terça-feira, 18 de julho de 2017

Capitulo Seis: Obrigada mamãe.

Pov. Bella.
Toronto – Canadá.

Eu não falei mais nada, simplesmente assenti e deixei a sala de Aro, eu caminhei devagar de volta para a minha mesa e me sentei na cadeira, abrindo uma pagina no Word para começar a minha carta de demissão. Mas espera... Por que eu iria me demitir se eu não havia feito nada de errado? Eu apostava todo o dinheiro que eu tinha em uma conta no banco, que, aliás, não era muita coisa, que quem abriu a boca fora Tanya, até porque, quem mais seria se além de mim e de Edward, apenas ela descobrirá? E isso tudo por quê? Por que Edward disse que eu não seria a secretaria dela, até porque eu não era secretaria? Ou era ciúme porque supostamente ela acha que meu filho é filho do Edward? Serio que ela inventou tudo isso pedindo a minha demissão só porque Edward disse que o filho é dele? Como é que Edward conseguiu ficar, sei lá quando tempo com uma víbora dessas?

Deixei a pagina do Word aberta e entrei na sala de Edward, sem bater mesmo, ele estava sozinho. A sua sala estava vazia, será que ele havia saído enquanto eu estava ouvindo merda de Aro? Caminhei até a sua mesa e vi que seu computador estava ligado, ele nunca fazia isso, até porque ele mesmo falava que não sabia se alguém poderia entrar em sua sala e roubar os seus processos salvos no computador. Mas a pagina aberta também não era de nenhum processo, tribunal ou algo do tipo. Estava aberta em um site de ingressos para um jogo de hóquei, é assim que ele trabalha?

— Edward. – o chamei e ouvi um barulho estranho vindo do banheiro dele como se ele derrubasse algo após ter se assustado.

— Já vou. – gritou lá de dentro com a voz meio apressada. Céus, o que ele está fazendo lá dentro? Eu fiquei parada por uns três minutos na sua sala até que ele saísse lá de dentro. – Oi o que foi? – ele perguntou com as bochechas um pouco vermelhas, cabelo mais bagunçado que o normal e tentando, ajeitar, discretamente o volume em suas calças.

— O que você estava fazendo dentro do banheiro? – perguntei, ele abriu a boca, meio sem graça, para responder e eu o interrompi. – Não quero saber. –

— Qual é o problema? – perguntou se sentando em sua poltrona e colocando seu paletó em seu colo, cobrindo o seu colo. É eu já tinha certeza o que ele estava fazendo no banheiro.

— Aro me demitiu. – ele me encarou.

— Ele não pode demitir você. – disse simplesmente.

— É eu sei. Para dizer a verdade ele disse. Abre aspas: Infelizmente, pela lei, não posso lhe demitir, mas eu espero a sua carta de demissão até o final do dia. Você não vai dar o golpe da barriga em nenhum dos meus advogados. Fecha aspas. – eu abri e fechei as aspas no ar e ele me encarou. – E se você ainda não percebeu o motivo. Graças a você ter dito para Tanya que o meu filho é seu, ela abriu a boca para ele, e ele acha que eu estou tentando dar o golpe da barriga em você para conseguir alguma coisa e ele praticamente está me demitindo por isso. – o encarei. – Me perdoe pelo sarcasmo, mas muito obrigada. – ele abriu a boca. – E antes que pergunte por que eu acho que foi a Tanya que abriu a boca, eu conserto essa frase e digo que eu tenho certeza porque fora você e eu, apenas ela descobriu. E ela nem disfarça, porque mal ela soube e ele me chamou. Aliás, como você conseguiu ter um relacionamento com uma víbora dessas? –

— Não a chame de víbora. – o encarei. – Isso é um insulto... – ele pegou o celular. – As víboras. – ele sorriu. – Ela é uma vadia mesmo. – ele se levantou e pude notar que o volume em suas calças já havia sumido. – E se quer saber como eu consegui ficar com ela por quatro anos, antes da Tina nascer, a resposta é: Álcool. Muito álcool. – explicou. – Me espera aqui que eu já volto. Cinco minutos. – assenti e ele saiu da sala.

Caminhei rapidamente até a minha sala e peguei meu telefone, voltando para a sala de Edward, me sentei em uma das poltronas em frente a sua mesa e liguei para a minha mãe que atendeu no segundo toque.

— Oi bebê. O que houve? –

— Oi mãe, nada, só te liguei para te fazer uma pergunta. –

— Pois faça. –

— A senhora, por acaso, tem dinheiro guardado em casa? – ela demorou alguns segundos para responder como se pensasse na pergunta que eu havia feito.

