Pov. Edward.
Um mês se passou, Andie ficou melhor e
nenhum dos outros cães ou alguém da minha família estavam contaminados.
Faltavam menos de dois meses para o aniversário de minha mãe e nada de Alice ou
eu arrumarmos um presente bom para dar a ela. Hoje era dia de folga no hospital
e Alice resolveu passar um dia em família, família no caso, eu, ela, meu pai e
minha mãe, e o passar dia na família, significa que ela levou minha mãe naquela
boutique outra vez.
- Eu disse que voltaria e voltei. – Alice
entrou na loja fazendo escândalo. – Tem coisas novas? – ela perguntou para a
tal de Rosalie.
- Sim. Muita coisa nova, nem nas araras
estão ainda. – Rosalie disse e eu praticamente me joguei na poltrona e meu pai
fez o mesmo. Rosalie pegou umas três montanhas de roupa e colocou em cima do
balcão de madeira no meio da loja e começou a amostrar as peças novas a minha
mãe e Alice. Um tempinho depois ouvi o sininho de cima da porta soando,
revelando que alguém havia entrado na loja. – Hey sumida. – virei o rosto e vi
que era a Isabella, que usava uma calça branca, um cropped de alça prata, um
cardigã perto e saltos brancos. – Está atrasada. -
- Tive que dar uma passadinha no hospital.
– disse tirando os óculos de sol. – Boa tarde. – ela disse ao nos ver.
- Por quê? – ela ergueu a mão direita, que
pude ver estar enfaixada. – O que houve? –
- Bruce. É o que houve. – ela andou até o
balcão e colocou a bolsa do lado de dentro.
- Como assim? – perguntou se aproximando
da amiga.
- Ele tinha se machucado, feio, eu estava
limpando enquanto o Sam segurava, sei lá o que aconteceu, ele se soltou do Sam
e quase engoliu minha mão. Adivinha. –
- O que? –
- 15 pontos. –
- Porra. Agradeça por ele não ter
arrancado sua mão. –
- Tá doendo pra cacete. –
- Então não pretende cozinhar hoje? – ela
negou. – Beleza, passamos em um restaurante de comida japonesa. Deixa só eu
terminar isso aqui. – ela se afastou da amiga enquanto a mesma se sentava em
uma cadeira perto da caixa registradora e Rosalie voltava para perto de minha
mãe e Alice que estavam com os braços cheios de roupas e as três correram para
o provador. Me levantei da poltrona e fui até perto da Isabella.
- Olá Dr. Mal-humorado. – disse quando me
aproximei.
- Olá Drª. Isabella. –
- Pelo amor de Deus, pare de me chamar de
Isabella, é Bella. –
- Então pare de me chamar de Dr.
Mal-humorado, e me chame de Edward. –
- Tudo bem, Edward. –
- E a mão? – perguntei apontando para a
mão enfaixada.
- Vou sobreviver. Não é primeira vez que
fui mordida e não vai ser a ultima, acredite em mim. –
- Imagino. –
- E Andie?-
- Muito melhor. Sem problemas desde a
ultima vez que a levei lá. –
- Fico feliz em ouvir isso. –
- Filho? – ouvi meu pai me chamando, ergui
um dedo pedindo para ela esperar e fui para perto de meu pai. – Quem é ela? –
perguntou baixo apontando para Bella.
- É a veterinária que cuidou da Andie.
Pelo que entendi, ela é amiga da dona dessa loja, a loira, tal de Rosalie e uma
das sócias daqui. – expliquei.
- Só isso? -
- É. – ele revirou os olhos.
- Está fazendo o que eu pedi? – olhei
confuso. – Sair com uma mulher. –
- Pai... –
- Lembre-se do que eu disse. Vou te
afastar do trabalho. –
- Não começa por favor. – pedi.
- Ela parece ser legal, e ainda é bonita.
–
- Quem é bonita, Carlisle? – eu e meu pai
demos um pulo ao ouvir a voz da minha mãe, que estava parada de frente para nós
com as mãos na cintura.
- Vem cá querida. – ele estendeu a mão e a
puxou para o colo dele.
- Comportem-se. – pedi e eles me
ignoraram.
- Sabe aquela moça? – meu pai perguntou e
apontou para a Isabella.
- O que tem? –
- É ela que eu disse que é bonita. –
- E por que você a achou bonita? – minha
mãe perguntou beliscando-o.
