ele se aproximou dela, apoiando as mãos contra o seu quadril. – O que ela falou para você, meu amor? – pediu de novo, com a voz calma e baixa. Bella continuava sem responder e olhando para o nada. Edward levou os dedos ao queixo da esposa, levantando a sua cabeça, fazendo-a olha-lo, encontrando os seus olhos marejados. – O que ela falou para você? – repetiu e Bella engoliu em seco.
- Que eu não tinha a capacidade de lhe dar um filho homem! – ele respirou fundo. – Que provavelmente a sua ex esposa teria feito sem o menor problema. – uma lágrima escorreu dos olhos de Bella, e Edward prontamente a secou.
- Por que se sentiu mal por isso? – perguntou ele sinceramente. – Eu já lhe disse, um filho não me faz falta se eu tenho você e as meninas. Eu não ligo para o reino quer, e você sabe disso! Eles terão que se contentar com as meninas, querendo ou não. –
- E então, elas vão ficar ouvindo essas coisas das esposas dos seus lordes, e provavelmente, do reino inteiro? –
- Claro que não! Se elas ouviram isso, foi porque tal história não havia chegado aos meus ouvidos. Agora que ela chegou, elas, e nem você, vão ouvir algo parecido de novo. –
- Vai fazer o que? Arrancar a língua da Webber? –
- Você gostaria que eu fizesse isso, não? – perguntou divertido.
- Na verdade, eu gostaria mais caso você me deixasse fazer isso! – admitiu e Edward riu.
- Eu vou mandar os Webber embora do castelo, já me causaram problemas demais! Já era algo que eu sentia que deveria fazer a muito tempo, mas não achei que ela tinha mexido com a minha esposa e com as minhas filhas. – ele suspirou. – Vocês cinco, e a minha mãe, são muito mais importantes para mim do que o reino, acredite! – Bella soltou os seus braços, que ainda estavam cruzados, e apoiou as mãos contra o rosto do marido. – E eu vou afastar todo mundo que ousar falar isso de novo para alguém, para você, para as meninas, ou para qualquer outra pessoa nesse castelo. Será o primeiro aviso, o segundo eu já deixo você arrancar as línguas delas! – agora quem sorrira foi Isabella. – Isso mesmo. Eu quero ver um sorriso nos seus lábios e não lágrimas em seus olhos! – ele beijou a sua testa. – Principalmente hoje, hoje eu não quero ninguém mal. Eu te amo! –
- Eu te amo! – Bella falou em um fio de voz e ganhou um beijo em seus lábios, e Edward lhe deu um abraço apertado, como se quisesse tirar todo o sentimento ruim que a esposa estava sentindo.
- Você comentou que só não fez nada porque Alice apareceu... – não havia sido uma pergunta, mas de qualquer forma, Bella assentiu. – Ela viu os seus olhos? –
- Temo que sim! Não consigo ficar calma quando fazem algo com as garotas. –
- Não se preocupe. Eu vou resolver isso! Fica tranquila. – ele afagou os braços da esposa. – Cadê Anastásia? –
- Eu pedi para Alice leva-la ao quarto e tentar fazê-la dormir e ficasse com ela até que eu voltasse. Mas eu não queria que você fosse falar com ela. Eu havia prometido que não iria te contar nada! –
- O que ela pensou que eu pudesse fazer para que não quisesse que eu soubesse? – perguntou e Bella apenas deu de ombros. – Tudo bem, eu vou resolver esse problema, a senhora trate de se acalmar e faça essa chuva, pelo menos, diminuir antes comece a nos causar problemas, e depois eu vou ver a Anastásia. – Isabella apenas assentiu.
- Deixa eu ver as meninas... – ela tentou se afastar, para que pudesse ir embora, contudo, Edward a puxou para perto dele de novo, lhe dando outro abraço apertado e dando um beijo em seus lábios, e só aí, ele permitiu a sua saída.