— Para que? Aconteceu alguma coisa? –

— Ah nada de mais, é para apenas pagar a minha fiança. –

— Ai meu Deus, você está presa? Phil... – ela gritou do outro lado da linha.

— Não mãe. – gritei e ela parou de chamar por Phil. – Eu não estou presa. Ainda. –

— Isabella, pelo amor de Deus, se explique. Eu estou grávida, não me deixe nervosa.— me levantei da cadeira e caminhei até a janela de Edward para ver se ele ou alguém vinha.

— Eu estou quase matando a Tanya. –

— Quem é essa? A ex do Edward? –

— É. –

— O que ela fez agora?

— Ela ouviu o Edward comentando que eu estava grávida e ele disse que o filho é dele... E em menos de dois minutos depois Aro me chamou a sua sala, praticamente me demitindo, porque eu estou dando o golpe da barriga em Edward. – falei e o silencio reinou do outro lado. – Mãe... – a chamei... – Mãe? – a linha caiu ou eu matei a minha mãe. – Pelo amor de Deus mãe, fala alguma coisa... Mãe. – gritei.

— Calma.— ela gritou de volta e eu respirei fundo me sentando em seu sofá. – Estava digerindo isso. – agora fora ela quem respirou fundo. – Eu não acredito nisso, mas não se preocupe você não será presa. 

— Não? –

 Não. Não se preocupe, porque eu sou formada em quinze temporadas de CSI. CSI: NY. CSI: Miami. NCIS. Criminal Minds. Hawaii Five-0 e você sabe que eu vejo muito o ID, e também vejo Supernatural. Então eu sei sumir com um cadáver, e praticamente fazer o crime perfeito. Isso sem falar que temos um biólogo em casa, ele também deve conhecer alguns jeitos que sumir com um cadáver. – Ela falou normalmente e eu já sabia que ela já pensava no melhor jeito de matar Tanya. – E eu também sempre quis torturar alguém.— (ID = Investigation Discovery (ID), um canal de televisão por assinatura e sua programação apresenta programas em estilo documental que abordam crimes reais, incluindo investigações criminais (principalmente homicídios), criminalística, e outros documentários focados em crimes.).

— Eu tenho medo de você. – falei e ela começou a rir. A porta se abriu e Edward entrou, tranquilamente. – Mãe, eu vou desligar, depois falo com a senhora. –

— Tudo bem bebê. Não se preocupe, vou dar mais uma assistida no ID para poder tirar ideias para a nossa sessão de tortura. –

— Mãe, para de assistir esse canal, antes que eu te interne em um hospício. – ela riu mais ainda e desligou o telefone no mesmo momento que Edward se sentou ao meu lado.

— Que canal? – perguntou curioso e apoiando a perna em seu joelho.

— ID. –

— Adoro esse canal. –

— É, minha mãe também. E eu disse que ia matar a sua ex e que era para ela se preparar porque eu iria presa. E ela disse que não iria não, porque ela assistiu todos os CSI, Hawaii Five-0, Criminal Minds e ID, e com isso ela iria cometer o crime perfeito e ninguém iria descobrir que fui eu. E que o fato de ter um biólogo em casa ajudaria em alguma coisa. – falei e ela começou a rir.

— Deus, eu adorei a sua mãe. E fala para ela que eu ajudo ainda por cima. –

— Que tal você me falar o que realmente me interessa. Tenho que arrumar minhas coisas... –

— Não. Aro não é besta. – o encarei. – Disse que se você se demitisse eu me demitiria junto e com isso mais da metade dos clientes iria embora comigo. Eu disse que você não está tentando me dar o golpe da barriga e mesmo que se tivesse não era da conta dele e de muito menos de Tanya. E como ele não pode te demitir, ele preferiu deixar para lá a perder um advogado e clientes. –

— Qual é o problema de Tanya em? – perguntei apoiando minhas mãos em minha barriga. – Porque não faz sentindo. Porque eu acho que se fosse ciúme ela não teria deixado você e nem a filha. –

— Não é ciúme. Acontece que Tanya quer tudo para ela. – ele segurou minha mão, tirando-a de cima de minha barriga. – E eu acredito que, ela chegou aqui achando que eu fosse voltar para ela, como se nada tivesse acontecido e quando ela viu que eu meio que segui em frente ela tentou acabar com isso. –

— E porque ela achou isso? –

— Porque isso aconteceu diversas vezes antes de termos a Valentina.  Terminávamos e ela voltava e eu praticamente rastejava de volta para ela. – balançou a cabeça. – Eu era retardado, muito retardado, mas também não ligava para isso. Ela brincava apenas comigo e eu não ligava, podia me cuidar sozinho e para ser sincero era apenas sexo. Eu gostava dela, mas não era algo que desse vontade de morar junto ou casar, eu gostava era do sexo mesmo, mas quando veio a Tina, mesmo ela tendo vindo depois de uma longa noite de álcool e sexo, depois de termos terminado pela milésima vez, e ela resolveu ir embora, eu decidi que tinha que parar, porque eu não iria permitir que ela brincasse com o coração da Tina como ela brincava com o meu. Então acabou de vez e ela sumiu até agora. – ele explicou brincando com os dedos de minha mão e eu gentilmente puxei minha mão de volta.

