domingo, 2 de abril de 2023

Capítulo 2

 O dia seguinte amanheceu com um ar pesado no quarto real, enquanto todo o resto do castelo ainda estava comemorando o casamento, que também havia sido comemorado nas vilas próximas a sede da monarquia, o povo só pedia aos céus para que a nova rainha fosse igual a antiga princesa e a rainha mãe. Isabella já estava acordada, na verdade não havia nem dormido, ao contrário de Edward que mal caiu na cama e dormiu como uma pedra. Isabella havia se vestido e ficou sentada na cama com uma coberta sobre seus ombros enquanto ela abraçava tanto a coberta quanto seus joelhos.

Quando o sol começou a apontar nas janelas do quarto descobertas pela cortina, o rei começou a acordar com os raios de sol tocando-lhe o rosto, e ao despertar começou a sentir pontadas na cabeça e a boca seca. A primeira ação dele, antes mesmo de abrir os olhos, foi levar a mão na cabeça, onde sentia fortes pontadas, ele sabia que era pela enorme quantidade de vinho e cerveja que havia bebido ao longo do dia anterior, mas nunca antes ele havia ficado tão mal assim.

- Que dor de cabeça! – resmungou ele apertando os olhos pela sensibilidade da luz.

- Tome um chá de gengibre, vai lhe fazer se sentir melhor. – respondeu Isabella fungando e engolindo o choro que havia deixado escapar, não sabia ao certo se era de raiva, nojo ou apenas para se acalmar, durante a noite toda. – Não sei porque as pessoas bebem tanto assim para no dia seguinte passar mal. – comentou ignorando completamente com quem ela estava falando e limpando debaixo dos olhos o resto dos vestígios de lágrimas havia ali.

- Eu nem sei porque eu bebi tanto ontem. Meus amigos e seu pai toda hora vinham me servir vinho... –

- É isso o que acontece quando alguém confia no meu pai. – falou com tom de nojo na voz, que fez com que Edward finalmente abrisse os olhos sem entender o que ela queria dizer com isso e nem a forma como ela havia dito. Ele sempre viu Isabella se dar bem com o pai e falar dele com tamanha admiração, não entendia de onde vinha toda essa repulsa.

- O que deu em você? Você sempre gostou tanto do seu pai! –

- Ainda não percebeu que foi feito de idiota?! – perguntou com raiva e Edward virou o rosto para olha-la para tentar entender o que estava acontecendo com ela, e deu um salto na cama, sobressaltado e assustado ao ver outra pessoa sentada ali, e não a pessoa com quem havia se casado

- Quem é você? – questionou puxando os lençóis e enrolando-os na sua cintura, cobrindo sua virilha.

- Isabella! – respondeu irritada.

- Não. Não pode ser. Eu conheço a Isabella e... –

- E a pessoa que o senhor cortejou e deu inúmeros presentes caros, foi a minha irmã. Caso ainda não tenha entendido. O senhor foi feito de idiota pelos dois! – Edward abriu a boca para falar alguma coisa, mas o barulho da porta abrindo fez com que ele se calasse.

- Espero que não esteja interrompendo nada. – Esme entrou no quarto sorrindo. – Bom dia meus... – ao ver uma moça morena de olhos castanhos, ao invés da Isabella loira de olhos azuis que havia conhecido, ela deu uma tapa na nuca do seu filho. – Qual é o seu problema? – gritou fechando a porta antes que as criadas entrassem com o café da manhã que ela havia feito questão de mandarem levar para os dois no quarto. – Você mal se casa e já trai a sua esposa! –

- Com todo o respeito majestade. – Isabella se pronunciou. – O problema é que vocês dois, com todo o respeito, foram feitos de idiota pelo meu pai. –

- Como é que é? Quem é você garota? –

- Isabella Swan... A verdadeira. – ela viu a rainha abrir a boca. – E a garota loira que os senhores conheceram foi a minha irmã Jane. –

- O que? Onde está Charlie? – gritou indo na direção na porta e gritando com o valete. – Leve Charlie Swan ao escritório do rei agora mesmo. –

- Boa sorte para encontra-lo, senhora. Ele provavelmente embarcou no primeiro navio para fora de Castela durante a madrugada. –

- Vistam-se e eu quero os dois no escritório em cinco minutos. – reclamou e saiu do quarto batendo o pé e a porta.

