Pov. Bella.
Toronto – Canadá.
Edward ficou encarando a bonitona loira com raiva e a bonitona loira ficou encarando o Edward com os olhos sorrindo e eu? Parada no meio dos dois, sentindo meu estomago se revidar ao inspirar o cheiro do perfume de bonitona loira. Ela balançou o cabelo e eu tive que praticamente prender a respiração para não vomitar.
— Não vai me dar as boas vindas? – ela perguntou sorrindo e balançando o cabelo de novo e com a voz melosa demais.
— Não, você não é bem vinda aqui. – respondeu firme.
— Eu só queria conversar com você civilizadamente. – disse seria. – Podemos ir para a sua sala conversar? –
— Não. Fale o que quer logo. – suspirou ela.
— Não sei se Aro lhe contou, mas iremos trabalhar juntos. –
— É o que? – Edward quase gritou.
— A verdade é que a minha sala será essa... – apontou para a sala ao lado da dele. – Iremos nos ver muito, quem sabe relembremos o passado. –
— Por que você aceitou esse emprego? –
— Porque a proposta que Aro me fez foi irrecusável. – deu de ombros. – Mas, enquanto eu não encontro uma secretaria para mim, Aro pediu para que eu usasse a sua. – Espera? Eu?
— Ela não é secretaria. Ela está estagiando comigo como advogada. Arrume a sua. –
— Ah, mas enquanto eu não encontro uma, ela pode fazer uns favorezinhos para mim. –
— Não. Ela não pode. E ela não vai. Agora sai da minha frente. –
— Bom, eu já falei o que eu queria. Até segunda querido. – ela lhe mandou um beijo e saiu balançando desnecessariamente o seu cabelo.
— Isabella, você pode ficar de olho na Valentina enquanto eu vou falar com o Aro? – perguntou ele quase rosnando e eu engoli a bili.
— Só se você não se importar se eu vomitar no seu banheiro. –
— Fique a vontade. – ele saiu marchando para a sala do presidente e eu corri para a sala dele, indo direto para o banheiro.
Eu cheguei a tempo na privada antes de sujar todo o banheiro dele e ter que limpar depois. Qual é o problema dessas mulheres que ficam usando perfumes fudidamente doce? Qual é isso acaba comigo. Está bem que elas não sabem, mas mesmo assim. Depois de, graças a bonitona loira, eu ter colocado para fora tudo o que eu havia almoçado, eu dei descarga e lavei a boca, tirando o gosto horrível de vomito da boca e caminhei para a sala de Edward.
Ele tinha um dos maiores escritórios daqui, até porque era um dos acionistas do escritório e era um dos melhores advogados, um dos grandes motivos para eu ter escolhido ele para ser meu mentor. Aliás, era ele ou Aro, o acionista majoritário, ele também é muito bom, mas o jeito que ele ficou me encarando me fez quase desistir do estagio aqui e escolher em outro lugar.
Com exceção dos moveis, que eram todos de mogno escuro, a sala era clara. Na mesma parede onde fica a porta para o banheiro uma enorme estante cheia de livros e em frente a ela uma mesa grande com um poltrona de couro e duas cadeiras do outro lado da mesa. Encostado a parede que dava para a porta que saia de sua, tinha um sofá branco, onde Valentina dormia tranquilamente e duas poltronas ao lado dele.
Com cuidado eu me sentei na ponta do sofá, próxima aos pés de Valentina, ela provavelmente havia se mexido e estava com uma boa parte dos cabelos arruivados no rosto, delicadamente eu tirei os cabelos dela dali e aproveitei e coloquei a mão sobre a sua testa. Ela ainda estava um pouquinho quente, mas nada muito preocupante. Era incrível a semelhança entre os dois, ela era literalmente a cara do pai.
Alguns minutos depois Edward entrou na sala furioso batendo a porta, porém, lembrou-se de que Valentina dormia no sofá e segurou a porta no ultimo segundo antes dela bater com toda a força, e a fechou com cuidado. Deixei o sofá, onde ela ressonava tranquila e caminhei ate ele, tomando todo o cuidado para não olhar no rosto dele.
— O que houve? Quem é aquela mulher? – perguntei baixo olhando para os meus pés.
— É a Tanya. Ela é a mãe da Valentina. – disse ele furioso.
— Você disse que ela tinha ido embora. – me lembrei do que ele havia me dito e levantei a cabeça lhe encarando.
