Salém,
Massachusetts.
31 de Outubro de 2018.
Pov. Bella.
Edward buzinou mais uma vez tirando-me de minha prece, e
mesmo assim eu ainda fiquei uns minutos ali encostada a porta respirando fundo.
Uma parte de mim queria seguir em frente, mas a outra parte estava
completamente assustada e com medo disso falhar, de algo acontecer com Edward,
e só de pensar nisso minhas pernas queriam entrar em casa e se esconder debaixo
das cobertas. Mas algo dentro de mim pedia para que eu continuasse. Eu não
sabia se era a quase certeza que iria funcionar e que com isso eu ficaria com
Edward e teria o que eu sempre quis, ou se era mais pelas minhas antepassadas,
pela minha mãe e avó, que tentaram quebra-la sem sucesso, ou então por Alice,
para que ela não tivesse que passar por aquilo quando chegasse a minha idade.
Sim eu tinha que fazer, por elas, por Alice e
principalmente por mim. Sim, estava
decidido, eu iria seguir em frente. Eu iria quebrar essa maldição hoje, e ela
iria funcionar. Ela iria funcionar. Eu repetia para mim para me convencer
disso, todavia, caso Edward desistisse eu não tinha outra coisa a fazer, a não
ser aceitar. Ajeitei minha mochila nos ombros, ela estava um pouco pesada, e
tratei de descer os degraus da varanda e segui para o carro e entrando no banco
do motorista e colocando a mochila no chão.
- Oi. – ele se debruçou um pouco sobre o banco e me deu
um beijo.
- Oi. – e eu retribuí o mesmo
- Está tudo bem? –
- Sim. Estava apenas me convencendo de que isso vai
funcionar. –
- Bella. – e ele segurou meu queixo me fazendo encara-lo.
– Vai funcionar. – ele me garantiu e eu assenti.
- Você... Você não quer voltar à trás? –
- Nunca. – disse convicto e me deu mais um beijo antes de
soltar meu queixo e voltar a dirigir.
Edward dirigia em silêncio, o rádio estava ligado em uma
estação qualquer e ele cantarolava a musica enquanto batucava os dedos no
volante enquanto dirigia. Conforme nós nos aproximávamos de Salém Woods, eu
sentia meu estomago revirar fortemente e uma enorme vontade de vomitar tomar
conta de mim. Eu estava completamente nervosa, era impossível ele estar tão
calmo assim.
A noite estava começando a cair e Edward parou o carro no
meio fio em frente à trilha da Salém Woods. Nós descemos do carro e eu peguei a
mochila que estava em meus pés, e após ele travar todo o carro, ele pegou a
mochila de minha mão e pendurou nos ombros e entramos na trilha. Edward não ia
segurando minha mão igual à primeira vez, já que íamos com lanternas em mãos.
Aquela pequena mata era bem fechada e já era por volta das 18:30h, o sol já
havia se posto, e as lanternas do celular eram fracas demais para aquilo,
portanto Edward trouxe duas lanternas de sua casa.
Demorou cerca de trinta e cinco minutos para que
chegássemos à campina pequena, demorou mais tempo do que ontem devido à
escuridão e que tínhamos que nos guiar pelas luzes das lanternas. Como a lua
ainda não estava acima da altura das arvores, a campina ainda estava bem
escura. E nós nos sentamos um pouco no chão para descansarmos da caminhada e
esperávamos a luz da lua começar a tocar na relva para escolhermos o melhor
lugar.
Eu peguei na mochila que estava em frente a Edward o meu
grimório e uma caneta abrindo em uma página pequena. Eu estava fazendo toda a
anotação da nossa busca atrás dos grimórios e do jeito de quebrar a maldição.
- O que está escrevendo ai? – Edward perguntou uns cinco
minutos depois colocando a luz da lanterna em cima do caderno.
- Estou anotando nossas descobertas e passos. –
expliquei. – É um grimório. – dei de ombros. – Eu tenho que anotar tudo que eu
faço ligado à magia. –
- Alice já tem o dela? –
- Não. Nós ganhamos nosso grimório aos onze anos. –
respondi. – Que é quando já temos uma ideia do que somos e do que podemos
fazer. –
- Entendi. Eu estava lendo as coisas que encontramos...
