quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Capítulo 01 - 2006


Roma - Italia.
9 luglio 2006
20h.
Pov. Bella

Eu estava irritada, eu não conseguia acreditar que havia acabado meu namoro de cinco anos por causa de um jogo de futebol. Pelo amor de Deus, qual era o problema com o Jasper. Era a porra da final da copa do mundo e a Itália estava na final com a França, e ele não queria ir até Piazza della Repubblica, assistir a final e nem queria ficar em casa assistindo. Queria ficar dormindo. Bom, deixei-o dormir, após uma bela discussão que resultou em eu deixando seu apartamento, com minhas malas dentro do meu carro, e parei o carro bem longe da praça onde tinha o telão que transmitiria o jogo em poucos minutos, e sai correndo para ela, enquanto colocava minha camisa azul da nazionale.

Empurrando as pessoas consegui chegar à frente da praça, esbarrando por último em dois homens e quase trombando no chão, mas senti dois braços me segurando e me ajudando a ficar de pé.

- Se machucou? – ele perguntou com sua voz de veludo e eu o encarei. Ele era lindo, cabelos revoltos cor de bronze, enormes olhos verdes e seu tronco e braços malhados estavam delineados pela camisa apertada da nazionale.

- Não. Grazie. – e ele me soltou e eu me ajeitei.

- Está sozinha? – ele perguntou.

- Sim. O corno do meu recente ex-namorado não quis vir comigo... – dei de ombros prendendo meu cabelo devido ao calor que pairava sobre Roma, mesmo que já tivesse anoitecido.

- Corno? – e um cara muito mais alto do que o primeiro, me todos os sentidos, altura e largura, no sentido músculos, perguntou me encarando por cima das lentes do óculo de sol.

- Modo de falar. – expliquei e ele assentiu. – A propósito... Isabella Swan... – respondi estendendo a mão ao homem que havia me impedido de cair de cara no chão.

- Edward Cullen. – e ele apertou minha mão, com um aperto firme. – Esse é meu irmão, Emmett Cullen... –

- Um prazer senhorita... – e ele também apertou minha mão.

- Está começando... – alguém gritou na torcida e as atenções se voltaram para o telão a nossa frente.

Os jogadores entraram em campo, tanto o da Itália quanto o da França. Os jogadores se perfilaram em campo, com os quatro juízes entre eles e o hino nacional começou a ser tocado, o jogo era em Berlim, capital da Alemanha, um país que ficava basicamente entre a França e Itália, portanto o hino foi entoado em alto e bom som dentro do estádio, só não chegou a ser tão alto do que aqui na Piazza Della Repubblica. E todos pouco se importavam com o clima e com a situação, simplesmente sentamos no chão com os olhos presos no telão.

O jogo todo foi agonizante, para nós os torcedores, com sete minutos do primeiro tempo Marco Materazzi levou um cartão amarelo após um pênalti estúpido em cima Patrick Vieira e aos sete minutos Zidane converteu o pênalti e abriu o placar deixando todo mundo aflito mal o jogo se iniciou. E aos dezenove minutos do primeiro tempo fez um belíssimo gol de cabeça, empatando o jogo, após um escanteio muito bem batido pelo Pirlo.

Os noventa minutos iniciais de jogo acabou empatado para deixar todo mundo ainda mais agoniado. Agora eram mais trinta minutos de prorrogação, e se por acaso acabasse empatado iria para os pênaltis, e eu odiava pênaltis. Dava-me uma agonia, um frio no estômago, um nervosismo, o inicio de um pré-infarto. Era algo verídico, eu odiava pênaltis, principalmente se fosse contra meu time ou seleção.

Aos 110 minutos do segundo tempo de quinze minutos da prorrogação, tendo apenas cinco minutos que a partida havia recomeçado. Zidane deu uma cabeçada na altura do peito de Materazzi que causou sua expulsão, fazendo com que a França jogasse o resto do jogo com um a menos. E o minuto 120 chegou e o apito do juiz encerrando a prorrogação quase me fez vomitar de nervoso.

Eu estava completamente nervosa. Edward e seu irmão ainda estavam ao meu lado, todavia durante o jogo mal houve conversa, a menos é claro quando era para xingar algum jogador ou o juiz, uma coisa que eles notaram que eu fazia mais do que ele o que me fez gargalhar quando eles me olhavam assustados, eu achava que era por isso que Jasper não gostava de assistir futebol comigo.

E os pênaltis começaram e eu era mais nervosismo e vontade de vomitar do que pessoa, não havia mais ninguém de pé, e já passavam da dez da noite e um vento fresco já começava a passar entre nós, mesmo que o mormaço que tanta gente reunida abafasse o vento. Os pênaltis começaram a serem batidos. Jogador x Goleiro.

Pirlo foi o primeiro a se por de frente contra o goleiro francês e tudo pareceu correr em câmera lenta. Parecia que ele se mexia muito devagar enquanto corria até a bola e a chutava e Fabien Barthez, e por muito pouco, Barthez não pegou a bola que rolou pelo canto esquerdo, marcando o primeiro a favor da Itália.

O primeiro a bater pela França foi Wiltord, que também converteu o pênalti. Materazzi foi o segundo a bater e também foi convertido. Pela França, Trezeguet chutou e como se Deus tivesse dado uma mãozinha bateu na barra e foi para fora, causando o maior alvoroço como se ainda não existissem mais três pênaltis a serem batidos. De Rossi foi o terceiro pela Itália que também converteu, Abidal pela França também. Del Piero foi o quarto e também foi convertido, e o quarto pela França foi Sagnol, que também converteu. Era agora. O último pênalti italiano Fabio Grosso era o último pela Itália e se os outros já pareciam ir à câmera lenta este estava pior, mais devagar que câmera lenta, quase parando.

Era agonizante. Se Grosso marcasse a taça viria para a Itália. Se ele perdesse teríamos mais cinco pênaltis até ter a diferença de um pênalti entre eles. Parecia que ele se mexia quase parando. Parecia que ele ia andando mais devagar que uma tartaruga em direção à bola e a chutando e ela foi girando bem devagar na direção do gol. Barthez caiu para a esquerda e a bola tocou no fundo da rede a direita, marcando mais um gol para a Itália e agora sim o alvoroço foi tão grande, que se em toda a Itália foi desse jeito, era bem capaz dos países vizinhos terem escutado também.

Por instinto você começa a comemorar com pessoas que você nunca viu na vida e Edward foi um desses, nós nos viramos um de frente para e ele e por instinto ou inconscientemente, ele levou a mão a minha nuca e me puxou para perto nele, fazendo meu corpo pequeno se chocar contra o dele e unindo nossos lábios. Sua língua roçou pelos meus lábios e eu os entreabri, suas mãos desceram de minha nuca até meus quadris e me pegou no colo e eu enlacei sua cintura com minhas pernas e seu pescoço com meus braços, as suas mãos estavam apoiadas em minha bunda e nossos lábios unidos em um beijo ávido enquanto algo molhado e um pouco grudento caía sobre nós e barulhos de fogos ecoavam sobre o céu noturno de Roma.

...

Era por volta de uma da manhã, e todos os bares e restaurantes ainda estavam abertos ao redor da Piazza della Repubblica, como todos festejando o tetracampeonato depois de vinte e quatro anos. Eu ainda não havia voltado para casa ou ido atrás de um hotel ou algo do tipo, já que eu não tinha mais casa depois que larguei meu namorado. Eu, Edward e Emmett estávamos sentados em um dos bares, eu tinha os pés apoiados em uma das cadeiras e os dois de frente para mim, e em pouco tempo havíamos nos tornado como amigos de infância. Emmett se foi por volta das uma e meia, havia se engraçado com uma mulher que estava no bar e eles se foram e Edward se aproximou de mim.

- Explica-me o que você vai fazer agora? –

- Sinceramente eu não faço à mínima... Acredite em mim, a pior coisa do mundo é você resolver se mudar para a casa do seu namorado. – bufei virando a garrafa de cerveja nos lábios.

- Eu ainda não entendi o motivo de vocês terem terminado. –

- Ele não quis vir ao jogo, queria me obrigar a ficar em casa. E disse que se eu viesse realmente para cá não era para eu voltar... E eu não pretendo voltar... –

- Se me permite dizer... Ele é um idiota. Duvido que eu iria preferir ficar em casa dormindo ao vir com a minha mulher gostosa... – e ele mesmo se interrompeu ao unir seus lábios aos meus.

