domingo, 9 de abril de 2023

Capítulo 8

                  Ilha da Dragonstone – Continente de Andrômeda –108 Depois da Conquista.

Pov. Edward.

Antes mesmo de o sol ter começado a raiar, eu despertei sentindo uma boca macia em meu corpo, eu sabia muito bem a quem ela pertencia. Bella! Bella foi distribuindo beijos do meu peito até o meu pescoço. Do meu pescoço, ela subiu pela minha mandíbula até a minha boca, ela já sabia que eu estava desperto, por mais que eu continuasse com os olhos fechados, apenas sentindo o carinho que eu recebia, principalmente porque era algo bem raro para mim. Quando os nossos lábios se encontraram, eu levei a minha mão até a sua nuca, segurando a sua cabeça ali parada, enquanto eu aprofundava o beijo.

Bella deitou para trás na cama, me puxando para subir em seu corpo, ficando por cima e por entre as suas pernas, que ela abriu para mim, e, meio sem jeito, ela deslizou com a sua mão pelo meu peitoral, descendo até o meu pênis, e o levou a sua entrada. Eu sabia o que ela queria, e estava disposto a dar sempre que ela pedisse ou insinuasse. Tirei a sua mão do meu pênis e levei-a para os meus ombros, e voltei com a minha mão ao meu pênis. Eu a estimulei um pouco com a cabecinha do meu pênis, antes de encaixar, de novo na sua entrada, para finalmente deslizar para dentro dela.

Ao contrário da noite anterior, eu não era mais tão cuidadoso assim. Eu investia o meu quadril contra o dela devagar, eu ainda era calmo, delicado e cuidadoso, mas não igual a noite passada. Eu sabia que agora ela só sentiria prazer, não sentiria mais dor, mas isso não mudava o fato de ela ser bem, e deliciosamente, apertada, e eu queria que ela fosse se acostumando com o meu tamanho aos poucos, da mesma forma que eu queria apresenta-la a todas as nuances do sexo aos poucos, e principalmente, se assim ela desejasse.

Eu investia contra ela devagar, mas um pouco forte, e para poder me deliciar com seus gemidos altos de prazer, interrompi o nosso beijo, levando minha boca para o seu pescoço, ora beijando e ora mordiscando. Suas unhas curtas arranhavam as minhas costas a cada investida do meu quadril contra o dela. Bella tentava controlar os gemidos, para que não ficasse tão alto, mas me enlouquecia do mesmo jeito, graças aos seus gemidos em meu ouvido. Nós dois estávamos quase gozando, eu já conseguia sentir o meu pau sendo apertado pela sua buceta, quando uma batida forte soou na porta.

- O que foi? – perguntei arfante e rosnando, irritado, ao parar de me mexer.

- Perdoe-me por atrapalhar, alteza, mas eu gostaria de saber, onde eu sirvo o dejejum. – a voz da criada soou do outro lado da porta.

- Trás para cá. –

- Sim senhor. – eu voltei a minha atenção a Isabella.

- Onde estávamos? – perguntei retoricamente e ela sorriu para mim. – Oh sim... – eu tirei meu pau, quase todo, dentro dela e voltei com mais força, fazendo-a arfar de surpresa. – Desculpa. – pedi, temendo tê-la machucado.

- Faz de novo. – pediu em um murmúrio, e eu olhei em seus olhos. – Por favor. – eu tirei meu pau de novo de dentro dela, e voltei com a mesma força e intensidade de anteriormente. – Isso. – ela gemeu em um fio de voz, fechando os olhos e com um sorriso surgindo em seus lábios.

- A minha menina quer mais forte? – perguntei em seu ouvido.

- Quero! – mal ela terminou de responder e eu passei a investir meu quadril contra o dela um pouco mais forte. – Isso. – ela continuava com os olhos fechados e aquele sorriso maravilhoso em seus lábios, eu via o mais puro prazer tomando conta de toda as suas expressões corporais. Eu fiquei de joelhos na cama, apoiando as coxas de Isabella em cima das minhas, e levei as minhas mãos até a sua cintura, segurando-a firme, enquanto passava a penetra-la um pouco mais rápido e mais forte.

Ela já tentava mais conter os seus gemidos, ou então ela não conseguia, ela puxava e apertava os lençóis da cama, entre os dedos a cada encontro do meu quadril contra o dela, e eu estava completamente hipnotizado com o balançar de seus seios no mesmo ritmo dos meus quadris. Se Bella já me apertava deliciosamente bem, enquanto eu ia devagar, agora ela me apertava mais ainda, e não demorou muito e ela abafou o meu nome que escapou alto de seus lábios, com as mãos, quando ela gozou forte contra o meu pau, e pequenos tremores percorreram o seu corpo. Tirei uma das mãos de seu quadril, e tirei as suas mãos de sua boca e ela abriu os olhos para mim, e eu voltei a segurar a sua cintura com as minhas duas mãos, e investi o meu quadril contra o dela, mais algumas vezes, até me aliviar completamente dentro dela.

- Bom dia, minha princesa. – falei arfante.

- Muito bom dia! – ela estava arfante também e o com o rosto avermelhado de prazer. Pelos deuses, já tinha muito tempo em que eu almejava essa imagem a minha frente. Eu deitei sobre seu corpo e beijei seus lábios, cujo beijo foi retribuído.

Uma batida soou na porta, anunciando que o dejejum havia chegado. Pedi para que esperassem e beijei os lábios de Bella mais uma vez, antes de sair de dentro dela, ganhando um muxoxo de reclamação, e de cima da cama. Ela não fazia menção de se mexer, provavelmente ainda estava aproveitando o orgasmo que tinha recebido a poucos minutos. Peguei a minha calça do chão, a vestindo e peguei uma toalha, molhando-a um pouco na pequena bacia em cima da penteadeira de seu quarto e ela esticou a mão para que eu lhe entregasse a toalha, para que ela pudesse se limpar. Eu ignorei a sua mão, e eu mesmo a limpei dando um beijo e uma leve mordida no interior de sua coxa, fazendo-a soltar uma risada. Depois de limpa-la, peguei um robe escuro, que ela tinha dentro do baú em frente a sua cama, e ela se vestiu. Eu esperei que ela amarrasse o robe e puxasse as cobertas para cobrir as suas pernas e eu permiti a entrada das criadas com o café da manhã.