— E foi. Só que Aro a chamou para trabalhar aqui. –
— Por quê? –
— Ele quer me enlouquecer. – ele passou as mãos pelo cabelo, bagunçando-os mais ainda, um mar arruivado e revolto. Balancei a cabeça olhando para de novo para o chão. – Por que você não olha para mim? –
— Nada de mais. – coloquei as mechas do meu cabelo atrás da orelha olhando para o chão. – Melhor eu voltar lá para fora e trabalhar. –
— Bella. – ele me chamou e ergui a cabeça, quase dando um pulo para trás. Sem que eu percebesse, ele estava bem perto de mim, seu corpo estava quase grudado ao meu, e de tão perto que seu rosto estava, a ponta do meu nariz acabou roçando na ponta do dele e eu engoli em seco. – Por que você não abre esses olhos de uma vez? – perguntou baixo segurando meu queixo e passando o polegar pelo meu lábio inferior. Por favor, Deus, não permita que ele foda mais ainda a minha imaginação já fudida.
Eu não conseguia respirar pelo nariz, tinha que buscar o ar pela boca, portanto meus lábios estavam entreabertos e ele meio que acariciava meu lábio com o polegar enquanto mantinha os olhos bem fixos aos meus, eu também tinha os olhos presos aos dele, mas eu não conseguia desviar os olhos, daquele mar esmeralda. Ele aproximou a cabeça mais perto da minha, roçando a ponta de seu nariz no meu de novo, e me fazendo engolir em seco mais uma vez.
Eu não sabia o motivo de não conseguir afasta-lo, era como se meu cérebro não conseguisse mandar as ordens para os meus pés, para me afastar dele, e para as minhas mãos para empurra-lo, era como se uma parte de meu ser quisesse aquilo, mas era errado, muito errado, ele era meu chefe. Mas meu cérebro não estava nem ai, aliás, ele ate parou de deu uma “desligada” e ao perceber seu rosto bem próximo ao meu, meus olhos, se fecharam, sem autorização, como se esperasse pelo ato que demorava a vir. Eu podia sentir o cheiro do halito de Edward, parecia com menta com um leve toque de café, os lábios dele estavam quase roçando nos meus, e todo o meu corpo estava dividido, metade queria que meu cérebro acordasse e o afastasse, porque se alguém soubesse disso eu estaria perdida, e a segunda metade desejava que ele me beijasse de uma vez.
Nossos lábios estavam quase unidos quando uma tosse baixa fez com que meu cérebro acordasse e desse um pulo para trás, com o rosto completamente vermelho e sem conseguir olhar para o Edward. Eu queria ser um avestruz e ter um buraco próximo aos meus pés para enfiar minha cabeça ali e não tirar mais, porém não tinha nenhum buraco, então eu tinha que sair dali logo.
— Com licença. – pedi e tentei sair da sala sem sair correndo, mas foi quase impossível.
Eu nem parei na minha mesa e sai correndo para o banheiro, meu rosto queimava o que significava que eu estava mais vermelha do que um camarão. Entrei no banheiro prendendo o meu cabelo em um coque dos muito mal feitos, e ergui as mangas da minha camisa abrindo a torneira e sentindo a água fria sair dela, com as mãos em concha, eu coloquei-as debaixo da água, as enchendo e praticamente joguei em meu rosto, molhando também a minha nuca e me olhei no espelho com o rosto todo molhado.
— Qual é o seu problema? – perguntei para o meu reflexo no espelho. – Ele é o seu chefe. O que deu em você para não recuar? O que você tem na cabeça? Já não bastava aquele sonho você ainda faz isso? – eu gritava comigo mesmo como se aquilo fosse adiantar alguma coisa. O meu reflexo no espelho me encarava de volta e eu podia ver pelos olhos “dela”, que bem no fundo do seu âmago ela queria aquele beijo. E como ela era eu, bem no fundo talvez eu quisesse aquele beijo. Mas se eu o queria tanto porque ele me parecia tão errado?
Sequei meu rosto, nuca e mãos e após me ajeitar deixei o banheiro e caminhei de volta para o meu posto. Sentei-me na cadeira, eu não tinha muito trabalho para fazer, eu já havia deixado tudo adiantado e ele não teria mais nenhum cliente agora à tarde, a menos que alguém chegasse aqui querendo uma hora sem marcar. Edward não saiu mais de sua sala pelo resto do dia e eu agradeci por isso, não sei como o encararia depois daquilo.