Minhas mãos foram para a sua camisa da nazionale puxando-o para mais perto de mim e eu basicamente me sentei em seu colo, aprofundando cada vez mais o beijo, enquanto sentia suas mãos apertando minha bunda de um jeito que... Meu Deus, só o jeito que ele pegava em minha bunda já me deixava excitada, que pegada gostosa. Acho que nunca havia sentido uma pegada assim antes.

...

Nós havíamos deixado o bar e seguido para o seu apartamento, que era ali perto da Piazza mesmo. A porta foi aberta bruscamente quando ele me prensou contra ela sem interromper nossos lábios. Nós entramos em seu apartamento e ele foi andando comigo até que minhas pernas bateram em algo e eu caí para trás, o trazendo junto comigo. Nós havíamos caído no sofá, com ele por cima de mim. Sua mão já estava dentro da minha calcinha estimulando minha buceta desde o elevador vazio e eu estava quase gozando em seus dedos.

Eu não conseguia manter meus lábios unidos ao dele já que os gemidos saiam altos e livres, e Cristo, se apenas com dedos eu já estava gemendo assim, imagina quando eu o tivesse por completo dentro de mim? E eu não gemia com Jasper dessa forma em momento algum do sexo. Deus, por favor, eu nunca te pedi nada, mas, por favor, faz com que esse homem não goze em três minutos, por tudo que é sagrado. Eu mal terminei minha reza baixo quando ele beliscou meu clitóris e eu gozei gemendo seu nome alto.

Edward tirou a mão de dentro de minhas calças e chupou os dedos melados e eu engoli em seco e nos virei no sofá rápido, ficando por cima dele. Rapidamente eu tirei sua camisa, hoje eu estava com pressa para o finalmente, como nunca estive antes. E eu ataquei seu pescoço e fui descendo pelo seu peitoral largo enquanto abria o botão e o zíper de sua calça com as mãos e o sentia tirando seus tênis com os pés. Eu beijava e mordiscava o seu peito e abdômen até chegar onde eu desejava. Sua virilha.

Eu me livrei de sua calça e de sua cueca junto e ao ver seu pênis ereto, grosso, não era aquela monstruosidade de grande e de grosso, mas Deus, aquilo iria fazer um belo de um estrago – já que eu estava acostumada apenas com varetinha – e eu pouco me importava. Soltando um gemido animada, que pelo visto não passou despercebido por ele, eu o segurei pela base e abocanhei seu pau. Eu subia e descia com a minha cabeça enquanto minha mão continuava parada na base de seu pênis e eu tentava colocar o máximo que conseguia na boca enquanto o ouvia gemer baixo.


Minha mão apoiada em sua coxa, arranhava a mesma volta e meia, e ganhava um gemido mais alto, e eu já podia sentir minha buceta se animando de novo. Quando eu senti o gostinho de seu liquido pré-gozo, ele me puxou delicadamente pelos cabelos e me fez soltar seu pau e parar de chupa-lo.  



Ele me jogou no sofá enquanto se levantava e ficava por cima de mim. Eu tinha as costas apoiadas no encosto do mesmo enquanto ele se livrava de minha camisa e de meu sutiã junto e tratou de atacar meus seios, não se demorando muito neles e logo em seguida desceu com os beijos pela minha barriga e se livrou de minha calça e minhas sandálias. Minha calça e calcinha tiveram o destino o chão, junto com a minha camisa e as suas roupas, e sem se prolongar muito, ele abriu minhas pernas e atacou minha buceta molhada.

Eu gritei seu nome ao sentir sua língua quente com a minha buceta molhada e os gemidos continuaram conforme eu sentia sua habilidosa língua deslizar por toda ela, volta e meia ele me fodia com a mesma, ou então lambia toda a minha buceta, ou sugava e mordiscava meus clitóris. Mas de qualquer forma, estava me conduzindo a loucura. Eu apertava as almofadas atrás de minha cabeça, enquanto tinha uma perna apoiada em sua cintura e a outra em suas costas, próxima a sua nuca, enquanto me sentia sendo torturada por sua língua até finalmente me aliviar em seus lábios.


- Buceta gostosa. – disse tirando a cabeça do meio de minhas pernas com os lábios inchados, vermelhos e melados. – Eu posso me viciar nisso... – e ele passou a língua pela minha buceta de novo e puxou meu clitóris entre os dentes e se fosse possível eu estaria gozando de novo.

- Já me amostrou o que seus dedos e a sua língua é capaz de fazer... Está na hora me amostrar o que seu pau faz. – provoquei e vi seus olhos se fecharem em fendas e ele se levantou do chão.

Edward pescou uma camisinha na gaveta na mesinha ao lado do sofá e rapidamente a vestiu enquanto me virava no mesmo, deitando minhas costas no assento do sofá. Minhas pernas estavam bem apertas para ele, com meus joelhos próximos aos meus seios e ele colocou uma perna no sofá e permaneceu com a outra no chão. Suas mãos apoiadas no sofá rente aos meus seios e ele me preencheu com uma estocada só.


- Porra... – gritei engolindo a ligeira dor que se alastrou rapidamente pelo meu corpo e que logo sumiu. Eu era acostumada com varetinha, de repente me vem esse deus grego e me invade em uma estocada só...

- Apertada... – e ele gemeu saindo e voltando com força de novo e dessa vez o gemido de prazer foi alto.

Edward passou a me fuder com força, e eu podia sentir seu pau entrando e saindo todo dentro de mim enquanto suas bolas batiam em minha bunda. Isso era maravilhosamente divino, e por mim eu nunca mais iria parar de transar com esse homem. Meus pés rentes ao seu quadril, balançavam devido o ritmo de suas estocadas enquanto nossas testas estavam unidas e ele me olhava nos olhos.


- Me coloca por cima... – pedi gemendo. – Eu quero rebolar bem gostoso. - pedi e com um som parecido com um rosnado, ele nos virou rapidamente no sofá, me deixando por cima dele.

- Rebola bem gostoso no meu pau, vai... –

Eu apoiei as mãos em seu peito atrás de apoio e comecei a me mexer em seu pau, sentando no mesmo, e ao senti-lo todo dentro de mim, dando uma leve rebolada e sentindo uma tapa estalada sendo dada em minha bunda. Aquela tortura deliciosa não demorou muito, já que ele me segurou com força pelos quadris e passou e investir o seu quadril contra o meu com força. Minhas mãos subiram de seu peito para seus ombros, onde minhas unhas foram fincadas e eu sentia meus seios balançando com força no mesmo ritmo de suas investidas.

 

Meus seios balançavam perto demais de seu rosto e ele abocanhou um deles, sugando meu mamilo enquanto continuava a me foder com força. Eu já conseguia sentir minha buceta apertando seu pau e eu sabia que faltava muito pouco para que eu gozasse. E não deu outra, foram necessárias apenas mais algumas estocadas fortes e seu pau saiu de dentro de mim e eu gozei fincando mais ainda minhas unhas em seus ombros sentindo espasmos percorrendo meu corpo.

E mais uma vez nos viramos no sofá e dessa vez ele voltou a me preencher com mais calma e passou a se mexer mais devagar também, minhas pernas estavam encostadas no assento do sofá e mesmo assim bem abertas para ele, que atacava meu pescoço enquanto mexia seu quadril contra o meu e eu abafava meus gemidos contra seu ombro e aproveitava um pouco para apertar sua bunda redondinha, e não demorou muito e eu senti sua camisinha enchendo. Ele havia gozado.


- Deus.. Isso foi... Foi muito bom... – eu gemi um tempinho depois que meu coração se acalmou. 

- Muito bom é pouco. – retrucou tirando a cabeça de meu pescoço e segurando meu queixo com uma das mãos, ele uniu nossos lábios em um beijo calmo. O beijo foi rápido e ele logo largou meus lábios e desceu pela minha bochecha, passando pela minha mandíbula até o meu pescoço. Eu já podia ver os raios de sol começando a invadir a sala de seu apartamento, o dia já estava raiando e eu havia passado a madrugada toda acorda, e eu não me arrependia disso, nem um pouco.

- Edward... – eu o chamei e ele balbuciou algo enquanto beijava meu pescoço com calma. – Já amanheceu. – apontei. – Eu tenho que ir e procurar um lugar para ficar... –

- Não tem não... – e levou a boca até meu ouvido. – Você pode ficar aqui... Até porque depois desse sexo maravilhoso, eu não pretendo te deixar ir embora... – e ele mordiscou o lóbulo de minha orelha.

- Por mim eu também não iria. – admiti.

- Então fica. –

- E seu irmão? –

- Eu o coloco para fora, não se preocupe... –

- Vai colocar seu irmão para fora para que eu fique aqui? –

- Eu posso transar com você e não com ele, então sim, eu o colocaria para fora. – e eu gargalhei com a sua resposta.

