Salém,
Massachusetts.
31 de Outubro de 2029.
Pov. Bella.
Onze anos haviam se passado desde aquela noite em que eu
e Edward tentamos quebrar a maldição de minha família. Onze longos anos. O
despertador tocou me acordando e eu simplesmente estiquei a mão, batendo nele
fazendo-o para de tocar e escondi meu rosto no travesseiro tentando voltar a
dormir e a voltar para o maravilhoso sonho que eu estava tendo. Eu não queria
acordar, eu sabia que era cedo demais para acordar e sinceramente queria ficar
o resto do dia na cama.
- Bom dia minha bruxinha linda... – e a voz de Edward
soou em meu ouvido e eu não pude evitar sorrir ao sentir um beijo sendo dado em
meu pescoço. – Hora de levantar preguiça. Temos que ir para o trabalho e daqui
a pouco as crianças vão invadir o quarto querendo comer. – disse me abraçando
forte e chupando de leve meu pescoço.
- Eu não quero levantar. Quero ficar aqui, está tão
gostoso. – respondi levando a mão para trás e tocando em seus cabelos.
- Então porque não levantamos, alimentamos as crianças,
elas vão para a escola e depois pegamos folga no trabalho e ficando o dia todo
aqui na cama? –
- Excelente ideia. – disse me virando e vendo Edward me
encarando sorrindo e eu puxei seus lábios aos dele, em um beijo apaixonado. –
Bom dia meu amor. – e ele me abraçou forte, nos virando na cama.
Nós nos levantamos e como não pretendíamos sair de casa,
continuamos com as roupas que havíamos usado para dormir e deixamos o quarto
seguindo para a cozinha. Enquanto eu preparava o café da manhã, ele ia
despertar as crianças, antes que elas se atrasassem para a escola e assim
colocassem por água a baixo nosso plano de ficar na cama o dia inteiro.
Há onze anos, na manhã seguinte que tentamos fazer o
feitiço para quebrar a maldição, nós deixamos a campina voltando para o carro,
quando uma brisa forte nos atingiu, fazendo com que a coberta em meus ombros,
voasse para o meio da rua e Edward fora buscar. Um carro vindo em alta
velocidade quase o atingiu se não tivesse freado a tempo, a milímetros de
acerta-lo e foi ali, que eu tive a total certeza de que a maldição havia sido
quebrada.
Todos os amores da vida de minhas antepassadas morreram
no dia seguinte após terem dormido juntos pela primeira vez. Com a mamãe foi o
mesmo, no dia seguinte que ela dormiu com o homem que amava e ele fora
atropelado e morrera na hora. Por pouco o mesmo destino não se impôs a mim e a
Edward. Ele estava bem, ele não sofrera um arranhão e nós estávamos juntos.
Onze anos juntos, sem quaisquer impedimentos das pessoas ou do destino.
- Mamãe... – e Andrew entrou na cozinha e se jogou em meu
colo mal eu havia colocado um prato com panquecas na mesa. – Bom dia mamãe. –
- Bom dia meu menino. – e eu abracei meu menino e dei um
beijo em sua bochecha gordinha. Andrew era o mais novo, com seis anos, um
menino lindo. A cara do pai. Os mesmo cabelos arruivados e os mesmo olhos
enormes e verdes esmeraldas. – Cadê sua irmã? – perguntei.
- A bruxinha mais linda do mundo está aqui. – e Edward
disse entrando na cozinha com Wendy no colo.
- Bom dia minha menina. – eu coloquei Andrew em sua
cadeira e me aproximei de Wendy, pegando-a do colo do pai.
Wendy era a mais velha, tinha dez anos, faltando poucos meses
para completar seus onze anos. Eu havia engravidado de Edward alguns meses
depois da maldição ter sido quebrada, e quando eu me formei no ensino médio eu
já a esperava. Ela era linda, com os cabelos arruivados do pai, mas com os meus
olhos cor de chocolate, e como eu, ela era uma bruxa, uma bruxa tão travessa
quanto eu era. Pelo menos ela não me
causava dor de cabeça fazendo magia com as janelas abertas, já que eu e Edward
havíamos nos mudado para a parte mais afastada do centro de Salém, e havia muito
poucos vizinhos em nossa volta, tanto que ela podia fazer os cascalhos do
jardim levitar que ninguém veria.