A comida foi posta em cima da mesa, próxima a janela, e foram embora. Depois de ficarmos sozinhos de novo, Bella se levantou da cama, e eu me sentei em uma das cadeiras, e quando ela se aproximou para se sentar na cadeira a minha frente, eu a puxei pela cintura, para que ela se sentasse em meu colo.

Eu planejava ficar o dia inteiro trancado no quarto, aproveitando o máximo que eu pudesse da Bella, mas obviamente que Rosalie não permitiu isso, e acabou que fomos obrigados a sair do quarto, quando ela tentou derrubar a porta, de tanto que ela batia na madeira grossa. Nós nos vestimos e seguimos para o salão de jantar, para que pudéssemos almoçar, e mal elas acabaram de comer, e a princesa puxou a minha esposa para fora do castelo, deixando-me sozinho, pelo menos eu havia ganhado um beijo antes de ela sair.

Eu não tinha muita certeza de como, mas quando estava quase anoitecendo, próximo ao horário do jantar, Bella esbarrou em mim no meio de um corredor, me puxando para o quarto vazio mais próximo. Mal a porta havia se fechado e eu já tinha a pego no colo, e ela se livrava da minha jaqueta. Me aproximei da cama, deitando-a sobre o colchão e ficando por cima dela, sem separar os nossos lábios.

...

Quando o dia seguinte raiou e eu despertei, eu nos encontrei virados na cama, ela tinha deitado de bruços, com a cabeça virada na direção da janela, e eu estava deitado de lado, com um braço passando por cima de suas costas nuas. Nós ainda estávamos no quarto vazio que tínhamos entrado no inicio da noite anterior, ao invés de irmos para o nosso quarto. O sol já começava a apontar na janela e a tocar no rosto de Bella, ela virou o rosto na minha direção, para que o sol não tocasse em seu rosto. Aproximei a minha cabeça de suas costas e a beijei, e devagar fui subindo com a minha boca, pela sua pele, beijando-a e sentindo a maravilhosa mistura de nossos cheiros que estava impregnado em sua pele.

Isabella havia despertado, mas continuava com os olhos fechados. Eu já beijava a sua nuca, vendo alguns arrepios tomando conta de sua pele, deslizei com os meus lábios pelo seu ombro, e a sua mão, que antes estava apoiada no travesseiro, ao lado de sua cabeça, foi até o meu cabelo, infiltrando seus dedos em meus fios. De seu ombro, subi com a boca pelo seu pescoço, passando depois pela sua bochecha, até alcançar os seus lábios.

- Bom dia, meu amor. – falou com a voz baixa e finalmente abrindo os seus belos olhos para mim.

- Bom dia princesa. – ela sorriu, levantando um pouco a sua cabeça para que eu pudesse beijar seus lábios em um beijo rápido. – Se você não se importar, eu vou voar até Adhara hoje para ver o meu irmão. – falei roçando o meu nariz ao dela. – E tento voltar hoje mesmo! –

- E amanhã deixamos Andrômeda? –

- Exatamente. – ela suspirou aliviada. De nós dois, ela era quem mais queria deixar Andrômeda.

- Vai logo! – ela me empurrou de leve, sem nem conseguir me afastar dela. – Quando mais rápido fores, mais rápido volta. –

Eu lhe beijei os lábios mais uma vez, antes de me levantar da cama. Eu coloquei a mesma roupa que usava na noite anterior e ela se levantou logo em seguida, colocando o seu vestido, e eu amarrei o seu vestido, para que pudéssemos deixar aquele quarto. Deixamos o quarto e seguimos para o nosso, ou melhor, o que era de Bella, e assim que ela entrou, uma criada passou pelo corredor, pedi para limparei o quarto, que tínhamos dormido, e que trouxesse o café para cá.

Após tomar o café eu tomei um banho, e por mais que eu estivesse com pressa para ir até Adhara, eu não perderia nenhuma oportunidade de tomar um banho junto a minha esposa, depois dos dois prontos, eu amarrei o seu vestido limpo e quando ela se virou de frente para mim, eu tomei seu rosto entre as minhas mãos e beijei-lhe seus lábios delicadamente, antes de aprofundar o beijo.

Bella me acompanhou ao campo, fora e atrás dos muros do castelo, onde Caraxes estava me esperando, eu a abracei forte, prensando bem o seu corpo contra o meu. Incialmente levei o meu rosto até o seu pescoço, inalando o seu cheiro, antes de beijar-lhe os lábios mais uma vez, aprofundando o beijo.

- Toma cuidado. – pediu com a boca contra a minha.

- Não precisa se preocupar com isso. – garanti.

- Sem brigas com o meu pai. – eu apenas assenti enquanto ela ajeitava a lapela da minha jaqueta.

- Não se preocupe. Eu vou me comportar, não arrumarei brigas com o seu pai, não arrumarei briga com ninguém... –

- Não olharas para nenhuma outra mulher... – disse meio sem jeito e olhando para o botão fechado da minha jaqueta.

- Outra mulher? Pelo amor dos Deus, Bella, eu estava há anos esperando para finalmente ter você, para finalmente fazer o voto de que só teria você como mulher... – ela apenas levantou a cabeça e uma das sobrancelhas. – Tá bom, eu não cumpri esse voto com a minha primeira esposa, mas eu já disse, com você eu vou fazer tudo diferente, não disse? – ela assentiu. – E eu estou fazendo! Pode não parecer, mas estou! Pela primeira vez na minha vida, eu fiz amor com alguém, eu dormi ao seu lado, te abraçando e tendo os meus pulmões cheios pelo seu cheiro, desde antes do nosso casamento. Eu te dei as joias da minha mãe, algo que eu pensei que elas iriam enferrujar antes que eu desse para alguém. Pode não parecer, mas com você eu estou fazendo tudo o que eu posso diferente! – eu apertei mais ainda os braços ao redor da sua cintura. – Você é diferente! Você é especial! – ela abaixou a cabeça e eu vi suas bochechas se tornando rubras, e eu apoiei a minha testa a dela. – Você é a mulher da minha vida! Faria qualquer coisa por você e principalmente para você! – eu beijei a sua testa. – Às vezes, até me pego pensando em mudar a minha personalidade por sua causa, porque... – ela me interrompeu, balançando a cabeça negando.

