domingo, 17 de março de 2019

Capítulo Bônus: Cupido

Pov. Emmett


Beleza, o cabeçudo estava apaixonado pela anã número dois, mas ele não admitia isso. Mas eu, como eu irmão mais novo muito legal, iria ser o cupido da relação. Eu só precisava saber como, e eu iria colocar o plano em prática assim que voltasse do parque com a ursinha. Edward não queira que ninguém soubesse, então eu resolveria tudo sozinho.

Ao chegar a casa à noite, meus pais e o cabeçudo já estavam em casa e eu tratei de ir para o quarto de Edward, se ele não havia conversado com ela em La Push eu o esganaria. Abri a porta de seu quarto e entrei sem bater, só esperava que ele não tivesse fazendo coisas inapropriadas para a minha tenra idade, mas não, ele estava apenas ajeitando seus planos de ensino para a próxima aula.

- Irmãozinho. - o chamei.

- O que você quer? - perguntou ajeitando suas coisas sem nem me encarar.

- Falou com ela? - e ele suspirou.

- Falei. -

- E? -

- Ela achou que eu a havia beijado por impulso. - respondeu sentando-se em sua cadeira giratória, a qual eu não o aconselharia a girar nela, porque eu havia quebrado-a semana passada enquanto ficava girando nela. - Eu disse que não havia sido impulso, que eu sentia uma vontade absurda… Eu a beijei de novo, mas depois prometi que seria a última vez. - o encarei.

- Você é muito burro. -

- Como? -

- Você não vai conseguir ficar longe dela. - respondi.

- Vou sim. Antes de eu me afastar dela eu disse que me rendia. E eu me rendo. - respondeu simplesmente.

- Isso significa… -

- Significa que eu me rendo ao que eu sinto por ela, mas ela nunca vai saber. Nem que eu tenha que deixar Forks, mas eu não vou me envolver com ela. - disse e minha cara foi no chão. Não, eu não podia deixar isso acontecer e não iria. Eu seria o salvador da pátria e o cupido entre os dois.

- Você não pode fazer isso… - disse simplesmente. - E quanto a mim, mamãe e o papai… E a própria Bella? -

- Emmett, ela deve me achar um doente por sentir vontade de beija-la ou sei lá, deve estar imaginando que eu só quero ter um lance e depois sumir. Eu não sei, mas eu não vou me envolver com ela, vou continuar agindo do mesmo jeito que estou. Vai doer, mas vai ser o melhor. Pelo menos agora ela sabe o motivo. E quer saber. - ele me encarou. - Eu aposto o que quiser, que ela está sentindo nojo de mim. - eu abri a boca para responder, mas ele me interrompeu. - Agora, pode, por favor, me deixar um pouco sozinho? Eu tenho que dormir e dar aula amanhã. -

- Tudo bem… Boa noite. - e deixando-o sozinho.

Eu segui para o meu quarto e após um banho, eu caí na cama. Mas eu não conseguia dormir, minha mente revirava em como eu deveria ajudar os dois. Mas como eu faria isso?

No dia seguinte eu me encontrei com Rosalie na escola, eu estava morto de sono, havia revirado na cama o dia inteiro tentando encontrar um jeito de juntar meu irmão e a Bella, e sem nenhuma ideia em mente.

Alice chegou à escola sozinha, ela não vinha mais com a Bella, toda a “proteção” que ela teve com a prima nas primeiras semanas foram por água a baixo, e agora parecia que, para ela, a prima nem existe mais.

Eu caminhei para a minha primeira aula, eu não havia visto Bella chegar, se bobear após a conversa com Edward, ontem à noite, ela iria ignora-lo de novo. Mas não, ao entrar na sala de história, ela estava lá sentada na sua bancada sozinha, anotando a matéria que o professor começava a passar no quarto.

- Ursinha. - chamei Rosalie. - Se importa se eu me sentar com a Bella hoje? -

- Com a Bella? Por quê? - perguntou, não eram ciúmes, era apenas surpresa.

- Ah ursinha… A Alice está ignorando ela, ela está ficando sozinha… - dei de ombros.

- Claro tudo bem. - disse simplesmente sorrindo e foi se sentar ao lado do irmão, junto com Alice e Jasper, e eu me sentei ao lado de Bella. Ao ouvir a cadeira raspando no chão, ao ser puxada, ela tirou os olhos do caderno e me encarou confusa.

- Bom dia baixinha… - disse sorrindo e me sentando.

- Buongiorno. - respondeu ainda confusa. - O que foi? -

- Nada, por quê? -

- Está se sentando comigo. - apontou quando coloquei a mochila em cima do balcão. - Cadê Rosalie? -

- Tá aqui atrás. - apontei para trás de mim e ela olhou por sobre os ombros e Rosalie acenou simplesmente para ela sorrindo.

- Então tá… - e ela voltou a copiar o dever.

- A verdade, é que eu queria conversar com você. -

- O que? - perguntou confusa de novo.

- Algum cara daqui de Forks te chamou atenção? - deu de ombros. - Algum aluno? - negou rapidamente.

- Só tem stupidos nessa escola. - resmungou cuspindo a palavra em italiano. - Quer dizer, estúpidos. - respondeu e eu assenti.

- Os garotos ainda está te enchendo o saco… Quer dizer, perturbando? -

- De vez em quando. Eric e Tyler deram uma parada, mas Mike… - balançou a cabeça negando fazendo os seus leves cachos se mexerem.

- Ainda está incomodando? -

- É. De vez em quando, mas você sempre aparece. - ela sorriu de lado.

- Disponha. Nunca fui com a cara dele mesmo. E se quiser que eu quebre a cara dele é só pedir. Faço de graça. - e ela sorriu amplamente.

- Posso te fazer uma pergunta? - perguntou se aproximando um pouco de mim.

- Claro. - respondi. - O que? -

- Por que está fazendo isso? - perguntou cruzando os braços na mesa e me encarando.

- Eu sou uma pessoa legal. - dei de ombros.

- Nunca disse que não era. Mas você nunca sentou comigo. Nunca conversou tanto comigo. E sinceramente, se não fosse pelo Mike vir para cima de mim toda hora, tenho minhas dúvidas de se você falaria comigo. - deu de ombros. - E para ser bem sincera, io ainda não entendo o porquê. - e voltou à atenção para copiar a matéria.

