terça-feira, 26 de março de 2019

Capítulo 7: Cartas


Pov. Bella

Edward saiu andando e io sentia minhas pernas bambas e io basicamente corri até o tronco a alguns passos de mim e sentei-me ali até acalmar meu coração, que batia tão aceleradamente, que era bem capaz de io enfartar.

- Dio Santo… - disse enfiando meu rosto em minhas mãos. - Dio mio… - e a euforia passou rapidamente. Em um dos momentos que io mais precisava de mia mamma… Catei meu telefone em meus bolsos, até encontrá-lo e digitei o primeiro número que poderia pedir ajuda.

- Espero que tenhas um bom motivo para me acordar a essa hora. - a voz de Marlena soou irritada do outro lado da linha. - Sono le quattro del matino. -

- Io sono disperata. - basicamente gritei no telefone.

- O que foi? -

- Edward me beijou de novo. - respondi.

- Calmati, Isabella… Calmati… O que aconteceu? -

- Lembra-se que io te contei que ele havia me beijado no aniversário de Alice? - perguntei levantando-me do tronco e voltando a andar enquanto colocava as conchiglie no bolso de meu casaco.

- Sì. Tu disse que havia sido um impulso. -

- Non foi. Ele acabou de me confessar isso, non foi impulso. -

- Santa Madonna - ela quase gritou do outro lado da linha. - Explica isso direito. Vocês não estavam se falando… -

- Io estou na praia em frente à casa de uns amicci de mios padrini. Ele veio falar comigo e tocou nesse assunto. Io disse que havia sido um impulso e que era para esquecer e ele disse que não era um impulso. - gritei para ela. Nós falávamos em italiano e io estava quase berrando no ouvido dela, só esperava que ninguém estivesse ouvindo. - Disse que não foi impulso. Que fez porque sentiu vontade, disse que se sentia um… Um pedófilo por sentir vontade e beijar uma menina nove anos mais nova que ele e aluna dele, mas que ele não conseguia controlar e io disse para ele beijar e ele beijou. Aí ele disse que non ia acontecer de novo, que ele sentia que iria enlouquecer se não me beijasse de novo, mas que preferia enlouquecer a permitir que io pensasse algo de ruim sobre ele e sobre isto. Mas ele acabou dizendo que se rendia e saiu andando. - io quase gritava enquanto chorava.

- Isabella… Calmati. Per Dio. Calmati. - pediu respirando fundo. - Para de chorar. Não tem motivos para você chorar. - rebateu. - Isso é algo bom, lembra? Tu gosta dele, já admitiu isso para mim e tinha receio que não fosse recíproco. Já sabe que é. -

- Non. Io non sei. Ele disse que queria me beijar de novo e não que sente algo por mim.

- Se ele for do jeito que tu me contou, é a mesma coisa. -

- Lena… Io non… Está tudo confuso dentro de mim. Io non sei o que fazer… - confessei passando a manga do casaco pelo rosto.

- Prima de tutto. Respira fundo… Anda, respira… - mandou e eu respirei. - Ora expira. - e eu expirei. E ela me fez respirar e expirar cinco vezes. - Mais calma? -

- Un po’. - confessei e engoli o choro. - O que io faço, Lena? Io precisava de tu aqui, ou da mia mamma. - confessei.

- Amore… Io estou sempre a uma ligação de distância. Sabe que pode me ligar a qualquer hora. - e io sorri. - Presta atenção no que você vai fazer…

(...)

Io fiquei um longo tempo conversando com Lena por telefone e quando acabou io me sentia muito mais calma. Mesmo assim, sentei no tronco, após guardar o telefone, e fiquei ali um tempo, ouvindo apenas o som das ondas e do vento. Vi pelo telefone que já ia dar dez horas da noite, io estava andando pela praia a mais de três horas, uma hora e meia foi apenas no telefone com Marlena. Meus pés já estavam secos, passei as mãos por ele, tirando a areia seca e coloquei meus tênis brancos e sai dali, torcendo para não me perder.

Mal pisei fora da areia da praia e esbarrei em alguém, e antes que pudesse cair para trás, senti dois braços fortes me segurando e antes que io pudesse entrar em pânico, o cheiro dele invadiu minhas narinas. Era Edward. Eu apenas ergui a cabeça para confirmar e era ele quem estava ali, me segurando.

- Você está bem? - perguntou me soltando.

- Sì. - respondi colocando algumas mechas de meu cabelo atrás da orelha. - O que veio fazer aqui de novo? - questionei.

- Você está tanto tempo aqui, que seus padrinhos pediram para ver se estava bem e tudo mais. - respondeu colocando as mãos nos bolsos da frente da calça.

- Io estava voltando para lá agora. - expliquei e ele ficou me encarando por alguns segundos.

- Você estava chorando? - questionou tirando as mãos de seus bolsos e me segurando pelo queixo e olhando em meus olhos que provavelmente estavam vermelhos.

- Non. - menti.

- Eu realmente não queria te fazer chorar. -

- Io non chorei… -

- Bella está completamente visível que você estava chorando. - disse firme. - Seus olhos estão inchados e vermelhos, e seu nariz também. -

- Non é nada. - respondi e passei por ele e voltei andar.

- Lado errado. É pra direita. - respondeu sem nem ao menos se virar io girei em meus calcanhares e comecei a caminhar para a direita.

Non demorou muito e ele já estava caminhando ao meu lado, sem falar nada e eu agradecia, não sabia o que fazer, mesmo depois da conversa com Marlena. Nós voltamos à parte onde ficava as casas de um andar vermelha desbotadas e na varanda de uma estava mio padrino, o pai de Edward e o amigo de mio padrino e eles riam bem alto.

- Hey Bella. - mio padrino disse quando io me aproximei dele.

- Oi. - ele estendeu a mão e io sentei em sua perna.

- Você está bem? - assenti.

- Cadê mia madrina? -

- Lá dentro com Sue e Esme. - explicou. - Quer ir até lá? - neguei e encostei a cabeça em seu ombro e ele passou os braços pela minha cintura.

Io fiquei com a cabeça em seu ombro e sentada em seu colo, mexendo no meu celular e via volta e meia com o quanto dos olhos, que Edward não tirava os olhos de mim. A conversa entre os três recomeçaram e Edward volta e meia comentava alguma coisa.

Era bem tarde quando noi fomos embora, Edward foi dirigindo o carro de seu pai, já que o mesmo havia bebido um pouco demais, e mia madrina dirigindo o carro de mio padrino, porque ele também havia bebido um pouco demais. Durante todo o caminho até a casa io ia pensando na conversa que havia tido com Lena por telefone, pensando se io deveria por ou não aquilo em pratica. Sì, io gostava de Edward e ele também havia dito que sentia algo por mim, mas io precisava saber se era algo serio ou non. O pior é que io non sabia como colocar as ideias de Lena em prática, io precisava de ajuda, mas Alice me ignorava, io non iria conversar sobre isso com mia madrina, era capaz de ela me trancar em um convento e jogar a chave fora. Io non tinha ninguém com quem pudesse conversar.

(...)

No dia seguinte io saí de casa sozinha, Alice já non me acompanhava mais há muito tempo e io ia me guiando usando o aplicativo de mapas e conseguia chegar à escola sem nenhum problema e antes de muita gente. Io caminhei direito para o mio armário atrás de mio livro e segui para a sala de história, sentando-me na mia cadeira de sempre. Mal o sinal tocou anunciando o inicio da primeira aula e o professor começou a passar a matéria no quadro e io comecei a copia-la. Io ouvi uma cadeira raspando no chão e desviei os olhos do caderno para a cadeira ao meu lado e vi Emmett se sentando ao meu lado. Estranho. Ele geralmente se senta com sua fidanzata.