Edward ainda estava estático no lugar com o lençol envolta da sua cintura. Ele não entendia nada e nem teve reação quando sua mãe entrou no quarto e lhe deu um tapa na nuca. Isabella não se mexeu na cama e ele não falou nada, apenas catou sua roupa que estava no chão e a vestiu, mesmo sendo a mesma roupa que havia se casado, ou pelo que ele começa a entender, havia sido enganado na noite anterior e deixou a jovem sozinha para que pudesse se trocar.

Mal ele saiu do quarto e duas criadas entraram com uma roupa e água para um banho. De inicio Bella recusou pela água e colocou o vestido, ela sabia que a rainha estaria furiosa, e fazê-la esperar não era a coisa mais inteligente do mundo a se fazer. Ela apenas colocou o vestido e se calçou, ela não queria se arrumar para ser esculhambada pelos reis ou provavelmente ir direito para a masmorra, apenas pegou uma presilha e prendeu os cabelos em um rabo de cavalo após dar uma leve penteada no mesmo com os dedos mesmo.

Ao sair do quarto, Isabella encontrou com Edward parado no corredor, ele estava esperando por ela para acompanha-la ao escritório, já que ela não sabia onde ficava e talvez para tentar tirar mais alguma informação sobre o ocorrido, mas durante todo o percurso ele não abriu a boca, sua cabeça latejava em uma mistura horrorosa de álcool e confusão. Ele queria perguntar porque ela não contou ontem, mas antes que pudesse fazer isso, ele lembrou-se vagamente da noite anterior onde ela tentou falar algo e ele não quis ouvir.

- Sente-se. – a rainha mãe mandou assim que os dois entraram no escritório. Ela estava sentada na cadeira de Edward, fazendo com que seu filho se sentasse ao lado de sua “esposa”. – Explique-se. –

- Eu não tenho nada para explicar, senhora! – respondeu simplesmente. – Eu estava vivendo minha vida tranquilamente em Paris quando meu pai foi me buscar, mandando eu voltar para casa porque havia encontrando, finalmente, um pretendente para o maior problema da vida dele, que no caso sou eu. Eu só descobri o que estava acontecendo quando minha irmã começou a reclamar que não era justo o que meu pai estava fazendo e a trancou no quarto de Granada e me arrastou para cá, há cerca de três dias. –

- Por que não tentou falar nada antes da cerimônia? –

- Porque meu pai não saia do meu lado me ameaçando caso eu abrisse a boca. Então eu iria esperar pacientemente até o rei chegar ao quarto. –

- E por que não falou nada? – questionou irritada.

- Porque o rei chegou ao quarto sendo carregado de tão bêbado que estava. – admitiu e Edward coçou a nuca, ele sabia o quanto sua mãe odiava que ele bebesse, principalmente dessa forma. – De qualquer forma, eu tentei falar e ele não quis me ouvir. – a rainha mãe apenas virou o rosto, olhando de um jeito furioso para o filho.

- Por que o Charlie fez isso? – ela levou as mãos ao rosto sem conseguir entender o motivo que levou o melhor amigo de seu ex marido ter feito uma coisa dessas. – O que é? – questionou irritada, não gostando de estar descontando em alguém a raiva que sentia por terceiros.

- Com licença majestades e senhora Swan. – um valete fez uma reverência aos reis presentes na sala.

- Encontrou Charlie? –

- Não senhora. Alguns criados falaram que ele deixou o castelo um pouco após o rei ter se retirado da festa, um mensageiro está pronto esperando apenas a ordem dos senhores para ir até Granada atrás dele. E uma criada encontrou isso aqui no quarto dele. – o valete entregou uma carta selada com o símbolo do duque de Granada.

- Mande imediatamente o mensageiro até Granada. – comentou pegando a carta que o valete entregava. – E muito obrigada. – o valete saiu do escritório e ela rompeu o lacre e em poucos segundos ela respirou fundo.

- O que diz aí, mãe? – Edward questionou enquanto Isabella permanecia em silêncio, com as mãos apoiadas no colo, enquanto mexia em seus dedos, uma forma que ela sempre teve de dizer que algo a incomodava.

- Ele pede desculpas, mas na concepção dele, não se casa a mais nova sem casar a mais velha. – respondeu jogando a carta sobre a mesa.

