Fireworks
Capítulo Único.
Pov. Edward.
31/12/2018.
Pearl Harbor – Hawaii
Hoje seria um longo e tedioso dia. Era a única coisa que eu
conseguia pensar no momento enquanto fazia o nó da minha gravata preta. Eu
estava na reserva da marinha agora e havia sido escalado para a guarda do
memorial do USS Arizona justo hoje na passagem do ano. É isso o que dá você
falar para o seu superior que não tem planos para a virada do ano e que a sua
família está fora da ilha. Mas também... Eu não poderia mentir para o meu
superior.
Eu coloquei meu uniforme branco, ficando apenas sem o quepe,
que eu levava embaixo do braço enquanto descia as escadas de minha casa em
Manoa. Eu coloquei meu quepe em cima do aparador atrás do sofá onde Geleia, um
cãozinho vira-lata, que eu havia resgatado do Afeganistão quando servir lá em 2013,
me encarava com os olhos bem abertos. Eu me recordava muito bem das gargalhadas
dos meus amigos quando descobriram que o cãozinho havia sido batizado de
Geleia, mas em minha defesa havia sido minha irmã que batizou o cão, e ela
tinha dez anos.
Eu caminhei até a cozinha e após verificar se tinha água e
comida nas vasilhas de Geleia, eu tranquei a casa toda, deixando apenas a
portinhola do cachorro na porta dos fundos destrancada. Voltei para a sala e
peguei meu quepe e fiz carinho na cabeça de Geleia que balançou animada o rabo.
- Eu vejo você depois menina... Eu volto amanhã pela manhã...
– e ela latiu. – Feliz Ano Novo menina... – e ela latiu de novo em resposta.
Fiz outro carinho em sua cabeça e após pegar minha arma dentro da gaveta do
aparador, colocando na minha cintura na parte de trás da calça e peguei as
chaves dentro do vaso em cima do mesmo aparador.
Eu segui para fora, trancando a porta da casa e seguindo para
a minha picape e segui para Pearl Harbor. O caminho foi de meia hora dirigindo
com o rádio ligado e ouvindo as músicas natalinas em ritmo de Hula. Conforme eu ia dirigindo eu via os
preparativos para os fogos da virada do ano, várias balsas já se encontravam a
certa distância da praia. Eu dirigi até o Centro Histórico de Pearl Harbor e
parei minha picape no estacionamento cheio.
Eram por volta das três horas da tarde, a ilha ainda estava
cheia de turistas e eu tinha que assumir meu posto daqui à uma hora, eu ainda
tinha longos minutos pela frente. Saltei do carro e coloquei meu quepe na
cabeça e ajeitei meu uniforme e após me certificar de que tudo estava bem
trancado e o alarme do carro ligado, eu segui até o píer de onde saía à balsa
para o memorial.
As visitas hoje iriam até às cinco da tarde e como a visita
durava menos de vinte minutos o fluxo de visitantes era grande. Eu já estava acostumado
a atrair olhares por onde eu andava, principalmente por causa do uniforme e eu
simplesmente ignorava e seguia em frente, a mesma coisa que eu fazia hoje.
- Nessie, acaba de tomar essa raspadinha logo... – e eu ouvi
uma voz doce vindo de trás de mim e ao mesmo tempo algo trombando em mim. – Ai
meu Deus, me perdoa. – e eu me virei e dei de cara com ela. – Desculpa mesmo, é
que eu estou apressando a lesma da irmã e não lhe vi... – e ela levantou o
rosto e me encarou. – Uol. – e em uma fração de segundos, ela arregalou e
piscou os olhos e balançou a cabeça. – Desculpa. –
- Você... Você pode, por favor, parar de se desculpar? –
disse. Não quis ser grosso e nem nada, mas meu jeito pelo visto pareceu grosso
e ela encolheu os ombros.
- Desculpa? – perguntou de novo e eu balancei a cabeça
sorrindo.
- Pronto... – e outra mulher se postou ao seu lado agarrando
seu braço. – Você é apressada demais, meu Deus, vai acabar ficando velha
rapidinho... – E ela na cara de pau me encarou de cima a baixo. – Gato. Adorei.
–
- Renesmee... – e a primeira a repreendeu.
- Eu ia dizer outro adjetivo com G, mas... – e a morena
cobriu a boca da ruiva.
- Desculpa... Minha irmã tem problemas mentais e não pensa
muito antes de falar... – e a ruiva, a tal de Renesmee, revirou os olhos ainda
tendo os lábios tampados pela irmã.
