segunda-feira, 11 de março de 2019

Capítulo 6: Rendição

Pov. Edward.

Bella me encarava com cara de paisagem, olhando para o nada como se estivesse absorvendo o que eu havia acabado de dizer. Eu não queria acabar com essa amizade que estava desenvolvendo com ela, eu gostava de ficar perto dela, mas não podia deixar isso correr. Não por mim, mas por ela. Bella abriu e fechou a boca algumas vezes, tentando falar algo, mas as palavras não saiam.

Eu não sabia o que se passava em sua cabeça, mas eu adoraria saber, principalmente após ver seus belos olhos castanhos, como chocolate derretido, ficando marejados. Minhas pernas queriam se aproximar dela e meus braços queriam tomá-la em meus braços e conforta-la, mas eu não podia fazer isso.

- Perché? - perguntou baixo. Como é que eu iria explicar isso a ela.

Flashback On

Eu precisei respirar muito fundo quando a Bella disse que iria entrar na água e começou a tirar a roupa. Primeiro e ela tirou os tênis, ficando descalça com seus pés pequenos com as unhas pintadas de preto e ficou de pé tirando a blusa. Eu não queria ficar olhando, mas eu me sentia hipnotizado pelos seus movimentos.

Isabella tirou a blusa, jogando a em cima de sua mochila e inconscientemente ajeitou a parte de cima de seu biquíni, que mostrava um pouco mais do contorno de seus seios, que não eram grandes demais e nem pequenos demais, eram medianos e pareciam ser muito bonitos. A barriga era lisa e eu encontrei a quarta tatuagem dela, o contorno de uma rosa na barriga, ela não precisava tirar a roupa para me mostrar aquilo.

Quer dizer, precisava em partes. Bella passou os dedos pelo cós da calça e a abaixou devagar, revelando uma calcinha preta simples e que me dava uma bela e perfeita visão de sua bunda, que igual aos seus seios, não era grande e nem pequena, era mediana, redondinha e perfeita. A tatuagem preta e branca de Bella descia até uma parte de sua coxa, mais algumas rosas com folhas. Linda.

Eu sentia um desconforto fudido no meio de minhas pernas. Eu estava duro só por vê-la ficando de biquíni. Deus, como ela era linda. Eu sentia, dentro de minha calça, meu pau muito duro e uma pressão fudida em minhas bolas. Eu nunca havia sentido isso na vida e sentia agora por ver uma menina ficando de biquíni a minha frente. Eu acho que hoje eu iria entender de fato o que são “bolas azuis”.

Devagar Bella caminhou até a beirada do rio e me dando uma bela visão de sua bunda redonda. Levei a mão até o meio de minhas pernas e apertando meu pau tentando acalmá-lo um pouco e sem o menor sucesso. Bella mergulhava na água e eu aproveitei e enfiei minha mão dentro de minhas calças tentando ajeitar “meu amigo” de um jeito que não incomodasse tanto.


Eu havia puxado Bella para dentro da água e para que ela não se machucasse eu a segurei contra meu corpo e quando a puxei de volta para cima, ela apoiou as mãos em meus ombros, em busca de apoio. Bella ergueu a cabeça ao mesmo tempo em que eu abaixei a minha para saber se eu havia machucado-a quando a puxei, e com isso nossos narizes se tocaram. Eu conseguia ver a alma de Bella ao olhar em seus doces olhos e eu me sentia como se me afogasse naquele mar de chocolate derretido.

- Bella. - gemi seu nome de forma mais sussurrante possível, eu acreditava que nem voz havia saído. Eu senti seu nome reverberar em minhas cordas vocais e eu adorei a sensação de gemer seu nome.

Eu não aguentava mais, mesmo nossos corpos estando grudados, eu deseja sentir mais ainda, se possível, seu corpo pequeno e quente contra o meu. Deslizei as mãos pelo se quadril e a peguei no colo e ela enlaçou as pernas em meu quadril e eu senti meu pau, ainda duro, encostando-se ao meio de suas pernas e discretamente, segurando-a pelo quadril, rocei seu quadril contra o meu.

Eu não aguentava mais, abaixei o rosto e rocei meus lábios contra os seus. Eu ia beijá-la. Eu queria beijá-la. Muito. Ela não me parou, ela fechou os olhos esperando pelo que viria, ela também queria aquilo. Rocei novamente meus lábios aos dela e iria saciar meu desejo e beijá-la quando um celular tocou e por um momento meu cérebro me lembrou do erro que iria cometer e a soltei, me afastando.

Que merda que eu iria fazer? Eu era maluco?


Depois que deixar a Bella em casa, eu entrei no carro e soquei o volante. Eu sentia raiva, muita raiva de mim. Não sei se por ter quase cedido aos meus desejos e beijado minha aluna ou por Alice ter ligado e ter interrompido. Fechei os olhos tentando me acalmar, só que, mais uma vez, minha mente foi invadida por imagens de Bella se despindo, e Deus, isso era errado, mas eu daria tudo no mundo para vê-la nua e tê-la em meus braços, por no mínimo uma vez.

Enquanto minha mente relembrava a cena de ver Bella tirando a roupa, meu pau ia ficando duro mais uma vez, e eu o apertei e passei a mão por ele, para tentar acalma-lo, pelo menos até eu chegar a casa. Liguei o carro e segui para lá, volta e meia, levando a mão ao meu pau e o apertando.

Graças a Deus quando eu cheguei a minha casa e ela estava vazia. Seria vergonhoso explicar o motivo de estar duro depois de ter passado o dia todo com Bella. Meus pais iriam me matar se soubessem que eu sentia desejos por uma menina de quinze anos e que era minha aluna.

Corri para o meu quarto, trancando a porta e entrando no banheiro, trancando a porta também. Meu pau doía de tão duro que estava e eu rapidamente me livrei de minhas roupas e ao colocar o chuveiro no mais frio possível, me enfiei embaixo dele e mesmo depois de cinco minutos, meu pau continuava duro e ereto.

Pensa em alguma coisa broxante. Pensa em alguma coisa broxante. Eu ordenava ao meu cérebro e nada. Pense quando você pegou o Emmett e a Rosalie transando. Eu tentei imaginar a bunda branca de Emmett, mas meu cérebro filho da puta mudava e pensava na bunda de Bella. Já sei. Pense nos seus pais transando. Isso era nojento e traumatizante. Encostei a cabeça na parede ao sentir meu pau amolecendo ao imaginar meus pais transando.

Mas meu cérebro maldito me fudeu de novo e voltou com a imagem de Bella se despindo. Mas dessa vez ele fora além, ele imaginou Bella se despindo totalmente. Ele imaginou seus seios medianos, redondos e duros com os mamilos rosados e rígidos. E a cena mudou. Ela não estava mais de pé, e sim em sua cama, eu reconheceria aquela cama depois de quase ter dormido lá mês passado, completamente nua e com as pernas abertas.