Eu descobri o que aconteceu com a Elizabeth e achei horrível... – e eu o
encarava. – A própria tia entregar ela a igreja... –
- Eram outros tempos Edward. Bruxaria era algo
relacionado ao demônio. Mas não é. – dei de ombros. – Claro que há bruxas que
mexem com magia negra e consequentemente ligada ao demônio de certa forma. Mas
muitas mulheres que morreram na inquisição e nos julgamentos, Elas eram
mulheres normais, parteiras e mulheres que sabiam mexer com ervas, grande parte
delas não tinha um pingo de magia no sangue. Caso uma acusação de bruxaria
acontecesse, ninguém iria atrás para saber se era verdadeira ou não. Ela era
simplesmente presa, torturada, e sob tortura... A pessoa admite qualquer coisa,
apenas para que aquilo pare. – expliquei.
- Eu sei disso. Só que, sabendo que a pessoa seria
torturada e morta, de um jeito bárbaro... Fogueira, afogamento ou
enforcamento... –
- Isso quando não eram empalhadas vivas... –
- Exato. Tem que ter muito ódio no coração para entregar
uma mulher a isso... –
- Não necessariamente. Se for ao museu da bruxa aqui de
Salém, lá você irá encontrar alguns depoimentos das pessoas que acusaram as mulheres
de bruxaria. Era algo completamente ridículo. Em 90% dos casos, eram mulheres
movidas pela inveja. – respondi. – Por que uma era mais bonita que ela. Mais
nova. Tinha mais filhos ou menos filhos que ela. Teve uma que acusou a mulher
de bruxaria porque seu marido olhou para ela... A pessoa podia não fazer nada
que ela já era acusada de bruxaria, por um único motivo... Eram mulheres. –
- O mundo sempre foi machista e as mulheres sempre foram
rebaixadas... –
- Simplesmente porque somos poderosas e incríveis. –
brinquei sorrindo e ele sorriu amplamente.
- Eu concordo plenamente. Até porque essa bruxinha linda
que está a minha frente é simplesmente incrível. – e ele deitou em cima de mim,
me deitando na relva. – Só é estranho o fato de vocês não terem um gato... –
- Nós tínhamos. Quando eu era criança... – contei. – Mas
a senhora Stone, sem querer, segundo ela, o atropelou e depois disso eu não
quis mais bichinho nenhum. Fiquei traumatizada, foi na minha frente. –
expliquei ainda deitada na relva com ele em cima de mim. – Eu o batizei de
Salém igual ao do filme da Sabrina. – comentei rindo e ele me acompanhou.
- Ele era negro também? –
- Sim... E eu sempre ouvi à senhora Stone falar que gato
preto era coisa do demônio... E ela ainda quer que eu acredite que foi
acidente. –
- Foi acidente nada... – e ele me deu um beijo na ponta
do nariz e se jogou para o meu lado, deitando-se de costas na relva também. –
Diga-me que você fez algo? –
- Claro que fiz. – respondi rindo apenas por me lembrar.
– Foi sem querer. Eu tinha uns dez anos, ainda não sabia exatamente o que
estava fazendo. Só me lembro de desejar muito que algumas urticárias surgissem
em seu corpo, e não deu outra. No dia seguinte ela era mais urticária do que
mulher. – comentei e ele gargalhou audivelmente. – Eu me lembro de ela falar
algo do tipo: foi castigo de Deus por ter matado um gato. – e eu ri junto. –
Mal sabe ela que foi mesmo um castigo, todavia não de Deus. –
Eu fiquei contando a Edward algumas travessuras minha a
partir da época que eu havia descoberto a minha magia e ele gargalhava
audivelmente e já reclamava de dor na barriga de tanto rir. Eu realmente havia
aprontado muito da época dos meus seis anos, que foi quando eu fiz a primeira magia
sem saber, até os meus treze anos, quando mamãe engravidou de Alice e eu tive
que diminuir o ritmo nas travessuras.
E conhecendo bem Alice, eu sei que ela será pior que eu.
E eu como uma eterna criança, iria participar de suas travessuras. Céus, ou
minha mãe ia enfartar ou nos matar, mas algo ela ia fazer. Ela reclamava tanto que
seus cabelos brancos eram por minha culpa, porque eu fazia magia livremente
dentro de casa, sem tomar cuidado com as janelas e se tinha alguém olhando. Mas
também eu era uma criança, eu não tinha noção do que iria acontecer caso nos
vissem. Para mim todas as crianças eram bruxas, mas suas mães haviam mandado
não falar nada para não magoar os homens, já que eles não possuíam magia.