- Bom dia mamãe. – e ela me deu um beijo na bochecha.
- Bom, vamos sentar e tomar nosso café. – eu coloquei
Wendy em sua cadeira e me sentei ao lado de Edward.
- Papai, nós vamos pedir doces hoje? – Andrew perguntou
com a boca toda suja de mel.
- Vamos. – Edward respondeu rindo ao pegar um guardanapo
para limpar a boca do filho.
Ao ouvir a resposta do pai, Andrew voltou sua atenção
novamente as suas panquecas e nós terminamos nosso café vendo o menino se sujar
todo enquanto comia simples panquecas. Enquanto Edward arrumava a cozinha, eu
subi com as crianças e enquanto Wendy ia terminar de se vestir, eu ia dar um
banho em Andrew, que se sabe lá como, tinha mel dentro de suas roupas.
Eu terminei de lhe dar um banho e o levei para o quarto
para ajuda-lo a se vestir. Em menos de quinze minutos o ônibus estava buzinando
do lado de fora, chamando as crianças da rua para irem para a escola. Nós três
descemos e eles penduraram as mochilas nas costas, e após lhe dar seus almoços
e um beijo na bochecha, eles seguiram para o ônibus e para a escola nós
deixando sozinhos.
Mal o ônibus virou na esquina saindo do nosso campo de
visão e Edward passou as mãos pelas minhas pernas, me colocando em seus ombros
e fechando a porta da frente com o pé e subindo as escadas, enquanto eu
simplesmente ria em seus ombros. Nós chegamos ao quarto e após fechar a porta
com os pés mais uma vez, ele se aproximou da cama e me tirou de seus ombros e
subiu em cima de mim. As minhas pernas se abriram prontamente para que ele se
ajeitasse no meio de delas, e o foi o que ele fez, enquanto ele unia nossos
lábios.
(...)
As crianças chegaram da escola perto das quatro horas e
eu fui recebê-las na porta. Elas vinham animadas com um saquinho de doces em
mãos que a escola havia dado a eles pelo Halloween. Eles entraram em casa um
por um e após me dar um beijo, jogaram a mochila no primeiro degrau da escada.
- Muito bem, os dois para a cozinha para lanchar e depois
banho para irmos pedir doces. – mandei e eles foram para a cozinha onde Edward
estava sentado a mesa lendo um jornal.
- Por que nós temos que ir cedo? – Wendy reclamou se sentando
na cadeira após ganhar um beijo do pai.
- Porque eu tenho planos para com a sua mãe à noite e
vocês dois precisam estar dormindo. – ele reclamou e eu lhe dei uma tapa na
nuca.
- É porque nós vamos à casa de suas avós. – respondi. Eu
me sentei no colo de Edward enquanto eles comiam.
Eles terminaram de comer e subiram para fazer o que eu
havia pedido banho e se vestirem para pedir doces e eu e Edward também seguimos
para o andar de cima para tomar um banho e nos aprontarmos. Obviamente nós não
iríamos fantasiamos, por mim, porque por ele iríamos ainda com fantasias de
casais. Após estamos pronto, com roupas bem simples, até porque sabíamos que
iríamos ter que correr atrás das crianças, principalmente de Andrew, nós
descemos e ficamos sentados na sala esperando ele se vestir.
- Deixa eu te amostrar o que eu comprei ontem... –
comentei com ele pegando um embrulho na minha bolsa que estava jogada na sala
desde o dia anterior.
- Para mim? – perguntou quando entreguei o embrulho.
- Abre! – disse simplesmente e ele abriu tentando não
rasgar o papel.