Eu só voltei a ver Edward ou Valentina na minha hora de ir embora, eu me despedi de Valentina e de Edward sem ter coragem de encara-lo, peguei minhas coisas e sai o mais rápido possível daquele escritório e segui para a estação para poder ir para a faculdade. Hoje seria aquela bendita prova importante e eu fiz o possível para prestar atenção nas questões e fazer a prova, mas o quase beijo que Edward me deu não me permitia prestar atenção.
Minha cabeça estava uma bagunça, tudo acontecendo uma vez só. Eu grávida, minha mãe grávida, a mãe de Valentina volta e agora Edward tenta me beijar. Por que ela apareceu agora? Por que ele tentou me beijar justo agora? Isso não saia da minha cabeça e eu não conseguia me concentrar de jeito nenhum na prova. Eu a fiz de qualquer maneira e a entreguei ao professor, quarenta minutos depois do inicio da prova, e ele me olhou confuso, eu sempre fora a ultima a entregar as provas, mas mesmo assim ele aceitou e me deixou sair sem falar nada. Essas semanas eu estava tão aérea, que eu não nem me espantaria se fosse reprovada.
Eu precisava respirar, portanto eu nem me importei muito em ir andando até a estação, mesmo com o vento frio, eu sabia que eu podia acabar ficando gripada, mas pelo menos ele ajudava a limpar a minha mente. Devido à hora, o trem estava lotado, então por questões de segurança, e como eu desceria na ultima estação, eu fiquei bem rente à parede do trem, longe do empurra e empurra e das cotoveladas.
Quase uma hora depois eu desci na estação de Milton e continuei o meu trajeto para casa a pé, infelizmente no meio do caminho eu tive que apressar o passo devido à chuva que começara a cair. Eu cheguei à casa muito mais cedo do que o normal e obviamente assustei minha mãe e Phil. Para dizer a verdade quem se assustou fora eu, já que os dois estavam quase transando no sofá da sala, qual é... Eles não podiam fazer isso apenas na cama deles? Eu sento e deito nesse sofá.
— Filha, o que está fazendo em casa tão cedo? – perguntou ajeitando a sua roupa.
— Hoje era dia de prova, faz a prova e vem embora. – expliquei.
— O que houve? –
— Nada. – respondi simplesmente. – Com licença. – e tratei de subir para o meu quarto. Eu estava um pouco molhada, mas mesmo assim eu precisava da minha cama, pouco me importando para o resto. Tirei meus saltos com meus próprios pés, os jogando para longe e subindo na cama, de bruços e afundando o meu rosto no travesseiro.
— Filha. – eu nem ouvi a minha mãe entrando no quarto, só senti ela se sentando ao meu lado e mexendo em meu cabelo. – O que houve? –
— Nada. – fungei e foi quando eu percebi que tinha algumas lagrimas escorrendo de meus olhos.
— Aconteceu alguma coisa com o bebê? – perguntou já meio preocupada.
— Não. – garanti. – Ele está bem. –
— Então o que houve? – perguntou me virando de frente para ela.
— Eu não sei. Realmente não sei explicar o que houve. –
— Começa do inicio. – suspirei me sentando na cama e pegando um dos travesseiros e colocando no colo.
— Depois daquela coisa que aconteceu de madrugada... –
— O sonho? –
— É. Depois disso eu não conseguia olhar para o Edward, até ai tudo bem, mas acontece que algum tempo depois do almoço, onde ele praticamente me obrigou a ir almoçar com ele e com a filha, já que a filha também estava no escritório hoje, apareceu lá uma mulher, sabe, bem bonita. Muito bonita mesmo. Loira, olhos azuis, com corpo de dar inveja em qualquer uma. E ela queria falar com o Edward e quando ele a viu, ele meio que deu uma pequena surtada. – passei as mãos pelo meu rosto. – Descobri um pouco depois que essa mulher, boazuda, tipo uma modelo da Victoria’s Secrets, é ninguém mais ninguém menos que a mãe de Valentina. – ela se sentou na cama, de frente para mim, com as pernas em cima da cama, como se de repente a fofoca fosse boa demais. – E para piorar a situação, ela vai começar a trabalhar lá no escritório, na sala ao lado do Edward e ela quer que eu seja a secretaria dela até ela arrumar a própria. –
— Não. – minha mãe disse arregalando os olhos. – E Edward? –
— Não me parecia nem um pouco feliz, e quando soube que fora Aro quem a convidou, ficou muito puto e disse que eu não era secretaria e que eu não iria trabalhar para ela e nem ajuda-la. – expliquei. – Ela estava completamente doce para cima dele e ele parecia que queria esgana-la até a morte. - suspirei. – Ele pediu para que eu olhasse a Valentina que estava dormindo no sofá da sala dele, e quando ele voltou, ele meio que... –
— Meio que? –
— Meio que perguntou por que eu não abria os olhos de uma vez e quase me beijou. – contei vendo os olhos dela se arregalaram e abrindo um enorme sorrindo enquanto eu enfiava o travesseiro de meu colo no meu rosto.