Assim que Bella saiu, o valete entrou na sala e Edward pediu que ele fosse chamar a rainha mãe. Mesmo Edward sendo o rei, ele não havia perdido a mania de que, quase todas as suas decisões, que envolvessem o reino, ele pedia a opinião da mãe. Principalmente hoje, que podia lhe trazer problemas. Ele não se importava com tais problemas, mas ele queria que a sua mãe estivesse ciente, caso eles aparecessem. Enquanto esperava pela mãe, ele chamou outros valetes para que fizessem o que ele desejava, ele havia mudado de ideia quanto a festa de aniversário da filha, não tinha sentido para ele, dar uma festa para todo o castelo, se mais da metade do castelo, mantinha o pensamento de que as meninas eram um erro, a festa agora iria ocorrer apenas para quem gostava das meninas, ele podia não saber ao certo quem falava tais coisas as garotas, mas ele sabia quem gostava delas, e com isso em mente, ele fez uma lista de convidados, bem enxuta, e entregou aos valetes, para que eles pudessem avisar aos novos e únicos convidados, o horário que começaria a festa.
Esme chegou ao mesmo tempo em que o valete saiu com a lista de convidados. Edward puxou a cadeira a sua mãe, já que ele havia dispensado, mais uma vez, os valetes e os guardas, e quando ela se sentou, ele a serviu uma taça de vinho e serviu outra para si também.
- Em algum momento a senhora sentiu ou desconfiou que algumas ladies do castelo tratavam mal as suas netas? – perguntou e Esme olhou para o filho confusa.
- Mas é claro que não. Se eu desconfiasse, eu já tinha a mandado embora ou a prendido. Por que a pergunta? – ele suspirou.
- Mais cedo a Anastásia estava chorando, desesperadamente, e não me queria perto dela. Bella estava junto, eu me afastei e a Bella veio me contar agora o que houve... –
- E o que houve? – perguntou agoniada.
- Anastásia ouviu a Webber falar que ela e as irmãs eram um erro. Que era para elas serem meninos. –
- Desgraçada! – de supetão, Esme se levantou e começou a andar pela sala. – Por isso é chuva do nada! – apontou e Edward apenas assentiu.
- E Bella também me contou que já ouviu a mesma Webber falar para outras ladies, que ela, Isabella, não tinha capacidade para me dar um filho homem. E que Kate teria feito isso sem problemas, caso tivesse permanecido viva! – Esme tinha andado até o outro lado da mesa, ficando na outra ponta.
- E o que você vai fazer? – perguntou apoiando as mãos na mesa.
- Não vou fazer o que a Isabella quer, que é deixa-la cortar a língua da Webber. Eu vou manda-la embora! Vou deixar bem avisado a todos os moradores da corte, que todo mundo que eu ouvir ou souber que falaram tal coisa para a minha esposa ou a minha filha, vai deixar o castelo, e se voltar a se repetir, podem ser presas por traição e perder os títulos, isso se eu não deixar a Bella corta-lhe as línguas. E vou continuar fazendo isso até que essas coisas parem, ou que fiquem apenas nós seis e a senhora no castelo! – Esme apenas assentiu. – Eu não quero a opinião da senhora, mesmo sabendo que é uma das que eu mais prezo e por mim, teria um lugar a minha direita no conselho, mas a senhora que não quer! – apontou. – Eu quero apenas deixar a senhora avisada, que isso pode trazer problemas para nós. –
- Você pode perder aliados. Mas eu prefiro perder aliados a permitir que as minhas netas chorem por causa dessas mulheres! –
- Outra coisa, reduzi e bastante a lista de convidados que a senhora fez para a festa de hoje a noite de Victoria. Se tiver vinte pessoas será muito. Todos que eu sei ou desconfio que façam tais picuinhas foram retirados da lista, deixei apenas as pessoas que eu tenho certeza que gostem delas, o que incluiu as babás e as preceptoras. –
- Não me importo com isso! A festa é para a Victoria, portanto, tem que estar presente quem gosta dela e de quem ela gosta! –
- E tem mais um assunto, problemático, por assim dizer, que temos que tratar, pois quanto a esse, eu não sei o que fazer! –
- Fale... –
- Webber viu os olhos da Bella. –
- Ai meu Deus! – Esme apoiou os cotovelos na mesa e escondendo o rosto nas mãos.