- Não se preocupe... Já ouvi coisas... Piores... –
- Até porque colocar um deus grego desses em um uniforme da
marinha é para ser bombardeado de elogios... – e a ruiva Renesmee tirou a mão
da irmã da boca e falou na cara de pau.
- Eu juro que nunca mais saio com você... E vou cortar sua
língua assim que achar uma tesoura... – a morena resmungou e a outra gargalhou.
- Menos Bella... Menos... Você pensou o mesmo que eu... –
- Mais uma vez... – e a tal de Bella me encarou. – Me perdoe
principalmente pela minha irmã... – e ela se voltou para a irmã. – Vamos logo.
A balsa já vai sair e temos que voltar para o hotel antes das seis... – e ela
me encarou de novo. – Com licença... – e ela agarrou a mão da irmã e saiu
andando para o píer da balsa. E balançando a cabeça eu as segui, até porque eu
teria que pegar a mesma balsa, já que iríamos para o mesmo lugar. – Você só me
faz passar vergonha... –
- E você tem que parar de agir como uma virgem santa... – e
eu estava parado atrás delas me segurando para não rir de sua discussão.
Irmãs. Eu sabia bem como era ter irmãos implicantes. Eu mesmo
tinha um assim, mas agora ele estava no continente e não aqui. Elas continuaram
batendo boca e reclamando por um bom tempo enquanto esperávamos pela balsa. A
balsa chegou e elas entraram na frente e eu logo em seguida e elas ainda não
tinham me visto e Renesmee continuou falando de mim para com a irmã que só
ficava vermelha ao ouvir a irmã.
A viagem do píer até o memorial foi de menos de dez minutos e
quando saímos da balsa e o grupo que estava lá voltou, foi apenas ai que ela me
viu. Bella. A morena. A que ficava vermelha a cada comentário da irmã sobre
mim, mas não falou nada. Ainda faltavam cerca de meia hora para o meu turno
começar e eu comecei a andar pelo memorial e como sempre que vinha aqui, entrei
na sala com os nomes e com a coroa de flores.
A sala estava vazia, quase ninguém vinha até aqui dentro,
eram poucas as pessoas que se importavam com os nomes gravados naquela parede e
eu apenas respirei fundo.
- Eu... – e eu ouvi a voz doce dela de novo. – Você está me
seguindo? – perguntou.
- Não. – respondi sem me virar e ainda fintando o nome na
parede. – Eu vou trabalhar aqui essa noite. –
- Como assim? – perguntou e eu a vi se postando ao meu lado.
- Fui escalado como o segurança desta noite do memorial... –
- Mas hoje é a noite da virada do ano... –
- E alguém tem que proteger o memorial... – e vi com o canto
dos olhos ela olhar de mim para a parede com os nomes.
- O que está procurando? Se eu não estiver sendo muito
intrometida. –
- Não estou procurando por nada. Eu já achei... – e
finalmente eu a encarei e vi que ela ainda olhava a parede. – São os nomes dos
que morreram a bordo do Arizona no dia... –
- Sete de dezembro de 1941. – e ela me encarou. – Meu bisavô
estava no encouraçado. – respondeu e apontou para um nome. – Harry Swan. –
- Meu avô também estava a bordo... – e ela me encarou com a
enorme coincidência. Qual era a real probabilidade de dois descendentes dos
1.177 homens que morreram abordo naquela noite, se encontrarem, em cima do
mesmo lugar que nossos antepassados morreram.
- Quem? –
- Anthony Cullen. –
- Seria coincidência demais, mas... – e ela me encarou. –
Ele... Ele chegou a ser resgatado? –
- Não. É um dos novecentos que ficaram presos lá embaixo... –
- É isso o que eu chamo de uma tremenda coincidência... –
- Seu bisavô... – e ela nem me deixou terminar de falar e
negou. Ela tinha razão, era uma tremenda coincidência.
- A propósito... – e eu estendi minha mão. – Edward Cullen...
–
- Isabella Swan... – e ela apertou a minha mão com a sua mão
macia. – E a doida de mais cedo é minha irmã Renesmee. – e ela olhou para trás.
– E ela deve estar correndo atrás de algum homem por ai... – e ela balançou a
cabeça rindo e passou as mãos pelos cabelos castanhos. – Eu vou deixar você trabalhar...
Até porque já acabou o tempo de visita... O meu pelo menos... – respondeu sorrindo.
– Até a vista marujo... –
- Até a vista menina que vai ficar velha rápido demais... –
brinquei do jeito que sua irmã havia lhe chamando e ela balançou a cabeça
sorrindo. Eu ouvi o barulho da balsa parando para levar o grupo que estava aqui
e trazer um novo, mas ela não se mexeu.