— Espera... Você disse quase? – balancei a cabeça assentindo. – E por que não beijou? – perguntou chateada.
— Porque a Valentina acordou tossindo e eu tratei de sair correndo da sala. – respondi tirando o travesseiro de meu rosto. Minha mãe apanhou o travesseiro da minha mão e me bateu com ele. – Ai, mãe, qual é o seu problema? –
— Eu que te pergunto isso, criatura. Por que você não o beijou? –
— Ele é meu chefe. – falei o obvio.
— E daí? Que ele é seu chefe? Ele quer te beijar, então você o beija. –
— Não sei se a senhora sabe, mas há regras no escritório. –
— E daí? – perguntou de novo. – Também tinha regras de professores não se envolverem com mães de alunos, mas mesmo assim eu e o Phil transávamos desde que você entrou no ensino médio. – ela disse calmamente e eu a encarei.
— Como é que é? –
— Ah Isabella, por Deus, praticamente desde a sua primeira reunião de pais no ensino médio que Phil e eu estamos tendo um caso. – arregalei os olhos para ela. – Mas isso não importa. O que importa é você é muito lerda e não percebe as coisas. – bufei. – Ele está louco por você e... –
— Quem na face da terra, tendo uma ex daquelas iria querer algo com uma garota, qualquer, simples, sem graça e grávida? –
— Ele. – bufei de novo.
— Ele sabe que você é uma garota simples, ele sabe que você está grávida e ele não está nem ai para isso. Você mesmo disse que ele está praticamente assumindo o seu filho. E você também está afim dele. –
— Não, não estou. – quase gritei.
— Se não estivesse não estaria ligando para o fato da ex dele ter voltado. – ela praticamente jogou na minha cara.
— Eu não ligo. –
— Então o que você está fazendo em casa quando você deveria estar na faculdade fazendo a prova? – abri a boca para responder. – E nem vem com essa de que fez a prova rápido, você é sempre a ultima a entregar as provas, sempre foi assim. – ela se aproximou mais de mim. – Você só não enxerga o que todo mundo já viu. Ele está afim de você e você dele. Eu sei que depois do que Mike fez você está com medo de se envolver de novo, mas nem todo mundo é igual ao Mike. Nem todo mundo é igual ao seu pai. –
— Mãe... –
— Eu sei que você no gosta de falar isso, mas é a verdade. Você fica assim por medo de ser rejeitada. Mas nem todo mundo é um babaca igual a esses dois. Edward não é. Eu sei que nem o conheço direito, mas sei que ele fosse assim, ele não iria fazer o que faz. Ele não iria com você na consulta, não diria que o filho é dele. Ou você acha que ele está fazendo isso só para você dormir com ele? Por favor, Isabella. – ela suspirou. – Se você não sente nada por ele, não sente mesmo, de verdade, é melhor você acabar com isso de uma vez. – ela se levantou da cama e saiu do quarto. Obrigada mãe, essa conversa só serviu para me deixar mais confusa ainda.
Mamãe saiu do quarto e eu fiquei um bom tempo na cama ainda, por fim, eu desistir de pensar, até porque não tinha muita coisa para pensar, ela está vendo coisas onde não tinha. Levantei da cama e peguei um pijama dentro da gaveta e fui para o banheiro tomar um banho e depois de banho tomado e com um pijama quente e confortável, desci para comer alguma coisa e logo voltei para o quarto para dormir.
O resto da semana havia terminado bem tranquilo. A loira bonitona não havia aparecido de novo, eu não havia tocado assunto do quase beijo e nem Edward e eu tentava o máximo que conseguia não encarar Edward, era o melhor a se fazer tratando da minha sanidade. Eu havia ficado o final de semana inteiro sozinha em casa, que passou muito rápido e logo já era segunda feira e mais uma vez a mesma rotina... Acordar, trabalhar, faculdade e casa...