- Ela disse que não conseguiu se controlar quando a mesma apareceu a sua frente depois do que houve com a Anastásia. Disse que só não fez nada, porque a Alice apareceu! – suspirou. – O que eu faço? De pirraça ela pode ir até algum padre e... – Esme tirou o rosto das mãos.
- Quando a mandar embora, deixe bem claro que quem inventar quaisquer picuinhas ou mentiras sobre a rainha será executada por traição. Ela não tem como provar quanto aos olhos de Isabella. E por ela ser a rainha, a maioria dos padres ficaram sempre um pé atrás quanto a investigar, quem dirá tortura-la. Mas ela precisa se controlar! Mais ninguém nesse castelo pode ver os olhos dela, e Anastásia já tem cinco anos, daqui a pouco a magia começa a aparecer nela, tem que ter cuidado redobrado para que ninguém veja ou desconfie de nada! –
- Isabella está de olho quanto a Anastásia, já disse isso diversas vezes, e pediu para que eu ficasse de olho também. E quanto a ela... Ela não queria que eu soubesse. Por que? Por que ela tinha medo da minha reação, sendo que eu nunca lhe dei motivos? –
- Ela tem cinco anos, Edward. Em todas as aulas que ela tem, ela sempre vê rei, e rainha consorte. Ela não é burra, é bem inteligente para a idade que tem, também é filha de uma bruxa, estranho se não fosse inteligente. Mas de qualquer forma, ela entendeu que uma mulher não sobe ao trono para governar, e por mais que você fale que não se importe... – ela suspirou. – Você já disse isso a ela? Diretamente a ela? –
- Não! Não pensei que fosse precisar. Ela só tem cinco anos, e ainda falta muito para ela subir ao trono, a própria Isabella disse isso! –
- Então, fale para ela e garanta a ela, garanta a elas, as quatro, que o fato de elas serem meninas não muda o que você sente por elas, não muda a sua linha de sucessão! Deixe isso claro a elas, deixe isso claro a todo o reino! E aos reinos vizinhos! Se for preciso, façam o povo jurar fidelidade a ela, logo! – Edward apenas assentiu. – Seu bisavô fez isso quando o primogênito dele nasceu, eram gêmeos. -
- Não é uma ideia ruim! – apontou ele. – A minha cabeça parece que vai explodir. – Edward se levantou da sua cadeira. – Eu vou procurar a minha esposa e ver se ela está mais calma e pedir para ela resolver a minha dor de cabeça. –
- Oh meu Deus, Edward... Não preciso saber disso! – sua mãe reclamou torcendo o nariz.
- Não é nesse sentido, dona Renée. – ele falou simplesmente parado ao lado dela. – Eu te amo. – ele lhe beijou a bochecha. – Se bem, que eu não vou reclamar se for! –
- Deus, Edward! – ela lhe deu uma tapa no braço, fazendo-o rir. – Eu também te amo. –
Edward deixou a sala de reunião, e sua mãe saiu logo depois. O rei caminhou para o seu quarto, Isabella tinha dito a ele, que Anastásia havia sido levada ao seu quarto para descansar, se acalmar, e dormir um pouco antes de seu aniversário, portanto, ele resolveu seguir para o seu quarto. Ao entrar nele, a primeira coisa que ele percebeu foi o breu que tomava conta dos aposentos, pelo que ele se lembrava, as janelas e cortinas estavam bem abertas quando ele deixou o quarto de manhã. E a segunda coisa que ele notou foi o cheiro de camomila e alfazema tomando conta do cômodo. E a terceira coisa que ele notou foi a sua esposa deitada na cama, ressonando tranquilamente, com um pano florido apoiado em seus olhos.