- Bom dia baixinha. – e como sempre, ele sorriu ao se sentar e jogar a mochila em cima da mesa.

- Buongiorno. O que foi? –

- Nada, por quê? – perguntou.

- Está se sentando comigo... Cadê Rosalie? –

- Tá ali atrás... – e ele apontou para trás dele e io olhei por sobre meu ombro vendo Rosalie sentada na cadeira de trás e ela acenou sorrindo.

- Então tá... – e eu ignorei enquanto voltava a copiar a matéria.

Emmett começou a puxar assunto comigo sobre se alguém havia me chamado atenção na escola e io ia respondendo simplesmente enquanto prestava mais atenção em copiar a matéria. Ele perguntou se algum dos garotos de Forks ainda me perturbavam durante as aulas, e io non podia negar, eles volta e meia vinham, principalmente Mike, todavia io preferia ignorar e io dava Grazie a Dio, por Emmett sempre aparecer e me salvar...

Io non estava reclamando da conversa com Emmett, todavia eu non compreendia o motivo para tal, e isso começava a me deixar mais confusa do que de costume. E ele apenas perguntava sobre isso. Se os garotos da escola ainda vinham até mim para me convidar para sair ou algo do tipo, e sinceramente io non sabia até onde Emmett queria chegar com tal conversa.

- Posso te fazer uma pergunta? – perguntei largando a caneta em cima do caderno e me aproximei um pouco mais dele.

- Claro. O que? –

- Por que está fazendo isso? – perguntei cruzando meus braços sobre a mesa.

- Eu sou uma pessoa legal. – respondeu simplesmente.

- Nunca disse que non era. Mas tu nunca se sentou comigo. Nunca conversou tanto comigo. E sinceramente, se não fosse pelo Mike vir para cima de mim toda hora, io tenho minhas dúvidas de se você falaria comigo. – admiti dando de ombros. – E para ser bem sincera, io non entendo o motivo. – e io simplesmente voltei minha atenção para a matéria.

- Eu gosto de você Bella... – ele respondeu e io o encarei com os olhos arregalados e com a sobrancelha arqueada. – Como amiga. – explicou e eu suspirei aliviada e voltei à atenção ao quadro. – E já que estamos sendo bem sinceros um com o outro... Eu acho muita sacanagem o que Alice está fazendo. –

- Faça o mesmo que io... Ignore-a. – disse simplesmente pegando minha caneta de volta. – Io prefiro ignorar e lembrar apenas dos momentos antes de io vir para cá, quando ela ainda era a mia prima. –

E io simplesmente voltei mia atenção à aula e parei de responder Emmett que também parou de responder. Io só voltei a abrir a boca quando tinha que fazer alguma pergunta ao professor e mais ninguém falou comigo no resto do dia. As aulas foram bem tranquilas sem o menor problema e na hora do almoço io me sentei do lado de fora do refeitório. O clima estava bom, nublado mas não chovia e estava bem fresco e resolvi por me sentar ali no banco de pedra com uma caixinha de suco de laranja e uma barrinha de cereal quando mio celular tocou.

Lena foi me explicando como fazer e sinceramente io non tinha certeza se teria coragem de fazer aquilo, sinceramente non era algo absurdamente constrangedor, mas mesmo assim. Dio, como io queria mia mamma aqui comigo nesse momento, era bem capaz de io conversar com ela, mia mamma non era uma mamma muito normal e era bem capaz de me dar força para ir em frente. E io também queria que Lena estivesse aqui, ou então Alice, pelo menos a Alice que eu tinha antes de tudo isso acontecer. A prima que ainda se importava e passava algum tempo comigo, e non apenas quando mia madrina mandava.

Faltando alguns minutos para o sinal tocar quando io deixei o banco e entrei indo até o banheiro. Ao deixar o banheiro segui até o mio armário atrás do livro de biologia e voltei para a sala. Quando cheguei à mesma, Edward já estava lá em sua cadeira, igual a Emmett, Alice, Jasper e Rosalie. Io notei os olhos de Edward em mim e um sorriso torto lindo que ele me lançou quando io entrei na sala e non pude deixar minhas bochechas não ficarem coradas e abaixando a cabeça, fazendo mio cabelo caírem para frente, segui para a mia mesa e me sentando.

A aula seguiu normal. Ele terminou de explicar a matéria da aula anterior e passou alguns exercícios e se sentou em sua cadeira, algumas vezes levantando e caminhando pelos corredores para conferir se alguém precisava de ajuda. Io tinha o livro aberto e o caderno também, tinha um cotovelo apoiado na mesa e mia cabeça apoiada em mia mão enquanto lia os exercícios do livro e respondia no caderno.

- Oh Bella... – e io ouvi Emmett me chamando e io tirei a cabeça de mia mão e me virei para trás.

- Che? –

- Qual é o seu animal favorito? – perguntou e io o encarei confusa. Que diabo de pergunta era essa?

- Cosa intendi? – e io balancei a cabeça ao notar que estava falando em italiano. – Perdono. Como assim? – perguntei.

- Se você pudesse escolher um animal, doméstico, qual seria o seu favorito? – perguntou e mesmo sem io entender o porquê da pergunta, io pensei um pouco antes de responder.

- Coniglio. – respondi e balancei a cabeça de novo. Dio, como é isso em inglês? – perguntei mentalmente. – Io... Esqueci... – e enquanto tentava lembrar a palavra, io apanhei meu celular em cima da mesa e abri no Google digitando coniglio, e quando o animal apareceu io virei o celular para Emmett.

- Ah coelho... – respondeu ao ver a foto.

- Isso... Coelho... Coelho? Falei certo? – e ele assentiu. – Coelho! – repeti para lembrar. –

- Por quê? –

- São fofos e io nunca tive um. Non de verdade. – expliquei colocando o celular com a tela bloqueada em cima da mesa. – Isso perché tu perguntou sobre um animal doméstico. Se não tive espe...cifi...cado... – falei devagar já que io sempre me enrolava com essa palavra. – Io teria dito Civetta ou Panda... Orso polare... Lemure... – dei de ombros, a lista era imensa.

- Só entendi Panda. – confessou. – Que diabo são os outros? – e eu soltei um risinho baixo.

- Coruja, urso polar ou lêmure. – expliquei.

- O que é lêmure? –

- São aqueles bichinhos do filme Madagascar. – expliquei e seus olhos brilharam.

- São tão fofos... –

- O Mort... O Rei Julien... – disse sorrindo. – Tão fofos... –

- Mas você não respondeu minha pergunta, qual é seu animal favorito? –

- Come no? Io disse coniglio... Coelho... – e ele bufou.

- Vou especificar... Entre gato e cachorro, qual é o seu favorito? – perguntou.

- I due. – respondi fazendo o número dois com os dedos.

- Entre os dois não tem nenhum mais favorito? – neguei. – Ok. –

- Perché? –

- Nada não. – e Edward parou ao seu lado e ele falou algo com o irmão e io voltei à atenção aos meus exercícios.

Edward voltou um tempinho depois para a sua mesa, jogando alguma coisa dentro da gaveta e a fechando com força e pegando o livro de cima da mesa, começou a corrigir os exercícios. E assim que acabou a sua aula io fui dispensada, io non podia fazer educação física então assim que a penúltima aula acabava eu ia embora, já que io non esperava mais por Alice. Todavia dessa vez todo mundo foi liberado junto, o treinador Clapp havia sofrido um incidente e ficaria uns dias sem dar aula.