Sua bucetinha estava molhada e era completamente lisa e rosada e eu podia ver sua excitação escorrendo dela. Ela levantou um pouco a coluna e esticou a mão, segurando a minha e me puxando para cima dela. Eu também estava nu e a cabeça de meu pau roçava em sua buceta molhada.

- Edward. - ela gemeu meu nome baixo com aquele maldito sotaque e eu quase gozei. - Me faça sua… Io quero ser sua. Apenas sua. - disse gemendo baixo e meu pau deslizou para dentro de sua buceta molhada e apertada. - Oh Edward. - ela gemeu. - Abre os olhos. - ela pediu e eu abri.

Eu estava no meu banheiro, à água gelada ainda caia em cima de mim, e minha mão deslizava devagar pelo meu pau rígido. E com a imagem de Bella nua e de eu a penetrando, eu fiz uma coisa que não fazia há anos, me masturbei. Minha mão deslizava por meu pau, começando devagar e indo mais rápido. Eu encostei a cabeça na parede e fechei os olhos para poder imaginar melhor e funcionou. Funcionou tão bem que eu gemi seu nome algumas vezes e gozei me aliviando e sentindo meu pau amolecendo em minha mão.

Demorou quase que cinco minutos até eu perceber a merda que eu havia feito. Eu não acreditava que havia me masturbado pensando em minha aluna e imaginando-a nua enquanto eu a fodia. Que diabos havia acontecido comigo?


E assim se seguiu todo o domingo, volta e meia eu me lembrava da campina, do que aconteceu no banheiro e daquele maldito sonho que tive na madrugada de sábado para domingo, que foi, basicamente, a continuação do pequeno filme que minha mente perturbada criou. E depois de ter me masturbado de novo no domingo, foi quando eu resolvi me afastar dela.

Flashback off.

Mas eu não podia falar isso para ela. Ela iria pensar o pior de mim. Que eu era um pedófilo, tarado que queria transar com ela. E infelizmente era como eu me sentia. Olhei novamente para seus olhos marejados e respirei fundo reunindo forças para não ceder e me render aos seus encantos. Ela era apenas uma menina, nunca havia beijado na vida, eu não podia fazer isso com ela.

- As pessoas estão falando. -

- Tu disse que non se importava com isso. Já que era amigo de mios padrinis há tempos. - apontou.

- Eu sei. Mas… - suspirei. - O diretor está achando estranho. - mentira, ele nunca dissera uma palavra sobre isso. - Alguns alunos comentaram com ele e ele me repreendeu. - mentira novamente. Eu preferia mentir a deixar minha mente sórdida continuar fazendo isso. - E eu… Eu não quero começar a manchar a minha carreira e eu não quero que falem de você. - essa última parte era verdade. Eu não queria que falassem dela. - Você é tão frágil, Bella, que eu não quero que as pessoas desse lugar fiquem falando merda de você. - isso era a pura verdade. Ela era tão frágil que eu sentia uma vontade enorme de envolvê-la em meus braços e protegê-la dos outros. - Me perdoe mesmo… - limpei a garganta. - E quanto ao que aconteceu sábado na campina, se você puder esquecer e não comentar aquilo com ninguém. -

- Non se preocupe, Sr Cullen. - disse firme e meio ríspida e eu odiei isso. - Non aconteceu nada. - porque Alice ligou. Respondi mentalmente.

- Você não precisa me chamar de Sr. Cullen. - torci o nariz. - Pode continuar me chamando de Edward. -

- Non. A partir do momento que o senhor disse que a nossa relação será igual a do senhor com os outros alunos. Nada mais justo, do que eu chama-lo igual aos outros. Senhor Cullen. - repetiu e respirou fundo como se tentasse engolir o choro. - Bom, o sinal ainda non tocou, então se o senhor. - ela frisava muito o senhor e era como se eu levasse uma facada no coração. - Se o senhor non se importar, io gostaria de ir ao banheiro. -

- À vontade. - respondi e deixando a mochila em cima do balcão, ela saiu da sala, batendo a porta atrás de si e eu soquei com força o balcão a minha frente. - Merda! - gritei puxando meus cabelos com força.

- Está tudo bem? - ouvi a voz do meu irmão vindo da porta e eu nem me toquei que ele havia entrado.

- Está. - respondi rapidamente. - O que quer? - perguntei ao vê-lo sozinho.

- Falar com você. Eu estou tentando desde ontem, mas você ficou trancado no quarto o dia todo. -

- O que é? -

- Talvez isso não seja da minha conta. Mas o que aconteceu no sábado entre você e a Bella? -

- Talvez isso não seja da sua conta? Só talvez? -

- Ok. Não é da minha conta. Mas o que aconteceu? -

- Nada. -

- Mentira. Eu sei que vocês me acham infantil e idiota… -

- Ainda bem que sabe… -

- Mas eu não sou. - ele me ignorou. - Qual é irmão?! Acha que eu não notei que você está a fim dela? - disse e eu o encarei. - Você e a escola toda. - apontou e eu fechei a cara. - Ainda bem que a ursinha não se importa com o fato de a Bella vir pra cima de mim quando alguém dá em cima dela. Mas isso é outra história. Eu sei que você está a fim dela e sei que gosta dela. Então por que quer se afastar dela? - o encarei de novo. - Eu ouvi. Estava vindo falar com você quando ouvi sua desculpa estapafúrdia… -

- Soletre estapafúrdia. - pedi tentando mudar de assunto.

- E-S-T-A-P-A-F-Ú-R-D-I-A. - e não é que ele acertou?!. - E não mude de assunto. - é, ele não é tão idiota como achava.

- Eu quero me afastar dela antes que algo aconteça. -

- Algo tipo o que? Você se apaixonar por ela? Mano, é bom, acredite em mim, e eu tô de quatro pela Rosalie. -

- Emmett... Ela é menor de idade. Eu sou mais velho e sou professor dela. - apontei. - Imagina se o diretor sabe. Se os tios dela sabem. Se a cidade sabe. -

- Foda-se. - disse com vontade. - Se for sério da parte dos dois que se foda o mundo. -

- Rosalie mudou você em… -

- Eu que o diga. -

- Mas é sério Emmett… Não dá. -

- Toda forma de amor é justa. Mesmo vocês tendo quase dez anos de diferença. - agora eu estava surpreso com o meu irmão.

- Aqui não dá. Não nessa cidade pequena. E Emmett, a Bella deve me ver no máximo como um irmão mais velho. Só isso. -

- Tenho minhas dúvidas. É sério, você não vê como ela fica quando te olha. Eu faço todas as aulas com ela, e em todas as aulas ela parece um zumbi do The Walking Dead, uma zumbi gostosa, mas mesmo assim, zumbi, e quando chega a sua aula, ela fica mais feliz. E olha que ela odeia biologia. E é divertido... Ela ficando corada com os slides que você passa. - ele riu.