Em completo silêncio, ele se livrou de suas botas e jaqueta, e com cuidado deitou na cama, sobre o corpo de sua esposa, apoiando a cabeça contra os seus seios, apoiando o peso de seu corpo, em seus braços, que ele havia apoiado na cama, um de cada lado do corpo de Isabella.
- O que houve? – ela perguntou com a voz baixa enquanto sentia os dedos de sua rainha deslizando pelos seus cabelos.
- Dor de cabeça. – respondeu simplesmente aninhando a sua cabeça mais contra os seios da esposa. – E a senhora, meu amor, mais calma? –
- Um pouco... A camomila e a alfazema ajudam! Anastásia está dormindo, e as outras meninas também. –
- Depois, antes da festa, eu converso com elas. – Bella continuava a fazer um cafuné nos cabelos de seu marido, e ele conseguia sentir os dedos da esposa, um pouco mais quentes contra a sua cabeça. – Alias, tomei a liberdade e mudei uma boa parte da lista de convidados do aniversário da Victoria. E nos próximos dias eu vou acabar com essas palhaçadas que estão falando sobre as meninas. –
- Fica um pouco quietinho, amor. – ela pediu com a voz levemente sonolenta. – Caso contrário à sua dor de cabeça não vai passar. –
- Desculpa. – ele aninhou mais um pouco a sua cabeça nos seios de Isabella, e fechou os olhos sentindo ainda o cafuné em sua cabeça. – Eu te amo. –
- Shiu! – ela mandou dando uma tapa leve em sua cabeça, para que ele se calasse. – Eu também te amo. –
Edward acordou um tempo depois, ele havia se mexido durante o sono, e saído de cima do corpo de Isabella, deitando ao seu lado e ela também havia se mexido e deitado a cabeça contra o peito do marido. A sua dor de cabeça havia passado e ele se sentia completamente bem. Ele deu um beijo no topo da cabeça de Bella, e com calma ele foi começando a desperta-la. Ele não sabia que horas eram, mas imaginava que estava quase na hora da festa de aniversário de Victoria. Bella acordou e ao levantar a cabeça, ela ganhou um beijo na testa e outro nos lábios.
Ela continuou deitada, enquanto Edward tomava um banho e se trocada para a festa. Ela havia sido informada por uma das criadas que as babás já estavam cuidando e aprontando as crianças. E depois de ter ficado pronto, Edward deixou o quarto, com uma pequena caixinha de madeira em mãos, onde estava guardado o presente da sua filha, para que sua esposa pudesse se arrumar com calma e tranquilamente. Ele estava disposto a ir falar com as meninas primeiro, antes que elas descessem ou antes que sua esposa se unisse a eles.
- Majestade... – contudo ele foi interrompido no meio do corredor, justamente por lady Webber.
- Lady Webber. Deseja algo? –
- Boatos de que, a maioria dos moradores do castelo foram desconvidados para a festa da princesa. – comentou.
- Sim. Por que eu iria querer na festa da minha filha, pessoas que não gostam delas e ficam falando merda para elas e sobre elas? – questionou deixando bem claro que ele já sabia o que tinha acontecido. – Deseja mais algo, eu quero entregar o presente da minha filha? –
- Na verdade, majestade, sim... – ela limpou a garganta. – Estou até meio sem jeito, mas eu... Eu acho que eu vi algo estranho nos olhos da vossa esposa hoje mais cedo e... –
- Lady Webber. Depois conversamos sobre isso, eu não quero ter que resolver mais problemas hoje. Amanhã, amanhã eu vou chamar umas pessoas para conversar, e aí você me fala o que viu nos olhos da minha esposa. –
Ele passou por ela, deixando-a para trás e seguiu o seu caminho para o quarto da filha. O rei bateu a porta fechada, e esperou por alguma permissão para entrar ou para que alguém abrisse a porta. Demorou um pouco, uns bons minutos, até que a babá abriu a porta, se sobressaltando ao vê-lo do outro lado da porta.