- E por que ele mentiu? –

- Disse que achava que as chances de o acordo ser feito conhecendo a mais nova seriam maiores caso conhecessem a Isabella de verdade. –

- Mentira! – depois de alguns minutos Isabella voltou a falar. – Não quero dizer que a senhora esteja mentindo, mas o que ele escreveu é mentira! –

- Explique. – ela pediu, soltando a carta na mesa.

- Não nego que o fato de os senhores se afeiçoarem mais por Jane do que por mim seja mentira. Contudo, o motivo não foi esse. Pelo que eu ouvi da discussão dos dois, e dos criados, meu pai estava praticamente falido, e sabia que as chances de voltar a enriquecer de novo seria usando Jane, as pessoas sempre gostavam mais dela do que de mim. Portanto não iria entrega-la para o primeiro a chegar, sabendo que outro podia oferecer mais, mesmo sabendo que o primeiro que apareceu foi um rei! – ironizou, mas logo em seguida se recompôs. – Pelo que eu ouvi, ele vendeu todas as joias que o senhor deu a ela para pagar as passagens para deixar Castela, porque sabia que quando os senhores descobrissem a armação dele... – ela deixou a frase morrer. – Contudo, ele nunca mencionou para onde partiria. – ela respirou fundo. – E não é a primeira vez que ele fez isso! Há cerca de dois anos eu fui para Granada para passar o natal com eles, e ouvi cochichos das criadas falando que ele tinha combinado o casamento de minha irmã com o filho de um dos mercadores mais ricos da região, e após ele pagar o dote, ele começou a espalhar pela cidade que o mercador estava armando para pegar o titulo de duque casando com Jane e depois armando para matar meu pai. Com isso, o mercador foi preso e posteriormente morto por ter atentado contra um duque e meu pai ficou com o todo o dinheiro dele. – ela olhou apenas para a rainha, que lembrava por alto da situação que chegou até os ouvidos de seu marido, ela só não imaginava que isso fosse uma mentira. – Entendo que a senhora esteja com raiva, mas eu realmente não tive nada haver com essa sujeira e por mim, eu continuaria em Paris pelo resto dos meus dias sem problema algum. –

- Não se preocupe... Isabella. – suspirou fundo. – Eu sempre fui muito boa em ler as pessoas e sinto que o que a senhorita diz é verdade. Eu agora vou pedir para que nos deixe um pouco a sós para que eu converse com meu filho. –

- Sim senhora. Com licença. –

Bella se levantou da cadeira e saiu da sala deixando os dois ali sozinhos, ela resolveu sair do castelo e ir até o jardim para que pudesse respirar um pouco e aproveitava o fato de não ter ninguém ali, além de alguns guardas que estavam de patrulha, todos os criados estavam ocupados terminando de arrumar a bagunça deixada pela festa do dia anterior. Já Esme e Edward demoraram um pouco até começarem a falar.

- O que vamos fazer? – Edward perguntou ao ver que sua mãe permanecia em silêncio.

- O casamento foi consumado, não há motivos para o papa anula-lo. – respondeu ela. – E se essa história deixar essa sala seremos ridicularizados por todos do reino e dos reinos vizinhos. Se Carlisle estivesse vivo teria morrido com uma traição dessas do melhor amigo. –

- Acredita mesmo nela? –

- Viu a cara dela, os olhos, a expressão corporal. Acredito sim! Contudo, sinto que tem mais virgulas nessa história e não só apenas o que ela contou. Ela é bonita, bem bonita, não sei porque Charlie precisaria fazer algo desse tipo para conseguir casa-la! – respirou fundo. – Você tem que conversar com ela, ela não sabia desse casamento, ela não estava de acordo. Portanto ela tem direito de opinar o que ela quer fazer da vida. Caso ela queria anular esse casamento e voltar a Paris, daremos nosso jeito, mas não vou permitir que uma menina seja obrigada a viver um casamento que não quer. – irritada ela se levantou da cadeira e deixou o escritório. Ela estava com muita dor de cabeça e queria descansar um pouco.

Edward se levantou da cadeira e saiu da sala querendo procurar por sua esposa. Ele foi até o quarto e não a encontrou lá, e ao esbarrar em uma criada que arrumava o mesmo, ela respondeu que viu Isabella sentada no jardim, e pela janela ele viu a jovem sentada próxima a um pequeno lago que tinha em um dos jardins. E ele seguiu até lá.