- Emmett… Eu me masturbei duas vezes pensando nela nua e sonhei que estava transando com ela. - confessei.

- Epa… Conta-me essa história aí. - bufei, meu irmão voltou a ser um idiota. - Do nada? -

- Lembra-se da campina que eu te contei? - assentiu. - Eu a levei lá e ela tirou a roupa… -

- Ela ficou pelada? Queria ter ido. -

- Não seu imbecil… - rosnei. - Ela apenas ficou de biquíni… E céus… - passei a mão pelos cabelos, os puxando.

- Ela é gostosa? -

- Muito. - respondi sinceramente. - E eu não consigo tirar aquela imagem da cabeça. Essa imagem me assombrou durante todo o resto do final de semana. -

- E por que você quer se afastar dela? Eu não entendo. -

- Eu já expliquei, Emmett. -

- Não. Você não explicou. Você deu um monte de desculpas esfarrapadas… Você gosta dela, tenta ela saber se ela gosta de você e pronto. -

- E o que eu faço com isso? - perguntei apontando para a sala.

- Já falei. Foda-se todo mundo. E, aliás, ninguém precisa saber do que acontece entre vocês dois. -

- Escondido? Não sou homem de fazer as coisas escondido. -

- Vai ter que fazer, caso queira ficar com ela. - deu de ombros.

- Não sei Emmett. - o sinal tocou. - Ela é menor de idade, sabe o que todo mundo vai pensar de mim. O que nossos pais vão pensar de mim. -

- Mamãe é quase sete anos mais nova com que o papai. - apontou.

- Mas ela não tinha 15 anos e ele 24. - apontei e a porta foi aberta e alguns alunos começaram a entrar.

- Você não vai conseguir ficar longe dela. - disse baixo e caminhou para a sua mesa. É claro que eu iria conseguir ficar longe dela. Essa ideia de Emmett era idiota. Ficar com ela escondido… Isso nunca daria certo.

Todo mundo voltou para a sala, menos Bella. Ela havia ido ao banheiro e não voltou, nem depois que o sinal tocou. Eu dei aula, olhando volta e meia para a porta esperando que ela entrasse e sem nenhum sinal ou menção que ela iria entrar ou que estava do lado de fora da sala.

A aula se encerrou e com ela outro dia de apresentação de trabalho, e Bella não deu as caras a aula inteira. Todo mundo já havia ido embora e eu estava me preparando para a minha última aula e a mochila em cima da mesa.

- Com licença. - ouvi uma batida na porta e ao olhar para lá e vi que Renata estava parada na porta.

- Renata? O que foi? -

- Bella ligou. - disse entrando na sala e pegando a mochila da sobrinha e pendurando no ombro. - Disse que estava com dor de cabeça e pediu para que eu viesse buscá-la… O que é bem estranho, ela já estava a um bom tempo sem sentir nada. - suspirou. - Já avisei a Sra. Cooper. -

- Tudo bem. -

- Ah… Sabe o motivo para a dor de cabeça ter vindo do nada? - neguei. - Tudo bem, tchau querido. - e ela saiu.

O resto da semana correu e a Bella não deu as caras na escola a semana inteira. No dia seguinte depois que eu disse a Bella que teria que me afastar dela, Renata apareceu na secretaria, um pouco antes de eu começar a minha aula, com um atestado, assinado por meu pai, que liberava Bella que toda a atividade escolar da semana por uma semana.

Hoje era aniversário de Alice e ela iria fazer uma festa em sua casa, uma festa não supervisada, já que seus pais iriam ficar fora para que ela pudesse dar sua festa a vontade. Emmett encheu o saco para que eu fosse a essa festa e eu acabei cedendo. Não por querer ir a uma festa, mas por querer rever a Bella, ia fazer uma que eu não a via.

Depois de pronto e de Emmett também já estar pronto, nós seguimos para a casa dos Brandon. Eu não pretendia ficar muito na festa, queria apenas saber como ela estava e pretendia ir embora. A rua da casa dos Brandon estava completamente tomada por carros dos alunos da escola, ela deve ter chamado à escola inteira.

A casa e o jardim dos fundos estavam abarrotados de gente, e muitos já com copos de cerveja na mão. Eu nem queria saber quem havia comprado essas cervejas e eu pouco ligava. Eu fiquei quase dez minutos andando pela casa e pelo jardim atrás de Bella e não a encontrava. Ela não teria ido para La Push com os tios, teriam?

Subi as escadas e podia jurar que ouvi gemidos vindos de alguns quartos e caminhei para o de Bella. Que estava silencioso, mas a luz saia das frestas da porta. Bati na mesma é nada. Bati uma, duas, três, quatro vezes e nada. Respirei fundo e levei a mão à maçaneta e a virei abrindo a porta.

Era a segunda vez que eu entrei nesse quatro. O quarto era grande, branco e com piso de madeira. A cama, pequena de mais para ser de casal e grande demais para ser de solteiro. Ficava embaixo da janela, que era coberta por uma cortina clara, com algumas luzes penduradas nela. Duas pequenas mesinhas de cabeceira, com dois abajures em cima e um espelho apoiado contra a parede.


Junto à parede um pequeno cabideiro com algumas roupas penduradas e algumas sacolas, caixas e sapatos arrumados em algumas prateleiras. Uma pequena penteadeira com um pequeno vaso de cristal de tulipas rosa. Alguns frascos de perfume, algumas joias e maquiagem espalhadas, de forma organizada, por ela.


E ao lado dela uma escrivaninha branca, com o notebook aberto e pausado em algum filme ou série da Netflix, uma lata dourada com rosas, a mochila pendurada na cadeira giratória, e na parede uma prateleira com livros, os que ela comprou em Austin e alguns livros escolares. E ao lado do notebook o seu caderno aberto, mesmo ela não tendo ido a aula a semana inteira, ela tinha a minha matéria completa. Provavelmente ela pegou com Alice. Na parede ao lado da cama, várias fotos presas na parede, formando uma espécie de coração, algumas luzes em volta dela e em baixo uma pequena prateleira com algumas esculturas, provavelmente de alguns lugares que ela foi. Uma pequena torre Eiffel, três pirâmides do Egito. Um Taj Mahal e alguns outros que eu não reconheci.


As duas vezes que eu entrei nesse quarto eu não tive uma chance de olhá-lo bem, principalmente as suas fotos. A maioria dela eram sozinhas, algumas com quem possivelmente eram seus pais, Alice… E Jacob. Fotos em Londres. França. Dubai. Nova Delhi. Amsterdã. Verona, Veneza, Roma, Barcelona… Fotos em jogos da Juventus e da Seleção.












