Capitulo 1: Ugly
Musica: Ugly - Bon Jovi
Pov. Edward.
Três anos atrás.
Estava sentado em uma cafeteria, com uma xícara fumegante de café expresso na minha frente, estava com um lápis e meu caderno de musicas a minha frente. Alice, minha irmã, ficou meio deprimida depois que seu antigo namorado Jared, tinha a traído e depois terminado com ela. Ela passou a dizer que ele terminou com ela porque ela era gorda e feia. Mas Alice não era gorda, muito menos feia. Alice era linda, baixinha, olhos azuis iguais ao de minha madrasta Esme, cabelos negros, curtos, na altura dos ombros, e todo repicado e espalhado. Emmett, nosso amigo, que com quatro anos, quando seus pais morreram em um terrível acidente de carro, meus pais o adotou, se tornando assim nosso irmão, disse que quebrou a cara de Jared, depois que soube, já que eu não podia fazer nada por causa da minha imagem. Então aqui estou eu, tentando compor uma musica para tentar anima-la, já que nenhuma conversa ou conselho havia adiantado.
– "If you're ugly, I'm ugly too/ in your eyes the sky's a different blue... (Se você é feia, eu sou feio também, em seus olhos o céu tem um azul diferente.) “- estava tamborilando com o lápis na mesa tentando criar uma melodia. O nome eu já sabia, seria Ugly, sim feia, mas eu não a estava chamando de feia. A musica podia ter esse nome mais iria dizer outra coisa.
Continuava tamborilando o lápis por falta de criatividade. De uns tempos pra cá ficou mais difícil de compor e meu produtor e empresário, Marcus Volturi, já até tinha sugerido que eu fumasse alguma coisa pra poder ter inspiração, mas eu fui totalmente contra e disse que se continuasse com essa historia mudaria de produtor.
Estava encarando a porta e tamborilando o lápis e repetindo o mesmo verso. "If you're ugly, I'm ugly too/ in your eyes the sky's a different blue...”. Quando eu a vi entrando na cafeteria com mais duas pessoas. Uma loura e outro louro. Ela era linda, perfeita, por assim dizer, baixinha, talvez poucos centímetros a mais que Alice, morena, magra mais nem tanto, um par de seios, não muito grandes nem muito pequenos, perfeitos pra mim, caberiam perfeitamente em minhas mãos. E aquelas blusas sociais amarela com os primeiros botões abertos os deixavam bem a mostra. Seu quadril estava bem evidente naquela saia roxa, seu rosto era o rosto mais lindo que já vi, lábios carnudos, nariz pequenininho, olhos azuis, azuis como o mar e eu adoraria me afogar naquele belo mar. Sua risada era muito gostosa de se ouvir e suas bochechas ganhavam um tom mais avermelhado, por algo que a garota loira falava pra ela, se fosse possível ficava ainda mais bonita quando corava.
Eles pediram três cappuccinos e saíram, eu rapidamente juntei minhas coisas, joguei o dinheiro em cima da mesa e sai correndo. Só que, infelizmente, a perdi no mar de gente que tinha no Central Park. Voltei pra casa com uma louca vontade de compor. Pelo visto encontrei novamente minha antiga amiga, a inspiração e junto com ela minha Musa. Fui pra casa feliz e isso não passou despercebido por meus pais, Alice e Emmett.
– Ei... Senhor Apaixonado, quem é a da vez? Tanya de novo? - quis saber Emmett.
– Se for essa vadia de novo, eu te castro. - falou Alice desde que terminou com o namorado, ela só vivia de mal humor.
– Não tenho nada a declarar. - subi pro quarto, fechando a porta.
Alice era um caso complicado. Desde que tinha dez anos ela vivia de dieta, porque um filho da puta de colega de classe dela havia dito que nenhum garoto iria querer saber dela porque ela era gorda demais. E é claro que eu, que sou apenas cinco anos mais velha que ela, quebrei o nariz desse infeliz.
Flasback on
Eu havia dado um soco no nariz de Alec enquanto, Emmett segura o moleque, prendendo os braços dele.
– Se você dirigir a palavra a minha irmã de novo, ou inventar fofocas sobre ela, eu vou fazer mais do que quebrar seu nariz, entendeu? - perguntei o ameaçando. - Ótimo. Emmett pode solta-lo. - Emmett o soltou e ele saiu correndo com a mão no nariz, sangrando e foi correndo a sala do diretor.
Em menos de quinze minutos eu e Emmett estávamos sentados na sala do diretor, com nossos pais ao lado. O Emmett sempre foi meu amigo e seus pais amigos dos meus. Após a morte do Sr. e Sra. McCarty morreram meus pais adotaram o Emmett, nós tínhamos quatro anos na época.
– Espero que entendam que não irei tolerar mais essas brigas, ouviram? - perguntou o diretor a nós dois.
– Sim senhor. - respondemos juntos e abaixamos a cabeça.
– Vocês são dois meninos de treze anos, entrando na adolescência e não dois animais que ficam batendo um nos outros. Isso aqui é uma escola e não um ringue de boxe. Agora saiam que quero falar com seus pais. -
Saímos da sala deixando nossos pais lá com o diretor, nos sentamos nas cadeiras que tinham ali na secretaria e esperamos. Em alguns minutos nossos pais saíram enfurecidos e nos levaram pra casa, e sem dizer uma única palavra pelo caminho.
– Sentem-se. - disse papai, quando chegamos a casa. - Eu sei que o que vocês fizeram foi pra defender a irmã de vocês. Só mesmo assim, vocês não deviam ter feito isso. -
– Mas pai... -
– Não terminei. -
– Desculpe. -
– Eu vou tirar vocês daquela escola, os três. -
– Mas pai, o senhor não pode nos tirar de lá, só por esse motivo. - tentei dizer, ele apenas levantou a mão.
– Não é só por causa desse incidente. Nós vamos nos mudar para New York, recebi uma oferta de emprego em um hospital de lá e eu e sua mãe conversamos e achamos melhor irmos. -
– Tudo bem. - eu e Emmett falamos ao mesmo tempo.
– Ótimo... Vão para os seus quartos e comecem a empacotar suas coisas. -
Eu e meu irmão nos levantamos e subimos pro quarto para começar a empacotar tudo. Entrei no meu quarto e peguei, embaixo da cama, a minha mala. Coloquei-a aberta em cima da minha cama e comecei a tirar minhas roupas do meu armário e das minhas gavetas e coloca-las dobradas.
– Posso entrar? - perguntou minha mãe parada na porta com umas caixas nas mãos.
– Claro, mãe. - ela entrou e colocou as caixas no chão. Olhei e percebi que dentro delas havia varias folhas de jornal.
– Bom filho, coloque nessas caixas as suas coisas de quebrar. E escreva o que são e de quem são. - falou tirando uma caneta do bolso e colocando na cama ao meu lado. - Eu sei que está triste por ir embora, mas vai gostar de N.Y. -
– Eu sei mãe. - falei.
– Bom, vou deixar você arrumar suas coisas. - ela disse me dando um beijo na bochecha e saindo do quarto. Peguei os jornais e embrulhei minhas coisas de quebrar ou amassar e as guardei nas caixas.
Flashback off.
Cheguei ao quarto e joguei minhas coisas na minha escrivaninha, não via a hora de poder ir pro meu apartamento novo, falta apenas uma semana. Peguei meu violão no armário, sentei-me em minha cama e comecei a tocar, conseguindo por fim achar a melodia perfeita pra musica de Alice.
“If you're ugly, I'm ugly too
(Se você é feia, eu sou feio também)
In your eyes the sky's a different blue
(Em seus olhos o céu tem um azul diferente)
If you could see yourself like others do
(Se você pudesse se ver como os outros vêem)
You'd wish you were as beautiful as you, Yeah
(Você desejaria ser tão bonita como você é)”
O resto das rimas começaram a sair com mais naturalidade, não sei se porque o que eu estou cantando é verdade ou porque eu encontrei minha musa.
“And I wish I was a camera sometimes
(Eu gostaria de ser uma câmera às vezes)
So I could take your picture with my mind
(Assim, eu poderia tirar sua foto com minha mente)
I’d put it in a frame for you to see
(Colocá-la em uma moldura para você ver)
How beautiful you really are to me
(O quanto você é bonita para mim)”
Tinha certeza que a musica fluía com mais naturalidade por causa de Alice, já que a musica era para ela.
“Ugly, Ugly, all of us
(Feio, feio todos nós)
Just feel like that somedays
(Nos sentimos assim alguns dias)
Ain't no rainbow in the sky
(Não tem arco-iris no céu)
When you feel U.G.L.Y
(Quando você se sente F.E.I.O)
And that's Ugly
(E isso é feio)
Yeah, Yeah, Yeah
Yeah. Yeah, Yeah”
Escrevi o refrão da musica e não pude evitar um sorriso, Alice provavelmente iria me matar quando ouvisse...
“Ugly, Ugly, all of us
(Feio, feio todos nós)
Just feel like that somedays
(Nos sentimos assim alguns dias)
Ain't no rainbow in the sky
(Não tem arco-iris no céu)
When you feel U.G.L.Y
(Quando você se sente F.E.I.O)
And that's Ugly, Ugly, all of us
E isso é feio, feio, todos nós
Just feel like that somedays
(Nos sentimos assim às vezes)
Ain't no cure that you can buy
(Não há cura que se possa comprar)
When you feel U.G.L.Y
(Quando você se sente F.E.I.O)
And that's Ugly
(E isso é feio)”
Eu estava achando que a musica estava ficando boa, e torcia os dedos pra Alice gostar.
“So if you're ugly, I'm ugly too
(Então, se você é feia, eu sou feio também)
If you're a nut then I must be a screw
(Se você é um porca, então eu devo ser um parafuso)
If you could see yourself the way I do
(Se você pudesse se ver da maneira que eu vejo)
You'd wish you were as beautiful as you
(Você desejaria ser tão bonita como você é)
Yeah,
I wish I was as beautiful as you
(Eu queria ser bonito como você é)”
Terminei a musica, a li e toquei mais umas duas vezes pra ter certeza que estava bom, e eu estava muito satisfeito com ela, eu sentia que coloquei muitas verdades ali e disse tudo o que sentia. Depois de ter lido pela terceira vez comecei a gargalhar, Alice iria me esganar quando eu amostrasse essa musica pra ela, ou quando tocasse em algum radio ou show.
Emmett apareceu no meu quarto, bem quando eu consegui controlar minha crise de risos, e falou pra que eu descesse porque eles haviam pedido uma pizza, ele saiu e eu olhei pro meu relógio. 19:30h, Senhor eu estou aqui a duas horas.
Guardei meu violão e meu caderno de musica, fui pro banheiro e tomei um banho morno, terminei meu banho e me sequei, enrolei a tolha em minha cintura e voltei pro quarto, encontrando a Alice sentada em minha cama.
– O que quer baixinha? – perguntei indo até meu armário e pegando uma cueca.
– Quero te fazer uma pergunta. – falou baixinho.
– Faça. – vesti a cueca e coloquei uma calça de moletom e uma blusa branca de alça, e calcei meus chinelos.
– Sabe, quando você for se mudar pro seu novo apartamento, será que eu... Será que você poderia me levar junto? – parei onde estava e olhei pra ela.
– Não. – falei indo colocar a toalha pra lavar.
– Por que não? – falou me seguindo até o banheiro.
– Porque eu disse não. Você ainda está estudando. – respondi passando os dedos pelos meus cabelos, tentando dar, em vão, um jeito.
– E dai? –
– E dai que eu não vou ficar limpando as suas bagunças igual à mamãe. – era quase maldade, Alice fazia uma bagunça de outro mundo, quando fazia algum trabalho da faculdade. E quem limpava? Dona Esme.
– Se eu prometer que limpo você deixa? –
– Vou pensar Alice. –
– Ah, eu te amo Edward. – falou me dando um beijo e saindo do quarto.
Revirei os olhos e sai do quarto descendo as escadas, encontrei minha família sentada à mesa da cozinha me esperando. Me sentei ao lado de Emmett, papai abriu a pizza e eu servi a Coca-Cola. Peguei uma fatia de pizza de calabresa e comecei a comer.
Nós comemos conversando, o que já era de costume. Papai contou como foi seu dia no hospital, Emmett sobre seu consultório de psicologia, Alice sobre a faculdade, mamãe sobre o que fez em casa e foi chamada pra decorar um escritório de uma empresa que não me lembrava do nome e eu sobre a musica.
Terminamos de comer e Alice tirou a mesa e eu lavei os copos, minha mãe fez dois baldes enormes de pipoca e fomos pra sala, assistir ao filme que estava passando na TV: O Retorno da Múmia.
– Trabalhar como Arqueólogo deve ser legal. –
– Emmett, você sabe que não dá pra despertar uma múmia não sabe? – perguntei.
– Eu sei. – ele disse com um beicinho se formando nos lábios, fazendo todos nós rirmos.
– Por que eu não conheço nenhum Arqueólogo? – Alice perguntou pegando um punhado de pipoca.
– Existem poucos, Eu tenho um amigo Arqueólogo, que tem até uma empresa. – meu pai disse.
– Quem amor? – minha mãe se pronunciou.
– Charlie Swan. – minha mãe parou e pensou um pouco.
– O marido da Renné? –
– Ele mesmo. Tem tanto tempo que não o vejo. Amanhã vou entrar em contando com ele. – meu pai disse encerrando a conversa e voltando os olhos pro filme.
– Pessoal vou dormir. – falei quando estava no meio do filme e eu estava já cheio de sono.
– Vai não Edinho. – Emmett disse, porra eu odeio quando me chamam assim. – Fica ai e assiste ao resto do filme. – olhei pro meu irmão, ele simplesmente não piscava, comia a pipoca e olhava atentamente pra cena onde Imhotep fazia uma onda ir atrás do balão onde estavam os pais do Alex.
– Amanhã você me conta o final. – falei mesmo já sabendo o final do filme. – Boa noite. – dei um beijo na Alice e na mamãe e subi. Fui ao banheiro, escovei os dentes e fui pra cama, pegando logo no sono e sonhando com a mulher que vi mais cedo.
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