- Eu gosto de você Bella. - disse simplesmente e ela me encarou com a sobrancelha arqueada. - Como amiga. - garanti e ela voltou à atenção ao quadro. Tanto que eu quero juntar você e meu irmão, completei mentalmente. - E já que estamos sendo bem sinceros um com o outro. - eu cruzei os braços em cima da mesa e me aproximei um pouco dela. - Eu acho muita sacanagem o que Alice está fazendo. -

- Faça o mesmo que io… Ignore-a. - disse simplesmente e pegou de volta a caneta azul e voltou a anotar e não falou mais nada. - Prefiro ignorar e lembrar apenas dos momentos antes de eu vir para cá, quando ela ainda era a minha prima. -

E Bella não falou mais nada, o resto da aula ela não abriu a boca, pelo menos não para mim e sim para fazer algumas perguntas ao professor sobre a matéria, mas fora isso, ela não falou mais nada comigo e nem com nenhum outro aluno.

As aulas foram tranquilas e ela não falou mais absolutamente nada com ninguém. Na hora do almoço ela ficou afastada durante o tempo todo, no telefone, no banco do lado de fora do refeitório, onde qualquer um podia vê-la através da janela. Ela só levantou poucos minutos antes de o sinal tocar e só entrou na sala depois de mim.

Só estávamos nós quatro - Alice, Jasper, Rosalie e eu - e obviamente Edward na sala quando ela entrou. Meu irmão bem que tentou, mas não conseguiu não olha-la e a encarou de cima a baixo e sorriu discretamente, apenas quem estivesse prestando muita atenção nele, notaria.

Edward a olhou de cima a baixo enquanto ela entrava na sala e eu segui seu olhar, tentando compreender o motivo de seu fascínio por ela. Eu concordava com Bella era uma garota linda, mesmo eu ainda preferindo a minha ursinha, mas eu não conseguia entender o motivo de ele se atrair por ela. Sim eu quero ajudá-los a ficar juntos, mas não entendia, ele podia ter a mulher que desejasse, mas se apaixonou por uma adolescente.

Bella era linda e isso era inegável, a pele branca tinha um contraste quase que perfeito com os cabelos castanhos escuros, os grandes olhos cor de chocolate e obviamente os lábios vermelhos, as pernas e o quadril eram bem delineados devido à calça legging preta dela, e a blusa cinza de botão, com os primeiros abertos e revelando seu colo e as três medalhinhas que ela usava também delineava seu corpo muito bem, a cintura fina e os seios não muito grandes.


Mas eu tinha que admitir que haviam garotas mais bonitas, Rosalie era uma, mas mesmo assim, Edward se atraiu pela Bella. Eu tinha que entrar na mente dele para entender o que ele sentia e via nela, antes que eu bolasse um plano para uni-los.

Imediatamente, assim que ela notou, não apenas os olhos de Edward nela, mas o também o sorriso que ele lhe lançou, as suas bochechas se tornaram rubras e ela abaixou a cabeça escondendo o rosto com o cabelo solto e caminhou rápido para a minha a minha frente, onde ela sentava-se sozinha.

A aula seguiu-se tranquila, volta e meia Edward se perdia encarando-a, principalmente após passar alguns deveres e sentar em sua cadeira observando. Peguei meu telefone e lhe mandei uma mensagem rapidamente.

Dê: Emmett.
Para: Cabeçudo.

Limpa a baba Romeu, está ficando constrangedor.

Enviei mordendo o lado de dentro da bochecha para não rir e vi Edward pegando o telefone em cima da mesa. Ele leu rapidamente e me encarou feio, e digitou algo em seu telefone que chegou para mim rapidamente.

Dê: Seu Professor.
Para: Jumento.

Para de falar, melhor, escrever merda e faz o seu dever.

Li rapidamente e retruquei, como sempre.

Dê: Cara Gostoso.
Para: Cabeçudo.

Não estou falando merda, estou falando o que estou vendo. E eu estou vendo você babar pela Bella e que se pudesse estaria de quatro agora mesmo latindo se ela assim pedisse… Ou miando… Falta saber qual é o animal favorito dela.

Ele tinha o telefone em mãos, e quando a mensagem chegou para ele, ele me lançou um olhar tão fulminante, que se ele tivesse uma arma, provavelmente ele teria atirado.

- Oh Bella… - a chamei alto no meio do exercício quando Edward se levantou irritado, provavelmente para me fazer engolir o telefone.

- Che? -

- Qual é o seu animal favorito? - perguntei apenas para que ela e Edward ouvissem e eu vi meu irmão ficando branco.

- Cosa intendi? - ela me encarou confusa. - Perdono. Como assim? - repetiu em inglês.

- Se você pudesse escolher um animal, doméstico, qual seria seu favorito? - ela ficou um tempo pensando em silêncio.

- Coniglio. - ela balançou a cabeça de novo. - Io… Esqueci… - ela pegou o telefone e digitou algo rápido e virou de frente para mim, ela havia pesquisado a foto do animal, já que havia esquecido o nome dele em inglês.

- Ah coelho. -

- Isso… Coelho. Coelho? Falei certo? - assenti. - Coelho! -

- Por quê? -

- São fofos e io nunca tive um. Non de verdade. - ela colocou o telefone de novo na mesa. - Isso perché tu perguntou sobre um animal doméstico. Se não tivesse espe... cifi...cado… - disse devagar para não errar. - Io teria dito Civetta ou Panda... Orso polare... Lemure… - deu de ombros.

- Só entendi o panda. - confessei. - Que diabos são os outros? - ela riu baixo.

- Coruja, urso polar ou lêmure. -

- O que é um lêmure? -

- São aqueles bichinhos do filme Madagascar. - explicou e meus olhos brilharam.

- São tão fofos. -

- O Mort… O Rei Julien… - disse sorrindo. - Tão fofos. - respondeu rindo.

- Mas você não respondeu minha pergunta, qual é seu animal favorito? -

- Come no? Io disse coniglioCoelho… -

- Vou especificar… Entre gato e cachorro, qual seu favorito? -

- I due. - respondeu fazendo o número dois com os dedos.

- Entre os dois não tem nenhum mais favorito? - negou. - Ok. -

- Perché? -

- Nada não. - e Edward parou ao meu lado. - Ela gosta dos dois, sabe o que isso significa? - perguntei baixo.

- Cala a boca! - ele rosnou e começou a andar pela sala e eu peguei meu telefone mais uma vez.

Dê: Emmett.
Para: Cabeçudo.

Você não vai conseguir ficar longe dela… Aceite de uma vez.

Enviei e ele arrancou o telefone da minha mão após ler a mensagem e seguiu para a sua mesa, e começou a corrigir a lição e logo em seguida nós fomos dispensados, principalmente porque o treinador Clapp havia torcido o pé no final de semana e iria ficar alguns dias sem dar aula.