- Não para mim, mulher... – ele passou a
mão pelo braço. – Para o Edward. Eu falei para ele sair com alguma mulher,
porque ele está a uns três anos sozinho, e eu disse que ela era bonita. –
- Ah sim... Isso sim. – minha mãe sorriu.
– Chame-a para sair. – disse em tom de autoridade e eu revirei os olhos.
- Rosalie. – Isabella a chamou se
levantando da cadeira perto do caixa.
- Que? – ela saiu da parte dos provadores.
- Vou pra casa. Passa lá depois. – falou
ajeitando a bolsa no ombro.
- Já? –
- Minha mão está latejando, vou taca-la
dentro de um balde de gelo. –
- Tudo bem, quando eu fechar a loja vou
para sua casa. Até porque tenho muita coisa para te contar. –
- Se tiver a ver com o que eu estou
pensando, eu dispenso. – Rosalie voltou para os provadores rindo e Bella deixou
a loja.
- Essas duas não são normais. – falei para
a minha mãe que ainda estava no colo de meu pai.
- Pouco me importa. Chame-a para sair. –
- E se ela tiver namorado? – perguntei.
- Se ela não tiver, chame-a para sair e
fim de história. É uma ordem. – minha mãe disse e às vezes eu acho que eles se
esquecem de que eu tenho 35 anos, e que não sou mais uma criança. – E além do
que, podemos resolver isso agora mesmo. - Rosalie. – minha mãe a chamou, o que
essa mulher vai fazer?
- Sim? – ela voltou do provador com
algumas roupas nos braços.
- Posso fazer uma pergunta um tanto que...
Pessoal? – ela não vai fazer isso.
- Claro. – Rosalie parou no meio da loja e
olhou para a minha mãe.
- Essa sua amiga, que acabou de sair... –
- A Bella? – minha mãe assentiu. – O que
tem? –
- É solteira? – minha mãe perguntou na
lata e eu não pude acreditar nisso.
- É. Há uns dois anos. Desde que terminou
com o Jacob. –
- É o que? Ela namorou o Jacob? –
perguntei.
- O conhece? –
- Jacob Black? O Obstetra-neonatal? – ela
assentiu. – Trabalho no mesmo hospital que ele. –
- Então, eles namoraram há uns dois anos,
mas como eles praticamente cresceram juntos, não deu em nada. – ela deu de
ombros. – E ele estava meio para baixo, sabe-se lá porque, ele nunca disse. Mas
depois disso ela está solteira. Por que a pergunta? –
- Você como melhor amiga dela, saberia me
dizer qual é o tipo preferido dela de homens? –
- Mãe, pelo amor de Deus, dá pra parar. –
pedi.
- Quieto. – resmungou para mim e olhou
para Rosalie.
- Ela não tem um tipo preferido de homens.
Contato que sejam limpinhos, que não sejam burros, ignorantes, machistas e que,
claro, gostem de animais, ela não liga. – deu de ombros. – Mas não sei se ela
está a fim de sair com alguém no momento. Eu mesma arrumei dois encontros para
ela e ela quase comeu meu fígado. –
- E você saberia me dizer se ela gosta de
crianças? – agora foi meu pai que perguntou.
- Como ela gosta de dizer... Ela gosta de
crianças e não de minis capetas. O que é irrelevante já que mais da metade das
crianças são minis capetas. Ela então era o capeta em pessoa, dava até medo. –
Rosalie disse e minha mãe começou a rir. – Mas por que a pergunta? –
- Curiosidade. –
- Então tá... Vou ajudar a Alice. – ela
voltou para perto do provador.
Finalmente, quase uma hora depois, Alice
terminou as compras, onde ela e minha mãe quase levaram a loja inteira de novo,
e finalmente fomos embora. No mesmo tempo que Rosalie foi embora. Meus pais
foram o caminho inteiro falando que eu tinha que chamar a Bella para sair.
Agora não era mais uma mulher, eles queriam especificadamente a Bella, e
conhecendo minha mãe, ela não irá desistir até transformar a Isabella em nora.
Duas semanas depois estava no hospital e
ele estava tranquilo, o que é uma raridade. Eu havia deixado meus internos na
emergência, já que não tinha nada para fazer, mas mesmo assim eu tinha que
ficar de olho neles, já que os quatro eram minha responsabilidade, e se eles
fizessem merda, iria recair sobre mim. Segui para o elevador na esperança de
seguir para a emergência, quando o elevador abriu, acabei esbarrando em alguém.