Acordei e após tomar café, tomei um banho e me vesti, a chuva havia dado uma trégua, mas estava bem frio hoje, nem parecia que estávamos praticamente na metade do outono. Vesti uma blusa de mangas compridas pretas, junto com uma saia, que batia um pouco acima dos meus joelhos e uma meia calça grossa e preta, calcei meus saltos também pretos e depois de pronta, apanhei as minhas coisas e segui para a estação de trem, parando no Caffé Sully, comprando o meu café e o de Edward e seguindo para o escritório.
Hoje seria o primeiro dia de trabalho de Tanya e eu espero que ela tenha arrumado uma secretaria, porque eu não estava nem um pouco a fim de trabalhar para ela. Sentei-me na minha cadeira, ligando o computador, apoiando o café de Edward em cima da mesa e pegando a agenda de Edward, apoiando-a na mesa e a abrindo no dia de hoje para ver os compromissos que Edward tinha hoje.
— Hey. – levantei a cabeça e dei de cara com Tanya entrando no escritório, com uma blusa vermelha de mangas compridas com um decote absurdamente profundo, para um ambiente de trabalho, uma saia de couro, bem justa, preta com um brilho meio metálico, que ia até embaixo de seus joelhos e saltos enormes e altos. – Algum telefone para mim? – perguntou parando em frente a minha mesa, com o casaco em mãos.
— Que seja. – ela jogou o casaco, a bolsa, tipo carteira de mãos, após tirar o celular, e os óculos escuros em cima da minha mesa. – Estou na minha sala, se alguém procurar por mim você os leva lá, tudo bem? – disse pegando o café de Edward e saiu andando e eu a encarei confusa, caminhando para a sala ela, ao lado da de Edward, balançando desnecessária mente a bunda, daqui a pouco ela quebraria a coluna de tanto que requebrava.
— Bom dia. – Edward disse entrando no escritório digitando alguma coisa no celular. – Bella? O que é isso? – perguntou vendo o casaco, a bolsa e os óculos escuros jogados de qualquer jeito em cima da minha mesa. – E o meu café? -
— As coisas da mãe da sua filha. – sibilei para ele. – E o seu café está com ela, já que ela pegou após jogar tudo aqui. E pediu que quando alguém chegasse para ela, eu os levasse lá. – ele respirou fundo.
— Segura para mim, por favor. – ele me entregou a sua pasta e o seu celular. Edward pegou de qualquer jeito tudo o que estava ali e saiu marchando para a sala ao lado da sua e entrando na mesma.
Eu queria me levantar e tentar ouvir alguma coisa, mas as persianas da sala de Tanya estavam abertas e então eu não poderia me levantar e até lá, por mais que eu quisesse. Alguns minutos depois Edward voltou irritado de lá e eu entreguei as coisas de volta para ele, e ele apenas apontou para a sua sala, e eu apanhei a sua agenda e caminhei para lá.
— Presta bastante atenção no que eu vou falar. – disse apontando par Amim, enquanto ele se sentava a sua cadeira. – Você não trabalha para Tanya. – disse frisando bem o não. – Se ela jogar as coisas na sua mesa de novo, você joga fora. – o encarei com a sobrancelha arqueada.
— Edward... –
— Você devolve para ela e se ela não pegar você joga fora, joga longe, mas tira da sua mesa, você não trabalha para ela. Segundo, você não vai levar ninguém na sala dela e não vai atender nenhum telefonema dela. Ela que arrume a própria secretaria ou ela que atenda aos telefonemas. Eu já falei com o Aro que você não vai fazer nada para ela, então se ele ainda não contou a ela não é problema meu. Entendeu? – assenti. Ele fechou os olhos respirando fundo. – Ótimo. O que eu tenho para fazer hoje? –
— Nada, só o senhor Stewart que marcou uma hora com você, parece que ele quer ver o contrato pré-nupcial que você fez para ele. –
— Merda. – ele xingou. – Eu tinha me esquecido disso. Que horas ele vem? – olhei a agenda.
— Às onze e meia. – respondi e dei outra olhada na agenda. – E ficou de ligar para o Juiz Jackson sobre o caso do senhor Bingum. – assentiu. – Ah, antes que eu me esqueça. – ele me encarou. – Minha mãe marcou para hoje a consulta com a Leah, ela quer vir me buscar meio dia, para nós almoçarmos juntas e a consulta vai ser uma hora mas se você for precisar de mim, eu desmarco com ela. –
— Não, está tudo bem, você pode ir. – assenti fechando a agenda e me preparando para voltar para a minha mesa. – Vem cá. Quando você tem que ir lá de novo? –
— Só mês que vem. Pelo que Sue me disse é uma vez por mês, até a trigésima quarta semana. – dei de ombros sorrindo e inconscientemente minha mão foi para o meu ventre.
