sexta-feira, 1 de março de 2019

Capítulo 005


Pov. Edward.

Um mês se passou, Andie ficou melhor e nenhum dos outros cães ou alguém da minha família estavam contaminados. Faltavam menos de dois meses para o aniversário de minha mãe e nada de Alice ou eu arrumarmos um presente bom para dar a ela. Hoje era dia de folga no hospital e Alice resolveu passar um dia em família, família no caso, eu, ela, meu pai e minha mãe, e o passar dia na família, significa que ela levou minha mãe naquela boutique outra vez.

- Eu disse que voltaria e voltei. – Alice entrou na loja fazendo escândalo. – Tem coisas novas? – ela perguntou para a tal de Rosalie.

- Sim. Muita coisa nova, nem nas araras estão ainda. – Rosalie disse e eu praticamente me joguei na poltrona e meu pai fez o mesmo. Rosalie pegou umas três montanhas de roupa e colocou em cima do balcão de madeira no meio da loja e começou a amostrar as peças novas a minha mãe e Alice. Um tempinho depois ouvi o sininho de cima da porta soando, revelando que alguém havia entrado na loja. – Hey sumida. – virei o rosto e vi que era a Isabella, que usava uma calça branca, um cropped de alça prata, um cardigã perto e saltos brancos. – Está atrasada. -


- Tive que dar uma passadinha no hospital. – disse tirando os óculos de sol. – Boa tarde. – ela disse ao nos ver.

- Por quê? – ela ergueu a mão direita, que pude ver estar enfaixada. – O que houve? –

- Bruce. É o que houve. – ela andou até o balcão e colocou a bolsa do lado de dentro.

- Como assim? – perguntou se aproximando da amiga.

- Ele tinha se machucado, feio, eu estava limpando enquanto o Sam segurava, sei lá o que aconteceu, ele se soltou do Sam e quase engoliu minha mão. Adivinha. –

- O que? –

- 15 pontos. –

- Porra. Agradeça por ele não ter arrancado sua mão. –

- Tá doendo pra cacete. –

- Então não pretende cozinhar hoje? – ela negou. – Beleza, passamos em um restaurante de comida japonesa. Deixa só eu terminar isso aqui. – ela se afastou da amiga enquanto a mesma se sentava em uma cadeira perto da caixa registradora e Rosalie voltava para perto de minha mãe e Alice que estavam com os braços cheios de roupas e as três correram para o provador. Me levantei da poltrona e fui até perto da Isabella.

- Olá Dr. Mal-humorado. – disse quando me aproximei.

- Olá Drª. Isabella. –

- Pelo amor de Deus, pare de me chamar de Isabella, é Bella. –

- Então pare de me chamar de Dr. Mal-humorado, e me chame de Edward. –

- Tudo bem, Edward. –

- E a mão? – perguntei apontando para a mão enfaixada.

- Vou sobreviver. Não é primeira vez que fui mordida e não vai ser a ultima, acredite em mim. –

- Imagino. –

- E Andie?-

- Muito melhor. Sem problemas desde a ultima vez que a levei lá. –

- Fico feliz em ouvir isso. –

- Filho? – ouvi meu pai me chamando, ergui um dedo pedindo para ela esperar e fui para perto de meu pai. – Quem é ela? – perguntou baixo apontando para Bella.

- É a veterinária que cuidou da Andie. Pelo que entendi, ela é amiga da dona dessa loja, a loira, tal de Rosalie e uma das sócias daqui. – expliquei.

- Só isso? - 

- É. – ele revirou os olhos.

- Está fazendo o que eu pedi? – olhei confuso. – Sair com uma mulher. –

- Pai... –

- Lembre-se do que eu disse. Vou te afastar do trabalho. –

- Não começa por favor. – pedi.

- Ela parece ser legal, e ainda é bonita. –

- Quem é bonita, Carlisle? – eu e meu pai demos um pulo ao ouvir a voz da minha mãe, que estava parada de frente para nós com as mãos na cintura.

- Vem cá querida. – ele estendeu a mão e a puxou para o colo dele.

- Comportem-se. – pedi e eles me ignoraram.

- Sabe aquela moça? – meu pai perguntou e apontou para a Isabella.

- O que tem? –

- É ela que eu disse que é bonita. –

- E por que você a achou bonita? – minha mãe perguntou beliscando-o.

