Salém,
Massachusetts.
27 de Outubro de 2018.
Pov. Bella.
O celular tocou me tirando de meu sonho e eu me remexi na
cama, não demorou dois minutos e eu ouvi uma batida na porta e a voz de minha
mãe soou do lado de fora. Isabella 6:30h. Ela gritou e logo em seguida eu a
ouvi descendo as escadas. Sentei-me na cama e me espreguicei e me arrastei para
fora dela. Cocei os olhos e caminhei até a janela, abrindo a cortina e sendo
recebida pela luz da manhã de um dia de outono onde o sol se escondia atrás das
nuvens. Abri a janela e inspirei o ar fresco da manhã e me afastei da porta.
Eu ajeitei o edredom da cama e caminhei para o banheiro.
Eu achava a casa grande demais para apenas três pessoas, tanto que havia duas
suítes na mesma, uma ficou para minha mãe e a outra para mim. Eu tomei um banho
com a água morna e de forma bem lenta. Lavei meus cabelos com meu shampoo
favorito de lavanda, massageando com as pontas dos dedos e inalando o
maravilhoso cheiro da lavanda.
Terminei meu banho e deixei o banheiro, com uma toalha
enrolada no corpo e a outra nos cabelos, e caminhei até o meu armário. Eu me sequei e coloquei uma lingerie, a
primeira que peguei dentro da gaveta, puxei a calça jeans do gancho atrás da
porta e a vesti, pegando logo em seguida uma blusa do cabide e a vestido, eu
coloquei a blusa de mangas compridas branca, com finas listras horizontais
pretas, como a blusa era um pouco larga e comprida, eu coloquei uma parte da
frente da blusa dentro da calça e peguei um casaco fino.
Ainda descalça e com o cabelo enrolado na toalha, eu sai
do quarto, descendo as escadas. Eu cheguei à cozinha branca, com teto de
madeira. Tudo ali era branco, chão, armários de madeira branca, paredes. A
pequena mesa redonda com três cadeiras no meio da cozinha estava posta para o
café da manhã. A janela em cima da pia estava aberta para o jardim dos fundos e
a minha irmãzinha já estava sentada a mesa com uma tigela a sua frente, onde
ela jogava cereal.
- Bom dia. – disse sorrindo e entrando na cozinha. – Bom dia
lindinha. – disse me aproximando de minha irmã, que havia acabado de por a
caixa de cereal em cima da mesa e despejava um pouco de leite na tigela. Eu dei
um beijo estalado em sua bochecha e ela riu.
- Bom dia Bella. – eu me afastei dela e segui até minha
mãe, de pé em frente ao fogão recém desligado.
- Bom dia mamãe. – disse sorrindo e lhe dando um beijo na
bochecha.
- Bom dia filha. – e ela deu um beijo em minha bochecha
enquanto me entregava um prato com cinco panquecas para mim e foi colocar um
pouco de café recém-passado, e que deixava um delicioso cheiro de café na
cozinha, em uma xícara branca. Eu me sentei na cadeira ao lado de Alice, minha
irmã, que enchia a boca com cereais. – Alice, coloca pouca comida na boca,
mastiga, engole e ai você coloca mais comida. – mamãe explicou pela milésima
vez nos poucos seis anos de vida da menina. Mamãe se sentou de frente para nós,
com sua xícara de café e um prato com duas torradas e duas fatias de queijo
branco.
E nós comemos em silêncio. Derramei um pouco de mel em
minhas panquecas e um pouco de suco de laranja em um copo e também me pus a
comer, até porque daqui a pouco estaria atrasada para a aula. Nós terminamos de
comer e as coisas foram guardas e a louça posta dentro da lava louça, e ele foi
ligado e todo mundo subiu para terminar de se aprontar. Eu segui direto para o
banheiro, me livrando da toalha em minha cabeça e a estendendo no porta-toalhas
e penteei meu cabelo, dando uma leve secada com o secador e deixando-o bem
natural, escovei meus dentes e sai do banheiro. Calcei meus tênis e ajeitei
minha mochila com o básico, já que os livros estavam na escola, e coloquei meu
inseparável colar, que eu tirava apenas para dormir e tomar banho. Uma corrente
dourada com uma ametista crua, ou seja, não lapidada, e finalmente desci as
escadas.
Alice já me esperava aos pés da escada com a mochila
lilás nas costas e em pouco tempo nossa mãe também desceu com uma bolsa em
mãos. Ela pegou as chaves do carro e nós saímos de casa, ela trancou a porta
assim que passou e descemos os pequenos degraus para o jardim e caminhamos para
a garagem.
- Renée. – a vizinha do lado, a senhora Stewart. – Bom
dia querida, bom dia meninas. – ela disse quando nos aproximamos do carro, que
ficava ao lado da cerca que separava nossas casas.
- Bom dia Alexis. – minha mãe disse acenando para ela
enquanto destrancava o carro.
- Bom dia senhora Stewart. – eu e Alice, que estava em
meu colo, falamos juntas.
- Querida, eu posso falar com você duas palavrinhas? Bem
rápido. –
- Claro que sim. Bella coloca Alice na cadeirinha. –
pediu e se aproximou da cerca. Eu abri a porta de trás e sentei Alice no banco
e ela seguiu para a cadeirinha, e enquanto eu a prendia bem, eu prestava
atenção na conversa.
- Renée você tinha razão. Aquele chá é milagroso. – ela
disse baixo para a minha mãe.
- Então funcionou? –
- Sim, fiz o teste agora pela manhã e deu positivo. –
respondeu animada. – Eu juro que se for uma menina, receberá seu nome em
agradecimento. –
- Não faça isso Alexis. – minha mãe comentou rindo. – Mas
fique com meus mais sinceros votos de felicidades. Sabe que qualquer coisa é só
me procurar, e lembre-se, é o nosso segredinho. –
- Não contarei a ninguém. – prometeu.
- Agora com licença, eu tenho que ir para o trabalho. –
- Sim... Sim... Eu não quero atrapalhar. Conversaremos
mais depois. – eu terminei de prender Alice na cadeirinha e fechei a porta
abrindo a do carona enquanto minha mãe dava a volta no carro. Nós entramos no
carro e após pormos o cinto, ela ligou o mesmo e saiu dirigindo pelas ruas
calmas e tranquilas de Salém em direção à escola onde eu e Alice estudávamos e
onde ela trabalhava.
- Sabe que eu não deveria me intrometer em seus assuntos.
Mas mamãe, a senhora tem que parar com isso. –
- Dê-me um bom motivo. – respondeu encarando a rua
enquanto virava a esquina.
- Não vai achar estranho, que, depois de milhares de
médicos que a senhora Stewart foi, e depois de todos os médicos falando que ela
é completamente estéril, ela aparecer lá grávida? – questionei e ela suspirou.
- Ninguém irá suspeitar de nós. Para essas pessoas nós
não existimos mais. –
- Mas mãe... –
- Filha. Nós recebemos um dom. – ela disse parando em um
semáforo e me encarando. – E nós temos que usa-lo, por que não compartilharmos
nosso dom ajudando as pessoas que querem as coisas com o coração? –
- Eu sei mamãe. A senhora já me disse isso milhares de
vezes. Fomos agraciados pela deusa mãe e pelo deus cornífero, e devemos sempre
ajudar os necessitados que venham em boa fé. Mas mamãe, qual explicação à
senhora acha que a senhora Stewart irá dar? –
- Milagre divino, tratamento ou erro médico. – ironizou
saindo do sinal vermelho. – Até porque, meu amor, ninguém vai acreditar que eu
dei um chá para ela que a ajudou a engravidar. – bufei.
- Mas mamãe... –
- Filha... Chega... Não vai acontecer nada, meu amor. Se
eu sentisse que algo de errado pudesse acontecer, que pudesse ferir você e sua
irmã, eu não faria nada. Mas como disse, eu não senti nada, então, acalme-se,
por favor, e chega deste assunto. –
- Sim senhora. – disse vencida e voltando a atenção na
rua.
Em pouco tempo mamãe parou no estacionamento da escola e
nós saímos do carro, e eu peguei Alice no banco de trás e ela pegou a mão de
minha mãe e seguimos para perto dos outros alunos, que começavam a chegar.
- Bella. – Edward me chamou e eu sorri ao vê-lo se
aproximando de mim com a mochila pendurada em um ombro. – Bom dia. – e
impulsivamente, como sempre, ele me abraçou forte e eu senti seu cheiro
natural, era tão bom, e mais uma vez impulsivamente, ele deu um beijo na minha
testa.
- Bom dia Edward. – disse quando ele me afastou e eu olhei
para o chão, colocando algumas mechas de meu cabelo solto atrás da orelha e
ficando com as bochechas coradas.
- Bom dia professora Swan. –
- Bom dia Edward. – ela disse sorrindo.
- Eddie. – Alice cantarolou e se jogou em seu colo.
- E ai baixinha? – ele a ajeitou em seu colo e deu um
beijo em sua bochecha. – Você está tão fofa com essas trancinhas. – e ela riu.
Edward adorava Alice e Alice adorava Edward. Era incrível, a alma dele era tão
boa, e ele era tão amável. Era impossível não amar Edward.
- Muito bem mocinha, vamos para a aula. Vejo os dois mais
tarde. – Edward colocou Alice no chão e ela pegou mais uma vez a mão de minha
mãe e elas entraram na escola, deixando-me sozinha com Edward.
- E você, baixinha, como dormiu? – perguntou sorrindo
amplamente para mim.
- Muito bem. E você tem que decidir quem é a baixinha, eu
ou Alice? –
- Alice é a baixinha pela idade e você é a minha
baixinha. –
- Eu não sou sua baixinha. – respondi quando ele passou o
braço pelo meu ombro e me guiou até o banco enquanto esperávamos a hora da
aula. Nós entravamos às 8h, todavia, o primeiro tempo de hoje era vago, ou
seja, só teríamos aula às 9h.
- Claro que é. – respondeu quando nos sentamos no banco e
eu coloquei minha mochila em meu colo e ele ao seu lado. – Eu já disse que
gosto de você e sinceramente vou continuar insistindo até você me dar uma
chance. – respondeu e eu dei um beijo em sua bochecha.
- Você é um amor. Mas já disse que não vou lhe dar uma
chance. –
- Por quê? Não vai me magoar falando que me ver apenas
como um amigo? Ou pior... Irmão? –
- Claro que não. –
- Então? –
- Tenho meus motivos. Motivos pessoais que gostaria que
respeitasse. –
- Está pensando em virar lésbica? – perguntou rindo e eu
neguei.
- Não invente Edward. E já disse, somos amigos. Deixe
assim. – respondi. – E a propósito. Se eu me recordo bem, Tanya gosta de você.
Por que não dá uma chance a ela? –
- Porque eu estou apaixonado por você e não pela Tanya. –
respondeu bufando.
- Tudo bem, mudaremos de assunto. – sugeri e visivelmente
ele não gostou. – Conseguiu fazer o trabalho de inglês? –
- Sim, fiz. E já aviso logo que está digno de uma nota
A+. – respondeu presunçosamente e eu balancei a cabeça rindo. – E você minha
baixinha? –
- Fiz. Ele está bom. Não sei se digno de um A+. Todavia
irei receber uma nota azul com toda a certeza. –
- Mas é claro. A minha baixinha é além de bonita, é
inteligente. – e ele apertou minha bochecha.
- Para com isso... – eu tentei afastar a mão dele e ele
uniu seus lábios aos meus. Não era a primeira vez que Edward me beijava, muito
pelo contrário, ele já havia feito isso algumas vezes, e sinceramente eu
gostava. Ele levou gentilmente uma das mãos até a minha nuca e sem forçar, que
eu nunca tive, eu me entreguei ao seu beijo e a sua mão que apertava levemente
minha cintura. A boca de Edward era macia e gostosa, tinha um leve sabor de
menta, e eu sentia meu coração inflar e se aquecer quando ele me beijava. O
beijo foi interrompido devido ao oxigênio que nos fez falta e ele o encerrou
dando uma leve mordida em meu lábio inferior. – Eu... – respirei fundo e o seu
cheiro invadiu meu nariz. – Eu já pedi para você parar com isso. E não fazer de
novo. –
- Eu sei. Mas você gosta. – disse baixo e roçando o nariz
ao meu. – Sua boca é gostosa. – e dizendo isso ele me beijou de novo, e de
novo, eu me rendi ao beijo. A mão de
Edward acariciou minha cintura por baixo de minha blusa e um arrepio percorreu
toda a minha espinha, não havia segundas intenções ali, era apenas um toque
carinhoso.
- Temos que ir para a aula. – disse contra a sua boca.
- Para que? Podemos ficar aqui e... –
- Se formos para a aula e você se comportar o resto do
dia eu deixo você me dar um beijo de novo. – disse sem pensar muito, ainda
contra seus macios lábios e ele sorriu amplamente. – Eu tenho aula de biologia agora. –
- Temos minha menina. – e ele roçou o nariz ao meu. –
Fazemos todas as aulas juntas. – e ele deu um beijo em meu nariz.
- Sim, por que você é um perseguidor. – brinquei rindo e
me levantando. E ele me acompanhou.
Como de costume, e eu nem reclamava mais. Ele pegou minha
mão e nós entramos na escola seguindo para a aula de biologia. Nós fazíamos
todas as aulas juntas e éramos parceiros em todas as aulas, o lado bom, era que
quando eu não sabia uma matéria ele fazia sozinho e ainda colocava o meu nome.
Como disse, ele era um amor.
O dia foi bem tranquilo, aula atrás de aula, maçante, mas
ficar perto de Edward era relaxante e eu gostava muito. E se, não fosse pelo
que eu era e pelo meu carma, eu com certeza seria a namorada dele, como ele
quer, sem pensar duas vezes. As 13h, nós seguimos para o refeitório para o
almoço. Nós nos sentamos em uma mesa com alguns amigos de Edward. Sim, dele. Eu
não tinha amigos, apenas Edward. As garotas me odiavam porque o cara mais gato
da escola estava, sabe-se lá Deus porque, apaixonado por mim e não por elas, e
os garotos não gostavam muito de mim, porque eles davam em cima de mim e Edward
lhes afastava, chegando a uma vez sair no soco com Tyler ao ouvir uma graçinha
que ele lançou para mim, pelas minhas costas.
As 14h seguimos para a última aula do dia. A de minha
mãe. Sim, minha mãe é professora, e por ironia do destino, uma professora de
história. Após o almoço e jogarmos o lixo na lixeira, caminhamos para fora do
refeitório, ainda de mãos dadas. Paramos em nossos armários para pegarmos
nossos livros e seguimos para a sala, onde minha mãe já esperava por nós, e
antes de entramos eu separei nossas mãos. Edward já havia se acostumado com
isso, sempre que minha mãe aparecia, eu nos afastava. Ela sabia que Edward gostava
de mim, aliás, creio que toda a Salém sabe, esse sentimento é algo que ele faz
questão de escancarar ao mundo.
Nós nos sentamos em nossas mesas e em cinco minutos a
turma estava cheia e foi só o último aluno sentar em sua cadeira que o sinal de
inicio da última aula tocou. Muita gente podia e detestava história, mas as
aulas da mamãe eram... Eram mágicas. Não literalmente, obvio, claro que se ela
quisesse ela poderia, mas não. As pessoas se envolviam com a sua explicação.
Era simplesmente incrível.
Mamãe não fez nada, apenas escreveu no quadro em letras
grandes e garrafais 31 DE OUTUBRO. E se sentou na ponta de sua mesa de frente
para a turma, cruzando as pernas delineadas pela calça jeans. Mamãe era uma
mulher linda, no auge de seus 36 anos, solteira. Nunca se casou. Teve apenas
dois relacionamentos na vida, tendo assim eu e Alice de pais diferentes,
todavia ela se impunha de tal forma, que ninguém nunca implicou por ela ser mãe
solteira com filhas de pais diferentes. Mamãe era o tipo de pessoa que chamava
atenção ao entrar em um lugar, ela era ouvida, ninguém a silenciava. Ela disse
que isso era de nossa natureza, mas eu não era nem 1% do que ela era. Eu não
era nem 1% forte do jeito que ela era.
- Muito bem. – ela disse todos se calaram. – Como sabem
daqui a uma semana é dia 31 de outubro. Ou seja, Halloween, e durante todas as
aulas dessa semana iremos trabalhar em cima disso. Pois bem, digam-me o que
vocês sabem sobre o Halloween? – pediu.
- É o dia das bruxas. – Mike disse simplesmente.
- E quando colocamos nossas fantasias e vamos atrás de
doces. – Tyler terminou por ele e eu encarei Edward. Eu esperava essas
respostas de crianças da idade de Alice, não de pessoas de dezoito anos.
- Bom sim. Mas eu quero saber a origem dele. Eu quero saber
o que realmente é o Halloween. A sua história. – e ninguém respondeu. Eu
obviamente sabia a resposta, mas não respondia. Claro que tendo a mãe que eu
tinha eu saberia sobre o que ela queria saber. – Pois bem. Meninos, as
respostas de vocês não estão erradas. Mas veja bem, o Halloween é uma
celebração realizada em vários países, principalmente no mundo anglófono, ou
seja, países que possuem um conjunto de identidades, culturas e são falantes da
língua inglesa. Pois bem, o dia 31 de outubro antecede a festa cristã
ocidental, O Dia de Todos os Santos. Acredita-se
também que muitas das tradições do Halloween originaram-se do antigo festival
celta da colheita, o Samhain, e que
esta festividade gaélica foi cristianizada pela Igreja, igual eles fizeram com
vários festivais pagãos. – mamãe começou a explicar as raízes do Halloween e eu
mal prestava atenção, eu já sabia aquilo de cor e decorado.
Um pequeno e calmo debate se instalou na sala, mamãe
tinha esse dom, até o que detestava história se envolvia na aula, e quando o
sinal bateu, ela nem havia terminado a sua explicação. Ela liberou a turma,
prometendo terminar a explicação na próxima aula e nós saímos. Eu e Edward
seguíamos para o estacionamento, mamãe ia assinar seu ponto e ia pegar Alice e
Edward aproveitou para me lembrar de minha promessa.
Ele gentilmente me prensou contra o carro de minha mãe e
uniu seus lábios aos meus. Suas mãos em minha cintura acariciavam a base de
minhas costas, por debaixo da blusa, com a ponta dos dedos e meus braços
abraçavam seu pescoço, e eu enrolava seus fios acobreados em meus dedos.
- Vem na festa da escola comigo? – perguntou com a testa
encostada a minha e com nossos lábios roçando uns nos outros conforme
falávamos.
- Não posso. Você sabe. Reunião... –
- Reunião de família... – ele terminou por mim e eu
sorri. Vi por sobre o ombro de Edward que minha mãe se aproximava com Alice.
- Minha mãe está vindo. Vejo você amanhã. – e eu rocei
nossos lábios mais uma vez e ele se afastou.
- Ótima aula, professora. – ele disse quando minha mãe
parou perto de nós.
- Obrigada Edward. – ela sorriu amplamente. – Nos vemos
amanhã? –
- Não faltaria por nada no mundo. – e ele piscou para
mim, tentando ser discreto e falhando miseravelmente.
- Mamãe, o Eddie gosta da Bella. – Alice comentou no colo
de minha mãe.
- Eu sei meu amor. – minha mãe disse.
– Mas a Bella é burra e não quer ficar com ele. – e ela
fez bico. – Não se preocupa, Eddie,
quando eu crescer eu fico com você. – respondeu e me mandou língua.
- Pode deixar Allie, se a tua irmã não quiser eu fico com
você. – e Edward deu um beijo em sua bochecha.
- É Eddie? – ironizei com o apelido ridículo que Alice
usava para Edward.
- Olha o ciúme... – e minha mãe ironizou e eu bufei.
- Vamos? Eu tenho dever para fazer. – perguntei irritada
e eles riram.
- Vamos. Até amanhã Edward. – minha mãe disse abrindo a
porta do carona.
- Tchau Eddie. – e ela acenou sua mãozinha para ele.
- Tchau gatinha. – minha mãe prendeu Alice na cadeirinha
e fechou a porta dando a volta no carro.
- Tchau Eddie. – disse ironizando, e Edward, aproveitando
enquanto minha mãe procurava algo na bolsa, me deu um beijo rápido.
- Até amanhã minha menina. – e ele me deu outro beijo e
abriu a porta para mim.
- Olha que cavaleiro. – ironizei mais uma vez e ele riu.
Eu entrei no carro e ele fechou a porta. Ele acenou com a mão e se afastou para
perto do carro dele.
- Eu gosto do Eddie. – Alice cantarolou no banco de trás
e eu e minha mãe sorrimos.
Nós seguimos para casa com Alice cantarolando alguma
música de desenho bobo. Nós chegamos à casa rápido e cada uma seguiu para os
seus respectivos quartos e atividades. Eu me joguei na cama, pegando meus
livros e cadernos e começando a fazer meu dever de casa.
______________
Eram por volta das 19h quando minha mãe entrou em meu
quarto, com um pano de prato em mãos, secando-as e um avental amarrado na
cintura. Eu parei de prestar a atenção em meus deveres, parando de fazê-los e
encarando-a.
- Posso conversar com você? – assenti e ela se sentou na
ponta da cama. – Filha, você sabe o que está chegando, não? – perguntou.
- Mãe, não... –
- Amor, você tem que seguir o seu destino... –
- Não. – eu reclamei. – Eu não quero isso... Eu não quero
ter um filho com um homem e depois mandar ele sumiu ou seja lá o que você fez
com o meu doador de esperma e o de Alice. –
- Talvez o doador de esperma do seu filho possa ser o
Edward. Ele gosta de você. –
- O que? Não! Mãe! – eu me levantei da cama agoniada. –
Ele gosta de mim, eu não posso fazer isso com ele. –
- Não há outro jeito. –
- Tem que haver... –
- É uma maldição, Isabella. Não tem como ser revertida. –
disse séria. – Aceita seu destino de uma vez e acabe logo com isso. – respondeu
se levantando e seguindo para a porta. – Descer para jantar. – ordenou e saiu
do quarto me deixando sozinha.
Eu sabia que toda a minha família era amaldiçoada. E
sinceramente achava que era uma maldição maior você querer colocar uma criança
no mundo em um lugar onde ela não será amada ou nem irá amar. Eu não queria
isso, não queria viver esse destino. Tinha que haver outro jeito. E eu era uma
bruxa. Eu vou arrumar um jeito de quebrar essa maldição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário