Salém,
Massachusetts.
28 de Outubro de 2018.
Pov. Bella.
O dia seguinte chegou com a mesma gostosa rotina da
manhã. Com uma diferença, eu estava animada, assustada e determinada a por um
fim na maldição que recai sobre as Swan há quase 400 anos. Eu só não sabia por
onde começar, mas sabia que começaria por algum lugar. E como no dia anterior,
eu levantei, caminhei até a cortina, abrindo a mesma e a janela logo em seguida
e sendo recebida pela brisa fresca e pelo cheirinho de terra molhada. Havia chovido
um pouco na noite anterior, hoje, olhando para as nuvens, via-se que também
iria chover, mas chuva passageira e fraca, não era nenhuma tempestade.
Fiz a cama e segui para o banheiro, seguindo mais uma vez
a mesma rotina do dia anterior. Entrei no banheiro e prendi meu cabelo em um
coque bem frouxo no topo da cabeça e após me livrar de meu pijama, tomei um
banho, e ao terminar o banho e me enrolar na toalha, eu caminhei até meu
armário para me vestir. Pesquei uma calça jeans preta no armário e a vesti,
após colocar a lingerie, e uma camiseta branca. Eu terminaria de me vestir
depois do café. Deixei o quarto indo para a cozinha, Alice já estava comendo
suas torradas com geleia de amora e minhas panquecas já estavam na mesa e minha
mãe tinha acabado de sentar assim que eu entrei na cozinha.
- Bom dia mãe. – disse e lhe dei um beijo na bochecha. –
Bom dia baixinha. – e dei outro beijo em Alice e me sentei.
- Bom dia. – minha mãe disse sem desviar os olhos de seu
celular.
- Bom dia Bella. – Alice disse com a boca cheia de
torrada, e com geleia de amora em seu nariz. Eu balancei a cabeça rindo
enquanto puxava um guardanapo e limpava seu nariz e boca.
- Você se importa em trazer Alice sozinha? – minha mãe
perguntou desviando os olhos de seu celular.
- Aconteceu algo? – perguntei.
- Não. Apenas uma reunião de última hora na escola.
Acabaram de avisar. –
- Posso sim. –
- Ótimo. Então terminem de comer antes que nos atrasemos.
–
Eu me pus a comer e não demorou muito e Alice terminou de
comer suas torradas e beber seu suco. Eu terminei meu café logo em seguida,
após colocar as louças na lava louças, eu subi para o meu quarto. Escovei os
dentes e soltei meus cabelos, e corri até o armário, peguei uma camisa de
flanela vermelha com listras grossas na vertical e horizontal, formando
pequenos quadrados, e calcei um par de botas marrons clara, de cano e salto
curto. Ajeitei minha mochila, não me esquecendo, obviamente, do guarda chuva e
depois de pronta desci.
Quando nós saímos de casa a garoa já começava a cair.
Entramos no carro e seguimos para a escola. Devido à garoa, nós descemos do
carro e entramos direto na escola. Minha mãe seguiu com Alice para a sua sala e
eu para a minha. A primeira aula do dia era Química e quando cheguei na sala,
Edward já estava lá, na sua cadeira de sempre, ao lado da minha e com uma
carinha levemente chateada.
- Bom dia. – e como o professor ainda não estava na sala,
eu dei um beijo rápido em sua bochecha e ele sorriu torto, um sorriso que eu
adorava.
- Bom dia menina. –
- O que foi? – perguntei colocando minha mochila em cima
da mesa e me sentando.
- Dor de cabeça. – disse simplesmente e o professor
entrou na sala. O professor de biologia era o carrasco em pessoa, ninguém
poderia conversar ou abrir a boca que já corria o risco de ir para a detenção.
Tanto que foi quase que impossível conversarmos na sala de aula.
Nosso almoço foi antecipado por uma hora, já que o professor
de trigonometria estava doente e não veio hoje e nós ficamos na arquibancada do
campo de futebol do lado de fora da escola. Aproveitando que não estava
chovendo, eu me sentei na mesma e ele deitou em meu colo e eu fiquei mexendo em
seus cabelos, vendo seus olhos fechados.