Mal io havia me afastado alguns passos da escola quando Emmett me chamou com a desculpa de me acompanhar até a casa de mios padrini. Obviamente io havia achado estranho e ele brincou falando que a companhia de Edward – seu irmão – io iria aceitar e io acabei falando que non estava mais falando com ele. Emmett começou a perguntar o motivo e io, sem conseguir mais segurar, havia desabafado um pouco com ele, sem falar nada que pudesse fazer com que ele pensasse que io estava gostando de seu irmão, até porque se ele soubesse iria surtar.

Emmett perguntou o que achava de seu irmão e sem pensar muito io acabei comentando que uma música da Abba fazia com que io me lembrasse de Edward, io havia ficado surpresa quando ele comentou que Edward também gostava de Abba, mas... Ao paramos em frente a casa de mia madrina, io agradeci pela companhia e pela conversa, que io non tinha a muito tempo, pelo menos non frente a frente, e pedi a ele para que non comentasse com ninguém sobre nossa conversa, deixando no ar que non era para ele comentar com Edward. O carro de Emmett já estava parado em frente a casa, com Rosalie no banco do motorista, io lhe lancei um leve aceno e entrei em casa, indo até o mio quarto.

Io coloquei mia mochila nas costas da cadeira da escrivaninha e tirei meus materiais dali de dentro, arrumando-os em cima da mesa. Peguei uma roupa confortável e fui tomar um banho morno, lavando mios cabelos com cuidado, tomando o mesmo cuidado quando fui seca-lo e escova-lo, e após me vestir, desci as escadas. Io ainda estava sozinha, mios padrini estão no trabalho e Alice provavelmente estava com Jasper. Io fiz um sanduiche e peguei um copo de suco e após comer e lavar mia louça, io voltei ao mio quarto e me sentei na cadeira em frente à escrivaninha e comecei a fazer mios deveres. Ao termina-los, arrumei a mochila para as aulas do dia seguinte e deitei um pouco na cama com meu notebook para assistir algum filme.

(...)

As aulas do dia seguinte ocorreram de forma calma e lenta. A não ser na hora da saída, quando fui pegar meus materiais em mio armário, encontrei um envelope branco, com meu nome escrito ali. Estava digitado, tornando assim impossível descobrir quem havia colocado aquele envelope ali. Antes que io pudesse abrir o envelope e ver o que tinha dentro, Rosalie apareceu ao meu lado, perguntando o que io ia fazer agora e insistindo em me acompanhar até em casa. Disse que queria conversar comigo, já que ela sabia que Alice não estava conversando. Io non pude deixar de achar estranho, ontem Emmett havia resolvido me dar atenção e agora Rosalie? Isso non era normal, era bem estranho. Sì eles conversavam comigo, mas não a ponto de deixarem seus lugares e companheiros para se sentar comigo ou me acompanhar até em casa. Noi fomos andando e ela só perguntava como io estava indo nas aulas, se estava tendo alguma dificuldade com a matéria e essa conversa se seguiu pelo menos até estarmos dentro de mio quarto.

- Rosalie... – comecei me sentando em mia cama e ela ficava olhando algumas fotos que io tinha presas na parede, acreditava io que ela nunca havia entrado em mio quarto. – Non é que io esteja reclamando pela companhia e pela conversa. Mas tu tem que entender que io estou achando isso muito estranho... –

- Posso ser sincera com você? – e io assenti. – Estou um pouco chateada por ver Alice lhe ignorar. Sinceramente eu acredito que não iria gostar se fosse comigo, e bom... Eu pensei, por que nós não podemos ser amigas? –

- Perdonami, mas io non quero uma amizade igual a sua com Alice. Já deve ter entendido que io non sono igual à Alice, non gosto de ficar indo para shoppings e... –

- Eu sei... E eu não quero ser sua amiga para ter uma amizade igual a que eu tenho com Alice. Você é mais simples, gosta de coisas mais simples. Gosta de museus, livros, maratonas de series, e eu quero uma amiga assim. Se quiser... Eu quero conversas normais, sobre a vida, garotos... Não só sobre compras ou sobre meu irmão, acredite é só isso que Alice sabe falar... – e eu sorri de lado. – Olha... – e ela se sentou ao meu lado na cama. – Podemos fazer toda semana, só nós duas, sem Alice saber, um dia de garotas, aqui ou na minha casa. Eu e você. Conversas, filmes ou séries, muito sorvete ou pipoca, ou os dois, conversas e quem sabe uma faz o cabelo ou as unhas da outra... Eu também sinto falta de uma amizade assim. – e eu engoli em seco sentindo meus olhos lacrimejarem e minha garganta fechar. – Qual é o problema? –

- Tu não faz ideia do quanto io estou precisando disso... – e ela sorriu amplamente para mim e me deu um abraço apertado.

- Muito bem, vamos começar agora... – e ela tirou seus saltos e colocou os pés em cima da mia cama, sentando na posição de lótus. – Eu sei que Alice está te ignorando e tudo mais, mas você está conversando com alguém? Renata? – io balancei a cabeça negando rapidamente.

- Non, claro que non. Se io conversar com mia madrina sobre o que está acontecendo... – e io falei isso apontando para o mio peito. – Sobre o que está acontecendo aqui dentro. Io acho que ela surta... Mas... – e io sorri torto. – Io tenho a Lena. –

- Quem ou o que é a Lena? –

- É a mia amiga de Siena. Mia melhor amiga, mesmo sendo mais velha que io. Mas non é a mesma coisa... –

- Imagino. Ser arrancada do lugar que nasceu e cresceu do jeito tão brusco que foi e a pessoa que deveria ficar do seu lado não está... É pesado. – e io passei os dedos debaixo dos meus olhos.

- Molto! – e io me apressei em me corrigir. – Quer dizer, muito! – e ela me encarou sorrindo. – Pode me corrigir e fazer igual à Alice e quase me dar uma tapa quando falo em italiano. –

- Por que faria isso? Acho fofo, e todo mundo fala que o sotaque italiano é sexy... – disse animada. – Eu vou é comprar um dicionário e você me ensina a falar, pode ser? – assenti sorrindo. – Agora me conte... Eu sei que os garotos da escola ficam ou ficaram dando em cima de você, carne nova... – e ela bufou. – Mas você se interessou por alguém? – non respondi. – Eu não vou contar para ninguém, pode confiar em mim. – e io suspirei.

- Tem um. –

- Um lhe chamou a atenção? – assenti. – Quem? – perguntou curiosa e io neguei. – Tudo bem não precisa falar quem é... –

- Mas non é Emmett e nem Jasper. – garanti antes que ela achasse que io estava me interessando por seu irmão ou namorado.

- E vocês conversam muito? – neguei. – Então? –

- Noi... Noi nos falávamos com certa frequência, mas ele se afastou... Io non consigo entender o motivo. Ele me beijou duas vezes. – admiti. – Mas... – dei de ombros.

- E o que você achou desses beijos? –

- Io nunca havia beijado na vida. Em quinze anos de vida jamais havia me aproximado de um homem, sem ser mio babbo e Jacob, mas não iria beijar nenhum dos dois. Um é mio babbo e o outro meu quase irmão mais velho. Io estaria mentindo se falasse que non havia gostado, porque eu amei, melhor do que io jamais podia imaginar ou sonhar... –

- Ele deu algum motivo para ter se afastado? –

- Disse que non queria que io pensasse mal dele... –

- E você pensa? –

- Non lo so... – disse quase que desesperada. – Io non sei o que pensar, non sei o que sentir. Io jamais havia sentido isso antes, mas ao mesmo tempo em que sinto que é bom, io non sei explicar, ao mesmo tempo em que sinto ser algo bom, io sinto como sendo algo errado...  Mesmo tendo ouvido sempre a mia vita inteira que l'amore non è mai sbagliato! –

- O que isso significa? –

- Amar nunca está errado. – expliquei. – Mia mamma sempre falava isso. Non importa o jeito que ele apareça, ou o jeito que ele é. Amar nunca é algo errado. –

- Sua mãe era uma mulher sábia. – e io assenti.