- Você sabe que nós nem nos conhecemos direito, não é? Você pode ser um psicopata. –

- E você também. – rebateu. – Seremos dois psicopatas. – e ele roçou seu nariz ao meu. – E por falar em meu irmão... É melhor sairmos do sofá, se ele soube que nós transamos aqui ele me castra. -

- Por quê? –

- Porque ele diz que o sofá é o santuário dele para assistir aos jogos... – e eu balancei a cabeça rindo quando ele saiu de dentro de mim e se levantou. – Vem, vamos tomar um banho e descansar... –

Antes que eu pudesse sair do sofá, Edward me pegou no colo e me guiou até o pequeno banheiro e me colocou no chão dentro do box. Ele se livrou da camisinha usada, amarrando a ponta e jogando-a no lixo e veio para debaixo da água morna junto comigo. Nós tomamos um banho rápido, e ele se vestiu primeiro e foi até o meu carro pegar minha mala e assim que ele voltou eu peguei uma calcinha limpa e vesti junto com a camisa que ele havia separado para ele usar e ele me puxou para a sua cama. Onde foi quase difícil descansarmos, principalmente com um homem gostoso e insaciável desses... 

Epílogo


Salém, Massachusetts.
31 de Outubro de 2029.

Pov. Bella.

Onze anos haviam se passado desde aquela noite em que eu e Edward tentamos quebrar a maldição de minha família. Onze longos anos. O despertador tocou me acordando e eu simplesmente estiquei a mão, batendo nele fazendo-o para de tocar e escondi meu rosto no travesseiro tentando voltar a dormir e a voltar para o maravilhoso sonho que eu estava tendo. Eu não queria acordar, eu sabia que era cedo demais para acordar e sinceramente queria ficar o resto do dia na cama.

- Bom dia minha bruxinha linda... – e a voz de Edward soou em meu ouvido e eu não pude evitar sorrir ao sentir um beijo sendo dado em meu pescoço. – Hora de levantar preguiça. Temos que ir para o trabalho e daqui a pouco as crianças vão invadir o quarto querendo comer. – disse me abraçando forte e chupando de leve meu pescoço.

- Eu não quero levantar. Quero ficar aqui, está tão gostoso. – respondi levando a mão para trás e tocando em seus cabelos.

- Então porque não levantamos, alimentamos as crianças, elas vão para a escola e depois pegamos folga no trabalho e ficando o dia todo aqui na cama? –

- Excelente ideia. – disse me virando e vendo Edward me encarando sorrindo e eu puxei seus lábios aos dele, em um beijo apaixonado. – Bom dia meu amor. – e ele me abraçou forte, nos virando na cama.

Nós nos levantamos e como não pretendíamos sair de casa, continuamos com as roupas que havíamos usado para dormir e deixamos o quarto seguindo para a cozinha. Enquanto eu preparava o café da manhã, ele ia despertar as crianças, antes que elas se atrasassem para a escola e assim colocassem por água a baixo nosso plano de ficar na cama o dia inteiro.

Há onze anos, na manhã seguinte que tentamos fazer o feitiço para quebrar a maldição, nós deixamos a campina voltando para o carro, quando uma brisa forte nos atingiu, fazendo com que a coberta em meus ombros, voasse para o meio da rua e Edward fora buscar. Um carro vindo em alta velocidade quase o atingiu se não tivesse freado a tempo, a milímetros de acerta-lo e foi ali, que eu tive a total certeza de que a maldição havia sido quebrada.

Todos os amores da vida de minhas antepassadas morreram no dia seguinte após terem dormido juntos pela primeira vez. Com a mamãe foi o mesmo, no dia seguinte que ela dormiu com o homem que amava e ele fora atropelado e morrera na hora. Por pouco o mesmo destino não se impôs a mim e a Edward. Ele estava bem, ele não sofrera um arranhão e nós estávamos juntos. Onze anos juntos, sem quaisquer impedimentos das pessoas ou do destino.

- Mamãe... – e Andrew entrou na cozinha e se jogou em meu colo mal eu havia colocado um prato com panquecas na mesa. – Bom dia mamãe. –

- Bom dia meu menino. – e eu abracei meu menino e dei um beijo em sua bochecha gordinha. Andrew era o mais novo, com seis anos, um menino lindo. A cara do pai. Os mesmo cabelos arruivados e os mesmo olhos enormes e verdes esmeraldas. – Cadê sua irmã? – perguntei.

- A bruxinha mais linda do mundo está aqui. – e Edward disse entrando na cozinha com Wendy no colo.

- Bom dia minha menina. – eu coloquei Andrew em sua cadeira e me aproximei de Wendy, pegando-a do colo do pai.

Wendy era a mais velha, tinha dez anos, faltando poucos meses para completar seus onze anos. Eu havia engravidado de Edward alguns meses depois da maldição ter sido quebrada, e quando eu me formei no ensino médio eu já a esperava. Ela era linda, com os cabelos arruivados do pai, mas com os meus olhos cor de chocolate, e como eu, ela era uma bruxa, uma bruxa tão travessa quanto eu era.  Pelo menos ela não me causava dor de cabeça fazendo magia com as janelas abertas, já que eu e Edward havíamos nos mudado para a parte mais afastada do centro de Salém, e havia muito poucos vizinhos em nossa volta, tanto que ela podia fazer os cascalhos do jardim levitar que ninguém veria.

- Bom dia mamãe. – e ela me deu um beijo na bochecha.

- Bom, vamos sentar e tomar nosso café. – eu coloquei Wendy em sua cadeira e me sentei ao lado de Edward.

- Papai, nós vamos pedir doces hoje? – Andrew perguntou com a boca toda suja de mel.

- Vamos. – Edward respondeu rindo ao pegar um guardanapo para limpar a boca do filho.

Ao ouvir a resposta do pai, Andrew voltou sua atenção novamente as suas panquecas e nós terminamos nosso café vendo o menino se sujar todo enquanto comia simples panquecas. Enquanto Edward arrumava a cozinha, eu subi com as crianças e enquanto Wendy ia terminar de se vestir, eu ia dar um banho em Andrew, que se sabe lá como, tinha mel dentro de suas roupas.

Eu terminei de lhe dar um banho e o levei para o quarto para ajuda-lo a se vestir. Em menos de quinze minutos o ônibus estava buzinando do lado de fora, chamando as crianças da rua para irem para a escola. Nós três descemos e eles penduraram as mochilas nas costas, e após lhe dar seus almoços e um beijo na bochecha, eles seguiram para o ônibus e para a escola nós deixando sozinhos.

Mal o ônibus virou na esquina saindo do nosso campo de visão e Edward passou as mãos pelas minhas pernas, me colocando em seus ombros e fechando a porta da frente com o pé e subindo as escadas, enquanto eu simplesmente ria em seus ombros. Nós chegamos ao quarto e após fechar a porta com os pés mais uma vez, ele se aproximou da cama e me tirou de seus ombros e subiu em cima de mim. As minhas pernas se abriram prontamente para que ele se ajeitasse no meio de delas, e o foi o que ele fez, enquanto ele unia nossos lábios.

(...)

As crianças chegaram da escola perto das quatro horas e eu fui recebê-las na porta. Elas vinham animadas com um saquinho de doces em mãos que a escola havia dado a eles pelo Halloween. Eles entraram em casa um por um e após me dar um beijo, jogaram a mochila no primeiro degrau da escada.

- Muito bem, os dois para a cozinha para lanchar e depois banho para irmos pedir doces. – mandei e eles foram para a cozinha onde Edward estava sentado a mesa lendo um jornal.

- Por que nós temos que ir cedo? – Wendy reclamou se sentando na cadeira após ganhar um beijo do pai.

- Porque eu tenho planos para com a sua mãe à noite e vocês dois precisam estar dormindo. – ele reclamou e eu lhe dei uma tapa na nuca.

- É porque nós vamos à casa de suas avós. – respondi. Eu me sentei no colo de Edward enquanto eles comiam.

Eles terminaram de comer e subiram para fazer o que eu havia pedido banho e se vestirem para pedir doces e eu e Edward também seguimos para o andar de cima para tomar um banho e nos aprontarmos. Obviamente nós não iríamos fantasiamos, por mim, porque por ele iríamos ainda com fantasias de casais. Após estamos pronto, com roupas bem simples, até porque sabíamos que iríamos ter que correr atrás das crianças, principalmente de Andrew, nós descemos e ficamos sentados na sala esperando ele se vestir.

- Deixa eu te amostrar o que eu comprei ontem... – comentei com ele pegando um embrulho na minha bolsa que estava jogada na sala desde o dia anterior.