— E os enjoos? – perguntou sorrindo.
— Estou quase me mudando no banheiro de tanto que eu estou vomitando. Ainda bem que lá em casa são dois banheiros, senão eu e a minha mãe teríamos que nos intercalar para vomitar. – ele sorriu. – Quando eu voltar lá vai ser por volta da décima primeira semana, e ela disse que ai já vai fazer um ultrassom morfológico do primeiro trimestre, para ver os sinais vitais e se tem algum problema genético. – dei de ombro.
— Quando marcar o dia e o horário me avisa? –
— Claro. E a Tina, está melhor? –
— Sim, está. –
— Que bom, vou voltar para o meu posto. – brinquei saindo da sala dele e voltando para a mesa.
O dia foi bem tranquilo, Tanya não voltou a sair da sala, um cliente veio vê-la e sem saber a quem procurar, ela veio até a minha mesa, só que Edward estava ao meu lado, anotando algo em sua agenda, e ele simplesmente apontou para a mesa e deixou bem claro que eu não era a secretaria de Tanya e ele saiu andando até lá.
Às onze e meia em ponto, o senhor Stewart chegou e eu o levei até a mesa de Edward e eu esperava que ele tivesse conseguido fazer o contrato.
— Oi bebê. – minha mãe disse parando a minha frente sorrindo as meio dia e quinze.
— Mãe... Por favor, nada de bebê aqui. –
— Desculpa. – ela riu. – Pronta? –
— Só tenho que avisar ao Edward, se puder esperar um pouquinho. Ele está com cliente. –
— Claro. –
— Então eu a trago aqui durante a semana. – ouvi a voz do senhor Stewart, foi só eu falar que Edward abriu a porta.
— Tudo bem, eu farei as mudanças que o senhor precisa e lhe mando uma copia até amanhã. – o senhor Stewart assentiu, se despediu e se foi. – Oi Renné. – ele disse ao ver a minha mãe.
— Olá Edward. – minha mãe sorriu mais uma vez de orelha a orelha para ele e eu revirei os olhos. – Está ocupado? Preciso dar uma palavrinha com você. –
— Não, pode vir. –
— Mãe. – a encarei. – Nós temos que ir. – e eu não quero que você fale com ele, emendei mentalmente, principalmente, porque ela ainda insistia no fato de que Edward estava a fim de mim.
— São apenas cinco minutos. Rapidinho. – ela me ignorou e entrou na sala de Edward, eu ainda vou matar a minha mãe.
Eu fiquei do lado de fora e encostei bem a minha cadeira na parede que dividia a minha área da sala de Edward, tentando ouvir alguma coisa, mas nada. Inferno. Em cinco minutos certinhos eles saíram da sala, ambos rindo, eu apostava tudo o que eu tinha no banco que eles estavam falando de mim. Eu não acreditava que minha mãe foi falar com o meu chefe sobre mim, e do jeito que ela é, ela com certeza foi falar do fato dele estar a fim de mim, e que na mente dela, eu estou afim dele.
— Mas você vai não é? – perguntou ela a ele saindo da sala.
— Com certeza. – vai aonde? – Não perderia por nada. –
— O que? – perguntei.
— Nada querida. – minha mãe disse me encarando. – Vamos? – me levantei pegando a minha bolsa.
— Vamos. – me virei para Edward. – Eu volto daqui a pouco. –
— Tudo bem. – minha mãe segurou a minha mão e saiu me puxando para o elevador. Quando as portas do mesmo se fecharam eu me virei para ela.
— O que a senhora disse para ele? –
— Nada de mais minha filha. – o encarei. – Eu não falei nada de mais meu amor. – bufei encostando-me a parede do elevador.
Quando o elevador parou no térreo nós descemos e seguimos para um taxi, seguindo para o consultório de Leah. Ainda faltava quase uma hora para a consulta dela, então caminhamos para o restaurante no final da rua para almoçar. Minha mãe não disse mais nada sobre a conversa com Edward, e se ela não vai me dizer, não será ele quem vai me contar. Eu conheço muito bem ele.
— Então como foi o trabalho? – minha mãe perguntou enquanto caminhávamos para o consultório após o almoço.
— Tirando os primeiros cinco minutos do dia, foi bom, tranquilo. –
— O que houve? –
— Tanya. – respondi simplesmente.