— Então como eu não vou ser demitida, eu acho melhor eu ir trabalhar. –

— Vai lá. – me levantei do sofá ajeitando minha saia e caminhando para fora da sala, mal passei em frente a Edward e senti sua mão passando pela minha bunda.

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— Edward. – gritei dando um pulo e me afastando dele.

— Querida, Aro acha que estamos juntos e Tanya também, e até o final da semana todo o escritório vai achar que estamos juntos e que vamos ter um bebê, então me deixe aproveitar um pouquinho. – ele se levantou e eu o encarei feio. – É triste pensar que terei um bebê sem ter dormindo com você. –

— Vá à merda Cullen. – ralhei me virando para sair da sala, quando ele me puxou pelo braço, enlaçando minha cintura com seus braços fortes. – Não faça isso. – alertei.

— Isso o que? – perguntou sorrindo e passando a ponta do nariz contra o meu.

— Edward, por favor. – pedi em um fio de voz.

— Por favor, o que Bella? – perguntou acariciando os meus lábios com a ponta do polegar. – Eu posso ver nos seus olhos que você quer. – ele falava em voz baixa e eu engoli em seco. – Mas se você não quer é só olhar nos meus olhos e falar que não, que eu te solto. –

Edward ficou esperando para ver se eu falaria alguma coisa ou não. Minha cabeça berrava para que falasse que não, mas a voz não deixava os meus lábios e sinceramente eu nem sabia que queria que ela saísse. Eu não sabia o que queria, e isso é culpa dos malditos hormônios, eu já estava a alguns dias vendo aquele maldito sonho com Edward na minha mente todas as noites e com certeza se ele me beijasse seria pior ainda.  Só que eu não conseguia me afastar e será que eu queria?

Como eu não respondi, ele tomou que eu queria aquele beijo e tirou as duas mãos da minha cintura e segurou o meu rosto com as mãos e depois do que pareceu ser uma eternidade ele uniu seus lábios aos meus, seus macios, quentes encostaram-se aos meus, que tremiam um pouco devido o nervosismo, causado, provavelmente, pelo beijo. Sua língua acariciou meu lábio inferior, como se pedisse passagem e eu entreabri meus lábios, sentindo sua língua tocando na minha, o que fez com que um arrepio subisse pela minha espinha e se ele não tivesse tirado as mãos de meu rosto e circundado a minha cintura, provavelmente eu teria desabado no chão.

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Inconscientemente minhas mãos foram para os ombros de Edward, que me apertou mais contra ele, e por mais estranho que possa parecer, parecia que meu corpo se encaixava perfeitamente com o dele.  O beijo fora se aprofundando rapidamente e eu senti minha cabeça girar e o afastei rapidamente, me segurando no encosto da poltrona perto da porta.

— O que foi?  - perguntou preocupado. – Eu te machuquei ou... –

— Vertigem. – respondi simplesmente buscando o ar pela boca. Ele me segurou pelo cotovelo e me ajudou a me sentar na poltrona.

— Respira fundo. – ele se agachou a minha frente e eu fechei os olhos respirando pelo nariz e soltando pela boca. Eu sentia o polegar acariciando a minha bochecha e isso não me ajudava muito a me acalmar. – Melhor? –

— Um pouco. – respondi ainda com os olhos fechados.

— Melhor te levar para a casa. –

— Não. – abri os olhos. – Eu estou bem, e eu tenho que trabalhar. –

— Me poupe Isabella. Eu posso me cuidar sozinho, o que importa mesmo e você e esse bebê ficar bem, não quero perder meu filho. – o encarei com a sobrancelha arqueada. – Acostume-se, já adotei esse bebê você querendo ou não. – disse se levantando e pegando o celular e as chaves do carro. – Vem. – ele enlaçou a minha cintura e me ajudou a levantar e saímos de sua sala.

Edward pegou a minha bolsa em cima da cadeira e seguimos para o elevador, e ele não tirou o braço da minha cintura até que chegamos ao elevador e ele me sentou no banco do carona em seu Audi, Edward fechou a porta e deu a volta entrando no banco do motorista enquanto eu colocava o cinto.