- Ursão, vamos… - Rosalie disse apontando para o meu carro, ela havia vindo com Jasper e voltaria comigo.

- Me faz um favor? -

- Claro amor… - peguei no bolso as chaves do meu carro.

- Me encontra na casa da Alice. Eu vou acompanhando a Bella a pé. - e ela me encarou já desconfiada. - Eu preciso bater um papinho com ela, bem rápido. -

- Tudo bem. - respondeu contrariada, mas foi.

- Bella… Bella… Bellullita. - a chamei saindo da escola correndo e ela se virou me encarando confusa.

- Tu mi ha chiamato da cosa? -

- Eu não sei o que isso significa. -

- Você me chamou de que? - repetiu em inglês.

- Bellullita? -

- Que isso? -

- Um apelido. - respondi dando de ombros. - Que seja. Posso acompanhar você? -

- Perché? -

- Porque sim. Não posso te acompanhar? -

- É estranho! -

- Se fosse o Edward você aceitava, não é menina? - brinquei e seu rosto ficou completamente vermelho.

- Io non estou mais falando com seu irmão. - disse girando em seus calcanhares e continuou seu caminho.

- Por quê? - perguntei. - Vocês se davam tão bem. - ela deu de ombros e eu fingi que não sabia de nada.

- Io sono apenas uma criança aos olhos dele. - respondeu ficando cabisbaixa enquanto caminhávamos pelo meio fio.

- Ah para, você tem quase a minha idade… Tipo, eu fiz aniversário em janeiro e você… -.

- Setembro. - respondi. - 13 de setembro. Dia de São João Crisóstomo. -

- Isso significa…? -

- Que meus pais me obrigavam acordar cedo para ir à missa em honra a ele. - respondi e eu balancei a cabeça rindo.

- Mas mesmo assim, você vai fazer 16 anos… -

- E ele continua me vendo como uma menina. - respondeu. Uma menina que ele tá louco para ter um relacionamento, emendei mentalmente.

- Mas fora isso… O que você acha do meu irmão? -

- Seu irmão é uma pessoa legal, Emmett. Inteligente, prestativo. Ele me dá aulas particulares sem pedir nada em troca e sem ter o dever de fazer isso… -

- Não foi o que eu perguntei. -

- Tu perguntou o que eu achava de seu irmão… - apontou.

- Mas… Por um segundo, pare de imagina-lo como professor e imagine-o como um cara normal… - dei um tempo a ela. - Imaginou? - assentiu. - O que acha? -

- A mesma coisa. - bufei. - Seu irmão é uma pessoa interessante e um bom amigo. Pelo menos foi. Sabe no início, em Aspen… - suspirou sorrindo. - Foi bom. - e seu sorriso se ampliou provavelmente se lembrando. - Ele não tinha a menor obrigação e mesmo assim ele me fez companhia, saiu comigo, fomos à cafeteira várias vezes, me obrigou a andar de patins e me segurou para que eu não caísse, me bombardeou com bolas de neve. E até tentou, em vão, me explicar beisebol. Foi bom. No dia da campina, também foi muito bom. A conversa era ótima e a companhia também, io me senti tão bem, tão viva, tão livre depois de tanto tempo… Mas depois daquele dia… - e o sorriso murchou e seus olhos marejados. - Tudo mudou. - ela andava olhando para o chão. - Até mesmo quando io surtei naquele dia do amor, e ele veio ficar comigo, após io atrapalhar o encontro a cegas dele, até naquele dia quase fatídico foi bom. Só que depois… - ela deu de ombros e suspirou triste, eu abri a boca para falar, mas ela me interrompeu. - Recentemente, io estava ouvindo ABBA. -

- A não, você também escuta ABBA? -

- Como assim io também? -

- Edward vive ouvindo ABBA. - resmunguei. - Mas continue. -

- Io… Io estava ouvindo ABBA, io amo as músicas da ABBA, e io ouvi uma música que fez algum sentido. -

- Qual? -

- The name of the game. - respondeu sem jeito. - Olha Emmett… Grazie per la conversa e per la companhia, mas, se puder… Se puder deixar essa conversa tra noi. Digo, entre nós. -

- Com certeza. - disse quando paramos em frente a sua casa e o meu carro, com Rosalie parada no banco do motorista me esperando.

- Até amanhã, Emmett. - e ela seguiu para a porta e eu entrei no carro.

- Oi Ursinha. - fui dar um beijo em sua bochecha e ela virou o rosto. - Para onde? -

- Eu para a minha casa, você para onde quiser. - respondeu ligando o carro.

- O que houve? -

- Nada. - respondeu bufando.

Ela dirigiu em silêncio até a sua casa, e sem falar nada, pegou a mochila no banco de trás e saiu do carro batendo a porta e entrando em casa. Ela não falou nada e eu fiquei sem entender. Bom, depois eu resolveria com ela, agora eu tinha que colocar meu plano em prática. Primeiro eu iria ouvir a música que Bella havia citado.

Sai do carro e entrei no banco do motorista e dirigi para a casa. Como eu estava sozinho em casa, larguei o carro de qualquer jeito na entrada e subi as escadas correndo e abrindo o computador indo procurar a música no Google.

The Name of the Game - ABBA. E coloquei para tocar, colocando os fones de ouvido e me concentrando na música.

ABBA - The Name Of The Game

“I've seen you twice, in a short time
(Eu te vi duas vezes, em um curto tempo)
Only a week since we started
(Só uma semana desde que nós começamos)
It seems to me, for every time
(Parece para mim, a cada vez)
I'm getting more open-hearted
(Eu estou ficando com o coração mais aberto)

I was an impossible case
(Eu era um cara impossível)
No-one ever could reach me
(Ninguém poderia me alcançar)
But I think I can see in your face
(Mas acho que posso ver em seu rosto)
There's a lot you can teach me
(Há muito que você pode me ensinar)
So I wanna know
(Então eu quero saber)

What's the name of the game?
(Qual é o nome do jogo?)
Does it mean anything to you?
(Significa alguma coisa a você?)
What's the name of the game?
(Qual é o nome do jogo?)
Can you feel it the way I do?
(Você pode se sentir do jeito que eu me sinto?)
Tell me please, 'cause I have to know
(Por favor, me fale, porque eu preciso saber)
I'm a bashful child, beginning to grow
(Eu sou uma criança tímida, começando a crescer)

And you make me talk
(E você me faz falar)
And you make me feel
(E você me faz sentir)
And you make me show
(E você me faz mostrar)
What I'm trying to conceal
(O que eu estou tentando esconder)
If I trust in you, would you let me down?
(Se eu confiar em você, você me decepcionaria?)
Would you laugh at me
(Você riria de mim)
If I said I care for you?
(Se eu dissesse que me importo com você?)
Could you feel the same way too?
(Você poderia sentir a mesma coisa também?)
I wanna know
(Eu quero saber)

What's the name of the game?
(Qual é o nome do jogo?)