- Oi. – ele se fez presente antes de sentar ao lado dela.

- Decidiram algo? –

- Basicamente minha mãe disse que a senhorita decide. –

- O papa não vai anular o casamento. E qualquer desculpa ou mentira que inventar a errada da história seria eu, e isso prejudicaria ainda mais a minha vida. Já não bastasse tudo. – deu de ombros.

- Tudo o que? –

- Promete que se eu te contar o senhor me livra dessa vida miserável? –

- Sim. Acho. – respondeu sem entender muito bem. Isabella olhou em volta e viu que não tinha ninguém ali, apenas os dois e mais ninguém perto. Bella olhou para o homem ao seu lado, cujo homem podia muito bem acabar com a vida dela em questão de segundos a partir do momento que ela revelasse o seu maior segredo, e com a maior parte de seu amago desejo que ele a matasse, ela respirou fundo e fechou os olhos, e aos reabri-los, seus olhos castanhos deram lugar a um tom verde brilhante que tomava conta de toda a sua íris. Ela ficou assim por alguns segundos até piscar os olhos mais uma vez e seus olhos castanhos voltarem. – Você é uma bruxa! – disse simplesmente o rei.

- Estais mais tranquilo do que eu pensei que estaria. –

- Acredito que se fosse fazer algo de mal, já teria feito, principalmente enquanto eu estava dormindo. –

- Preciso admitir que vontade não faltou. Mas eu não tenho coragem de fazer mal a uma mosca, quem dirá a quem me machuca. – deu de ombros.

- Foi com isso que seu pai te ameaçou não foi? – ela balançou a cabeça assentindo.

– Se eu abrisse a boca ele me entregava a igreja. Na verdade, ele espera que mais cedo ou mais tarde o senhor descobrisse e me entregasse a igreja. Acho que até prefiro, talvez assim eu tenha um pouco de paz. – deu de ombros. – Fala que na primeira oportunidade que tivesse me entregaria a inquisição, mas sempre que quer alguma coisa e não consegue nas vias certas, como ele mesmo diz, ele sempre recorre a mim, e se eu me recusasse... Por isso que na primeira oportunidade que tive eu deixei Granada. –

- Foi para Paris. – ela negou.

- Primeiro fui para Londres, e de lá pedi para a rainha uma carta de indicação e aí eu fui para Paris. – ela levou as mãos aos olhos coçando-os, ela estava exausta.

- Está cansada, não é? – questionou.

- Não durmo praticamente desde que cheguei de Paris. – ela coçou os olhos de novo.

- Vai para o quarto e descansa. Eu tenho que conversar com a minha mãe e mais tarde eu te procuro. – ela se levantou do banco.

- Com licença. – ela se afastou alguns passos.

- Isabella... – mal ela deu dois passos e ele a chamou, fazendo com que a jovem se virasse.

- Sim? –

- Você disse a pouco tempo que... Não tem coragem de fazer mal a quem lhe machuca. E eu fiquei pensando... Eu te machuquei a noite? –

- Defina machucar. – pediu e ele a olhou, mas não conseguiu responder. – Pelo que sei, não machucou além do que perder a virgindade machuca, mas se o senhor mudar a pergunta, para eu queria ter dormido com o senhor? Ai a resposta será não, não queria. Principalmente do jeito que foi, com o senhor bêbado, se bem que, caso não estivesse, nada daquilo teria acontecido, não é mesmo? –

- Eu... Eu peço desculpas. Deveria ter parado quando perguntou se eu tinha certeza e quando disse que... –

- Não tem como mudar o passado. Tome um chá de gengibre para melhorar a sua dor de cabeça. – ela girou em seus calcanhares e seguiu para dentro do castelo.

Isabella encontrou uma das criadas e pediu para que ela a acompanhasse até onde seria o quarto dela, e assim o fez. Bella entrou em seu novo quarto e ao ficar sozinha fechou as cortinas para deixa-lo escuro e seguiu para a cama, tirando suas sandálias e subindo na mesma, para que tentar finalmente dormir um pouco. Edward levantou do banco no jardim, ao voltar para o castelo esbarrou em uma criada, pedindo que ela levasse um bule de chá de gengibre ao quarto de sua mãe, ele sentia sua cabeça explodir e resolveu confiar na sugestão de Isabella, ele podia confiar nela e sentia isso mesmo não a conhecendo direito.