- Para mim? – perguntou quando entreguei o embrulho.

- Abre! – disse simplesmente e ele abriu tentando não rasgar o papel.

- Achei que fosse dar a ela apenas no aniversário de onze anos. – respondeu vendo o grimório branco com um pentagrama negro na capa. Ele abriu encontrando as páginas em branco.

- E ia. Mas Wendy é esperta, ela já esta mais avançada do que eu quando tinha a idade dela. Acredito já estar na hora de ela começar a escrever suas experiências com a magia. –

- Bom, ela está vindo ai. – respondi colocando o livro dentro do embrulho de novo.

- Estamos prontos. – e os dois se postaram em nossa frente e foi difícil não sorrir. Wendy estava vestida de Dorothy, com o vestido azul, sapatinhos vermelhos e o cabelo preso em duas tranças e Andrew fantasiado de leão, ambos do Mágico de Oz. 

- Vocês dois estão tão fofos. – respondi sorrindo. – Mas antes de irmos... Wendy senta aqui que a mamãe tem um presente para você... – e ela sentou no meu colo e Edward pegou Andrew. – A mamãe comprou isso aqui para você meu amor... – e eu entreguei o embrulho a ela. Ao contrario de Edward, ela rasgou o embrulho revelando o livro.

- Obrigada mamãe... – e ela abriu o livro revelando as páginas em branco.

- Aqui você escreve todas as suas experiências com a magia... –

- Mas mamãe... A vovó disse que nós só ganharíamos nosso grimório aos onze... –

- Bom, a regra pode ser quebrada quando temos uma bruxinha inteligente demais para a idade dela. – e eu apertei seu nariz e ela riu. – Mas sabe que não pode amostrar a ninguém, não sabe? –

- Eu sei mamãe... –

- Ótimo. Então coloque ai e vamos para a casa de sua avó. – e eu a coloquei no chão e me levantei. – E vem cá meu leãozinho... – disse pegando Andrew no colo.

Edward se levantou e nós saímos de casa, as crianças foram postas no banco de trás do carro, bem presas em seus cintos e nós entramos no da frente. Nós marcamos todos na casa de minha mãe, e Esme e Carlisle já estavam lá. O caminho da nossa casa para a casa de minha mãe, foi no total de quinze minutos com ele dirigindo devagar já que as ruas estavam cheias de crianças atrás de doces.

Não demorou muito e nós chegamos à casa de minha mãe. Edward estacionou no meio fio e nós descemos do carro, pegando as crianças atrás de nós. Nós pegamos as crianças, as colocando no chão e elas saíram correndo para o casal sentado nos degraus da varanda.

- Tia Alice... Tia Alice... – e eles saiam gritando e eu ria.

- Oi meus amores. – e ela abriu os braços e eles se jogaram em seu colo e ela os abraçou. – Mas que crianças mais lindas... – e ela deu um beijo na bochecha dos sobrinhos.

- Oi Allie... – eu me aproximei dela. Alice estava fantasiada de Sally, do estranho mundo de Jack. Alice estava agora no auge dos seus dezesseis anos, mais linda e mais esperta na magia do nunca. – Oi Jasper... – cumprimentei o namorado de Alice,  que estava fazendo par com ela, fantasiado de Jack, o qual ela podia amar sem o medo que eu sentia na idade dela.

- Oi Bella... Oi Edward. –

- E ai Jasper... E ai baixinha? –

- Eddie. – e ela se levantou e o abraçou forte. – Seus pais já chegaram... – avisou o soltando. – Por que vocês dois não vão lá ver os vovôs e as vovós e ai nós vamos pedir doces? –

- Doces... – e as crianças gritaram e entraram em casa berrando pelos avós.

- Jasper, porque seu punho está roxo? – Edward perguntou vendo um hematoma em seu punho, que o terno não cobria.

- Alice me acertou com uma bola de energia de novo. – reclamou e nós dois rimos. Jasper sabia de Alice, aliás, os dois já sabiam de absolutamente tudo.

- Foi um acidente. Eu tinha mirado na Irina que estava dando em cima dele, ele que colocou o braço na frente. – reclamou e nós dois gargalhamos.

- Vem amor, vamos entrar e deixar os dois se entenderem... – eu peguei a mão de Edward e nós entramos em casa. – Mãe? – chamei e ela saiu da cozinha com uma travessa de biscoitos em formato de abobora em mãos.

- Oi menina... Oi Edward. – e eu me aproximei dela e lhe dei um beijo.

- Oi Renée. – e Edward pegou a travessa que minha mãe estendeu para ele e levou para a sala onde seus pais estavam. Até Carlisle e Esme já sabiam o que nós, as Swan, eram, também foi difícil de esconder quando eles viram Wendy criando uma fagulha de energia nas mãos.

- E ai, mãe? E Phil? – questionei e ela sorriu bobamente.

- Na sala. – e ela passou o braço por sobre meus ombros e nós seguimos para lá, onde todos estavam reunidos em volta de uma mesa com guloseimas. Alice e Jasper estavam sentados no chão, ao lado de Edward. Andrew e Wendy estavam nos colos de Carlisle e Esme, enquanto Wendy criava uma bola de luz de novo. Phil estava no sofá com a pequena Amber dormindo em seu colo.

- Sabe mãe... Eu me recordo bem do dia de hoje de onze anos atrás, quando a senhora disse que o feitiço ia dar errado... – comentei olhando para Phil. Cinco anos depois que a maldição havia sido quebrada, ela apareceu namorando o novo curador do museu das bruxas de Salém e em menos de um ano eles se casaram e há quatro anos tiveram a Amber.

- Eu estava errada. – admitiu. – Mas saiba que fiz aquilo por medo de você passar pelo que todas nós passamos tentando quebrar aquela maldição. –

- Veja o lado bom... Nem você, Alice, Wendy e nem mesmo a Amber que ainda não conseguiu fazer nada, precisam ficar mais com medo de amar alguém... –

- Sim. Obrigada meu amor. – e ela me abraçou pelos ombros e me deu um beijo na testa.

- Hey, vocês duas vão ficar ai ou vão se juntar a nós? – Phil perguntou nos encarando.

- Já estamos indo, homem... – mamãe reclamou e nós nos aproximamos dele. – Cadê meus amores? –

- Vovó. – Wendy e Andrew se levantaram e vieram até ela.

- Oi Phil. – eu dei um beijo na bochecha de Phil.

- Oi menina. – e dei outro na bochecha da pequena Amber, que dormia profundamente no colo do pai.

- Oi Esme... Oi Carlisle... –

- Oi Bella... – e eles se levantaram e me deram um abraço apertado cada um e eu me sentei ao lado de Edward no chão.

- Algum problema com a sua mãe? – ele perguntou passando um dos braços por sobre meus ombros.

- Não. Só estávamos nos lembrando de tudo o que conseguimos depois que alguém me convenceu a quebrar certa maldição. – comentei e ele levou os lábios para próximo aos meus ouvidos.

- Sempre que precisar de um boneco de testes para seus feitiços ou de um consorte para quebrar uma maldição... Pode sempre contar comigo... – e ele beijou minha bochecha. – Estou disposto a ir a onde for por você. Sempre estive e sempre estarei... – e eu me aconcheguei mais perto dele. – Eu te amo... –

- Eu também te amo. – e ele me deu um beijo rápido.

Seria clichê e meio infantil falarmos que fomos felizes para sempre, mas era a pura verdade. Nenhuma Swan precisava ter medo de amar de novo, nós podíamos ser felizes com os homens que escolhêssemos, sem nunca precisarmos afasta-los de novo, e aos poucos as bruxas existentes em Salém foram aumentando, sendo mais cautelosas do que nossas antepassadas, até porque, ninguém queria novos julgamentos e maldições em Salém de novo. Não é?

Questa Nostra Stupida Canzone D'Amore.


Sinopse

Edward e Bella se conhecem no final da copa de 2006, e de uma conversa um relacionamento surge. Um relacionamento que dura doze anos. 


Doze anos juntos, morando juntos, e nada de um passo a mais ser dado. Isabella trabalha em uma industria química em Roma e Edward é um cantor que ao mesmo tempo que tenta conseguir um bom contrato, canta em bares noturnos de Roma. Uma oportunidade de emprego na Pyongyang, na Coréia do Norte chega até Edward como um soco dado pela realidade. E como Edward não deseja dar um próximo passo, Isabella fica tentada em aceitar o emprego na Coreia do Norte. 



E agora? Edward irá deixar o amor da sua vida ir embora? Isabella realmente irá aceitar o emprego?

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

We Wish You a Merry Christmas - Capítulo Único.


We Wish You a Merry Christmas.