I have no friends, no-one to see
(Eu não tenho amigos, ninguém para ver)
And I am never invited
(E eu nunca sou convidada)
Now I am here, talking to you
(Agora eu estou aqui, falando com você)
No wonder I get excited
(Nenhuma surpresa que eu estou excitada)

Your smile, and the sound of your voice
(Seu sorriso, e o som da sua voz)
And the way you see through me
(E o modo que você vê através de mim)
Got a feeling, you give me no choice
(Eu tenho um sentimento, você não me dá escolha)
But it means a lot to me
(Mas significa muito para mim)
So I wanna know
(Então eu quero saber)

What's the name of the game?
(Qual é o nome do jogo?)
(Your smile and the sound of your voice)
(Seu sorriso e o som da sua voz)
Does it mean anything to you?
(Significa alguma coisa para você?)
(Got a feeling you give me no choice)
(Tenho um sentimento, você não me dá escolha)
But it means a lot, what's the name of the game?
(Mas significa muito, qual é o nome do jogo?)
(Your smile and the sound of your voice)
(Seu sorriso e o som da sua voz)
Can you feel it the way I do?
(Você se sente do mesmo jeito que eu?)
Tell me please, 'cause I have to know
(Por favor, me fale, porque eu tenho que saber)
I'm a bashful child, beginning to grow
(Eu sou uma criança tímida, começando a crescer)

And you make me talk
(E você me faz falar)
And you make me feel
(E você me faz sentir)
And you make me show
(Você me faz mostrar)
What I'm trying to conceal
(O que eu estou tentando esconder)
If I trust in you, would you let me down?
(Se eu confiar em você, você me decepcionaria?)
Would you laugh at me, if I said I care for you?
(Você riria de mim, se eu falasse que me importo com você?)
Could you feel the same way too?
(Você poderia sentir a mesma coisa também?)
I wanna know
(Eu quero saber)
Oh yes I wanna know
(Oh sim eu preciso saber)

The name of the game
(O nome do jogo)
(I was an impossible case)
(Eu era um caso impossível)
Does it mean anything to you?
(Isso significa alguma coisa para você?)
(But I think I can see in your face)
(Mas eu acho que posso ver o seu rosto)
That it means a lot
(Que significa muito)
What's the name of the game?
(Qual é o nome do jogo?)
(Your smile and the sound of your voice)
(Seu sorriso e o som da sua voz)
Can you feel it the way I do
(Você pode se sentir do mesmo jeito que eu?)
(Got a feeling you give me no choice)
(Tenho um sentimento, você não me dá escolha)
But it means a lot, what's the name of the game?
(Mas eu preciso saber, qual é o nome do jogo?)
(I was an impossible case)
(Eu era um caso impossível)
Does it mean anything to you
(Isso significa alguma coisa para você?)
(But I think I can see in your face)
(Mas eu acho que posso ver o seu rosto)
That it means a lot
(Que significa muito)”

- Puta. Que. Pariu. - disse quando a música acabou e eu tirei os fones. Ela está apaixonada por ele! - Puta. Que. Pariu. - repeti de novo. Ah quando o cabeçudo souber. - Já sei. - gritei com o plano se formando em minha cabeça. - Beleza, Emmett, pensa em tudo o que a Bella falou com você hoje… -

Peguei uma folha em branco e uma caneta… Não… Não eu não posso escrever a mão, ele vai reconhecer a caligrafia… Larguei a folha e a caneta e abri o Word começando a digitar.

'Io sei que você não quer falar comigo, mas você falou tudo o que tinha para falar e io non consegui falar o que io sinto. Você non deu chance para que io falasse o que io sentia…

Em primeiro lugar io non penso que você é um doente, ou pedófilo, ou seja, lá o que esteja passando pela sua cabeça. Em segundo lugar, io preciso te dizer o quanto me sinto mal por tudo o que está acontecendo. Você me beijou no aniversário da Alice e depois me ignorou por duas semanas e mal olhava na minha cara. E agora em La Push, na Páscoa, você me beijou de novo e hoje na sala de aula você também non falou comigo. Io gostaria de entender o motivo.

Lembra-se dos dias antes daquele beijo? Dos nossos dias em Aspen? Nós estávamos nos dando tão bem e tudo ia tão bem. Você não precisando cuidou de mim, me vigiou e me fez companhia, non era a sua obrigação. Mas io gostei muito. Das nossas conversas, saídas à cafeteira, e até mesmo quando me obrigou a patinar e até mesmo do seu bombardeio de bolas de neve. Io sinto falta daqueles dias.

A nossa caminhada, aquele dia na campina, io gostei muito daquilo, io me senti livre, viva e bem pela primeira vez em tempos. Até mesmo naquele dia do seu encontro a cegas, o qual io interrompi após aquele leve surto, até aquilo foi, em certo ponto, bom para mim. Mas depois disso, você mudou, largou tudo e me largou, me abandonou.

De certo modo io até entendo o motivo, admito que io entendo e uma parte de mim concorda, mas a outra não. Io sinto tanta falta. Das nossas conversas, da sua companhia enquanto me levava em casa e tudo mais. Eu queria aquele tempo de volta, nem que io precisasse me esquecer dos beijos.

Mas, io acho que melhor do que falar é você ouvir… Recentemente estava relembrando as músicas da ABBA, sim, pode parecer um pouco estranho uma garota nova gostar de ABBA, mas io simplesmente amo essa banda. E io estava relembrando minha playlist da ABBA e achei uma música que explica perfeitamente bem. Caso deseja ouvir… The Name of The Game.

Bella.’

Terminei de escrever a carta, do jeito que a Bella fala e torcendo para ser do jeito que ela escreve, pelo menos que continuava escrevendo, e a imprimi dobrando-a calmamente e colocando dentro de um envelope e separando para eu não confundir uma com a outra, e após apagar o rascunho, sem salvá-lo, para que o cabeçudo não mexesse aqui e descobrisse, me preparei para uma nova carta.

Mas eu não conseguia escrevê-la, eu precisava saber o que meu irmão sentia realmente por ela para pôr na carta, eu precisava falar com ele.

- Emmett Cullen. - ele invadiu meu quarto e eu joguei a carta dentro da gaveta e fechei meu computador e tratei de fingir que não estava fazendo nada.