- O que está fazendo aqui? - ouvi a voz de Bella vindo de trás de mim e eu me virei. Bella usava um short curto acinzentado, e uma blusa de mangas curtas, que deixava uma faixa de sua barriga a mostra, branca. Suas inseparáveis medalhas estavam penduradas em seu pescoço e seu cabelo preso em uma trança lateral bem feita. - Caso o senhor non tenha notado. A festa é lá embaixo. -


- E por que você não está lá embaixo? -

- Para que? -

- É o aniversário de sua prima. -

- E? - suspirei.

- Por que não foi à escola a semana toda? -

- Seu pai me liberou. -

- Eu sei, mas eu quero saber o motivo. -

- Non é da sua conta. - disse ríspida. Essa não era a menina que eu conheci. - E io vou perguntar mais uma vez. O que está fazendo em mio quarto? -

- Vim ver apenas como estava. Fiquei preocupado por ter sumido de repente. -

- Como vê… Io sto molto bene. E caso o senhor não deseje que falem de você estar perto de mim, peço, gentilmente, que saia. - disse e me confirmando, seguiu até a sua escrivaninha pegando o notebook e seus fones. - Bata a porta quando sair. - pediu sentando-se na cama e colocando os fones. Eu fiquei parado por alguns segundos até caminhar até ela é arrancar seus fones.

- O que quer que eu diga? Desculpa? Ok! Desculpa. Eu não quis magoar você daquele jeito, mas eu fiz isso para proteger você. -

- De quem? -

- Desse lugar! - disse a encarando. - Você viu o que o pastor Weber fez naquela quermesse, você quer que toda a cidade faça a mesma coisa por sugerir e pensar que estávamos tendo alguma coisa? Você quer mesmo que essa cidade pense que eu estou transando com você? - ela me olhou confusa. - Porque é o que eles provavelmente estão começando a pensar. É isso geraria problemas, você é menor de idade e minha aluna. -

- E se io quiser transar com alguém não é da conta de ninguém. - rebateu.

- Mas você é menor de idade e eles… -

- Io ho a maioridade sexual. -

- Bella… -

- A maioridade sexual na Itália é de 14 anos e io ho 15. - respondeu e eu a encarei.

- É sério? - essa parte eu não sabia.

- E a partir do momento em que io non so americana, non tenho nenhuma obrigação, dever ou direitos nesse lugar. Io repito: Io posso transar com quem io quiser, e isso non é da conta de ninguém. -

- Mesmo assim… Você não entende. - ela bufou audivelmente.

- Então me explica. - ela se virou de frente para mim. - Se io não entendo, então me explica. Mas espero que tenha um motivo melhor para se afastar de mim sem ser essa cidade hipócrita. -

- Quer saber mesmo? -

- Sì. -

- Eu não quero acabar fazendo besteira… -

- Qual besteira? - perguntou e sem aguentar mais eu a puxei pela mão e seu corpo pequeno se chocou contra o meu, e segurando seu rosto com as duas mãos, eu a beijei. De início, Bella ficou receosa, como se não acreditasse no que eu tivesse feito, mas não demorou muito e ela relaxou em meus braços e levou as mãos para a gola de minha camisa preta.

Tirei as mãos de seu rosto e enlacei sua cintura, prensando seu corpo mais contra ela. Deslizei a ponta de minha língua pelos seus lábios, sentindo a doçura e a maciez deles. Seus lábios se entreabriram e minha língua tocou a dela e eu soltei um gemido baixo e apertei mais sua cintura contra mim.

Bella tirou as mãos da gola de minha camisa e enlaçou meu pescoço, ficando na ponta dos pés. Desci minhas mãos pelo seu quadril, deixando minhas mãos espalmadas e apertei com vontade. Eu sentia vontade de fazer isso desde sábado quando eu vi essa bunda redondinha. E essa bunda era perfeita. Redonda, empinada e durinha. E apertando-a mais uma vez, a peguei no colo e caminhei até a sua cama, deitando-a no colchão macio e ficando por cima dela.

Bella tinha a boca mais macia que eu já havia beijado. Mais macia, doce, saborosa e viciante. Eu podia ficar aqui o dia todo que nunca me cansaria ou enjoaria. Interrompi o beijo, mordiscando de leve seu lábio inferior e o puxando. Suguei seu lábio e voltei a beijá-la, até que meus pulmões ameaçaram explodir sem oxigênio e eu interrompi o beijo, com beijos leves em seus lábios avermelhados e levemente inchados. E encostei minha testa a dela.

Bella buscava o ar pela boca, com os lábios entreabertos e seus lindos olhos castanhos me encaravam, com os olhos brilhantes e com um leve toque de confusão, sem saber direito o que havia acontecido.

- Essa besteira que eu não queria fazer. - expliquei saindo de cima dela e deixando o quarto sem falar nada e indo embora para casa. 


Hoje era a Páscoa e teria uma pequena caçada a ovos no parque da cidade. Tinha por volta de duas semanas que eu havia beijado a Bella e não tocara no assunto com ela e nem com ninguém, mesmo Emmett perguntando se havia acontecido algo no quarto, já que eu demorei muito para descer. Bella até tentou falar sobre o que aconteceu, mas eu sempre me esquivava, dando a desculpa de que tinha aula para dar. Eu estava pior que um adolescente.

A missa havia acabado agora e Renata veio junto com a família, durante todo o culto do pastor Weber, o qual, Deus vai me perdoar, eu fiquei no telefone, eu e mais da metade da igreja. Eu fiquei muito tentado em ligar ou mandar uma mensagem a Bella. Eu tinha que me explicar com ela, eu não queria que ela achasse que eu a beijei e não queira mais falar com ela.

Depois de quase três horas, o culto acabou e nós fomos para o parque para a caçada aos ovos. Eu havia ficado horas achando que Bella estaria em casa trancada no quarto, mas não. Ela estava no parque, atrás de uma árvore, sentada entre as raízes da mesma, absorvendo vitamina D, do sol que hoje nos presenteou com o ar da graça. O prefeito deu início à caçada e eu caminhei até a Bella, após a tia se afastar dela.

Bella estava sentada, com o telefone em mãos. Ela trajava uma blusa branca de mangas compridas e finas, com uma das mangas abaixadas, deixando o ombro à mostra é a tatuagem de Ohana a mostra, a camisa tinha a estampa de um coelho com uma orelha erguida e a outra caída, os olhos do coelho estavam cobertos por óculos de sol e seu nariz era em formato de coração com dois bigodes saindo dele, short amarronzado que batia no meio de suas coxas, deixando suas lindas pernas a mostra e nos pés, all star branco.


- Oi. - disse e ela me ignorou. Agachei-me a sua frente e vi dois fios brancos saindo de seu celular e indo até seus ouvidos. Olhei para seu telefone, a câmera filmava uma multidão, talvez ela assistisse a algum show, levei a mão até seus fones, os arrancando e ela deu um pulo no chão. - Oi. - disse de novo e ela me encarou por alguns segundos e depois olhou em volta. - Que foi? -

- Está falando comigo? - perguntou me encarando.