- Eu me apaixonei pelo senhor sabendo sobre a sua personalidade. Então, não tem que muda-la por minha causa. Eu te amo, e sou completamente louca pelo senhor, do jeito que és! –

- Mas eu não quero voltar para o quarto e para você todas as noites com as mãos sujas de sangue! –

- E em algum momento elas estarão sujas com o sangue de gente inocente? –

- Isso nunca, isso eu posso lhe garantir. – ela sorriu amplamente para mim.

- Então eu não vou me importar em ajuda-lo a lavar as mãos depois todas as noites! – eu abaixei um pouco a minha cabeça e rocei o meu nariz ao dela. – Eu te amo! –

- Eu te amo! – eu beijei os seus lábios. – Qualquer coisa manda o meistre me mandar um corvo, que eu volto imediatamente. –

- Não se preocupe. Eu vou ficar bem, tentado escapar das perguntas capiciosas de Rosalie, e arrumando as minhas coisas. –

- Assim que eu voltar, nós partimos! – ela apenas assentiu. – Quer alguma coisa da capital? –

- Só que voltes logo! – eu sorri para ela, quando ela ficou na ponta dos pés, beijando os meus lábios. – Tome cuidado! – apenas balancei a cabeça concordando e beijando os seus lábios mais uma vez, eu não queria solta-la, fiquei tanto tempo almejando tê-la em meus braços, e agora eu simplesmente não queria solta-la.

Eu segurava o seu rosto entre as minhas mãos e a fiz rir ao beijar todo o seu rosto, finalizando com um beijo demorado em sua testa. Me afastei dela antes de mudasse de ideia e voltasse para dentro do castelo, e me aproximei de Caraxes, montei em sua sela, o enorme dragão deu alguns passos para a frente para pegar impulso para alçar voo, e eu notei que ela tinha virado o rosto para proteger do vento forte que as asas de Caraxes faziam quando batiam, e não demorou nada até ele atingir a altura das nuvens.

Caraxes e eu chegamos em Adhara no meio da tarde, as chances de eu conseguir voltar a Dragonstone hoje eram quase nulas. Deixei o dragão para ser cuidado após a viagem, no Fosso. Apanhei um dos cavalos, que sempre ficavam ali caso algum montador de cavalo chegasse de viagem, e segui para o castelo. A primeira que havia me visto era Gianna, que estava na entrada do castelo, com o marido e os dois filhos.

- Olha quem, por algum milagre, ainda está vivo! – ela comentou sorrindo, ao me ver terminando de subir as escadarias.

- Não foi dessa vez que eu lhes presenteei com a minha morte. – respondi ironicamente e ela revirou os olhos.

- Alteza. A história é verdadeira? – Jane se aproximou, quase que saltitante, para perto de mim.

- Qual história? – perguntei confuso, sem saber ao certo o que tinham falado para a menina de onze anos.

- De que Tessarion se ligou a senhoria Hightower! – eu balancei a cabeça sorrindo.

- Jane... – eu apoiei as minhas mãos em meus joelhos, me agachando um pouco para ficar a sua altura. – Em primeiro lugar, é senhora Hightower agora, ela se casou comigo há alguns dias. – contei. – E sim, é verdade que Tessarion se ligou a ela. – me pus de pé de novo. – E muito obrigado por ter concordado com o presente de Rosalie. – agradeci a minha prima, que apenas mexeu a cabeça assentindo.

- Eu não vejo a hora de reivindicar o meu dragão. – comentou Jane aninada, atraindo a atenção de todos a ela também, o que me fez rir.

- Edward Swan rindo? – Jacob ironizou e o meu riso morreu.

- Cadê meu irmão? Eu quero ir embora de Adhara logo. –

- Sala do pequeno conselho... – ele respondeu e eu apenas assenti com a cabeça, me afastando deles.  – Com o seu sogro. – ironizou mais ainda, quando eu estava passando pela enorme porta principal do castelo.

Eu respirei fundo antes de entrar no castelo, Charlie era definitivamente a última pessoa que eu esperava encontrar aqui hoje, eu sabia que as chances de acabar perdendo a cabeça com ele eram enormes, e eu havia prometido a Bella, que não entraria em nenhum tipo de conflito ou problemas com o seu pai. Eu fui caminhando por todo o caminho até a sala do pequeno conselho, onde havia sido informado, por Jacob, que era onde ele estava. Eu tinha a mão apoiada no pomo da irmã sombria, que estava presa em volta da minha cintura, e cada olhar de reprovação que eu ganhava, de cada pessoa por quem eu passava, eu apertava mais ainda o pomo em minha mão, para que não fizesse nenhuma besteira. Eu não duvidava nada de que Charlie tenha falado para todo o castelo, isso se não tinha falado por toda Andrômeda, que eu tinha sequestrado a jovem e inocente Isabella Hightower, e do jeito que ele era, não duvidava nada de que ele tenha dito que eu a tinha estuprado também.

Ao parar em frente a porta da sala do pequeno conselho, o valete que estava a postos, se sobressaltou ao me ver, provavelmente não esperava me ver hoje, ou nunca mais. Ele abriu a porta e entrou, eu sabia que era melhor esperar a ordem do meu irmão para entrar, algo que eu, sinceramente, era raro eu fazer, mas eu sabia que a situação estava ruim no castelo depois do que aconteceu e era melhor não piorar a situação, por enquanto.

- A patrulha da cidade está fazendo falta, sou obrigado a admitir, majestade. – eu ouvia a voz do Charlie enquanto aguardava o valete voltar. – Mas há tempos que o número de crimes está beirando as estatísticas baixas, até o momento não tivemos nenhuma denuncia de assassinato ou estupro, e de roubo apenas do povo da Baixada das Pulgas. –

- Fique tranquilo, Charlie, nós vamos resolver isso logo. – o valete voltou, abrindo a porta completamente para mim, em uma resposta de que eu podia entrar.