- Que? - perguntei com a melhor cara de inocente do mundo.

- Eu juro que eu vou te matar… Que merda de pergunta é aquela que você fez a ela? -

- Uma pergunta inocente. Qual era o animal favorito dela. Um coelho… - bufei. - O que em um joguinho sexual não tem muita graça. -

- Você enlouqueceu não foi? - perguntou desesperado. - Além de você querer que eu me envolva com ela, você ainda espera que eu faça sexo com ela? -

- Apenas se os dois quiserem… Eu sei que você não faz sexo há muito tempo e a única coisa que seu amigo vê recentemente é a sua mão. Mas sexo é tão bom. -

- Você é ridículo. Isso é um absurdo. Por que diabos eu te conto as coisas? - ele gritou.

- Você mesmo disse que sente atração sexual por ela. - apontei.

- Isso é ridículo. Eu quero que você pare imediatamente o que a sua cabeça perturbada está tramando. Eu já falei que não vou me envolver com a minha aluna, quanto mais transar com ela. Eu já te falei que vou me afastar, nem que para isso eu precise deixar Forks. - e ele saiu do meu quarto batendo a porta.

Respirei fundo e me levantei da cadeira, peguei meu telefone, ligando o gravador e enfiando no bolso e indo o quarto de Edward e o encontrando andando de um lado para o outro, nervoso. Bati na porta com a maior cara de inocente do mundo.

- Vai embora Emmett. -

- Eu só quero conversar… E ajudar. -

- Dispenso os dois. -

- Eu juro que não vou fazer nada… Eu só quero entender. -

- O que? -

- O que você viu nela? Por que ela? - perguntei.

- Eu não sei. - confessou gritando. - Quer dizer… Eu não sei explicar. Ela é linda. - disse suspirando e puxando os cabelos com força. - Alice é linda, Rose é linda, metade da FHS é linda, mas ela me chamou tanto a atenção. - ele sorriu de lado. - Eu não sei se você já parou para observar atentamente o rosto dela. O rosto dela é tão angelical. Ela é tão linda. O rosto em formato de coração, a pele alva se contrasta com os aqueles lindos olhos castanhos, como dois lagos de chocolate, o qual eu não reclamaria se me afogasse. Aqueles lábios vermelhos, aquilo não é batom, é a cor natural deles, são tão macios e doces, que se eu pudesse eu beijaria até que meus pulmões explodissem. A pele dele, a do rosto, já que foi a única que eu realmente cheguei a tocar, é tão macia e delicada… Os cabelos dela. - ele suspirou. - São tão lindos, macios e tem um cheio de morango. O cheiro dela é maravilhoso, não sei explicar… - ele me encarou. - Mas no fundo, eu imagino que o motivo dela me atrair tanto, não seja o quesito externo, e sim o interno. Ela é tão linda internamente. -

- Se você fosse um traficante de órgãos isso faria mais sentido. -

- Eu não estou falando dos órgãos dela, seu imbecil. - ralhou comigo. - Estou falando do que ela tem por dentro. -

- Órgãos e sangue. - apontei.

- Não seu idiota. Estou falando da alma dela, da essência dela, do espírito dela. Ela tem uma alma tão linda. O que importa é o interno e não o externo. -

- E como você viu a alma dela? -

- Os olhos são a janela da alma, Emmett. - disse simplesmente. - E eu vejo, através dos olhos dela, que ela tem uma alma tão linda e pura. - ele se encostou à janela. - Sabe, ela é honesta, sensível, tem caráter, é tão educada… Ela é forte, mas no fundo é tão frágil, que eu sinto uma vontade fudida de envolvê-la em meus braços e protegê-la de tudo e todos. Ela tem uma alma boa e um bom coração e se eu pudesse eu a protegeria de todo mundo que pudesse tentar fazer mal a ela, qualquer um que pudesse pensar em estragar o que ela tem de bom e bonito dentro dela. -

- Isso por acaso inclui a Alice? -

- E a mim também. - respondeu. - É por isso que eu quero me afastar… Eu sinto que vou fazer mal a ela e é por isso que eu quero ficar longe dela. -

- Mas você está apaixonado. - apontei.

- É. - e pela primeira vez ele admitiu em voz alta. - Mas ela não precisa saber disso. E ela não vai saber disso. Eu vou protegê-la de mim mesmo. -

- Mas e se você for a melhor coisa para ela? -

- Se eu fosse não estaria me sentindo tão mal. -

- Você está se sentindo mal, porque não admite, porque não confessa a ela a verdade. Você está se sentindo mal por medo de confessar a ela o que sente e de além de não ser correspondido, de ela pensar que você é uma má pessoa… - ele não respondeu, mas pela cara dele, eu havia ido ao caminho certo. - Mas você nunca vai saber se não falar. Ela é tímida, Edward, não vai falar, principalmente sem você falar primeiro, principalmente após você chamá-la de criança. -

- Ela é. -

- Ela não é e você sabe. -

- Pode, por favor, me deixar um pouco em paz? -

- Claro. Irei fazer meus deveres. -

- Milagre! - ironizou e eu saí do quarto e caminhando para o meu e trancando a porta.

Sentei na cadeira, tirando o celular do bolso e desligando o gravador e ligando meu fone de ouvido e apertando o play na gravação. Eu ouvi a conversa toda três vezes até voltar a abrir a página do Word e dessa vez conseguindo escrever a carta.

'Bella…

Eu sinceramente não sei como começar essa carta, principalmente após o jeito estúpido que eu te tratei no domingo em La Push e naquele dia na sala de aula. Mas eu precisava escrever isso, até porque eu não disse exatamente tudo. Pelo menos não toda a verdade, por dois motivos. Primeiro: Não saber exatamente como dizer e nem como você agiria. Segundo: Por medo que você ache que sou uma má pessoa. Mas eu tenho que te falar como eu me sinto em relação a você e como eu vejo você.

Sabe Bella, você é tão comum, mas ao mesmo tempo tão diferente. Você é incrível de um jeito que eu não sei explicar. Você é linda e incrível tanto externa como internamente. A mais bonita que eu já vi na vida, você me chama a atenção de um jeito que ninguém nunca conseguiu chamar.

Eu não quero que me entenda de forma errada, mas eu preciso colocar isso para fora. Bella, você é tão linda. Seu rosto é tão único e angelical. Seu rosto em formato de coração, sua pele alva, se contrasta perfeitamente com seus cabelos castanhos, longos que caem em cascata, eles são tão macios e cheirosos. Seus belos olhos castanhos, que são como dois lagos, os quais eu podia me afogar, que não iria reclamar e nem pedir socorro. Seus lábios vermelhos são tão macios e doces, que eu poderia e desejaria beijar de novo e para sempre até meus pulmões explodirem.