- Estou. Por quê? -

- Tem me ignorado há semanas… Talvez da próxima vez você pudesse me avisar antes. - reclamou e puxou os fones da minha mão e colocou um.

- Eu tive um bom motivo. -

- Sempre tem. - ironizou.

- Eu não ia conversar sobre o que aconteceu no meio da escola. - respondi me sentando a sua frente.

- O que aconteceu?! Não aconteceu nada. Do mesmo jeito que não aconteceu nada naquele dia na campina… -

- Bella… - disse um pouco ofendido.

- Da licença? - pediu irritada e magoada. - Você já assistiu a sua missa, agora io adoraria assistir a minha na santa paz. - disse e colocou os fones de ouvido e apertou o botão de aumentar o volume. O som vindo de seu fone estava absurdamente alto, eu a sua frente ouvia algumas coisas vindas dele. Ela assistia a missa do Papa, no Vaticano. Deixei-a em paz e me levantei saindo dali.

- Hey. - Emmett se aproximou quando me afastei de Bella.

- Que é? -

- Vai pra onde? -

- Casa! - respondi rispidamente.

- Hey… - ele me segurou pelo braço. - Não ia conversar com a Bella? -

- Ela não quer falar comigo. Eu fui tentar falar sobre o que aconteceu na festa de Alice e ela disse que não aconteceu nada… -

- Alice disse que ela está assistindo a missa então… Pera aí, o que aconteceu na festa de Alice? -

- Eu beijei a Bella. - confessei baixo. - E o pior é que eu gostei. -

- E está ignorando ela desde esse dia. Porra Edward, depois o burro sou eu. - o encarei. - Você mesmo disse que a menina era uma virgem santa, que nunca havia beijado na vida. Aí você resolve beijá-la e a ignora? É claro que ela não quer falar com você. Eu não iria querer. - passei a mão pelos cabelos puxando com força e arrancando alguns fios. - Mas não se preocupe irmãozinho, eu vou juntar vocês dois. -

- Eu não vou me envolver com a minha aluna. - disse entre os dentes e quase gritando.

- Eu posso saber o que está havendo aqui? - meu pai perguntou se aproximando de nós.

- Nada. - disse rapidamente.

- Edward está apaixonado pela Bella. - Emmett respondeu e eu senti vontade de matá-lo.

- Edward. Ela é uma menina. - minha mãe arfou e foi quando eu notei que ela estava ao lado de meu pai. Ótimo.

- Querida. Deixe-me conversar com ele um pouco a sós, por favor. - pediu ele é minha mãe saiu puxando meu irmão. - O que está havendo? -

- Nada pai. -

- Essa história do Emmett é verdade? -

- Não. - me apressei em dizer e vi sobre o ombro de meu pai que Bella havia saído do meio das raízes da árvore, ainda com o celular em mãos e com os fones no ouvido, quando Mike apareceu e a prensou contra a árvore, minhas mãos se fecharam em punhos, e quase fui dominado por uma vontade insana de largar meu pai aqui e ir até lá e quebrar a cara daquele infeliz para ver se assim ele a deixa em paz. E antes mesmo que meu cérebro desse a ordem as minhas pernas de irem até lá, Emmett se aproximou dos dois e foi apenas preciso para Mike, ver a sombra de Emmett que ele se afastou. Emmett mesmo tendo a mesma idade que os outros alunos sempre foi muito mais forte, alto e largo e isso assustava muito gente. E quando Mike se afastou e Emmett acompanhou Bella até o banco onde seus tios estavam, e ele falava alguma coisa gesticulando muito com as mãos, eu fiquei nervoso, que diabos ele está falando com ela?

- Tudo bem… Agora eu vou refazer a pergunta e eu quero a resposta verdadeira. - meu pai atraiu de novo a minha atenção. - A história do Emmett é ou não verdade? -

- Não. - repeti e ele me encarou com uma das sobrancelhas aloiradas arqueadas. - Em termos. -

- Ela só tem… -

- Quinze anos. Eu sei. Por que o senhor acha que estou desse jeito? - reclamei e me sentei no banco, nós estávamos mais perto do estacionamento e afastado das outras pessoas, tanto que o risco de alguém nos ouvir era nulo.

- Quando isso começou? - perguntou calmamente se sentando ao meu lado.

- Que eu percebi foi naquele sábado em que a levei para caminhar. - passei a mão pelo rosto, não acreditava que estava falando disso com meu pai. - Eu já não conseguia parar de pensar nela antes, depois desse dia está muito pior. -

- E por quê? Por que você se aproximou dela? -

- Ela estava sozinha… -

- Alice… -

- Alice a largava volta e meia na escola para sair com Jasper ou Rosalie. -

- Pena? -

- Pena não. - eu passei as mãos pelo cabelo os puxando com força. - Eu não sei pai. Só sinto coisas que sei que não deveria sentir. - eu falava olhando para o chão. - Eu sei que ela é uma menina, que tem quinze anos e que principalmente é minha aluna. Mas… Ela me atrai tão forte. -

- É a primeira vez que se sente atraído por uma adolescente? -

- Foi só com ela. - respondi. - Nunca senti nada por mais nenhuma, é apenas ela. Não sei por que, mas é apenas ela. Tem algo nela… Tem algo que me atrai nela. É como se fôssemos imãs e um atraia o outro… -

- Olha. Seria muita, muita hipocrisia minha tentar te repreender já que sua mãe é dez anos mais nova do que eu… -

- Ela não tinha quinze anos. - apontei.

- Você é adulto. Sabe no que está se metendo. Só te falo uma coisa. - a encarei. - Ela é uma menina. Ela é inocente. Tá que ela vai fazer dezesseis anos em poucos meses, mas ela é inocente. Você faz companhia a ela, ajuda ela, primeiro, antes de tudo, você tem que saber se é recíproco ou se ela apenas o vê como irmão. Não força nada, e tenta sair disso. Caso seja sério e não apenas uma atração que passará após uma noite de sexo, eu vou ficar do seu lado. Mas se for sério, se prepare para essa cidade de mente pequena… -

- Carlisle… - Caius disse se aproximando de nós.

- E me preparar para Caius me matar. - falei baixo.

- Fala. -

- Vamos… Os dois… Almoço lá em casa, vamos… Renata fez um almoço especial para a Bell’s. - respondeu.

- Vamos. -

Todos já haviam ido, mesmo eu, meu pai e Caius, e ele foi ao carro conosco. Quando chegamos a sua casa e cruzamos a soleira da porta, o cheiro de cordeiro invadiu nossas narinas, a única a vista era Bella sentada na poltrona assistindo a algum canal italiano, ela havia ligado o computador na tv da sala. Ela não havia nos visto e deu um pulo da poltrona quando seu tio lhe deu um beijo na testa.

- O que é isso? - perguntou apontando para o filme.