Naquela época eu nem fazia a mínima ideia da maldição ou dos julgamentos, e
muito menos das diversas mulheres de minha família que morreram devido a isso.
Até porque, depois que eu descobri eu passei a tomar cuidado enorme.
A conversa mudou rapidamente das minhas travessuras para
as de Edward, mesmo ele reclamando que as dele eram chatas porque ele não tinha
magia nas veias, eu o convenci a me contar suas travessuras. E ele contou, e
foi quase que impossível segurar a bexiga, apenas por imaginar. Edward quase
que havia se matado quando criança, ao se jogar de sua casinha da arvore,
enquanto brincava de Batman, e foi mais engraçado ainda quando ele disse: Mas a culpa foi minha, eu tinha esquecido
que o Batman não voava.
Como não rir disso? Era impossível de não rir.
E mais uma vez a conversa mudou, para nossos planos
futuros tendo certeza que o feitiço de hoje a noite iria funcionar. Agora eu
estava deitada de barriga para baixo, com os braços cruzados sobre seu peito
enquanto o via comentar seus planos, que pelo visto ele já havia traçado, e todos
eles me incluíam. Ele tinha o Plano A, Plano B, Plano C e até mesmo o Plano Z,
e todos eles me incluíam. Ele estava mais do que disposto a ficar comigo custe
o que custar, e olhe que eu sempre tentava cortas suas esperanças, mas em vão.
Eu não sabia mentir, e ele via que eu mentia quando mandava ele se afastar.
Quer dizer, eu mandava de verdade, mas mentia porque eu queria que ele ficasse.
Era contraditório, mas era para protegê-lo.
- Eu sei o que você está fazendo... – comentei um
tempinho depois. – Está tentando me distrair para não pensar no que vai
acontecer dentro de algumas horas. –
- Eu não estou tentando te distrair, eu estou tentando me
distrair... –
- Por quê? –
- Eu nunca transei na vida, e vou fazer isso com uma
mulher gostosa... Estou nervoso pra caralho. – comentou e eu balancei a cabeça
gargalhando. – Não quero fazer merda... –
- Seu bobo. – e rindo aproximei minha cabeça da dele e
lhe dei um beijo rápido. – Eu também nunca fiz isso, então, corre o risco de
nós dois fazermos merda. – brinquei e ele me acompanhou na gargalhada. – E pare
de falar que eu sou gostosa. –
- Mas você é... – e ignorando-o eu olhei para o céu.
- Que horas são? – e ele pegou o celular olhando.
- 21:30h. –
- Acho melhor começarmos a arrumar tudo. – sugeri me
levantando e ficando sentada sobre meus joelhos. – Melhor, acho melhor eu
começar a arrumar tudo. – e ele também se sentou e respirou fundo. – Eu já
falei que se quiser voltar atrás... –
- Eu não vou voltar atrás. – disse convicto e eu assenti
me levantando.
Edward levantou um pouco depois e pegou a mochila pesada
no chão. Com cuidado nós escolhemos o local que a luz da lua tocaria. Para
fazer um circulo perfeito, eu peguei o galho de uma arvore e aos poucos fui
traçando um circulo grande o suficiente para cabermos nós dois dentro dele,
principalmente deitados.
Ao terminar de traçar o circulo com um graveto, com
Edward iluminando o trajeto com a luz da lanterna, eu me livrei do graveto e
peguei o sal dentro da mochila e fui despejando sob a marcação. Eu fiz um
circulo grosso, sem deixar nenhum buraco sem sal. E só esperava que não
ventasse ao ponto de espalhar todo o sal, e em seguida espalhando as velas
brancas em volta a eles. Eu estalei meus dedos, criando uma fagulha em meu dedo
indicador e acendi todas as velas, deixando o circulo iluminado pela
bruxuleante luz alaranjada das velas.
Eu tirei meus tênis e casaco antes de entrar no circulo e
Edward me seguiu, também sem a jaqueta e os tênis. Ele se sentou no chão com as
pernas cruzadas na posição de lótus e eu me sentei em cima de minhas pernas
enquanto ajeitava o cálice virgem e o pequeno punhal, com sua capa protetora,
com um pentagrama incrustado no couro, no chão.