- Mas mesmo assim... Io non sei o que sentir... Io sinto que é errado, mas non que é algo ruim... – e io respirei fundo. – Io finalmente entendi o que Napoleão sentiu em Waterloo. – respondi. – Finalmente io enfrentei meu Waterloo. – falei tão baixo que io non tinha certeza de se Rosalie havia me ouvido.

Rosalie ficou ali comigo até começar a anoitecer e assim que mia madrina chegou do trabalho e Rosalie foi embora. Ainda deixando o envelope que havia recebido hoje dentro do caderno e dentro da mochila e desci para ajudar madrina a preparar o jantar. Alice ainda não havia voltado, havia dito algo do tipo de que estava com Jasper e só voltaria à noite. Padrino Caius chegou no horário de sempre, mal io havia terminado de colocar a mesa da cozinha para três, ele foi rapidamente até o banheiro para lavar as mãos e logo nos encontrou na cozinha para jantar.

Como sempre, e como mios pais faziam, eles perguntaram como havia sido o dia e a aula, e io respondi que havia sido bons e contei da conversa que tive que Rosalie e eles gostaram de saber que io estava tendo uma amiga, principalmente depois que Alice se afastou e de certa forma, Edward também. Depois do jantar, ajudei madrina a tirar a mesa e a lavar a louça e subi de volta para o mio quarto, onde finalmente tomei um banho, colocando meu pijama e sentei na cama mesmo, com os deveres do dia para fazer, e foi quando me lembrei do envelope. Deixando os deveres de lado, peguei a carta finalmente abrindo o envelope e notando uma folha cuidadosamente dobrada. Io tinha o costume de primeiro ver a assinatura antes de ler a carta, e ao ler o nome de Edward no final da mesma, io quase enfartei.

Tateei a cama em busca de meu celular, e mesmo sabendo que eram nove horas de diferença daqui para Siena, io digitei seu número. Aqui já ia dar dez horas e em Siena iria amanhecer, umas seis da manhã, mas Lena era dona de uma cafeteria, há essa hora ela já estava de pé, principalmente porque amava dar uma volta pela cidade enquanto via o sol nascer. E ela atendeu no segundo toque, animada como sempre.

- Buongiorno mia fragolina. – disse animada.

- Io recebi una carta de Edward. -

- Como? –

- Io recebi una carta de Edward. – repeti devagar.

- Leia, per favore. – e io respirei fundo.

- 'Bella…

Eu sinceramente não sei como começar essa carta, principalmente após o jeito estúpido que eu te tratei no domingo em La Push e naquele dia na sala de aula. Mas eu precisava escrever isso, até porque eu não disse exatamente tudo. Pelo menos não toda a verdade, por dois motivos. Primeiro: Não saber exatamente como dizer e nem como você agiria. Segundo: Por medo que você ache que sou uma má pessoa. Mas eu tenho que te falar como eu me sinto em relação a você e como eu vejo você.

Sabe Bella, você é tão comum, mas ao mesmo tempo tão diferente. Você é incrível de um jeito que eu não sei explicar. Você é linda e incrível tanto externa como internamente. A mais bonita que eu já vi na vida, você me chama a atenção de um jeito que ninguém nunca conseguiu chamar.

Eu não quero que me entenda de forma errada, mas eu preciso colocar isso para fora. Bella, você é tão linda. Seu rosto é tão único e angelical. Seu rosto em formato de coração, sua pele alva, se contrasta perfeitamente com seus cabelos castanhos, longos que caem em cascata, eles são tão macios e cheirosos. Seus belos olhos castanhos, que são como dois lagos, os quais eu podia me afogar, que não iria reclamar e nem pedir socorro. Seus lábios vermelhos são tão macios e doces, que eu poderia e desejaria beijar de novo e para sempre até meus pulmões explodirem.

Bella, eu estou sendo totalmente franco com você ao escrever estas palavras. Eu estou completamente apaixonado por você. Não sei por que, eu não sei explicar o motivo de você me atrair tanto, isso nunca aconteceu com mais ninguém apenas com você. Eu gostaria de explicar o porquê e uma parte de mim queria que isso não fosse real. Você é mais nova, e confesso que é estranho estar lendo uma carta de um homem mais velho que é seu professor, onde ele diz que está completamente apaixonado pro você, mas é algo que eu simplesmente não consigo explicar.

Provavelmente você está sentindo coisas ruins sobre meu respeito agora, e era o que eu não queria que acontecesse. Tanto que eu estou fazendo o possível e o impossível para esquecer isso e deixar para lá e ignorar o que eu sinto. Mas eu não consigo. Caso eu não consiga esquecer isso, pretendo deixar Forks, porque você não merece isso. Talvez você me veja apenas como um irmão mais velho ou como eu realmente sou, seu professor, apenas seu professor. Prefiro que me trate assim, a me tratar como se eu fosse alguém ruim.

Você é tão tímida que eu tive receio e medo de falar isso com você cara a cara. Então, o que eu não consigo dizer pessoalmente será escrito aqui...

Bella eu te amo, e eu escrevi isso apenas para que você saiba toda a verdade. Agora eu não estou escondendo nada de você. Você decide o que fazer dessa informação, ignora-la ou xingar-me por achar que eu sou um doente. Eu chamo de você de criança mais para tentar me convencer disso e fazer com que eu caia em mim e para de me interessar por você. Mas é difícil, quase que impossível.

Edward.’

- Dio santo... – e ela gritou do outro lado da linha. - Lui è innamorato di te. Completamente innamorato.

- E cosa faccio? –

- Fragolina... Tu o ama... – disse o obvio. – E agora sabe que é recíproco. –

- Mas ele non veio falar comigo, preferiu falar através de uma carta. – rebati. – E tu ouviu o final. Ele falou apenas para que io soubesse a verdade, mas isso non significa que ele quer algo comigo... –

- Ele seria um completo idiota se não quisesse. Tu é linda, inteligente... Fragola... Ele só tem medo que as pessoas descubram e façam algo com você. Per me ele está apenas tentando te proteger. Mas se tu falar para ele que também está innamorata... –

- Io nunca irei parlar isso...  Tu sabe que... –

- Non seja covarde. – rebateu.

- Io non tenho coragem... – choraminguei.

- Então faça o mesmo que ele. Escreva uma carta. E dê um jeito de ele receber... – disse simplesmente.

- Lena... Io sinto que... Io sinto que ele non quer uma resposta. Que ele apenas escreveu isso para explicar o motivo para ter se afastado e nada mas. Io sinto que ele non quer uma resposta, non quer saber o que io sinto e nem nada desse tipo.

- Fragola... Andiamo...  – resmungou já irritada. – Andiamo, non seja covarde, você gosta dele e sabe agora que ele gosta de você. Então lute. – ela basicamente gritou para mim e eu ouvi uma batida na porta.

- Sì? – e mia madrina entrou no quarto e eu escondi a carta dentro do caderno. – Ciao madrina. –

- Ciao principessa. – e ela se aproximou da cama. – Hora de ir dormir... Está falando com quem? –

- Lena. – respondi.

- Pois se despeça e vá dormir... – e io assenti.

- Lena... Ti parlerò domani. –

- Buonanotte, fragolina. – despedi-me de Lena e desliguei o telefone.