- Roma. -

- A série? - ela assentiu. - Tudo bem. Cadê todo mundo? -

- Alice, Jasper, Rosalie e Emmett estão lá em cima. Tia Renata e Esme na cozinha. -

- Não está com sua prima, por quê? - Caius questionou e ela apenas o encarou e sem responder deitou a cabeça em uma almofada e voltou à atenção a série.

Caius e meu pai foram para a cozinha e eu me sentei na sala, no sofá ao lado da poltrona onde ela estava. Ela assistia a série em silêncio, sua cabeça estava apoiada no encosto da poltrona e ela estava com uma coberta. O áudio estava em italiano e sem legenda.

- Ui mulher pelada. - Emmett disse em meu ouvido e eu dei um pulo do sofá.

- Qual é o seu problema? - questionei atraindo rapidamente a atenção da Bella, mas ela logo voltou à atenção a série.

- Fala com ela. - disse baixo quase rosnando.

- Emmett… -

- Para de viadisse e fala logo com ela… -

- Não… -

- Bella… - ele gritou em meu ouvido e ela o encarou sem falar nada. - Hoje à noite nós vamos a um parque em Port Angeles, quer ir? - ela negou com a cabeça.

- Grazie. Mas non. Non vou ficar segurando vela para ninguém… Quer dizer, para dois já é quase um castiçal. -

- O Edward também vai… Um faz companhia ao outro. -

- Eu vou é? - e ele me deu uma tapa na nuca. - Hey. -

- Vou pensar… - ele sorriu.

- Disponha… - ele disse para mim e como ele chegou, ele saiu andando.

- Bella… - Renata a chamou e ela saiu do sofá dando pause na série pelo notebook, e foi para a cozinha.

- Si. -

- Coloca a mesa para mim, amor? -

- A francesa, a russa, inglesa direto ou indireto? - a encarei confuso enquanto ela caminhava sorrindo para cozinha.

- Só coloca. - Renata respondeu rindo. - Minha irmã e suas malditas regras de etiqueta. - e dessa vez todos na cozinha riram, vi que meu pai, o que estava mais próximo da porta, com um copo de uísque em mãos, apontou discretamente para que seguisse Bella até a sala de jantar, me levantei do sofá e tratei de ir para a sala de jantar.

- Quer ajuda? - perguntei enquanto ela colocava os pratos na mesa.

- Non. - respondeu simplesmente enquanto alinhava os utensílios quase que milimetricamente.

- Quer uma régua? -

- Quer ir a merda? - ela retrucou me encarando feio e com um sorriso sarcástico e assustador.

- Olha o respeito… - ela ignorou.

- Madrina… Acabei. - disse me deixando sozinho.

- E aí? - meu pai apareceu atrás de mim.

- Ela me mandou a merda. - disse ríspido e ele riu. - Qual é a graça? -

- Sua mãe fez o mesmo comigo… É amor… Vocês só não sabem disso… Pelo menos ela não… - e ele me puxou para a cozinha.

- Madrina, o que é isso? - Bella questionou encarando uma travessa em cima da mesa.

- É uma colomba pascal… - respondeu sorrindo.

- Isso é uma pomba? - Bella perguntou mexendo a cabeça e tentando ver a forma.

- É. -

- Isso é a cabeça? - e o sorriso de Renata murchou.

- Isso é o rabo. - e Caius quase caiu da cadeira de tanto rir.

- Viu amor, eu te falei que isso não parecia uma pomba... -

- Eu me formei em veterinária e não em artes… - ela bateu no marido com um pano de prato.

- A senhora sabe que io sei o que a senhora está fazendo, non sabe? - Bella perguntou a tia.

- Não estou fazendo nada. - resmungou a tia.

-Aham… Claro. - Bella ironizou e seu celular começou a tocar uma música estranha. -Jackie! - e ela saiu correndo para a sala.

- Quem é Jackie? - Caius perguntou e Renata o encarou feio. - A tá, o guarda. - Renata revirou os olhos.

Renata esperou a afilhada acabar a ligação para levar as travessas para a mesa e chamar os outros. Ela havia feito um almoço pascal tipicamente italiano para Bella, cordeiro e de sobremesa a Colomba Pascal. Eu nunca havia passado a Páscoa na Itália, sempre neste feriado eu vinha para casa para ficar com minha família, mas bem, acredito que no mundo todo conheça a Colomba Pascal.

- Tia, eu posso pedir um favor. - Emmett começou encarando não só Renata mais Caius também, ele tinha essa mania de chama-los de tios, assim como Alice chamava meus pais de tios e Jasper e Rosalie idem.

- Claro, querido, o que? -

- Importa-se se formos ao parque de diversões à noite? Eu chamei a Bella para ir junto, mas a garota não quer ir… Obriga ela. - e Bella o encarou com as bochechas cheias do doce que a madrinha fez, aquilo definitivamente não era uma pomba, mas estava delicioso. E as bochechas dela cheias, iguais a de um esquilo guardando nozes, era a prova disso, e a cena mais fofa que vi no dia. Bella ignorou Emmett e voltou a comer como se ele não tivesse dito nada. - Então? -

- Por mim vocês podem ir à vontade. Caso Bella queira, ela vai também. -

- Obriga ela a ir. -

- Emmett… Para Port Angeles, precisa ir de carro. - Caius disse e Emmett ficou encarando-o por alguns minutos até se tocar.

- Aé, verdade, tinha esquecido… Desculpa. -

- Mas se ela quiser ir, ela toma um calmante fraco. - Renata disse. - Acabou? - perguntou à afilhada.

- De? -

- Comer? -

- Si… Por enquanto… - e Emmett riu.

- Oh poço sem fundo, calma que você só deve ter centímetros de estômago. - Emmett brincou.

- Carino… É comida que preste, da licença… -

- Você me chamou de que? -

- Carino… - e ele olhou de Renata para Alice e para mim em busca de tradução.

- Fofo, Emmett. Significa fofinho, bonitinho e tal. - e ele sorriu se gabando. - Mas ela disse na ironia. - e o sorriso dele morreu e Bella riu. - Ok… Alice tira a mesa, porque a Bella já a pôs, anda para eu lavar a louça. - disse se levantando. - E a senhorita não suma, porque eu tenho algo para você? -

- Cioccolato? -

- Também. - e igual a uma criança animada, Bella bateu as mãos sorrindo. - Como é que você não é diabética em? -

- Perché mamma só me deixava comer doces em certas épocas do ano. - respondeu a madrinha. - Mas isso non significa que io non me entupia de sorvete… -

- Pai amado. -

Alice tirou a mesa com a ajuda de todos, menos de Bella que fora basicamente arrastada para a sala por meu pai e seu tio. Minha mãe e Renata ficaram de lavar a louça e depois voltaram para a sala com uma bandeja de café fresco e um embrulho grande para Bella. Junto à bandeja de café tinha alguns potinhos com chocolate para quem quisesse.