POV. Isabella.
24 de dezembro de 2017.

Eu acordei dando um salto da cama, eu estava incrivelmente atrasada, o que não era nenhuma novidade, mas hoje eu conseguia estar mais atrasada do que de costume. Levantei da cama em um pulo e tomei um banho rápido enquanto lavava o cabelo e o corpo, eu escovava os dentes junto. Vesti-me o mais rápido que conseguia e desci as escadas correndo.

- Gregory e Lorenzo acordem. – gritei batendo na porta dos dois e desci as escadas correndo e tropeçando nos últimos degraus o que me fez cair no chão.

- E o dia não começa bem se Isabella não cair no chão. – e eu ouvi a voz de Greg vinda do topo da escada e uma gargalhada vinda lá de cima também.

- Engraçadinhos vocês dois... Andem, tomar café logo antes que nos atrasemos. – resmunguei me colocado de pé e conferindo se não havia machucado meus joelhos. Eu corri para a cozinha e taquei algumas fatias de pão dentro da torradeira enquanto pegava os potes de geleia e a jarra de suco na geladeira. Eu me virei e dei de cara com dois meninos loiros parados próximos a porta igual a duas assombrações e para piorar a situação eles estavam trajando a mesma roupa.

Nós engolimos basicamente sem mastigar as torradas com geleia de pera e para empurrar um copo de suco de laranja. Enquanto eles iam pegar suas mochilas e escovarem os dentes, eu coloquei a louça na pia, lavaria quando voltasse do trabalho, e guardei as coisas na geladeira e corri para cima de novo. Escovei os dentes rapidamente e vesti meu casaco grosso, colocando a touca na cabeça e o cachecol em volta do pescoço e puxei minha bolsa e desci as escadas gritando pelos dois de novo, e quase caindo aos pés da escada de novo.

Enquanto os dois desciam eu peguei as lancheiras com seus nomes, eu não tinha tempo para preparar seus almoços e simplesmente joguei uma maçã, uma barrinha de cereal e dez dólares em cada e as fechei e ao sair da cozinha de novo, dei um sobressalto para trás ao ver as duas pequenas entidades paradas lado a lado de novo na porta da cozinha.

- Muito bem... Toma Lorenzo e Gregory. – e estiquei as lancheiras e eles se entreolharam.

- Eu sou o Greg e ele é o Lorenzo. – a assombração da direita disse reclamando.

- Desculpa. – e eu inverti as lancheiras e eles gargalharam.

- É brincadeira, eu sou o Lorenzo. – e a assombração da direita pegou a lancheira com seu nome enquanto a assombração da esquerda pegou a sua.

- E ainda diz que é nossa irmã... –

- Idiotas... – e eu dei um pescotapa nos dois e eles saíram do apartamento rindo.

Eu peguei as chaves do meu velho fusca azul e tranquei a porta atrás de mim, nós pegamos o elevador até o primeiro andar e saímos até o carro parado no meio fio. Eu abri a porta do carro e abaixei o banco e os dois se enfiaram no banco de trás e eu puxei o da frente de novo. Enfiando-me ali dentro. Nós já estávamos muito atrasados, eles para o último dia de aula e eu para o trabalho. Eu dirigi o mais rápido que podia e que essa lata velha conseguia.

Quando chegamos à escola deles, todo mundo já havia chegado e só tinha a diretora na porta – que me encarava feio - e reclamando que até no último dia de aulas antes das férias de inverno eu consegui trazer os dois atrasados. E para não mandar a diretora dos meus irmãos à merda, eu simplesmente os empurrei para ela e entrei no carro correndo para o trabalho.

Já era de se esperar que eu chegasse atrasada no trabalho e também já era de se esperar que mal eu colocasse os pés no andar onde eu trabalhava e meu chefe já estaria de pé ao lado da minha mesa. É... Eu seria demitida as vésperas do natal.

- Você sabe que horas são? Ou eu devo te ensinar a ver as horas? – perguntou arrogantemente como sempre e com os braços cruzados sobre o peito.

- Sim, senhor Cullen, eu sei ver as horas, e já me falaram que horas eram quando fui deixar os garotos na escola. – respondi jogando minha bolsa em cima da mesa.

- Eu fico me perguntando se vai existir um dia que você chegue no horário. – e ele girou em seus calcanhares e entrou em sua sala.

E o dia se passou com problemas atrás de problemas, já não bastasse eu ter chegado atrasada ao trabalho o dia hoje estava indo de mal a pior, pelo visto não podia piorar. O senhor Cullen estava tendo reunião atrás de reunião, com novos autores e com a sua equipe para ver qual próximo livro seria o estouro de vendas. Para piorar o dia já fodido eu recebi uma ligação da escola dos garotos, onde a diretora disse ironicamente: já não bastava você ter conseguido trazê-los atrasados no último dia de aula, eles conseguiram pegar suspensão de uma semana no último dia de aula, e para piorar a situação eu teria que busca-los e trazê-los para cá, já que não tinha mais ninguém para olhar os dois até o fim do meu expediente e as duas assombrações não podiam ficar sozinhas em meu apartamento.

- Eu juro que eu ainda mato vocês... Eu não vou chegar aos trinta anos sem ter ido para a cadeia. – eu reclamava enquanto eu os puxava pelas orelhas até o meu fusca. – Que merda vocês têm na cabeça para saírem no soco com o filho dos Stanley no ultimo dia de aula? – perguntei quando eles entraram no carro e eu entrei no banco do motorista. – Vocês têm que levantar as mãos para o céu e agradecerem por não terem sido expulsos no último dia de aula do ano. – reclamei ligando o carro e vendo que ele não dava partida. – Por favor, não morra agora... – pedi girando a chave de novo e nada.

- Você tem que trocar de carro, Bella. – e Lorenzo disse no banco de trás.

- Só se eu vender o rim dos dois no mercado negro. – reclamei.

- E o seu salário em? – e eu o encarei.

- Não sei se você se recorda, mas eu estou sustentando duas crianças que comem como se o mundo fosse acabar. –

- E por falar em comida... Eu estou com fome. – e Greg reclamou e eu encostei a cabeça no volante. Deus, eu quando eu digo que o dia não pode piorar, é uma observação e não um desafio.

Mas parecia que Deus pouco se importava comigo no momento e estava a fim de me desafiar para ver até onde eu conseguiria chegar. Mas eu já lhe aviso Deus, não chego a muito longe. Depois de mais de dez minutos tentando eu consegui finalmente fazer o carro pegar e segui para o trabalho e para deixar os dois bem quietinhos pelo final do dia, eu comprei um lanche para eles e torcia para que o senhor Cullen ter ido embora ou ter tomado o chá de bom chefe e não me matar por levar duas crianças para a editora.

Mas como eu havia dito, Deus estava tentando me desafiar e a situação piorou. Jasper, um dos editores atrapalhados fez o favor de esbarrar em mim e derrubar café quente em meu suéter azul. Cheguei a minha mesa e coloquei os dois sentados no chão antes que derramassem seus lanches no sofá de couro e tratei de me livrar do suéter molhado, manchado e com cheiro de café.

- Hãn... Isabella... – ouvi a voz de Greg.

- Que? – perguntei com o suéter preso na cabeça.

- Senhorita Swan... – e eu ouvi a voz do senhor Cullen.

- Greg, a blusa ficou presa no suéter não ficou? –

- Ficou. – e eu desisti de tirar o meu suéter e abaixei os dois, vendo o senhor Cullen me encarando furiosamente.

- Desculpa. –

- Por? Por tirar a roupa no meio da sala ou por trazer seus filhos para cá? –

- Não são meus filhos. – disse simplesmente e tirando o suéter de outro jeito, começando pelas mangas.

- Raptou as crianças? –

- Claro que não. – respondi tirando o suéter e vendo que minha camisa havia ficado apenas com o cheiro do café e não manchada. – Tanto que caso alguém queira leva-las eu até deixo... –

- Rá rá rá. – e os dois disseram ironicamente.

- Então? –

- São os meus irmãos. – respondi simplesmente. – Eles fizeram o favor de serem suspensos no último dia de aula, e eu não tinha com quem deixa-los. –

- Seus pais? –

- Então, acontece que mortos não podem tomar conta de crianças... – disse meio sem jeito e baixo e ele me encarou piscando por alguns segundos até voltar a falar.

- Está cuidando deles sozinha? – assenti. - Tudo bem... Só controla os dois para não fazerem escândalo ou quebrarem nada... – e ele entrou novamente.

- Ouviram não é? Em silêncio e quietos. – e eu me sentei em minha cadeira religando o meu computador.

- E nós vamos fazer o que? – perguntaram juntos.