Edward reclamava o dia inteiro da dor de cabeça que
remédio nenhum melhorava, e olha que os pais de Edward eram médicos, então eles
sabiam, melhor do que ninguém. Enquanto ele estava deitado em meu colo, eu
fiquei fazendo carinho em seus cabelos, tentando aliviar sua dor de cabeça, eu
sabia que havia dado uma melhorada, ele me contara, mas sabia que não iria
demorar muito e ela apareceria de novo.
Na hora do almoço, deixamos a arquibancada e seguimos
para o refeitório, principalmente porque a chuva havia voltado. Nós pegamos
nosso almoço e nos sentamos em uma mesa vazia, sem ninguém, sem nenhum amigo de
Edward e logo em seguida seguimos para a sala de aula. E mais uma vez teríamos
aula de história com a minha mãe. Nós nos sentamos em nossa habitual mesa e ele
deitou a cabeça em cima de sua mochila e eu continuei a mexer em seus cabelos
tentando aliviar a sua enxaqueca.
- Bom dia alunos. – minha mãe disse entrando na sala,
poucos segundos antes de o sinal tocar. – Como eu disse ontem, nós iremos falar
durante toda a semana sobre o Halloween, Hoje, eu quero uma redação de quinze a
trinta linhas sobre o tema. Irei recolher faltando quinze minutos antes de a
aula acabar, e hoje irei passar um trabalho em dupla. – ela explicava andando
pela sala. – A redação pode ser feito em dupla, já com a dupla de seu trabalho.
– e o farfalhar de cadernos e folhas, o abrir e fechar de zíperes começou. – O
que houve? – minha mãe perguntou baixo quando Edward não se mexeu, e eu
continuava com o cafuné com uma mão e a outra eu pegava meu caderno.
- Enxaqueca. – respondi baixo, até porque eu não sabia se
Edward havia dormido.
- Deixa-o descansar. – assenti. Eu fiz a redação sozinha,
e obviamente, coloquei o nome de Edward, e fui a primeira a entregar a redação
e aproximei minha cadeira de Edward.
- E ai preguiçoso. – disse o chamando. Ele não havia
dormido, volta e meia ele abria os olhos durante a aula.
- Desculpe ter te feito fazer a redação sozinha. –
respondeu baixo e me encarando.
- Não se preocupe. – e dei um beijo rápido em sua
bochecha e continuei a mexer em seus cabelos.
- Seu cafuné é gostoso. – comentou baixo e eu balancei a
cabeça sorrindo.
Ele continuou deitado e recebendo o cafuné enquanto
esperávamos os outros alunos trabalharem. Mesmo eles trabalhando em grupo eles
demoravam muito para escrever, no mínimo quinze linhas. Eu escrevi trinta em
vinte minutos. Minha mãe só conseguiu recolher todas as redações faltando cinco
minutos para acabar.
- Muito bem. Pessoal... Deixe-me passar o trabalho. –
minha mãe atraiu a atenção de todos. – Amanhã eu irei explicar sobre os
julgamentos de Salém. E bom, como mais de metade da turma tem antepassados que
moram aqui a gerações. Eu gostaria que vocês, revirassem seus sótãos e porões
em busca de algum item de seus antepassados que moraram aqui antes, durante ou
depois dos julgamentos. Quem não tem antepassado de Salém, tragam a coisa mais
antiga que vocês acharem de sua família. –
- Como o que, por exemplo? – Tanya perguntou.
- Retratos, livros, diários, joias. Qualquer coisa. –
minha mãe deu de ombros. – Isso eu quero que cada pessoa da dupla tragam, vocês
vão explicar o que é, amostrar a turma, e contar a história do objeto... Agora,
a dupla em si, eu quero que entreguem um trabalho de até três laudas sobre a
origem pagã e cristã do Halloween e sobre os julgamentos de Salém. Todavia...
Atenção... Não quero pesquisa de internet... Eu quero que vocês pesquisem o
máximo que puderem entrevistando os moradores. Eles são as almas da nossa
sociedade. Eles não estavam lá. O que é bem óbvio, já tem quase 400 anos dos
julgamentos, ninguém daquela época está viva ainda... Mas como dizem, as
histórias passam de geração para geração, como toda a certeza as pessoas sabem
de histórias dessa época. Caso isso não dê as três laudas que eu pedi, vocês
podem ir até a biblioteca da cidade, e procurar nos jornais antigos através dos
microfilmes. Alguma pergunta? –
- Para quando? –
- Obviamente. Dia 31. – respondeu simplesmente. – Mas
vejam bem... Essa redação e o trabalho valem metade da nota da média. Ou seja,
ou entregam nota vermelha. – disse calmamente e o sinal tocou. – Podem ir... –
e todo mundo recolheu suas coisas e foram embora. Eu levantei da cadeira e
segui até ela.