— Quem? –
— A ex do Edward. – expliquei quando entramos no elevador e eu apertei o botão do andar de Sue. – Quando ela chegou, ela jogando as coisas em cima da minha mesa, pegando o café de Edward, querendo saber se alguém tinha ligado para ela, e que se alguém a procurasse era para eu levar a pessoa até a sala dela. –
— Que abusada. – resmungou.
— Quando Edward chegou pegou as coisas dela e levou para a sala dela, e quando voltou disse que não é para eu atender aos telefonemas dela, se alguém for procurar por ela, não é para eu fazer nada e se colocar as coisas na minha mesa de novo, é para eu pedir para tirar e se ela não tirar é para jogar fora ou longe. – expliquei entrando no consultório. – Mãe. – falei ao ver o consultório cheio. – Lembre-se, caso Sue pergunte, o pai do meu bebê é o... –
— Edward. – respondeu baixo e eu assenti, ela caminhou até a recepcionista e eu me sentei na poltrona vaga.
Minha mãe falou com a recepcionista e logo voltou a sentar do meu lado. Nós não precisamos esperar muito, logo Sue acabou com a consulta e chamou a minha mãe. Demorou cerca de dez minutos para elas colocarem as fofocas em dia e finalmente voltaram a atenção para o que nós estávamos fazendo ali.
— Bella, como vocês dois estão? –
— Muito bem Sue, embora os enjoos estejam me deixando louca, eu estou bem. Mas não viemos aqui por minha causa. –
— Então? – apontei para a minha mãe.
— Para dizer a verdade eu vim com a intenção de fazer um exame para confirmar a gravidez, mas eu não aguentei esperar e fiz o exame de farmácia, na verdade foram cinco, e todos deram positivos, então eu fiz fazer tudo certinho, o pré-natal e os exames e tudo. –
— Vocês duas combinaram? – perguntou nos encarando e rindo.
— Não. – nós respondemos juntas e ela riu mais ainda.
— Tudo bem, eu vou pedir alguns exames para ver se está tudo bem e quanto tempo você está. – ela pegou um bloquinho dentro da gaveta e começou a escrever os exames. – Mas me diga Renné, você vai parar de trabalhar, ou pretende continuar? –
— Irei continuar ate onde conseguir, por quê? –
— Porque eu estou para me mudar, irei trocar de apartamento e queria que você o montasse se possível. –
— Mas é claro que eu posso. Façamos o seguinte. Assim que você tiver uma folga, nós iremos ao seu novo apartamento para que eu possa vê-lo e começar a trabalhar. –
— Eu te ligo, para confirmar o dia da minha folga. – disse entregando o papel com os exames.
— Tudo bem. – minha mãe pegou o papel.
— Bella, não se esqueça, você tem que voltar em três semanas, para que possamos fazer outra ultrassonografia. –
— Tudo bem. – assenti me levantando.
Nós nos despedimos de Sue e deixamos o consultório, minha mãe iria marcar para fazer os exames amanhã, já que ela queria que Phil fosse com ela. Nós pegamos um taxi, que me deixou no escritório e depois seguiu para a casa de minha mãe.
O resto do dia foi tranquilo, Edward não tinha mais nada para fazer e no horário de sempre eu deixei o escritório e segui para a faculdade. Quando a aula acabou eu segui para a casa, que estava vazia, eu tomei um banho, colocando um pijama e segui para a cozinha para comer alguma coisa e encontrei um bilhete da minha mãe preso na geladeira, onde ela dizia que havia saído com o Phil para comemorar a gravidez, mal sabia ela, que ele já sabia.
Eu comi alguma coisa leve e subi para o quarto. Eu tinha um trabalho, que o professor passara hoje, e eu resolvi começar a fazer hoje e por volta de meia noite, eu guardei tudo e fui dormir.
No dia seguinte, após o café, banho e alguns vômitos, eu coloquei uma blusa vermelha, deixando apenas dois botões apertos e uma saia lápis preta, por cima da blusa e depois de pronta segui para o escritório, chegando depois de Edward, ele chegou mais cedo hoje.
— Bom dia. – disse ao me sentar e quando eu me virei, vi que ele olhava para baixo. – Edward você está olhando para a minha bunda? – perguntei calmamente, até porque só tínhamos nós dois aqui.
— Sinceramente eu estava. – respondeu na cara de pau e eu o encarei. – Essa saia valorizou a sua bunda mole. – o encarei feio.
— Eu já disse que ela não é mole. – respondi o encarando.
— E você não me deixa confirmar esse fato, então eu não posso concordar. – respirei fundo.