- É lorde Hightower, fique tranquilo. – eu ironizei com a mesma sentença que Carlisle havia usado. – Os mantos dourados estarão voltando para a cidade amanhã. – ao ouvir a minha voz, eu o vi fechando a mãos, que estava apoiada em cima da mesa, em punho, provavelmente Carlisle não havia informado ao seu homem de maior confiança de que eu estava na capital. – Oi meu irmão! –

- Edward. – ele disse simplesmente. Ele não se levantou e eu apenas me aproximei dele, me sentando na cadeira ao seu lado, bem de frente a Charlie. – Como você está? –

- Estaria melhor se estivesse com a minha mulher. – respondi sinceramente, olhando para o meu irmão, mas com o canto dos olhos eu vi que se pudesse, Charlie teria voado em meu pescoço.

- Não comece a provoca-lo, Edward, por favor. – ele pediu, e eu apenas levantei as mãos em sinal de rendição. – E minha filha? –

- Está bem! Não desgruda da amiga! – avisei e ele balançou a cabeça rindo, ele sabia muito bem o quanto as duas eram bem próximas. – Assim que eu voltar a Dragonstone, ela volta a Adhara. – garanti. – E você? Como está? –

- Bem! Eu estou... – ele suspirou. – Estou bem. –

- Devo agradecer pelo ovo e pelo dragão... -

- Com licença, majestade. – Charlie se levantou. – Se o senhor me da licença, eu vou resolver outros assuntos. –

- Pode ir. – ele saiu pisando firme.

- Bom... – suspirei. – Eu avisei que seria por bem ou por mal. Não avisei? – questionei quando a porta se fechou atrás de Charlie, e meu irmão respirou fundo. – O que deseja falar comigo? – questionei voltando a minha atenção e cabeça a ele.

- Precisamos conversar sobre a sucessão. – ergui apenas uma sobrancelha. – Mas antes... Você mentiu para mim! Não tinha dito que não havia dormido com a Isabella? – balancei a cabeça rindo. – Como ela está grávida? –

- Ela não está! – respondi rindo. – Ela mentiu para o Hightower achando que assim ele não poderia lhe convencer a anular o casamento. – Carlisle balançou a cabeça rindo. – Devolvo o ovo se quiser! –

- Fica! – disse simplesmente. – Do jeito que eu te conheço, eu sei que não deve demorar muito até ela engravidar, e dessa vez de verdade. – deu de ombros e se reclinou em sua cadeira, apoiando as costas no encosto. – Agora, vamos falar sobre a sucessão... Sabe que você é meu herdeiro, desde a morte do meu filho. –

- Eu e Rosalie. – corrigi-o.

- Exatamente! Você e Rosalie. Contudo o conselho não quer uma mulher no trono. – ele se ajeitou, desconfortavelmente na cadeira. – Antes do seu casamento com a Isabella, Charlie tentou me convencer, ou melhor, me obrigar, a casar a minha filha com você, assim, de certo modo, os meus dois herdeiros subiriam ao trono. E agora? – perguntou. – O que eu faço? Você me colocou em um enorme problema, Edward. Os amigos de Charlie, toda a Oldtown, e se não toda Adhara, quer que eu te exile por ter sequestrado Isabella, mesmo eu sabendo, porque a própria me disse, que iria com você, então eu sei que não foi um sequestro. Jacob, quer que eu coloque Alec como meu sucessor, por ser um homem. O que eu faço, Edward? – perguntou de novo, e dessa vez, apoiou as mãos, cruzadas, em cima da mesa, e inclinando o seu corpo para frente.

- O rei é você! – disse o obvio. – Quem tem que decidir é você! E não quem está aqui lambendo os sacos de quem oferece os melhores favores. – respondi. – Eu só digo que eu vou para as Ilhas de Verão passar um tempo com a Isabella, e eu não tenho nenhuma previsão para voltar, na verdade, pretendo voltar apenas quando ela quiser... E se ela quiser! –

- E se eu te escolher para ser o meu herdeiro? O que pretende fazer? –

- Não sei! – respondi sinceramente. Até poucos meses atrás o que eu mais queria era o trono, até porque eu sabia de certo modo era quase impossível eu ter Isabella, que era a minha verdadeira ambição, e agora que eu a tinha, eu não precisava de mais nada, principalmente de problemas e dores de cabeça com a governança de um reino, onde mais de noventa e nove por cento das pessoas me odiavam. – Essa seria uma questão em que eu teria que tratar com a minha esposa primeiro. –

- Tratar com a sua esposa primeiro? Desde quando você pede opinião, ainda mais a uma mulher? – perguntou ironicamente e eu apenas esbocei um sorriso rápido. – Edward Swan de quatro por uma mulher! Nunca achei que veria isso na minha vida. –

- Eu dei a ela a tiara favorita da mamãe. – comentei e seus olhos se esbugalharam, quase saindo de seu rosto. – E todas as joias que eu herdei. Então, não se espante, se em algum momento você vê-la usando. -

- Agora eu estou realmente surpreso! –

- Deixa... Deixa-me voltar a Dragonstone. Converso com a minha esposa, trago de volta a sua filha, e com ela a minha resposta. – ele apenas assentiu. – Eu estou começando a acreditar que é o ar de Adhara que faz o meu mal temperamento aflorar. – comentei. – Porque eu estava completamente calmo e tranquilo na ilha. – dessa vez, que havia se inclinado sobre a mesa. – Agora quem quer fazer uma pergunta sou eu. –

- Pois faça. – ele pegou a sua taça de vinho.

- Quem era a mãe da Bella? – eu vi a sua sobrancelha arquear. – Eu sei quem ela é, de nome, mas de qual família ela vem? Ela é descendente da Cária? Eu ainda acho muito estranho o fato de Tessarion ter se ligado a Bella tão rápido, sem ela ter o mesmo sangue que nós. –

- Que eu saiba não. Até onde eu sei, Renné vinha de uma longa linhagem dos Stuart. E os Stuart costumavam se casar apenas com as famílias de Dorado. –

- Então como ela se casou com o Hightower? – ele suspirou. Ele sabia muito mais do que queria tentar transparecer. – Do que você sabe, irmão? –

- Eu... Eu falei para o Charlie, que de certa forma era ridículo e irônico o fato de ele ficar furioso com o que a filha fez, sendo que ele fez a mesma coisa! –

- Como assim? –

- Charlie tinha ido a Dorado, resolver uns assuntos para o pai, que não podia deixar Oldtown. Ele conheceu Renée, enquanto estava hospedado com os Stuart, e ele se viu completamente apaixonado por ela, só que ela não... Não correspondia do jeito que ele queria, mas como você sabe, ele não sabe ouvir um não. E no dia do casamento dela com o filho mais novo dos Dwyer, ele a sequestrou e levou para Saggita. Quando eles voltaram cerca de dois anos depois, eles estavam casados e ela estava grávida do mais velho, o Mike. –

- Eu sempre soube que aquele casamento não cheirava bem! – apontei.