— Eu estou falando serio, Edward, não precisa me levar para casa. –

— Para de reclamar. – ralhou comigo e eu revirei os olhos. – Ah... Se você for vomitar me avisa, eu meio que lavei o carro ontem. – revirei os olhos de novo e ele saiu da garagem do escritório. – Você está comendo direito? – perguntou e eu o encarei.

— Defina direito. – pedi e ele parou o carro no semáforo e me encarou.

— Isabella eu não estou brincando. Você está se alimentando direito?  Você jantou ontem, tomou café hoje e almoçou? –

— Comi algo leve, não estava com muita fome, hoje de manhã eu tomei café, mas praticamente coloquei tudo para fora. – me ajeitei no banco encostando a minha cabeça no encosto do banco. – E quando eu praticamente estava indo almoçar o Aro me chamou e deu esse problema todo. – fechei os olhos.

— Incrível. – resmungou ele. – Você sabe melhor do que ninguém que tem que se alimentar direito, principalmente no primeiro trimestre. –

— Eu sei. –

— Então por que não faz? – o encarei.

— Lembre-se, que você é apenas o meu chefe. – eu o lembrei voltando a fechar os olhos e ele bufou.

— Eu sei disso, mas parece que eu me preocupo mais com a sua saúde do que você. –

— Talvez seja porque você não sabe como eu me sinto, mas não se preocupe, se eu sentir alguma coisa eu falo. –

Edward foi todo o caminho resmungando em meu ouvido durante todo o percurso até a minha casa e eu apenas assentia querendo que ele simplesmente parasse de falar. Eu estava muito bem, fora apenas uma vertigem, uma coisa bem normal durante a gravidez, ou assim eu esperava, mas não era algo que fosse preciso parar de trabalhar e me levar para a casa, eu estava bem.

Ele parou o carro em frente a minha casa e me ajudou a sair do carro e a entrar e nós caminhamos para a sala, que era separada da cozinha pela bancada. Minha mãe, do jeito que era, gostava da casa do tipo jeito americano, com duas salas, uma que ela chamava de “sala da família” onde não havia televisão, radio e nem nada, e que ficava em frente à cozinha, que raramente era usada, e a outra era a sala da TV, onde tinha a televisão, DVD, radio e etc. E a sala da TV era a mais usada, a outra, estava lá apenas para acumular poeira.

Entretanto a sala da TV estava cheia de coisas da minha mãe, ela havia voltado a trabalhar hoje mais havia deixado tudo jogando pela sala, espalhado pelo sofá, chão e mesinha de centro, minha mãe era bem desleixada quando queria, e por isso nós seguimos para a outra sala. Com o sofá grande marrom claro e duas poltronas brancas, uma de frente para a outra, com uma mesinha de centro e Edward me ajudou a sentar no sofá e se sentou ao meu lado.


— Pela milésima vez. Eu estou bem. – garanti.

— Você vai comer alguma coisa. – ele disse não como se sugerisse, mas como se ordenasse.

— Vou. Vou apenas tomar um banho e trocar de roupa e eu juro que vou comer direito. Não se preocupe. –

— Tudo bem, vai lá. Eu já estou indo. Eu bato a porta quando sair. – assenti e sai da sala, subindo as escadas e indo para o meu quarto.

Eu peguei um pijama na cômoda e segui para o banheiro, tomando um banho demorado, aproveitando e lavando o cabelo, e tentando lavar a minha alma, eu não queria pensar no beijo que Edward havia me dado, não queria criar muitas expectativas e não queria ficar pensando nisso, até porque eu sabia que se ficasse pensando nisso eu provavelmente teria outro sonho daqueles com Edward e eu não queria isso. Mesmo eu ainda sentindo a sensação dos lábios de Edward nos meus e tendo gostado dela.

Terminei meu banho e me sequei, enrolando uma toalha nos cabelos. Coloquei uma blusa um pouco larga de mangas compridas, rosa bebê com as mangas cinza escuras e um short um pouco curto, mas eu estava em casa sozinha, com listras rosa bebê e cinza. Usei o secador para secar os meus cabelos e calcei meus chinelos e desci, seguindo para a cozinha para comer alguma coisa e dando de cara com Edward, ainda sentado no meu sofá, mexendo no telefone e com duas sacolas a sua frente.