Bella, eu estou sendo total franco com você ao escrever estas palavras. Eu estou completamente apaixonado por você. Não sei por que, eu não sei explicar o motivo de você me atrair tanto, isso nunca aconteceu com mais ninguém apenas com você. Eu gostaria de explicar porque e uma parte de mim queria que isso não fosse real. Você é mais nova, e confesso que é estranho estar lendo uma carta de um homem mais velho que é seu professor, onde ele diz que está completamente apaixonado pro você, mas é algo que eu simplesmente não consigo explicar.

Provavelmente você está sentindo coisas ruins sobre meu respeito agora, e era o que eu não queria que acontecesse. Tanto que eu estou fazendo o possível e o impossível para esquecer isso e deixar para lá e ignorar o que eu sinto. Mas eu não consigo. Caso eu não consiga esquecer isso, pretendo deixar Forks, porque você não merece isso. Talvez você me vê apenas como um irmão mais velho ou como eu realmente sou, seu professor, apenas seu professor. Prefiro que me trate assim, a me tratar como se eu fosse alguém ruim.

Você é tão tímida que eu tive receio e medo de falar isso com você cara a cara. Então, o que eu não consigo dizer pessoalmente será escrito aqui...

Bella eu te amo, e eu escrevi isso apenas para que você saiba toda a verdade. Agora eu não estou escondendo nada de você. Você decide o que fazer dessa informação, ignora-la ou xingar-me por achar que eu sou um doente. Eu chamo de você de criança mais para tentar me convencer disso e fazer com que eu caia em mim e para de me interessar por você. Mas é difícil, quase que impossível.

Edward.’

Tirei os fones e reli a carta mais duas vezes. Estava bom, eu estava surpreso comigo mesmo. Apaguei a gravação e após eu imprimir a carta, apaguei do computador e fazendo todo o possível, escrevi os nomes nos respectivos e envelopes, sem que eles, principalmente Edward reconhecesse minha letra, e guardei dentro do meu caderno na mochila. Amanhã a fase dois do plano seria executada.

x.x.x

No dia seguinte fiz questão de chegar cedo na escola. Eu queria que eles encontrassem a carta apenas na hora de ir embora, não queria que eles a encontrassem e um pudesse ver o outro lendo e o plano fosse por água a baixo.

E dito e feito. Havia colocado a carta na pasta de Edward que ele havia deixado na sala dos professores e a da Bella seria jogada no armário dela, assim que o sinal do início da aula de biologia tocasse.

- Ué… Cadê? - perguntei revirando minha bolsa. O sinal já havia tocado, não tinha mais ninguém no corredor, apenas eu, e eu tinha que colocar aquilo lá antes que alguém, ou o inspetor aparecesse. - Cadê aquela merda? -

- Procurando isso? - ouvi a voz de Rosalie atrás de mim e eu me virei e ela estava com a carta na mão. Merda. - Você é um filho da puta desgraçado. Você está dando em cima da Bella e não tem a decência de terminar comigo antes… -

 Eu não estou dando em cima da Bella. Acredite em mim. -

- Eu li uma parte dessa carta, a verdade é que só consegui ler o Bella eu te amo, e depois eu senti uma vontade enorme de te matar. - disse entre os dentes.

- Não sou eu… -

- Ah não… A carta estava na sua mochila, e você está para colocar no armário dela. -

- Não sou eu. -

- Então quem é? -

- Promete não gritar e não contar a ninguém caso eu te falar a verdade? - assentiu. - Edward! -

- Edward!? - perguntou alto e eu tampei a boca dela antes de alguém escute. - Acha que eu vou acreditar nisso? -

- Abre e lê a carta toda. Ou então a assinatura. - e ela fez o que pediu e leu a carta toda arregalando os olhos. - Edward não sabe disso. Ele não quer falar com ela e eu tô tentando dar um empurrãozinho… Então, ou a senhorita me ajuda ou finge que não sabe de nada, por favor. - disse arrancando a carta da mão dela e jogando pelo buraco do armário de Bella.

- Eles vão saber… -

- Claro que não. Ela é tímida e ele tem medo dela pensar algo ruim dele. -

- E aí você escreve que ele a ama? -

- É a verdade. - respondi. - Ele admitiu isso para mim e eu acho que ele tem que dar uma chance para ela, de ela saber e decidir o que sente. -

- E como você escreveu a carta para ele? -

- Com as conversas de ontem… - respondi o óbvio.

- Oh meu amor, eu achei que você estivesse dando em cima dela. Perdoa-me. -

- Eu fiquei muito ofendido. Mas perdoo você se me ajudar. -

- Como? -

- Conversa com ela. Sem Alice perto. Ela talvez possa se abrir para você, você é mulher e tal… Mas comigo, ela não vai mesmo, até porque sou irmão de Edward. Se com essas cartas eles não se falarem, eu pretendo escrever outra e outra até eles se falarem… Só espero não ser descoberto antes. -

- Certo. Vou acompanhar a Bella até em casa e tentar arrancar algo dela… Eu te amo. - ela me deu um beijo e saiu correndo para o banheiro e eu tratei de fugir, o sinal iria tocar logo.

Após o último sinal, nós saímos da escola e mal eu me aproximei de meu carro e vi Rosalie falando com Bella enquanto as duas saiam da escola. Eu esperava que Bella se abrisse com Rosalie, aliás, ela precisava se abrir com alguém sobre isso. Não iria fazer com Alice porque estavam sem se falar, e eu acho que ela não falaria isso com Renata. Até porque se ela falasse Renata já teria vindo matar meu irmão, não?

Segui para a minha casa e Edward chegou menos de uma hora depois de mim. Eu estava sentado na sala assistindo a algum filme e esperando a Rosinha ligar para mim sobre o que descobriu sobre a Bella. Edward entrou em casa esbaforido, porém tentando não parecer tanto, e com um envelope em mãos. Eu podia ver que ele já havia rompido o lacre, portanto seu desespero era porque ele viu a assinatura, ou porque já leu uma parte da carta.

Eu perguntei a ele qual o problema para ele estar esbaforido, mas ele não me respondeu. A verdade é que ele me ignorou e subiu correndo para o quarto e bateu a porta com força. Algum tempo depois, quando estava quase anoitecendo quando Rosalie chegou a minha casa. Ela havia demorado tanto para chegar que eu até estranhei.

- Demorou. - disse quando formos para o meu quarto.