Eu peguei mais uma vez para conferir se tinha feito tudo.
Quando você faz um feitiço, principalmente um feitiço desse tipo, você tinha
que seguir tudo a extrema risca. Sem tirar nem por nada. Sem trocar um elemento
ou palavra por outra, tem que ser exatamente o que está escrito no papel. E eu
revisei tudo umas vinte vezes apenas para ter certeza. Circulo de sal? Ok.
Velas brancas? Ok. Cálice virgem? Ok. Descendente do sangue inocente? Ok. Dia
31 de outubro? Ok. Noite de lua cheia? Ok. Estava tudo certo, e ainda faltava
meia hora para completar às 23h, a única coisa que estava faltando.
Como o grimório de vovó não falava se as pessoas já
deveriam estar nuas, eu e Edward tiramos nossas roupas ficando apenas com
nossas roupas de baixo, e quando uma brisa fresca passou por nós meu corpo se
arrepiou todo.
- Eu não disse que você é gostosa?! – ele comentou a me
ver de pé, enquanto tirava minha calça jeans e jogava para fora do circulo.
- Calado Cullen. – reclamei e me sentei, mas não havia
nada para me cobrir. – Pare de me olhar. – mandei e ele deitou no circulo e eu
voltei a ler o feitiço.
Não havia nada a se dizer, apenas fazer. Não demorou
muito e Edward se sentou de novo de frente para mim e arrancou o grimório de
minhas mãos e o colocando do lado de fora do circulo. Edward pegou minhas mãos
geladas entre as suas e me olhou nos olhos, com seus enormes olhos verdes
esmeraldas. Eu tentei buscar qualquer sentimento em seus olhos, qualquer
sentimento ruim, desde medo, arrependimento ou algo do tipo, mas não. A única
coisa que eu via ali era amor, e eu sorri com isso.
- Se acalma. – pediu sorriu e soltando uma de minhas mãos
e levando a sua até a mecha de cabelo que estava na frente de meu rosto e a
colocando atrás de minha orelha. – Vai correr tudo bem. –
- Você está mais confiante que eu. Até porque você é mais
corajoso que eu... –
- Não eu não sou. Eu também estou assustado e com medo.
Mas eu não vou desistir. Já falei que eu quero você pelo resto de minha vida. E
se esse feitiço funcionar será uma vida longa. Se não funcionar, ela pode
acabar amanhã, mas tenha total certeza que ficarei feliz por ter tido você e
ter ouvido você falar que ama. – ele se aproximou de mim e segurou meu rosto
entre suas mãos. – Eu estou mais nervoso porque vou ter a minha primeira vez
com a garota que amo do que com outra coisa. –
- Eu fico pensando... – engoli em seco. – Que caso isso
não funcionar e você acabar morrendo... Eu nunca vou me perdoar. E não sei como
vou conseguir viver com essa culpa. –
- Você não tem culpa... –
- Eu lhe coloquei nisso... –
- Não. – ele me interrompeu. – Você me apresentou a isto
e eu resolvi ficar por vontade própria. Eu não estou aqui porque você está me
obrigando. O único responsável pelos meus atos sou eu próprio. Portanto, se
esse feitiço não funcionar, a culpa pelo vai acontecer comigo será toda e
absolutamente minha e de mais ninguém. – e ele acariciava minhas bochechas com
seus polegares. – Portanto pare de se culpar e principalmente pare de achar que
isso não vai funcionar, porque eu sinto dentro de mim que vai. –
- Eu também. Metade de mim acredita que vai funcionar e a
outra metade tem medo do que pode acontecer... – comentei dando de ombros e
engolindo em seco de novo. – Mas, é sempre aconselhável seguiu nossas
intuições. –
- Então siga a minha e tudo vai dar certo. – e ele me deu
um beijo rápido e seu celular vibrou. Era o despertador que ele havia marcado
para dois minutos antes das 23h. – Pronta? –
- Não e você? –
- Pronto para aceitar meu destino. Seja ficando com você,
ou seja, morrer amanhã. – e eu fechei os olhos respirando fundo.
- Tudo bem, vamos lá... – e eu lhe dei um beijo rápido em
busca de forçar e peguei o punhal, tirando sua capa de couro e o cálice,
colocando-o entre nós dois. Quando a luz da lua tocou a lâmina do punhal, eu vi
Edward engolindo em seco. – Será apenas um pequeno corte em sua palma. Não irei
decepar nenhuma parte de seu corpo. – e ele sorriu se acalmando um pouco. Eu vi
pelo seu celular, que estava do lado de fora do circulo, que o ponteiro virou
para 23h em pouco e respirando mais uma vez, abri minha mão esquerda e passei a
lâmina do punhal por ela, abrindo um pequeno corte na mesma, que imediatamente
ardeu e doeu. E engolindo a dor, virei à palma e o liquido vermelho caiu no
cálice dourado. Quando uma quantidade significativa caiu no cálice, eu peguei
um pano de algodão também virgem, nunca usado pela primeira vez, e rasgando uma
tira, amarrei em minha mão, firme, com Edward dando o nó, para conter o
sangramento e estendi a mão para ele. – Você ainda pode voltar atrás... –
sugeri.
- Não. – e ele estendeu a palma da mão direita sobre a
minha. Ele ficou olhando em meus olhos e eu nos dele, enquanto levava o punhal
com a lâmina suja com meu sangue até a sua palma, e passando-a rapidamente por
ele fazendo um corte, e ele por impulso, puxou o braço e eu segurei sua mão
firme e a virei sobre o cálice, fazendo seu sangue cair ali também.
Com nossos sangues juntos dentro do cálice, rasguei mais
um pedaço do pano e amarrei em sua palma. Pus o punhal sujo de lado e estalando
os dedos mais uma vez, fiz uma fagulha de fogo surgir em meu indicador e
encarei Edward. Ele assentiu e eu levei a fagulha em meu dedo até o lado de
dentro do cálice, fazendo o sangue se espelhar pelo liquido vermelho. E com
cuidado, coloquei o cálice no canto do circulo, longe de nós, para não
corrêssemos o risco de derruba-lo.
Mal me virei de frente para Edward e seus lábios se
chocaram aos meus e ele me deitou na relva, ficando por cima de mim. Minhas
mãos foram para os seus ombros largos e logo em seguida subiram para a sua nuca
e para os seus cabelos, prendendo-o ali e impedindo que ele se afastasse e
interrompesse o beijo. Tudo o que sentíamos estava sendo transmitido durante o
beijo. Seus lábios macios roçavam nos meus enquanto sua língua roçava na minha
de forma lenta e viciante. E apenas quando o ar se fez necessário, tornando
assim impossível o beijo de prosseguir, que o beijo foi interrompido.
Mas ele não parou. Ele trilhou um caminho de beijos dos
meus lábios para o meu queixo e pescoço. Ele me beijava devagar e eu tinha os
olhos fechados, apenas sentindo sua boca quente e macia passando pelo meu
pescoço até a altura de meus seios. Edward subiu com as mãos pelos meus braços,
até meus ombros, tocando nas alças do meu sutiã e as abaixando, e abaixando o
bojo junto liberando meus seios, e com um gemido gutural, ele atacou meu seio
direito com a sua boca quente.
- Edward... – e chamei seu nome baixo ao sentir sua
língua circundar o meu mamilo.
Ele puxou meu mamilo entre os dentes e o soltou passando
para o outro fazendo o mesmo que o anterior. Eu tinha as mãos em seus cabelos
enquanto o sentia chupando meus seios. Mas ele logo os largou e continuou a
trilhar o caminho de beijos pela minha barriga, até chegar ao cós de minha
calcinha. Edward contornou meu umbigo com a língua e tratou de se livrar de
minha calcinha, deixando-me completamente nua para ele. Ele abriu um pouco
minhas pernas, se ajeitando entre elas, e ficando com a cabeça no meio delas e
bem devagar, passou a língua pela minha buceta molhada e um gemido saiu alto de
meus lábios.
Sua língua deslizava por toda a extensão de minha buceta
de forma lenta e deliciosa. Os gemidos já saiam mais livremente e volta e meia
roçava meu quadril contra o rosto de Edward enquanto segurava sua cabeça ali.