— Edward. – o chamei abaixando o máximo que podia o meu short. – Está fazendo o que aqui? –

— Bom, pelo visto eu não posso confiar muito em você no quesito alimentação. E como eu também não havia almoçado. – apontou para as sacolas a sua frente. – Espero que goste de comida chinesa. –

— Eu disse que ia comer e que ia ficar bem. –

— Prefere os hashi ou um garfo normal? – perguntou me ignorando e eu bufei caminhando até o sofá me sentando.

— Tem o que ai? –

— Rolinho primavera, yakisoba clássico e de camarão, frango agridoce e xadrez e lombo frito. E obviamente, dois biscoitos da sorte. – falou enquanto tirava as caixinhas das sacolas. – Que foi? – perguntou quando eu o encarei.

— Nada, só quero saber quantas pessoas você está esperando para comer. – ele não respondeu apenas revirou os olhos e ficou me encarando como se esperasse o que eu fosse querer. – Yakisoba de camarão. – ele pegou a caixinha e me entregou junto com os hashi.

— Cadê sua mãe e Phil? – perguntou abrindo as outras caixinhas e pegando um rolinho primavera.

— Phil na escola e minha mãe no trabalho, eles pegam quase sempre o turno da tarde. – falei levando um camarão a boca.

— E a faculdade? – perguntou pegando a caixinha do frango xadrez.

— Está indo. Falta pouco para o semestre acabar e provavelmente assim que ele acabar eu tranco a faculdade. – falei roubando um dos pedaços de seu frango xadrez e ele me encarou quando eu enfiei na boca, fechei os olhos e sorri com a boca fechada e ele riu.

— Céus, fez igualzinha a Valentina quando apronta. – comentou e eu comecei a rir depois de engolir. – Mas voltando ao assunto da faculdade. – ele roubou alguns camarões do meu yakisoba. – Quando você for voltar, eu te ajudo você não precisa se preocupar com isso. – ele roubou outro camarão.

— Pega mais um e eu te bato. –

— Você pegou meu frango. – rebateu ele.

— Um e você pegou cinco e o camarão ainda é maior que o frango. – resmunguei e ele riu estendendo a sua caixinha de frango xadrez para que eu pudesse pegar os pedaços de frango que quisesse.

Nós terminamos de comer enquanto conversávamos sobre coisas banais e sobre alguns casos que ele cuidava. Nós não tocamos no assunto do beijo ou de minha quase demissão ou de Tanya, e eu realmente ficara bem feliz por ele não tocar em nenhum desses assuntos. Ao terminarmos de jantar, ele pegou um biscoito da sorte e me entregou ficando com o outro, o quebrando e pegando o papel com a sua sorte.

— Pare de procurar eternamente; a felicidade está bem ao seu lado.— leu e me encarou normalmente. – E o seu? – quebrei e peguei o papel lendo e suspirando. – Ruim? – perguntou e eu virei para ele. - O amor está mais próximo do que você imagina. Não é ruim. – deu de ombros. – Já peguei algumas bem ruins. – dei de ombros, me levantando e colocando uma caixinha vazia dentro da outra e levando para o lixo. – Me responde uma coisa. – ele disse atrás de mim, enquanto me ajudava a trazer o resto do lixo.

— O que? –

— Quer ir a um jogo de hóquei? –

— Eu não sou o tipo de pessoa que entende muito de esportes, principalmente de hóquei. – confessei jogando as caixas no lixo e lavando os copos.

— Nem eu entendo muito, mas adoro ver o jogo e a pancadaria. –

— Então vai ver uma luta. –

— Assim que tiver uma aqui em Toronto eu vou. Mas é serio, será o clássico do TML contra o MC. – o encarei, qual parte do, eu não entendo nada de hóquei ele não entendeu? – Toronto Maple Leafs contra o Montreal Canadiens. É quase que o jogo do século, porque o time de Toronto não vence uma NHL (Liga Nacional de Hóquei) desde a temporada 1966-1967. E não vence o Montreal há anos. – ele falava completamente empolgado e eu o encarava com uma das mãos apoiadas na bancada da cozinha e a outra na cintura. - Não faz a mínima ideia do que eu estou dizendo, certo? – assenti. – Mais um motivo para você ir. –

— Leva a sua filha. –

— Minha mãe não deixa. – deu de ombros e eu ergui a sobrancelha. – Ela fala que é muita violência para uma menininha e que eu grito e xingo muito. – falou cabisbaixo. – E eu não quero ir sozinho e como os meus primos estão viajando. –

— Que primos? –

— Os meus. Um está em lua de mel no Rio de Janeiro, eu acho. E o outro está com a mulher e os filhos em Fiji. – deu de ombros.

— Bom saber que só quer que eu vá por falta de opção. – ele riu.