- Diversas vezes eu tentei convencê-lo a se divorciar, porque ela não era feliz, e ele se recusava. Ele gostava dela, mas ela não correspondia, nunca correspondeu. Tanto que eu temo que os dois filhos de Charlie, tanto Mike quanto Isabella, tenham sido geradas de forma não consensual. – ele suspirou. – Mas eu nunca tive provas para fazer nada! E quando ele começou a passar mais tempo aqui do que em Oldtown, ela tentou fugir com as crianças para Dorado, mas os criados a entregaram a ele, e foi quando Mike e Isabella se mudaram para cá, e nunca mais viram a mãe. –

- E ele ainda fala de mim! –

- Eu não sei, meu irmão, se ele se arrepende do que fez, ou se teme que você faça com a Isabella o que ele fez com a Renée. Ou então é apenas muita hipocrisia dentro dele. – respirou fundo. – Eu tenho para mim, que quando ele ver que você gosta dela, de verdade, ele vai mudar de opinião, mas isso não vai acontecer se você deixar a filha dele longe de Adhara. –

- Ela quer ir, Carlisle! Ela quer ser livre, e se eu tenho todos os meios para deixa-la ser livre, por que eu vou trancafia-la ou corta-lhe as asas dos jeito que Charlie fez? -

- Passar um tempo, Edward, é uma coisa. Não voltar mais, é outra e... –

- E eu sei que ela não ficará a vida toda fora de Adhara. – eu o interrompi. – Ela não vai querer se afastar por tanto tempo de Rosalie, e eu sei, infelizmente, penso eu, que quando ela se acalmar em relação ao pai, ela também vai querer voltar para vê-lo. – expus. – E eu jamais vou proibi-la de vir ou de ver alguém que ela quer! Mas agora, hoje, ela quer sair de Andrômeda, e eu também preciso me afastar. –

- Tudo bem... – suspirou, ele sabia que não iria conseguir mudar a minha ideia. – Passe a noite na fortaleza, está tarde para ir embora. – eu apenas assenti.

...

No dia seguinte, eu mal esperei o sol terminar de se levantar no céu e partir para o Fosso. Eu já tinha me despedido de meu irmão na noite anterior e avisado que partiria bem cedo, assim que amanhecesse. Devolvi o cavalo ao estabulo, de onde tinha pego-o ontem, e esperei que os meistres trouxessem Caraxes para fora do fosso.

Eu cheguei a ilha no final da manhã, deixei Caraxes voando, e mal passei pelas muralhas do castelo, e um dos mantos dourados veio me avisar que a princesa estava voando com Syrax e que Bella estava na praia com Tessarion. Entreguei a minha capa, luvas e a bainha da minha esposa para o Valete que se aproximou de nós, e segui a trilha de pedra até a praia. Isabella estava com os pés dentro d’água, com a barra do seu vestido azul molhadas, e com Tessarion deitada em seus ombros. Ao me ouvir me aproximando, o dragão tirou a cabeça dos cabelos de Bella e olhou para trás, chiando ao me ver, o que fez Bella se virar também.

- Oi. – ela sorriu quando eu me aproximei. Eu passei as minhas mãos pela sua cintura e puxando o seu corpo para perto do meu, a abraçando forte e unindo os meus lábios aos dela.

- Não parece estar surpresa por eu ter chegado agora. – brinquei com a testa apoiada a dela.

- Eu vi Caraxes voando. – respondeu. – A conversa foi importante para ter demorado tanto. – eu apenas suspirei. – O que houve? É algo sério? –

- Precisamos conversar e de preferencia antes que Rosalie pouse. –

- O que houve? – perguntou preocupada.

- Carlisle veio me informar que eu sou um dos seus herdeiros. – ela balançou a cabeça negando. – O que foi? –

- Eu... Eu não acho isso justo. Me perdoa, mas Rose é a filha dele. E do jeito que é a única filha, deveria ser também a única herdeira. –

- Ele quer a Rosalie, pelo que disse, mas na verdade, o conselho está relutante em aceitar essa decisão, não querem uma mulher no trono. Não deram o trono a Gianna há sete anos, porque dariam a Rose agora? – ela bufou irritada. - E eu disse a ele que iria conversar com você quanto a isso. –

- Bom, já sabes a minha opinião. Eu não acho justo, mas não sou eu quem tem que achar alguma coisa. –

- Claro que tem! Eis minha esposa, eis amiga de Rosalie e eu quero a vossa opinião. –

- Quer mesmo a minha opinião? – perguntou cruzando os braços debaixo de seus seios, e eu apenas assenti. – Muito bem! Você herdou o trono, e igual ao rei Carlisle, nós só tivemos uma filha, você iria achar justo, tirar o trono e todo o direito que é dela, e só dela, da sua única filha, e dar para outra pessoa? –

- Não. – respondi mal ela havia terminado de falar, até porque por esse ponto de vista, eu não precisava pensar muito sobre isso. – Eu não ia. Mas, o pequeno conselho, alega que Rosalie não saberia governar um reino e... –