- Perdoe-me pela demora, majestade... Estava terminando de vestir a princesa. –
- Não se preocupe. Ela está pronta? –
- Sim senhor. –
- Então, deixe-nos sozinhos, por favor, quero falar com ela. –
- Claro. –
- Ah, traga, por favor, as outras três. – pediu Edward e ela apenas balançou a cabeça assentindo e deixando o quarto. O rei entrou no quarto e viu a princesa Victoria sentada em frente a sua penteadeira, penteando o seu cabelo. – Oi, minha princesa. – ele atraiu a sua atenção, e ela olhou para o espelho.
- Oi papai. – aproximando-se da menina, ele se agachou no chão ao seu lado e lhe dando um beijo demorado em sua bochecha.
- Está tudo bem, princesa? – ela apenas balançou a cabeça assentindo. –Eu trouxe o seu presente de aniversário. – falei colocando a caixa de madeira a sua frente. – Abre. – ela guardou a escova em cima da penteadeira e pegou, aproximando, a caixa mais de si a abrindo. – Uma princesa, não é uma princesa, sem uma tiara, não é mesmo?! – perguntou. – Gostou? –
- Gostei, papai. – sorrindo, ele se levantou, tirando a tiara da caixa e apoiando em sua cabeça, sobre os seus cabelos soltos.
A tiara que o rei tinha mandado fazer para ela era bem simples, e ele pretendia seguir com as meninas a mesma coisa que fez com a esposa, lhe dar a maioria das joias com as cores de seus olhos, e a partir do momento em que a magia havia não havia aparecido na princesa, já que ele não sabia ao certo, de todas iriam herdar a cor dos olhos da mãe, mesmo tendo a mesma descendência, ao mesmo tempo em que ele não sabia se todas iriam herdar a magia da mãe, ele fez de uma cor mais neutra, ela tinha detalhes feito em flores e folhas, todas incrustadas, ou com quartzo branco ou pequenos diamantes, muito parecida com a que ele tinha dado a Anastásia em seu aniversário de cinco anos. Victoria se levantou da banqueta em frente a penteadeira.
- Obrigada, papai. – ele a pegou no colo e lhe deu um abraço apertado.
- Feliz aniversário, minha princesa. – ele lhe deu um beijo em sua bochecha. – Eu te amo. –
- Eu também te amo, papai. – Victoria passou os braços pelo pescoço do pai, abraçando-o.
Os dois ficaram ali um tempinho abraçados, e só se separaram quando uma batida soou na porta, era a babá, que tinha trazido as outras três princesas. Edward pediu que ela saísse, e colocou as quatro sentadas na cama da filha, e pegou a banqueta, que Victoria estava sentada a pouco tempo, e se sentou na frente delas.
- Muito bem... – ele olhou primeiro para a Anastásia. – Está mais calma? – ela apenas balançou a cabeça assentindo. – Ótimo. Vai me contar o que houve? – ela continuou sem responder, e mais uma vez balançou a cabeça, dessa vez negando. – Tudo bem então... Chegou aos meus ouvidos, alguns boatos, que andando falando besteira para vocês, sobre o fato de que era para vocês serem meninos. – tentando serem discretas, as duas mais velhas se entreolharam, enquanto as duas mais novas não entendiam nada do que estava sendo dito. – Eu quero deixar bem claro para as quatro, que para mim não faz a menor diferença vocês serem meninas ou meninos. Vocês são minhas filhas, eu amo vocês mais do que qualquer coisa, e não pensaria duas vezes antes de dar a coroa para uma de vocês, pois eu vou fazer questão que as quatro recebam a mesma educação que eu recebi, isso se não receberem uma melhor ainda. Portanto, caso, alguém venha falar essas besteiras para alguma de vocês, eu não quero que respondam nada, vocês são quatro damas, e não quero que respondam ninguém que seja mais velho que vocês, eu quero que vocês venham me avisar imediatamente para que eu possa tomar uma providência. Eu não vou deixar ninguém tratar mal nenhuma de vocês! – garantiu ele. – Vocês são as princesas desse reino e serão tratadas do jeito que devem, eles gostando ou não! Certo?! – as quatro apenas assentiram. – Muito bem, vamos para a festa! – mal ele se levantou e as meninas se levantaram da cama, e prontamente Charlotte e Sophia ergueram os braços pedindo colo ao pai, que balançou a cabeça rindo, e as pegou no colo.