- Não para mim, mulher... – ele passou a mão pelo braço. – Para o Edward. Eu falei para ele sair com alguma mulher, porque ele está a uns três anos sozinho, e eu disse que ela era bonita. –

- Ah sim... Isso sim. – minha mãe sorriu. – Chame-a para sair. – disse em tom de autoridade e eu revirei os olhos.

- Rosalie. – Isabella a chamou se levantando da cadeira perto do caixa.

- Que? – ela saiu da parte dos provadores.

- Vou pra casa. Passa lá depois. – falou ajeitando a bolsa no ombro.

- Já? –

- Minha mão está latejando, vou taca-la dentro de um balde de gelo. –

- Tudo bem, quando eu fechar a loja vou para sua casa. Até porque tenho muita coisa para te contar. –

- Se tiver a ver com o que eu estou pensando, eu dispenso. – Rosalie voltou para os provadores rindo e Bella deixou a loja.

- Essas duas não são normais. – falei para a minha mãe que ainda estava no colo de meu pai.

- Pouco me importa. Chame-a para sair. –

- E se ela tiver namorado? – perguntei.

- Se ela não tiver, chame-a para sair e fim de história. É uma ordem. – minha mãe disse e às vezes eu acho que eles se esquecem de que eu tenho 35 anos, e que não sou mais uma criança. – E além do que, podemos resolver isso agora mesmo. - Rosalie. – minha mãe a chamou, o que essa mulher vai fazer?

- Sim? – ela voltou do provador com algumas roupas nos braços.

- Posso fazer uma pergunta um tanto que... Pessoal? – ela não vai fazer isso.

- Claro. – Rosalie parou no meio da loja e olhou para a minha mãe.

- Essa sua amiga, que acabou de sair... –

- A Bella? – minha mãe assentiu. – O que tem? –

- É solteira? – minha mãe perguntou na lata e eu não pude acreditar nisso.

- É. Há uns dois anos. Desde que terminou com o Jacob. –

- É o que? Ela namorou o Jacob? – perguntei. 

- O conhece? –

- Jacob Black? O Obstetra-neonatal? – ela assentiu. – Trabalho no mesmo hospital que ele. –

- Então, eles namoraram há uns dois anos, mas como eles praticamente cresceram juntos, não deu em nada. – ela deu de ombros. – E ele estava meio para baixo, sabe-se lá porque, ele nunca disse. Mas depois disso ela está solteira. Por que a pergunta? –

- Você como melhor amiga dela, saberia me dizer qual é o tipo preferido dela de homens? –

- Mãe, pelo amor de Deus, dá pra parar. – pedi.

- Quieto. – resmungou para mim e olhou para Rosalie.

- Ela não tem um tipo preferido de homens. Contato que sejam limpinhos, que não sejam burros, ignorantes, machistas e que, claro, gostem de animais, ela não liga. – deu de ombros. – Mas não sei se ela está a fim de sair com alguém no momento. Eu mesma arrumei dois encontros para ela e ela quase comeu meu fígado. –

- E você saberia me dizer se ela gosta de crianças? – agora foi meu pai que perguntou.

- Como ela gosta de dizer... Ela gosta de crianças e não de minis capetas. O que é irrelevante já que mais da metade das crianças são minis capetas. Ela então era o capeta em pessoa, dava até medo. – Rosalie disse e minha mãe começou a rir. – Mas por que a pergunta? –

- Curiosidade. –

- Então tá... Vou ajudar a Alice. – ela voltou para perto do provador.

Finalmente, quase uma hora depois, Alice terminou as compras, onde ela e minha mãe quase levaram a loja inteira de novo, e finalmente fomos embora. No mesmo tempo que Rosalie foi embora. Meus pais foram o caminho inteiro falando que eu tinha que chamar a Bella para sair. Agora não era mais uma mulher, eles queriam especificadamente a Bella, e conhecendo minha mãe, ela não irá desistir até transformar a Isabella em nora.

Duas semanas depois estava no hospital e ele estava tranquilo, o que é uma raridade. Eu havia deixado meus internos na emergência, já que não tinha nada para fazer, mas mesmo assim eu tinha que ficar de olho neles, já que os quatro eram minha responsabilidade, e se eles fizessem merda, iria recair sobre mim. Segui para o elevador na esperança de seguir para a emergência, quando o elevador abriu, acabei esbarrando em alguém.