- Isso aqui é uma editora. De livros. – apontei para os vários manuscritos em cima de minha mesa. – Pegue um e leia. – mandei e vi na tela um novo e-mail piscando com o nome de urgente.

- A propósito, você já amostrou o seu manuscrito ao seu chefe? – Lorenzo perguntou vasculhando a pilha na minha mesa.

- Ninguém sabe daquilo e ninguém vai saber. Não era nem para vocês dois saberem, mas são duas pestes que ficam vasculhando o quarto alheio. – resmunguei. – Agora fiquem quietos. – pedi e por ironia do destino eles ficaram quietos, cada um com um livro em mãos.

O resto do dia de trabalho aconteceu sem nenhum imprevisto ou problema, eu ficava meio receosa quando tinha que ir até a sala do senhor Cullen lhe entregar algum documento ou participar de alguma reunião com ele e deixar os dois do lado de fora sozinhos, mas graças ao bom Deus, eles se comportaram como um par de anjos, que eu sabia que eles não eram e estavam bem longe de ser.

No horário de sempre meu expediente acabou e eu pude ir para o meu apartamento com eles, parecia que as horas que havíamos passado dentro da editora haviam servido para a temperatura e a sensação térmica caírem cada vez mais. Estava completamente frio do lado de fora e tudo coberto por uma nova camada fina de neve, já que havia voltado a nevar durante a tarde.

Chegamos ao apartamento e eu só voltaria a pisar na editora de novo no dia 26 e ainda não sabia com quem deixaria os garotos enquanto eu ia trabalhar, já que tanto a escola quanto as suas atividades extracurriculares já haviam entrado em recesso. Assim que cheguei ao meu apartamento, eu não iria descansar como desejava, não eu tinha muita coisa para fazer, amanhã era dia de natal e como sempre eu havia deixado tudo para cima da hora, pelo menos no quesito de enfeitar, porque comprar eu havia comprado tudo com antecedência. E eu não podia deixar os gêmeos enfeitando tudo sozinhos, eu tinha que ficar de olho para que não acabasse fazendo merda.

Eu os deixei enfeitando o pinheiro de natal enquanto ia tirar o peru da geladeira, eu havia o tirado do freezer ontem à noite e ele ainda estava duro como pedra, e parecia que não iria descongelar até amanhã de manhã. E eu recorri a minha última opção, coloquei o peru duro na água e deixaria que ela fizesse o trabalho que ele deveria fazer sozinho.

Eu estava exausta, cansada e louca para tomar um banho bem quente e cair na cama e dormir por um milênio, mas quando o barulho de algo quebrando soou vindo da sala eu tive que correr até lá e ver se os dois não estavam se matando. E graças a Deus não, eles só haviam deixado uma bola de enfeite da árvore cair e ela se quebrou, peguei a pá debaixo da pia da cozinha e catei os cacos, embrulhando-os em jornais velhos e jogando no lixo.

Todos nós três estávamos cansados. Mandei-os subirem para tomar um banho e irem para a cama, e que eu terminaria de montar a árvore, e eles foram deixando a árvore montada pela metade e eu subi após trancar a porta para tomar um banho.

Esse era o primeiro natal com nós três sozinhos desde que nossos pais morreram, eu tinha que fazer um natal descente para eles, mamãe sempre fez uma festa de natal de dar inveja aos vizinhos e agora pelo visto essa obrigação ficou para mim, justo para a garota destrambelhada que não conseguia nem programar o despertador para o horário certo.

Terminei meu banho e após me vestir de forma que ficasse bem quente, eu conferi se os dois já estavam na cama e tratei de descer novamente para terminar de enfeitar os cômodos. Eu não podia decepcionar os dois, principalmente nessa época. Sozinha, me arrastando e me entupindo de café bem quente e com bastante açúcar, eu enfeitei tudo para o natal, terminei de enfeitar as árvores, pendurei as, agora, três meias na lareira, e embrulhei os presentes deles, tanto os meus quanto os que os parentes distantes haviam mandado e eu tinha escondido no porta-malas do meu carro, e quando terminei tudo já se passavam das três da manhã e eu estava mais cansada do que antes.

Eu teria que acordar daqui a pouco para começar a preparar a comida da ceia de natal, então eu simplesmente deitei um pouco no sofá em frente a lareira acesa e me cobri com uma manta e não demorou muito e eu apaguei.



Eu acordei no dia seguinte com barulhos na sala e eu levei as mãos em punhos até os olhos os coçando e logo em seguida passando as mãos pelo rosto e finalmente abrindo os olhos. Gregory e Lorenzo estavam sentados no chão da sala, ainda com seus pijamas e com alguns bonecos de ação da Marvel e DC a sua frente, e eu havia embrulhado todos os presentes, e não tinha aqueles brinquedos ali.

- Hey... – e eu chamei a atenção dos dois. – Que bonecos são esses? – questionei.

- Bom dia Bella adormecida... – e eu ouvi a voz dele vinda de trás do sofá, eu me virei um pouco e vi que Emmett estava parado ali com as mãos apoiadas no aparador atrás do mesmo, com o mesmo sorriso debochado e com alguns cabelos brancos na lateral da cabeça.

- Tio Emmett? – perguntei confusa e me sentando no sofá. – Quando chegou? Quem abriu a porta? – perguntei passando as mãos pelo rosto novamente.

- Hoje cedo e eles abriram... – respondeu dando de ombros. Tio Emmett era o tio rico que só aparecia no final do ano e que toda a família tinha. Era incrível, desde criança ele só aparecia nos natais com presentes absurdamente caros e depois disso sumia no mundo por um ano até reaparecer. Tanto que ele não apareceu nem no enterro do próprio irmão.

- O que faz aqui? – perguntei.

- Eu só vim dar uma passadinha. Tenho um compromisso hoje à noite e não vou poder ficar para a ceia. – aliás, ele nunca podia, vinha apenas pela manhã, distribuía seus presentes caros e sumia. – Já dei o presente dos meninos, não quis lhe acordar e o seu está debaixo da árvore... –

- Obrigada tio. – disse simplesmente.

- Agora eu tenho que ir. – ele se debruçou um pouco sobre as costas do sofá e me deu um beijo no topo da cabeça. – Venham cá pirralhos, o tio está indo embora... – os dois largaram seus brinquedos e sem falar nada, receberam um abraço e um beijo no topo da cabeça do tio, que partiu logo em seguida. Ninguém comentava nada ou pedia para ele ficar, todo mundo sabia que ele não ficaria mesmo.

- Que horas são? – perguntei após a porta ser fechada e eles voltarem a atenção aos seus brinquedos caros.

- Onze e meia... – responderam juntos.

- Puta que pariu... – gritei comigo mesmo e tentei sair do sofá correndo, e consegui apenas embolar meus pés na coberta e ir de cara ao chão.

- Bella sendo Bella... – responderam juntos e eu tratei de ignora-los e corri para o andar de cima.

Eu simplesmente fiz a minha higiene e lavei meu rosto e prendi meu cabelo de modo que ele não me incomodasse e voltei a descer as escadas correndo e escorregando no último degrau e conseguindo ficar de pé. Eu corri para a cozinha onde requentei o café que havia sobrado de ontem e engoli junto com uma torrada seca e comecei a preparar a ceia de natal. Alice chegaria daqui a pouco, ela seria a única convidada que teríamos esse ano, mas mesmo assim eu não fazia por ela, eu fazia pelas duas assombrações que estavam na sala vendo televisão.

Eram por volta das três da tarde quando a campainha tocou, o peru, que graças a Deus, tinha descongelado, não todo, mas a sua maioria já estava no forno, melhor tinha acabado de ir para o forno e eu estava cheia de farinha enquanto começava a fazer a casa de gengibre e alguns coockies. Eu nem me dei ao trabalho de ir até a porta, os gêmeos a abriram e em dois segundos Alice apareceu na porta da cozinha.

- O que aconteceu aqui? – perguntou ao ver a cozinha um verdadeiro caos.

- Eu estou correndo o mais rápido que consigo. O peru já está no forno, a massa da casa de gengibre já está sendo feita, mas ainda tem tanta coisa pra fazer... – resmunguei.

- Isabella respira. Somos apenas nós quatro, não precisa fazer comida para um batalhão. – resmungou, mas mesmo assim se livrou de seus agasalhos e colocou um avental vindo me ajudar.

Alice me ajudou a preparar a ceia de natal e nós duas não paramos um minuto sequer, sempre correndo para cima e para baixo na cozinha, nos esbarrando enquanto preparávamos acompanhamentos. Mas tudo estava saindo quase perfeito. O peru estava quase pronto.

Finalmente por volta das sete da noite tudo já estava pronto, os gêmeos já haviam posto a mesa para nós e já haviam tomado banho. O peru estava apenas terminando de dar aquela dourada e logo seria servido e enquanto ele dourava, eu ia tomar um banho e me vestir, até porque eu estava podre de tão suada que estava.

- Crianças coloquem o peru na mesa, por favor. – Alice pediu enquanto eu descia as escadas após um banho.

- Sai Lorenzo ela mandou a mim... – Greg reclamou.

- Não. Ela mandou a mim. – e Lorenzo rebateu.

- Parem com isso os dois e coloque logo essa travessa a mesa. – Alice resmungou e eu entrei na cozinha, os dois estavam puxando a travessa para si, gritando que o pedido havia sido para um e não para o outro.

- Dá para os dois pararem? – perguntei e eles continuaram a puxar a travessa com força. – Deem-me isso aqui. – e antes que pudesse pegar a travessa das mãos dele, Gregory puxou com força e Lorenzo soltou.

Como em câmera lenta, os braços de Gregory foram para cima de sua cabeça e para trás, junto com a travessa e o peru pronto e com uma aparência digna de um chef com três estrelas Michelin. E por ironia do destino, a janela da cozinha estava aberta. Eu e Alice havíamos a aberto no meio do processo de preparação da ceia, já que com o forno ligado e quase que todas as bocas do fogão também, havia ficado quente e abafado demais dentro da cozinha.

E mesmo morto e assado, o peru voou pela janela, eu e Alice corremos para a mesma para tentar ver aonde ele tinha caído, mas estava escuro demais, e ele se perdeu na noite. E no momento eu não sabia se me matava, matava meus irmãos, ou se simplesmente me jogava no chão chorando em posição fetal.



Eu estava cheia de frio com uma lanterna em mãos iluminando a espécie de beco embaixo da minha janela da cozinha, e com o celular na outra enquanto falava com Alice. Ela vigiava as crianças lá em cima e eu procurava o peru fujão aqui embaixo na esperança de ele ainda estar vivo. Não literalmente, mas...

- Nada? – ela perguntou do outro lado da linha.

- Nada e agora? –

- Suba, matamos seus irmãos e servimo-los assados. –

- Hey. – e os protestos indignados deles soaram pelo telefone.

- Vocês tratem de ficarem quietos porque a culpa é de vocês. – ralhou ela como se esquecessem de que eu estava na linha.

- A culpa foi do Lorenzo, a senhora mandou a mim e ele se meteu e... –

- Chega. – Alice cortou. – Sobe Bella, sai desse frio. –

- Estou indo. – e eu desliguei o telefone. Eu guardei o mesmo no bolso do casaco grosso, eu havia me esquecido de minhas luvas e minhas mãos estavam congelando. Desliguei a lanterna e me virei para sair do beco e acabei esbarrando em alguém. – Desculpa... – pedi e levantei o rosto vendo quem era a pessoa em que eu havia esbarrado. – Santo Cristo. – resmunguei.

- Garota você me persegue? – e a voz de meu chefe soou pelos meus ouvidos.

- Isso quem tem que perguntar sou eu. Eu moro aqui. – resmunguei.

- Você mora aqui? – perguntou encarando o beco atrás de mim.

- É. – resmunguei e ele ergueu a sobrancelha. – Quer dizer, eu não moro no beco, eu moro nesse prédio. –

- E o que você está fazendo nesse beco há essa hora? –

- Procurando um peru voador. –

- Esse é o nome que vocês mulheres dão a um pinto? – e eu o encarei confusa.

- Não. Eu estou falando de um peru, ave, bicho, morto e que voou. –

- Se ele está morto como ele pode voar? –

- Meus irmãos jogaram sem querer pela janela, e eu vim ver se ele ainda estava vivo... – e ele arqueou a sobrancelha de novo. – Quer dizer... Inteiro... – e eu suspirei engolindo o choro. – E o que o senhor está fazendo aqui? –

- Vim visitar um conhecido e... – ele ergueu um saco de peru. – Não queria ficar em casa sozinho e não me dou bem com a minha família, então... – deu de ombros.

- Então se me dá licença, eu vou matar meus irmãos e servi-los assados com uma maçã na boca. – e eu me virei para ir para a entrada do prédio e ele me segurou pela mão, me impedindo de entrar nele.

- Espera... Suas mãos estão frias. – comentou e eu as puxei de novo, tirando-as de dentro de suas mãos, também descobertas pelas luvas, e enfiando-as em meu casaco.

- O que? – e ele suspirou.

- Eu menti. Eu não vim visitar nenhum conhecido, primeiro porque não tenho nenhum conhecido nesse bairro e nem amigo algum. –

- Então se perdeu? –

- Eu fiquei pensando na nossa conversa de dois segundos de hoje cedo... –

- A que você reclamou por eu ter chegado atrasada? –

- A de você cuidar dos seus irmãos sozinha... – explicou suspirando de novo. – Eu não sabia que estava cuidando e criando duas crianças sozinhas, obviamente isso explica seus atrasos... Eu me senti mal e vim aqui me desculpar com você e vi o peru voador, então eu voltei até a minha casa e peguei o que estava lá e que não seria usado, já que eu não faço nada disso no natal... – respondeu e colocou o peru pesado em meu colo.

- E como você descobriu onde eu moro? –

- Eu não sei se você se lembra... Mas você preencheu uma ficha com o seu endereço quando se candidatou ao emprego. –

- Bem lembrado... – retruquei. – Mas realmente não precisa... Um dos principais motivos para eu não ter dito que crio meus irmãos sozinha é para ninguém me olhar com pena ou achar que eu estou precisando de caridade... – e eu tentei devolver o peru e ele não aceitou.

- Primeiro que isso não é caridade. Eu não ia usar, Elizabeth comprou para mim e eu não celebro o natal, iria se estragar. E segundo eu não estou te olhando com pena... –

- Não sabia que tinha uma namorada... –

- Elizabeth é minha governanta... –

- Entendi. –

- Bom. Já pedi desculpas e já fiz minha boa ação de natal que não havia planejado. – e ele se virou para caminhar para o seu carro e foi a primeira vez que eu notei que seu Audi novinho estava parado no meio fio, e ele apertou o botão junto às chaves para destravar o mesmo.

- Espera... Vai para onde? – perguntei.

- Para a minha casa? –

- Fazer o que? –

- Nada. – disse simplesmente.

- Então me deixe fazer a minha boa ação de natal não planejada... – e ele arqueou uma sobrancelha. – Passa a noite de natal aqui com a gente... –

- O que? –

- Você disse que não tem amigos e que não fala com a sua família. Passa o natal aqui conosco. – ele me encarou por alguns segundos e apertou o botão para destravar o carro de novo.

- Tudo bem... – ele guardou as chaves no bolso da calça e pegou o peru pesado de minhas mãos e entramos no prédio. Nós dois pegamos o elevador em silêncio até o nono andar e eu abri a porta do apartamento onde Alice dava um sermão para as duas pequenas assombrações.

- Alice. – a chamei e ela me encarou.

- Foi procurar pelo peru e achou um cara... –

- Alice cala a boca. – mandei fechando a porta e tirando o meu casaco. – Este é Edward, meu chefe... – expliquei. – Edward, essa é Alice, minha amiga e os gêmeos Gregory e Lorenzo. – apresentei. – E ele trouxe um peru... Dá tempo de assa-lo? –

- Depende, pesa quanto? – e eu olhei para a embalagem.

- 5 kg. –

- Apenas cinco horas. – Alice disse ironicamente e eu respirei fundo. Eram por volta das 21:30h, ele provavelmente iria ao forno apenas as 22h, ou seja, só ficaria pronto as três da manhã.

- Se eu ver algum dos dois nas próximas cinco horas eu juro que quebro um por um seus bonecos de ação. – respondi.

Deixei Edward com as crianças na sala e fui para a cozinha com Alice para temperar o peru e coloca-lo ao forno e voltamos para a sala, onde encontrei com Edward sentado no chão com os gêmeos enquanto os três brincavam com os bonecos de ação de Greg e Lorenzo. Exausta eu me joguei no chão e vi que o presente de tio Emmett ainda estava embrulhado debaixo da árvore mais eu abriria depois.

Cansados de brincar com os brinquedos e já cansados, Greg e Lorenzo deitaram no sofá assistindo ao especial de natal da BBC e Alice engatou em uma conversa com Edward sobre livros. Gregory e Lorenzo acabaram dormindo no meio do especial de natal e Edward me ajudou a coloca-los em suas camas.

- Qual é o problema? – ele perguntou após fechar a porta do quarto das crianças.

- Eu só queria que hoje saísse tudo perfeito, mas parece que nada do que eu faço dá certo... –

- Por quê? Só porque o peru voou pela janela e agora tem que esperar até de madrugada para ficar pronto? Isso não significa que não tenha dado certo, quer dizer apenas que ocorreu um imprevisto. –

- Por que não fala mais com seus pais? – perguntei trocando de assunto e ele suspirou.

- Eles nunca me apoiaram quando eu queria trabalhar com livros. Nunca. E eu saí de casa cedo para poder seguir meu sonho e conforme eu ia me subindo na profissão eu ia deixando a família para trás e... Uma coisa levou a outra... – deu de ombros. – E seus pais? –

- Acidente de carro. – dei de ombros. – E ai eles vieram morar comigo. –

- Você está fazendo um belo trabalho, e eu não digo isso para todo mundo... –

- Eu sei... –

- Não é só porque o natal não deu certo, não quer dizer que você não está se saindo bem. –

- Acho que eu nunca ouvi uma palavra gentil vinda de você... – retruquei. – Quer um conselho? – e eu não esperei que ele respondesse. – Aproveita a época de festas e tenta fazer as pazes com seus pais... – e eu o encarava. – Não espere perdê-los para dar conta da burrada que fez ao se afastar... –

- Quer ir comigo amanhã? –

- Se você não sabe, eu trabalho amanhã... –

- E eu sou seu chefe, posso lhe dar folga... –

- Onde? –

- Vancouver... –

- Canadá? – assentiu. – Se eu arrumar alguém para ficar com as crianças... –

- Hey... – e Alice apareceu no corredor. – As crianças já dormiram, está na hora do álcool... – e ela balançou uma garrafa de vinho em mãos e nós fomos para a sala.

Nós sentamos no chão da sala mais uma vez, com a lareira nos aquecendo e enquanto o peru assava no forno, nós viráramos o vinho enquanto Alice falava merda como sempre e pela primeira vez eu havia visto Edward descontraído e rindo.



Ao acordar no dia seguinte eu sentia uma puta dor de cabeça, o despertador apitava a hora que eu tinha que levantar para o trabalho e eu simplesmente tirei a mão debaixo das cobertas quentes e bati no despertador o silenciando e quando tentei me ajeitar na cama, para tentar dormir mais cinco minutos eu senti um peso em meu corpo.

- Então é por isso que você sempre se atrasa... – eu ouvi a voz de Edward próxima a minha nuca e devagar eu me virei na cama, e ele tinha a cabeça próxima a minha, seu braço abraçava meu corpo e ele estava sem camisa. – Você sempre coloca mais cinco minutos no despertador... – respondeu sem abrir os olhos e eu levantei o edredom e me descobri nua.

- Nós... –

- Transamos... – respondeu e me puxou para mais perto de meu peito. – E você não estava nem um pouco bêbada... – e ele se aninhou mais perto de mim. – E basicamente me atacou... – ele subiu com a mão pelo meu pescoço e virou meu queixo e unindo meus lábios aos dele em um beijo calmo e uma luz apitou em meu cérebro.

- Edward... – e eu virei à cabeça, interrompendo o beijo. – Alguém desligou o forno? – e como se ele tivesse se tocado que havíamos colocado o peru no forno ontem à noite ele me encarou com os olhos arregalados. Eu levantei da cama, me enrolando no lençol e corri até a porta. – Alice? – eu cheguei até a sala onde ela dormia agarrada a uma almofada. Ela não se mexeu e eu simplesmente caminhei até a cozinha e vendo o forno desligado e eu voltei para o quarto me jogando na cama.

- Então? –

- Desligado... –

- Ótimo... Onde estávamos mesmo? – perguntou para si mesmo e vindo para cima de mim e unindo nossos lábios mais uma vez.

Ele se livrou do lençol que me cobria e nossos corpos nus se encontraram, e eu me lembrei do que havia acontecido durante a madrugada, e Deus, havia sido algo simplesmente maravilhoso. Ele buscou algo em cima da mesinha de cabeceira ao lado da cama e eu virei o rosto, era a sua carteira de onde ele pegou um pacote com camisinha e após o abri-lo a vestiu.

Eu nos virei na cama, ficando por cima dele e com cuidado o encaixei em mim e sentei em colo devagar. As mãos de Edward foram para a minha cintura e me ajudaram a me mexer em seu colo rápido. Minhas mãos estavam apoiados em seu peito largo e suas mãos apertavam com vontade o meu quadril, e não demorou muito e ele nos virou na cama.

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Edward nos virou ficando por cima de mim e investindo seu quadril contra o meu com força, e com cuidado para não fazermos barulho alto demais, uma coisa que era quase difícil porque era simplesmente incrível e eu abafava meus gemidos altos contra o seu ombro.

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Minhas mãos apertavam seus ombros com força, e os arranhavam volta e meia a cada nova investida de Edward. Mais algumas investidas e eu sentia o pênis de Edward começar a ser apertado por mim e eu atingi meu ápice mordendo o ombro dele para abafar meu gemido e eu relaxei na cama enquanto sentia a camisinha enchendo e ele caiu para o lado sugando o ar pela boca.

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Um tempo depois nós saímos da cama e após um banho e de vestirmos roupas quentes voltamos para a sala. Os gêmeos só acordaram perto da hora do almoço. E o almoço foi a ceia da noite anterior, que mesmo tendo sido servida fora de hora estava delicioso. Edward perguntou mais uma vez se eu iria com ele a Vancouver e Alice disse que ficaria de olho nas crianças e eu fui me arrumar.

Um pouco depois da hora do almoço eu estava dentro do carro de Edward em direção ao nosso vizinho do norte. Foram quase quatro horas de viagem devido o clima e ele parou o carro em frente a uma casa simples e respirou um pouco antes de sair do carro e abrir a porta para mim. Ele estava nervoso, era algo palpável, como que para amostrar que ele não estava sozinho, eu lhe segurei pela mão, apertando de leve e ele me olhou por alguns segundos e sorriu.

- Pois não? – e a porta fora aberta. – Edward? – e um homem, cinquenta e cinco anos, com cabelos loiros e olhos azuis claros apareceu na porta.

- Oi... Oi pai. – e pela primeira vez desde que eu conheci esse homem eu o ouvi gaguejar.

- Você está realmente aqui ou é uma miragem? –

- Carl, quem é? – e uma mulher, que deveria ter a mesma idade do homem, e que era bem parecida com Edward, apareceu ao lado do pai do homem ao meu lado. Ela tinha um rosto gentil em formato de coração, longos cabelos arruivados, iguais ao de Edward, com alguns fios brancos espalhados por ele e olhos verdes. Edward era uma copia fiel a esta mulher. – Filho? –

- Oi mãe. –

- O que veio fazer aqui depois de tanto tempo? –

- Eu... Eu... – ele gaguejou de novo e eu apertei sua mão lhe passando apoio. – Nós viemos lhes desejar feliz natal. – respondeu.

- Nós? – perguntaram juntos e me encararam como se fosse a primeira vez que tinham me visto.

- Olá. – e ela disse amavelmente para mim. – Sou Esme Cullen e este é meu marido Carlisle. –

- É um prazer... Bella Swan. – e eu apertei as mãos deles estendidas.

- Ela é minha namorada... – Edward disse e eu o encarei.

- Olha se não são duas surpresas... Venham... Entrem, saiam desse frio... – e eles saíram da porta para que pudéssemos entrar e entramos. – Venham para a sala. – pediram quando a porta foi fechada e seguiram para o cômodo.

- Namorada? – perguntei enquanto tirava o casaco, o gorro, cachecol e luvas. Ele não respondeu, apenas pendurou meu casaco, com as coisas enfiadas nos bolsos, ao lado do seu, no cabideiro ao lado da porta e segurou meu rosto com as mãos quentes. Edward ficou um tempo com a testa encostada a minha e em silêncio, até finalmente roçar o nariz ao meu seguindo por um leve roçar de lábios aos meus.

Ele continuou sem me responder, apenas me segurou pela mão e me guiou até a sala de seus pais, que já estavam sentados no sofá. E mesmo sentando ao lado de Edward no sofá oposto do de seus pais, eu via nos olhos dos três, que eles estavam felizes por estarem reunidos ali mais uma vez depois de sabe-se lá Deus quanto tempo. Sorrindo, ao relembrar dos meus dias de natal, sentada a sala com meus pais, eu encostei a cabeça no ombro de Edward, que deu um beijo em minha cabeça e soltando minha mão, passou o braço pelos meus ombros me levando para mais perto dele, enquanto conversava com seus pais.