- Por que ela te chama de fragolina? – madrina questionou. – Se meu italiano não está enferrujado, fragola é morango... -

- Ela fala que io tenho cheiro de morangos... – respondi. – Por causa do cheiro do meu shampoo. – expliquei e ela assentiu sorrindo.

- Faz sentido... Vou te chamar assim também... Fragolina... – e eu balancei a cabeça sorrindo. – Hora de dormir... Já para a cama... – ela pegou meus materiais em cima da cama, e os colocou em cima da escrivaninha enquanto io me deitava na cama. – Buonanotte principessa. – e ela voltou até a cama e me deu um beijo na testa.

- Buonanotte madrina. – ela beijou-me mais uma vez a testa e após conferir que io estava bem coberta, ela desligou a luz e saiu do quarto, fechando a porta.

(...)

Uma semana havia se passado desde que havia recebido a carta de Edward. Rosalie havia voltado aqui para conversarmos mais um pouco e io comentei com ela sobre a carta que havia recebido, todavia sem deixa-la ver ou ler, ou sem falar de quem era. Igual a Lena, ela perguntou se io pretendia responder a carta e io neguei, dando a mesma desculpa que havia dado a Lena. Que io sentia que ele non esperava por uma resposta.

Na hora de sempre, io saí de casa a caminho da escola, e antes de deixar a mesma, madrina avisou que hoje à noite os Cullen viriam jantar aqui em casa. Io já non sabia como agir com Edward dentro da sala de aula, imagine com ele dentro dessa casa, sabe-se lá por quanto tempo. O dia todo ocorreu normalmente, pelo menos até a hora do almoço, depois que saí do banheiro antes de ir para o refeitório io passei no mio armário para guardar o material da aula anterior e encontrei outro envelope branco, igual ao primeiro. E ignorando o horário do almoço, eu segui para o banheiro para lê-la, e mais uma vez era uma carta de Edward, e io respirei fundo, sentada na tampa da privada, e com as mãos tremendo, eu me pus a ler.

'Bella…

Admito que isso é estranho, ao mesmo tempo em que ansiava pela sua resposta, eu ansiava para não recebê-la. E bom, não a recebi. Eu entendo que deva sentir nojo de mim, eu também sinto. Mas no fundo gostaria de saber o que você sente em relação a tudo o que eu disse.

Caso seja de sua vontade eu esqueço tudo e sigo minha vida e você segue a sua. Mas antes eu preciso saber sobre o que você pensa a respeito de mim.

Não sei, se alguma vez eu te contei, mas eu adoro ABBA, possuem músicas muito melhores do que os cantores de hoje em dia. Recentemente estava escutando e deparei-me com uma música que faz todo o sentido, pelo menos agora para mim. Waterloo.

Caso não queria falar comigo pessoalmente, escreva uma carta, assim ninguém saberá de nada, e você não precisará sentir vergonha.

Edward”.’”

- Dio santo. – foi a única coisa que io havia conseguido pensar após ler a carta pela terceira vez. Ele esperava uma resposta e do mesmo modo que io, ele havia encontrado o seu Waterloo. O que io ia fazer agora?

Antes que pudesse pegar o telefone e ligar para Lena atrás de ajuda e conselho quando ouvi o alarme tocar e guardando a carta no fundo da mochila, deixei o banheiro, correndo até o armário, pegando o livro e biologia e voltando correndo para a sala, io provavelmente havia perdido os dois primeiros sinais, já que non tinha quase ninguém nos corredores, e o que estavam corriam para as suas aulas. Mal o último sinal tocou e eu entrei na sala e é claro que Edward me encarou, junto com toda a turma. A primeira pessoa que sempre chegava para as aulas havia sido a última. Edward me encarou, provavelmente esperando por algum sinal de que io havia lido a carta e io simplesmente corei imediatamente e segui para o mio lugar.

(...)

- Lena ele me mandou outra... – falei baixo. A aula já tinha acabado há horas e io estava apenas esperando que madrina me chamasse e pedisse ajuda para preparar o jantar. Io estava em mio quarto, trancada e falando pelo Skype com Lena, mas mesmo assim falava baixo.

- E o que ele disse? – perguntou. Aqui eram quatro da tarde e lá em Siena uma da manhã, mas ela também havia acabado de chegar do trabalho. Io peguei a carta dentro da mochila e li em italiano para ela. – Ele quer uma resposta. – disse o obvio. – E ele mesmo disso, non precisa ir falar cara a cara, mande uma carta. – deu de ombros enquanto passava algum creme nas pernas. – Faça o que io te disse. Mesmo que tu converse com ele através das cartas, faça aquilo que io te falei. –

- Lena... – e io engoli em seco. – Io non sei se consigo fazer aquilo... Tu sabe que... –

- Tu é tímida, io sei. E daí? Você só é assim com desconhecidos, pois comigo e com o Jake... –

- Lo so... – suspirei. – Mas mesmo assim... –

- O que io te disse são coisas fáceis e discretas, ninguém vai perceber... – rebateu. – Tenta... Lembra-se de que me disse que aquela tal de Rosalie quer virar sua amiga? Pois bem, peça ajuda a ela... –

- Se por um acaso ela souber do que io sinto... – falei beirando ao desespero.

- Ela non precisa saber quem é a pessoa... Fragolina... Pense bem, tu pode simplesmente esquecer e ignorar e no final se arrepender... –

- E posso seguir em frente e me arrepender também... –

- Melhor se arrepender por ter feito e aprendido algo com isso, do que simplesmente se arrepender a vida inteira por pensar em como seria se tivesse feito. – rebateu. – Pelo menos tenta... – e io respirei fundo. – Lembre-se do que tua mamma dizia... –

- L'amore non è mai sbagliato! – io e ela falamos ao mesmo tempo.

- Ok. Io non prometo nada, mas vou tentar... – respirei fundo. – Caso io me arrependa... Io me afogo no oceano pacifico... – e ela riu.

- E se caso dê certo terá que ir até o Vaticano e pedir ao Papa para me santificar... –

- Claro... Lena... Claro que o Papa vai lhe santificar... – e ela gargalhou.

- Ok, ele non iria mesmo me santificar... Mas se der certo, ficará me devendo. –

- Sì amore mio. – e ela riu e bateram a porta. – Sì? – e Alice entrou. – Sì? – repeti.

- Minha mãe está te chamando... – respondeu indiferente e fria.

- Estou indo. – e ela girou em seus calcanhares e saiu do quarto. – Lena... –

- Buonanotte fragolina. –

- Buonanotte amore mio. – io desliguei a câmera e guardei o computador desligado na escrivaninha e desci com mio celular e mios fones de ouvido. - Mi hai chiamato madrina? – perguntei quando cheguei à cozinha.

- Sim. Preciso te perguntar uma coisa. –

- Cosa? –

- Qual é aquela sobremesa que sua mãe fazia sempre que íamos para lá e ela fazia muito e mesmo assim não sobrava? –

- Cannoli? – perguntei.

- Tubinhos de massa recheados com um creme branco divino? – assenti. – Isso mesmo... – respondeu animada. – Lembra-se da receita da sua nonna? – assenti de novo. – Faz para mim enquanto eu faço o resto do jantar? –

- Sì madrina... – e ela animada bateu palmas.

Io subi rapidamente até mio quarto apenas para pegar meu tablet e desci as escadas novamente. Enquanto madrina adiantava o jantar, eu preparava a massa do canolli enquanto o filme Mamma Mia! rolava na tela do tablet. Io preparei a massa rapidamente e as recheei do jeito que minha mamma fazia e depois de arruma-los na travessa, coloquei na geladeira para esfriar. O jantar já estava quase todo pronto, a mesa já estava posta. Io permaneci sentada no balcão da cozinha, com o tablet em meu colo onde passava o final do filme, enquanto roubava alguns brócolis da tigela e comia quando a campainha tocou.

