Prologo
Pov. Bella
Estava tudo bem com o meu bebê, a ultrassonografia morfológica não amostrou nada de anormal e tudo estava bem, infelizmente mais uma vez não fora possível ver o sexo do pequenino, já que o mesmo mais uma vez não colaborou e não abriu as perninhas, mas tudo bem, eu não tinha pressa para vê-lo, porém pelo menos eu tinha a primeira foto dele, e sabe aquele teste de Rorschach? Aquele do Borrão de tinta? Então, eu me senti fazendo um daqueles testes, pelo menos não disse que meu filho parece com um dinossauro comendo melancia, como eu falei quando tinha dez anos, até hoje eu não sabia como eu não havia sido mandada de uma vez para uma clinica psiquiatra depois daquilo.
Eu deixei da sala da minha obstetra e lá estava ele, do lado de fora, como sempre, ele não havia perdido uma consulta desde a primeira, quer dizer, a primeira oficialmente, a primeira de fato, onde eu descobri da gravidez eu não contava. Caminhei até ele devagar, e ele está bem absorto no jornal que lia pelo menos ele passou a trazer o próprio jornal, até porque eu fico o zoando até hoje desde que o vi lendo aquela revista feminina, que segundo ele, não havia nada para fazer desde que eu o expulsei da sala.
— Nossa, estou chateada, nada de dicas para usar com o parceiro? – perguntei parando em frente a ele, com as mãos dentro do bolso do meu casaco fino.
— Sem graça, Swan. – resmungou ele terminando de ler a matéria.
— Se preocupa não, estou bem aqui parada, em pé, e com fome. –
— Você sempre está com fome. – apontou ele finalmente fechando o jornal.
— O que quer que eu faça? Agora eu como por dois. – lembrei-o e ele se levantou me entregando o meu casaco mais grosso.
— Vem, vamos almoçar. – eu coloquei meu casaco e nós deixamos o consultório.
Graças a Deus nós não tivemos que andar muito para chegar ao restaurante, até porque ele ficava no final da rua do consultório da minha obstetra, e eu agradecia também, porque, além de eu não estar nem um pouco a fim de andar, está muito frio, acho que esse era um dos invernos mais frios que Toronto já enfrentou, enfiei as mãos nos bolsos do casaco mais grosso para esquenta-la e ele passou o braço sobre os meus ombros me puxando para mais perto dele, quem olhasse de longe, imaginava que nós éramos um casal, e eles não podiam estar mais errados.
Assim que entramos no restaurante o deixei na mesa, fazendo o pedido enquanto eu ia ao banheiro, segundo ele, e eu infelizmente tinha que concordar, eu tinha que passar a morar dentro de um banheiro, já que estou indo de cinco em cinco minutos, só não conte a ele que eu disse que concordava com ele. Após lavar as mãos, eu voltei para a mesa esfregando uma das minhas mãos na outra, para esquenta-las.
— Então, já que você não me deixa mais entrar, você vai me contar o que a obstetra disse? – perguntou me encarando.
— Nada de mais. – dei de ombros ainda esfregando as mãos. – Está tudo bem. –
— E quanto ao sexo? Já sabe? –
— Não. Ele ou ela está com as pernas fechadas, porém... – parei de esfregar uma mão na outra e abri a minha bolsa pegando o envelope que a obstetra havia me entregado. – Eu tenho isso. – entreguei a ele.
— O que é? –
— Abre. –
Ele abriu o envelope pegando a foto lá de dentro e vendo a primeira foto do meu bebezinho, apoiei meus braços na mesa o encarando, ele olhava para a foto sem piscar e com os olhos brilhando, o que me fez suspirar, isso já estava indo longe demais, e eu precisava ter uma conversa seria com ele o mais rápido possível. E era isso, dessa semana não passada, assim que eu arrumar um lugar neutro, e de preferência vazio, eu conversaria com ele. Ele não tem que assumir responsabilidades que não dele.
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