- Não vai se sentir sozinho aqui? Ainda mais a noite inteira?
– questionou.
- Eu vou ficar bem... –
- Bella... – e a sua irmã apareceu esbaforida e com o batom
borrado. – Temos que ir... – e ela me encarou. – Adeus marujo gato... – e eu
balancei a cabeça rindo enquanto ela puxava a irmã para perto da balsa.
Eu também tinha voltar para a sala da segurança e deixei a
sala com os nomes e voltei para a balsa. Eu fui o último a entrar e mais dez
minutos foram gastos voltando ao Centro Histórico de Pearl Harbor. Ao desembarcarmos
da balsa eu segui para a sala da segurança enquanto eu via as duas irmãs caminhando
até o estacionamento e foi quando eu me permitir olhar para elas.
Elas tinham a mesma altura, talvez a morena fosse alguns centímetros
mais baixa do que a ruiva, mas também devemos levar em consideração o fato de
que a tal de Renesmee estava de saltos, bem altos. Elas eram bem bonitas, mesmo
sendo bastante diferentes, creio eu que a única coisa física que elas possuíam em
comum era o tom de pele, já que nem os olhos eram iguais, a ruiva tinha um tom azul
nos olhos e a morena um tom de castanho, que recordava muito chocolate
derretido.
Elas entraram em um taxi e partiram e eu fui assumir meu
posto as quatro em ponto. Eu fiquei um bom tempo ali sentado na sala da
segurança, apenas vendo pelas câmeras o fluxo de turistas que ia diminuindo
conforme as horas iam passando. Era um dos trabalhos mais tediosos que já
realizei em minha vida.
Eram por volta das cinco e meia quando eu tirei meu paletó e
quepe, levantando as mangas da minha camisa social e colocando os pés em cima
da pequena mesa com os computadores encarando as telas e me arrependendo por não
ter arrumado uma desculpa para o meu superior. Essa seria uma longa e tediosa
noite.
Eram por volta das seis e dez da tarde quando eu deixei a
sala de segurança para pegar uma balsa até o memorial e me certificar que ninguém
havia ficado lá ou deixado algo lá e voltei para o centro histórico e foi
quando dei de cara com Isabella parada dentro da sala de segurança, olhando
para as câmeras trajando um vestido branco simples.
- O que está fazendo aqui? – perguntei e ela se virou de
frente para mim.
- Vim perguntar se quer companhia... –
- E sua irmã? – deu de ombros.
- Está na praia com um cara que ela conheceu e eu não estou
nem um pouco a fim de segurar vela ou ficar sozinha encarando o teto do quarto
do hotel... –
- Vieram apenas vocês duas? – perguntei quando ela apoiou o
quadril na ponta da mesa com o computador.
- Sim. Se não notou somos bem diferentes... –
- Filhas de... –
- Mães diferentes... – explicou. – Minha mãe está na Itália
com o meu padrasto, viajando... E meu pai está em Londres com a mãe de
Renesmee... Moram lá... Nessie veio para cá, quer dizer, para New Hampshire
para cursar a faculdade em Dartmouth junto comigo... – deu de ombros. – E ai
como ela não queria voltar para Londres, e eu não quis atrapalhar a lua de mel
de minha mãe, resolvemos matar uma velha vontade e viemos para cá. – deu de
ombros mais uma vez sorrindo. – Só que a desgraçada me deixou sozinha por causa
de um pinto... – e como se ela tivesse se tocado no que havia dito arregalou os
olhos. – Desculpa... – e eu balancei a cabeça gargalhando.
- Não se preocupe... –
- Então... Quer companhia? –
- Vai se arrepender... Aqui será absurdamente chato, parado e
monótono... –
- Igual a encarar o teto do quarto do hotel... Aqui pelo
menos não estarei sozinha... –
- Tudo bem... Eu aceito a sua companhia... – e ela sorriu
amplamente. – Mas se por acaso se arrepender não venha me culpar... –
- Claro que não. Culparei minha irmã, que resolveu me deixar
sozinha... –
- Diga-me... – e ela se sentou completamente na mesa e eu me
sentei na cadeira de frente para as televisões. – Faz o que em Dartmouth? –
- Matemática... –
- Você não tem cara de quem faz matemática... –
- Eu sei... Eu sou estranha por gostar de algo que é odiado
por noventa e cinco por cento da população mundial... Mas eu sou completamente
apaixonada por números, cálculos... – falou com os olhos brilhantes e meu
celular tocou.