- Ela aprende! – ela me interrompeu. – Do mesmo jeito que o pai dela aprendeu, que o avô de vocês aprendeu. Ela aprende! Vocês aprenderam a domar feras enormes que são os dragões, por que uma mulher não iria conseguir aprender a governar um reino? – rebateu. – Ao invés de ficar ouvindo quem deveria ser o herdeiro ou não, o rei deveria estar ensinando ela. Se ela não tem o apoio de mais ninguém do conselho, que tenha o vosso! – ela passou as mãos pelo rosto, tirando os fios de cabelo, que eram jogados para frente, devido ao vento que vinha do oceano. Eu levei as minhas mãos ao seu rosto, levando os fios, que voavam, para trás de suas orelhas, e apoiando as mãos em suas bochechas. – Eu acho tão engraçado vocês falarem que nós não sabemos fazer muita coisa, sendo que nem ao menos vocês tenham tentado nos ensinar algo. – ela respirou fundo, talvez para se acalmar. – Ninguém nasce sabendo a falar, andar, montar um cavalo ou um dragão, e tampouco nasce sabendo governar um reino. Tudo nessa vida precisa ser ensinado primeiro. – ela apoiou os braços em meus ombros, se aproximando de mim. – E também. – ela agora falava com a voz mais calma. – Prometeste-me apresentar o mundo. – eu sorri para ela. – Como pretende fazer isso sentado naquele trono? – eu apoiei a minha testa a dela, sorrindo mais ainda. – Mas essa é apenas a minha opinião. Eu sei que o senhor queria aquele trono mais do que qualquer outra pessoa. E eu também sei, que falou para o meu pai que se ele fosse inteligente iria querer a filha dele como uma rainha. Se é o trono que o senhor quer... Vá em frente! Mesmo sabendo a minha opinião, eu vou te apoiar! –

- Tudo bem... – eu rocei o meu nariz ao dela. – Eu já sei o que fazer! – garanti simplesmente unindo meus lábios aos dela. Eu abaixei uma das mãos, que estavam apoiadas em suas bochechas, levando-a para a sua nuca, infiltrando em seus cabelos, ao mesmo tempo em que aprofundava o beijo, e sentindo uma mordida em meu dedo. – Aí! –

- O que houve? – perguntou preocupada quando tirei a mão dos seus cabelos e vi dois pequenos furos em meu dedo, de onde saia uma pequena gota de sangue de cada um.

- Ela me mordeu! – respondi, quando Tessarion, tirou a cabeça dos cabelos de Bella, deitando a mesma cobre o seu ombro. Bella sorriu, tirando os baços dos meus ombros, e pegando a minha mão, ela levou o dedo, que o pequeno dragão mordeu, a boca, e o chupou delicadamente. Eu segurei o seu queixo entre os meus dedos, e beijei-lhe os lábios. – Arrumou as suas coisas? –

- Sim. –

- Amanhã então nós vamos embora! –

...

No dia seguinte eu avisei a Bella que teríamos que dar uma parada em Adhara, e mesmo aceitando eu tinha visto em seus olhos, que ela não havia gostado nada da ideia, eu só não sabia se era porque não queria ver o seu pai, ou por pensar que eu tinha decidido assumir o trono de ferro, e com isso, a deixaria presa em Adhara de novo, igual o seu pai havia feito. Ao mesmo tempo em que deixamos a ilha, saiu um navio, que ia para Adhara, levando os mantos dourados, após eu ter deixado informado que, até eu regressar a capital, quem ficaria no controle era o subcomandante, isso caso Carlisle não me destituísse do comando da patrulha da cidade, e levava também o meu cavalo e os baús com as nossas coisas, os ventos estavam bons hoje, portanto era capaz de o navio chegar ainda hoje em Adhara e com isso o meu plano iria sair perfeitamente bem!

Por precaução, e segurança, o ovo de dragão viria conosco, dentro da bolsa de couro, a mesma bolsa que Rosalie havia trazido, a qual Bella pegou e pendurou no ombro antes de montarmos. Rosalie partiu para Adhara conosco, ela montada em Syrax, e eu e Bella em Caraxes, com Tessarion, mais uma vez deitada sobre os ombros de Bella, o pequeno dragão não era rápido em relação aos outros dois adultos, portanto era melhor, ela ir no colo, já que as chances de ela ir dentro do navio e destruir tudo de novo, era grande.

E como há dois dias, os dragões foram deixados no Fosso enquanto eu iria resolver o meu problema no castelo e Rosalie voltava para casa, Tessarion não queria largar Isabella, e quando a mesma fez menção de tira-la de seus ombros, ela enroscou a sua cauda no braço de Bella, e chiou para a mesma, e acabou que as duas permaneceriam juntas. Do fosso fomos para o castelo, e mal chegamos na metade da escadaria e eu vi o quanto Isabella estava desconfortável ali, com todo mundo nos encarando, e o desconforto foi pior quando viam o dragão azul deitado em seus ombros. Charlie foi o primeiro, do pequeno conselho, a nos ver ali, e fechou a cara quando viu Isabella entre Rosalie e eu, na escadaria da fortaleza, eu parei de frente a ela, para impedi-la de ver a expressão de raiva que o pai tinha.

- Rosalie... Por que não vai dar uma volta com a Bella pelo mercado enquanto eu vou conversar com o seu pai? –

- Tá bom! – ela disse sorrindo.

- Eu já volto. Prometo que não vou demorar! – garanti a Bella, e ela apenas assentiu. Eu beijei-lhe a testa e Rosalie enlaçou o braço livre, o qual não tinha a cauda de Tessarion enroscada, e se virou, fazendo Bella se virar e descer a escadaria com ela. – Vocês dois! – eu apontei para os dois guardas que subiam as escadas ao mesmo tempo que elas desciam, o que fez com que elas se virassem para ver com quem eu falava. – Acompanhe as duas até o mercado. – mandei.

- Sim alteza. – eles falaram ao mesmo tempo, e Rose voltou a puxar Bella escadaria abaixo, e os guardas passaram a acompanhar as duas a alguns passos atrás.

Ao me virar de frente para o castelo, Charlie continuava parado debaixo do batente da grande porta de entrada, com alguns pergaminhos em mãos. Eu ignorei as pessoas que olhavam, sem disfarçar, para mim, e me aproximei de onde ele estava parado, ele não estava sozinho, tinham mais alguns lordes por perto, e provavelmente ouviriam o que eu iria falar quando eu parei ao lado do meu sogro, o que era melhor ainda.