- Boa noite povo lindo. – e Emmett entrou na cozinha. – Incrível, sempre que eu te vejo, você está comendo. – e io o ignorei e coloquei mais brócolis na boca. – Você está comendo brócolis? –

- Sì... –

- Estranha. – e ele fez cara de nojo. – Coisa nojenta... –

- Oi Bella... – Esme se aproximou de mim quando io estava com a boca cheia de brócolis, e me deu um beijo na bochecha e io me contentei em mexer a cabeça.

- Mãe, ela está comendo brócolis. – ele disse como se fosse algo anormal.

- E daí? – rebateu dona Esme e io sorri pegando mais um.

- Chega mocinha... – e madrina tirou a tigela de perto de mim e io non pude evitar soltar um muxoxo com as bochechas cheias. – Nunca vi uma menina comer tantos vegetais... – resmungou entregando a tigela ao meu padrino para colocar na mesa e dona Esme riu.

- Io gosto de brócolis. – dei de ombros e me concentrei no final do filme. - In our lives / We have walked / Some strange and lonely treks / Slightly worn / But dignified / And not too old for sex / We're still striving for the sky / No taste for humble pie / Thanks for all your generous love / And thanks for all the fun / Neither you nor I'm to blame / When all is said and done. (Em nossas vidas / Nós temos caminhado / Por alguns estranhos e solitários caminhos / Um pouco desgastado / Mas digno / E não muito velho para sexo / Nós ainda lutamos pelo céu / Nenhuma vontade de ser humilde / Obrigado por todo seu amor generoso / E obrigado por toda a diversão / Nem você nem eu temos culpa / Quando tudo foi dito e feito.) - e io cantarolei baixo.

Emmett falou mais alguma coisa e io tratei de ignorar e peguei o tablet de meu colo colocando em cima da bancada para assistir aos minutos finais do filme. Io já havia o assistido tantas vezes, que io nem prestava mais atenção ao mesmo, apenas repetia as frases e cantarolava as músicas. Ouvi a campainha tocar de novo quando os creditos finais começaram e mia madrina falou algo do tipo que Rosalie e Jasper estavam ali. Io desliguei o filme e o tablet e levantei da cadeira, passando pelos irmãos Cullen que ainda estavam na cozinha enquanto os adultos ainda estavam na sala.

- Rosalie. – a chamei.

- Oi Bella... – e ela me abraçou pelos ombros.

- Posso parlare con te? – e io balancei a cabeça. – Quer dizer... Posso falar com você? –

- Claro... Oi ursão... – e ela falou com Emmett e io quase vomitei.

- Madrina... Noi já voltamos... – falei enquanto segurava Rosalie pelo pulso.

- Ok principessa. Só não demorem... – e enquanto io e Rose subíamos, Alice descia animada para falar com Jasper, mas um olhar confuso non passou despercebido, todavia ignorou.

Io e Rosalie fomos para o mio quarto e assim que ela entrou, io fechei a porta e coloquei meu tablet em cima do notebook, que estava em cima da mia escrivaninha e Rosalie se sentou na ponta da minha cama me encarando enquanto io torcia meus dedos sem saber como io falaria isso com ela.

- Então? – perguntou a me ver nervosa.

- Io preciso de sua ajuda... –

- Claro... Para que? –

- Conquistare un ragazzo. – disse sentindo minhas bochechas corarem... – Digo...-

- Não responda... – e ela pegou seu celular e mexeu nele por alguns segundos... – Isabella... – e me encarou um tempinho depois sorrindo. – Quer conquistar um cara? – ela havia ido atrás da tradução.

- Pode me ajudar e manter isso tra noi? –

- Claro. Vai me dizer quem é ele? – e io balancei a cabeça negando. – Tudo bem. Eu ajudo você... Mas o que você quer realmente? –

- Que ele me note... Ele me vê apenas como uma bambina... Uma criança, o que eu não sou... –

- Temos basicamente a mesma idade. Creio eu... –

- Faço 16 em setembro... – respondi.

- Temos a mesma idade... – deu de ombros. – Não é uma criança... –

- Acontece que... Ele é um pouquinho mais velho... – e ela assentiu.

- Não precisa falar mais nada. Não precisa me falar quem é e nem nada. Manteremos isso apenas entre nós duas. Ou como você diz... Tra noi duas... – tentou dizer em italiano sorrindo.

- Due... Entre nós duas é Tra Noi Due. – expliquei.

- Ok. Manteremos isso tra noi due. – disse forçando o sotaque, parecendo um ítalo-americano, e eu balancei a cabeça rindo. – Pode deixar Bella, eu vou te ajudar, sem mudar nada em você... Talvez algumas mudanças nas suas combinações de roupa... Não que elas estejam ruins, elas estão ótimas na verdade, até porque vindo de onde você vem é difícil não se vestir bem... Mas mudando apenas algumas peças, ele vai ver que você não é nenhuma criança... E eu te garanto amiga... Ele vai ficar de quatro... – respondeu sorrindo e io non pude deixar de sorrir e me animar junto.

- Mas io non quero parecer vulgar... –

- Não vai. Acredite em mim... – garantiu.

- Então... – e io me sentei ao seu lado. – Lena, a mia amiga de Siena, me deu umas dicas que io non sei se tenho coragem de fazer... –

- Qual? –

- Provocar, toques gentis, dá uma provocada com roupas e saltos e pernas, me expor de um jeito discreto... – dei de ombros.

- Primeiro e mais importante... Sabe usar salto alto? –

- Mia nonna me colocou em cima de um salto com nove anos e me obrigou a descer e subir as escadas da casa dela. Quase quebrei mia perna, mas aprendi. –

- Ótimo. Veja bem, tudo pode ser feito do jeito mais tranquilo e discreto possível e apenas ele iria notar, claro se ele estiver olhando... –

- Por exemplo? –

- Jogue os cabelos de um jeito descontraído ou mexa nele sem perceber, ou então olhe por baixo dos cílios... Sabe sem levantar a cabeça, apenas os olhos. Quanto a roupas, blusas ou vestidos com decote, mas não aqueles absurdos, algo que exponha de um jeito sexy o colo, calças apertadas são ótimas para destacar as pernas, e quando você estiver de short, saia, vestido ou até mesmo calça, fique, discretamente e naturalmente, dobrando e descruzando as pernas, assim chama atenção para elas. –

- Rosalie, em Forks é quase impossível usar esse tipo de roupas, aqui só chove. E io non posso usar saltos, o Dr Cullen me proibiu, ele disse que io posso sentir tonturas de seis a doze meses depois do acidente e só se passaram cinco meses, io non quero arriscar e subir em um salto. –

- Sim, tem razão. Mas o fato de chover e ser nublado não muda em nada, dá para ser sexy até nevando. – e ela riu e io non pude evitar sorrir. – E quanto aos saltos eu não planejava te colocar em saltos tão altos, iguais ao que Alice ou eu usamos, mas sim aqueles mais grossos e pequenos, não são tão sexy quanto os finos, mas é sexy do mesmo jeito, e é seguro para o caso se você sentir tontura ou algo do tipo. Agora quanto a provocar, existem diversas formas, das mais discretas as mais pervertidas. Uma que sempre funciona é chupar de leve a tampa da caneta ou do lápis, obviamente com cuidado para não se engasgar isso é o mais importante... Sabe, homens amam ser chupados, e quando você chupa a ponta da caneta ou de um lápis... –

- Io entendi... – respondi com as bochechas coradas.