— Eu ia te convidar do mesmo jeito. –

— Claro. Claro que ia. – ironizei.

— Então, vamos? –

— Eu não entendo nada de hóquei. – falei de novo.

— Eu te explico. O pouco que eu sei. – ele me encarou. – Por favor. – ele ficou me encarando com aquela carinha de cachorro que acabou de cair do caminhão de mudança e eu suspirei derrotada. Já era difícil dizer não a ele, com ele fazendo essa carinha então...

— Tudo bem, eu vou. – ele ergueu as mãos para o ar festejando. – Meu deus, pior que uma criança. – ele riu. – Mas se você me irritar, eu não vou mais. –

— Ah você vai sim, até porque eu já comprei os ingressos. –

— Comprou os ingressos mesmo sem saber se eu ia? –

— Planejava te perturbar até você aceitar ou me matar. – abri a gaveta da cozinha e peguei uma faca. – Mas pelo visto você não vai precisar me matar. – ele engoliu em seco.

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— Vontade não me falta. – guardei a faca.

— E quem é que vai dizer que você tem uma bela bunda, que eu ainda não posso concordar em se ela é dura, já que você não me deixa tirar a prova, que tem também um belo par de seios, que sempre existiram mais agora estão ficando maiores, e que suas pernas também são lindas?! – me virei de costas para ele mexendo dentro da gaveta. – Procurando o que? –

— O cutelo que Phil guarda por aqui... Mas como eu não achei, eu acho que essa faca velha e enferrujada vai resolver o problema. –

— Mas ela não corta nada. –

— A intenção não é bem cortar. É só te machucar até você morrer de infecção devido à ferrugem ou de hemorragia. O que vier primeiro. – ele engoliu em seco dando alguns passos para trás.

— Eu não disse nada. –

— Acho bom mesmo. –

— Mas se eu tivesse dito, tenha certeza que foi um elogio. –

— Escuta aqui Cullen. Se você por acaso falar mais alguma coisa sobre a minha bunda, meus seios e minhas pernas, eu juro que vou arrancar as suas bolas com as minhas unhas, cortar o seu... O seu amiguinho com esta faca enferrujada ou com uma tesoura cega, para doer mais ainda, e fazer você engolir os três. E das três uma, ou você morre de infecção, ou hemorragia ou engasgado. Entendeu? –

— Entendi. Só tem uma coisa que eu preciso esclarecer. –

— O que? – perguntei o encarando ainda com a faca cega em mãos.

— Não é bem amiguinho, está mais para amigão, ou grande amigo se preferir. –

— Eu vou te castrar. – ameacei.

— Parei. – ele ergueu as mãos para cima em sinal de rendição e eu guardei a faca. – Então, já que o seu momento psicopata proporcionado pelos seus hormônios já passou, o que faremos agora? – e colocava a chaleira cheia de água para ferver.

— Você tem que trabalhar não? –

— Para que? – ele retrucou enquanto eu pegava uma xícara no armário. – E além do que... Está chovendo. –

— Own, e o bebê não pode se molhar? – perguntei e ele riu.

— Não, mamãe me fez de açúcar. Por isso que eu sou um doce. –

— Não, você é insuportável. – corrigi-o e ele jogou a cabeça para trás gargalhando. – Quer chá? –

— Aceito se você tiver uma caneca menos gay. –

— Ela não é gay. – ele me encarou com a sobrancelha arqueada. – Ela é fofa. – a peguei amostrando a ele. Parecia que a caneca estava envolta a faixas, com uma cara de sono e escrito em cima em letras garrafais: Mummy needs COFFEE! (múmia precisa de café!) – Mas para o senhor eu tenho uma menos gay. – abri o armário para pegá-la.


— Se você pegar essa caneca de princesa eu volto a falar dos seus seios. – ameaçou e eu comecei a rir, pegando a que estava ao lado da Ariel. Sem que ele visse qual era a caneca, despejei a água quente nas duas e coloquei o saquinho de chá dentro e entreguei a ele.

— Toma. Hakuna Matata. – entreguei a ele uma caneca branca simples, escrito Hakuna Matata com um asterisco ao lado e logo em baixo vinha: no worries. (Sem problemas) – É um de meus lemas. – ele parou de encarar a caneca e encarou a minha. – Hakuna Matata. – ergui a minha no ar rindo e bebi um gole do café.


— Hakuna Matata. – ele bebeu um gole também. – Agora serio você tem quantos anos para ter esse tipo de caneca? – comecei a rir.