- Se você olhar para ela desse jeito de novo, eu vou arrancar os seus olhos e fazer você engolir! – ameacei. – E avisa a todos os seus amigos, que eu vou fazer o mesmo ou pior com quem ousar a olhar para ela desse jeito também! Ouviu? – ele não me respondeu, mas eu sabia que ele tinha ouvido e muito bem, e o mesmo podia ser dito dos outros lordes por perto. Não havia uma única pessoa que não havia me pintado como um demônio pelos meus atos e ações, e todos eles podiam ter certeza, que se algum deles ousassem, fizessem ou sequer pensassem em fazer, olhar ou falar alguma coisa que pudesse machucar, magoar ou deixar Isabella desconfortável, ai sim, eles veriam o demônio que eles sempre pintaram.

Deixei Charlie e segui o mesmo caminho de dias atrás, e o mesmo que eu já havia feito diversas vezes, até a sala do pequeno conselho. Quando eu adentrei a sala, e dessa vez, sem esperar ou fazer a maldita cerimonia de ser anunciado, eu encontrei todo o pequeno conselho reunido, faltando apenas por Charlie, que adentrou a sala, logo após eu ter me sentado ao lado de meu irmão.

- Perdoe-me pela demora, majestade! – pediu se sentando na cadeira a minha frente. – Temos muitos assuntos para tratar hoje, por onde o senhor deseja começar? – ele evitava me olhar a todo custo, e eu esperava realmente que era por temer que eu realmente arrancasse os seus olhos. Carlisle sentiu a tensão que pairava entre mim e a sua Mão.

- Você está a dez minutos na fortaleza e já se desentendeu com o Charlie?! – acusou na frente de todos e me encarando.

- Pergunta para ele o jeito que ele estava olhando para a filha quando ele a viu do meu lado. – respondi simplesmente e vi a cabeça do meu irmão virando na direção do amigo. – Eu já avisei e aviso de novo. Olha de novo para ela daquele jeito que eu arranco os seus olhos e faço você engolir! – alertei de novo. – E faço isso com você e qualquer outra pessoa do castelo que faça o mesmo! – meu irmão apenas suspirou.

- Cadê a minha filha? –

- Andando pelo mercado com a Bella, ela não estava nem um pouco confortável nesse lugar, se é que algum dia ela esteve! – apontei me ajeitando na cadeira e finalmente desviando a minha atenção do Hightower e olhando para o meu irmão. – Podemos resolver o que eu vim fazer aqui primeiro, quero ir. – ele assentiu.

- Tens a minha resposta? –

- Tenho! Quer que eu a dê na frente de todos? –

- Eles terão que saber. Fale. Conversou com a sua esposa? – Charlie bufou e eu o encarei feio de novo. – Aceite de uma vez que a sua filha se casou, por livre e espontânea vontade, com ele. – ralhou meu irmão, furioso, para o amigo.

- Conversei! Além de ter pensando bastante durante toda a noite e durante todo o caminho até Adhara. –

- E então? –

- Eu renuncio ao trono de ferro! – falei e um silêncio sepulcral tomou conta da sala.

- É o que? – Jacob quebrou o silêncio. – O senhor enlouqueceu? – perguntou entre os dentes, e eu apenas virei os olhos na sua direção. – O senhor é herdeiro direito, com todo o respeito, mas parece que enlouquecestes. E estais renunciando em favor a quem? –

- A única herdeira que esse reino deveria ter! A única filha que meu irmão tem, Rosalie! –

- Mal se casou e ela já conseguiu fazer a vossa cabeça a favor da amiga? – ele rosnou elevando a voz algumas oitavas.

- Olha como você fala da minha filha! – eu nem tive tempo de reagir, quando Charlie reagiu primeiro, defendendo Isabella.

- Lorde Black. – eu falei com calma, para não acabar me exaltando, e cumprisse o que havia prometido a poucos minutos. – A minha esposa não fez a minha cabeça em relação a nada! Eu pedi sim a opinião dela, e isso não diz respeito a nenhum de vocês. E se não prestou atenção a ameaça que eu acabei de fazer ao meu sogro... – Charlie desviou a atenção de Jacob e olhou furioso, pelo simples fato de eu tê-lo chamado de sogro. – Da próxima vez que ousar a falar algo desse tipo sobre a minha esposa, o senhor terá uma bela de uma conversa com a irmã sombria. E eu não vou me importar nem um pouco com o fato de seres meu primo, do mesmo jeito que eu pouco me importei, com o fato de ele ser o pai de Isabella, quando ameacei o Hightower a poucos minutos! – alertei. – Respeita a minha esposa! – falei entre os dentes antes de voltar a minha atenção para o meu irmão. – Querias a minha resposta. Já a tens. Eu renuncio ao trono de ferro e ainda apoio a ascensão de Rosalie. Ensine a ela do jeito que o nosso avô nos ensinou! –

- E por que renunciou? – ele perguntou calmamente, ele era o único que está completamente calmo, já que ele provavelmente já desconfiava qual era a minha resposta antes mesmo de eu ter chegado, e já que os outros lordes sequer ousaram abrir a boca.

- Eu não iria gostar, e tampouco aceitar se fizessem isso com a minha filha! Se ela é minha filha, ela deveria ser a única herdeira do trono, sendo uma mulher ou um homem! – expliquei e me pus de pé. – Bom. Eu já fiz o que vim fazer aqui. Eu tenho que ir. Ainda tenho um longo caminho pela frente para onde eu vou. Quando eu chegar, eu mando um corvo! –

- Mantenha contato! Não é só porque vai deixar Andrômeda, que não deve manter contato! – eu apenas assenti.

- Com licença. –

- Com licença, majestade. – eu ouvi uma cadeira arrastando no chão e a voz de Charlie, mal eu havia cruzado a porta deixando a sala do pequeno conselho. – Eu posso saber, para onde planeja levar a minha filha? – Charlie me parou, me segurando pelo braço, e me virando de frente para ele.

- Sua filha? – questionei com a sobrancelha arqueada e puxei o meu braço. – Se eu me lembro bem, você disse que se ela escolhesse ficar comigo, era para ela esquecer que tem um pai! – lembrei-o debochadamente, e ele me olhou furiosamente, o que me fez sorrir. Ele também sentia falta da filha, mas como Carlisle disse, Charlie não dava o braço a torcer. – Eu vou para as Ilhas de Verão com ela. Quando ela quiser voltar a Andrômeda, nós voltamos! – respondi. – Com licença, porque o caminho é longo! – eu me virei de costas para ele e comecei a descer as escadas. – E não se preocupe, eu vou cuidar muito bem dela! – respondi por sobre o ombro.