- A menina estava desesperada por conversa de adolescente. Alice está ignorando ela demais e ela não quer falar com a madrinha. Mas pelo que eu entendi, ela está conversando com a amiga dela de Siena, mas não é a mesma coisa. - explicou sentando-se em minha cama.

- Tudo bem, e o que você descobriu? -

- Ela não citou nomes, nem idade e nem nada. Porém, falou de um cara de Forks que a beijou, duas vezes. E levando em consideração que os únicos caras que se aproximam dela é você, Jasper e Edward… -

- Por eliminação sobrou Edward. -

- Tipo isso. - respondeu sorrindo.

- E o que ela disse sobre esses beijos? -

- Que foi melhor do que ela imaginava. Que nunca havia beijado na vida, mas que havia sido incrível. - nós conversávamos baixo para não correr o risco de Edward ouvir. - E lembrando-me da carta e que você disse que ele estava achando que ela pensaria mal dele, eu questionei o que ela estava sentindo em relação a isso e ela não soube explicar, mas disse que não era algo ruim. -

- Então, somando o fato de que ela disse sobre a música e agora isso, a minha teoria de que ela está apaixonada por ele é sério. -

- Qual é o próximo plano, ursão? -

- Esperar que eles leiam a carta e escrevam um para o outro, caso isso não ocorra eu terei que escrever mais uma. -

- Ah… Ela disse algo do tipo… Que eu não entendi muito bem, mas que ela entende o que Napoleão sentiu em Waterloo. -

- O que diabo é Waterloo? - ela deu de ombros. - Deve ser alguma coisa em italiano. -

Deixei isso de lado e a noite Rosalie foi embora e eu fiquei sozinho, como quem não quer nada, eu segui até o quarto de Edward, batendo na porta antes de Edward e após ouvir sua permissão, eu entrei. Eu estava muito curioso com o que significava Waterloo. Edward estava sentado na cama, já pronto para ir dormir e eu podia ver o envelope aberto em cima da cama.

- Hey. -

- O que você quer? - retrucou.

- Te fazer uma pergunta. -

- Manda. -

- Que diabo é Waterloo? - perguntei e ele me encarou confuso.

- O que? -

- O que é Waterloo? -

- É uma cidade da Bélgica. - respondeu confuso. - Por quê? -

- E o que isso tem haver com Napoleão? -

- Bonaparte? -

- O que isso significa? -

- Deus, Emmett, como você nunca repetiu em história? Você quer saber a relação de Waterloo com Napoleão Bonaparte? -

- Acho que sim. -

- Foi a última batalha de Napoleão. Quando ele se rendeu aos ingleses em 1815. -

- E o que uma coisa tem haver com a outra? - perguntei para mim sem entender o motivo de Bella ter dito aquilo a Rosalie.

- Como assim? -

- Nada não. - respondi. - O que é isso? - mudei de assunto pegando o envelope em cima da cama.

- Nada. - respondeu arrancando o envelope de minha mão.

- Ah fala. -

- Sai Emmett. - mandou e eu saí do quarto rendido e indo para o meu.

...

Uma semana havia se passado desde que mandei as cartas e Edward não havia dito nada para mim e Bella ligeiramente comentou com Rosalie, mas não a deixou ler ou algo do tipo. Quando Rosalie questionou se a Bella iria responder a carta e ela negou, disse que não iria respondê-la por medo de não saber como ou por achar que Edward havia mandando uma carta que não era para responder a carta.

Até hoje eu não sabia exatamente o que Waterloo tinha haver com o relacionamento dos dois e isso estava me deixando irritado. Eu já havia entendido que Napoleão amarelou na frente dos ingleses em Waterloo, mas e daí? E daí?

Essa dúvida me corroía por dentro e sem conseguir dormir resolvi ir pesquisar que merda isso significava. Digitei simplesmente Waterloo na aba do Google e apareceu Waterloo Abba. Espera aí. E se ela não está se referindo a batalha e sim a música. Cacei rapidamente meus fones e coloquei a música.

My, my,
(Meu, meu)
At Waterloo Napoleon did surrender
(Em Waterloo Napoleão teve de se render)
Oh yeah
And I have met my destiny in quite a similar way
(E eu encontrei meu destino de um jeito bastante parecido)
The history book on the shelf
(O livro de história na estante)
Is always repeating itself
(Sempre está se repetindo)

Waterloo
I was defeated, you won the war
(Eu fui derrotado, você venceu a guerra)
Waterloo
Promise to love you for ever more
(Prometo te amar para sempre)
Waterloo
Couldn't escape if I wanted to
(Não poderia escapar mesmo se eu quisesse)
Waterloo
Knowing my fate is to be with you
(Sei que meu destino é estar com você)
Ow ow ooh
Waterloo
Finally facing my Waterloo
(Finalmente enfrento meu Waterloo)

My, my,
(Meu, meu)
I tried to hold you back but you were stronger
(Eu tentei te deter mas você era mais forte)
Oh yeah
And now it seems my only chance is giving up the fight
(E agora parece que a minha chance é desistir da luta)
And how could I ever refuse
(E como eu pude sempre recusar)
I feel like I win when I lose
(Eu sinto como se eu ganhasse quando eu perco)

Waterloo
I was defeated, you won the war
(Eu fui derrotado, você venceu a guerra)
Waterloo
Promise to love you for ever more
(Prometo te amar para sempre)
Waterloo
Couldn't escape if I wanted to
(Não poderia escapar mesmo se eu quisesse)
Waterloo
Knowing my fate is to be with you
(Sei que meu destino é estar com você)
Ow ow ooh
Waterloo
Finally facing my Waterloo
(Finalmente enfrento meu Waterloo)

So how could I ever refuse
(E como eu pude sempre recusar)
I feel like I win when I lose
(Eu sinto como se ganhasse quando eu perco)

Waterloo
Couldn't escape if I wanted to
(Não poderia escapar mesmo que eu quisesse)
Waterloo
Knowing my fate is to be with you
(Sei que meu destino é estar com você)
Ow ow ooh
Waterloo
Finally facing my Waterloo
(Finalmente enfrento meu Waterloo)
Oooh
Waterloo
Knowing my fate is to be with you
(Sei que meu destino é estar com você)
Ow ow ooh
Waterloo
Finally facing my Waterloo
(Finalmente enfrento meu Waterloo)
Oooh
Waterloo
Knowing my fate is to be with you.
(Sei que meu destino é estar com você).”

A música acabou e corri para pegar o telefone para Rosalie, eu precisei ligar dez vezes até que ela finalmente atendeu o telefone. Eu tinha que falar a ela o que eu havia descoberto.