— Eu coleciono. Sempre que vejo uma engraçadinha ou bonitinha eu compro. Esse armário aqui é só com as minhas canecas. – apontei para o que estava atrás de mim. – E pretendo adquirir mais. – comentei enquanto voltamos para a sala e nos sentávamos no sofá. – Me faz um favor? –

— Claro o que? –

— Levanta a perna. – mesmo sem entender o motivo de eu ter pedido isso, ele levantou e eu me virei de lado, colocando as minhas pernas em cima do sofá e enfiando os meus pés embaixo de suas pernas. – Abaixa. – ele abaixou a perna, fazendo os meus pés ficarem entre o sofá e sua coxa. – Obrigada, meus pés estão congelados. –

— Estou sentindo. – eu segurava a minha xícara com as duas mãos para aquecê-las um pouco. – Não se irrite, mas. E o pai do nosso bebê? – revirei os olhos levando a caneca aos lábios.

— Não sei dele desde que contei a ele sobre a gravidez do meu bebê. – frisei bem o meu.

— Já lhe disse querida, nosso. Já o adotei você querendo ou não. –

— Quero ver quando os seus pais souberem. –

— Já sabem, e estão loucos para conhecer a mãe de seu futuro neto, ou neta, e estão torcendo para que você não seja uma vadia desequilibrada igual à Tanya. – disse calmamente bebendo um gole do café e enquanto eu o encarava. – E eu já disse que não é, mas eles insistem em conhecer você, porém meus pais vão viajar a trabalho e só devem voltar dentro de dois a três meses, e me intimaram a te levar lá quando eles voltarem. Praticamente a única que falta saber é a Valentina e eu pretendo falar com ela logo, e acredite que vai ficar completamente feliz. – ele falava normalmente como se estivesse me contando o que havia comprado para abastecer a casa para esse mês. Ele bebeu outro gole do café e me encarou. – O que foi? –

— Você é inacreditável. –

— Obrigado. –

— Não foi um elogio. –

— Posso falar uma coisa que também não é um elogio. – fiquei encarando esperando ele falar e vendo-o repousar a caneca sobre o descanso de copos sobre a mesinha de centro. – Como eu sou um menino direito que só diz a verdade. – lá vem merda. – Esse seu short absurdamente curto faz com que eu perceba que a sua bunda é muito mais bonita do que eu imaginava. – peguei a almofada ao meu lado e bati nele com toda a força que eu tinha. – Olha só, não me bate não porque a culpa é sua. –

— Minha? – gritei colocando a minha caneca na mesinha ao lado do sofá.

— É. Se você se vestisse feito uma freira ou se não fosse gostosa para caralho eu não iria ficar reparando nos seus seios, sua bunda e suas pernas. – rebateu ele e eu bati nele de novo com a almofada mais forte ainda.

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— Cadê a merda da faca que eu vou matar você? – me levantei do sofá e ele me agarrou pela cintura fazendo com que eu sentasse em seu colo. – Me solta Cullen, porque de hoje você não passa. Espero que tenha se despedido de todos que você ama. – tentei me levantar, mas ele continuava me segurando sobre o seu colo.

— Posso falar só mais uma coisa e ai você pode me matar? –

— Não. – gritei.

— Eu estou sonhando com você todas as noites. – ele falou baixo no meu ouvido o que fez com que um arrepio percorresse a minha espinha e eu parasse de me debater. – E sempre tenho que acordar no meio da noite para tomar um banho frio porque os sonhos... Meu Deus. – ele arfou como se por acaso estivesse se lembrando deles e eu podia começar a sentir um volume crescendo no meio de suas pernas, eu tentei me levantar mais uma vez, porém ele impediu. – E hoje quando você entrou na minha sala, só Deus sabe como eu queria um banho bem frio naquele momento, mas na falta de água fria, as mãos e minha mente servem para isso mesmo. – agora quem arfou fora eu. – Se você tivesse a mínima noção de como são esses sonhos, e acredite que eu não estou reclamando. – ele soltou uma risada que fez com que o ar que saiu de sua boca batesse no meu pescoço me fazendo arrepiar. – Até porque eu os amo, o problema é que quando eu acordo, eu estou fudidamente duro, suado e sozinho, esse é o grande problema. – o volume já era bem notado, e o conseguia senti-lo cutucando o meu quadril e tinha que concordar, não era um amiguinho. – E eu sei que você sente quase a mesma coisa, eu sei que sente algo por mim que vai além da relação chefe-funcionário. – ele continuava a falar em meu ouvido. – E eu sei que você acha que isso é errado, mas você pode ter certeza de que não é. –

— Então por que eu sinto que é errado? – perguntei em um fio de voz sentindo suas mãos na minha barriga, por debaixo da blusa.