- Ótimo... Mas isso faça apenas se sentir vontade e confortável. Outra coisa que você pode fazer é se você tiver oportunidade de conversar com ele, de forma discreta toque delicadamente no braço dele, ou roce as costas de sua mão na dele, ou o braço. E sempre que um homem fizer uma piada, por mais imbecil que seja... Ria. – e io balancei a cabeça gargalhando e ela me acompanhou. – E se tiver a oportunidade, dê um beijo na bochecha dele de forma lenta. – explicou. – Querida, acredite que com o seu corpinho, suas roupas, seu cartão de crédito e com o nosso gosto, eu vou transformar você em uma em mistura perfeita de mulher sexy, inteligente, sensual e que poderá conquistar qualquer um. Mas do modo mais discreto possível, sem mudar quase nada em você, porque eu acredito que uma pessoa deve se apaixonar pelo o que a outra é, e não tem. –

- Entendi... Mas... Mio cartão de credito? – questionei e ela riu.

- Algumas comprinhas, já que Alice disse que você não trouxe muita coisa. Um dia de garotas nosso pode ser no shopping em Seattle. Meu pai tem um apartamento lá então podemos passar o final de semana, sem você precisar ficar muito tempo dentro de um carro, ainda mais que são quatro horas de viagem. Concorda? – e io a encarei por um momento. – Só nós duas e mais ninguém. Sem Alice, sem Emmett... Só nós duas... Quer dizer, talvez Emmett, por que ele é do tipo que se não for junto vai atrás e tenta disfarçar, mas a anta não sabe disfarçar... Ele pensa que é o James Bond... – bufou. – Está mais para Inspetor Jacques Clouseau­... Se quiser podemos ir para Seattle no próximo final de semana... –

- Io aceito. – e ela animada se jogou em meu colo e bateram na porta. – Sì? – e Emmett entrou no quarto, me vendo deitada na cama com Rosalie em cima de mim.

- Fui trocado? – disse em choque com a mão no peito enquanto Edward ria atrás dele. – Posso participar do tchaca tchaca na butchaca? –

- Cos'è? – perguntei confusa.

- Ignore o Emmett. – Edward disse. – Ele é idiota... – respondeu quando Rosalie saiu de cima de mim e me ajudou a me sentar na cama.

- O que isso significa? – perguntei de novo só que para Rose.

- Sexo. – respondeu em meu ouvido e io arregalei os olhos para Emmett.

- Sabe por quê? É porque eu acho que transar é um termo muito desconfortável, mas ao mesmo tempo fazer amor é forte demais, ter relação sexual é muito técnico e fuder é horrível. Aí eu falo tchaca tchaca na butchaca. – falou como se fosse à coisa mais normal do mundo.

- Ele chantageou você para namorar com ele, não chantageou? – perguntei para Rosalie que caiu para trás na cama de tanto rir. – É impossível ser verdadeiro com alguém assim... – ela se sentou de novo e aproximou os lábios do meu ouvido.

- Lembre-se do que lhe disse... Por mais idiota que seja a piada, ria... –

- Tu levou esse conselho muito a sério, non? – e ela riu mais ainda. – O que querem?- perguntei.

- Renata está chamando para jantar... – Edward respondeu.

- E precisou de dois informantes? – Rose rebateu.

- Ela pediu para mim. Esse aqui inventou que ia ao banheiro e estava ouvindo atrás da porta. Da porta errada, mas estava tentando ouvir... – e Rose revirou os olhos.

- Venha... – ela se levantou e estendeu a mão para mim.

Io peguei a mão de Rosalie e noi saímos do quarto, depois de io ter apagado a luz e fechado a porta. Antes de descer segui até o banheiro para lavar minhas mãos e em menos de cinco minutos estava à mesa de jantar com todos os outros. Mal o jantar acabou e Alice saiu puxando Jasper da mesa, antes mesmo que a sobremesa fosse servida, tanto que ele só conseguiu roubar apenas dois canolli antes de ser arrastado para o quintal dos fundos.

- Madrina? – a chamei um tempinho depois que Alice saiu com o namorado.

- Fala principessa... –

- Io... Io posso pedir una cosa? –

- O que? –

- Io posso ir com a Rose... – e io encarei a mesma. – Para onde? – e ela riu.

- Seattle. – ela respondeu.

- Isso... No próximo final de semana? – e mia madrina e padrino se encararam.

- Você quer ir mesmo? – e io assenti.

- Se eu puder me meter... – e Carlisle disse com uma taça de vinho em mãos. – Se ela quer ir, deixa. Desde que chegou ela não quis ir por conta própria para lugar nenhum, principalmente se envolvesse um carro... –

- E aí que está o problema, Carlisle... – mio padrino disse. – São quatro horas de viagem. Quer dizer, oito... –

- Mas tio Caius, a ideia era ficar no apartamento de meu pai durante o final de semana. Assim não voltaríamos no mesmo dia e assim ela ficaria pouco tempo dentro do carro e iríamos com mais calma e parando sempre que for necessário. – Rosalie explicou.

- E vão apenas vocês duas? –

- Sim. E o Emmett, porque mesmo falando para ele não ir, ele iria para bisbilhotar... –

- Você nunca nota quando eu estou perto... Eu sou o James Bond. – resmungou ofendido.

- Está mais para Inspetor Jacques Clouseau­. – ela corrigiu fazendo todos na mesa rirem e ele bufou ofendido e enfiou outro canolli na boca.

- Seu pai vai estar em Seattle? –

- Acredito que sim, tia... –

- Se vocês atenderem ao telefone sempre que eu ligar, eu não vejo problema... E se você prometer cuidar dela... –

- Sim senhora. – e io e Rose olhamos para mio padrino.

- Tudo bem... – e Rose bateu palmas animada.

Nós duas tiramos a mesa e enquanto ela falava sobre o que íamos fazer em Seattle, ela ia me ajudando a lavar a louça. Não demorou muito e o assunto mudou já que o intrometido do Emmett foi para a cozinha para bisbilhotar a nossa conversar e tentar descobrir o que iríamos fazer em Seattle. E Rosalie o colocou para trabalhar, secando os pratos que nós duas estávamos acabando de lavar.

Io e Rosalie ficamos de combinar a viagem direito durante as aulas, e ela garantiu para mim que Alice não saberia, e ameaçou cortar o amiguinho do Emmett caso ele contasse alguma coisa para Alice. E ele protegendo sua virilha com as mãos, concordou.

A semana correu tranquila, Edward non falou mais comigo sem ser sobre a matéria e io também non falei nada. Rosalie e io combinamos de ir para Seattle no final das aulas de sexta feira. Mia madrina havia permitido a nossa ida contanto que sempre que ela e mio padrino ligassem, noi deveríamos atender ao telefone, ou então ligar logo em seguida. Enquanto Rose estava na aula de educação física, a qual io ainda estava dispensada por ordem médica, io fiquei sentada no banco do estacionamento, já havia tomado meu calmante fraco, e apanhei o livro dentro da mia mochila, que havia comprado em Aspen e me pus a esperar por Rose.

Io estava com os fones de ouvido e lendo o livro e demorou um pouco até que Rosalie chegasse, e io só notei que ela havia chegando quando balançou as mãos em frente ao meu rosto e io tirei os fones de ouvido e usei um marca páginas e a encarei.

- O que é isso? – perguntei vendo que ela tinha um envelope em mãos.

- Uma carta, com o seu nome... – e eu arranquei o envelope de sua mão.

- Onde achou? – e ela riu.

- Bella, estava do seu lado. – e io pisquei meus olhos. – Estava ao seu lado no banco. Não viu? –

- Non. Io estava bem absorta no livro... – e io abri o envelope, vendo a assinatura do Edward e suspirando.