- Achei que fosse dar a ela apenas no aniversário de onze
anos. – respondeu vendo o grimório branco com um pentagrama negro na capa. Ele
abriu encontrando as páginas em branco.
- E ia. Mas Wendy é esperta, ela já esta mais avançada do
que eu quando tinha a idade dela. Acredito já estar na hora de ela começar a
escrever suas experiências com a magia. –
- Bom, ela está vindo ai. – respondi colocando o livro
dentro do embrulho de novo.
- Estamos prontos. – e os dois se postaram em nossa
frente e foi difícil não sorrir. Wendy estava vestida de Dorothy, com o vestido
azul, sapatinhos vermelhos e o cabelo preso em duas tranças e Andrew fantasiado
de leão, ambos do Mágico de Oz.
- Vocês dois estão tão fofos. – respondi sorrindo. – Mas
antes de irmos... Wendy senta aqui que a mamãe tem um presente para você... – e
ela sentou no meu colo e Edward pegou Andrew. – A mamãe comprou isso aqui para
você meu amor... – e eu entreguei o embrulho a ela. Ao contrario de Edward, ela
rasgou o embrulho revelando o livro.
- Obrigada mamãe... – e ela abriu o livro revelando as
páginas em branco.
- Aqui você escreve todas as suas experiências com a
magia... –
- Mas mamãe... A vovó disse que nós só ganharíamos nosso
grimório aos onze... –
- Bom, a regra pode ser quebrada quando temos uma
bruxinha inteligente demais para a idade dela. – e eu apertei seu nariz e ela
riu. – Mas sabe que não pode amostrar a ninguém, não sabe? –
- Eu sei mamãe... –
- Ótimo. Então coloque ai e vamos para a casa de sua avó.
– e eu a coloquei no chão e me levantei. – E vem cá meu leãozinho... – disse
pegando Andrew no colo.
Edward se levantou e nós saímos de casa, as crianças
foram postas no banco de trás do carro, bem presas em seus cintos e nós
entramos no da frente. Nós marcamos todos na casa de minha mãe, e Esme e
Carlisle já estavam lá. O caminho da nossa casa para a casa de minha mãe, foi
no total de quinze minutos com ele dirigindo devagar já que as ruas estavam
cheias de crianças atrás de doces.
Não demorou muito e nós chegamos à casa de minha mãe.
Edward estacionou no meio fio e nós descemos do carro, pegando as crianças
atrás de nós. Nós pegamos as crianças, as colocando no chão e elas saíram
correndo para o casal sentado nos degraus da varanda.
- Tia Alice... Tia Alice... – e eles saiam gritando e eu
ria.
- Oi meus amores. – e ela abriu os braços e eles se jogaram
em seu colo e ela os abraçou. – Mas que crianças mais lindas... – e ela deu um
beijo na bochecha dos sobrinhos.
- Oi Allie... – eu me aproximei dela. Alice estava
fantasiada de Sally, do estranho mundo de Jack. Alice estava agora no auge dos
seus dezesseis anos, mais linda e mais esperta na magia do nunca. – Oi
Jasper... – cumprimentei o namorado de Alice,
que estava fazendo par com ela, fantasiado de Jack, o qual ela podia
amar sem o medo que eu sentia na idade dela.
- Oi Bella... Oi Edward. –
- E ai
Jasper... E ai baixinha? –
- Eddie. – e ela se levantou e o abraçou forte. – Seus
pais já chegaram... – avisou o soltando. – Por que vocês dois não vão lá ver os
vovôs e as vovós e ai nós vamos pedir doces? –
- Doces... – e as crianças gritaram e entraram em casa
berrando pelos avós.
- Jasper, porque seu punho está roxo? – Edward perguntou
vendo um hematoma em seu punho, que o terno não cobria.
- Alice me acertou com uma bola de energia de novo. –
reclamou e nós dois rimos. Jasper sabia de Alice, aliás, os dois já sabiam de
absolutamente tudo.