— Porque você prefere acreditar que é errado a ter que admitir que você sente alguma coisa por mim, porque você acha que eu vou te magoar – sua mão desceu um pouco até o cós do meu short. – Mas eu não vou. –

— E por que eu deveria acreditar em você? –

— Porque se eu estivesse mentindo, eu não faria nada do que eu já fiz por você. – disse mais uma vez, mas dessa vez não no meu ouvido, mas em meu pescoço e assim que acabou de falar, ele beijou o meu pescoço e sua mão foi para o meio de minhas pernas onde ele pressionou seus dedos em minha intimidade por cima do short o que me fez arfar de surpresa.

— Edward. – falei seu nome em um tom quase inaudível.

— Se quiser que eu pare é só pedir. – apontou chupando o meu pescoço e estimulando minha intimidade por cima do short e da calcinha, o que me fez, inconscientemente, soltar um gemido e abrir um pouco mais as pernas para ele enquanto meus olhos se fechavam. – Quer que pare? – perguntou tirando o rosto do meu pescoço.

— Não. – respondi baixo.

— Eu não ouvi. – mesmo eu estando com os olhos fechados eu sabia que ele sorria, eu sentia seus lábios se repuxando em um sorriso e eu engoli em seco. – Peça para continuar. – disse diminuindo a velocidade de seus dedos no meio de minhas pernas.

— Continua, por favor. – pedi, eu não sabia por que a minha voz saia tão baixa e puta que pariu aquilo era bom, quer dizer, eu não sabia se era bom de fato, ou se só era bom porque era o Edward quem fazia, até porque Mike sempre fora direto ao ponto, literalmente. Ele mesmo falava que se eu não iria masturba-lo, ele também não me masturbaria, mas nem morta eu colocava aquela coisa mole na minha boca, eu não sabia aonde aquilo andava, bom, depois que eu descobri da traição eu meio que soube por onde aquilo andava.

— Eu não ouvi. – repetiu e eu sabia que ele estava brincando comigo. Céus, ele queria que eu implorasse? E eu imploraria com prazer. – Eu acho que você não quer que eu continue. – os seus dedos, os seus maravilhosos dedos, pararam imediatamente com a mágica.

— Puta que pariu Edward, continua. – gritei e ele riu, puxando-me pelos ombros e fazendo com que eu encostasse as costas em seu peito e ele voltou a me estimular e a cada estimulo eu sentia minha calcinha ficando úmida. Provavelmente a sensação de seus dedos por debaixo da calcinha era melhor ainda, mas essa...

Ele beijava a minha orelha enquanto seus dedos estimulavam a minha intimidade e a sua outra mão acariciava a minha barriga por debaixo da camisa e ia subindo lentamente. Eu apertava o sofá entre os dedos ao sentir aquilo e ao ouvir meus próprios gemidos. Ele, de repente, parou, fazendo com que eu gemesse de frustração.

— Calma, meu bem. – disse sorrindo. – Eu esperei isso por muito tempo para parar agora. – com cuidado ele me deitou no sofá, ficando por cima de mim, e entre as minhas pernas. Edward apoiava todo o seu peso em um dos braços e me encarava com os olhos completamente escuros. – Eu não sei o que eu quero mais, te beijar ou ouvir você gemer. – disse me encarando e enfiando a mão livre dentro do meu short e tocando a minha intimidade por cima da calcinha úmida, pressionando seus dedos ali e me fazendo soltar um gemido. – Puta que pariu Isabella, eu prefiro ouvir você gemer. – disse atacando o meu pescoço e me estimulando mais rápido.



— Oh. – ele ia me estimulado e beijando meu pescoço e eu podia sentir os bicos de meus seios enrijecidos por debaixo do sutiã e eu queria a mão dele ali, mas também não queria que ela saísse do meio das minhas pernas, eu apertava com força a lateral do sofá enquanto eu sentia um pequeno formigamento em meu ventre. Edward continuou me estimulando com o polegar enquanto abaixava o cós da minha calcinha. Eu estava quase atingindo meu ápice, eu nunca havia tido um orgasmo, mas no fundo da minha alma eu sabia que iria ter um. E Deus, eu juro, se ele parar agora eu o mato.

— Bella? – ouvi a porta de casa se fechar e a voz de minha mãe. Mas pelo visto apenas eu ouvi e Edward continuou com o que estava fazendo. – Filha está em casa? – ouvi o som de seus saltos se aproximarem de onde estávamos e eu empurrei Edward para longe, fazendo-o cair sentado no chão e eu me ajeitei o máximo que consegui. – Ops. Eu estou atrapalhando algo? –

Não mãe, imagina. Obrigada, mamãe.

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