Um formigar começou na altura de meu ventre e quando ele puxou meu clitóris
devagar entre os dentes, eu soltei um gemido, sentindo meu corpo relaxar
enquanto me sentia derramar em seus lábios. Edward engoliu todo o meu gozo e
voltou a trilhar o caminho de beijos que havia feito a pouco, só que dessa vez
o caminho inverso, até os meus lábios.
Enquanto ele me beijava eu sentia-o se mexer enquanto
minhas mãos deslizavam pelas suas costas, de seus ombros até a base de sua
coluna. Edward havia se livrado de sua cueca e eu abri as pernas para recebê-lo
e ele se encaixou perfeitamente entre elas e eu podia sentir seu pênis duro
roçando em minha buceta molhada. Ele se ajeitou na minha entrada e devagar foi
me preenchendo. Conforme eu sentia seu pênis deslizando para dentro de mim, uma
pequena dor foi tomando conta de meu corpo, mas eu empurrei aquela dor para
longe de meus pensamentos.
Quando ele me preencheu completamente eu me senti
completa e mais apaixonada por ele, como se algo tivesse saído de meu coração,
como se um peso ou correntes tivessem saído dele e agora eu podia sentir toda a
intensidade do que eu sentia por ele, e era algo mais forte do que eu achei que
era. Um trovão rasgou o céu fortemente e nenhum de nós dois nos mexemos,
continuamos em nossa pequena bolha pessoal.
Com cuidado ele saiu de dentro de mim e voltou com um
pouco mais de força e nossos lábios se separaram pela primeira vez. Outro
trovão rasgou o céu e junto com ele uma chuva torrencial veio junto. A água
batia em nossos corpos e nós não parávamos o que estávamos fazendo. A chuva não
importava, os trovões também não, e se a maldição havia sido quebrada ou não
muito menos. A única coisa que nos importavam éramos nós dois.
- Minha Bella. – ele disse olhando meus olhos enquanto
investia seu quadril contra o meu e eu sorri. – Eu te amo tanto... –
- Eu também te amo... – disse sorrindo. – Mas do que eu
imaginava. – admiti e ele passou as mãos pela base de minha coluna e me pegou
no colo sentando no chão e me deixando por cima dele.
Uma de suas mãos continuou em meu quadril e a outra subiu
pelas minhas costas até o fecho de meu sutiã o arrancando e rapidamente sua mão
voltou ao meu quadril. Edward me ajuda a me mexer em seu colo, enquanto nossas
testas estavam grudadas, minhas mãos em seus cabelos, nossos olhos conectados e
nossos lábios roçando um no outro.
A tempestade caia fortemente e a água gelada já havia nos
preenchido completamente e já havia dissolvido todo o sal e apagado todas as
velas e o fogo do cálice. Eu me movimentava sobre o seu colo e não demorou
muito e eu comecei a senti-lo sendo apertado por mim e a mesma sensação gostosa
que havia sentido a pouco, recomeçando em meu ventre.
Quando ficar por cima estava ficando levemente
desconfortável, ele nos virou bruscamente, deixando-me deitada na relva
encharcada novamente. Minhas pernas estavam em volta de sua cintura e ele se
apoiava em suas mãos, que estavam ao lado de minha cabeça, e mantinha seu peito
erguido, enquanto seus olhos não deixavam meus. O aperto de minha vagina em seu
pênis ficou mais forte, junto com o formigar em meu ventre, e eu atingi meu
ápice sentindo alguns tremores percorrer meu corpo, e quando eu mexi meu braço,
acabei esbarrando no cálice derrubando-o no chão fazendo o sangue escorrer para
a terra. Edward investiu seu quadril mais algumas vezes contra o meu e também
atingiu seu ápice, derramando-se dentro de mim e deixou seu corpo cair sobre o
meu.
Eu puxei Edward pelo cabelo, de leve, unindo nossos
lábios enquanto meus pés roçavam em suas pernas. Ele mexeu o quadril, saindo de
dentro de mim, e conforme eu sentia nossos gozos misturados, escorrendo pelas minhas
dobras, a tempestade também foi diminuindo. Enquanto nos beijávamos, meus
lábios estavam levemente repuxados em um sorriso. Eu me sentia tão bem, tão
leve e tão livre pela primeira vez em muito tempo e não conseguia deixar de
transparecer isso...