- Foi um acidente. Eu tinha mirado na Irina que estava
dando em cima dele, ele que colocou o braço na frente. – reclamou e nós dois
gargalhamos.
- Vem amor, vamos entrar e deixar os dois se
entenderem... – eu peguei a mão de Edward e nós entramos em casa. – Mãe? –
chamei e ela saiu da cozinha com uma travessa de biscoitos em formato de
abobora em mãos.
- Oi menina... Oi Edward. – e eu me aproximei dela e lhe
dei um beijo.
- Oi Renée. – e Edward pegou a travessa que minha mãe estendeu
para ele e levou para a sala onde seus pais estavam. Até Carlisle e Esme já
sabiam o que nós, as Swan, eram, também foi difícil de esconder quando eles viram
Wendy criando uma fagulha de energia nas mãos.
- E ai, mãe? E Phil? – questionei e ela sorriu bobamente.
- Na sala. – e ela passou o braço por sobre meus ombros e
nós seguimos para lá, onde todos estavam reunidos em volta de uma mesa com guloseimas.
Alice e Jasper estavam sentados no chão, ao lado de Edward. Andrew e Wendy
estavam nos colos de Carlisle e Esme, enquanto Wendy criava uma bola de luz de
novo. Phil estava no sofá com a pequena Amber dormindo em seu colo.
- Sabe mãe... Eu me recordo bem do dia de hoje de onze
anos atrás, quando a senhora disse que o feitiço ia dar errado... – comentei
olhando para Phil. Cinco anos depois que a maldição havia sido quebrada, ela
apareceu namorando o novo curador do museu das bruxas de Salém e em menos de um
ano eles se casaram e há quatro anos tiveram a Amber.
- Eu estava errada. – admitiu. – Mas saiba que fiz aquilo
por medo de você passar pelo que todas nós passamos tentando quebrar aquela
maldição. –
- Veja o lado bom... Nem você, Alice, Wendy e nem mesmo a
Amber que ainda não conseguiu fazer nada, precisam ficar mais com medo de amar
alguém... –
- Sim. Obrigada meu amor. – e ela me abraçou pelos ombros
e me deu um beijo na testa.
- Hey, vocês duas vão ficar ai ou vão se juntar a nós? –
Phil perguntou nos encarando.
- Já estamos indo, homem... – mamãe reclamou e nós nos
aproximamos dele. – Cadê meus amores? –
- Vovó. – Wendy e Andrew se levantaram e vieram até ela.
- Oi Phil. – eu dei um beijo na bochecha de Phil.
- Oi menina. – e dei outro na bochecha da pequena Amber,
que dormia profundamente no colo do pai.
- Oi Esme... Oi Carlisle... –
- Oi Bella... – e eles se levantaram e me deram um abraço
apertado cada um e eu me sentei ao lado de Edward no chão.
- Algum problema com a sua mãe? – ele perguntou passando
um dos braços por sobre meus ombros.
- Não. Só estávamos nos lembrando de tudo o que
conseguimos depois que alguém me convenceu a quebrar certa maldição. – comentei
e ele levou os lábios para próximo aos meus ouvidos.
- Sempre que precisar de um boneco de testes para seus
feitiços ou de um consorte para quebrar uma maldição... Pode sempre contar
comigo... – e ele beijou minha bochecha. – Estou disposto a ir a onde for por
você. Sempre estive e sempre estarei... – e eu me aconcheguei mais perto dele.
– Eu te amo... –
- Eu também te amo. – e ele me deu um beijo rápido.
Seria clichê e meio infantil falarmos que fomos felizes
para sempre, mas era a pura verdade. Nenhuma Swan precisava ter medo de amar de
novo, nós podíamos ser felizes com os homens que escolhêssemos, sem nunca
precisarmos afasta-los de novo, e aos poucos as bruxas existentes em Salém
foram aumentando, sendo mais cautelosas do que nossas antepassadas, até porque,
ninguém queria novos julgamentos e maldições em Salém de novo. Não é?
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