As duas mais velhas foram andando na frente até o salão de jantar, e ao chegarem no mesmo, Edward notou que a sua mãe havia feito mudanças, ela basicamente havia descido com todos os brinquedos, que estavam no quarto de brinquedos das meninas, ou então eram presentes das poucas pessoas que haviam sido convidadas para a festa. O rei colocou as duas mais novas no chão, e as quatro foram juntas para perto dos brinquedos e das outras crianças para brincar.
- Demorou por que? – Bella perguntou ao se aproximar do marido, deixando Alice e Jasper, sozinhos, e vigiando os filhos, que haviam entrado no meio das crianças que brincavam, ou corriam pelo salão de jantar.
- Fui conversar com as meninas sobre o que você me falou! – respondeu pegando uma taça de vinho, que um dos criados, entregou a ele. – Não disse que foi você quem me disse isso, não se preocupe! Anastásia não faz ideia que foi você me contou. –
- Claro que faz, a minha filha não é burra! E ela não havia contado a mais ninguém. –
- De qualquer forma, conversei com a minha mãe e dentro dos próximos dias eu irei ajeitar tudo para acabar com esse problema de vez. –
- Posso saber o que pretende fazer? – perguntou cruzando os braços sobre os seios e encarando o marido.
- Farei o que o meu bisavô fez! – respondeu e Isabella o olhou confusa. – Minha bisavó teve gêmeos na primeira gestação. E pelo que eu sempre ouvi, sempre ficou naquela duvida de qual dos dois bebês iriam assumir o trono, e meu bisavô, depois que escolheu um, acho que foi o mais velho, não lembro direito, fez todo o reino jurar fidelidade ao herdeiro do trono! –
- E estais pensando em fazer isso com a Anastásia? –
- Ideia da sua sogra. – disse simplesmente, bebendo um gole do vinho. – Com isso, estarei deixando bem claro para toda a corte, todo o reino e todos os reinos vizinhos, quem irá me suceder no torno! Simples! –
- Simples, com exceção do fato de que eles não vão aceitar! –
- Eles não têm que aceitar, e tampouco gostar, eles têm que obedecer e respeitar o que eu decidir! – Bella apenas suspirou. – Você, por acaso, viu alguma coisa referente ao futuro delas? – perguntou baixo. – Quanto ao futuro do reino? – questionou e Bella ficou quieta, olhando para o nada. – O que você viu? – insistiu ele, se aproximando mais dela, para que ninguém mais ouvisse.
- Não sei se tem haver diretamente com a sucessão de Anastásia, e também não sei exatamente em quanto tempo isso vai acontecer! –
- O que você viu? – perguntou de novo.
- Problemas. – respondeu simplesmente e pegando a taça que o marido tinha em mãos e bebendo-a, quase toda em um gole só. – E não adianta insistir, não vou falar nada hoje! É aniversário da Victoria. – apontou. – Por que achas que eu não te falei nada?! Eu sei o quanto você fica paranoico quando eu vejo algum problema se aproximando do território do reino, e eu não queria que ficasse paranoico justo hoje. –
- Quando você viu? Só para saber a quanto tempo você está escondendo isso de mim. –
- Ontem! – respondeu terminando de virar o vinho e Edward apenas fechou os olhos e respirou fundo.
- Assim que essa festa acabar, você vai me falar exatamente o que você viu! –
- Vamos parar os dois... – Esme se aproximou sorrindo. – Está todo mundo vendo vocês dois discutindo... Eu não quero discussão no aniversário da minha neta. –
- Não estamos discutindo! –
- Não, eu só estou descobrindo que ela está escondendo coisas de mim desde ontem! – reclamou Edward.