_______________
Era por volta das três da manhã, eu e Edward ainda
estávamos na campina, nus e molhados devido à chuva que havia parado alguns
minutos depois. Ele estava deitado com as costas na relva, nossas pernas
estavam entrelaçadas e minha cabeça apoiada em seu peito, junto a minha mão e
sua mão mexia em meus cabelos molhados. Já tinha alguns minutos que estávamos
em silêncio, não era um silêncio constrangedor, era um silêncio gostoso, um
desfrutando do momento enquanto recebia carinho um do outro.
- Amor. – Edward me chamou e eu levantei a cabeça o
encarando.
- Amor? – perguntei sorrindo.
- É amor... Você é o meu amor, acostume-se com isso. –
disse debochado e eu sorri.
- O que foi? –
- Você acha que conseguimos? – e eu me virei de bruços, mantendo
a cabeça erguida e o encarando.
- Sinceramente? – e ele assentiu. – Sinceramente eu não
sei, mas... – e eu sorri amplamente. – Mas você não faz ideia do quão bem eu
estou me sentindo. Tão livre... Tão leve... – e ele sorriu amplamente para mim.
- Que bom... –
- Quer saber de uma coisa? – perguntei me aproximando
dele, deixando nossos rostos bem próximos um do outro. – Algumas bruxas falam
que quando uma tempestade cai no meio da realização de um feitiço e ela acaba
alguns poucos minutos depois que ele se encerra, é como um aviso do universo e
da deusa mãe, que o feitiço funcionou... –
- Então significa que a maldição foi quebrada? –
- Sinceramente eu não sei. Ninguém sabia se seria
possível sentir algo quando ela fosse quebrada, mas eu senti, em meu coração,
como se... Como se algo tivesse saindo dele. Como se ele estivesse envolto em
correntes ou dentro de uma caixa e finalmente fosse libertado... –
- Bom... Quando Gwen lançou a maldição foi para que vocês
não sentissem a dor de perder um amor, ou seja, não amar, talvez a maldição
tenha... Não sei, acorrentado o coração de vocês, e agora que as correntes
sumiram, significa que vocês estão livres dela. E podem amar livremente... – e
eu sorri, sua teoria era boa e eu queria acreditar nela.
- Pode ser... Agora eu só preciso encontrar alguém para
amar livremente... – brinquei e ele me encarou com a sobrancelha arqueada e eu
olhei em volta como se estivesse procurando por algo e depois de alguns
segundos eu encarei Edward. – Oh, eu achei. – respondi sorrindo e ele puxou-me
pela nuca para unir nossos lábios mais uma vez. – Eu te amo, e sinto que agora
eu estou falando isso com toda a certeza do que estou sentindo e pela primeira
vez eu digo isso sem medo. –
- Fico feliz em ouvir isso. – e ele uniu nossos lábios
novamente, nos virando na relva. Enquanto nós nos beijávamos eu sentia sua mão
puxando meu joelho afastando minhas pernas e ele se ajeitou entre elas e logo
em seguida eu o senti me preenchendo de novo.
________________
O dia já havia amanhecido. O sol já brilhava fortemente e
iluminava a clareira. Nós não havíamos dormido um minuto sequer; presos em
nossa bolha. Agora nós já havíamos nos vestido, nossas roupas haviam secado e
iríamos voltar para casa. Nós guardamos as coisas dentro da mochila e graças a
um feitiço que todo grimório possuía, a chuva não estragou nem o meu e nem o de
minha avó.
Antes de deixarmos a clareira, depois de vestidos, Edward
me puxou pela mão unindo nossos lábios mais uma vez e nós saímos de lá,
voltando pelo caminho que tínhamos feito de volta para o carro. Ao chegarmos ao
mesmo, ele puxou as chaves do bolso, e guardamos as coisas no banco traseiro do
mesmo e ele puxou uma coberta que ele sempre mantinha ali dentro, e a abriu,
colocando-a em meus ombros, para me aquecer um pouco do frio.
Antes que pudéssemos entrar no carro, uma brisa forte
passou por nós, fazendo com que a coberta em meus ombros voasse até o meio da
rua. Ele foi buscar a coberta caída para mim e antes que ele pudesse pegá-la e
voltar para perto do carro, um carro vindo em alta velocidade se aproximou de
onde estávamos rapidamente.
- Edward! – e eu gritei desesperada ao ouvir os pneus
derrapando na rua.
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