- Amore… - Renata entregou o embrulho grande a Bella.

- Cioccolato… Cioccolato… Cioccolato… - ela cantarolou abrindo o embrulho.

- Eu nunca ganho ovo de chocolate. - Alice reclamou.

- É porque você não come. - Caius rebateu e Bella abriu o ovo gigante e algo, uma surpresa, caiu de dentro dele.

- Cos’è questo? - perguntou. Era um envelope levemente enrolado.

- Abre. - Renata disse sorrindo e Bella o rasgou abrindo e seus olhos se arregalaram, enquanto seus lábios vermelhos e macios se entreabriram enquanto ela sugava o ar entre eles, como se por alguns segundos ela tivesse perdido a respiração.

- Questo è uno scherzo, non è vero? - ela encarou os tios com os olhos começando a ficar marejados. - Un brutto scherzo… - o que diabos eles tinham dado a menina para ela reagir assim. 

- Não é piada. - Renata disse. - Não é brincadeira. -

- È vero? - e Renata assentiu calmamente e Bella se jogou em seu colo, Renata estava sentada no braço do sofá, e quando a afilhada se jogou em seu colo, só faltou as duas caírem no chão.

- O que eu perdi? - Alice perguntou confusa.

- Eu e sua mãe, compramos passagens para Bella ir a Siena. Passagens sem data, para ela ir quando quiser. Ida e volta. - Caius respondeu, agora eu entendi o motivo do choro de Bella.

- Calmati, amore mio… - Renata disse mexendo nos cabelos da afilhada e a abraçando forte. Bella a soltou, passando as mãos pelos olhos secando as lágrimas e foi para os braços do padrinho, abraçá-lo também.

- Minha menininha… - ele disse baixo dando um beijo na cabeça de Bella e eu vi Alice fechando a cara.

- Amore. - Renata a chamou. - Elas têm validade de um ano. É só ligar para a companheira aérea e marcar os dias. Tá bom? - Bella assentiu ainda debaixo do abraço do tio.

- Então… - Alice chamou a atenção com o mau humor estampado na voz, e todo mundo notou, mas ninguém disse nada. - Vamos fazer o que agora? -

- Ah… Escolhem… - ela disse simplesmente dando de ombros. Bella havia se acalmando e colocando o envelope com as passagens junto com o ovo, que Caius havia embrulhado de novo e colocado em cima da mesa. - Se forem para o parque, sugiro começar a ver as coisas logo. Já vai dar quatro horas… -

- O parque só abre às sete. - Alice apontou.

- Até todos se aprontarem e vocês chegarem lá já passou das sete. - Renata retrucou. - Nós quatro. - disse apontando para ela, o marido e meus pais. - Vamos visitar o Harry. A Bella decide o quer fazer… -

- Quem é Harry? - ela perguntou confusa.

- Harry Clearwater, um amigo da família que mora em La Push… - Caius respondeu. - Aquele que volta e meia vamos lá. - ela assentiu.

- Então, o que quer fazer? -

- Non lo so. - deu de ombros e ganhou um beijo na cabeça da tia.

- Decide amor. -

- La Push. - disse por fim.

- Ok. - ela assentiu.

Nós fomos embora para que todos pudessem se aprontar, e meus pais ficaram de se encontrar com os Brandon na casa de Harry em La Push. Quando nós chegamos a casa, e eu segui para o meu quarto, Emmett foi atrás de mim, em meu quarto e só saiu de lá, quando eu prometi que iria para La Push conversar com Bella e não sairia de lá até conversar com ela.

Ele se aprontou e saiu de casa indo buscar os outros e eu fui com meus pais para La Push. Minha mãe não havia gostado muito disso, até porque meu pai havia conversado com ela, sobre nossa conversa no estacionamento mais cedo. Ela entendia que a situação era, em partes, parecida, já que ela e meu pai tinham a mesma faixa etária que eu e Bella, mas quando ela namorou meu pai, ela não tinha quinze anos e nem era aluna de meu pai.

Nós chegamos a La Push e Caius e Renata estavam na varanda de Harry com Sue, conversando e com garrafas de cerveja em mãos. Mas Bella não estava em lugar nenhum, será que ela havia decidido de uma hora ficar em casa?

- Edward, que milagre é esse, você quase não vem aqui! - Harry disse me abraçando.

- Tenho que ficar de olho neles, não é… - brinquei. - Quando juntam vocês três só faltam entrar em coma alcoólico. - brinquei e ele gargalhou.

- Verdade. -

- A afilhada da Renata, a Bella está aí também… Alice raramente vem, mas a menina está aí. - ele respondeu. Sim, ela havia vindo, mas onde ela estava enfiada eu não sabia.

- Edward pode ver a Bella para mim? Ela tomou o calmante antes de vir. - Caiu pediu após Renata, minha mãe e Sue entrarem.

- Onde ela está? -

- Na praia. - respondeu.

- Claro. - sai de lá e caminhei para a praia.

Foram cerca de uns cinco minutos andando da casa de Harry até a praia. Bella estava um pouco afastada, no galho grosso de árvore caído e esbranquiçado devido à água salgada, estavam seus tênis brancos, enquanto ela andava na beira da água, molhando os pés, aquela água deveria estar congelante, e ela pouco se importava e toda hora se abaixa pegando algo no chão.

Em passos rápidos, me aproximei dela, e pela primeira vez, parei, literalmente, para encara-la, sabendo que alguém poderia ver. Eu fiquei encarando-a por alguns minutos, a certa distância, tentando descobrir o real motivo para ela ter me chamado tamanha atenção e criar essa reviravolta dentro de meu peito.

Suas pernas estavam cobertas por uma calça jeans clara, que as delineava perfeitamente bem, realçando as curvas de seu quadril e de sua bunda perfeitamente arredondada, a água do mar tocava em suas pernas, mas não chegava a molhar as suas calças. Sua blusa branca contornava as curvas de seu tronco, realçando sua cintura fina, sua barriga lisa e seus seios não muito grandes e nem muito pequenos, um casaco longo e grosso preto de crochê a esquentava enquanto uma touca roxa em sua cabeça impedia que seus cabelos voassem devido à brisa do oceano.


Bella era linda, e isso era algo indiscutível. Linda de seu jeito único, eu acreditava que nunca havia visto arrumada, igual Alice ou Rosalie e as garotas da FHS, nunca a vi maquiada, talvez apenas um lápis de olho e um brilho nos lábios, isso se eu cheguei a vê-la assim. E ela não se importava de aparecer na frente dos outros com o rosto limpo e os cabelos bagunçados, algo que Alice detestava.