- Desculpe. – eu e a pessoa a qual acabei
esbarrando falamos ao mesmo tempo.
- Bom dia Dr. Mal-humorado. – era a
Isabella, essa mulher anda me perseguindo.
- Bom dia Drª. Isabella. – falei me
afastando um pouco, e ela deixou o elevador. – Achei que não fosse vir aqui. –
- É, mas depois que você disse que era
neurologista, não tenho motivos para não vir aqui. –
- Quer dizer que, se eu tivesse dito que
era clinico geral você não teria vindo. –
- É. – ela sorriu e eu revirei os olhos.
- O que deseja? –
- Vim tirar os pontos. – falou amostrando
a mão enfaixada.
- Se quiser eu posso tirar. – ela me olhou
por cima de seus enormes cílios. – Eu sei tirar pontos, não me olhe assim. –
- Não vou perder a mão? – neguei. – Não
vai ficar de mau humor? –
- Estou de bom humor hoje. Venha. – a
guiei para a minha sala, peguei o pratinho de inox com a pinça e a tesourinha e
me virei, encontrando ela encostada a maca e pela primeira vez pude notar sua
roupa. Uma blusa cinza com alguns botões, tendo os dois primeiros abertos, uma
saia longa, rosa clara, e uma enorme bolsa também rosa claro, e o cabelo preso
em uma trança larga. – Quer ajuda para sentar? –
- Se for possível. – coloquei o pratinho
de inox em cima da maca e segurei sua cintura e a ergui, colocando a sentada na
maca, e pude sentir seu perfume, ela cheirava a flores do campo, balancei um
pouco a cabeça para me livrar do cheiro e tirei a tala. – Então, poderia me
explicar o motivo da sua mãe ficar fazendo milhares de perguntas sobre mim? –
- Não ligue para a minha mãe, ela é meio
doida. – respondi verificando se já estava na hora de tirar os pulsos. Peguei a
pinça e olhei para ela e pude ver em seus enormes olhos cor de chocolate que
ela não tinha caído nessa. Suspirei. – Minha mãe gostou de você e quer que eu
te chame para sair. –
- Mas você não é casado? – perguntou.
- Viúvo. – expliquei tirando os pontos. –
Há quase três anos. –
- Sinto muito. –
- Está tudo bem. – dei de ombros. – Só
que, desde que ela morreu, eu não sai com ninguém e meus pais acham que o
motivo de todo o meu mau humor é devido a isso. –
- Talvez seja. –
- E a senhorita, por que está solteira? –
- Homens causam muita dor de cabeça e não
me interessei por ninguém desde meu ultimo relacionamento. –
- Com Jacob Black. –
- É. – terminei de tirar os pontos e fiz
um pequeno curativo, para não correr o risco de abrir de novo. – Mas, senhorita
Swan, o problema é que eu não saio com estranhos. – falei assim que terminei e
a coloquei no chão.
- Sorte sua que eu saio. – falou pegando a
bolsa e a colocando no ombro, com os óculos de sol e as chaves do carro em
mãos. – Me pega sábado, às 20h, Oak Park, Rua Adams,
prédio The Park, quarto andar, apartamento 48. – respondeu colocando os óculos
e deixando o consultório.
Ela saiu e eu fiquei encarando a porta,
espera um pouco, ela acabou de me convidar para sair? É isso mesmo? Não dá para
acreditar, ela não tinha acabado de falar que não saia com estranhos? E ao
mesmo tempo, melhor dizendo, na mesma sentença, ela me chamou para sair. Eu já
havia dito que ela não era normal, mas agora eu tinha certeza.
- Edward? – Alice me chamou parada na
porta. – O que foi? –
- A Isabella acabou de me chamar para
sair. – falei.
- Sabe, seria mais romântico se você
tivesse chamado ela. – ela disse e eu ignorei. – Você vai né? –
- Não. –
- Obvio de vai, se não eu conto para o
papai. É só um encontro, não vai morrer e outra, leva ela naquele restaurante
japonês novo, o tal de Umai, perto do Grant Park. –
- Eu sei qual é, Alice. –
- Se você não for, vou contar ao papai. –
revirei os olhos.
- O que quer? – perguntei.
- Ah... Trauma na sala de cirurgia nove. –
olhei para ela.
Serio que ela estava falando de
restaurantes enquanto um paciente precisava de uma operação? Eu realmente não
merecia uma irmã igual a essa. Entreguei o pratinho de inox para ela
esterilizar e corri para me limpar para a cirurgia.
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