- Perdoe-me... – pedi e atendi ao meu telefone sem nem ao
mesmo reparar no nome salvo. – Alo? –
- FELIZ ANO NOVO... – e eu ouvi a voz de meu irmão e pais
gritando do outro lado da linha, tão alto que eu tive que afastar o telefone
para não ficar surdo.
- Tecnicamente... – comecei quando eles pararam de gritar. –
Aqui são sete horas. –
- Dane-se... – meu irmão gritou. – Aqui em Nova Iorque já é
dia 1º. Então... FELIZ ANO NOVO CABEÇUDO... – e ele gritou de novo e dessa vez
Isabella ouviu e me encarou assustada.
- Feliz ano novo Emmett... –
- Obrigado, tchau... – e ele desligou o telefone e eu encarei
Isabella.
- Você fala da sua irmã porque não conhece o meu... – e ela
balançou a cabeça rindo.
- Diga-me... Por que resolveu entrar para a marinha? –
- Sempre tem um Cullen na marinha... – expliquei. – Meu tataravô,
bisavô, avô, pai e agora eu... Todavia entrou por livre e espontânea vontade, ninguém
foi obrigado... –
- Pelo menos isso... –
Nós ficamos ali na sala mais um tempinho conversando até que
eu resolvi levá-la para dar uma volta pelo centro histórico. E acabou com nós
dois parados no píer sentindo a maresia fresca passando por nós enquanto eu
ensinava a menina a algumas técnicas de defesa, e ria descompassadamente, o que
me fazia rir também, como não ria a anos.
Após desistir q eu ensina-la a se defender, porque a menina
era péssima nisso, eu a levei até o pequeno estande de tiros onde os seguranças
podiam treinar suas miras durante o dia, mas não ficamos ali mais de cinco
minutos, já que do mesmo jeito que ela era péssima em autodefesa, também tinha
uma péssima coordenação para atirar. Ela disparou apenas duas vezes, uma quase
acertou a mim, que estava atrás dela, e eu até agora não sabia como ela havia
conseguido tal proeza, e o outro ela quase acertou nela própria. Não, Isabella
Swan não havia nascido para saber se defender sozinha, tampouco usar uma arma.
Eram por volta das dez da noite quando resolvi ir dar mais
uma volta e deixei-a sozinha na sala de segurança, e quando voltei dez minutos
depois de ter feito toda a ronda, menos indo até o memorial, já que não tinha
como alguém ir até lá sem a balsa, e eu encontrei a sala vazia. Ela havia ido
embora... E suspirando eu me sentei novamente em minha cadeira giratória voltando
ao tédio de encarar os televisores.
- Já voltou a encarar essas televisões? – e eu ouvi a sua voz
e ela estava parada na porta da sala de segurança com um engradado de cerveja
em mãos.
- Sabe que eu estou de serviço e não deveria beber, não sabe?
–
- E eu tecnicamente também não deveria estar aqui... –
apontou.
- Tem razão... –
- E a propósito... Já são dez e meia... Talvez nós poderíamos
procurar um lugar para vermos a queima de fogos... – sugeriu.
- Conheço um local perfeito... – e eu me levantei da cadeira
pegando meu paletó e uma lanterna dentro de uma gaveta e saindo da sala,
pegando o engradado de sua mão.
Nós caminhamos até o estacionamento, após eu trancar muito
bem o centro de visitantes, nós entramos em meu carro e dirigi até a ilha Ford,
parando o carro no estacionamento bem próximo a entrada da ilha e a peguei pela
mão e a guiei até o memorial Missouri, o navio de guerra atracado permanentemente
próximo ao USS Arizona.
Nós dois subimos ao encouraçado e liguei a lanterna
prendendo-a no chão e mirando para a escada de corda até a gávea náutica e eu
subi na frente, deixando que ela subisse depois devido ao seu vestido. No topo
da gávea, naquele pequeno espaço apertado onde sempre dois tripulantes ficavam
dia e noite vigiando o horizonte, batia um vento frio e quando vi Isabella se
arrepiar, eu coloquei meu paletó em cima de seus ombros e nos sentamos nos
pequenos bancos de madeira dobrados sendo iluminados apenas pela noite
estrelada de luz cheia.
Eu coloquei os pés na madeira da gávea e ela fez o mesmo e eu
abri uma latinha entregando a ela e eu abri uma para mim e voltamos a
conversar. Sobre meus treinamentos, minha vida aqui no Hawaii, já que eu havia
me mudado para cá bem cedo na vida, por volta dos três anos de idade, meu irmão
nem era nascido ainda. E ela contando sobre sua vida em Nova Iorque e sobre as
histórias que seu avô lhe contava sobre seu bisavô Harry.
Quando começou a contagem regressiva para a virada do ano nós
nos colocamos de pé para vermos as explosões de fogos. Waikiki ficava a meia
hora de distância – de carro – de onde estávamos, mas de qualquer forma, várias
balsas com vários quilos de fogos de artifício foram postos por toda a extensão
da Māmala Bay, mas de qualquer forma teríamos
outros pontos de queima de fogos de artifício, o que nos permitiria ver os
fogos explodindo dos quatro cantos da ilha.
Os cinco segundos finais do final do ano de 2018 passaram
rapidamente e os fogos começaram a explodir nos céus, iluminando a noite escura
com diversas cores – azul, vermelha – amarela – verde -. Os fogos explodiam
sobre as nossas cabeças e eu ao invés de olhar para o céu agora colorido, eu
olhei para Isabella, que encarava o mesmo sorrindo e com os olhos brilhantes. Era
incrível como ela havia conseguido ficar mais linda ainda enquanto olhava
distraidamente para o céu.
Como em câmera lenta, ela abaixou a cabeça e viu que eu a
encarava abobalhadamente e imediatamente suas bochechas ficaram coradas e sem
pensar muito, eu levei minhas mãos até a sua nuca e a puxei para perto de mim,
unindo nossos lábios e sentindo a maciez e o sabor doce, com um leve toque
amargo devido a cerveja recém-ingerida por nós. Minhas mãos desceram para a sua
cintura e as dela para os meus ombros, abraçando meu pescoço enquanto eu a
prensava contra o mastro enquanto minha língua passava por entre seus lábios
entreabertos encontrando a sua.
¨¨¨¨
Quando o dia começou a raiar, nós dois ainda estávamos na gávea
náutica, sentados no chão. Eu usava apenas minhas calças e ela minha camisa e o
resto de nossas roupas jogadas sob nossos corpos no pequeno cubículo. A cabeça
de Bella estava deitada em meu peito enquanto minha mão, que meu braço estava
sobre seus ombros, mexia delicadamente em seus cabelos.
- Eu preciso descer... – avisei. – Daqui a pouco o guarda que
vai assumir meu posto está chegando... –
- E eu tenho que voltar para o hotel... – e eu dei um beijo
no topo de sua cabeça. – Não que minha irmã esteja esperando por mim, mas... –
e eu balancei a cabeça sorrindo.
- Quer ir lá para casa? – perguntei roçando meu nariz contra
seus cabelos.
- Para? –
- Continuarmos o que começamos aqui, de modo mais confortável
e cômodo... – falei em seu ouvido e a vi mordendo os lábios.
- Eu te espero onde? –
- Dentro do carro, apenas o tempo necessário para que entregue
meu posto e volte... –
Nós nos vestimos rapidamente e dessa vez eu desci a sua
frente para ajuda-la a descer. Nós deixamos o memorial Missouri sem deixar vestígios
de que estivemos ali e voltamos ao meu carro e eu dirigi rápido de volta ao
estacionamento do Centro Histórico.
Eu dei um beijo rápido em Bella antes de deixar o carro,
joguei as latas vazias na lixeira e entrei correndo para a sala de segurança. Meu
substituto já estava ali me esperando e engoliu a desculpa de que estava
fazendo a última ronda do dia, só esperava que ele não tivesse olhado pelas câmeras.
Com meu turno finalizado, eu fui embora, voltando para o
carro e dirigi para a minha casa em Manoa. O carro ficou parado de mau jeito na
entrada da garagem e mal deixamos o carro e eu já puxei Isabella pega cintura,
unindo nossos lábios mais uma vez e entramos em casa. Mal a porta foi fechada e
ela prensada na parede que seu telefone começou a tocar.
- É importante? – perguntei migrando com a boca para o seu
pescoço enquanto minhas mãos iam para debaixo de seu vestido.
- O que você quer Nessie? – e ela atendeu ao telefone
conforme eu descia com a boca pelo seu corpo, mesmo que por cima do vestido. –
Sim, eu estou ocupada... Muito ocupada... Eu te ligo quando der... – e ela
desligou o telefone conforme eu subia com a boca de novo de encontro com a sua
e ela deixou o telefone cair no chão em um banque mudo e eu a peguei no colo. –
Onde estávamos marujo? – perguntou enlaçando suas pernas em minha cintura.
- Eu estava te levando para ver alguns fogos de artifício... –
respondi contra seus lábios e ela sorriu amplamente e uniu seus lábios aos
meus, em um beijo ávido.
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