Era impossível descobrir o motivo de aquela menina me atrair tanto, sim, ela era linda, mas sua prima também, Rosalie idem e muitas garotas da FHS eram, e nunca senti absolutamente nada. A verdade é que eu nunca senti absolutamente nada do que sinto agora nem por uma mulher mais velha. Talvez o que me chamasse à atenção não era seu corpo ou seu rosto angelical, mas sim o que ela tinha dentro dela.

- Oi. - disse me aproximando e vendo-o abaixar-se de novo.

- Oi. - e dessa vez ela respondeu sem emoção nenhuma, nenhuma emoção era melhor do que a frieza com a qual ela me tratou mais cedo. - Não ia para o parque com os outros? - questionou.

- E segurar vela para dois casais? Dispenso! - brinquei e ela não sorriu. A verdade é que desde que disse aquilo para ela na sala de aula, ela não sorria mais para mim. - Seu tio pediu para vir ver como você está. -

- Bene. Já passou o efeito do remédio. - e mais uma vez ela se abaixou.

- O que você está fazendo? - perguntei por fim tentando matar minha curiosidade.

- Catando conchiglie. - respondeu.

- Está catando conchas? - perguntei sorrindo. Algo tão simples e tão difícil de ver alguém fazendo, fora crianças.

- Sì. Adoro catar conchiglie. Io faço coleções dela. Io credo que há mais conchiglie em mio quarto do que roupas. - e ela sorriu amplamente para mim, pela primeira vez em semanas e eu senti meu coração se aquecer. Eu precisava tanto desse sorriso.

- Eu… Eu posso falar com você? - perguntei quando ela deu mais alguns passos catando as conchas. Já estava um pouco escuro, então ela ia bem devagar e olhando com cuidado.

- Sì. Só espero non me arrepender depois. -

- E sobre o que houve naquela campina, da nossa conversa na sala e sobre o que ocorreu no aniversário da Alice. -

- Non aconteceu nada. -

- Bella, eu beijei você duas vezes, se for contar com a campina. -

- Aquilo se chama impulso. - disse por fim após alguns segundos. - É só fingir que nada aconteceu e esquecer, ninguém sabe e ninguém precisa saber. - disse soando mais madura do que parecia.

- Não foi impulso. Pelo menos não a segunda vez. - confessei e ela parou encarando a água tocando em seus pés. - Eu beijei porque eu quis. Eu te beijei por sentir vontade e por não conseguir controlar. - e ela continuava sem me encarar. - E quer saber… Eu gostei. Muito. - e pela primeira vez desde que a conversa iniciou, ela me encarou. - Desculpa. Eu não devia ter te beijado principalmente depois de ter me dito que era o seu primeiro beijo. Deveria ser com alguém especial, com alguém que você goste, mas eu não consegui me controlar. E acredite, eu estou fazendo um puta esforço para não te beijar agora. - ela me encarava sem falar nada. - Você deve estar pensando o pior de mim. Deve estar pensando que eu sou… Sei lá… Doente por sentir vontade de beijar uma menina e ainda por cima uma aluna… -

- Io non sou uma criança… - disse em um fio de voz.

- Eu nunca disse que era. Eu disse que você é uma menina e ainda é. Bella você tem quinze anos… -

- Sabe quanta gente io conheço com quinze anos, grávida ou com filho? -

-Eu também conheço muita gente. - respondi. - Mas isso não significa que isso está destinado a você. Você tem quinze anos, é minha aluna e sinceramente eu me sinto mal por sentir vontade de te beijar… Deus, você é nove anos mais nova do que eu, e se isso não fosse o pior você ainda é minha aluna e seus tios são melhores amigos dos meus pais. - eu falava meio que desesperado. - Eu me sinto um doente, pedófilo e sei lá mais o que… - disse comigo mesmo. - Mas mesmo assim, eu não estou conseguindo controlar a vontade de beijar você e sentir seus lábios macios contra os meus de novo, nem que seja só mais uma vez. - disse segurando seu rosto delicadamente em minhas mãos. Eu olhava nos olhos de Bella e não conseguia ler o que estava estampado neles. Não sei se ódio, nojo ou algo do tipo. - E eu sei que se seu padrinho visse ou ouvisse isso ele iria me matar… Mas eu não consigo. -

- Foi por isso que se afastou de mim e disse aquilo na sala? - perguntou.

- Foi. - admiti. - Eu menti para você, me perdoe, ninguém sabe de nada, ninguém desconfia de nada, eu apenas precisava de uma desculpa e essa foi à única que arrumei. Doeu ter feito aquilo, doeu ver você agindo friamente comigo, mas eu achei que faria efeito, mas não fez. - contei acariciando seus lábios entreabertos com o polegar. - A vontade só aumenta, infelizmente eu não sei se é coisa passageira ou não, mas no momento, eu daria tudo só pra beijar você de novo. - falei encostando a testa a dela.

- Então beija. - e ela disse em um fio de voz e sem pensar duas vezes, eu uni meus lábios ao dela.

Contornei o contorno de seus lábios com a minha língua e eles se abriram para mim e quando minha língua tocou a dela, eu não pude conter o pequeno gemido que escapou da minha garganta. Minhas mãos deixaram seu pescoço e seguiram para a sua cintura, por dentro do casaco e as mãos de Bella para a minha nuca, uma de suas mãos foi para o meu cabelo e a outra ficou fechada em punho, onde as suas conchas catadas estava. Eu puxei-a para mais perto de mim, sentindo seu corpo se encaixar contra o meu.

O ar se fez necessário e eu interrompi o beijo, puxando seu lábio inferior entre os dentes e soltando-o logo em seguida. Eu subi com as mãos pelo seu corpo, passando rapidamente pela lateral de seus cheios, até segurar de volta seu pescoço e afastei um pouco meu do dela. Seus olhos estavam brilhantes, suas bochechas coradas e seus lábios mais vermelhos ainda e entreabertos e repuxados em um sorriso lindo. Ela estava tão linda, com certeza era impossível ela ficar mais linda.

- Isso não vai acontecer de novo… - falei e vi seu sorriso murchar. - Eu não posso fazer isso de novo, mas eu sinto que vou enlouquecer se não fizer… Prefiro enlouquecer a deixar que você pense algo ruim de mim devido a esses beijos. - dei um beijo em sua testa e encostei a minha a dela. - Eu me rendo. - disse baixo e dei mais um beijo em sua testa e a deixei sozinha mais uma vez. 

Vocabulário

* Perché – Por quê?
* Mios padrinis - Meus padrinhos.
* Io sto molto bene – Eu estou muito bem.
* Io ho – Eu tenho.
* Grazie – Obrigada.
* Cioccolato – Chocolate.
* Perché mamma – Porque mamãe.
* Amore – Amor.
* Cos’è questo – O que é isso?
* Questo è uno scherzo, non è vero? – Isso é uma piada, não é?
* Un brutto scherzo – Uma piada de muito mau gosto.
* È vero? – É verdade.
* Calmati, amore mio – Se acalme, meu amor...
* Non lo so – Eu não sei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário