Pov. Edward.
Hoje o dia no hospital não foi tão
tranquilo conforme eu havia pensado, logo cedo, mal cheguei ao hospital e já
tive uma operação para fazer, Jacob pediu ajuda um dos meus internos para o Esquadrão Vagina, como Tyler batizou,
Alice quis ir com ele, era um parto de trigêmeas, e ela sempre quis assistir ou
participar de um parto. Pedi para Jessica ajudar na ortopedia e Tyler e Mike
para a emergência e ficar lá até eu voltar a chama-los ou até que algum medico pedisse
ajuda.
A operação foi caótica, eu conhecia muito
bem aquele paciente, eu cuidava dele há muito tempo, ele tinha um tumor no
cérebro, operável, mas era perigoso, já que ele se encontrava no estágio três e
ele queria tentar a cirurgia. 15 horas de cirurgia. Eu estava exausto quando
deixei o hospital, meu pai havia ligado para Kebi e pedido para que ela
dormisse com as meninas porque devido à cirurgia eu não tinha hora pra voltar,
mas assim que ela terminou, eu não queria ir para casa, eu me sentia mal de
mais para ir para lá, então eu dirigi para o único lugar possível.
- Edward? – Isabella abriu a porta do seu
apartamento. – Que cara é essa? O que houve? –
- Posso entrar? –
- Claro. – ela me deu passagem e eu entrei
enquanto ela fechava a porta atrás de mim.
- Me... Perdoe-me por vir aqui quase 2h da
manhã, mas eu não sabia o que fazer. – falei me sentando no sofá dela e joguei
as chaves em cima da mesinha de centro.
- O que houve? –
- Dia cheio. – disse simplesmente.
- O que aconteceu? – perguntou se sentando
ao meu lado.
- Perdi um paciente. Nem era mais
praticamente um paciente, de tantos anos cuidando dele, ele praticamente virou
um amigo. Eu o deixei morrer. –
- Não diz isso. –
- É a verdade. –
- Por que acha que você o deixou morrer? –
- Ele estava no estagio três de um tumor
no lóbulo frontal, e quis operar. 15 malditas horas para ele morrer devido à
merda de uma parada cardíaca. –
- Ele sabia dos riscos? –
- Sabia. –
- Então você não teve culpa. –
- Mas eu me sinto mal. –
- Quando você entrou para a medicina já
entrou sabendo que iria perder pacientes. Você já entrou sabendo que salvaria
muitas vidas, mas que também perderia muitas. Meus pais sempre falavam para não se apegar. –
- Todo mundo fala isso, mas na hora... –
senti um cafuné discreto em meus cabelos e quando dei por mim, percebi que era
Bella fazendo cafuné.
- Disse que estava às 15h em uma cirurgia?
– assenti. – Quer comer alguma coisa? –
- Não. Vou para casa, está tarde e eu nem
deveria ter vindo para cá. – falei me levantando e antes que eu pudesse pegar
as chaves, Bella pegou primeiro. – Me dá as chaves, por favor. –
- Nem pensar. Você está cansado, triste
não vai dirigir. Depois acontece um acidente e eu vou me sentir mal. –
- Eu dirijo muito bem. –
- Mas está a mais de 15 horas acordado,
trabalhando, não vou te deixar dirigir. – ela se levantou. – Se quiser ir
embora, vá a pé ou de táxi, mas dirigindo você não vai. – ela seguiu até o que
eu acho ser seu quarto e eu realmente fiquei tentado a ir a pé ou de táxi, mas
ela voltou do quarto e se encostou ao batente da porta e ficou me encarando,
como que se esperasse pelo que eu faria.
- Onde é o banheiro? – ela apontou para a
porta atrás de si e eu entrei nela. – Aqui é o seu quarto. – falei ao ver a
cama no meio do cômodo escuro. – Segunda porta a direita. – ela disse e eu
segui para lá, liguei a luz do banheiro e por um pequeno instante quase dei um
pulo me assustando com o lugar.
O banheiro era todo branco com vários
detalhes rosa claro. O chão era branco e bem limpo, já que assim que eu acendi
a luz, ele refletiu quase me chegando. E além de ser muito branco e rosa ele
era bem grande, uma pequena penteadeira perto de uma pequena janela com cortina
rosa, e um pequeno armário com toalhas ao lado, de frente para a porta que eu
havia entrado. Ao meu lado esquerdo tinha uma banheira debaixo de um arco na
parede, com dois candelabros antigos na parede, e um gancho com um roupão rosa
pendurado e de frente para ela uma pia com dois pequenos vasos de flores e um
grande espelho retangular e com mais dois candelabros ao lado dele e ao meu
lado esquerdo tinha um pequeno box retangular com portas de vidro e notei uma
pequena porta perto da banheira, provavelmente onde ficava a privada. Caminhei
até a pia e abri a torneira e molhei meu rosto umas duas vezes e me olhei no
espelho, eu estava realmente cansado, com olheiras fundas, só faltava à barba
para parecer um maníaco. Deixei o banheiro e Bella me esperava sentava na cama
mexendo no celular. Céus o que essa pessoa estava fazendo no celular às 2h da
manhã?
- Pra você. – ela largou o celular a me
ver na porta do banheiro e me entregou uma xícara cinza, pelo menos não era
rosa.
- O que isso? – perguntei tentando ver o
que tinha dentro, mas como o quarto estava iluminado apenas pela luz do poste
da rua e por um pequeno abajur que tinha a luz fraca ao lado da cama não deu
para ver direito.
- Só cala a boca e bebe. Não estou te
drogando e nem nada do tipo. – ordenou voltando a se sentar na cama, só que
dessa vez no meio da mesma e eu bebi fechando a cara. Chá de camomila. – Que
foi? Tá fraco? –
- Tá quente. – expliquei o motivo da minha
cara fechada.
- Que bom, porque chá de camomila gelado é
ruim. Senta aqui um pouquinho. – deu uma batidinha na cama ao seu lado. – Pelo
menos até acabar de beber o chá. – me sentei ao lado dela, e a cama dela era
bem macia, eu acho que bem mais macia que a minha.
Enquanto eu terminava meu chá, perguntei
como havia sido o dia dela, para tentar espantar a memoria de que mais um
paciente havia morrido em minhas mãos e que eu não pude evitar. E para a minha
felicidade Bella respondeu, ela não parecia incomodada com o fato de eu ter
praticamente invadido a casa dela às 2h da manha e nem de tê-la acordado mais
uma vez. Eu não sabia se era a luz fraca do quarto, ou o colchão muito macio, o
cansaço de 15h de cirurgia ou o chá de camomila que havia feito efeito, eu
simplesmente não sabia o que era eu só sabia que havia apagado.
X...
X... X...
Acordei no dia seguinte com o sol
queimando meu rosto, cocei os olhos e os abri, estancando imediatamente ao ver
um enorme lustre pendurado no teto, eu não tinha um lustre no teto do meu
quarto, e nem uma cama muito macia assim. Onde é que eu estava? Sentei-me na
cama tentando me orientar e olhei em volta.
O quarto grande, com piso de madeira
claro, paredes meio acinzentadas e teto de madeira, duas pequenas janelas ao
lado da cama, e duas pequenas mesas de cabeceira ao lado da cama e uma pequena
poltrona perto dela, não era do meu quarto. E muito menos a penteadeira em
frente à cama, com um espelho redondo pequeno e outro grande, retangular, em
pé, encostado na parede ao lado, com algumas luzes em volta e algumas caixas no
chão e algumas bolsas da Victoria’s
Secrets com algumas tulipas cor de rosa dentro, não era o meu quarto. Vi um
porta retrato ao lado da cama e resolvi pega-lo para tentar me localizar. Era
uma foto da Bella, com duas pessoas ao lado, provavelmente seus pais. A é me
lembrei, eu sai do hospital e vim para a casa da Bella, tinha me esquecido
disso.
Levantei da cama e sai do quarto, a cama
estava vazia então Bella já havia acordado, assim que abri a porta do quarto e
o deixei ouvi uma musica tocando baixinha, se eu não me enganava era My Life Would Suck Without You,
da Kelly Clarkson, e não,
eu não ouvia Kelly Clarkson, mais Alice sim, e sempre que saímos juntos ela
ficava cantando essas benditas musicas. Segui o som da musica e conforme fui me
aproximando de onde o som vinha eu sentia um cheirinho waffles, e eu fui seguindo o cheiro e acabei chegando à cozinha.
A cozinha era um amplo espaço, de bobear o
maior do apartamento. Piso de madeira escura e parede escuras, quase cobertas
completamente por armários brancos, no meio dela uma pequena ilha com a
construção de madeira escura e o balcão de mármore branco com uma pia no meio,
e na frente dela era feito um banco com varias almofadas cinza e uma mesa
redonda com mais duas cadeiras pretas perto dela.
- Bom dia. – a voz de Bella me chamou a
atenção.
Ela estava do outro lado da cozinha, perto
da geladeira, de frente para mim. E ela ainda estava de pijamas, quer dizer,
ela estava com aquela roupa ontem? O pijama dela era no mínimo... Fofo. Uma
camisa branca, um pouco larga, com o desenho de uma enorme xícara branca de
café escrito Coffee is my Lover, com
um coração no lugar do O em Lover, e com algumas corações saindo do
café como se fosse a fumaça, e um short rosa com varias xícaras pequenas de
café. Ela estava com aquela roupa ontem? Nem havia percebido.
- Bom dia. – falei. – Acabei dormindo na
sua cama e você nem para me acordar para me mandar sair de lá, né? –
- Queria dormir onde? – ela se aproximou
de mim com uma enorme xicara de café fumegante em mãos.
- No sofá?! Obrigado. -
- Ia acordar todo miúdo, já dormi lá uma
vez, fiquei com dor na coluna por uma semana. E além do que, você praticamente
deitou na minha cama e desmaiou. Sem exagero. – ela disse pegando outra xicara
em cima da mesa.
- Você gosta de rosa em... – falei me
lembrando do banheiro e da roupa dela e ela deu de ombros.
- Sou uma menina. – ela me disse e eu
quase me engasguei com o café, já que ela começou a rir. – E por falar em
menina... Se eu fosse você, eu ligaria para a Alice, que se eu não me engano
você disse que era sua irmã. Ela já te ligou umas vinte vezes. –
- Depois falo com ela. É melhor eu ir
embora, já te atrapalhei demais. – falei e ela revirou os olhos bebendo um gole
do café.
- Primeiro você não atrapalha e segundo
você vai tomar café, não fiz waffles a toa. Pra dizer a verdade eu sempre faço
para mim, mas se eu comer todos eles eu vou virar uma bola. –
- Você sempre fala tudo que vem a cabeça?
–
- Infelizmente sim, e para piorar, costumo
fazer tudo que vem a cabeça. Agora senta a bunda e come. – ordenou e eu comecei
a rir, parecia até a minha irmã querendo dar ordens em mim. Uma coisinha de
meio metro dando ordens a uma coisa de quase dois metros, mas eu estava com
fome, não havia comido nada ontem, quer dizer, apenas o café da manhã e depois
mais nada. Sentei-me a mesa no meio estante que ela havia colocado o prato com
waffles na mesa e se sentou, com uma perna dobrada em cima do banco e a outra
arqueada, com o pé em cima do banco.
- Sabia que sentar assim faz mal quando se
come? – ela revirou os olhos, mas abaixou a perna, sentando na posição de
lótus, melhor do que ter a perna pressionando a barriga enquanto come. Bella
pegou um dos waffles e o pote de nutela e derramou mais da metade em cima dela.
– Não me surpreende em você virar uma bola, além de comer waffles que já tem
calda, você ainda joga meio pote de nutela. Como você é tão magra? –
- Eu enfio o dedo na goela e vomito. –
falou chupando o dedão que tinha se sujado de nutela e eu olhei feio para ela.
– É brincadeira. – relaxei. - Céus, você é pior que meu pai. – reclamou. – E eu
faço exercícios sempre que posso, e além do que, eu como feito sei lá o que e
não engordo. – explicou e cortou um pedaço enorme do waffles com nutela e
enfiou na boca.
Sorri, era impossível não sorrir com essa
louca por perto. Acho que o acidente de carro que sofreu há uns anos danificou
o cérebro dela. Tratei de sossegar também e comer, depois de termos terminado
de comer, praticamente enchi a paciência dela para que pudesse limpar a cozinha
enquanto ela se arrumava para o trabalho. Depois de ter terminado, bati na
porta do quarto dela, eu precisava muito usar o banheiro, estava bem apertado,
ela disse que eu podia entrar, entrei no quarto e ela não estava nele e nem no
banheiro, ou tem outra porta para outro lugar ou não sei.
Dentro do banheiro, achei uma escova de
dente, nova, ainda na embalagem em cima da pia, estava obvio que ela estava ali
para que eu a usasse. Fiz minhas necessidades e escovei os dentes e deixei o
banheiro, Bella estava de frente para a penteadeira, penteando o cabelo e tinha
uma porta, ao lado da penteadeira, a qual eu não havia notado antes, a porta
estava aberta então dava para perceber que era o armário dela. Além de comer e não engordar essa garota fica a cada vez que
eu a vejo mais linda, e eu nem sei se isso é possível. Ela usava uma calça
jeans escura justa, que realçava muito bem seu quadril, uma blusa branca de
botões com os primeiros abertos, onde dava para perceber um pedaço de seu
sutiã, um colar branco com alguns detalhes amarelos.
- Gostou da minha bunda? – perguntou
tirando minha atenção da roupa dela. Percebi que ela tinha parado de pentear o
cabelo e me encarava pelo espelho. Pego no flagra. E como eu disse antes, ela
não era normal.
- Nem estava olhando para ela. Estava
olhando para um ponto qualquer. – tentei disfarçar.
- Sei um ponto qualquer que no caso é a
minha bunda. Limpa a baba Dr. Cullen. – falou terminando de pentear o cabelo.
- Sabe que eu não sei o seu sobrenome. –
tentei mudar de assunto e ela riu, se sentando na cama para calçar seus saltos,
como havia dito antes, não sei como mulheres conseguem andar naquilo.
- Swan. Isabella Swan. – falou se
levantando e pegando a bolsa. – Vamos? –
- Minhas chaves. – a lembrei.
- A é, verdade, tinha até esquecido. – ela
abriu uma gaveta e eu
juro que vi varias calcinhas dentro dela, e ela puxou minhas chaves de lá.
- Você escondeu minhas chaves na sua
gaveta de calcinhas? – perguntei incrédulo.
- Achei que fosse o único lugar que você
não iria procurar. – ela me entregou as chaves rindo. – Fica tranquilo, as
calcinhas estão limpas, e são macias. A maioria é da Victoria’s Secretes, mas eu acho que você não precisava saber disso
não é. –
- Tem toda a razão, não precisava. –
- Como disse antes, eu falo tudo que me
vem à cabeça. –
- Percebe-se. – deixamos o quarto dela, e
seguimos para a sala, ela pegou as chaves dela e o celular em cima da mesinha
de centro e deixamos o apartamento, pegando o elevador para descer. – Me diga
como é que você consegue ficar em cima desse salto o dia inteiro? – perguntei
olhando para seus pés.
- Eu sou baixinha. Ou fico em cima disso
ou ninguém me vê. –
- Você parece ser maior que a minha irmã.
–
- Amém, senhor, achei alguém menor que eu.
– ela falou e eu ri quando as portas do elevador se abriram e seguimos para a
rua, onde nossos carros estavam parados. Ela abriu a porta do carona de seu
carro e jogou a bolsa e o celular lá, ficando apenas com as chaves na mão e
voltou a fecha-la.
- Obrigado. – agradeci. – E me desculpe se
te incomodei. –
- Não incomodou. – deu de ombros sorrindo
e olhou para os lados com o canto dos olhos. – Lembra do que eu disse a pouco
tempo que eu falava tudo que me vinha à cabeça? –
- Lembro. –
- E que eu disse que, além disso, eu fazia
tudo que me vinha à cabeça? –
- Lembro o que tem? – perguntei e ela não
respondeu. Pelo menos não com palavras, para minha completa surpresa, ela me
empurrou devagar contra a lateral do meu carro, colocou a mão na minha nuca e
uniu nossas bocas. Obviamente, fiquei surpreso no inicio, mas meu corpo agiu
sem ouvir minha cabeça e minhas mãos foram parar na sua cintura a apertando com
força e unindo mais o corpo dela contra o meu e passando a língua pelos seus
lábios e tendo eles reabertos, como resposta. Quando o ar se fez necessário, o
beijo se encerrou e ela se afastou um pouco, para minha infelicidade.
- Tenha um bom dia no hospital, Dr.
Cullen. – desejou com as bochechas coradas.
- Você também, Drª. Swan. – mal terminei
de falar e ela uniu nossas bocas mais umas duas vezes, em selinhos rápidos e
depois por fim se afastou de vez, indo para o seu carro. Ela entrou nele, o
ligou e foi embora, respirei fundo e dei a volta no meu, entrando nele e indo
para casa, eu iria para o hospital, mas precisava tomar banho e trocar de roupa
antes.
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