- Por que diabos você está me ligando as duas da manhã? - respondeu ao atender irritada.

- Escuta isso. - disse simplesmente e coloquei a música baixa de novo e tirando os fones de ouvido. Quando a música cessou eu voltei a colocar meu celular no ouviu. - Eu acho que eu descobri o que Waterloo significa? - disse animada e ela simplesmente bocejou.

- Significa que mesmo ela não sabendo ao certo o que sente por ele… - e mais um bocejo. - Ela se rendeu a essa sentimento? -

- É… - disse mais do que animado.

- Posso voltar a dormir? Tenho aula amanhã cedo. E você também! -

- Eu estou animado demais para dormir. Vou escrever as cartas e amanhã te mostrar. - e sem esperar resposta desliguei o telefone e abri mais uma vez o Word. Primeiro, Bella.

Io non queria, mas me vi obrigada a escrever mais uma carta. Você continua a me ignorar e nem respondeu-me o que pensa sobre o que eu disse.

Io prometo esquecer tudo e deixar tudo para lá, principalmente o conteúdo da carta anterior e dessa, caso você diga que non quer nada. Io sei que é difícil. Cidade pequena, a fofoca seria enorme, e você tem uma vida e carreira aqui pela frente. Io te entendo que non é bom para você ser visto com uma criança.

Mas quer saber? Io entendi o que Napoleão sentiu em Waterloo. Como ele, io finalmente encontrei meu Waterloo.

Non precisa falar comigo pessoalmente, para evitar fofocas você poderia simplesmente responder-me com outra carta. Dizendo que o pensa e se mesmo após tudo isso você quer deixar para lá. Se for a sua vontade, io também deixarei para lá.

Bella’.

E igual à primeira vez, imprimi, apaguei as provas do crime e abri outra página em branco e digitei a de Edward, seria basicamente parecida com a de Bella para ele. Mas eles nunca saberiam disso.

'Bella…

Admito que isso seja estranho, ao mesmo tempo em que ansiava pela sua resposta, eu ansiava para não recebê-la. E bom, não a recebi. Eu entendo que deva sentir nojo de mim, eu também sinto. Mas no fundo gostaria de saber o que você sente em relação a tudo o que eu disse.

Caso seja de sua vontade eu esqueço tudo e sigo minha vida e você segue a sua. Mas antes eu preciso saber sobre o que você pensa a respeito de mim.

Não sei, se alguma vez eu te contei, mas eu adoro ABBA, possuem músicas muito melhores do que os cantores de hoje em dia. Recentemente estava escutando e deparei-me com uma música que faz todo o sentido, pelo menos agora para mim. Waterloo.

Caso não queria falar comigo pessoalmente, escreva uma carta, assim ninguém saberá de nada, e você não precisará sentir vergonha.

Edward.’

E após imprimir e mais uma vez me livrar da prova do crime, coloquei em seus respectivos envelopes e guardei na mochila. Amanhã a fase três seria completada e eu esperava não ter que criar a fase quatro.

No dia seguinte eu busquei Rosalie em sua casa e nós fomos juntos para a escola, e durante o caminho ela foi lendo as cartas e depois ela me ajudaria a distribuí-las. Ela ficou de colocar a de Bella no armário e eu a de Edward nas coisas dele.

E nós fizemos isso um pouco antes do sinal do almoço tocar. Eu não vi Bella durante o almoço, e após o sinal do final do almoço tocar, nós seguimos para a sala. Edward estava sentado na sua cadeira com um papel em mãos, e quando os alunos começaram a entrar, ele guardou a carta nas suas coisas.

Bella entrou alguns segundos após o último sinal tocar e ele a encarou e ela a ele. Provavelmente ela também já havia encontrado a carta e pela demora a entrar, lido.

A aula seguiu e nenhum falou nada com outro ou algo do tipo. No final da aula fomos embora para casa e eu tentei conversar com Edward mais desisti devido à cara dele de poucos amigos. À noite fomos jantar na casa dos Brandon, e talvez aí eles conversassem.

- Boa noite povo lindo. - disse após Caius abrir a porta e eu ir para a cozinha encontrando Bella e Renata lá. - Incrível, sempre que eu te vejo você está comendo. - ela ignorou e continuou comendo. - Você está comendo brócolis? - perguntei enquanto ela colocava uma 'arvorezinha’ na boca.

- Sì. -

- Estranha. - retruquei fechando a cara. - Coisa nojenta. -

- Oi Bella. - minha mãe disse se aproximando da Bella e dando um beijo na bochecha da menina. E como a mesma estava com a boca transbordando de brócolis, ela apenas mexeu a cabeça.

- Mãe, ela está comendo brócolis. - disse fazendo cara de nojo.

- E daí? - minha mãe rebateu rindo e Bella sorriu amplamente pegando outro brócolis.

- Chega mocinha… - e Renata tirou a travessa com os brócolis de perto da menina e ela fez bico com as bochechas estufadas. - Nunca vi uma menina comer tantos vegetais… - reclamou e minha mãe riu.

- Io gosto de brócolis. - retrucou Bella dando de ombros e sua madrinha sorriu. Quando Bella se mexeu na cadeira, eu notei que ela tinha dois fiozinhos saindo de seus ouvidos e um tablet estava deitado a sua frente enquanto ela assistia algo por ele. - In our lives / We have walked / Some strange and lonely treks / Slightly worn / But dignified / And not too old for sex / We're still striving for the sky / No taste for humble pie / Thanks for all your generous love / And thanks for all the fun / Neither you nor I'm to blame / When all is said and done. (Em nossas vidas / Nós temos caminhado / Por alguns estranhos e solitários caminhos / Um pouco desgastado / Mas digno / E não muito velho para sexo / Nós ainda lutamos pelo céu / Nenhuma vontade de ser humilde / Obrigado por todo seu amor generoso / E obrigado por toda a diversão / Nem você nem eu temos culpa / Quando tudo foi dito e feito.) - e ela cantarolou baixo.

- Que isso menina… - chamei sua atenção.

- Ah só para avisar. Ela está assistindo Mamma Mia! Pela milésima vez. E Emmett essa música é do filme. - explicou colocando algo no fogão.

Ela se perdeu nas músicas do filme e os adultos foram para a sala, deixando Isabella, que nem prestava mais atenção no filme, apenas repetia as frases e cantarolava as músicas e eu olhei para meu irmão. Aquele ali era estranho ele adorava Abba, e não foi nenhuma surpresa para mim, de ele ter reconhecido a música e estava cantarolando baixo. Meu plano estava dando certo.

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