- É dele? – perguntou e io simplesmente assenti. – Fico pensando se algum dia você vai me contar quem é ele? –

- Talvez... Em um futuro próximo... –

- Ele quem? – e Emmett surgiu ao lado de Rosalie.

- Ninguém. –

- Vamos? –

- Para onde? – questionei.

- Eu vou com vocês... – e io encarei Rosalie.

- Calma Bella, ele é inofensivo. E como ele já iria nos seguir de qualquer forma... – deu de ombros. – E eu acho que é bom uma opinião masculina, mas caso não queria... –

- Non, tudo bem... Non tem problema... – respondi.

- Então... Quer ir a frente ou atrás? –

- Atrás... – me apressei em dizer.

- Vamos? – e io guardei a carta dentro do livro e peguei meu celular em meu colo e pendurei minha mochila nos ombros. – Tomou seu remédio? – e io assenti quando ela passou o braço por cima dos meus ombros.

- Hey... – e Alice apareceu perto de nós – Vão para onde? – perguntou.

- Vamos à Lodge, comer umas pizzas. – Emmett respondeu.

- Posso ir? – perguntou encarando de Emmett para Rosalie, e me ignorando, como se não acreditassem no que ele havia dito.

- Sabe o que é? Jasper saiu da aula te procurando... – Rosalie respondeu. – Ele disse que tinha uma surpresa para você, eu não deveria te contar, mas... –

- Uma surpresa... Vou procurar por ele então. – e do mesmo jeito que chegou, ela sumiu de volta para dentro da escola e nós entramos no carro.

Assim que eu entrei no banco de trás io coloquei o cinto imediatamente e Rosalie e Emmett no banco da frente também. Io havia sentado atrás do banco do carona, non queria me sentar no meio como sempre sentava. Io sentia minhas mãos tremerem conforme o carro andava pelas ruas enevoadas de Forks, e para tentar me acalmar, peguei mio celular de cima de mia mochila, que estava ao meu lado e mandei uma mensagem para Lena.

Dê: Bella.
Ciao Lena, come stai? Io queria te ligar, mas non posso. Segui tuo conselho e pedi ajuda a aquela garota, que é amiga de Alice. Estamos indo até Seattle para fazermos algumas compras. Io confio nela e sem que ela non contaria nada a Alice.
Estou mandando essa mensagem para avisar que Edward me mandou outra carta, ainda não li. Non sei se leio durante o caminho até Seattle ou se espero estar sozinha para ler. Mas assim que estiver sozinha, após ter lido io te ligo.
Ti amo. Bacio.
Bella.

Enviei a mensagem e enquanto escutava uma música calma, baixa e suave soar através do carro, io peguei dessa vez mio livro e abri na página que havia parado, mas io non conseguia me concentrar no livro, io já deveria ter lido aquele mesmo parágrafo cerca de mil vezes, sem ter absorvido nada e nem entendido nada dele. Emmett, que estava dirigindo, estava bem focado na estrada a nossa frente, ele dirigia com bastante cuidado, não sei se por minha causa ou devido à chuva e Rosalie conversava com ele calmamente sobre um trabalho de trigonometria. Io peguei do final do livro o envelope com a nova carta de Edward e a abri dentro do livro me pus a lê-la.

Bella...

Você não faz ideia de como estou nervoso escrevendo essa carta. É estranho o fato de que eu, aos 25 anos de idade esteja nervoso enquanto escrevo essa carta para você. Sinceramente não sei o que falar, tem tantas coisas que eu gostaria de poder lhe dizer, mas não queria dizer através de uma carta. O que eu queria lhe dizer é algo que deveria ser dito frente a frente, mas tenho medo. Sim, eu tenho medo de quando admitir as coisas estranhas que estou sentindo por você, você fugir e não querer mais olhar na minha cara.

Você sabe que eu sinto uma enorme vontade de te beijar, por mais que eu tente fugir disso eu não consigo a vontade apenas aumenta. Ficar afastado de você não estar ajudando, mas de qualquer forma, tenho receio de me aproximar de você, e não conseguir me controlar e te beijar na frente de todos. Eu ainda sinto a textura macia de seus lábios contra os meus, a maciez de sua pele e de seus cabelos contra meus dedos... Você não faz ideia da vontade que sinto de passar meus dedos pelos seus cabelos, acariciar sua bochecha e vendo-a ficando rubra, de unir meus lábios aos seus enquanto eu abraço sua cintura, pressionando o seu corpo contra o meu e ver aquele sorriso lindo que eu ganhei da última vez e ver aquele brilho em seus olhos.

Eu não sei se é algo passageiro ou não, e já havia deixado claro isso uma vez, eu sinceramente não sei o que está acontecendo dentro de mim, mas eu sinto que não é passageiro, sinto que quanto mais eu tente me afastar, mais a vontade cresce e sinto que caso eu me entregue ao meu desejo, a vontade também só continuará aumentando...

Deus, garota, o que diabo você está fazendo comigo?

Ao mesmo tempo em que ficarei aguardando ansiosamente a sua resposta, eu não tenho cem por cento de certeza se a quero de verdade, de qualquer forma, lhe vejo na próxima aula.

Edward.’

Io li e reli a carta umas três vezes e sinceramente não sabia interpretar a verdade por trás daquelas palavras. Io non sabia se aquilo era uma confissão do que ele sentia por mim, ou sabe-se lá o que. Sinceramente não sabia o que entender daquela carta, mas como uma adolescente boba, io havia adorado recebê-la. Sinceramente io non sabia se deveria responder e se responderia, como entregaria a ele? Io non teria coragem de entregar pessoalmente a ele. Do mesmo jeito que ele também non teve coragem de me entregar pessoalmente. De qualquer forma, io simplesmente guardei a caixa dentro do livro e abracei o mesmo enquanto olhava pela janela vendo as árvores que rodeavam a estrada e ouvia uma música calma e suave que rolava perto carro, enquanto a chuva batia calma e lentamente na janela e nós nos afastávamos cada vez mais de Forks.

Vocabulário.

* Dio Santo – Santo Deus.
* Dio mio – Meu Deus.
* Mia mamma – minha mãe.
* Sono le quattro del matino - São quatro da manhã.
* Io sono disperata – Eu estou desesperada.
* Calmati – Acalme-se.
* Conchiglie – conchinhas.
* Santa Madonna – Santa mãe! / Virgem Maria!
* Amicci – amigos.
* Per Dio – Por Deus.
* Prima de tutto – Em primeiro lugar.
* Un po’. – Um pouco.
* Amore – Amor.
* Fidanzata – Namorada.
* Buongiorno – Bom dia.
* Grazie a Dio – Graças a Deus.
* Che – Que?
* Perdonami – Me perdoa.
* Mio babbo – Meu pai.
* Non lo so – Eu não sei.
* Buongiorno minha fragolina – Bom dia minha moranguinha.
* Lui è innamorato di te – Ele está apaixonado por você.
* Completamente innamorato – Completamente apaixonado.
* E cosa faccio? – E o que eu faço?
* Idiota – Idiota (é do mesmo jeito)
* Per me – Por mim.
* Innamorata – Apaixonada.
* Parlar – falar.
* Fragola – Morango.
* Andiamo – Vamos.
* Ciao – Oi.
* Principessa – Princesa.
* Ti parlerò domani – Falo contigo amanhã.
* Buonanotte – Boa noite.
* Lo so – Eu sei.
* Mi hai chiamato...? – Me chamou?
* Cosa? -  O que?
* Tra noi -  Entre nós.
* Mia nonna – Minha avó.
* Cos’è? – Como é?
* Una cosa – Uma coisa?
* Come stai? – Como vai?
* Ti amo – Te amo.
* Bacio – Beijos.

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