- Isso significa que eu vou poder mexer nas coisas da
vovó? – perguntei baixo enquanto Edward levantava da cadeira.
- Em algumas coisas... Vejo você em casa... – e ela me
deu um beijo na testa.
- Até a noite mamãe. – nós saímos da sala e Edward pegou
minha mão.
- Sua mãe não vai? – perguntou quando eu o guiei para a
sala de Alice.
- Reunião dos professores. Vou com andando com Alice. –
respondi e bati na porta e a professora a abriu. – Boa tarde a... –
- A sua mãe avisou. – a senhora Adams, a professora de
Alice e mãe de Tanya, me interrompeu. Ela me odiava pelo simples motivo de
Edward gostar de mim e não de sua filha, incrível. Tanya conseguiu fazer a sua
mãe, que mal me via, me odiar. Ela era assim... – Alice. – e Alice veio
correndo com a mochila lilás nas costas.
- Eddie... – e ela estendeu os braços e ele a pegou no
colo.
- E ai baixinha? – a senhora Adams fechou a porta em
nossa cara e entrou e nós saímos da escola.
Edward estava sem carro hoje, parece que não funcionou e
seus pais lhe deram uma carona quando foram para o hospital e agora ele iria a
pé, e como a casa dele é um pouco depois da minha, ele resolveu nos acompanhar.
Eu coloquei a capa de chuva em Alice, que ia andando a nossa frente, pulando
nas poças de água e eu ia andando com Edward, poucos passos, atrás dela, com
ele segurando meu guarda chuva e com um braço em meus ombros.
Nós fomos andando e conversando muito pouco, a enxaqueca
estava forte e eu queria ajuda-lo. Em vinte minutos andando, nós chegamos a
minha casa e paramos em frente a ela. A casa enorme se estendia com seus quatro
andares, dois funcionais, onde ficava a sala, cozinha e os quartos, e embaixo o
porão e em cima o sótão. Ela era toda branca, com diversas janelas, deixando a
casa bem iluminada e arejada, quando estavam abertas. O jardim bem cuidado e
uma pequena cerca branca limitava a casa. Eu entreguei a chave a Alice, que
entrou em casa correndo após se despedir de Edward, lhe dando um beijo na
bochecha e nós ficamos parados na pequena escada que levava para a varanda e
para a porta da entrada.
Edward passou a mão pela cabeça, provavelmente devido à
dor e a frase de minha mãe soou em minha cabeça. Filha. Nós recebemos um dom. E nós temos que usa-lo, por que não
compartilharmos nosso dom ajudando as pessoas que querem as coisas com o
coração? E eu encarei Edward enquanto a frase de minha mãe rodava em minha
cabeça. Seria muita hipocrisia se ela brigasse comigo depois de ela ter feito a
vizinha engravidar.
- Edward. – eu o chamei baixo e ele me encarou. – Você...
Você confia em mim? – questionei.
- Claro Bella. A minha vida. –
- Então vem. – estendi a mão para ele e ele me encarou
confuso.
- Tem... Tem certeza? Sua mãe não está em casa... –
- Tenho venha... – e ele continuou com o olhar de
confusão. – Não se preocupe, não vou lhe comer... – brinquei e ele riu e por
fim pegou minha mão. Eu o guiei para dentro de casa, assim que nós passamos
pela porta, eu a tranquei e subimos as escadas. Deixei Edward no corredor e
caminhei até o quarto de Alice e a encontrei sentada em sua cama fazendo seu
dever. – Allie, quer comer alguma coisa? –
- Não Bella... –
- Pois bem... Eu vou estar no meu quarto com Edward. Vou
fazer uma coisa para a dor de cabeça que ele está sentindo melhorar. Quando eu
acabar, vou vir ver você, e como sabe, só atrapalha se for muito importante... –
- Tudo bem Bella. – e eu dei um beijo em sua bochecha.
Sai de seu quarto e encontrei Edward onde eu havia deixado-o.
- Vem... – eu abri a porta de meu quarto e ele entrou.
- Seu quarto é fofo e tem a sua cara... – comentou vendo
o quarto claro, de paredes e teto brancos, piso de madeira clara. A cama box de
casal com a cabeceira branca no centro do quarto, com travesseiros brancos e
algumas almofadas rosa clara, o grosso edredom eram branco e uma colcha feita a
mão era rosa clara. Um tapete felpudo no chão, uma mesinha de vidro entre a
porta do banheiro e do closet, com um jarro de vidro com crisântemos rosa. –
Isso aqui é estranho, e é algo que eu não esperava de você. – Edward comentou
vendo minha mesinha de cristais em frente a cama.
- Eu sou uma garota de gosta de cristais. – dei de ombros
e coloquei minha mochila em cima do pufe.
- Tantos assim? – perguntou chocado e eu me aproximei da
mesa. Era uma bancada branca com diversos tipos de cristais, de crus a lapidados
espalhados pela mesa e alguns em uma peça de madeira em força de triangulo. – E
uma vela com um pentagrama... E o que é mais estranho é que foi usada. –
comentou vendo o pavio escurecido.
- Ao contrário do que todos pensam, o pentagrama é um
símbolo de proteção. Ele seria ligado a satanás se ele estivesse invertido, com
um dos vértices apontados para baixo. – expliquei.
- E o livro de feitiços da lua? – perguntou pegando o
livro e antes que pudesse arranca-lo de sua mão, ele abriu e o folheou. – E
você escreveu nele. Fez anotações... – e eu arranquei-o de sua mão. – Até
parece que você pratica o wiccanismo. – comentou sorrindo.
- Você não veio aqui para isso. – respondi talvez um
pouco grossa. – Tudo bem... – comentei comigo mesma colocando o livro no lugar
e prendendo meu cabelo em um coque alto. – Tira o tênis e deita na cama. –
mandei tirando minha camisa de flanela e ficando descalça.
- Como assim deitar na sua cama? O que você vai fazer? –
- Você disse que confia a sua vida em mim... –
- E confio, quando você diz o que vai fazer... – e eu me
aproximei dele colocando as mãos em seus ombros e ficando um pouco na ponta dos
pés e eu uni meus lábios aos dele.
- Relaxa. Confia em mim e faz o que eu mandei. – e dando
outro beijo em seus lábios me afastei até a bancada com os cristais.
- Tudo bem... – respirou fundo. – Tirar os tênis e deitar
na cama? –
- Isso. –
- Vestido? – e eu o encarei.
- É Edward. Vestido. – e ele assentiu. – Abre apenas a
camisa. – e ele me encarou levemente assustado. – Não vou abusar de você. – e
eu continuava a encarar minha bancada de cristais. – Como você explicaria a sua
dor de cabeça? Estresse ou tensão... –
- Acredito que um pouco dos dois. – e eu peguei meus
lápis-lazúlis e me virei. Edward já estava deitado na cama sem camisa.
- Vai fazer o que? Deitar aqui comigo? –
- Depois. – eu tirei deixei-o com apenas um travesseiro.
– Eu vou colocar uma coisa em volta da sua cabeça e não é para você se mexer
mais. Ouviu? – e ele abriu a boca. – E eu não vou falar o que estou fazendo.
Vai ter que confiar em mim. –
- Tudo bem. – eu posicionei os cristais em volta de sua
cabeça. Após ajeita-los, caminhei até a janela, fechando a mesma e fechando as
cortinas. Eu fechei todas as frestas do quarto, para deixa-lo o mais escuro
possível e ascendi minha vela, que Edward havia comentado agora a pouco. – Eu
vou pegar uma coisa ali em baixo e já volto. –
- Tudo bem. – disse sem se mexer e eu desci as escadas.
Corri até o quintal dos fundos, até um canteiro com
lavandas e cortei alguns ramos e logo em seguida para o canteiro com hortelãs,
pegando algumas folhas de hortelã-pimenta, e corri para a cozinha. Eu uma
tigela de vidro funda, fiz uma compressa fria com a hortelã-pimenta e a lavanda
e pegando um pano limpo subi as escadas, colocando a tigela na mesinha ao lado
da cama. Ele não havia se mexido, mas tentava ver, o máximo que podia, do que
eu fazia. Pegando o pano dentro da água, torci o máximo e coloquei em sua
testa.
- Agora você vai ficar ai quietinho, sem se mexer e tente
não pensar em nada ruim. –
- Eu sei que você não quer me contar o que está
fazendo... Mas pode me dizer o motivo? –
- Acabar com a sua dor de cabeça. – respondi. – Agora
quietinho. – e eu lhe dei um beijo rápido levantando da cama.
Edward ficou tão quieto que eu achei que ele tivesse
dormindo, principalmente depois que ele fechou os olhos. Ele só abria os olhos
quando eu ia trocar as compressas, quando ela chegava a temperatura de seu
corpo. Eu troquei a compressa cerca de cinco vezes e na última eu tirei os
cristais, colocando-as dentro da água de hortelã-pimenta com lavanda, para
lava-las e coloca-las ao sol depois. E Edward abriu os olhos novamente.
- Como se sente? – perguntei ao voltar para perto da cama
com uma ametista lapidada em mãos.
- Ela está mais fraca, mas ainda incomoda... –
- Ela vai sumir. – respondi sentando em seu colo, com uma
perna de cada lado do seu quadril.
- Ahn... Bella, o que está fazendo? – e eu segurei seu
queixo fazendo-o me encarar.
- Quietinho. Olhos fechados. Sem falar nada. –
- Tudo bem. Se você me der um beijo... – e eu sorri e uni
nossos lábios em um beijo rápido.
- Segure-a com a sua mão esquerda. – e ele segurou. – Eu
não vou lhe machucar. – garanti.
- Eu confio em você. – disse simplesmente e eu sorri e
por impulso lhe dei outro beijo.
- Agora quietinho e fecha os olhos. – eu peguei uma
mistura de óleo carreador de girassol, com uma pitadinha de pó do banimento e
três gotas de manjerona e melei minhas mãos e coloquei as mãos em sua nuca
melando-a um pouco e puxando para seu pescoço.
Eu fazia uma massagem vinda de sua nuca até a altura das
vértebras dorsais T5 e T8 e subia de novo para a sua nuca, pressionando nos
pontos certos. Eu refazia o trajeto até todo o olho se impregnar em seu corpo e
minha mão estar quase sem nenhum resquício dele. Melei mais um pouco minha mão,
principalmente meus dedos e pressionei os dedos em sua nuca e subi até as suas
têmporas e enquanto pressionava levemente os dedos em suas têmporas e fazia
movimentos circulares com os polegares em sua testa.
E eu podia sentir a magia começando a surgir. Uma luz
azulada saia do chão e ia subindo conforme subia lentamente pela minha cama até
a cabeça de Edward. Fechei os olhos enquanto sentia a magia fluir e recitei em
voz baixa para que ele não ouvisse, mas alta o suficiente para fazer efeito.
- Luz da cura, luz
da vida, cure este corpo, até a ferida. – eu recitei e conforme sentia a
luz azulada alcançando a cabeça de Edward
eu intensificava os movimentos circulares em sua testa, que era para
onde a luz deveria migrar e repetia a frase. - Luz da cura, luz da vida, cure este corpo, até a ferida. – eu
repeti e abri os olhos vendo sua cabeça cheia de luz e ouvi um suspiro de
alivio vindo de Edward e eu sorri amplamente e terminei o feitiço. – Que assim seja e que assim se faça. – e
a luz se infiltrou em sua cabeça, sumindo e Edward abriu os olhos, mesmo sem eu
ter mandando. – Como se sente? – perguntei.
- Como você fez isso? – perguntou.
- Não importa. – dei de ombros. – Apenas que você está
melhor. – respondi.
- Você é simplesmente incrível. Parece até uma bruxa. – e
eu engoli em seco. – Isso se houver bruxas lindas assim iguais a você. – e eu
sorri de lado.
- Você é um amor. - respondi e sai de cima dele, me
sentando ao seu lado.
- E eu amo você, já disse. –
- E eu já disse que é melhor você deixar isso para lá e
se interessar por outra pessoa. –
- Não posso fazer nada se o meu coração escolheu você. O
que eu posso fazer? Brigar com ele? – perguntou me encarando. – Prefiro lutar
com ele, ou seja, eu e ele vamos lutar por você. – disse levando a mão até a
minha nuca e puxou com delicadeza meu rosto para perto do dele. – Até meu
coração parar de bater. Até o fim. –
- Acho que está na hora de você ir... – disse antes que
ele pudesse me beijar. – Amanhã vamos combinar no almoço como vamos fazer nosso
trabalho. Nós temos que... –
- Eu ouvi. Eu sei o que temos que fazer... – e ele soltou
minha nuca e se sentou na cama. – Eu vou perguntar a minha mãe se tem algo de
algum antepassado dessa época. Se ela disser que tem, amanhã depois da escola
podemos ir lá olhar e escolher. –
- Tido bem, e no dia seguinte procuramos aqui em casa e
depois vamos fazer as pesquisas pela rua. – disse sorrindo e eu suspirei. – Vou
ver Alice e te deixar sozinho para se vestir. – ele assentiu e eu me levantei
da cama e sai do quarto, fechando a porta.
Eu caminhei até o quarto de Alice e ela não estava mais
lá. Desci as escadas e a encontrei na sala assistindo televisão e lhe dei um
beijo. Eu perguntei se ela queria comer e ela negou. Já eram quase sete horas e
minha mãe ainda não havia chegado. Eu fui até o jardim dos fundos e peguei
alguns ramos de verbena no jardim de minha mãe e segui para a cozinha
colocando-as dentro de um saquinho transparente e fechando com um nó.
Enquanto eu esperava Edward descer, eu pegava algumas
coisas para fazer ou adiantar o jantar. Mamãe era sempre assim, sempre antes de
sair de casa ela já separava o que faria no jantar. Ouvi passos na escada e
logo em seguida Edward falando com Alice. Eu cheguei a sala com o saquinho em
mãos e vi Alice no colo de Edward e ele brincando com ela. Claro que ainda era
muito cedo para falar isso, Edward tinha apenas 18 anos, mas mesmo assim eu
sentia que ele seria um ótimo pai, mas um bom motivo para eu não poder fazer
com ele o que minha mãe queria que eu fizesse.
- Eu vejo você amanhã baixinha. – e ele a colocou no sofá
de novo quando o programa que ela assistia voltava do intervalo. – E você minha
bruxinha... – ele disse baixo.
- Não me chame assim. – pedi e ele sorriu. – Tome. – e eu
entreguei o saquinho a ele.
- Obrigado... E o que é isso? –
- Verbena... – respondi e ele me encarou. – Caso a dor de
cabeça volte, que eu acho que não vai voltar. Você ferve água e joga os ramos,
lavados em água fria e corrente, e deixa em infusão por dez minutos. Côa, adoce
se preferir e bebe. Em menos de dez minutos a dor some. –
- Eu disse que você é uma bruxinha... Uma bruxinha linda.
–
- Eu sei apenas o básico sobre herbalismo. – menti e eu
ouvi uma buzina do lado de fora.
- Meu pai chegou. Eu liguei para ele e pedi para vir me
buscar. –
- Eu te deixo na porta. – respondi e abri a mesma e nós
saímos.
- Olá Bella. – Carlisle gritou do meio fio.
- Olá Dr. Cullen. – gritei de volta.
- Te vejo amanhã? –
- Com certeza. – respondi e ele levou a mão até a minha
nuca e a cabeça até o meu cabelo, inalando profundamente o cheiro do meu
cabelo. – Eu amo o cheiro do seu cabelo. – e ele inalou de novo.
- É lavanda. – respondi.
- Eu amo lavanda. – e ele me deu um beijo demorado na
bochecha. – Até amanhã Bella... – e ele se afastou e eu o puxei pela mão.
- Pode me fazer um favor? – ele assentiu. – Não conte a
ninguém o que aconteceu no meu quarto hoje. –
- Pode deixar. – e eu lhe dei um beijo rápido e ele desceu
os pequenos degraus e seguiu para o carro do pai.
Antes de entrar, ele se virou e acenou para mim e eu
acenei para ele. Edward entrou no carro e Carlisle buzinou e eu acenei para ele
também e eles se afastaram. Quando eles viraram a esquina eu entrei em casa e
segui para a cozinha para adiantar o jantar, que amanhã seria um longo e novo
dia.
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