- Desculpe. – eu e a pessoa a qual acabei esbarrando falamos ao mesmo tempo.

- Bom dia Dr. Mal-humorado. – era a Isabella, essa mulher anda me perseguindo.

- Bom dia Drª. Isabella. – falei me afastando um pouco, e ela deixou o elevador. – Achei que não fosse vir aqui. –

- É, mas depois que você disse que era neurologista, não tenho motivos para não vir aqui. –

- Quer dizer que, se eu tivesse dito que era clinico geral você não teria vindo. –

- É. – ela sorriu e eu revirei os olhos.

- O que deseja? –

- Vim tirar os pontos. – falou amostrando a mão enfaixada.

- Se quiser eu posso tirar. – ela me olhou por cima de seus enormes cílios. – Eu sei tirar pontos, não me olhe assim. –

- Não vou perder a mão? – neguei. – Não vai ficar de mau humor? –

- Estou de bom humor hoje. Venha. – a guiei para a minha sala, peguei o pratinho de inox com a pinça e a tesourinha e me virei, encontrando ela encostada a maca e pela primeira vez pude notar sua roupa. Uma blusa cinza com alguns botões, tendo os dois primeiros abertos, uma saia longa, rosa clara, e uma enorme bolsa também rosa claro, e o cabelo preso em uma trança larga. – Quer ajuda para sentar? –


- Se for possível. – coloquei o pratinho de inox em cima da maca e segurei sua cintura e a ergui, colocando a sentada na maca, e pude sentir seu perfume, ela cheirava a flores do campo, balancei um pouco a cabeça para me livrar do cheiro e tirei a tala. – Então, poderia me explicar o motivo da sua mãe ficar fazendo milhares de perguntas sobre mim? –

- Não ligue para a minha mãe, ela é meio doida. – respondi verificando se já estava na hora de tirar os pulsos. Peguei a pinça e olhei para ela e pude ver em seus enormes olhos cor de chocolate que ela não tinha caído nessa. Suspirei. – Minha mãe gostou de você e quer que eu te chame para sair. –

- Mas você não é casado? – perguntou.

- Viúvo. – expliquei tirando os pontos. – Há quase três anos. –

- Sinto muito. –

- Está tudo bem. – dei de ombros. – Só que, desde que ela morreu, eu não sai com ninguém e meus pais acham que o motivo de todo o meu mau humor é devido a isso. –

- Talvez seja. –

- E a senhorita, por que está solteira? –

- Homens causam muita dor de cabeça e não me interessei por ninguém desde meu ultimo relacionamento. –

- Com Jacob Black. –

- É. – terminei de tirar os pontos e fiz um pequeno curativo, para não correr o risco de abrir de novo. – Mas, senhorita Swan, o problema é que eu não saio com estranhos. – falei assim que terminei e a coloquei no chão.

- Sorte sua que eu saio. – falou pegando a bolsa e a colocando no ombro, com os óculos de sol e as chaves do carro em mãos. – Me pega sábado, às 20h, Oak Park, Rua Adams, prédio The Park, quarto andar, apartamento 48. – respondeu colocando os óculos e deixando o consultório.

Ela saiu e eu fiquei encarando a porta, espera um pouco, ela acabou de me convidar para sair? É isso mesmo? Não dá para acreditar, ela não tinha acabado de falar que não saia com estranhos? E ao mesmo tempo, melhor dizendo, na mesma sentença, ela me chamou para sair. Eu já havia dito que ela não era normal, mas agora eu tinha certeza.

- Edward? – Alice me chamou parada na porta. – O que foi? –

- A Isabella acabou de me chamar para sair. – falei.

- Sabe, seria mais romântico se você tivesse chamado ela. – ela disse e eu ignorei. – Você vai né? –

- Não. –

- Obvio de vai, se não eu conto para o papai. É só um encontro, não vai morrer e outra, leva ela naquele restaurante japonês novo, o tal de Umai, perto do Grant Park. –

- Eu sei qual é, Alice. –

- Se você não for, vou contar ao papai. – revirei os olhos.

- O que quer? – perguntei.

- Ah... Trauma na sala de cirurgia nove. – olhei para ela.

Serio que ela estava falando de restaurantes enquanto um paciente precisava de uma operação? Eu realmente não merecia uma irmã igual a essa. Entreguei o pratinho de inox para ela esterilizar e corri para me limpar para a cirurgia.

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