Ele subiu as escadas até o quarto de sua mãe e aguardou do lado de fora após dar duas batidas em sua porta. Uma criada abriu a porta e deu passagem para que Edward passasse e encontrou sua mãe deitada na cama, com um pano florido cobrindo seus olhos.

- Era para você estar falando com a sua esposa e não comigo. – falou sua mãe, sem se mexer.

- Eu já falei com ela e agora vim falar com a senhora. –

- Saiam por favor. – pediu a rainha mãe as criadas, que trataram de obedecê-la imediatamente e deixaram o quarto. Edward pegou o banco que estava na penteadeira de sua mãe e colocou ao seu lado sentando-se ali.

- A Isabella é uma bruxa. – respondeu simplesmente e sua mãe imediatamente tirou a toalha de seus olhos e encarou o filho. – Dos olhos verdes. –

- Ela é descendente dos Celtas que habitaram Castela antes do Império Romano! – ela se sentou na cama. – Foi com isso que Charlie ameaçou a filha? –

- Se ela não o obedecesse a entregaria a igreja. –

- Desgraçado! Ela te contou isso normalmente? – antes mesmo que Edward pudesse responder, uma batida soou na porta, uma criada com uma bandeja com um bule e duas xicaras.

- Ela achou que eu fosse entrega-la aos inquisidores. – respondeu após a criada servir os dois e se retirar. - E na verdade, preferia que eu fizesse isso. –

- Desde quando você bebe chá? – questionou ao ver seu filho sorvendo um gole do liquido quente.

- Minha cabeça parece que vai explodir, e ela sugeriu que eu bebesse um chá de gengibre. E eu sempre ouvi conselhos de bruxas. – ele bebeu um grande gole do chá sentindo o gengibre começar a dar uma aliviada na dor de cabeça. – Esse casamento vai ter que continuar. –

- Se criarmos uma história para cancelar o casamento... A igreja pode investigar e... Não... Não podemos deixar isso acontecer. –

Esme decidiu que iria fazer pela jovem o que seu pai não fez, proteger a menina. Ela tinha histórias com bruxas, sua irmã também era uma bruxa descendente dos Celtas de Castela, e ela não havia conseguido salvar a irmã. Esme sabia também que a possibilidade de ela própria ter uma filha bruxa era grande, e Carlisle sempre soube, contudo o destino não havia sido bom com ela, e teve apenas um único filho, Edward.

Decidido a usar o casamento para proteger a menina, ele saiu do quarto da mãe em direção ao quarto que agora seria de Isabella. Ele só não tinha coragem de falar que iria cumprir seu papel de marido, e ele nem sabia se depois do que ele fez ontem, ele iria querer. Ele seguiu até o quarto de sua esposa, e bateu à porta, não recebendo nenhuma resposta, esperou mais alguns segundos antes de bater de novo e sem resposta, ele entrou no quarto. Isabella estava na cama dormindo, ela finalmente havia conseguido dormir e ele decidiu por não a acordar, mas sentou-se ao lado dela.

Ele não sabia quanto tempo tinha ficado ali sentado ao lado da jovem bruxa, mexendo delicadamente em seus cabelos com o máximo de cuidado para não a acordar. Edward não entendia o motivo de Charlie ter feito o que fez. Isabella, a verdadeira, era belíssima e ele poderia ter se apaixonado por ela igual pensou ter se apaixonado pela Isabella falsa, Jane pelo visto. Contudo, ele sabia que descobrir uma bruxa na família não era algo fácil, principalmente com todos alegando que elas eram enviadas de Lúcifer e que mereciam morrer, porém, Edward havia sido criado de um jeito diferente, ele não se importava se a pessoa era uma bruxa ou não, caso ela não tenha cometido crime algum, elas tinham todo o direito de viver, e sem importunação ou se esconderem em cabanas na floresta.

Antes que Isabella acordasse, ele se retirou do quarto, conferindo antes se ela estava bem coberta e se ainda tinha lenha na lareira, mesmo no verão aqueles quartos poderiam ser bem frios à noite.

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