- Você fala ontem, como se eu tivesse escondendo há cinco anos! – Isabella bufou e Esme apenas olhou confusa para os dois.
- Ela viu problemas se aproximando do reino e não me contou nada! –
- Eu já falei, que eu ia te contar depois que o aniversário da Victoria passasse! Por mais que eu tenha dito que não saiba ao certo quando vai acontecer, não significa que vai acontecer amanhã, ou no próximo mês. –
- Chega! Chega! – Esme parou os dois. – Eu não quero ouvir de problemas hoje! Se ela não te contou foi por um bom motivo, então esquece o que ela falou e se acalma. Hoje é aniversário da sua filha! Esquece problemas, e a partir de amanhã vocês dois se sentam, sozinhos e com calma e conversam sobre isso e sobre tudo o que temos que resolver sobre o que fizeram com as garotas. Agora, parem de discutir! – mandou e se afastou dos dois.
- Desculpa. – Edward passou o braço pela cintura da esposa, aproximando o máximo possível o seu corpo do dela. – Desculpa. – pediu de novo e lhe beijou a bochecha.
- Não é só porque eu disse que eu vi problemas, que signifique que eu tenha visto uma guerra ou algo do tipo aparecendo. – reclamou, se virando de costas para o marido, para que pudesse ficar de frente para as crianças brincando.
- Eu sei... Eu sei... Desculpa! É que você sempre me contou as coisas assim que você via, acho que eu fiquei mais chateado por não ter me dito logo, do que por pensar em problemas aparecendo. –
- Eu não contei por causa da Victoria. –
- Eu sei... Desculpa! Eu te amo. – ele aproximou a boca do ouvido da esposa. – Minha bruxa temperamental! –
- Cala a boca! – ela riu e ele o acompanhou. – Eu também te amo. – ele lhe beijou a bochecha. – Que tiara é aquela na cabeça da Victoria? –
- Meu presente de aniversário para ela! – respondeu. – Gostou? –
- Bonita. Gostei sim! –
- Eu sei que disse que, quando acabasse a festa, eu queria que você me explicasse direito essa história, mas acho que isso pode ficar para amanhã... Acho que quando a festa acabar eu quero fazer outra coisa. –
- O que? – questionou e o rei apenas apertou mais ainda os braços contra o corpo da esposa, pressionando o seu quadril contra o dela. – Oh... Comporte-se homem! – reclamou rindo, ao entender a intenção do marido.
- Problemas... Problemas... Problemas... – Jasper se aproximou dos dois esbaforido e segurando Anastásia no colo, que tinha o rosto escondido contra o pescoço do mesmo.
- O que houve? – Bella perguntou.
- Lá para fora... Lá para fora... – mandou levando a princesa para o corredor, e Edward soltou a esposa para que eles pudessem ir logo atrás.
- O que houve, homem? – Isabella perguntou preocupada, quando Jasper colocou Anastásia no chão, que usava as mãozinhas pequenas para cobrir os olhos. – Filha, o que foi? – ela se agachou na frente da esposa. Não tinha mais ninguém naquela parte do corredor, estavam apenas os quatro.
- Você se machucou, princesa? – Edward perguntou se agachando ao lado da esposa e ela negou, sem tirar as mãos dos olhos. – Jasper o que houve? – ele não respondeu apenas apontou para os próprios olhos, e Bella sorriu ao entender o que ele queria dizer.
- Olha para a mamãe... – pediu e Anastásia negou mais uma vez. – Vem, deixa a mamãe ver... – com delicadeza ela tirou as mãos da princesa de seus olhos e viu um brilho azul esverdeado, tomando conta de toda a sua íris.
- O que é isso, mamãe? – perguntou confusa.
- Vem cá, minha princesa. – Bella puxou a filha para os seus braços, lhe dando um abraço apertado. – Minha bruxinha! – ela deu um beijo na cabeça da filha.
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