— Se você não fosse meu chefe eu te mandava a merda. – ele começou a rir.
— Já estamos falando disso, não que eu tenha reparado, mas... – ele apontou para o próprio peitoral. – Eles estão um pouco maiores. – agora eu entendi ao que ele havia se referido.
— Para de olhar. – fechei os dois únicos botões apertos, e olha que eles amostravam nem um por cento dos meus seios.
— É a verdade. Vocês mulheres reclamam que homem não repara em nada, e só porque eu reparei você ficou com raiva. –
— Não é para você reparar nos meus seios e na minha bunda. – eu quase gritei e ele riu mais ainda.
— Ah lembrei, eu tenho uma coisa para você. – ele caminhou até a sala dele e voltou com um embrulho e com um laço e me entregou.
— O que é isso? –
— Abre. – deu de ombros e eu rasguei o embrulho, era uma caixa, escrito Preggie Pops. – São pirulitos anti enjoo, muita gente diz que funciona. Quando sentir enjoo, chupa um, que faz passar. –
— Obrigada. – agradeci pelos pirulitos e mentalmente por termos mudado de assunto dos meus seios e bunda. – Os enjoos estão acabando comigo. –
— Logo passa, mas se quer saber... A gravidez faz bem a uma mulher, em vários quesitos, principalmente nos... – ele fez menção aos meus seios.
— Eu vou te bater. – ameacei e ele começou a rir.
— Espera um pouco. – a voz de Tanya veio de trás de Edward. – Você está grávida? – perguntou para mim, mas encarando Edward, ela havia se aproximando com aquele maldito perfume fudidamente doce, já fazendo meu estomago embrulhar.
— É Tanya, ela está. – respondeu por mim, resolvi testar se o pirulito funciona mesmo, principalmente porque ela não parava de se mexer, o que fazia o perfume me atingisse em cheio. Abri a caixa, pegando um, desembrulhando e colocando na boca. – Eu me esqueci de te contar que vou ter outro filho não é? Desculpa, mas é você não é nem um pouco importante para mim para eu ter lhe contado isso. – se eu não tivesse tirado o pirulito da boca na hora, eu teria me engasgado com ele.
— Com licença. – ela saiu marchando para a sala, completamente irritada.
— Eu ainda mato você. –
— Eu só acho que... – ele começou a falar.
— Que você deveria ir trabalhar antes que eu mate você. –
— Tudo bem, bunda mole. –
— A minha bunda não é mole. – gritei jogando uma caneta na direção dele e ele entrou na sala rindo. – Idiota. – falei e ele riu mais ainda. – Isabella, Isabella, esquece esse cara, respira fundo e vai trabalhar. –
Liguei o computador e comecei a trabalhar, eu tinha que passar a agenda do dia para Edward, mas se eu voltasse a encara-lo era bem capaz de eu soca-lo. Portanto mandei a mensagem por e-mail, assim eu não teria que vê-lo. E eu sabia que ele havia recebido o e-mail já que eu o ouvi gargalhar de dentro da sala e gritar que havia entendido. Estava perto da hora do meu almoço quando o meu telefone tocou.
— Alo? –
— Senhorita Swan? – ouvi a voz de Aro, o sócio majoritário da empresa.
— Sim. –
— Venha a minha sala agora. – respondeu e desligou o telefone. Desliguei o telefone, dando de ombros e segui para lá, bati na porta e ao ouvir um entre, eu entrei.
— Me chamou senhor? – perguntei parada perto da porta.
— Sim, entre e sente-se. – entrei, fechando a porta e me sentando na cadeira em frente a ele. – Sabe, eu odeio ser o último a saber das coisas... Senhorita Swan, eu fiquei sabendo que a senhorita está grávida. –
— E qual é o problema? – perguntei sem saber onde isso iria chegar.
— Fiquei sabendo também que o seu filho é do senhor Cullen... –
— Senhor, olha... –
— Achei que você soubesse da regra da nossa empresa, de empregado não se envolver com o patrão. – ele me cortou. – Ainda mais quando arrumou essa gravidez apenas para conseguir algo. – eu abri a boca, mas mesmo assim ele continuou falando. – Isso não irá acontecer na minha empresa. – ele bateu a mão na mesa. - Infelizmente, pela lei, não posso lhe demitir, mas eu espero a sua carta de demissão até o final do dia. Você não vai dar o golpe da barriga em nenhum dos meus advogados. -
Nenhum comentário:
Postar um comentário