- É bom mesmo! – eu ouvi a voz dele e me virei para encara-lo. – Se eu descobrir que você machucou a minha filha, eu mato você com as minhas próprias mãos. –

- Não se preocupe. Eu jamais farei com Isabella o que você fez com a sua esposa! – falei e eu vi que ele travou no lugar, talvez assustado com o que eu havia dito. – E não se preocupe, ela jamais vai saber, por mim, o que você teve a coragem de fazer com a mãe dela, com a mulher que você falava que amava! – eu voltei a descer os degraus, e ao descer mais dois, me virei para ele de novo, e ele continuava estático no lugar. – E da próxima vez que a ver, tenta ser um pouco mais afetuoso com ela, ela sente a sua falta! –

Eu não esperei por uma resposta dele e apenas terminei de descer as escadas. Eu não falei com mais ninguém no castelo, não havia mais ninguém com quem eu queria falar algo. Ao sair da fortaleza, eu vi que o sol iria começar a se por, e um vento, até que forte, vinha da baia da água negra, portanto não foi nenhuma novidade ver que o navio que estava conosco em Dragonstone, já havia chegado a Adhara, melhor ainda, o meu plano daria certo e eu seria obrigado a passar a noite na capital. Desci a escadaria, e montei em meu cavalo, que havia vindo comigo do fosso dos dragões, e cavalguei rápido para a direção do mercado, que eu sabia que Rosalie ia. Não foi difícil encontrar os dois guardas parados na porta de uma loja de tecido, mal eu desmontei do cavalo e elas foram avisadas que eu estava ali, e Bella foi a primeira a sair da mesma.

- Oi. Resolveu? – perguntou, ela ainda estava infeliz, talvez pelo desconforto que havia sentido o dia inteiro ou por pensar que eu havia aceitado a proposta de Carlisle. Eu apenas assenti, levando uma mecha de seu cabelo, que se soltava de seu cabelo preso, para trás de sua orelha. – E então? –

- Vai se despedir da sua amiga, temos um longo caminho pela frente. – falei e vi seus olhos piscarem algumas vezes, confusos.

- Renunciastes? – balancei a cabeça concordando. – Por quê? – perguntou em um fio de voz. – Era o que sempre quis! –

- Eu já tenho o que eu sempre quis de verdade! Você! Não preciso disso. – respondi mexendo com a cabeça na direção da fortaleza vermelha. – E também te prometi levar para conhecer o mundo, não foi? – animada, ela pulou no meu colo, me abraçando, que foi prontamente retribuído e bem forte, e unindo seus lábios aos meus.

- Eu te amo! –

- Eu te amo! – eu abracei forte, contra o meu corpo, e levantando-a um pouco do chão. – Vai lá se despedir de Rosalie que temos que ir. – falei colocando-a o chão e ela entrou de volta a loja.

Demorou alguns, bons dias, até que Bella saísse da loja, e dessa vez com Rosalie, que tinha um embrulho em mãos, elas se abraçaram forte e Bella beijou a bochecha da amiga. Depois das duas terem se despedido, eu me despedi de Rosalie, e enquanto os guardas a acompanhavam de volta ao castelo, eu coloquei Isabella no lombo do cavalo e montei a frente, e guiei o mesmo até o porto.

- O que estamos fazendo aqui? – ela perguntou quando desmontamos do cavalo e ela viu o navio que havia vindo de Dragonstone, ainda ali, intacto, apenas sem os mantos dourados, que provavelmente já estavam voltando para a cidade.

- Bom. A viagem até as ilhas é bem longa, quase que impossível ir sobre o dorso de um dragão. São quase dois meses de viagem até lá, se os ventos ajudarem! – expliquei e ela olhou para o céu.

- E Caraxes? –

- No fosso. – expliquei e ela me encarou. – Você vai zarpar agora, e eu vou até o fosso solta-lo e me encontro com você bem rápido. –

- Ele vai sozinho? –

- Vai. Ele conhece o caminho, só preciso coloca-lo na rota e ele vai praticamente acompanhando o navio! – ela apenas assentiu. – Tudo bem? Vai ficar tranquila indo por alguns minutos sozinha até eu encontrar você? –

- Vou. Não se preocupe! – garantiu.

Eu levei as mãos ao seu rosto de novo e beijei-lhe a testa. Eu esperei que Bella embarcasse no navio, e avisei ao capitão que ele podia ir, que eu logo me juntaria a eles. Esperei mais um pouco até o navio partisse, e montei no cavalo de novo, para cruzar a cidade pela última vez até o fosso.

O cavalo havia voltado para o estabulo, e como eu já havia deixado avisado os meistres que, hoje mesmo, eu deveria ir embora de novo com Caraxes, ele já estava a postos, esperando por mim. Ele havia sido alimentado, portanto quando ele sentisse fome, como ele estaria solto, ele poderia ir até o continente ou ilha perto para se alimentar de novo. Quando eu alcei o céu com ele mais uma vez, a noite já tinha caído, foi até que um pouco fácil encontrar o barco que estava indo para as Ilhas, já que era a única coisa em movimento, que estava bem iluminada.

Eu aproximei o máximo que eu conseguia, sem que ele batesse e acabasse virando o barco, e quando me encontrava em uma altura boa o suficiente, que não me causaria dano, e saltei do dragão para o convés, aterrissando bem perto de onde Bella passava, fazendo-a se assustar, ao mesmo tempo em que os marinheiros avistaram o dragão, que havia encostado com a cauda em uma das velas, fazendo o barco se mexer para o lado, desnecessariamente, fazendo que todos a bordo perdessem o equilíbrio.

- Precisa disso? – Bella perguntou depois que o barco se endireitou e eu balancei a cabeça rindo.

- Tenho que fazer uma entrada triunfal, não? – ela revirou os olhos e se virou de costas para mim, indo na direção da porta, que levava para baixo do convés e eu tratei de ir atrás dela, puxando-a pela cintura, fazendo a rir quando a coloquei em meu ombro, e caminhei para a qual seria a nossa cabine.

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